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DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DO AUTISMO
Aluno: Ana Paula da Silva Dias
Professor: Maria Adelaide Maio Rodrigues
Matrícula: 201512998133
Resumo
O autismo representa (provavelmente) uma das condições mais heterogêneas em toda psiquiatria, envolvendo tantas formas mais leves cujo diagnóstico só é realizado quando o profissional possui grande experiência clínica até formas graves e profundamente incapacitantes. A análise detalhada dos sinais do autismo tem de ser muito criteriosa, pois, possui formas adequadas para este proceder dos profissionais habilitados, abordarei aqui como os profissionais pediatras ou outros médicos transmitem essa notícia para as famílias em primeira fase e de como são os tratamentos e métodos utilizados para a intervenção.
Palavras chaves: Autismo, Diagnóstico, métodos de avaliação e intervenção.
INTRODUÇÃO
No inicio do século xx três biólogos, o holandês Hugo de Vries (1848-1935), o alemão Carl Erich Correns (1864-1933), e o austríaco Erich Von Tschermark~Seysenegg (1871-1962), chegaram ás mesmas explicações sobre hereditariedade, embora nunca tenham trabalhados juntos. Mais tarde, um tempo depois deste período, descobriram que suas ideias não eram originais, não por causa do descobrimento dos estudos uns dos outros, mas pelos pergaminhos do monge agostiniano Gregor Johann Mendel (1822-1884), E como todos já sabem, a revolução do estudo genômica veio em 1953, com a apresentação, por Watson e Crick, do modelo molecular de dupla hélice do DNA. A ciência nunca mais foi a mesma com todo este descobrimento.
O estudo sobre autismo compartilha um pouco desta coincidência, isto é, pesquisas paralelas, mas com resultados semelhantes. Na década de 1940 os cientistas Leo Kanner e Hans Asperger descreveram simultaneamente uma doença específica relacionada com os sintomas da esquizofrenia. O quadro descrito por Kanner e Asperger tinham em comum o autismo extremo mais conhecido hoje como autismo severo, obsessividade, estereotipia e ecolalia. As crianças estudadas por Hans Asperger eram menos comprometida do que as crianças de Leo Kanner. Um tempo mais tarde as crianças de Asperger teriam sua síndrome batizada com o mesmo nome do seu investigador. A síndrome de Asperger tratava-se de casos de menor comprometimento intelectual, mostrando a maior capacidade que a criança possuía em uma área específica. Já as crianças de Leo Kanner foram associadas ao autismo clássico ou severo, porque os comprometimentos eram muito mais severos.
Entre os dois cientistas, é interessante e importante destacar Leo Kanner. Em 1949, em um artigo posterior ao do início do seu estudo com autistas, ele veio a mudar a sua concepção sobre o surgimento do autismo em crianças com novas explicações do biológico para o psicológico. Isso foi com certeza um desastre para os futuros estudos do autismo. Na época prevaleceu a explicação psicológica, principalmente por causa do crescimento da psicanálise nos Estados Unidos. Alguns anos depois Kanner tentou reverter o que havia dito, já era muito tarde tentar reverter, pois, foi a partir dessa mudança de concepção do Biológico para psicológico que nasceu o termo em seu artigo mãe geladeira. Esse termo afirmava que a mãe era culpada pelos problemas dos filhos, principalmente por sua incapacidade de amar. Essa teoria caiu em desuso devido a grande quantidade de estudos científicos.
Entretanto, hoje na atualidade o autismo vem sendo mais comentado, falado na televisão, nos jornais, há uma busca maior de informação por parte dos familiares, professores entre profissionais da saúde, no entanto, o TEA ainda continua sendo uma grave condição neuropsiquiátrica caracterizada por deficiências no comportamento social e de comunicação, bem como interesses restritos e repetitivos. A revista Espaço aberto em sua pesquisa escreveu, Um retrato do autismo no Brasil, segundo a dados do CDC (Center off Deseases Control and Prevention), Órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um (1) caso de autismo em cada 110 pessoas. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.
