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Raízes do Brasil

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RAÍZES DO BRASIL
Raízes do Brasil, foi concebido, de acordo com Antônio Cândido, de modo discreto e curto, tornando-se um clássico de nascença, devido a sua elegante escrita e seu embasamento teórico pautado na nova história social dos franceses e na sociologia curta dos Alemães.
Na obra, Sérgio Buarque busca na história colonial as origens dos problemas nacionais, bem como faz uma crítica a direita positivista. Para ele, o sucesso do positivismo no Brasil explica-se por sua capacidade de sanar um contexto carente de instrumentos culturais de organização e ainda de acordo com ele, os positivistas foram apenas os exemplares mais característicos que prosperaram consideravelmente em nosso país, logo que este começou a ter consciência de si. O positivismo teria, por tanto, chegado ao paradoxo de funcionar de modo oposto a suas intenções, isto é, em vez de impulsionar o conhecimento do real, teria conduzido a uma atitude de crença mágica no poder das ideias. 
No pensamento latino-americano, a reflexão sobre a realidade social foi marcada pelo senso dos contrastes e o pensamento do autor não foge a esse modelo, pois se constitui pela abordagem dialética de conceitos polares e não excludentes. A visão de um determinado aspecto da realidade histórica é obtida pelo enfoque simultâneo dos dois, visto que, um suscita o outro. Sérgio Buarque, aproveita o critério tipológico de Max Weber ao focar pares de tipos ao invés de pluralidades de tipos, a fim de tratá-los de maneira dinâmica e ressaltar a interação dentro do processo histórico. 
Com este instrumento, o autor analisa os fundamentos do nosso destino histórico e suas diversas manifestações, estes, em pares destacados na estrutura social e política pelos quais é possível analisar e compreender o Brasil e os brasileiros.
Raízes do Brasil, escapa ao dogmatismo e abre o campo para a meditação dialética. O autor baseia sua análise na psicologia e na história social, com um senso agudo de estruturas, vinculando dessa forma o conhecimento do passado aos problemas atuais, propondo que a liquidação das raízes era um imperativo para o desenvolvimento histórico. Desse modo, perder as características ibéricas era o caminho para a evolução moderna brasileira, cuja trajetória não incluiu um louvor ao autoritarismo, como solução para sua organização. 
Para Sérgio Buarque de Holanda, os positivistas falhavam em seus aspectos idolatras e no modo literal em que interpretavam a história, estes pareciam possuía um determinado horror a realidade, bem como uma imensurável insensibilidade social e política. Desse modo, sua obra ia contra esses aspectos, opondo-se ao historicismo positivista em favor de uma nova história de caráter explicativo, representando, por fim, uma importante contribuição ao conhecimento da história nacional ao ir atrás do que seria a essência do homem Brasileiro.
CANDIDO, Antônio. O significado de Raízes do Brasil. In: HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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