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Prova 1º BM - Família_Parental_Casamento (1)

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Direito de Família
Com as diversas mudanças sofridas no entendimento de entidade familiar após o Estado social ao longo do século XX, a família patriarcal tida como modelo desde o período colonial entrou em crise com os valores introduzidos pela constituição federal de 1988. Deste modo, concepção de família atualmente está intimamente atrelada à afetividade. Assim, haverá família, unida por liberdade e responsabilidade, com a consolidação na simetria, colaboração e comunhão de vida.
Família não é só aquela constituída pelo casamento, tendo direito todas as demais entidades familiares socialmente constituídas;
Família não é célula do Estado (domínio da política), mas da sociedade civil, não podendo o Estado tratá-la como parte sua.
Sob uma perspectiva jurídica, a família é feita de duas estruturas associadas: os vínculos e grupos. Os vínculos podem ser: vínculos de sangue, vínculos de direito e vínculos de afetividade. A partir dos vínculos, compõem-se os grupos: grupo conjugal, grupo parental (pais e filhos), grupos secundários (outros parentes e afins).
Conceito
Complexo de normas que regula e disciplina as relações interpessoais do homem e da mulher, assim como, os reflexos decorrentes do vínculo de parentesco.
Atualmente, o direito de família brasileiro abrange as matérias:
O direito das entidades familiares, que diz respeito tanto ao matrimônio quanto aos demais grupos familiares;
O direito parental, relativo às situações e relações jurídicas de paternidade, maternidade, filiação e parentesco;
O direito patrimonial familiar, relativo aos regimes de bens entre cônjuges e companheiros, ao direito alimentar, à administração dos bens dos filhos e ao bem de família;
O direito protetivo, relativo à guarda, à tutela, à curatela e aos sujeitos vulneráveis (criança, adolescente, idoso, vítimas de alienação parental, etc.).
Contexto histórico brasileiro
- Direito de Família Religioso; (1500- 1889) - Canônico.
- D. de família Laico; (1889- 1988) - Ruptura entre igreja e Estado. III - D. de família Constitucionalizado (1988- 2002)
Família
Origem: “Famulus”
Contexto Histórico Antes da CF/88
AULA 02 - 08/08/2019
Tem-se com o passar do tempo o alargamento do conceito de família. A visão constitucional e protecionista permitiu que este fato acontecesse.
Depois da CF/88
– Isonomia de Tratamento entre as entidades faniliares: proteção às famílias constituídas
Obs.: A família monoparental (formada por um dos seus ascendentes e seus descendentes) recebe proteção e amparo legal, art. 226, p. 4º.
- Isonomia entre o casal; - art. 226, p. 5º - pensado para não se ter diferenciação entre as responsabilidades do pai e mãe baseado em seus gêneros. Ambos devem contribuir na assistência material e moral para a criação dos filhos. Tem-se regras próprias, onde se coloca na balança a possibilidade econômica de quem paga, necessidade de quem pede e proporcionalidade entre o que se tem e o que vai ser oferecido. A obrigação é contínua e o desemprego não justifica a isenção de pagamento da pensão alimentícia. O juiz pode determinar um prazo para que a pensão alimentícia seja ofertada.
- Igualdade entre membros da família; - isonomia entre os filhos legítimos, ilegítimos e adotados. Em regra geral, todos os filhos têm direito ao mesmo quinhão (quantia), mas há os casos de tratar os desiguais na medida de sua desigualdade a serem considerados. A adoção antes era apenas para satisfação dos interesses do adotante, o adotado não tinha qualquer direito, sobretudo a pensão. 
Obs.: Não se é realizado mais adoção mediante escritura pública, somente dentro da legalidade.
A multiparentalidade não acontece somente dentro dos parâmetros legais, mas também morais e afetivos. A socioafetividade somente é considerada no direito de família, a mesma lógica não é seguida pelo direito de sucessões. Ou seja, se é dado um auxílio financeiro e afetivo a alguém que se considera emocionalmente da família, não significa dizer que se vá receber um quinhão da herança.
- Facilitação e ampliação para dissolução do casamento. - Concessão do Divórcio.
