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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO - UEMASUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS, TECNOLÓGICAS E LETRAS – CAMPUS AÇAILÂNDIA CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL JORNANDES DA SILVA SANTOS A COMPOSTAGEM APLICADA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Uma experiência prática no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti no município de Açailândia. Açailândia 2019 JORNANDES DA SILVA SANTOS A COMPOSTAGEM APLICADA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Uma experiência prática no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti no município de Açailândia. Monografia apresentada ao Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL, Campus Açailândia como requisito para obtenção de título de Tecnólogo em Gestão Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Bruno Lucio Meneses Nascimento Açailândia 2019 Ficha Catalográfica elaborada por Raniere Nunes da Silva– Bibliotecário CRB 13/729 S237c Santos, Jornandes da Silva A compostagem aplicada como ferramenta de educação ambiental: uma experiência prática no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galleti no município de Açailândia / Jornandes da Silva Santos. – Açailândia, MA, 2019. 44f. : il. Monografia (Curso de Tecnologia em Gestão Ambienta) – Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão – UEMASUL, Açailândia, MA, 2019. 1. Resíduos orgânicos. 2. Educação ambiental. 3. Compostagem. I. Título. CDU 504:37 JORNANDES DA SILVA SANTOS A COMPOSTAGEM APLICADA COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL: Uma experiência prática no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti no município de Açailândia. Monografia apresentada ao Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL, Campus Açailândia como requisito para obtenção de título de Tecnólogo em Gestão Ambiental. Aprovada em: 24/06/2019 Nota: _______ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________________ Prof. Dr. Bruno Lucio Meneses Nascimento (Orientador) Doutorado em Engenharia Civil com Ênfase em Saneamento Ambiental Universidade Federal do Ceará -UFCE Profª Natália Stheffany de Brito Lima Mestranda em Ciências Florestais e Ambientais Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão-UEMASUL Profª Esp. Tyessy Gomes Sousa Especialista em Ensino de Genética e Educação Especial Inclusiva Universidade Estadual do Maranhão/ Núcleo de Tecnologia Educacional- UEMANET AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me concedido a oportunidade de ingressar e chegar ao término de mais um curso de graduação, o curso de Gestão Ambiental, o qual me identifico muito. À FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão), por financiar o projeto. Ao Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti, por ter abrido as portas para realização do projeto. À UEMASUL (Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão- Campus Açailândia), bem como aos professores do campus Açailândia pela dedicação e principalmente ao meu orientador professor Bruno Lúcio Meneses pelo apoio oferecido no decorrer do curso e na execução deste trabalho. A diretora do curso de Gestão ambiental, professora Tânia Zanella Horster que não mediu esforços, para que eu concluísse esse curso em tempo hábil. A todos os meus colegas de curso pela troca de conhecimento ao longo desses três anos. À FAVALE (Faculdade Vale do Aço - Açailândia-MA), pela parceria. A minha esposa Lídia Barreto pela compreensão, bem como ao meu filho Lucas Gael, que foi desprovido da minha presença, nos momentos de leitura, pesquisas e redação desse TCC. Para todos que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho. Jornandes da Silva Santos EPÍGRAFE “Semear ideias ecológicas e plantar sustentabilidade é ter a garantia de colhermos um futuro fértil e consciente” Sivaldo Filho LISTA DE FIGURAS Figura 1 Localização do lixão da sede do município de Açailândia. .......................... 19 Figura 2 Abertura /Palestra e oficina de compostagem ............................................. 29 Figura 3 Fase final da compostagem realizada ......................................................... 30 Figura 4 Composto orgânico e biofertilizante ............................................................ 31 Figura 5 Etapa na horta orgânica/ Adubação, plantio e produção............................. 33 Figura 6 Apresentação do projeto no CE Professora Norma Suely .......................... 34 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Eventos marcantes com a temática ambiental desde a década de 70. ...... 23 Tabela 2 Resultado da análise do composto orgânico (material seco e líquido) ....... 35 Tabela 3 Restos de alimentos reaproveitados nas composteiras. ............................ 37 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Resíduos ricos em nitrogênio e os ricos em carbono ................................ 36 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS EA – Educação Ambiental EJA –Educação de Jovens e Adultos FAPEMA – Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão FAVALE – Faculdade Vale do Aço IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPC – Índice Potencial de Consumo MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MEC – Ministério da Educação e Cultura pH – Potencial de Hidrogênio PLS - Projeto de Lei do Senado PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos UEMASUL – Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza RESUMO Este trabalho vem expor para a comunidade acadêmica assim como para o leitor de modo geral, um projeto que tem como base a Compostagem de resíduos orgânico, aplicado como ferramenta de Educação Ambiental. A presente pesquisa teve por objetivo geral relatar uma experiência de educação ambiental desenvolvida no Centro Integral de Ensino Lourenço Antônio Galletti em Açailândia; através da produção adubo pela compostagem de resíduos sólidos orgânicos provenientes da merenda escolar e das residências dos alunos e a implantação de uma horta escolar. De início fez -se uma análise de como é a gestão dos resíduos sólidos na cidade de Açailândia, chegando a visitar o lixão da cidade. Em seguida buscou-se aprofundar na temática, onde consultou-se diversas bibliografias, como artigos, teses e livros. Utilizou-se também o Google Earth como ferramenta para alcançar as coordenadas geográficas, a localização e imagem do lixão da cidade. O trabalho de campo incluiu a observação in loco do lixão, mas se fundamentou na execução da compostagem, a produção da horta dentro da escola e pôr fim a realização das palestras de educação ambientalem algumas escolas públicas da cidade. Palavras – Chaves: Resíduos orgânicos. Horta. Escola. ABSTRACT This work exposes to the academic community as well as to the reader in general, a project that is based on Organic Composting, applied as an Environmental Education tool. The present research had as general objective to report an experience of environmental education developed in Lourenço Antônio Galletti Integral Teaching Center in Açailândia; through the production of fertilizer for the composting of organic solid waste from school meals and student residences and the establishment of a school vegetable garden. Initially an analysis was made of how solid waste management is in the city of Açailândia, arriving to visit the city dump. Afterwards, we sought to deepen the subject, where several bibliographies, such as articles, theses and books, were consulted. Google Earth was also used as a tool to reach the geographical coordinates, location and image of the city's dump. The fieldwork included on-site observation of the dump, but it was based on the execution of composting, the production of the garden within the school and to end the realization of the lectures of environmental education in some public schools of the city. Keywords: Organic waste. Vegetable garden. School. