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AULA - A QUESTÃO COSMOLÓGICA E A QUESTÃO ÉTICA

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FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO 
 
A QUESTÃO COSMOLÓGICA E A QUESTÃO ÉTICA 
PROF. RAFAEL VILAÇA EPIFANI COSTA 
DOS MITOS GREGOS À ESPECULAÇÃO FILOSÓFICA 
 
Localizada na História Antiga, a Filosofia Grega se divide 
em três períodos: Pré-Socrático, Socrático e Helenístico. 
Apesar de se constituir a partir da construção do 
pensamento racional, a Filosofia se desvinculou dos 
mitos de forma gradual. Os mitos enquanto narrativas 
originada na experiência de grupos, buscavam explicar a 
origem da humanidade, ou dos próprios fenômenos 
naturais, porém, sem buscar compreender a natureza 
física desses fenômenos com base na razão. 
COSMOGONIA X COSMOLOGIA 
A Cosmogonia ou Teogonia são as narrativas mitológicas 
que tentam explicar a realidade a partir dos deuses que 
dão origem e ordem ao mundo. A Cosmologia é o estudo 
sobre a origem do mundo e/ou sua ordem, a partir da 
especulação acerca da Physis (Natureza). 
Essa especulação filosófica parte de um princípio ou 
fundamento, que é o Logos. O Logos atua tanto como a 
base da explicação racional quanto um discurso sobre as 
coisas que se podem provar, que não são fruto do acaso, 
mas de uma regra, um princípio lógico. 
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS 
Os primeiros filósofos são classificados como pré-
socráticos, e, em sua maioria, surgiram nas ilhas gregas, 
sendo os principais Tales, Anaximandro, Anaxímenes e 
Heráclito. Na época desses filósofos não havia um sistema 
de pensamento único que era seguido por todos eles, 
portanto não podemos falar em uma “Escola”. Cada um, a 
seu modo, tentava explicar a origem do mundo e das 
coisas por meio da observação da natureza ao seu redor, 
buscando um princípio primordial, chamado de Arché. 
 
 
 
OS FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS E SUAS COSMOLOGIAS 
 
Tales: O “princípio único” de todas as coisas, o Arché, se 
encontra na Água, pois na umidade há a vida e o que a alimenta. 
Anaximandro: O princípio das coisas não tem origem em 
deuses, mas no Apeiron, algo infinito, sem forma, ou limites. 
Anaxímenes: O princípio das coisas se encontra no Ar. A partir 
da condensação os elementos podem transformar-se em outros. 
Heráclito: A base da natureza das coisas é o Fogo, pois dele 
procedia uma constante transformação do mundo: “Não se pode 
entrar duas vezes no mesmo rio”, ideia que fundamenta o Devir. 
 
 
 
ESCOLAS PRÉ-SOCRÁTICAS 
Escola Pitagórica: Pitágoras, Hipaso e Filolau. 
Ideias: Os números são o princípio de todas as coisas. 
Escola Atomista: Leucipo e Demócrito. 
Ideias: A matéria é formada por minúsculas partículas 
indivisíveis, que estão em movimento em um vazio 
infinito e se chocam por não se encaixarem ou se unem 
por afinidade. 
Escola Eleática: Parmênides, Zenão e Melisso. 
Ideias: Conhecimento sensível x conhecimento racional. 
 
 
A QUESTÃO ÉTICA 
O conceito do Nomos: O Direito enquanto a Lei. 
“Desde o tempo das narrativas de Homero, a coesão da 
pólis grega tinha por base as normas que determinavam 
os arranjos sociais que lhe subjaziam. A lei, nos tempos 
antigos dos gregos, era expressa pela simbologia de 
Themis. Na mitologia grega, Themis correspondia à 
divindade que, por meio da força e da batalha, dá a 
norma que funda a ordem. Em tempos mais recentes da 
história dos gregos, outro termo se levanta em oposição a 
Themis. Trata-se de Dike [...]” 
 
A QUESTÃO ÉTICA 
“[...] Também se referindo a direito, às normas e à justiça, 
Dike é um símbolo, tal qual Themis, haurido da mitologia 
e da religião grega, mas sua expressão revela um outro 
uso: não se apoia na norma tanto como força e 
autoridade, mas sim com uma ênfase maior sobre o 
justo.” (MASCARO, 2010, p. 31) 
Para Heráclito, o conflito, a discórdia e a guerra, garantem 
a união de uma sociedade, então, a guerra e seu resultado 
como consequência, são aquilo que dão origem à Justiça. 
“A luta dos contrários é harmonia.” 
OS FILÓSOFOS SOFISTAS 
A Escola Sofística surgiu a partir da discussão de questões 
ligadas ao governo da pólis e dos desafios sociais. Dessa 
forma, baseavam seu pensamento a partir da Retórica, 
como meio de garantir o melhor agir político, dando aos 
homens uma formação prática, baseada no conhecimento 
enciclopédico. Ex.: Górgias, Hípias, Protágoras. 
Obs.: Os sofistas não são considerados filósofos de 
acordo com as críticas tecidas por Platão e Aristóteles. 
Obs.: Os sofistas são considerados filósofos do período 
Socrático, pois rompem com a Filosofia anterior. 
 
 
A DEMOCRACIA ATENIENSE E OS SOFISTAS 
 
O governo de Atenas baseava-se na Democracia. Os cidadãos, 
homens livres, discutiam na Ágora questões relacionadas à 
administração pública, e por meio dos seus discursos, 
influenciavam as pessoas, as leis criadas e os julgamentos. 
Para os sofistas o conceito de Justiça é uma convenção social, 
podendo ser alterada de acordo com a Lei. “O homem é a 
medida de todas as coisas”. 
Ao contrário dos demais filósofos pré-socráticos, que buscavam 
entender o mundo a partir da natureza, os sofistas 
procuravam conhecer a verdade e a moral das coisas. 
 
