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aula 2 consumidor

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Direito do consumidor 
 
Direitos básicos 
Art. 6º, VI - prevenção e reparação dos danos. 
 
Dano material ou patrimonial -> dividido em 2: danos emergentes e lucros 
cessantes. Ambos devem ser obrigatoriamente provados. 
 
 Danos emergentes: perda no patrimônio já existente. 
 Lucros cessantes: o que deixou de ganhar; algo futuro. 
 
 
Dano moral -> violação de um dos direitos da personalidade. O mero 
aborrecimento/constrangimento não geram dano moral. 
 
 
 Súmulas STJ: 37, 227, 370, 385, 387, 388, 402, 403 e 595. 
 
 Súmula 37 - possibilidade de cumular dano moral com material. 
 
 Súmula 227 - PJ pode demandar por um dano moral; ligada com o art. 
52 do CC (ex.: bom nome). 
 
 Súmula 370 - dano in re ipsa (dano moral presumido). A apresentação 
antecipada de um cheque pré-datado configura dano moral (lealdade e 
confiança -> viola boa-fé objetiva). Art. 14, CDC. 
 
 Súmula 385 - não cabe dano moral na negativação indevida quando já 
houver negativação legítima em razão de outra dívida. Cabe, no máximo, 
o cancelamento do registro indevido. 
 
 Súmula 387 - possibilidade de cumulação do dano moral com dano 
estético (lesão duradoura; não precisa ser definitiva nem irreversível). 
 
 Súmula 388 - dano in re ipsa. Devolução indevida de cheque caracteriza 
dano moral. Art. 14, CDC. 
 
 Súmula 402 - dano pessoal - dano moral. O contrato de seguro por 
danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa 
de exclusão 
 
 Súmula 403 - Uso da imagem da pessoa sem autorização (indevido), 
com fins econômicos ou comerciais, dá ensejo a dano moral. Dano 
moral in re ipsa;. Art. 20, CC. 
 
 Súmula 595 - a instituição de ensino superior responde objetivamente 
(independente prova de culpa) quando o diploma não tiver seu 
reconhecimento. Dano moral in re ipsa; 
 
 
STJ e DOUTRINA 
 
Perda de uma chance: Resp 788459/BA. Frustração diante de uma perda 
SÉRIA e REAL. Pode demandar dano moral assim como dano material. 
 
Tese aprofundada do desvio produtivo: perda do tempo livre/útil. Desídia, desleixo 
por parte do fornecedor no tratamento com o consumidor. Pode demandar 
dano moral pela perda do tempo livre, bem como dano material caso haja gastos. 
 
 
 Responsabilidade civil -> reparação de dano moral/material/perda de uma 
chance/dano estético -> art. 6º, VI, CDC. 
 
 
Art. 6º, VIII- inversão do ônus da prova. 
 
Inversão ope judices -> aquela em que ocorre análise do critério subjetivo do 
julgador, ou seja, o juiz PODE inverter o ônus da prova, desde que: haja 
verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência (impossibilidade de se fazer 
prova do alegado - dir. processual). 
 
Inversão ope legis ou ope lege -> aquela em que não ocorre análise do critério 
subjetivo do julgador. Aqui o juiz DEVE inverter o ônus da prova. Ex.: art. 12, § 
3º, II; art. 14, § 3º, I e art. 38, do CDC. 
Será cabível ao fornecedor provar. 
Responsabilidade civil no CDC 
 
Vício: art. 18, 19, 20, 23 e 26. Impropriedade ou inadequação que recai sobre o 
próprio produto ou serviço. Tem natureza intrínseca. Ex.: compra celular e ao 
tirar da caixa percebe que este tem um risco na tela. O vício pode ser do 
produto (qualidade e quantidade) ou do serviço. Pode ser também -> aparente, 
de fácil constatação ou oculto. 
 
 Vício na qualidade: art. 18. 
"Os fornecedores" -> via de regra a responsabilidade é solidária. 
 