O início dos sintomas aparece geralmente na infância e tendem a persistir pela adolescência e a vida adulta, na maioria dos casos eles se manifestam nos primeiros cinco (5) anos de vida. Os tratamentos do autismo aqui em Goiânia são públicos e privados, porém o que tenho observado com a iniciativa privada se tem um alcance maior de técnicas e instrumentos para as intervenções, pois, o poder público não tem investido como se deveria numa qualidade melhor de vida para as pessoas com o TEA.
2. O que é autismo?
Quando se ouve a palavra autismo, logo vem á mente à imagem de uma criança isolada em seu próprio mundo, contida numa bolha impenetrável, que brinca de uma forma estranha, balança o corpo para lá e para cá, alheio a tudo e todos. Geralmente está associado há alguém “diferente” de nós, que vive á margem da sociedade e que tem uma vida extremamente limitada. Mas não é bem assim um autista, quando nós falamos em autismo, estamos nos referindo a pessoas com habilidades absolutamente reveladoras, e nos fazem refletir sobre quem de fato vive alienado.
Então, o TEA passa a ser visto como afetando indivíduos de todas as raças e culturas; com ampla gama de funcionamento, sendo uma condição permanente que podem se manifestar sob diversas formas ao longo dos anos (Plimley, 2007). Observa-se uma variação notável nas expressões dos sintomas e suas características comportamentais se alteram durante o seu curso e desenvolvimento (Klin, 2006).
O autismo é um Transtorno Global do Desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos três anos de idade e se prolonga por toda a vida. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são acometidas pelo transtorno, sendo que, é mais comum que o câncer, a AIDS e o Diabetes. Caracterizada por um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento, e, dentre elas, a mais comprometida é a interação social. No entanto, isso não significa dizer, em absoluto, que a pessoa com autismo não consiga e nem possa desempenhar seu papel social de forma bastante satisfatória. 
A segunda área comprometida é a da comunicação verbal e não verbal, existem pessoas com autismo que nunca vão pronunciar uma palavra que no caso são os não verbal, já os verbais pode falar normalmente desde pequenos ou ter um comprometimento na fala ou até mesmo falar depois de bem grandes. A terceira é a das inadequações comportamentais. Crianças com autismo apresentam repertório de interesses e atividades restritivos e repetitivos (como interessar-se somente por trens, carros, dinossauros, etc.), têm dificuldade de lidar com o inesperado e demonstram pouca flexibilidade para mudar as rotinas, claro que cada autista tem um caso diferente uns dos outros.
Devemos considerar que as primeiras descrições mais fidedignas do autismo surgiram na década de 40, portanto, trata-se de um diagnóstico recente. Obviamente, o problema já existia antes disso, mas, em se tratando de ciência, é um tempo bastante curto. Por isso, ainda estamos na fase embrionária nas descobertas das causas e da cura do problema, embora muitos avanços tenham sido conquistados em termos de entendimento e tratamento eficaz.
Em dezembro de 2007, a ONU decretou que o dia 02 de abril seria o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado pela primeira vez em 2008. Pode parecer um pequeno passo, mas até bem pouco tempo atrás o autismo sequer era citado nos meios de comunicação.
Quanto à distribuição por sexo no TEA:
O autismo é mais comum em meninos do que em meninas, sendo tipicamente relatadas razões de 4:1 ou 5:1. No entanto, quando as meninas são afetadas, isto ocorre com maior gravidade.
Uma pessoa com autismo sente, olha e percebe o mundo de maneira muito diferente da nossa. Pais, professores e profissionais e a sociedade como um todo precisam mergulhar em seu universo particulare perceber o mundo da mesma forma que ela o vê.
Se tratando de TEA o que diz estudos mais recentes:
Atualmente acredita-se que o mecanismo genético mais provável para o autismo seria o de genes de efeitos possivelmente leves interagindo entre si para produzir fenótipo (Folsteine Rosen-Sheidley 2001). Nesse modelo, combinações de vários genes, provenientes dos pais, são transmitidos aos filhos.