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 16 2.1 Resíduos sólidos ........................................................................................ 16 2.1.1 Gestão dos resíduos sólidos em Açailândia. ................................................ 17 2.2 O processo de Compostagem ................................................................... 20 2.3 Educação Ambiental .................................................................................. 22 3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 26 3.1 Área de Estudo ........................................................................................... 26 3.2 Materiais ...................................................................................................... 28 3.3 Conscientização da Comunidade Escolar, entrega das Composteiras e Manutenção da compostagem .................................................................. 28 3.4 Avaliação da Qualidade do Resíduo Líquido e Sólido da Compostage.32 3.5 Cultivo e manutenção da horta na escola. ............................................... 32 3.6 Divulgação do projeto como educação ambiental. ................................. 34 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES. ................................................................ 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 39 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 40 APÊNDICE ................................................................................................... 43 12 1 INTRODUÇÃO A exploração dos recursos naturais começou a se intensificar com a primeira etapa da Revolução Industrial desse modo contribuindo com o aumento de resíduos sólidos lançado ao meio ambiente. Hoje estamos vivenciando a terceira etapa dessa Revolução Industrial como assim é chamada pelos historiadores e a cada dia a sociedade lança mão da natureza para produzir alimentos e bens materiais para atender ao consumo desenfreado da população mundial que cresce a cada dia. O resultado disso são graves problemas ambientais como o acúmulo de resíduos sólidos em lixões, a poluição do solo, dos rios e do ar e consequentemente a proliferação de doenças que ameaça à saúde e a vida das pessoas. A geração de resíduos sólidos domiciliares, é um grave problema ambiental, nos últimos anos, tem crescido bastante e não há na maior parte dos municípios brasileiros, coleta, transporte, tratamento e destinação adequados a esse tipo de resíduo, que possui grande capacidade de atrair vetores de doenças e sua decomposição provoca mau cheiro e um líquido escuro e altamente poluente conhecido como chorume. Sabe-se que os problemas ambientais é um assunto muito discutido na atualidade, isso se dá pela necessidade que os seres humanos têm em dar continuidade à sua existência. Diante da dinâmica social é que a sociedade tem de se basear no pensamento holístico, pois desse modo se vê como parte integrante da natureza, assim, se propõe a discutir sobre educação ambiental como princípio de qualidade de vida. Em relação aos resíduos sólidos orgânicos, o modelo gerencial de compostagem possui grandes vantagens, pois além de desviar resíduos do lixão a céu aberto, do aterro sanitário ou controlado, ainda promove uma nova utilização para a Matéria Orgânica. De acordo a NBR 13591 (1996), a compostagem corresponde ao processo de decomposição biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por uma população diversificada de organismos em condições controladas de aerobiose e demais parâmetros desenvolvidos em duas etapas distintas: uma de degradação e outra de maturação. 13 Além do benefício ambiental, a compostagem pode ser utilizada como ferramenta fundamental nas estratégias de Educação Ambiental, pois a mesma tem capacidade de promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de atitudes como a redução do envio de resíduos para os Aterros e ou lixões por meio da educação ambiental usando a sensibilização com a participação dos alunos e colaboradores de escolas de ensino fundamental e médio. A educação ambiental é considerada essencial para formar cidadãos conscientes, capazes de tomar decisões incidentes sobre a realidade socioambiental, de forma comprometida com a vida do planeta (FONSECA, 2009). Incorporar a educação ambiental é muito mais do que mudar comportamentos, tais como economizar água e luz ao tomar banho, ao lavar utensílios e a calçada, ou separar lixo para a reciclagem e para a reutilização, ou mesmo não consumir demasiadamente e evitar desperdício. Educação Ambiental é um processo de educação política, é formar atitudes que predisponham à ação (PELICIONI, 2005). Entre os motivos que justificaram a aplicação desta pesquisa destacam- se em sentido amplo o fato de que as escolas de Ensino Médio e as residências, em suas atividades diárias, geram resíduos sólidos que são classificados em: a) orgânicos, que são compostos por restos de preparo de alimentos, sobras das refeições, limpeza de jardins e áreas arborizadas, que podem ser utilizados para compostagem e uso nas hortas e jardins escolares; b) inorgânicos, material proveniente de plásticos, papeis, papelão, embalagens em geral e metais, esses materiais podem ser destinados à coleta seletiva. Portanto se faz necessário a implementação de ações que gerenciem resíduos orgânicos e assim reduza o envio desse material para os Aterros. A presente pesquisa teve por objetivo geral relatar uma experiência de educação ambiental desenvolvida no Centro Integral de Ensino Lourenço Antônio Galletti em Açailândia através da produção adubo pela compostagem de resíduos sólidos orgânicos provenientes da merenda escolar e das residências dos alunos e a implantação de uma horta escolar. Objetivos específicos foram: Conscientizar pais e alunos sobre a importância de se destinar de forma correta os resíduos sólidos orgânicos, bem como a possível reciclagem dos mesmos; Proporcionar conhecimento técnico por 14 meio de palestrasde capacitação especializada para agentes educacionais da rede de ensino pública estadual; Adaptar a escola à lei 12.305/2010 e decreto 7.404/2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, igualmente como as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT que dispõe de critérios a compostagem dos resíduos orgânicos para sua gestão adequadas; Promover o gerenciamento de resíduos orgânicos de forma teórica e pratica aos alunos de rede pública, adequando o armazenamento, tratamento e destinação final; Contribuir para a formação do