!!! OBS.: art. 18, § 5º -> no produto in natura (não sofre processo de 
industrialização), a responsabilidade civil não será de toda cadeia de 
consumo, e sim somente do alienante imediato. 
Responsabilidade civil é sempre objetiva no vício do produto (independe da 
existência de culpa). Quando a lei dispuser ou a atividade for de risco 
(caso). 
 
Caso o produto não tenha a qualidade esperada -> consumidor deve 
ofertar prazo máximo de 30 dias para o fornecedor sanar o vício. 
Ultrapassado o prazo, o consumidor pode fazer pedidos alternativos 
(substituição, restituição ou abatimento), como regra geral. 
 
Há exceções: art. 18, § 2º e 3º. 
§ 3º - Produto essencial ou vício de grande extensão - o consumidor pode 
fazer o uso imediato das alternativas (substituição, restituição ou 
abatimento) sem aguardar os 30 dias. 
§ 2º - Podem as partes entrar em acordo para diminuir o prazo para no 
mínimo 7 dias ou aumentar para no máximo 180 dias. Contrato de adesão 
- remissão para art. 54, CDC; autorizado pela autoridade competente ou 
que as cláusulas estão predispostas por uma das partes. Cabe ao 
consumidor a escolha (é vulnerável). 
 
 
 Vício na quantidade: art. 19. 
"Os fornecedores" -> via de regra a responsabilidade é solidária. 
Exceto - art. 19, § 2º. Exceção da solidariedade. 
Risco da atividade - responsabilidade civil de natureza objetiva. 
Responsabilidade civil é sempre objetiva no vício do produto (independe da 
existência de culpa). Quando a lei dispuser ou a atividade for de risco 
(caso). 
 
Não precisa esperar prazo máximo de 30 dias para requerer alternativas, 
pode pedir imediatamente (substituição, complementação, restituição ou 
abatimento). São pedidos alternativos, logo, não podem ser cumulados. 
 
 
 Vício no serviço: art. 20. 
"O fornecedor" -> nada impede que se houver mais de um fornecedor se 
tenha solidariedade. 
Pelo risco da atividade, a responsabilidade civil será sempre objetiva 
(independe da existência da culpa). 
 
Não precisa aguardar prazo de 30 dias para requerer pedidos alternativos, 
pode pedir imediatamente (devolução da quantia, abatimento ou reexecução 
do serviço). 
 
 
 A ignorância do fornecedor sobre o vício não exime da sua responsabilidade 
-> risco da atividade. Art. 23, CDC. 
 
 
Prazos decadenciais: art. 26, CDC. 
 
 Vício aparente - mero olhar. Vício de fácil constatação - mero 
manusear. 
 
30 dias para produtos ou serviços não 
duráveis 
90 dias para produtos ou serviços 
duráveis. 
 
Contagem do prazo inicia a partir da entrega efetiva do produto ou término 
execução dos serviços. 
 
Obstam a decadência: reclamação comprovadamente feita pelo consumidor ou 
instauração de inquérito civil. 
 
 Se é decadência só pode ser em nº de dias, meses e anos. 
 Prescrição só ocorre em ano(s). 
 
 
Vício oculto: art. 26, § 3º. É aquele que já existe no bem, mas que só consegue 
ser observado em momento posterior. Não tem prazo para a sua descoberta 
na lei. A doutrina e jurisprudência trabalham a teoria da vida útil -> todo 
produto/serviço tem um desgaste, então, deve-se ater à razoabilidade. 
 
Local de propositura: art. 101, I, CDC. Consumidor - elo fraco na relação de 
consumo -> pode eleger o local onde quer propor a ação judicial. 
 
 
 
Fato: art. 12, 13, 14 e 27. Acidente de consumo que atinge o consumidor. Natureza 
extrínseca. Ex.: compra um celular e ao tirar da caixa e ligar este explode. 
 
 Fato do produto : art. 12, 13 e 27. Dano/acidente de consumo causado pelo 
produto. Responsabilidade civil do fabricante, produtor, construtor e 
importador -> são fornecedores. 
Comerciante -> responsabilidade civil subsidiária. No CDC é solidária, aqui é 
exceção! 
Responsabilidade civil é objetiva (independe de existência de culpa), sendo o 
comerciante igualmente responsável, ou seja, responde de forma objetiva. 
 