Obs.: Não se deve fundamentar ações e recursos com base da lei nº 6.515/77, chamada Lei do Divórcio, pois já se considera a constituição federal e a EC nº66/10.
Não se discute prazo e nem culpa para realizar o divórcio com a emenda constitucional de 2010.
Família
Conceito
Sentido amplo: consiste no agrupamento de pessoas socialmente e culturalmente que tem por finalidade alicerçar as estruturas da sociedade. O entendimento de pertencer a uma família é a base da sociedade.
	Sentido estrito/limitado: formada por pessoas ligadas pelo vínculo do afeto.
Espécies de formação de família:
- Casamento Civil (art. 1511 e seguintes): dirigida pela legislação civil com fundamentação a partir do art. 1.511 ao 1.514 do CC.
- Casamento religioso com efeitos civis (art. 1515 e 1516): casamento religioso (toda e qualquer religião, sem limitações) com necessidade de se ter regramento civil. Os requisitos para se ter efeitos civis são: Processo de habilitação e Registro do acontecimento. Deve-se ter certidão da ocorrência do casamento e entrada do documento no cartório.
- União Estável: todas as relações de união estável antes da constituição de 1988 eram chamadas de relações concubinárias e em caso de dissolução resolvia-se com direito das obrigações ou direito do trabalho. A divisão foi necessária para a concessão de direitos das relações pura e impura.
OBS: Antigamente era chamado de concubinato puro - sem impedimentos para casar, como dois viúvos, solteiros e desimpedidos. A constituição federal de 1988 transformou o que se conhece por concubinato puro para União Estável. O art. 1723 traz três requisitos para se considerar como união estável.
	● Concubinato Impuro - atualmente o código cita no artigo 1727 do CC. São as famílias paralelas e simultâneas, o que se conhece como Amantes. Não tem legislação positivada, mas há julgados com a intenção de conceder direitos sob o fundamento da boa fé para a/o amante (por exemplo se a terceira pessoa sabia ou não que era amante no caso). Enquanto que os filhos do casamento possuem direitos, em virtude de não se ter diferenciação entre os membros da família.
AULA 03 - 20/08/19
– Monoparental: é aquela família formada por um dos seus ascendentes e filhos. Ex.: pai solteiro; mãe solteira; mãe viúva. Não possui regime jurídico próprio, mas em virtude de ser um cenário fortemente presente na realidade brasileira, recebe amparo do direito de família, como a impenhorabilidade do bem de família tido como moradia.
As demais espécies têm fundamentação doutrinária.
5 - Anaparental: constituída por pessoas, parentes ou não, que convivem com interindependência afetiva, sem a chefia de pai e de mãe. Contudo, sem qualquer finalidade sexual. Como por exemplo, no caso de quem compartilha afeto, tem-se as famílias formadas por netos e avós; no caso de sem afeto envolvido, amigas que se unem para dividir as contas e a residência. Fatores que serão levados em consideração é a relação socioafetiva e assistência, enquanto que, o tempo não é um fator determinante e a durabilidade não importa nesta questão familiar.
Não se indeniza afeto. É diferente de se falar quanto às relações de noivado e casamento, onde tem envolvida uma questão material daquilo que se estava construindo para se ter uma vida a dois.
– Mosaico: junção de várias peças em uma só - entende-se no contexto de família de relações anteriores que foram reconstruídas.
"Meus filhos, teus filhos, nossos filhos". Juridicamente, são irmãos e possuem uma relação socioafetiva, onde não podem casar.
Em relação a herança, multiparentalidade dá direito quando se tem registro, mas não o impede de alegar o afeto com testemunha das partes, documentos da relação, seguindo os requisitos de tratamento, reputação ou fama (como a sociedade vê esta relação) e nome (quando se atribui nome ao registro). Quando se perfilha (adoção socioafetiva) dá direito,são os casos de adoção, adoção à brasileira e consideração afetiva.
Assim, família mosaico é aquela formada pela união de tantas outras entidades familiares desfeitas e recompostas.
- Poliamor/poliafetividade: família formada por duas ou mais pessoas que recusam o princípio ou valor da monogamia, se interrelacionam afetivamente e sexualmente com fins de constituição de família e assistência mútua. Ninguém vive neste caso na obscuridade. Em caso de um não saber do outro, é um caso de família paralela.
