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cultura do movimento agachamento

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Paula Natana Ap. Rodrigues, Rallyson Lima Correia 
Diego Braga 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso LEF 0233 – Prática do Módulo IV - 
12/06/2019 
CULTURA DO MOVIMENTO E PADRÕES BÁSICOS APLICADOS NA 
EXECUÇÃO DE UM AGACHAMENTO 
PAULA NATANA AP. RODRIGUES, 
RALLYSON LIMA CORREIA 
Especialista Diego Braga 
 
 
 
RESUMO 
 
A cultura do movimento e na educação física tem uma extrema relevância 
para a área, a proposta do professor Elenor Kunz (1991) ultrapassa a concepção de 
movimento humano reduzida a um fenômeno meramente físico, tido estritamente 
como um deslocamento do corpo no espaço, presente na visão de educação que o 
autor questiona. Ao considerar o ser humano que realiza o movimento, essa 
proposta passa a reconhecer as significações culturais e a intencionalidade do 
movimento humano. A partir desses princípios o corpo humano criou-se padrões 
básicos de execução dos movimentos, no qual iremos acompanhar os padrões 
básicos da execução de movimento de um agachamento. 
Palavras-chave: cultura – agachamento - movimento 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
O agachamento está presente em nossas vidas desde que nascemos, e 
em toda nossa rotina durante a vida, isto quer dizer que desde que iniciamos a 
aprender engatinhar e andar, e até no simples movimento de se sentar do dia a dia, 
estamos realizando os padrões básicos de qualquer agachamento, sem que 
percebêssemos a complexidade de tal movimento, e sem ao menos atentarmos para 
o que estamos realizando. Isto se entrelaça diretamente ao que se cultiva como 
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cultura do movimento onde segundo Isabel Mendes (UFRN) diz “a cultura do 
movimento é compreendida entre o entrelaçamento de corpo, natureza e cultura”. 
A cultura do movimento para a educação física tem uma grande 
relevância, pois nela se encaixa todas as ações e estímulos realizadas por um corpo 
para se deslocar-se. O termo Cultura do movimento começou a ser estudado e dito, 
a partir dos estudos do professor Elenor Kunz (1991), após sua chegada da 
Alemanha, onde realizou estudos para seu doutorado, este termo é entendido como 
um dos critérios organizacionais do conhecimento da educação física escolar. 
A partir deste ponto analisaremos os padrões básicos do movimento de 
agachamento livre, realizado em exercícios físicos, de modo simples, porém de 
grande complexidade. 
 
 
2. CULTURA DO MOVIMENTO PADRÕES BASICOS APLICADOS NA 
EXECUÇÃO DO AGACHAMENTO 
 
Partindo do princípio que o movimento de agachamento é um padrão de 
movimento primitivo realizado de forma natural por todos, desde que iniciamos a 
fase de aprendizagem para andar, e nos acompanha por toda a vida realizando-o 
em uma série de afazeres durante o dia-a-dia como sentar-se, abaixar para pegar 
um objeto, amarrar o tênis entre outros, iremos aqui ampliarmos a visão deste 
movimento, aplicando-os a visão dos padrões básicos corretos para a execução do 
movimento completo. (HODGES; RICHARDSON, 1997; FRIEDLI; HALLET; SIMON, 
1984; ARUIN; LATASH, 1995; MARRAS; MIRKA, 1996; ESCAMILLA ET AL., 2001). 
 
O agachamento, aparentemente um movimento de simples complexidade 
e fácil execução, conforme a idade em que o indivíduo vem alcançando, vai se 
tornando cada vez mais complexa, e devido um conjunto de fatores como lesões 
ocorridas com o passar da vida, encurtamentos musculares por pouca ativação, e 
sedentarismo, vai se tornando cada dia mais difícil de se executar um movimento 
que antes se via como simples e básico para se haver a manutenção da vida. 
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3.PADRÕES BÁSICOS NA EXECUÇÃO DO MOVIMENTO DE AGACHAMENTO 
 
O principal objetivo deste artigo é relatarmos os padrões utilizados na 
execução do movimento de agachamento. Antes de iniciarmos a metodologia de 
execução do movimento, vamos entender como se procede para a realização de um 
movimento de agachamento. 
A análise de movimento é um processo com diversas variáveis 
complexas, exigindo uma combinação de várias técnicas, porém iremos relatar da 
maneira objetiva e de fácil analise. 
A biomecânica deste movimento, utiliza-se as seguintes articulações, 
tornozelo, joelho e quadril, seguindo exatamente esta ordem de ativação. As 
articulações são o local de junção entre ossos e possuem a importante função de 
possibilitar o movimento. Elas são áreas sujeitas à lesão caso a atividade física seja 
praticada sem instrução ou de maneira incorreta. Caso uma das articulações 
estejam comprometidas ou fora do padrão natural de movimento, se compromete 
toda a estrutura de movimento da execução correta do agachamento, aumentando a 
probabilidade de lesões em outras regiões que farão a compensação da limitação 
ocorrida por uma das articulações. 
 Com o passar do tempo e conforme o grau de sedentarismo de um 
indivíduo, este padrão de mobilidade articular natural vai se diminuindo, fazendo 
com que assim seu padrão e limite de amplitude no agachamento se diminua tendo 
menor ativação muscular nas regiões. (ESCAMILLA, ET AL., 2001; COHEN, ET AL., 
2001; HIRATA, 2002). 
 
 
 
 
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4.MÚSCULOS ENVOLVIDOS NO MOVIMENTO 
 
A tabela 1, segundo Brian Suton (2016) apresenta uma lista dos músculos 
primários ativados na execução do movimento de agachamento. 
 
