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Analise do filme" A casa dos mortos ".

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RESUMO DO FILME 
 
 	 
A Casa dos Mortos 
 
 
 Exibido no ano 2015, sendo o seu título original: DEMONIC, foi dirigido por: Will Canon e avaliado pela crítica como sendo de classificação: bom. Seu autor James Wan, deixa transparecer que o filme tenha, no mínimo uma boa e envolvente trama assustadora. O filme retrata os personagens, Elizabeth e Lewis, um casal de detetives que investigam um sério caso de chacina, envolvendo diversos jovens em uma casa. Ao chegarem no local, há apenas um sobrevivente e dois outros sumidos, Jaime, Antônio e Almerindo, internados num manicômio judicial na Bahia. 
 Tudo indica que se trata de um caso misterioso, mas conforme as provas vão aparecendo, os detetives descobrirão que pode haver muito mais do que eles imaginam naquela casa. Sendo uma trama com muitos mistérios, dá vontade de assistir até o final (de uma maneira bastante surpreendente). O filme está dividido em duas partes, o que dá certo dinamismo ao filme. Uma boa parte se refere à investigação do caso, onde a parte de mais relevância é o interrogatório do sobrevivente. 
 Outra boa parte mostra o passado (antes das mortes), através das filmagens das próprias vítimas, que buscavam gravar acontecimentos sobrenaturais em uma residência. O filme ‘’A Casa dos Mortos’’ não chega a assustar, a não ser, naquelas horas em que a edição de som faça isso pois, tem vários momentos em que essas cenas são colocadas no ar. O enredo é o mesmo dos filmes de terror. Jovens se reúnem, e vão a exploração de uma casa abandonada, no meio do nada e sem muita iluminação (óbvio). Ao chegar na residência, a princípio, todos sem exceção, começam realizando brincadeiras e piadas internas entre eles. O filme começa a ficar interessante a partir do momento em que um morador local ver algo errado no interior da casa. 
 
 
 
 
 