saber adepto de consciência, ações, atitudes e capacidades que estimulem a comunidade além do muro da escola na realização de práticas sustentáveis; O presente trabalho científico é uma pesquisa do tipo exploratória, segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o problema e tenta explicitá-lo de forma mais clara. Esta pesquisa está fundamentada nos métodos dedutivo e indutivos, o método indutivo o qual auxiliou nos trabalhos de revisão bibliográficas, desse modo se compreendeu melhor as ideias dos textos dos autores que se que dedicaram especificamente ao tema abordado nesse trabalho e demais autores que também, foi de grande importância a leitura de seus escritos, portanto, o método indutivo, que cria leis a partir da observações dos fatos, partindo do particular para o universal foi utilizado para fundamentar as observações e interpretações dos elementos transformadores do meio ambiente. Para realização deste projeto e consequentemente redação deste TCC, buscou-se aprofundar na temática. Consultou-se diversas bibliografias, como artigos, teses e livros. Utilizou-se também o Google Earth como ferramenta para alcançar as coordenadas geográficas, localização e imagem do lixão da cidade. O trabalho de campo se restringiu a observação in loco do lixão, a execução da compostagem, a produção da horta e enfim as palestras de educação ambiental realizadas nas escolas. Esse estudo de treinamento e conscientização ambiental foi desenvolvido para alunos e pais de alunos aprenderem realizar o manuseio e o descarte adequado de material orgânico gerado e assim inserir a comunidade estudantil e domiciliar na Lei nº 12.305/10, a qual dispõe da nova política de resíduos sólidos. Este projeto pretende contribuir para que essas instituições de ensino realizem com êxito sua missão de proporcionar acesso a uma educação para uma melhor 15 qualidade de vida, fortalecendo a cidadania e estimulando ações sustentáveis por parte de sua comunidade escolar. Portanto, pesquisas como esta são de grande importância para o desenvolvimento da consciência ambiental na população da cidade de Açailândia. Dentro desse cenário insere-se o problema ambiental do acumulo de resíduos sólidos e do não tratamento correto dos mesmos, uma vez que pode proporcionar impactos ambientais como contaminação do solo e da água. Diante disso, é importante frisar que os estudos sobre compostagem de resíduos sólidos orgânicos e a implantação de uma horta orgânica no ambiente escolar são interessantes ferramentas de educação ambiental, pois demonstram na prática a vivência escolar com as questões ambientais. 16 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Resíduos sólidos Sabemos que a humanidade depende de todos os recursos oferecidos pela natureza para sua sobrevivência, mas essa relação homem/natureza não é tão harmoniosa como já foi num passado bem remoto. Para que haja redução dos impactos ambientais, o homem deve extrair de forma sustentável e manter a qualidade do ambiente. O aumento populacional tem proporcionado aumento na produção de resíduos sólidos, entre os quais se destacam: o lixo urbano, o lodo de esgoto e resíduos de origem agrícola. Tais resíduos podem causar impactos à qualidade ambiental, visto que os mesmos apresentam composição e propriedades bastante variáveis que dependem de sua origem, processo de tratamento empregado, de seus constituintes orgânicos e minerais, e da presença de microrganismos patogênicos e elementos tóxicos (SILVA et al., 2008). Em relação aos Resíduos Sólidos Urbanos, a quantidade gerada tem preocupado bastante os profissionais da engenharia sanitária nos últimos anos. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (2014) revelam que no Brasil estima-se a produção de 195.233 toneladas de resíduos sólidos por dia. Desse total, cerca de 52% é oriundo da região sudeste e 22,2% da região nordeste. Desse total de resíduos produzidos pelos brasileiros, 58,4% são destinados a aterro sanitários, 24,2% vão para aterros controlados e 17,4% são direcionados a lixões. Considerando o total gerado, ainda é muita a quantidade de resíduos que são direcionados aos lixões. Conde, Stachiw e Ferreira (2014) relatam que a preocupação ambiental em torno dos lixões é considerável, pois esses ambientes fornecem condições propícias para proliferação de vetores de doenças, além de moscas, baratas e ratos, dificultando o controle de epidemias. Além disso, esses locais liberam gases e geram a decomposição do lixo que forma o chorume, líquido que contamina o solo, o ar e os recursos hídricos ocasionando grande dano ambiental. 17 A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), implementada pela lei federal 12.305, de 02 de agosto de 2010, prioriza a necessidade de se extinguir de uma vez por todas a presença de lixões no Brasil. Para isso, a lei determinou aos municípios brasileiros que até 02 de novembro de 2014 extinguissem os lixões a céu aberto e os aterros controlados, alegando o efeito danoso que os mesmos oferecem. Porém, esse prazo teve que ser prorrogado por mais quatro anos para que as prefeituras se organizassem e construíssem aterros sanitários adequados para o recebimento dos resíduos sólidos. 2.1.1 Gestão dos resíduos sólidos em Açailândia. O manejo dos resíduos sólidos em grande parte das cidades brasileiras, ocorre em situação precária, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em o Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic 2017), quase metade dos 5.570 municípios brasileiros não tem atualmente um plano integrado para o manejo dos resíduos sólidos. Em contra partida a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), coloca como condição a elaboração de plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, para que o Distrito Federal e os municípios tenham acesso aos recursos e incentivos destinados a esta área. Nesta perspectiva, muitos municípios deixam de receber verbas para a gestão dos resíduos sólidos, movido pela má gestão dos recursos públicos. O município de Açailândia assim como muitos outros municípios vive em desconformidade com a lei. Não precisa ser especialista para perceber as irregularidades em relação ao manejo dos resíduos sólidos, parece que já se tornou cultura na cidade, o fato de jogar lixo nas ruas. Por onde se anda em Açailândia é possível presenciar resíduos espalhados pelas ruas; são montanhas de sacolas ou caixas de papelão repletas de lixo sobre as calçadas. Nos últimos anos a Prefeitura distribuiu algumas caçambas para o armazenamento de resíduos em pontos estratégicos da cidade; porém por falta de uma frequência maior do serviço de coleta as caçambas ficam abarrotadas de lixo e em muitos casos em meio a pequenos lixões que se formam nas ruas da cidade. 