Não é considerado entidade familiar juridicamente. Não se tem respaldo legal.
- Homoafetiva - presente em casamento civil, casamento religioso com efeitos civis e união estável. Possui todos os mesmos efeitos.
AULA 04 - 20/08/19
Princípios
– Dignidade: definição complexa, pois traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, seus aspectos pessoais e patrimoniais indispensáveis à subsistência. Dentro desse contexto, está a família que converteu-se para se tornar o espaço de realização pessoal do homem. Portanto, toda a conduta que trata o homem como objeto, coisificando-o viola a dignidade.
– Solidariedade: significa o amparo e assistência moral e material recíproca dos integrantes de uma família. Podemos encontrar a incidência deste princípio nos artigos 1.511 e artigo 1.694, CC, como exemplo podemos citar a questão de pensão alimentícia, onde haverá a assistência entre os familiares conforme houver a necessidade.
Outro exemplo é o caso de divórcio, onde um dos cônjuges abrir mão de pensão alimentícia, após 10 anos do trânsito em julgado da decisão, o cônjuge que abriu mão da pensão pode pedir ao ex cônjuge levando-se em consideração que estabelecer o casamento é também estabelecer uma assistência mútua. Sempre deve-se atentar a necessidade de quem pede, possibilidade de quem paga e razoabilidade na relação.
– Igualdade: este princípio trouxe a “certidão de óbito” da família tradicional e conservadora diante da atribuição de isonomia de tratamento entre as famílias, bem como, os membros que integram esta família. O modelo único matrimonial e patrimonial é deixado de lado e o contexto social traz novas formas de relação com a necessidade de se ter uma isonomia entre as formas de família e os membros desta. Coloca em mesmo patamar os tipos existentes no código civil e na doutrina.
– Liberdade: também é considerado um direito fundamental, pois diz respeito à liberdade de escolha, autonomia de constituir, manter e extinguir uma entidade familiar sem a interferência estatal.
– Afetividade: Namoro não é relação jurídica, diferentemente do término de um noivado que teve todo um investimento para realizar a festa de casamento, logo, se tem um dano material. Afeto não se indeniza, pois o amor é indenizável, mas os efeitos da relação jurídica sim.
Não podemos esquecer que antes de qualquer situação jurídica, o conflito familiar é afetivo, é relacional, que precisa de orientação. O afeto por si só, como fenômeno social, não gera qualquer obrigação de ordem pessoal ou patrimonial, porém uma vez construída a relação jurídica surtirá todos os seus efeitos.
- Melhor interesse do menor (criança) : supraconstitucional advindo de um entendimento na ONU inserido pelo ECA e CC no ordenamento jurídico brasileiro. Logo, este princípio procura atender com prioridade os interesses do menor para priorizar seus direitos ainda que em detrimento da vontade do pai e da mãe.
- Pluralismo familiar: este princípio encontra amparo nos princípios da igualdade e liberdade, eis que as entidades familiares são juridicamente iguais e os seus integrantes são livres para constituí-las. É o leque de opções que se tem atualmente as entidades familiares que se pode escolher. Atualmente, se tem liberdade nas opções que se pode constituir.
AULA 05 - 23/08/19
Direito Parental (arts. 1591 e seguintes) Relações jurídicas: 
- Preciso de um vínculo de parentesco para estabelecer uma relação jurídica, pois preciso saber primeiro se eu tenho aquele elo parental.
- Os vínculos do parentesco também somatizam no direito patrimonial
- Diante da necessidade do estabelecimento de elo, preciso verificar quais são as relações jurídicas que temos.
1) Parentesco → só estabeleciam vínculo pros filhos vindos do casamento, então o conceito de filiação consanguínea era limitado, era afunilado somente para esse tipo de parentesco. Hoje não se tem mais só uma filiação consanguínea, se estende isso pra uma filiação civil e social. OBS1: relação jurídica de parentesco subdivide-se em:
Consanguinidade: parentesco que deriva da relação de sangue. 
a.1) Linhagem Reta → é um vínculo, um elo que liga uma pessoa à sua ascendência comum. Toda vez que se fala da linhagem reta, se fala de pessoas que sempre vão descender uma das outras, levando em consideração a ascendência e descendência. 