Produto defeituoso -> não tem segurança e traz um dano ao consumidor. 
A responsabilidade do fabricante, produtor, construtor e importador pode 
ser afastada quando - art. 12, § 3º : 
 
1 - Produto não colocado no 
mercado. 
2 - Mesmo colocado no mercado, 
o defeito inexiste. 
3 - Culpa exclusiva do consumidor ou 
de terceiro. 
- Caso fortuito ou força maior. 
Apenas o fortuito externo exclui 
resp. 
 
Fortuito interno - causa conexa com a atividade. 
Fortuito externo- desconexa com a atividade. 
 
Majoritariamente se entende que esse rol é exemplificativo. 
 
Prazo prescricional: art. 27, CDC. 5 anos do conhecimento do dano e de 
sua autoria. 
 
Local de propositura: art. 101, I, CDC. Consumidor - elo fraco na relação de 
consumo -> pode eleger o local onde quer propor a ação judicial. 
 
 
 Fato do serviço : art. 14, CDC. Acidente de consumo causado pelo serviço. 
Responsabilidade solidária dos fornecedores, respondendo, em regra, 
objetivamente (independente de culpa). 
 
Art. 14, §4º -> Profissional liberal responde subjetivamente no fato do 
serviço. No CDC é objetiva, aqui é exceção! 
 
Serviço defeituoso -> carece de segurança. 
A responsabilidade será afastada quando - art. 14, § 3º : 
 
1 - Prestado serviço, o defeito 
inexiste. 
2 - Culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro. 
- Caso fortuito ou força maior. 
Apenas o fortuito externo exclui 
resp. 
 
 
Majoritariamente se entende que esse rol é exemplificativo. 
 
 
Prazo prescricional: art. 27, CDC. 5 anos do conhecimento do dano e de 
sua autoria. 
 
Local de propositura: art. 101, I, CDC. Consumidor - elo fraco na relação de 
consumo -> pode eleger o local onde quer propor a ação judicial. 
 
 
 
Desconsideração da personalidade jurídica 
 
Art. 28 do CDC (teoria menor); art. 50 do CC (teoria maior) e art. 133 e ss do 
CPC/15 (incidente de desconsideração). Resp 279273/SP. 
 
Suspensão episódica da eficácia do ato constitutivo. 
 
 É diferente da despersonalização - fim da personalidade. 
 
Requisito: instaurada por requerimento da parte lesada ou do MP. NÃO cabe de 
ofício. 
Art. 133, § 2º - desconsideração inversa ou às avessas -> confusão patrimonial 
(divórcio). 
 
 
Oferta 
Instrumento do fornecedor para atrair consumidores. 
Divide-se em informação e publicidade. 
 
Vinculação: uma vez realizada, ela vincula? DEPENDE. 
Desde que seja suficientemente precisa -> vincula. Não é erro 
grosseiro/crasso/latente, se encontra em conformidade com termos médios, 
com valores do mercado, não é exagero publicitário. 
 
Art. 35 e 84 do CDC. Art. 497 do CPC. Ação de obrigação de fazer para 
forçar parte a cumprir oferta. 
 
 
Publicidade: art. 36, CDC. Princípio da identificação obrigatória da publicidade -
> não se admite a publicidade subliminar. Deve ser veiculada de forma que seja 
facilmente e imediatamente identificada como tal. 
 
Art. 37, § 1º e 2º, CDC -> publicidade enganosa ou abusiva. 
 
Inversão ônus da prova : art. 38, CDC. Natureza ope legis, ou seja, o ônus da 
veracidade da prova caberá a quem patrocina. 
 
 
 
Banco de dados - Arquivos de consumo 
Art. 43, CDC -> remissão: súmulas 323, 359, 385, 404, 548, 572 do STJ. 
 