18 Os impactos ambientais por esse manejo inadequado são previsíveis, visto que estes resíduos são carregados para esgotos, causando entupimento das poucas galerias que existem no município e/ou sãolevados pelas enxurradas no período chuvoso para dentro dos riachos que drenam a cidade, causando a poluição das águas e contribuindo para o assoreamento dos mesmos. Outro grande impacto é queima desses resíduos em lotes baldios pelos próprios moradores, que causa a poluição do ar, pela emissão da fumaça que libera dióxido de carbono, o que além de contribuir com o aquecimento global, traz uma série de outras consequências, quer sejam elas de efeito ambiental, econômico e social. De acordo com relatório apresentado pela empresa Gestão ambiental Projetos e Consultoria para implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico de Açailândia que versa sobre os Prognósticos e Alternativas para a universalização, diretrizes, objetivos e metas para o serviço de saneamento básico do Plano, o município de Açailândia conta com três lixões mais especificamente nas proximidades da sede municipal, em Pequiá e em Novo Bacabal. Os dois primeiros estão na zona urbana definida no Plano Diretor de 2006. O terreno usado como lixão pela sede do município fica a cerca de 7,5 km do centro urbano, com as seguintes coordenadas geográficas: -4°55’35” S, 47°32’39” W. Ainda segundo dados da empresa Gestão ambiental Projetos e Consultoria, em média 173 toneladas de resíduos depositadas diariamente no local, incluindo resíduo domiciliar, comercial, lixo público (capina, podas, construção civil), pneus, baterias, sucatas metálicas, etc. O número poderia ser menor se o município tivesse um serviço de coleta seletiva. A figura 1, apresenta a localização do referido Lixão. 19 Figura 1 Localização do lixão da sede do município de Açailândia. Fonte: (Google Earth,2019) adaptada pelo autor, 2019. Em visita ao lixão presenciou-se pessoas trabalhando e morando dentro do local em condições degradantes e até mesmo crianças vivendo em meio a fumaça proveniente dos incêndios nos resíduos, urubus e todo tipo de podridão ameaçando a saúde daquelas pessoas. A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi sancionada em 2010. Por Lei, os municípios deveriam criar aterros sanitários até o final deste ano e os resíduos recicláveis não poderia mais ser enviados para aterros. Mas o Senado Federal aprovou em seção do dia 1º de julho de 2015, no Plenário da Casa, o Projeto de Lei do Senado (PLS) 425/2014, que prorroga, de forma escalonada, prazo para os municípios se adaptarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Enquanto isso muitos municípios não conseguem nem elaborar e finalizar, seu Plano Municipal de Resíduos Sólidos. Açailândia se enquadra no grupo de municípios com mais de 100 mil habitantes que teve o prazo prorrogado para 31 de julho de 2019; mas que também se arrasta para concluir o Plano de Resíduos Sólidos. Segundo a assessoria de Planejamento de Açailândia, está sendo elaborado um Plano de Saneamento básico que inclui o Plano de Resíduos Sólidos, com previsão de término até novembro, e só então vai começar o planejamento para construção de um aterro sanitário. Mas, enquanto isso sofremos a consequência desse manejo inadequado dos resíduos sólidos em Açailândia. 20 2.2 O processo de Compostagem Outra necessidade para o gerenciamento de resíduos sólidos é o tratamento. As estratégias de tratamento utilizadas devem priorizar a redução do volume e o reaproveitamento do produto resultante. Para isso é necessário que o poder público, juntamente com o privado, alcance metas de redução de resíduos na fonte e faça a reutilização, reciclagem e, quando necessário, o tratamento dos resíduos antes de dispô-los de forma ambientalmente adequada. Levando em consideração essas metas, pode-se afirmar que a compostagem é uma técnica adequada para alcançar muito desses objetivos, pois a mesma reduz a massa de resíduos, tornando-os livre de contaminantes e com elevado potencial de reutilização e reciclagem. Diversos tipos de resíduos sólidos orgânicos podem ser tratados pelo processo de compostagem, porém, os mais utilizados são: lodo de esgoto (RAMÍREZ, et al., 2008); dejetos de suínos (BUSTAMANTE, et al., 2013), esterco bovino (Millner et al., 2014), colmos de milho (Luo et al., 2014), alimentos de origem animal, poda de árvores e gramas de jardins (AWASTHI et al., 2014) e outros. Existem vários tipos de compostagem e um diversificado número de variáveis que podem influenciar na qualidade do processo. A qualidade do composto e do processo de compostagem são influenciados por diferentes variáveis ambientais, dentre as quais estão a umidade, aeração, balanço de nutrientes, substrato e pH (LIANG, DAS e MCCLENDON, 2003). A manutenção da umidade é importante pois a água é necessária para manter o metabolismo microbiano, tendo faixa considerada adequada para a compostagem em torno de 40-50 a 65% (INÁCIO e MILLER, 2009; TIQUIA, 2005; KIELH, 2012). Diante disso, estudos relatam que a inibição da atividade microbiológica é inibida quando a compostagem possui umidade abaixo de 40%, tornando-se assim baixa e insuficiente para manutenção da atividade termofílica da compostagem. Entretanto, o excesso de umidade faz com que aeração seja reduzida e se inicie o processo anaeróbico com liberação de odores desagradáveis e passíveis de atrair vetores. Nesse sentido, um adequado equilíbrio entre as necessidades de água disponível e gases devem ser mantidas pois quando a umidade está em excesso poderá 21 favorecer processos anaeróbios, proporcionando aumento no tempo de compostagem e composto de baixa qualidade (DIAZ e SAVAGE, 2007). A aeração é outra variável importante que deve ser controlada. Na prática a compostagem é um processo predominantemente aeróbio, sendo comum a formação de microsítios e até zonas internas anaeróbias (<10 % de O2) devido ao intenso consumo de O2 pelo metabolismo microbiano (INÁCIO e MILLER 2009). No decorrer da compostagem, o nível de CO2 aumenta e o O2 diminui constantemente, sendo que a concentração de oxigênio varia de 15 a 20% e dióxido de carbono de 0,5 a 5%. Quando o nível de oxigênio for inferior a este intervalo, os microrganismos anaeróbios começam a ultrapassar os aeróbios e o processo de respiração anaeróbico passa a assumir a compostagem (DIAZ e SAVAGE, 2007). Em casos onde a difusão de oxigênio é muito deficiente, a fermentação ocorre como sinal de mal andamento do processo de compostagem, havendo a produção de compostos intermediários de forte odor (INÁCIO e MILLER, 2009). Outro fator importante para manter o bom funcionamento da compostagem é a concentração de carbono e nitrogênio. Portanto, o carbono e o nitrogênio são os principais, senão, os mais importantes nutrientes para que os microorganismos envolvidos na compostagem realizem suas atividades. Quanto maior for a relação C/N, maior será o tempo de decomposição do material pois a atividade biológica é reduzida. Diaz e Savage (2007) relatam que uma relaçao C/N inicial de 25-30 é ideal para a maioria dos residuos, já que o metobolismos dos microorganismos consomem cerca de 30 partes de carbono para uma parte de nitrogênio assimilado. Afora sua contribuição com o equilíbrio do meio ambiente, a compostagem pode ser usada como ferramenta de Educação Ambiental, pois pode promover mudanças de valores, hábitos e mudanças de atitudes como a redução do envio de resíduos para os Aterros e com a participação dos alunos e colaboradores de escolas de ensino fundamental e médio, poder-se-á sensibilizar a sociedade em geral. De um certo modo isso acaba corroborando com o que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) recomenda no Brasil, ao afirmar que é importante que se estabeleçam novosmodelos educacionais, buscando interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento comunitário por meio de programas interdisciplinares. 