2.1. Como Chegar ao Diagnostico do Autismo?
Primeiramente é importante destacar que não existe nenhum exame de sangue, imagem ou atividade cerebral, cientificamente comprovado que detecte o TEA. Dessa forma, o diagnóstico é essencialmente clínico, feito por meio do contato com o paciente e sua família: a partir de relatos dos pais ou responsáveis, o profissional reúne informações que auxiliam na compreensão da história do desenvolvimento e na descrição dos sintomas observados.
É importante salientar, quem são os profissionais que estão aptos para realizar o diagnóstico. Segundo as leis brasileiras que regem a atuação profissional, o diagnóstico nosológico do TEA pode ser feito por profissionais da saúde graduados em diferentes áreas, como medicina, psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional (Brasil, Lei n° 12.842, de 10 de julho de 2013). Apesar dessa atuação ser permitida a todos os profissionais da área da saúde, ressalta-se a importância da formação especializada na avaliação do TEA. Por se tratar de um transtorno do neurodesenvolvimento, os profissionais que atuam nessa área devem ter conhecimento acerca do desenvolvimento típico e atípico, de funções cognitivas, epidemiologia e nosologia. Destaca-se também que o sucesso da avaliação diagnóstica depende do trabalho multidisciplinar dos profissionais.
Um fator importante é a idade para o diagnóstico do TEA, pois existe uma variação no início da manifestação dos sintomas, em casos de uma investigação precoce, os sinais do transtorno podem ser notados antes dos 24 meses de idade, já no caso de crianças com perfil de regressão no desenvolvimento, observa-se uma progressão normal nos dois primeiros anos de vida e uma perda das habilidades cognitivas nos anos seguintes. Em alguns casos de TEA os sintomas se manifestam tardiamente, pois as características são mais brandas, nesse padrão está associado ao autismo de alto funcionamento.
2.2. Critérios usados para Diagnóstico
Como o diagnóstico do TEA é clínico, ele é baseado na observação das características comportamentais do paciente. Ressalta-se que essa observação deve se fundamentar em parâmetros cientificamente aceitos. Atualmente, os profissionais têm à disposição dois guias da prática clínica: Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à saúde (CID), e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos mentais 5° edição (DSM-5), da American Psychiatric Association.
O CID é o sistema oficial de codificação das doenças utilizadas no Brasil, os profissionais devem usar a nomenclatura e os códigos propostos nesse manual, principalmente nos relatórios entregues para a família ou outros profissionais.
2.3. Passo a passo para a avaliação
A avaliação do TEA segue as etapas tradicionais da avaliação neuropsicológica: entrevista clínica, avaliação do paciente e entrevista com outros informantes (por exemplo, a escola). Na entrevista o profissional levanta as informações com a ajuda da anamnese, escalas de análise funcional do comportamento. Na anamnese é uma etapa crucial e muito importante da avaliação e é por meio dela que são levantadas as principais hipóteses diagnósticas do paciente, geralmente ela inicia-se com uma entrevista descontraída onde os pais ou familiares relatam suas principais queixas e como é a vida da criança. Quais são essas perguntas usadas para a avaliação e investigação? 
Motivo da avaliação
Descrição do problema
Principais queixas
Histórico do desenvolvimento
Gestação/ Pré-natal/complicações na gestação
Parto/nascimento/primeiros meses de vida/linguagem
Desenvolvimento motor fino e grosso
Histórico médico
Alteração do sono
Dorme sozinho
Alteração do habito alimentar
Horários de refeições
Histórico de doenças/medicamentos/tratamentos
Desenvolvimento social
Nos primeiros 6 meses de vida
Olha e interagia coma face da mãe
Nos primeiros 24 anos de vida
Aponta para pedir alguma coisa
Habilidades sociais
Durante a pré-escola
Histórico escolar
Quando iniciou na escola
Quando foi alfabetizado
Tem rotina de estudo
Histórico familiar
História médica, psicológica e psiquiatra
Nível escolar dos pais e social
Perfil atual
Temperamento
Nível de independência na vida
Sintomas psiquiátricos 
Interesses restritivos
Comportamentos repetitivos 
Tiques
Hiper ou hiporreatividade sensorial
Nível de compreensão e expressão da linguagem.