 
 
Resolução de questões 
04. Heitor, residente em Porto Alegre/RS, firmou, em 10/05/2010, com a 
Sociedade W S/A, sediada na cidade de São Paulo/SP, contrato de seguro de 
seu veículo automotor. A apólice prevê cobertura para sinistros ocorridos em 
todo o país. Em 18/12/2010, Heitor, passeando pela cidade de Salvador/BA, teve 
seu veículo furtado no estacionamento gratuito do Shopping B. Com base em 
tal situação, responda aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurídicos 
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) Caso Heitor acione a Sociedade W S/A, visando a receber o valor do bem 
segurado, e a seguradora se negue a cobrir os danos sofridos, alegando não 
haver cobertura securitária para o infortúnio, poderá Heitor demandar a 
seguradora na Comarca de Porto Alegre/RS? 
Sim, em razão da regra de foro especial para o autor da demanda, nos termos 
do art. 101, I do CDC. 
 
 
B) O Shopping B possui o dever de ressarcir Heitor pelo furto de seu veículo? 
Segundo entendimento do STJ, o shopping que oferecer estacionamento 
privativo aos consumidores, mesmo que de forma gratuita, é responsável pela 
segurança tanto do veículo como do cliente. 
Nos termos do art. 14 do CDC e da Súmula 130 do STJ, o shopping responde 
objetivamente pela reparação dos danos acarretados a Heitor. Nestes casos, 
há falha no fornecimento da segurança, havendo responsabilidade do shopping 
pelo fato ou defeito do serviço, não se podendo aplicar a regra de exclusão 
de responsabilidade baseada na força maior. Tal argumento também está 
escorado no princípio da boa-fé, na forma do art. 422 do CC. 
 
Art. 4º, III do CDC. Princípio da boa-fé objetiva. 
 
05. (XIV Exame) Em 10 de abril de 2013, Paula adquiriu em uma loja de 
eletrodomésticos um secador de cabelos de última geração. Ao tentar utilizá-lo 
pela primeira vez, o aparelho explodiu, causando-lhe queimaduras severas na mão 
direita, que empunhava o secador. Em 10 de setembro de 2013, Paula propôs 
ação judicial em face de Dryhair S/A, fabricante do aparelho, postulando a 
reparação de danos extrapatrimoniais. Em sua defesa, a fabricante invocou o 
transcurso do prazo decadencial de 90 dias para a reclamação de vícios de 
produtos duráveis. Diante da situação descrita acima, responda, 
fundamentadamente, aos itens a seguir. 
A) A alegação de decadência é procedente? 
Não. O caso não é de vício do produto, mas de fato do produto. O prazo 
prescricional aplicável à hipótese é quinquenal previsto no art. 27 do CDC. 
 
5 anos do conhecimento do dano e de sua autoria. Teoria da actio nata. 
 
B) Se as partes tivessem estabelecido no contrato de aquisição do produto um 
limite de R$ 30.000,00 para eventuais indenizações, tal cláusula seria válida no 
direito brasileiro? 
Não. A cláusula que limita a responsabilidade por fato ou vício do produto 
perante o consumidor pessoa natural é inválida no direito brasileiro, conforme 
disposto nos artigos 25 e 51, I do CDC. 
 
(XIII Exame) A peça prático-profissional, cujo enunciado será mencionado na 
parte referente à Processo Civil, trouxe questão relativa à responsabilidade 
por acidente de consumo, peça cabível será uma ação de obrigação de fazer 
com pedido de tutela antecipada, e tem por fundamentos legais os arts. 2º, 3º, 
18, caput, §§ 1º e 3º, 84, § 3º, 101, 
I, todos do CDC. 
 