22 2.3 Educação Ambiental As temáticas em torno do meio ambiente são devido a fatores como a crescente degradação ambiental, bem como a preocupação com a escassez de alguns recursos naturais. Fatores como esse têm sido colocadas em pauta, atualmente, em muitos debates públicos e acadêmicos. Prova disso são as conferências nacionais e internacionais, realizadas com diferentes membros da sociedade brasileira e de diferentes países, que buscam estabelecer como os países devem agir em relação aos problemas ambientais, por exemplo, para minimiza-los, como foi proposto na Rio+20, na Eco 92, dentre outros. O aumento com a preocupação ambiental é um fator extremamente positivo e que pode ser percebido devido ao surgimento de diversos mecanismos, como a redução de emissão de gazes do efeito estufa, redução do desmatamento e degradação de florestas. A Agenda 21, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) debatido no Protocolo de Quioto, entre outros, propõe alternativas para conciliar o crescimento econômico com a preservação da natureza para as gerações futuras, ou seja, um “desenvolvimento sustentável”. Mas seria possível conciliar o crescimento econômico com a preservação da natureza? Atualmente, o Brasil e o mundo vivem o sistema capitalista de produção, onde o lucro é a principal meta. Como harmonizar esses dois fatores, que são extremamente conflitantes? Surge, então a educação ambiental como forma de tentar conscientizar a população para a importância da preservação da natureza. De acordo com artigo 1º, da lei nº 9795, de 27 de abril de 1999: “Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade."(BRASIL,1999). O termo “Educação Ambiental” começou a ser utilizado por volta de 1948, num encontro da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) em Paris na França, porém os rumos da Educação Ambiental (EA) começam a ser realmente definidos e debatidos a partir da Conferência de Estocolmo. A tabela 01 a 23 seguir apresenta de forma abreviada eventos marcantes que abordaram a temática Educação Ambiental desde a década de 1970 até a década atual. Tabela 1 Eventos marcantes com a temática ambiental desde a década de 70 EVENTO ANO FATO IMPORTANTE Conferência de Estocolmo 1972 Inserção da temática da Educação Ambiental na agenda internacional. Carta de Belgrado 1975 Lançamento do Programa Internacional de Educação Ambiental, em Belgrado (na antiga Iugoslávia) no qual são definidos os princípios e orientações para o futuro. Conferência de Tbilisi 1977 Aconteceu em Tbilisi, na Geórgia (ex-União Soviética), a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, foi deste encontro – firmado pelo Brasil – que saíram as definições, os objetivos, os princípios e as estratégias para a Educação Ambiental que até hoje são adotados em todo o mundo. Conferência de Moscou 1987 O Congresso objetivou a discussão das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações, no campo da educação ambiental, e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde a Conferência de Tbilisi. Conferência Rio 92 (Eco 92) 1992 Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (Anexo) elaborado pela sociedade civil planetária. Conferência de Tessalônica 1997 Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, os temas colocados na Rio 92 são reforçados. Rio +20 2012 Além da organização logística da Conferência, o CNO Rio+20 buscou orientar e sensibilizar os 24 participantes sobre ações de sustentabilidade planejadas como parte de um processo educativo que servisse de legado intangível do evento. A Política Nacional de Educação Ambiental, Lei nº 9.795/99, foi o parâmetro legal para definir o trabalho com o público-alvo diversificado que circulou pelos espaços oficiais da Rio+20. Fonte: BRÜMER,2010 adaptado pelo autor. Desse modo a educação ambiental, está voltada a preservação da natureza e a construção de um meio ambiente equilibrado, focando na reciclagem deixando de lado o consumo exagerado. Essa conscientização sobre o consumo seria a mais importante, pois a origem de grande parte da degradação ambiental se dá como consequência da poluição e da utilização dos recursos naturais para o aumento da produção para abastecer o consumo. Segundo estudos do Índice Potencial de Consumo (IPC Maps) de 2016: “Através da análise dos dados entre 2015 e 2016, mostra que o consumo nacional tem fôlego para chegar a R$ 3,9 trilhões.” E a consequência disso, é o aumento da degradação ambiental e a utilização dos recursos naturais, para os economistas o aumento no consumo sempre é algo positivo, pois movimenta a economia do país, porém com isso, com certeza houve também o crescimento da destruição da natureza. O direito de um ambiente ecologicamente equilibrado para a as gerações futuras foi garantido na Constituição Federal Brasileira, por meio do artigo 225, caput que diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações."(BRASIL,1998). O consumo gera resíduos, poluição e degradação da natureza. Surge então uma grande questão: como diminuir o consumo? É inegável que a educação ambiental seria de fundamental importância para a criação dessa conscientização 25 sobre as consequências do consumo. Porém o grande desafio que surge se dá pelo fato de que as empresas utilizam os meios de comunicação para influenciar a população a consumir seus produtos. Com grande poder de persuasão elas instigam a população a consumir seus produtos exageradamente. Como concorrer com as propagandas? É uma concorrência desleal. São milhões de reais investidos em marketing, enquanto existe poucas políticas de incentivo a educação ambiental. Além do artigo 225, da Constituição Federal Brasileira, a agenda 21 também trata da sustentabilidade. Trata de um programa de ações que propõe um padrão diferente de desenvolvimento, conciliando a proteção da natureza, a justiça social e a eficácia da economia. Instrumentos como esses são fundamentais para encorajar a educação ambiental. O atual modelo de produção brasileiro é sustentado pelo consumo. Portanto, ressaltar as consequências dele é um grande conflito social, econômico e ambiental. Mas se não reduzirmos o consumo, como a sociedade vai garantir o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado para as futuras gerações? O desafio é aliar as políticas ambientais à educação ambiental, a fim de fiscalizar, sensibilizar governos, empresas, pessoas e a sociedade como um todo à agir em prol de um meio ambiente melhor. Entre os vários desses desafios está a compostagem dos resíduos orgânicos, que atrelada a educação ambiental pode reduzir substancialmente o envio de resíduos sólidos aos aterros sanitários e lixões. Segundo Pereira Neto, (1989 p.12), compostagem do lixo urbano é uma solução nobre, com visão de futuro, e deflagrauma bandeira onde o lixo constitui-se solução e não problema. A compostagem utiliza práticas que favorecem a transformação da matéria orgânica de resíduos em um material mais estável e passível de ser reaproveitado. Porém, em virtude do acelerado grau de industrialização das cidades e das diferentes origens dos resíduos orgânicos, torna-se então necessário ter segurança e conhecimento quanto ao reaproveitamento desses compostos produzidos a partir da compostagem. Neste sentido, é necessário que sejam desenvolvidos treinamentos para ensinar e conscientizar comunidades a fazer a compostagem de forma segura e correta, contribuindo assim com o meio ambiente por meio dessa simples técnica, mas muito eficaz. 