Claro, que ainda existem outros passos que não foram citados, porém esses são os principais.
A partir do diagnóstico, deve-se buscar otimizar capacidades ao invés da cura dos comprometimentos, que são natos. Para isso é importante precisar o QI executivo, o QI verbal, realizar testes neuro-psicológicos (cognição, memória, atenção, planejamento, execução, etc.), descobrir suas dificuldades na escola, no mundo social e na comunicação, assim como as dificuldades familiares para lidar com a situação.
Uma curiosidade muito importante nos primeiros anos de vida do TEA é a regressão do desenvolvimento da criança, certas habilidades que ela havia aprendido, suas conquistas diárias como, por exemplo, da alimentação, interação com a família ou pessoas fora do ciclo familiar, suas brincadeiras e seus gostos e gestos, estudos epidemiológicos mostram que esse fenômeno é observado em aproximadamente 27% dos casos do transtorno. Comumente, a regressão começa entre 15 e 24 meses de vida, após um desenvolvimento típico. Normalmente, o diagnóstico do TEA é feito em idade pré-escolar, aproximadamente aos 5 anos de idade, neste período, os sintomas são mais específicos, além disso, existe uma maior gama de instrumentos diagnósticos para essa idade. Quanto maior a gravidade dos sintomas, mais precocemente o diagnóstico é feito. No caso de crianças sem deficiência intelectual. O diagnóstico do TEA acaba podendo ser feito mais tardiamente, aproximadamente aos 7 anos de idade. 
2.4. O impacto da Revelação do Diagnóstico de Autismo para as Famílias
O presente estudo foi feito desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil de um município do interior Paraibano que é referência à assistência a criança com transtorno autista. Ocorreu uma coleta de dados em julho e agosto de 2013 e foi composta por 10 famílias pesquisadas e nesta pesquisa esses familiares relatam como foi passado esse diagnóstico para eles:
[...] Me espantei na hora porque não entendia o que era autismo. No começo foi muito difícil porque pensei que fosse algo muito grave. Não perguntei mais nada [...] fiquei perdida e ele disse só que tinha que tratar, mas não disse como.
A avó foi que percebeu primeiro. Ele era muito agitado. Ela dizia assim: “Esse menino tem problema” [...] só que eu não aceitava. Demoraram a diagnosticar e isso me fazia ter esperança que ele não tinha nada.
Eu tinha medo dela ser rejeitada pelas pessoas. Eu não sabia como ia ser. Na época eu não aceitei por muitas coisas, mas pensava muito na questão do preconceito das pessoas e da família do meu marido.
[...] O médico disse assim “Essa criança tem autismo” e não explicou muito.
[...] O médico simplesmente disse para mim assim “ Mãe seu filho não tem traços de autista não, ele é autista”. Não me preparou e foi muito direto.
[...] O médico virou e disse na lata de uma vez “ Essa criança é autista”. Só isso. Não conversou. Apenas me encaminhou para procurar tratamento para ela. Não tive como perguntar mais nada porque ele foi logo me encaminhando para outro setor.
Ela passa o dia todo comigo. Eu cuido dela dia e noite. O pai ajuda quando chega de noite do trabalho, mas quem cuida mesmo sou eu porque ele passa o dia todo fora e eu é que fico em casa cuidandodela. 
Percebe-se nos relatos das famílias um impacto considerável em relação á essa transmissão da notícia e no próprio autismo em si, daí vem alguns questionamentos em mente: Será que esses médicos não estão preparados de fato para lidar com essas famílias ou simplesmente ignoram o fato por não ter conhecimento especifico do TEA? Embora, agora em um tempo mais recente há uma grande quantidade de profissionais da área que estão se preparando para dar um diagnóstico mais humano preparando a família e orientando sobre o transtorno e trazendo informações sobre as formas de intervenções, terapias e onde procurar seus direitos.