Análise Crítica 
 
 A perspectiva da Saúde Mental Comunitária, segundo Bloom (1973), pode ser descrita em termos da sua localização (na comunidade), nível de intervenção (numa comunidade global ou grupo específico, por exemplo, área geográfica ou uma população em risco), o tipo de serviços(serviços preventivos) e a forma como são prestados (serviços indiretos, através da consultoria e educação), bem como a sua estratégia (o maior número de indivíduos possível), o tipo de planeamento (focalização em necessidades prevalentes em populações de alto-risco e coordenação de serviços), os seus recursos humanos (utilização de profissionais e não profissionais como estudantes e pessoas, de alguma forma, ligadas ao grupo-alvo), os processos de decisão (responsabilidade partilhada) e, finalmente as suas concepções etiológicas (realce das causas ambientais das perturbações emocionais). Quando analisamos a primeira cena (“das mortes sem batidas de sino”), podemos ver que Jaime, foi internado porque cometeu um homicídio enquanto estava “descompassado”. Cumpriu a pena, foi solto, mas deixou de tomar os remédios e usava drogas, vindo a cometer novo homicídio. Voltou para o manicômio. Cometeu mais um outro homicídio, dentro do manicômio, matou um outro interno, que, segundo ele, insinuou que 
Jaime era “veado”. Dias depois Jaime suicidou-se. Quem garante que uma pessoa sem histórico de doença mental também não pode um dia surtar e matar outra pessoa? A verdade é que a sociedade tem medo. Que médico irá assinar um laudo desinternando um paciente, confiando na “cura” de um “louco tão perigoso”? logo depois, mostra o personagem Antônio, com várias passagens pelo manicômio por causa do uso de drogas lícitas, (“overdoses usuais e ditas legais”). Ele queria usar batom e pintar as unhas e foi ridicularizado por uma funcionária. Muito inteligente e ousado quando ele diz para a funcionária: “eu tenho capacidade para usar batom, por que não?” Privação não só da liberdade, mas também dos direitos da personalidade do interno. Rigidez da disciplina da instituição. Qual problema em usar? E outra cena mostra Almerindo, que estaria ali por supostamente ter agredido um menino na rua. O fato imputado a ele foi de lesões corporais leves, fato com detenção. Poderia ter sido aplicado tratamento ambulatorial. A sentença e o laudo que atestou sua incapacidade mental saíram em 1982 e desde então ele estava ali, sem nunca ter sido submetido a novo laudo. Esquecido. Sem familiares, sem amigos. Perguntaram se ele queria que encontrassem uma casa para Almerindo e ele respondeu que não pois Almerindo já havia morrido. Despersonalização. Privação do convívio social. 
 O modelo médico-psiquiátrico sinaliza a doença como um problema existente exclusivamente na pessoa, desconsiderando a responsabilidade de adaptação também do meio ambiente que a recebe. Os trabalhos de Blazer (1982) e Lynch (1977), realçaram o facto de que a solidão e o isolamento podem levar a situações extremas. As redes dos indivíduos isolados por longos períodos, tendem a ser preenchidas por profissionais, ligados ao sistema público ou por conhecidos comuns a problemática idêntica. A situação dos indivíduos isolados socialmente, contrasta com a da maioria das pessoas que dispõem de um tipo de suporte não estigmatizante, como sejam os seus colegas de trabalho, cônjuge, família, amigos ou profissionais de ajuda (ex: médicos, advogados ou outros). Tanto os utilizadores do sistema público como do sistema privado, têm que ter algumas competências para poder ter acesso aos recursos. A doença não é vista sob um paradigma social e tampouco psicológico. Sob o prisma estritamente médico-psiquiátrico, então, a doença deve ser “tratada” por médicos e, quando possível, ser “educável” por pedagogos, no sentido de algo que deve ser “contido”, “domesticado”, mantendo-se a pessoa com doença mental “sob controle”; enfim, segregada da sociedade. 
 Em contraposição, há o modelo social ou psicossocial, que compreende a doença em três dimensões: a estritamente física, orgânica, biológica, isto é, centrada no corpo humano, a dimensão das consequências da doença nas atividades da pessoa, de onde decorre que uma pessoa com doença pode ser considerada capaz para certa atividade e incapaz para outra, não se descartando a possibilidade de uma doença não gerar incapacidade para qualquer atividade que seja, e, por fim, a dimensão baseada em critério social, mostrando que a pessoa com doença pode, ou não, ter oportunidade de inclusão social, dependendo do meio em que ela se encontra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
 O tema do filme aborda uma questão bastante interessante, a dos manicômios. Se as pessoas com problemas mentais que nunca cometeram nenhum um tipo de transgressão são praticamente invisíveis aos olhos da sociedade, imagine esses homens. Essa é só uma realidade ainda viva, que contrasta e questiona, sem obter muitas respostas, da reforma psiquiátrica, da luta antimanicomial e a saúde pública como um todo! Um verdadeiro afronte à integridade humana, mesmo à identidade criminosa, é algo realmente triste. 
 Apesar do filme trazer essa realidade poética e sensível, traz também à tona uma realidade tão dura quanto a dos manicômios judiciários, instituições que não parecem produzir nada além da morte de sujeitos. A última 'cena' ilustra isto muito bem, da sentença de vida a que tantas pessoas foram condenadas, após 19 anos preso Almerindo morreu mesmo, ali não sobrou sujeito... Os chamados Hospitais de Custódia e Tratamento ou Manicômios Judiciários sentenciam as pessoas ao silenciamento, não bastasse o estigma da loucura, se agrega o estigma do bandido, o que há para se ouvir desses sujeitos, que são simplesmente doentes metais? 
 O mais difícil nisso tudo é lembrar que essa é apenas uma das tantas instituições que não estão preparadas para tratar de forma humana o doente mental. Por mais que muitos tenha cometido crimes, ainda são humanos, é muito triste saber que essas pessoas ferem o sistema e, ao mesmo tempo, são vítimas dele quando abandonadas em locais como esse paraum (suposto) tratamento e uma (suposta) recuperação. A fragilidade da estrutura para lidar com esse problema é evidente e nada é feito para saná-lo, pode até haverem pessoas que estão fazendo trabalhos dignos dentro desses manicômios, mas ainda acho que tratar pacientes em lugares fechados não é a melhor forma. Vivemos em uma tribo sustentada pela ignorância, é inaceitável que esse tipo de situação ainda não seja levado à público para um debate...Precisamos acordar para a realidade e lutar para mudar! 
 
 
 	 
 
 
 
 
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
PSICOLOGIA COMUNITARIA 
CURSO: PSICOLOGIA / MATUTINO 
PROF. THIAGO PETRA 
 
 
Análise do Filme 
“A casa dos mortos” 
 
 
 
 
Alunas: 
Silvia costa Viana - RA:N1124C2 / Turma PS5B30 
 
 
 
 
 
 Brasília, 2019.

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