26 3 MATERIAIS E MÉTODOS A presente pesquisa é do tipo exploratória. Segundo Gil (2008) a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o problema e tenta explicitá-lo de forma mais clara. Esta pesquisa está fundamentada nos métodos dedutivo e indutivos, o método indutivo o qual auxiliou nos trabalhos de revisão bibliográficas, desse modo se compreendeu melhor à análise dos textos dos autores que se dedicaram ao estudo da temática abordada nesse trabalho e demais autores que também, foi de grande relevância a leitura de seus escritos, portanto, o método indutivo, que cria leis a partir da observações dos fatos, partindo do particular para o universal foi utilizado para fundamentar as observações e interpretações dos elementos transformadores do meio ambiente 3.1 Área de Estudo Este trabalho foi desenvolvido no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti na Rua Raimundo Pimentel Filho s/n, bairro Nova Açailândia no Município de Açailândia. Cidade esta que se situa a 549 km de São Luís, Capital do Estado do Maranhão. Possui uma localização estratégica, no entroncamento rodoferroviário, formado pelas rodovias Belém-Brasília (BR-010) e BR-222, que liga a Belém/Brasília à BR- 316 (Pará/Maranhão), onde se formou ainda o entroncamento das ferrovias Carajás - São Luís e Norte - Sul, ligando Açailândia à cidade Imperatriz situada 80 km ao sul. O município de Açailândia está inserido na microrregião de Imperatriz, na mesorregião Oeste no estado do Maranhão, na macrorregião Nordeste do Brasil. O município tem como principais limítrofes o município de Itinga do Maranhão, ao Norte; São Francisco do Brejão e João Lisboa ao Sul; Bom Jesus das Selvas, Bom Jardim e Amarante do Maranhão, a Leste e Cidelândia, a Oeste. Conforme Figura 2 a seguir: 27 Figura 2 localizações da área - Centro de Ensino Lourenço Antônio Galletti Fonte: (Wikipédia,2019). Adaptado pelo autor, 2019 Nessa escola foi montado quatro kits de composteiras, adquirida do Instituto Casológica, financiadas pela FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão). Essas composteiras são formadas por um sistema com três caixas sobrepostas onde são depositados os restos de alimentos produzidos pela rotina escolar, e através do trabalho das minhocas e dos micro-organismos é produzido um adubo orgânico o qual está sendo utilizado na manutenção da horta dentro das escolas. 28 3.2 Materiais • 4 Kit Composteiras Casológica • 1 pazinha • 1 Balde de Plástico. • 60 Garrafas PET • 2 termômetros tipo espeto. • 2 pares de luvas de látex • 1 Carro de mão • 2 Enxadas • 2 Pás de bico com cabo de madeira • 1 Peneira para areia • 1 Pazinha para horta • 1 Rastilho • 2 Agendas • 4 aparelhos de celular • 1 Notebook • 1 Projetor digital • 700 Folders 3.3 Conscientização da Comunidade Escolar, entrega das Composteiras e Manutenção da compostagem O Projeto iniciou na prática logo após a entrega das composteiras na escola. Logo em seguida da entrega, no início do mês de março convocou-se a comunidade escolar (Professores, Diretor e Alunos) para participar de oficinas de compostagem e horticultura orgânica, no auditório do Centro de Ensino Lourenço Antônio Galletti. Esta primeira etapa de conscientização contou com a participação dos acadêmicos do curso de Agronegócio da FAVALE (faculdade Vale do Aço) de Açailândia sob coordenação do professor Bruno Meneses, onde além da palestra sobre compostagem ministrada pelo professor orientador, os acadêmicos ministraram uma oficina que ensinaram a fabricar composteiras doméstica, a partir 29 de baldes plásticos usados do tipo embalagem de margarina. Como mostra (figura 02). Figura 3 Abertura /Palestra e oficina de compostagem Fotos: Autor, março/2019. Além de fazer parte do projeto, a comunidade escolar contribuiu com a troca de conhecimento e experiências, juntamente com seus familiares que ajudaram a gerar informações e aprendizados que estão utilizados para impulsionar e fomentar a compostagem doméstica na cidade de Açailândia. Em relação aos Resíduos, é interessante ressaltar que os alunos foram ensinados a separar o resíduo orgânico do inorgânico em suas residências, e trazê- lo até a escola, depois enviado para as composteiras na escola. Esse kit composteiras é ideal para residências com 05 a 06 pessoas; é formado por um sistema com três caixas sobrepostas, as duas caixas digestoras de 60 litros cada, “onde ocorrem a compostagem dos resíduos orgânicos com as minhocas” essas caixas possuem pequenos furos no fundo, para vasar o líquido e para livre circulação das minhocas e a caixa coletora que é a menor com capacidade de 39 litros serve de base para as demais caixas e para coletar e armazenar o composto líquido também chamado de biochorume ou biofertilizante que se desintegra da matéria orgânica em decomposição nas caixas digestora. Cada kit veio contendo uma porção de minhocas do tipo vermelha californiana, cujo nome cientifico é (Eisenia foetida). Essas minhocas vieram 30 alocadas com composto orgânico em saquinhos de tecido provido de aeração, cada saquinho continha em média 200 minhocas. O processo de compostagem ocorre dentro das composteiras onde são depositados os restos de alimentos produzidos pela rotina escolar, e através do trabalho das minhocas e dos microrganismos é produzido um adubo orgânico, também chamado de composto e o biofertilzante os quais estão sendo utilizado na adubação da horta dentro da escola. Além da cantina da escola, os resíduos orgânicos reaproveitados no processo de compostagem foram provenientes também das residências dos alunos participantes, bem como fizemos coleta também na feira livre da cidade, para agilizar o andamento do projeto. O material estruturante foi coletado na própria escola, resultante dos processos de capina e varrição de folhas secas, além disso foi coletado também pó de serra de madeira natural em uma movelaria da cidade. Diariamente foi feita a manutenção das composteiras com adição dos resíduos orgânicos frescos e material estruturante como folhas secas ou serragem e semanalmente o composto era revirado para propiciar uma boa aeração e temperatura ideal, que deve ser menor que 70º Graus Celsius. A temperatura do composto dentro das composteiras foi medida com frequência com termômetro digital tipo espeto resistente á água- Ak02 Com certificado de calibração. Na fase inicial atingiu uma média de 33º C, na fase: denominada fase de maturação, a temperatura permaneceu na faixa 30 º C , na fase: denominada humificação que é a última fase da compostagem e onde o material se torna excelente fonte de nutrientes para o solo e para as plantas, a temperatura média apresentadafoi de 28 ºC. Figura 4 Fase inicial/ maturação e humificação Fonte: Autor, abril/2019 31 Para verificar a umidade nas composteiras usamos uma técnica simples, que consistiu em pegar porção do composto com a mão em luva de látex e apertar fortemente entre os dedos, quando a luva