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EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA: Um relato de uma professora da EMEF Maria Cássia de Carvalho
Rosane do Socorro Pantoja Rodrigues[1: Graduada em Pedagogia, na UFPA, EMAIL: rosane201785@gmail.com]
Jaelson do Carmo Cardoso Castro*[2: Tutor da Pos graduação da Uniasselvi, EMAIL: jaelsonc3@hotmail.comArtigo apresentado a Pós Graduação Uniasselvi como requisito parcial para obtenção de titulo de especialização em Educação Especial Inclusiva, sob orientação do professor Jaelson do Carmo Cardoso Castro, Cametá, 2017.]
RESUMO
Este artigo objetiva o estudo da educação inclusiva, enfocando a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares, sobretudo, quanto ao acesso igualitário, práticas e recursos pedagógicos que possam fazer essa inclusão se tornar realidade. Utilizamos estudo de TALAMONI (2009), FIGUEIRA (1995), entre outros. A metodologia se baseou na investigação por meio de pesquisas bibliográficas de leis, artigos, documentos oficiais, revistas e pela entrevista com as professoras. Portanto, objetivamos como resultado a necessidade de uma equipe multiprofissional nas escolas oferecendo suporte a essas crianças é de extrema necessidade. Sabemos que a educação inclusiva é uma ação nova que vem ganhando espaço e contribuindo para a formação de um novo paradigma social, em que as pessoas com necessidades especiais passam a ser protagonistas de uma educação voltada para seu desenvolvimento. 
Palavras-chave: Educação. Inclusão. Pessoas com Deficiência. Professora. 
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é discutir a inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares. A importância de se debater este tema se sustenta no fato de que a mencionada inclusão não é uma realidade em todas as escolas do país, visto que a educação inclusiva parte da intenção de que todos são iguais, que têm as mesmas possibilidades e, principalmente, os mesmos direitos de acesso ao ensino e à aprendizagem. Essa igualdade de direitos está explicita na Constituição da República Federativa do Brasil, que a assegura e dispõe quem tem o dever de promovê-la.
Segundo a CONSTITUIÇÃO (1988)
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
Para cumprir essa disposição, destaca-se que a educação inclusiva parte do objetivo da isonomia entre os indivíduos, pois determina que todos os cidadãos brasileiros tenham as mesmas possibilidades e, principalmente, os mesmos direitos de acesso ao sistema de ensino público e a uma aprendizagem de qualidade. Para alcançar os objetivos almejados, neste artigo utiliza-se como metodologia de trabalho a pesquisa bibliográfica, fazendo uso de revistas, artigos científicos e de opinião, documentos oficiais e leis que tratam da inclusão no Brasil e de campo com perguntas abertas. Fazendo uma breve retrospectiva da inclusão observamos que é uma ação nova na sociedade, com grandes desafios a serem superados e preconceitos a serem rompidos. A busca por uma educação diversificada que abrange todos os indivíduos é uma questão social e integracionista, que assegura esses direitos às pessoas com necessidades especiais. Essa inclusão é imprescindível para que estes indivíduos possam procurar a plenitude do seu existir e para que possam ter as mesmas possibilidades e competências.
2. EDUCAÇÃO ESPECIAL INCLUSIVA
A transformação na estrutura social e a oportunidade que se abre para as pessoas com deficiência foi um processo árduo baseado em discriminações, em lutas por direitos humanos e que, paulatinamente, alcançou resultados esperançosos. A educação inclusiva é uma vitória que trouxe equidade entre as pessoas, equidade de ensino, de esperança, de possibilidade de trabalho e de dignidade. Trata-se de uma revolução nas bases educacionais, na cultura, na capacitação dos professores e profissionais ligados a educação que tende a estar preparados para a diversidade entre os alunos e a criar estratégias, métodos para que todos possam ter a mesma qualidade de ensino. Para VEROTTI e CALLEGARI (2009). Durante séculos, o mundo tratou as crianças com deficiência como doentes que precisavam de atendimento médico, não de Educação. Essa perspectiva começou a mudar na década de 1950. Mas foi só nos anos 1990 que as velhas ideias assistenciais foram suplantadas pela tese da inclusão. Procurava-se garantir o acesso de todos à Educação. 
A deficiência, ao longo da história da evolução humana, é carregada de preconceitos, de discriminações e caracterizada como sinônimo de anormalidade. Caracteriza-se como deficiência a ausência de alguma estrutura psíquica ou física que apresenta necessidade e atenção específica por causa de seu déficit. A palavra deficiente para algumas ONGs, estudiosos, cientistas e pelas próprias pessoas é classificada como um termo inadequado, pejorativo e carregado de ideias preconcebidas e negativas. Porém, para outras pessoas essa tendência pode levá-las a não se aceitarem e com isso fazer a sociedade não respeitar a diferença entre as pessoas. Nesse sentido, FIGUEIRA (1995) observa que as Palavras são expressões verbais de imagens construídas pela mente. Às vezes, o uso de certos termos, muito difundidos e aparentemente inocentes, reforça preconceitos. Além dessas falas, temos observado, o medo da mudança com a certeza do fracasso e medo da diferença onde se sentem ameaçados, os que provocam afastamento, o estigma e consequentemente o preconceito. O professor desconhece quem é este sujeito, suas possibilidades, seu desejos, suas dificuldades e limitações.
