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ESPERMOGRAMA Consiste em exames imediatos e mediatos. ANÁLISES IMEDIATAS Realizado no ato da coleta pois dependem dos espermatozóides estarem vivos. Incluem exames macroscópicos e microscópicos. -> MACROSCÓPICO a) Volume - O parâmetro mínimo para touros com idade superior a dois anos é de 4 mL, enquanto para touros jovens é de 2 mL. O volume de sêmen obtido na espécie bovina varia de 0,5 – 20 mL, sendo que a média do ejaculado bovino é 5 mL. - Colheita em tubo graduado - No garanhão mensurar o volume sem o gel (na vagina artificial se usa um filtro que retém esse gel). - O valor pode ser relativo dependendo do método de coleta de sêmen. O método pela vagina artificial apresentará valores mais próximos do fisiológico. - Fatores que podem causar alterações: * Método de coleta * Época do ano * Carência alimentar * Manejo inadequado * Raças e indivíduos b) Coloração - Branca: jumento, touro, garanhão, aves, cachaço, coelho - Marfim perolado: carneiro - Amarelado: bode e alguns touros (riboflavina) -> Anormal: -Avermelhado: presença de sangue ( ferimento na uretra, glândulas, parte interna da glande) - Esverdeado: pus, infecção - Amarelado: pus ou urina - Marrom: degeneração celular, lesão antiga c) Odor - O odor na maioria das vezes é imperceptível (sui generis) que provém do fosfato de espermina. - Urinoso ou cítrico: urina ou sêmen - Hircino: característico do bode - Pútrido: bactérias d) Movimento de massa - Principalmente em carneiros e bodes - Visualização a olho nu - Presente ou ausente e) Densidade A densidade do sêmen é dependente da quantidade de células espermáticas, podendo variar de um animal para outro e entre os ejaculados sucessivos do mesmo animal. cremoso -> muito denso leitoso -> denso aquoso seroso -> semi denso -> suíno, equino, canino aquoso -> ralo -> patológico f) pH touro 6,5 a 6,9 carneiro 5,9 a 7,3 cachaço 6,8 a 7,9 cão 6,3 a 6,8 -> MICROSCÓPICO Coloca-se uma gota de sêmen entre lâmina e lamínula aquecidas (por placa aquecedora), evitando alteração no exame. a) Turbilhonamento É semelhante ao movimento de massa, porém é observado ao microscópio. Pega-se uma lâmina aquecida a 37ºC, pinga-se uma gota do ejaculado, observa-se em aumento de 100 vezes, então se observa a borda da gota e verifica de há movimentação do sêmen. O movimento de onda é classificado em escala de 0 a 5. 0 parado, células mortas 1 pouquíssima motilidade 2 pouca motilidade 3 normal pequeno ruminante, touro, búfalo 4 motilidade aumentada pequeno ruminante e touro 5 ondas rápidas e escuras alta concentração b) Densidade - denso -> cremoso, amarelo opaco - pouco denso -> leitoso - opalescente -> ralo - oligospérmico -> aquoso c) Motilidade - A motilidade é porcentagem de espermatozóides vivos e móveis, deve ser avaliada imediatamente após a coleta de sêmen. - A porcentagem de espermatozóides com motilidade progressiva é melhor apreciada em sêmen diluído, pois, a alta concentração pode prejudicar a avaliação. Nesses casos, a diluição pode ser realizada, imediatamente, colocando-se em um tubo de ensaio um mL de diluidor ou solução fisiológica aquecida a 37ºC, adicionar 2 gotas de sêmen no tubo, homogeneizar e colocar na lâmina aquecida com lamínula e deve ser visualizada em aumento de 100 a 400 x. - Avaliar a motilidade normal (quantos tem e quantos estão vivos e nadando) ou a progressiva (apenas quantos estão nadando em linha reta). d) Vigor - Deve ser avaliado na mesma lâmina da motilidade. Onde se observa a propulsão e a velocidade dos espermatozóides na lâmina. Ele deve ser observado em aumento de 200 vezes e classificado em graus de 0-5. EXAMES MEDIATOS São realizados no momento da colheita, entretanto podem ser analisados posteriormente. -> CONCENTRAÇÃO ESPERMÁTICA Número de espermatozóides por unidade de volume (mm³ ou cm³). Coloca-se uma gota de sêmen diluída em 19 gotas de água destilada aquecida e homogeneíza-se. Usa-se a câmara de Neubauer. Aguardar 5 minutos para sedimentar. Conta-se os espermatozóides (só a cabeça) do retículo central da câmara, contando 5 quadrados (os em diagonal). Escolha um “L” do quadrado e conte apenas os espermatozóides que estiverem no centro do quadrado mais os que estiverem com a cabeça neste L. [sptz/ml]=d* n*5*10*1000 N: número de sptz contados 5: normalmente são cinco quadrados da câmara que são contados. 