ficava levemente úmida, significava que está tudo bem, quando um pouco d'água, escorregava nos dedos significava que o composto não estava no ponto certo, ou seja atrapalhava o processo de decomposição. Nessa situação era aplicado na maioria das vezes serragem fina de madeira natural seca, para equilibrar a umidade. Quando o composto orgânico atingiu a fase de humificação foi retirado das caixas cuidadosamente para não agredir as minhocas. As composteiras foram levadas para um local ensolarado ou com muita claridade para que as minhocas se escondessem na parte mais profunda das caixas, e assim não fossem removidas junto com o composto. No mês de maio retiramos e armazenamos o composto orgânico no chão em local sombreado, em média foi coletado 20 kg por caixa. O biofertilzante ou biochorume; é outro produto gerado no processo de compostagem; a coleta desse líquido ocorreu quinzenalmente o qual armazenamos em garrafas PET, para utilização na horta juntamente com o composto sólido. No período de abril a maio coletamos em média 4 litros de biofertilzante por kit., totalizando 16 litros no período. A figura 05 apresenta composto orgânico na fase final e o biofertilizante. Figura 5 Composto orgânico e biofertilzante Foto: Autor. abril/2019 32 Os restos de alimentos antes de ser postos nas caixas digestoras eram picotados o máximo possível para facilitar o processo de compostagem. 3.4 Avaliação da Qualidade do Resíduo Líquido e Sólido da Compostagem O resíduo líquido e o sólido gerado nas composteiras foram analisados ao final da compostagem; de acordo com os Métodos da Embrapa (2009) e MAPA (2007) para caracterizar a quantidade de Nitrogênio, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Sódio, Zinco, Ferro, Manganês, Cobre, pH (água), densidade Condutividade elétrica, Acidez, Alumínio e de metais potencialmente tóxicos (Cd, Cu, Cr, Pb, e Zn) em extrato nitroperclórico com quantificação por espectrometria de emissão atômica. Essa análise seria realizada no Laboratório de Química Ambiental da UEMASUL (Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão) , no campus de Imperatriz. Mas por indisponibilidade de profissionais habilitados, as amostras foram encaminhadas para o Solocria Laboratório Agropecuário Ltda. em Goiânia- GO. Os resultados dessa análise serão apresentados no tópico 5 (Resultados e discussão). 3.5 Cultivo e manutenção da horta na escola. Uma horta orgânica não é apenas um sistema de cultivo sem o uso de adubos químicos e agrotóxicos. É um modelo que utiliza mecanismos de desenvolvimento limpo, saudável, que provém de um sistema de cultivo que observa as leis ambientais; e todo o manejo agrícola está baseado no respeito ao meio ambiente e na preservação dos recursos naturais e o aumento da biodiversidade. O solo é à base da produção agrícola orgânica; a nossa horta seguiu esses preceitos, com uso do solo da própria escola, o qual foi arado com enxada, desmanchado os torrões e peneirado para extrair o excesso de pedras e os resíduos sólidos não orgânico em geral presentes no local, depois foi adicionado o composto orgânico produzido nas composteiras. Este trabalho foi realizado pelo pesquisador com a participação dos alunos da turma de 1º ano, bem como um funcionário da 33 escola. Na (figura 06) apresenta algumas etapas da horta como adubação, plantio e produção. Figura 2 Etapa na horta orgânica/ Adubação, plantio e produção Fotos: Autor, junho/2019. A maior eficiência do composto orgânico é obtida quando ele é utilizado após o término do processo de compostagem. O composto orgânico foi incorporado ao solo quinze dias antes do plantio. A quantidade do composto orgânico aplicada no solo da horta, variou de acordo com a exigência nutricional de cada tipo de planta cultivada. As espécies cultivadas na horta da escola foram: Alface (Lactuca sativa L.), Coentro (Coriandrum sativum), Cebolinha (Allium schoenoprasum), Tomate cereja (Solanum lycopersicum var. cerasiforme) e pimenta malagueta (Capsicum frutescens). O Maxixe Liso Jaiba, (Cucumis anguri), uma das espécies que foi mantida, o qual naturalmente germinou na horta, de sementes provenientes do próprio composto orgânico. A produção da horta foi utilizada na cozinha da escola e servida para complementar a merenda escolar. 34 3.6 Divulgação do projeto como educação ambiental. O projeto foi apresentado em cinco escolas da cidade, com intuito de propagar a educação ambiental, alertando assim as pessoas que é possível contribuir com o meio ambiente por meio de ações simples, mas sustentável que é o caso da compostagem. Bastante aplaudido o projeto em todos os locais onde foi apresentado, por ser uma ideia pequena, mas que trazem resultados grandiosos. No Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti, local onde o projeto está sendo desenvolvido, tivemos a participação de 100 alunos das do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio regular. Além do CE Lourenço Galletti, apresentamos o projeto no Centro de Ensino Professora Norma Suely Mendes, com a participação de 40 alunos do ensino médio da EJA 1ª etapa e 50 alunos do 3º ano do ensino médio regular. Na escola Municipal Tânia Leite, participaram da palestra 60 alunos do ensino fundamental das séries 8º e 9º anos; na escola Municipal Leônidas Clemente de Morais tivemos a participação de 46 alunos das séries 6º, 7º, 8º e 9º ano e na Escola Municipal Gonçalves Dias. Tivemos a participação de 60 alunos do 4º e 5º ano, totalizando 356 participantes. Figura 3 Apresentação do projeto no CE Professora Norma Suely Foto: Autor. junho/2019. 35 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES. O processo de compostagem ocorre dentro das composteiras onde são depositados os restos de alimentos resultante da merenda escolar, e através do trabalho das minhocas e dos micro-organismos é produzido um adubo orgânico de qualidade e nutritivo também chamado de composto e o biofertilzante os quais estão sendo utilizado na adubação da horta dentro das escolas. A seguir apresentamos uma tabela com o resultado da análise. Tabela 2 Resultado da análise do composto orgânico (material seco e líquido) RESULTADO DA ANÁLISE COMPOSTO ORGÂNICO (Material seco) e ADUBO LÍQUIDO. N............................................(g/Kg): 12,0 P2O5 ...........................Total (g/Kg): 6,0 K2O.......................................(g/Kg): 9,0 Ca..........................................(g/Kg): 11,0 Mg.........................................(g/Kg): 1,3 Cobre.................................(mg/Kg): 70,0 Ferro..................................(mg/Kg): 6300,0 Manganês...........................(mg/Kg): 160,0 Zinco...................................(mg/Kg): 150,0 C.Elétrica...........................(mS/cm): 0,60 Chumbo..................................(ppm): 0,01 Cadmio...................................(ppm): 0,01 Cromo.....................................(ppm): 1,20 Sódio....................................(mg/Kg): 280,0 Ph.......................................................: 8,24 (Adubo líquido) Densidade..