06. (XII Exame) Martha foi convidada para participar, como palestrante, de um 
Congresso que ocorreria no Uruguai. Após confirmar a sua participação no 
evento, Martha decide comprar suas passagens pela Internet no site de uma 
famosa companhia aérea. Como não possuía voo direto que a levasse de Goiás 
para o Uruguai, Martha adquire um voo com escala em São Paulo. No dia da 
viagem, ao chegar a São Paulo, lugar onde teria que fazer a troca de aeronave, 
a passageira é informada a respeito do cancelamento de seu voo para o 
Uruguai. Preocupada, Martha indaga se seria possível realocá-la em outra 
aeronave, mas recebe a notícia de que somente decolariam novos voos para o 
Uruguai no dia seguinte, ou seja, após o evento do qual participaria. Inconformada 
com a perda do Congresso, Martha propõe uma ação no juizado especial cível 
de seu domicílio, postulando a reparação por danos morais e materiais em face 
da sociedade empresária. Em sede de contestação, a referida sociedade 
empresária alega não possuir culpa, não havendo, portanto, responsabilidade. 
Com base no exposto, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
A) O argumento utilizado pela sociedade empresária em sede de contestação 
está correto? 
Não, tendo em vista que a responsabilidade da empresa aérea é objetiva que 
deve ser dirimida com base do CDC. 
O art. 14 do referido diploma estabelece que o fornecedor de serviços responde 
independentemente da existência de culpa pela reparação dos danos causados 
aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como 
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. O 
dever de informação consta no art. 6º, III do CDC. 
 
Alternativamente, pode ser indicado o art.734 e ss do CC (contrato de 
transporte). 
 
Ao usar mais de uma lei: "diante dos diálogos das fontes ...." 
 
B) Suponha que Martha, ciente da data da audiência de instrução e julgamento, 
não compareça e não comprove que a sua ausência decorreu por motivo de 
força maior. Nesse caso, qual atitude deve ser tomada pelo juiz? 
Deve extinguir o processo sem resolução do mérito, conforme art. 51, I da Lei 
9099/95. Ademais, considerando que a ausência da autora não foi justificada, 
deverá haver o pagamento de custas por parte desta, consoante art. 51, § 2º 
do mesmo diploma legal. 
 
07. (XI Exame) Dr. João, médico clínico geral, atende em seu consultório há vinte 
anos, sem ter constituído qualquer empresa, atuando, portanto, como 
profissional liberal. Levando-se em conta a responsabilização civil dos 
profissionais liberais, responda, de forma justificada, aos itens a seguir. 
 
A) A relação de Dr. João com seus pacientes ostenta a natureza jurídica de 
relação de consumo? 
Sim. A relação é de consumo, pois João é uma pessoa física que presta serviços 
médicos, enquadrando-se no conceito de fornecedor, previsto no art. 3º do 
CDC, e seus pacientes são destinatários finais dos serviços prestados, 
ostentando natureza jurídica de consumidores, nos termos do art. 2º do 
referido diploma legal. 
 
Tem habitualidade -> CDC 
 
B) Neste caso, a responsabilidade civil do Dr. João deve ser subjetiva ou 
objetiva? 
Apesar de se tratar de uma relação de consumo, de acordo com o art. 14, § 
4º do CDC, a responsabilização civil dos profissionais liberais é subjetiva, ou seja, 
impõe a comprovação do elemento culpa. 
 
C) Em eventual demanda envolvendo Dr. João e um paciente seu, poderia ser 
aplicada a inversão do ônus da prova fundada na teoria da carga dinâmica da 
prova? 
Sim. Desde que presentes os requisitos legais estabelecidos no art. 6º, VIII do 
CDC, já que se trata de relação de consumo e este é um direito básico do 
consumidor que não pode ser afastado pela responsabilidade subjetiva dos 
profissionais liberais prevista no art. 14, § 4º do CDC. 
 
08. (X Exame) Joaquim estava irresignado porque não encontrava mais seu 
vinho favorito à venda. Conversando com Manuel, dono de um estabelecimento 
comercial perto de sua residência, o mesmo lhe informou que aquele vinho não 
era mais entregue pelo fornecedor, mas que vendia outro muito bom, melhor 
que o apreciado por Joaquim. O vinho não possuía qualquer informação no rótulo 
além de seu nome, mas, Joaquim resolveu comprá-lo diante dos elogios feitos 
por Manuel. Chegando à sua residência, ao tentar abrir a bebida, o vidro se 
estilhaça e atinge o olho de Joaquim, causando-lhe uma lesão irreparável na 
córnea. Joaquim tenta, então, conversar com Manuel sobre o ocorrido, mas o 
mesmo afirma que não possui qualquer responsabilidade. Ajuíza, então, ação em 
face de Manuel, pleiteando reparação por danos materiais. Oferecida a defesa, 
Manuel alega que não possui qualquer responsabilidade e que não seria parte 
legítima, por ser apenas o vendedor do produto. A respeito desta hipótese, 
responda, fundamentadamente: 
 