Toda linhagem reta é ilimitada, independentemente do número de geração, eu não perco o parentesco com ela (art. 1591). Tem como característica a ilimitação, pois são pessoas que descendem umas das outras, levando em consideração a ascendência e a descendência.
a.2) Linhagem Colateral → a primeira característica é que ela é limitada. Tenho primeiro que subir e achar um progenitor comum, para então descer e estabelecer o parentesco.
Colateral de segundo grau: são os irmãos, porque eu subo de primeiro grau pra mãe e desço de segundo grau pro irmão.
Tios e sobrinhos: colateral de terceiro grau
Primo: quarto grau
OBS: O parentesco fica vinculado ao quarto grau.
Arts. 1592, 1593 e 1594.
Filiação civil: é o parentesco que decorre de uma ação civil onde as partes almejam uma sentença constitutiva de direito, por exemplo a adoção. OBS2: adoção à brasileira não é ilegal por causa do ato nobre.
Filiação social: é aquela que advém da biogenética, do biodireito, traduzida da reprodução medicamente assistida
2) Relação jurídica conjugal: o casamento/união estável constitui-se como um negócio jurídico, um contrato, de direito de família que também implica em direitos e deveres de ordem pessoal e patrimonial, por exemplo, uso do nome, regime de bens (é facultativo para ambos os lados. E em caso do nome, caso houver divórcio, opta-se por continuar com o sobrenome).
OBS: em ação de divórcio, pode-se cumular os pedidos de dissolução de casamento/união estável, partilha de bens, guarda dos filhos, regulamentação de visitas, fixação de alimentos, etc… É uma opção, mas podem ser ações autônomas e independentes.
Extensivo ao casamento, união estável, heteronormatividade e homoafetividade.
3) Relação jurídica por afinidade/afins (art. 1595): todo vínculo que uma pessoa tem com os parentes do cônjuge ou do companheiro. Na linha reta, tem a característica de ser ilimitada, sogros e etc… Enquanto que os colaterais, tem os cunhados. Uma vez sogro, sempre sogro, independente da dissolução do casamento. Há a cumulação de sogros. Art. 1793, CC 
AULA 06 - 27/08/19
Casamento (Art. 1.511)
Natureza jurídica: atribuia-se por influência do código napoleônico que o casamento nada mais era do que um contrato, onde a vontade tinha uma relevância e significativa. Em um segundo momento, a natureza jurídica já se adequou a um tratamento mais social e preocupada com a população, assim, a intervenção estatal se fazia presente, não se levava mais em consideração a vontade e sim a instituição como um conjunto de regras. E a partir do momento que havia a concordância do particular perante ao juiz surgia um contexto. Atualmente, é dependente de ambas as situações, como a vontade e institucional.
Conceito: é um contrato bilateral complexo de direito de família em que estabelece a junção da vontade com o elemento institucional.
1) Contratual → influenciada pelo código napoleônico, atribuía que o casamento era um contrato, que se valia pela vontade da parte de contrair, mantê-lo e extingui-lo. Pouco importava a atuação do Estado, a vontade individual era o elemento condutor. OBS: sob influencia do código napoleônico, esta natureza jurídica revela queo casamento é um mero contrato cuja celebração, eficácia e até mesmo a sua extinção dependam da vontade das partes.
2) Institucional → deixa de ser liberal e se torna um pouco mais social, onde a intervenção do estado se torna presente. O elemento condutor não é mais a vontade e sim a instituição, é um conjunto de regras que determinam a vida social e pessoal. OBS: influenciada pelo código italiano, o casamento tem o caráter de instituição, pois representa um conjunto de regras impostas pelo Estado, do qual o homem não pode simplesmente se afastar.
3) Eclética ou mista → é dependente da junção das duas, não funciona sozinho em nenhuma nas outras duas, hoje em dia é mista, portanto depende tanto da vontade quanto do elemento institucional do Estado. A vontade da pessoa de contrair o casamento deve ser licita e volitiva, já não pode mais ser forçada, dependo também que a autoridade competente chancele. O casamento valido se dá com a união desses dois elementos. OBS: é uma natureza jurídica complexa, pois une elemento da vontade + elemento institucional.