Em algumas conversas informais com algumas mães de autistas, elas relataram como foi muito difícil receber esse diagnóstico de como não sabiam por onde começar, pois, além da própria aceitação elas tinham medo da família e da sociedade rejeitar seus filhos. A notícia do TEA já provoca uma significativa mudança na rotina diária de todos, como por exemplo, no financeiro, no psicológico, emocionais entre outros aspectos. Após as intervenções e ajuda de psicólogos as mães começam a buscar mais ajuda para si e para seus filhos, por isso, que todas as intervenções feitas ajudam não somente o TEA, mas suas mães a enxergarem a vida á diante por um outro ângulo e perspectiva.
Há alguns métodos que são utilizados no tratamento do autismo pelos profissionais e que realmente são necessários para melhorar seu condicionamento aos poucos, atualmente há 15(quinze) métodos que tratam e ajudam no desempenho e melhora de vida de uma autista, claro que esses métodos não prometem cura, mesmo porque ainda não há uma cura para o TEA e sim melhora de sua condição de vida no seu dia a dia. Alguns dos métodos são: ABA, TEACCH, SON-RISE e DIR FLOORTIME. O ABA e o TEACCH serão especificados aqui, pois, são os mais usados aqui na cidade de Goiânia.
Método ABA: Análise do comportamento aplicada, é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa, analisa e aplica a associação entre o ambiente , o comportamento humano e a aprendizagem. O livro citado nos mostra que o ABA foi desenvolvido através dos estudos de KHINNER que desenvolveu o Condicionamento Operante.
O condicionamento operante significa que um comportamento seguido por um estimulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro.
Esse método ABA pode ser aplicado para a criança desde bem pequena, porém também pode ser trabalhada com jovens e adultos, pode ser aplicada na escola ou até mesmo em casa através da mãe recebendo instrução dos profissionais. Ele é um programa que concentra-se na premiação do comportamento desejado do individuo.
O currículo a ser efetivamente seguido depende de cada criança em particular, mas geralmente é amplo: cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de cuidados pessoais , motoras e de brincar. O intensivo envolvimento da família no programa é uma grande contribuição para o seu sucesso.
Os métodos ABA são usados para aumentar e manter comportamentos adaptados e desejados e generalizar esses mesmos comportamentos a novos ambientes e situações.
Método TEACCH: é um modelo de ensino que através de uma “estrutura externa”, organização de espaço, materiais e atividades, permite criar mentalmente “estruturas internas” que devem ser transformadas pela própria criança em “estratégias” e, mais tarde, autorizadas de modo a funcionar fora da sala de aula em ambientes menos estruturados. O objetivo final é ajudar a criança com autismo a crescer da melhor maneira possível, de modo a atingir o máximo de autonomia na idade adulta.
Esse programa de intervenção tem como base a terapia comportamental e é um dos métodos mais comumente utilizados no tratamento do TEA, além de sua prática partir de evidências e ter como objetivo desenvolver as habilidades do individuo e tornar o ambiente mais adequado ás necessidades do paciente.
 
2.5. Leis que facilitam e norteiam a vida de uma criança com deficiência
A lei de n° 8.069, de 13 de julho de 1990 diz no artigo 11:
Art 11. É assegurado acesso integral ás linhas de cuidado voltadas á saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observando p princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 1° A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem descriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. 
§ 2° Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, áqueles que necessitam, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com ás linhas de cuidado voltadas ás suas necessidades específicas.
Como bem sabemos, ainda não existe uma lei especifica para a pessoa que possui o transtorno do autismo, então, logo, ele está enquadrado na lei do deficiente.
O que diz a lei para os portadores de deficiência n° 10.845 de 5 março de 2004:
Art 1º Fica intitulado, no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, Programa de Complementação ao Atendimento Educacional Especializado ás Pessoas Portadoras de Deficiência, PAED, em cumprimento no disposto inciso:
ǁ garantir, progressivamente, a inserção dos educandos portadores de deficiência nas classes comum de ensino regular.
Em nossa sociedade o que ainda é muito precário é a busca de informações das famílias em relação aos direitos de seus filhos com o transtorno, o autismo tem muitos direitos garantidos por lei, porém, que são por desconhecimento de seus pais. Que são alguns deles: Descontos em passagem aérea, Comprar veículo novo com até 30% de desconto, Atendimento multiprofissional pelo SUS, Cobertura do Plano de Saúde, Atendimento preferencial, Jornada de trabalho reduzida para Pais de Autistas, Matrícula em qualquer instituição de ensino, Benefício Previdenciário, Acompanhante especializado nas instituições de ensino.