(g/mL): 0,99 * N, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn, Zn, B, Co e Mo - Teores Totais; * pH em H2O na relação 1 : 2,5.Fonte: Solocria adaptado pelo autor, 2019. A elevação da temperatura é um dos fatores de grande relevância no processo de transformação da matéria orgânica, pois é a temperatura do ambiente 36 que reflete o processo de decomposição do material compostado pelos microorganismos decompositores. A temperatura do composto dentro das composteiras na fase inicial atingiu uma média mais elevada cerca de 33º C, na fase: denominada fase de maturação, a temperatura permaneceu na faixa 30 º C , na fase: denominada humificação que é a última fase da compostagem e onde o material se torna excelente fonte de nutrientes para o solo e para as plantas, a temperatura média apresentada foi de 28 ºC. Na última fase percebemos uma queda na temperatura, isso sinaliza boa qualidade do composto significa que está pronto para o uso. Em todas as fases da compostagem a temperatura atingiu médias aceitáveis sempre inferior a 70º graus. No quadro abaixo apresentamos uma lista de materiais que segundo as pesquisas, são mais ricos em nitrogênio e carbono. Quadro 1 Resíduos ricos em nitrogênio e os ricos em carbono Verdes (Ricos em Nitrogênio) Marrons (Ricos em Carbono) Folhas verdes Serragem de madeira Restos de frutas e verduras Grama Papelão Folhas secas Plantas novas e as partes novas das plantas Papel de jornal Resto de comida Restos de poda Borra de café, chá Fonte: elaborado pelo autor,2019. Como podemos observar, os alimentos ricos em nitrogênio são classificados como “verdes” e os alimentos ricos em carbonos classificamos como “marrons”. Para obter melhor resultado no nosso composto, adicionamos serragem de madeira natural para equilibrar a umidade e aumentar o teor de carbono no composto. Pois a maior parte dos resíduos utilizados são enquadrados como verde 37 ricos em nitrogênio. Segue abaixo uma tabela com os principais resíduos usados na compostagem: Tabela 3 Restos de alimentos reaproveitados nas composteiras. Restos de alimentos reaproveitados nas composteiras Espécies Local de coleta Melancia Feira Palha de milho verde Feira Palha de feijão verde Feira Uva Feira Mandioca Feira Abóbora Cozinha da escola. Casca de banana Cozinha da escola Coentro e cebolinha Cozinha da escola/Residências de alunos Maxixe Feira/Residências de alunos Tomate Cozinha da escola/Feira/Residências de alunos Repolho Cozinha da escola/Feira/Residências de alunos Batata Cozinha da escola/Feira/Residências de alunos Alface Cozinha da escola/Feira/Residências de alunos Elaborado pelo autor,2019 A análise demonstrou que alguns macronutrientes no composto orgânico apresentou baixos teores como o de Nitrogênio, Fósforo e potássio. As percentagens de N-P-K no composto orgânico acabado foram relativamente baixas, mas o benefício trazido por elas acontece devido à liberação de nitrogênio e fósforo no solo em proporções que, podem ser sintetizadas pelas plantas. Quanto aos micronutrientes destaca-se os altos valores de cobre e ferro (70 mg/Kg e 6300 g/Kg respectivamente) que são tóxicos em excesso. Mas como o composto foi misturado ao solo na proporção 2kg / m², os altos terrores desses elementos não prejudicaram as plantas ao contrário nutriram. O composto 38 apresentou Ph alcalino de 8,24 o que contribui para neutralização do Ph ácido do solo. A produção da horta implantada não foi tão expressiva, como também não teve retornos financeiros, visto que era um espaço pequeno; mas contribuiu imensamente com a escola, uma vez que sua produção é toda destinada à merenda dos estudantes. Dentre as espécies colhidas, estão a Alface (Lactuca sativa L.), Coentro (Coriandrum sativum), Cebolinha (Allium schoenoprasum). Além disso conseguimos conquistar através deste projeto a promoção da valorização do meio ambiente visando sustentabilidade e economia, e a possibilidade do aprendizado sem valor comercial. Com a implantação desta horta através do projeto “A compostagem aplicada como ferramenta de educação ambiental - Uma experiência prática no Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti no município de Açailândia.”, trouxe benefícios como o aprendizado pessoal, bem como mostrou benefícios sociais dentro dos pilares da sustentabilidade, entendendo que o uso desenfreado de hoje é a falta de recursos naturais amanhã. A divulgação do projeto, por si só já se configurou como conscientização ambiental, em todas escolas que apresentamos o projeto, todos os participantes deram muita atenção ao nosso trabalho. Em uma dessas escolas tomaram a iniciativa de montar um sistema de compostagem para atender a horta que já existe na escola com adubo de qualidade. O projeto contou com a elaboração de um folder a “Arte da Compostagem” que foi necessária para subsidiar o desenvolvimento do projeto de educação ambiental, onde é ensinado para os educandos transformarem o resíduo orgânico gerado na cozinha do colégio em húmus através de vermicompostagem, isto é, com o uso de minhoca californianas que acelera o processo de decomposição dos restos de alimentos. As apresentações assim como o folder traz o assunto de forma bastante clara, com uma linguagem simples e didática, facilitando a compreensão do educando e favorecendo a melhoria do processo de ensino aprendizagem. Embora que de forma ínfima este projeto veio contribuir para diminuir o volume de lixo enviado ao lixão da cidade; disseminou de modo didático a concepção do pensamento ecológico para crianças, jovens e adultos; e promoveu os primeiros passos para iniciar o Projeto de Compostagem Doméstica. 39 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esse projeto com composteiras doméstica mostra que é possível contribuir com Meio Ambiente, dando uma destinação correta aos resíduos orgânicos domésticos, o que visa diminuir consideravelmente o volume de lixo enviado aos Aterros Sanitários e/ou lixões. Utilizando uma simples técnica pensada para pequenos espaços, como por exemplo em apartamentos e ao mesmo tempo que se faz o manejo correto dos resíduos orgânicos produz-se adubo de qualidade para o plantio de hortaliças que a ser consumida gera restos que volta novamente para a composteira fechando infinitamente o ciclo dos resíduos orgânicos. Pesquisa como essa, veio para incentivar a formulação e implementação de práticas voltadas a gestão ambiental na comunidade escolar; bem como disseminar de modo didático a concepção do pensamento ecológico para crianças, jovens e adultos. Além de promover hábitos alimentares mais saudáveis e impulsionar o descarte adequado de outros resíduos; vem também estimular o plantio urbano e resgatar a conexão com a natureza, além de conscientizar sobre problemas e soluções no meio ambiente Enfim, uma série de outros benefícios foram alcançados com esta pesquisa, como por exemplo a inserção do Centro de Ensino Integral Lourenço Antônio Galletti no Rol de Instituições do Continente que participam de Editais da Fapema e executam pesquisas de grande impacto para a Sociedade; além de fortalecer uma linha de pesquisa voltada para a Produção Orgânica de Alimentos; bem como fornecer subsídios científicos e práticos para inserir os Estudantes da Educação básica em temáticas relacionadas a resíduos sólidos e preservação ambiental. 40 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2014. São Paulo 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 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