ESPÉCIES:
1) Casamento civil (art. 1.511 e seguintes): regido pela legislação civil.
Obs.: Atentar ao artigo 1.514 - se trata de o plano de existência do casamento. Atualmente, se tem dois pressupostos para a ocorrência do casamento, sendo eles: a manifestação da vontade pelo casal de realizar o casamento e a validação pela autoridade (juiz).
2) Casamento religioso com efeitos civis (art. 1.515 e 1.516): a primeira forma de casamento no Brasil era o casamento religioso, o qual perdurou durante muito tempo em virtude da influência católica enraizada no país. Isso deixou de acontecer quando o Estado rompeu barreiros com a Igreja e se concretizou com a proclamação da república. O decreto lei 181 possibilitou o casamento civil no brasil, o qual ficou por muito tempo sendo a única forma de casar. Hoje em dia pode ter casamento religioso em qualquer religião, obedecendo aos dogmas de cada uma delas, mas para dar vida civil nelas, preciso necessariamente passar por um processo de habilitação e depois registrar esse casamento.
	- Processo de Habilitação (art. 1.525 até 1.532, CC): o processo de habilitação é necessário no casamento civil e religioso e serve para fazer uma varredura na vida pessoal, procurando saber se a pessoa é casada, divorciada, se tem relação com a pessoa com quem vai casar, etc. Além de ser este o momento de decidir se vai adotar o nome do cônjuge, o regime de bens, etc. No casamento religioso, tem um curso de noivo com duração de 3 dias e recebe a certidão de que se está apto para casar. Se quiser casar no civil paralelamente, o escrivão do cartório dará uma certidão que valerá 90 dias e terá a possibilitar de casar durante este período. Antecipadamente, tem-se que fazer o processo de habilitação. A data do casamento será a data da celebração. Em se tratando de passar o prazo de 90 dias, não há prorrogação, a penalidade é ainda poder fazer o registro, mas terá que fazer o processo de habilitação novamente, se responsabilizando pelas custas.
	- Registro: em cartório, ele da uma certidão de 90 dias que da a possibilidade de casar dentro do código. A data do casamento vai ficar como a data da celebração. Se passar os 90 dias tem que passar de novo pelo processo de habilitação. 
3) Casamento Nuncupativo (art. 1.540): casamento informal, no viva voz, no extremo. É a exceção, porque esse casamento vai contra o que o próprio casamento prega. É na presença de 6 testemunhas, sem juiz, desde que uma das partes se encontre em iminente risco de vida, mas em juízo perfeito, a pessoa não está em coma, a vontade precisa ser clara, limpa e desembaraçada. As 6 testemunhas escutam a vontade de casar, sem o juiz presente, tomado por termo elas levam no judiciário e ai então o juiz abre o processo de habilitação, para aferir se eu realmente não podia casar nos moldes normais, é uma situação muito extrema diante da possibilidade de morte iminente, parte da premissa que a pessoa não vai sobreviver, e o casamento sujeito a uma habilitação posterior terá a sua ratificação posterior. Se a pessoa morre no decorrer desse processo ele tem efeito retroativo (da data que ocorreu o casamento), erga omnes e para todos os efeitos estarei casada. A partir do momento que as testemunhas levam pro conhecimento do juiz, ele abre o processo de habilitação e pode vir a ratificar esse casamento.
4) Casamento por Procuração (art. 1.542): a procuração deve ser pública, especificada para o ato de casamento, formal e realizada em cartório. Além disso, pode ser realizado o divórcio por procuração nos mesmos moldes. Só ocorre quando é um divórcio consensual, pois o litigioso possui trâmites diferenciados e burocráticos. Pode divórcio por procuração também, caso seja amigável, porque o divórcio litigioso tem um tramite diferenciado. Qualquer pessoa pode ser a procurada, tanto no casamento quanto no divórcio.
5) Casamento consular (art. 1.544): A regra geral é que o casamento do estrangeiro será regido pela lei do lugar onde realizou o casamento. Contudo, o brasileiro tem a chance de optar se casa sob a legislação do país do estrangeiro ou pela legislação brasileira. Se opta pela legislação nacional, este casamento deverá ser celebrado perante um agente diplomático ou consular, desde que ambos os noivos sejam do mesmo país. A ressalva que a legislação nacional faz, no artigo 1.544 do CC é que uma vez retornando ao Brasil deverão as partes, no prazo de 180 dias registrar este casamento.