A) Merecem prosperar as alegações de Manuel? 
Não. Tendo em vista que se trata de fato, e não de vício, do produto, pelo 
mesmo apresentar um risco não esperado e, não havendo informação sobre o 
produtor da bebida, Manuel, como comerciante, será responsável nos termos 
do art. 12, § 1º, II c/c art. 13, I ou II, ambos do CDC, podendo ser responsabilizado 
civilmente pelo ocorrido. 
 
 Vício -> natureza intrínseca. Fato -> natureza extrínseca. 
 
B) Se Joaquim falecesse no curso do processo, como os herdeiros poderiam 
pleitear inclusão na relação processual? 
No caso de falecimento de Joaquim, para pleitearem o recebimento da quantia, 
os herdeiros deverão prosseguir no feito, requerendo a habilitação incidental 
nos próprios autos da ação reparatória em face de Manual. Para isso, deverão 
juntar aos autos a prova do óbito de Joaquim e da qualidade de herdeiros. 
 
09. (VIII Exame) Marcelo, brasileiro, casado, advogado, residente e domiciliado na 
cidade do Rio de Janeiro/RJ, adquiriu um veículo zero quilômetro em 2005. 
Exatos seis anos depois da aquisição do referido automóvel, quando viajava com 
sua família em Natal/RN, o motor do carro explodiu, o que gerou um grave 
acidente, com sérias consequências para Marcelo e sua família bem como para 
dois pedestres que estavam no acostamento da rodovia. Apesar de ter seguido 
à risca o plano de revisão sugerido pela montadora do veículo, com sede em 
São Paulo/SP, um exame pericial no carro de Marcelo constatou claramente 
que o motor apresentava um sério defeito de fabricação que provocou o 
desgaste prematuro de determinadas peças e, consequentemente, a explosão. 
A respeito desta hipótese, responda, fundamentadamente: 
 
A) Em relação aos danos sofridos por Marcelo e seus familiares, em que(ais) 
dispositivo(s) do Código de Defesa do Consumidor você enquadraria a 
responsabilidade do fabricante do veículo? 
O caso trata de responsabilidade pelo fato do produto, prevista no art. 12 e ss 
do CDC. O produto é defeituoso quando não oferece segurança que dele 
legitimamente se espera (art. 12, § 1º, do CDC) colocando em risco a integridade 
dos consumidores. 
 
B) O fabricante pode, com êxito, alegar ter se escoado o prazo prescricional? 
O prazo prescricional para pedido indenizatório no caso de fato do produto é 
de 5 anos contados a partir do conhecimento do dano e de sua autoria, de 
acordo com art. 27 do CDC. Assim é que, mesmo após 6 anos, Marcelo ainda 
conta com prazo para manejar ação de recomposição pelos danos sofridos. 
 
C) Os terceiros lesados (dois pedestres) pelo acidente provocado pela explosão 
podem se valer das normas constantes do Código de Defesa do Consumidor 
para pleitear eventual recomposição pelos danos sofridos? 
Sim. No caso da responsabilidade pelo fato do produto, equiparam-se aos 
consumidores todas as vítimas do evento lesivo, conforme art. 17 do CDC, pelo 
que os pedestres podem se valer do CDC para fundamentar suas demandas 
compensatórias. 
 
D) Marcelo poderia propor a ação de responsabilidade civil da empresa 
fabricante na cidade do Rio de Janeiro? E na cidade de São Paulo? 
O art. 101, I do CDC traz o benefício para o consumidor de acionar o fornecedor 
no domicílio do autor, no caso na cidade do Rio de Janeiro. Mas esta é uma 
prerrogativa, da qual o consumidor pode abrir mão se assim desejar, podendo, 
também, propor a ação em São Paulo, local da sede da empresa ré. 
 