 
Tabela 1. Agachamento: Grupo de Músculos 
Utilizados 
Agon
istas 
– Gluteus Maximus 
– Reto femoral, vasto lateral, vasto 
medial oblíquo, vasto intermédio (quadríceps) 
Sinér
gistas 
– Bíceps femoral, semitendinoso, 
semimembranoso (isquiotibiais) 
– Paraespinhais (músculos ao longo 
da coluna vertebral e costas) 
– Adutor magno: fibras musculares 
posteriores (parte interna da coxa) 
– Gastrocnêmio, sóleo (calcanhar) 
Esta
bilizadores 
– Transverso abdominal, multifidus, 
oblíquo interno, assoalho pélvico (músculos 
abdominais profundos, perto da coluna 
vertebral) 
– Reto abdominal (músculo 
abdominal) 
– Oblíquos externos (músculos do 
punho) 
 
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4.1PRINCIPAIS MOTIVOS NO QUAL A PESSOA NÃO CONSEGUE REALIZAR 
UM AGACHAMENTO 
Segundo Keyner Luiz (2015) quando você tenta pedir um agachamento 
para o aluno e percebe várias compensações significa que precisa parar o exercício 
por aí e preparar seu corpo. Caso contrário você arrisca uma lesão naquela pessoa. 
Na hora de decidir quais exercícios utilizar para preparar seu aluno, pense 
bem nas estruturas envolvidas no agachamento e em quais ele apresenta mais 
problemas. 
Algumas articulações talvez estejam precisando de mobilidade ou 
estabilidade. Exemplos bem comuns são o joelho e o tornozelo, que muitas vezes 
impedem o aluno de fazer agachamento de maneira perfeita. 
Outra possibilidade de limitação está nas musculaturas. Fraquezas, 
desequilíbrios e encurtamentos musculaturas podem estar entre as causas do 
problema da pessoa. Eles devem ser identificados e resolvidos através de 
exercícios. 
 
5.METODOLOGIA DE ENSINO DO MOVIMENTO 
 
A melhor maneira de ensinar o agachamento é com exercícios educativos 
aprimorando e aplicando os movimentos padrões básicos da execução do 
movimento até que o mesmo tenha obtido consciência corporal para a realização do 
movimento de agachamento sem a necessidade de auxilio estabilizadores e ou 
educativos, para só então partir para o movimento de agachamento convencional. 
(ARAÚJO; ARNADIO, 1996). 
Antes de ensinar um agachamento é crucial que se realize uma avaliação 
funcional do individuo para se conseguir detectar de onde surgem suas limitações no 
qual inibem a execução do movimento de agachar. As principais limitações 
encontradas exemplos bem comuns são o joelho e o tornozelo,que muitas vezes 
impedem o aluno de fazer agachamento de maneira perfeita. 
Outra possibilidade de limitação está nas musculaturas. Fraquezas, 
desequilíbrios e encurtamentos das musculaturas podem estar entre as causas do 
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problema da pessoa. Eles devem ser identificados e resolvidos através de exercícios 
antes que os mesmos sejam expostos a realização do exercício com qualquer tipo 
de carga. (GENTIL, 2011). 
 
As principais atividades encontradas para se praticar os movimentos 
educativos de agachamento: 
*Agachamento na bola suíça, 
*Agachamento isométrico na parede; 
*Agachamento no banco; 
*Agachamento de frente com a parede; 
 
Conforme progressão do aluno e fortalecimento, irá se aumentando o 
grau de dificuldades, até que o mesmo esteja apto para realizar o movimento de 
forma segura e correta. 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Com a elaboração do trabalho conclui-se que devido o grande número de 
sedentarismo encontrado pela população no âmbito natural, facilmente encontramos 
pessoas sem a coordenação e mobilidades motoras necessárias para a realização 
do exercício, que devido o desuso do movimento com o passar da idade se 
desaprendeu a realização de um simples agachamento que é um dos movimentos 
considerados primitivos. 
E antes de mais nada a avaliação funcional do individuo deve ser 
realizada para encontrar as devidas necessidades de treinamento onde se reativará 
os padrões motores necessários na realização do movimento. (BOLGLA ET AL., 
2008; SOUZA; POWERS, 2009). 
 
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REFERÊNCIAS 
 
KUNZ, Elenor (199 I). Educação física: ensino & mudanças. Ijuí, Editora 
Unijuí.__________ (1994). Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí, 
Editora Unijuí. 
Clark, D., Lambert, M., & Hunter, A. (2012). Muscle Activation in the 
Loaded Free Barbell Squat. Journal of Strength and Conditioning Research, 1169-
1178. doi:10.1519/JSC.0b013e31822d533d 
Macrum E, Bell DR, Boling M, Lewek M, Padua D (2012). Effect of 
limiting ankle-dorsiflexion range of motion on lower extremity kinematics and 
muscle-activation patterns during a squat. Journal of Sport Rehabilitation. 21(2), 
144-50. 
(HODGES; RICHARDSON, 1997; FRIEDLI; HALLET; SIMON, 1984; 
ARUIN; LATASH, 1995; MARRAS; MIRKA, 1996; ESCAMILLA ET AL., 2001). 
FRY, A.C; KRAEMER, W.J.; BIBI, K.W.; EYFORD, T. Stature variables as 
discriminators of foot contact during the squat exercise in untrained females. 
Journal of Applied Sport Science Research, v.5, n.2, 1991. p.77-81. 
FRY, A.C; HOUSH, T.J.; HUGHES, R.A.; EYFORD, T. Stature and 
flexibility variables as discriminators of foot contact during the squat exercise. 
Journal of Applied Sport Science Research, v.2, n.2, 1988. p.24-26. 
GENTIL, P. Bases Científicas do Treinamento de Hipertrofia. Rio de 
Janeiro: Sprint, 2011.

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