6) Casamento Putativo (art. 1.561): daqui vem as famílias paralelas, é dada para justificar as presenças das famílias paralelas, o casamento putativo é aquele casamento contraído de boa fé, por isso, existem diversas relações que contam com amantes de boa fé, onde as partes e terceiros reputam que seja válido. É o caso de estar casada por 40 anos com uma pessoa e descobrir que ela já tem um casamento firmado. Logo, se entra com uma ação ordinária de nulidade de casamento e em tese deveria extinguir os efeitos atrelados ao casamento acerca de alimentos, divisão de bens e uso do nome, mas não se faz em diversos casos em virtude da relação de longa duração e consequente dependência por questões principiológicas. Assim, é uma ação de boa fé por reparar a falha cometida. Sabe-se que a sentença que tornar nulo um casamento, tornará nula também a relação jurídica assim como os efeitos do casamento. Daí o surgimento da putatividade para emprestar validade ao casamento até o dia que a sentença o declarará nulo ou anulável, no intuito de reparar a falha de ignorância.
Ex.: a mulher casa com um homem porém ele é casado e tinha uma vida dupla, no entanto ela não sabia, portanto, o direito irá reparar financeiramente esta mulher pois ela teve boa fé, não sabia que o homem era casado.
Não é comum, geralmente se entra com uma ação de divórcio.
Obs.: Não esquecer que o divórcio só permite o casamento de ocorrer novamente no âmbito civil, afinal, a igreja não aceita o divórcio, apenas a ação de nulidade de um casamento onde o indivíduo retorna ao status quo. 
O casamento será nulo, terá nulidade, porém, o processo é mais denso do que o divórcio, mas muita gente prefere a nulidade so para ter no estado civil "solteiro" após a nulidade, em vez de "divorciado", após o divórcio. A nulidade do casamento da outra esposa que casou primeiro também é permitida caso queira.
• Ação ordinária de Anulidade: art. 1550 e seguintes.
Processo de habilitação - art. 1.525 até 1.532, CC
1) Publicização do casamento: deve-se buscar o cartório de casamento, definir a disponibilidade de data e horário e a partir daquele momento se faz o processo de habilitação onde o próprio escrivão pedirá um rol de documentos para permitir que ocorra o casamento. É uma postura preventiva do Estado para não existir vícios neste casamento. O processo de habilitação é o momento de opor impedimentos para que este não ocorra, inclusive no momento da celebração na frente do padre ou juiz.
Serve como forma preventiva de impedimentofuturo do casamento, no fórum, por exemplo, tem editais pregados com os casamentos que vão ocorrer em tais dias no civil, com o intuito de que a população leia e, caso haja impedimento, devem colocar no processo de habilitação o erro, não no meio de uma cerimônia civil. Por exemplo se alguém ja for casado e esteja casando de novo.
Caso o processo de habilitação falhe, o Estado atua de maneira repressiva ao oportunizar as ações ordinária de nulidade (1.521 e 1.548) ou uma ação ordinária de anulabilidade (art. 1.550 e seguintes) para não permitir que o casamento ocorra com vícios. Se, mesmo assim, passar como o caso da ocorrência de casamento putativo, é possível realizar a nulidade do casamento ou divórcio.
2) Escolha do regime de bens: é o momento de se firmar o pacto antenupcial. Nesse documento de habilitação que deve ser juntado o pacto antenupcial que se trata de uma escritura pública, é anexado aos documentos de habilitação.
3) Adoção do nome de casado: escolher se quer adotar o nome de casado ou não. é também na fase de habilitação que podemos ESCOLHER se queremos adotar os nomes de casados ou não, sendo que a mulher podendo escolher o do homem e o homem também podendo escolher o da mulher, caso queira. Atualmente a liberdade de escolha é muito maior. A flexibilidade dependerá do cartório, cada cartório adota uma medida diferente, se você adotar somente o último nome ou so o do meio, o qual sobrenome você preferir. E mudando teu nome terá que alterar todos os documentos, é um gasto a mais, não se pode ficar sem alterar os nomes nos documentos pois acarretará em falsidade ideológica o nome de solteira. Atualmente, se tem maior liberdade de escolha para tal.