(VII Exame) A peça prático-profissional, cujo enunciado será mencionado na 
parte referente à Processo Civil, trouxe questão relativa a acidente de 
consumo por fato do serviço, peça cabível consiste em uma ação declaratória 
de inexistência de débito c/c obrigação de fazer e indenização por danos 
morais, e tem por fundamento legal os arts. 6º, VI, 14, 101, I, todos do CDC; art. 
5º, V, X e XXXII da CRFB ou arts. 11, 12, 186 e 927 do CC 
 
10. (IV Exame) A arquiteta Veronise comprou um espremedor de frutas da 
marca Bom Suco no dia 5 de janeiro de 2011. Quarenta dias após Veronise iniciar 
sua utilização, o produto quebrou. Veronise procurou uma autorizada e foi 
informada de que o aparelho era fabricado na China e não havia peças de 
reposição no mercado. No mesmo dia, ela ligou para o Serviço de Atendimento 
ao Consumidor (SAC) da empresa. A orientação foi completamente diferente: 
o produto deveria ser levado para o conserto. Passados 30 dias da ocasião em 
que o espremedor foi encaminhado à autorizada, o fabricante informou que 
ainda não havia recebido a peça para realizar o conserto, mas que ela chegaria 
em três dias. Como o problema persistiu, o fabricante determinou que a 
consumidora recebesse um espremedor novo do mesmo modelo. Diante da 
situação apresentada, responda aos itens a seguir, empregando osargumentos 
jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) O caso narrado caracteriza a ocorrência de qual instituto jurídico, no que 
se refere ao defeito apresentado pelo espremedor de frutas? 
Ocorreu um vício no produto, instituto caracterizado pelo art. 18, caput do 
CDC. O defeito contido no espremedor de sucos o torna inadequado ao 
consumo a que se destina, o que caracteriza seu vício de qualidade, não se 
podendo falar em no produto, in casu. 
 
B) Como advogado (a) de Veronise, analise a conduta do fornecedor, indicando 
se procedeu de maneira correta ao deixar de realizar o reparo por falta de 
peça e determinar a substituição do produto por um novo espremedor de 
frutas. 
Há, por parte do fabricante, obrigatoriedade de manter peças para reposição 
no mercado (art. 32, do CDC), mas no caso em tela, como se passaram mais 
de 30 dias que o produto foi para o conserto, cabe ao consumidor decidir se 
quer a troca do produto, abatimento no preço ou devolução do dinheiro, nos 
termos do art. 18, § 1º e 3º do CDC, razão pela qual se pode afirmar que 
procedeu equivocadamente o fornecedor ao determinar, sem previamente 
consultar a consumidora, a substituição do produto. 
 
 
11. (Exame) Em março de 2008, Pedro entrou em uma loja de eletrodomésticos 
e adquiriu, para uso pessoal, um forno de micro-ondas. Ao ligar o forno pela 
primeira vez, o aparelho explodiu e causou sérios danos à sua integridade física. 
Desconhecedor de seus direitos, Pedro demorou mais de dois anos para propor 
ação de reparação contra a fabricante do produto, o que somente ocorreu 
em junho de 2010. Em sua sentença, o juiz de primeiro grau acolheu o argumento 
da fabricante, julgando improcedente a demanda com base no Art. 26 do Código 
de Defesa do Consumidor, segundo o qual “o direito de reclamar pelos vícios 
aparentes ou de fácil constatação caduca em: (...) II - noventa dias, tratando-se 
de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.” Afirmou, ademais, que o 
autor não fez prova do defeito técnico do aparelho. Com base nas normas do 
Código de Defesa do Consumidor, analise os fundamentos da sentença. 
Primeiramente, trata-se de fato do produto, e não de vício do produto. O prazo 
aplicável não é, portanto, o do art. 26 do CDC, mas o do art. 27 do referido 
diploma, ou seja, 5 anos. 
Falar sobre responsabilidade - art. 12, caput e § 3º. 
Falar sobre inversão do ônus da prova em favor do consumidor - art. 6º, CDC. 
A sentença está incorreta.

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