 
 
SÓCRATES 
 
Os relatos sobre a vida de Sócrates derivam de três fontes: os 
diálogos de Platão, as peças de teatro de Aristófanes e os 
diálogos de Xenofonte. 
 
“Tal moralidade socrática, que considera a filosofia como o amor 
ao saber, e, portanto, orienta a busca filosófica em direção dos 
conceitos estáveis, desprovidos das ambiguidades dos floreios 
das argumentações, foi sempre muito apreciada pela filosofia 
medieval e moderna, o que fez de Sócrates o paladino da 
filosofia em contraposição aos sofistas, 
vendilhões da verdade.” (MASCARO, 2010, p. 38) 
 
 
 
SÓCRATES x SOFISTAS 
 
Para Sócrates era preciso buscar o fundamento das ideias e dos 
conceitos, indagar sobre as coisas, ao contrário dos sofistas, que 
consideravam a verdade a partir de uma convenção, e caindo-
se no perigo do relativismo. 
 
“As velhas tradições, que sustentaram a cidade e que lhe deram 
a unidade e a coesão até o presente, eram devotadas a uma 
espécie de direito religioso, haurido da mitologia de Themis e 
Dike. Já as novas perspectivas filosóficas se assentavam sobre o 
caráter meramente convencional das normas.” 
(MASCARO, 2010, p. 41) 
 
 
 
 
A MÁXIMA SOCRÁTICA 
“Procurei demonstrar-lhe que ele parecia sábio sem o ser. 
[…] Então, pus-me a considerar, de mim para mim, que eu 
sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao 
contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e de bom, 
mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem 
sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou 
certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio 
do que ele, nisso – ainda que seja pouca coisa: não 
acredito saber aquilo que não sei”. 
(Platão. Apologia de Sócrates, 1969.) 
 
A VIRTUDE EM SÓCRATES 
 
No diálogo Protágoras, que apresenta o encontro de 
Sócrates com Protágoras é apresentado o conceito da 
virtude (em grego, Areté). Para Sócrates, o 
Areté, entendida como “excelência moral e política”, ou 
de se realizar aquilo ao qual cada coisa é destinada (Ex.: a 
essência de um governo é administrar bem a cidade) e em 
relação ao ser humano, manter-se fiel e agir segundo sua 
própria essência. Logo, pessoas virtuosas podem 
desempenhar qualquer função na sociedade. 
A JUSTIÇA EM SÓCRATES 
Segundo Sócrates, a premissa básica para que se tenha uma 
sociedade justa, vem da ideia de uma República bem organizada, 
na qual a atitude do justo é atar dentro de suas aptidões, mas 
agindo pensando no ‘bem comum’ 
 
[...] É, portanto, evidente que é sábia, corajosa, sensata e justa. 
Mas escuta, e diz se eu digo bem. O princípio que de entrada 
estabelecemos que devia observar-se em todas as 
circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, 
segundo me parece, ou ele ou uma das suasformas, a justiça. 
A JUSTIÇA EM SÓCRATES 
 
[...] Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimo-lo 
muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se 
de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é 
mais adequada. [...] Além disso, que executar a tarefa própria, e 
não se meter nas dos outros, era justiça. Essa afirmação 
escutamo-la a muitas outras pessoas, e fizemo-la nós mesmos 
muitas vezes. [...] Logo, esse princípio pode muito bem ser, de 
certo modo, a justiça: o desempenhar cada um a sua tarefa.” 
(PLATÃO, A República) 
 
O MÉTODO SOCRÁTICO 
 
A ironia e a maiêutica se tornam caminhos para conhecer a 
verdade através do autoconhecimento. 
 
A ironia, a refutação das ideias: A partir do uso de perguntas, 
Sócrates conduzia o interlocutor a se contradizer, desse modo, 
refutando suas ideias através delas mesmas. 
A maiêutica, o parto das ideias: Com as ideias colocadas em 
questão e refutadas, então Sócrates conduzia o interlocutor a 
conceber novas ideias que iriam levar a uma nova conclusão 
sobre o assunto. 
 
A MORTE DE SÓCRATES 
 
Sócrates fez muitos discípulos, entre eles, Platão, Crítias, Críton, 
Fédon. Dessa forma, foi denunciado por três cidadãos 
atenienses: Ânito, Meleto e Lícon. As acusações eram as 
seguintes: Não acreditar nos costumes e nos deuses, 
desenvolver uma crença em deuses estranhos que levariam à 
destruição de Atenas, a corrupção dos jovens por suas ideias. 
 
Para Platão a condenação de Sócrates foi um ato político. Por 
outro lado, exalta nos seus diálogos, a questão moral de 
Sócrates fazer cumprir sua sentença, em respeito à Lei. 
Tal questão, se torna o centro do diálogo Críton. 
A MORTE DE SÓCRATES 
 
"Eu predigo-vos portanto, a vós juízes, que me fazeis morrer, que 
tereis de sofrer, logo após a minha morte, um castigo muito mais 
penoso, por Zeus, que aquele que me infligis matando-me. 
Acabais de condenar-me na esperança de ficardes livres de dar 
contas da vossas vida; ora é exatamente o contrário que vos 
acontecerá, asseguro-vos (...) Pois se vós pensardes que 
matando as pessoas, impedireis que vos reprovem por viverem 
mal, estais em erro. Esta forma de se desembaraçarem daqueles 
que criticam não é nem muito eficaz nem muito honrosa."

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