Ação ordinária de Nulidade: art. 1521 até 1548.
Quando se fala em ação ordinária de nulidade do casamento o artigo a ser tratado é o 1.548 do CC. Enquanto que de maneira rigorosa, o art. 1.521 traz hipóteses absolutamente impeditivas de se realizar o casamento. Os impedimentos podem ser identificados e causarem consequências no momento do processo de habilitação ou posteriormente.
Impedimentos (art. 1.521): pode ser que o processo de publicização seja falho e o estado infirma esse casamento através da propositura de ação ordinária de nulidade.
1) Decorrente de parentesco: seja o parentesco consanguíneo (pais e filhos) e o civil (adoção); Inciso I: ascendentes e descendentes. Inciso II: afins de linha reta são os parentes contraídos em razão do casamento (os parentes do meu marido), em linha reta se esbarra em sogro com nora, genro com sogra. Inciso III: sogro e nora. Inciso IV- irmãos, tios e sobrinhos (3 grau). Inciso V: o adotante com o filho do adotado
Obs.: Todos os casos são extensivos à união estável. (art. 1723, p. 1º).
A lei 3.200/41 trouxe a possibilidade de haver casamento entre tios e sobrinhos, desde que no momento do processo de habilitação o casal seja submetido a exames médicos com a finalidade de assegurar que danos de saude não sejam causados.
2) Em razão do casamento: Inciso VI : proíbe a bigamia
3) Em razão de crime: Inciso VII: precisa haver condenação transitada em julgado Obs.: Não se aplica em casos de absolvição, e também em estado de necessidade e legítima defesa (até por que são causas de exclusão de ilicitude).
Causas suspensivas (art. 1.523 e 1.524)
As causas suspensivas tem o objetivo de impor obrigatoriamente com o regime de bens com a pessoa com quem vai se casar. O legislador tem uma visão patrimonial ao evitar que a pessoa se case para “dar o golpe do baú”. Diferentemente do que se apresenta, as causas suspensivas não suspenderão tão pouco conduzirão para o desfazimento do casamento, ao contrário, a penalidade imposta é a imposição do regime de bens da separação obrigatória.
I - viúvo ou viúva que não tiver feito inventário: O objetivo desse inciso é evitar a confusão de patrimônios, visto que com a partilha, definem-se os bens que comporão o quinhão dos filhos do casamento anterior, evitando a referida confusão. É necessário que a partilha tenha transitado em julgado, de modo que aos herdeiros do cônjuge falecido sejam atribuídos discriminadamente os bens que lhe cabem.
II – viúva ou mulher cujo casamento se desfez até 10 meses depois do casamento: Se impõe somente à mulher, o objetivo é evitar dúvida quanto a paternidade que fatalmente poderia ocorrer, considerando-se que se presumiria filho do falecido aquele que nascesse até “trezentos dias” da data de óbito ou da sentença anulatória.
III – divorciado(a) enquanto não tiver sido homologada a partilha do casal: Evita-se assim a controvérsia a respeito dos bens comuns na hipótese de novo casamento de um dos divorciados, em face do regime de bens adotado.
IV – tutela e curatela: Afasta a coação moral que possa ser exercida por pessoa que tem ascendência e autoridade sobre o ânimo do incapaz. O tutor é o representante legal do incapaz menor, e o curador é do incapaz maior. Tutelado - menor de idade e órfão.
● Da celebração do casamento (art. 1.533): Tem um número maior de testemunhas e precisa ser realizado de portas abertas, por causa do impedimento. E quando não for em prédio público, é necessário de um número maior de testemunhas. Aquelas pessoas que querem casar, precisam procurar um cartório civil e realizar a habilitação. Quando tiver a certidão de aptidão para casar, faz-se um pedido para casar num certo dia e numa certa hora. O juiz tem que aceitar, pode casar as pessoas num lugar público ou num lugar privado. A partir do momento em que se dá o aceite na frente do juiz, já é registrado o acontecimento do casamento nos livros e o que se extrai disso é a Certidão de Casamento, que é a comprovação da existência do casamento.