10: correção para a altura da câmara – distância entre o fundo da câmara e a lamínula ( 0,1 mm) 1000: correção de mm³ para ml -> MORFOLOGIA ESPERMÁTICA Pode-se utilizar esfregaços corados ou preparação úmida. Observar no aumento de 1000x com óleo de imersão. Devem ser contadas no mínimo 200 células. Até 10% com defeitos maiores e 20% com defeitos menores são aceitáveis, totalizando 30% de defeitos. •Acima disso é considerado sub fértil. - Defeitos maiores: a maioria dos defeitos de cabeça e acrossoma; Quando há grande efeito na fertilidade. -> Acrossoma e Cabeça •Cabeça subdesenvolvida; •Piriforme; •Estreita na base; •Isolada patológica; •Pequena anormal e contorno anormal; -> Peça intermediária e Cauda •Cauda fortemente enrolada ou dobrada; •Cauda enrolada na cabeça; •Gota citoplasmática proximal; - Defeitos menores: a maioria dos defeitos de cauda. Pouco ou nenhum efeito na fertilidade. -> Cabeça •Cabeça delgada; •Cabeça gigante; •Cabeça curta; •Larga; •Pequena normal; •Isolada normal; -> Peça intermediária e Cauda •Implantação abaxial; •Retroaxial; •Oblíqua; •Cauda dobrada ou enrolada; •Gota citoplasmática distal - Outros elementos Outros elementos podem ser encontrados na avaliação das características morfológicas do sêmen e deverão ser citados no laudo. -> Medusas - Degeneração testicular grave -> Células primordiais - Linhagem espermatogênica, aparecem durante degeneração testicular grave. -> Células gigantes - degeneração testicular. Falha na condensação do DNA -> Leucócitos - Processos inflamatórios das gl . anexas, do epidídimo ou dos testículos. -> Hemácias - hemorragia em alguma parte do sistema genital, principalmente glande. -> Bactérias - contaminação do sêmen, não indica bactérias patogênicas, precisa fazer espermocultura. - Anormalidades primárias: Ocorrência durante a espermatogênese, são mais graves. - Anormalidades secundárias: Defeitos nos espermatozóides já formados durante o trânsito no epidídimo ou após ejaculado. -> Técnicas de coloração Eosina e fucsina, vermelho congo ou rosa bengala. São técnicas que melhoram a visualizaçãodos espermatozóides, marcam e indicam membranas lesionadas (tem impacto na fertilidade e motilidade). -> TESTES COMPLEMENTARES - Teste de termorresistência: Deixar espermatozóide 5h em temperatura de 38ºC (mimetiza passagem pelo trato feminino) e ver quantos sobrevivem. Pode ser também 46ºC por 30 min ou 38ºC por 5h + 24h por 5ºC. Indica boa qualidade quando pelo menos 15% tem motilidade progressiva (movimentação em linha reta). - Teste hiposmótico: avalia a integridade da membrana em contato com uma solução hipotônica, geralmente é feito após o congelamento para saber se o sêmen ficou prejudicado. Se a MP estiver íntegra a água entra e muda a conformação da cauda (incha). Se a MP estiver lesionada a cauda permanece normal. NOMENCLATURAS Aspermia No coito não há emissão de esperma. Pode ser conseqüência de alterações patológicas dos órgãos reprodutores e perturbações centrais. Azoospermia Não há espermatozóides no líquido seminal devido à não produção ou à absorção desses. Oligospermia Existem poucos espermatozóides no líquido seminal. Necrospermia Os espermatozóides estão inicialmente mortos ou morrem devido a processos inflamatórios. Deve ser confirmada pela coloração vital. O diagnóstico da necrospermia, assim como o da azoospermia e da oligospermia, é confirmado após vários exames de sêmen proveniente de diferentes técnicas de coleta.
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