3. Considerações Finais
Autismo, uma palavra tão pequena, tão simples de pronuncia, porém com uma enorme complexidade no entendimento de suas funções, é um grupo de desordens de origem neurobiológica que possui um impacto considerável na vida do indivíduo com o TEA. Quando o autismo vem no sexo feminino esse impacto é maior, pois, vem com mais comprometimentos do que nos meninos, apesar de que há um maior número de meninos com o transtorno, por isso a cor do autismo é azul por ter maior quantidade de casos nos homens, estima-se que a proporção seja de quatro meninos com o TEA para cada menina nascida. Porém nos casos em meninos ou em meninas se tem os graus leve, moderado e o severo.
Foi na década de 40 que Leo Kanner descreveu seus primeiros casos de autismo, antes o TEA era visto como esquizofrênico, mas isso mudou com os estudos de Kanner, mudou também a questão dos nomes que antes eram vistos como: síndrome de Rett, síndrome de asperger, transtorno autístico, transtorno desinterativo da infância, hoje atualmente essas nomenclaturas mudaram agora é Transtorno do Espectro Autista.
Hoje na atualidade, os estudos sobre o autismo estão bem avançados muito já sabemos sobre o TEA, mas ainda não há uma cura para o transtorno, terapias novas, intervenções novas, métodos muito eficazes tratam do autismo, como a terapia ABA, a terapia TEACCH são as mais utilizadas no momento pelos profissionais da área. Houve também uma melhora no quesito diagnóstico, com profissionais preocupados com essas famílias, claro não deixando de falar dos profissionais mau preparados para realizar esse proceder com as famílias. Se cada pai e mãe de um autista procurar os profissionais capacitados/habilitados para trabalhar com seu autista há uma enorme chance de aproximar o mais perto do normal ou melhorar muito sua condição de vida.
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4. Referências 
ASSUNPÇÃO Júnior, Francisco Baptista. EVELYN Kuczynski. Autismo Infantil: Novas Tendências e Perspectivas. 2º edição. São Paulo:Atheneu, 2015. (Série de Psiquiatria: da Infância à adolescência).
BANDEIRA, Cláudia de Lima, Perturbações do Espectro do Autismo: Manual Prático de Intervenção. Lidel, 2012.
CAMARGO JR, Walter. e. Colaborabores. Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. 3° Milênio. 3° edição. Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Subsecretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010.
JÚLIO-COSTA, Annelise; ANTUNES, Andressa Moreira. Transtorno do Espectro Autista: Na Prática Clínica. São Paulo: Pearson Clinical Brasil, 2017.
LEAR, Kathy, et al, Um Programa de Treinamento em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) em Ritmo Auto- estabelecido. Toronto – Canadá, 2° edição, 2004.
PINTO, R, M; TORQUATO, I, M, B; COLLEF, N; REICHERT, A, P. da. S; SOUZA, NETO, V, L. de; SARAIVA, A, M. Autismo Infantil: Impacto do Diagnóstico e Repercussões nas Relações Familiares. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, vol. 37. N°3. < Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=s1983-14472016000300413&Lang=pt> Acesso em 16 DE Abril de 2019, 10:31:00.
SCHMIDT, Carlos. Autismo, educação e transdisciplinaridade [Livro Eletrônico]. Campinas, São Paulo: Papirus, 2014. (Séries Educação Especial).
SILVA, A, B, B; GAIATO, M, B. e REVELES, L, T. Mundo Singular: Entendendo o Autismo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
https://www.ama.org.br/site/autismo/definição/ <Acesso em 16 de Abril de 2019, 16:46:00.
WWW.planalto.gov.br/ccivil_/03_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.845.htm < Acesso em 16 de Abril de 2019, 15:30:00.
WWW.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.HTM <Acesso em 16 de Abril de 2019, 11:17:00.

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