Art. 1535, §3 – é de forma imediata que se dá o casamento civil
Art. 1538, CC – em qualquer ato que venha manchar essa vontade (que precisa ser clara e limpa) vai ser suspensa, por causa do vício de vontade. Se existe esse vício, existe a possibilidade de haver um casamento anulável lá para a frente.
Art. 1539 – 1540: são as exceções às formalidades impostas ao casamento: 1 dos contraentes está enfermo (moléstia grave) e o casamento nuncupativo
Obs.: a inobservância dessas regras não serão conduzidas a anulabilidade ou nulidade do casamento.
● Prova de casamento: a prova registral do casamento se dá por meio de certidão de casamento. (art. 1.543, CC). 
Certidão: Em regra geral, prova-se o casamento com a certidão, contudo, a perda da certidão, a lei defere que haja uma segunda via. O problema se instaura a partir do momento em que não existe a segunda via, tampouco, o cartório onde foi registrado o casamento por um motivo de força maior. Ex.: o acidente ocorrido em brumadinho, em que houve o soterramento da cidade e não teria como provar a certidão de casamento, tanto pela perda da certidão quanto do cartório. 
Estado da Posse de Casamento (art. 1.545): se almeja uma sentença declaratória onde será declarada a ocorrência do casamento no devido ano e a sentença terá efeito erga omnes, causando efeitos retroativos. Como a sentença tem cunho declaratório, a ação não pode ser contestada, salvo se, o indivíduo já era casado com outra pessoa. É muito mais utilizado em caso de filiação, do que em casamento. O estado da posse de casado constitui uma medida judicial para provar a existência do casamento, quando não se tem registro, tampouco, cartório onde foi celebrado casamento. Dada essa situação, as partes poderão requerer a declaração de existência do casamento mediante sentença com efeito retroativo. Essa sentença proletada tem efeito retroativo para a data em que se casaram, eu só tenho que ter algumas considerações legais, como essa sentença tem cunho declaratório, essa ação não pode ser contestada, salvo se uma das pessoas já foi casada com outrem. Só vai ser ratificado o que foi feito la atrás, não vai se mudar o regime de bens. 
Art. 1458: Impedimentos Matrimoniais
Quando se fala de invalidade do casamento, se depara com questões de vícios, tendo estes um grau de gravidade. Quando seestá diante de um vício muito grave, se tem nulidade. Quando é menos grave, o casamento é anulável. Estas situações estão previstas no art. 1.548 do CC. São casos que o indivíduo retornam ao status de solteiro.
Nulidade: são situações que dentro de um contexto moral, causam um determinado desconforto e repulsa. É o caso de celebração de casamento entre pais e filhos.
Anulabilidade: diz respeito apenas às pessoas envolvidas, as quais estão interessadas em desfazer o casamento. Como por exemplo, é o caso do casal que, uma das partes contraiu HIV antes do casamento e não contou ao cônjuge.
	Nulidade
	Anulabilidade
	Vícios Graves
	Vícios Leves
	Ação Ordinária de Nulidade
	Ação Ordinária de Anulabilidade
	Imprescritíveis
	Prazos Decadenciais
	Legitimidade Ativa: Aberta
	Legitimidade Ativa: Ofendido Lesado
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
- de quem não completou a idade mínima para casar; (entre 16 e 18 anos) - Prazo: 180 dias (art. 1.560, pár. 1º)/Legitimidade: art. 1.552.
- do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; - Prazo: 180 dias (art. 1.555, parágrafo 1º, 2º)/Legitimidade: art. 1.555.
- por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; - Erro - Prazo: 3 anos, 1.560, III
Legitimidade: 1.559 Coação - Prazo: 4 anos, 1.560, IV
Legitimidade: 1.559 A vontade precisa ser expressa, lícita e livre. Não se pode mascarar a inteligência.
- do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; - Prazo: 180 dias (art. 1.560, I)
- realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; - Prazo: 180 dias (art. 1.560, parágrafo 2º)
- por incompetência da autoridade celebrante. - Prazo: 2 anos (art. 1.560, II)

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