A educação especial tem buscado desenvolver técnicas, preparando professores para melhor atender a estes alunos com suas especialidades, buscando qualidade, eficiência e resultados significativos. Antes da inclusão dos alunos com deficiência no ensino regular, a educação especial somente era encontrada em centros especializados, que são escolas direcionadas para atender pessoas com deficiências, longe do ensino regular como as APAEs. Na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, o inciso III do artigo 208 garante o “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de necessidades especiais”. Com essa evolução no sistema educacional, o sistema regular tende a oferecer um aparato para receber essas pessoas e atendê-las de maneira estrategicamente estruturada, com educação universalizada, com igualdade de oportunidades com base em um sistema de “adaptações.” Entretanto, a palavra “preferencialmente” também dá abertura para que a pessoa com deficiência possa estar nos ambientes especializados como APAES, escolas especializadas e outras instituições, que tenham como foco esse tipo de clientela. Por outro lado, há que se considerar que a família também exerce papel importante na escolha da escola ideal para o seu filho. Nesse diapasão, a inclusão de alunos com deficiência não é uma ação misericordiosa, mas sim uma ação de amor ao próximo, de proteção dos direitos humanos, de crescimento pessoal e de oferta a oportunidade de desenvolvimento intelectual às crianças. Uma vez que a palavra inclusão está implícita ao termo exclusão, pois só quem foi excluído poderá ser incluso, por isso que a busca é por uma educação qualitativa e igualitária, o que enfatiza a luta das minorias pelo seu direito expresso na constituição federal do Brasil. Segundo o Ministério da Educação Secretária de Educação Especial (2009) As primeiras iniciativas para a educação de pessoas com deficiências surgiram na França em 1620, com a tentativa de Jean Paul Bonet de ensinar mudos a falar. Foram fundadas em Paris as primeiras instituições especializadas na educação de pessoas com deficiências: a educação de surdos com o abade Charles M. Eppé, que criou o “Método dos Sinais” para a comunicação com surdos. O Instituto Real dos Jovens Cegos, em Paris, fundadapor Valetin Hauy, em 1784, destinava-se a leitura tátil pelo sistema de letras em relevo. Mais tarde, em 1834, Louis Braille criou o sistema de leitura e escrita por caracteres em relevo, denominado sistema braile, abrindo perspectivas de comunicação, educação e independência para as pessoas cegas.
A educação especial não é um objeto de estudo da atualidade, mas vem sendo pesquisada, estudada e debatida ao longo do tempo por estudiosos com propósito de incluir pessoas com deficiência na sociedade, de maneira a se sentirem com as mesmas oportunidades e perspectivas de uma pessoa sem nenhuma necessidade especial, não deixando de considerar suas necessidades específicas, porém promovendo acesso, participação e desenvolvendo suas habilidades individuais.
 “A educação é um elemento primordial para todos, que está bem defendida pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, cujo inciso V do artigo 23 dispõe que” É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (...) proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência.” 
Estes meios de acesso são elementos básicos comuns a todos os indivíduos da nossa sociedade o que caracteriza igualdade de ensino independentemente das diferenças existentes entre os indivíduos, por isso o sistema educativo tem que estar preparado para atender a todos os tipos de deficiências individuais. A evolução da tecnologia permitiu uma maior integração de pessoas com necessidades especiais, o que facilitou o processo inclusivo, ainda mais com o advento da informática na educação, que trouxe um leque de possibilidades a serem exploradas. Tais benefícios passam pela independência e pela motivação, buscando despertar o interesse pela aprendizagem por meio do autoconhecimento, mostrando-lhes que deficiência não pode ser vista como um impedimento, mas como um desafio a ser superado. Dados divulgados pelo MEC (2006 p.10) apontam que, 
“No Brasil, a primeira escola especial foi criada em 1854, o Imperial Instituto de Meninos Cegos, no Rio de Janeiro e, em 1857, o Instituto Imperial de Educação de Surdos, também no Rio de Janeiro. Sob influência europeia, eles propagaram o modelo de escola residencial para todo o País.” 
Na Europa, nesse mesmo período, o estudo de como incluir pessoas com necessidades especiais já estava sendo debatido e métodos estavam sendo implementados em busca de qualidade, estímulos de habilidades para que todos os portadores de necessidades especiais pudessem ter acesso ao conhecimento de forma igualitária. Segundo o Ministério da Educação e da Secretaria da Educação Especial A Declaração dos Direitos Humanos (1948) vem assegurar o direito de todos à educação pública, gratuita. Essas ideias, reforçadas pelo movimento mundial de integração de pessoas com deficiência, defendiam oportunidades educacionais e sociais iguais para todos, contribuindo fortemente para a criação dos serviços de educação especial e classes especiais em escolas públicas no Brasil.
Através desta visão de integração e de direito de todas as pessoas com necessidades especiais passaram a integrar o ensino regular, ganhando força e apoio da comunidade. Este movimento trouxe várias oportunidades, enfatizando e fortalecendo o ambiente escolar, promovendo a aprendizagem e as modificações em sua estrutura, rompendo antigos paradigmas e passando para nova fase do ensino, a fase de “Educação Inclusiva”, que focaliza a mudança nas práticas pedagógicas, da preparação do professor com didáticas inclusivas e com a eliminação de barreiras. Nas últimas décadas as escolas especializadas para pessoas com deficiência, estão se integrando com o ensino regular e fazendo surgir um novo conceito a “Educação inclusiva”, que busca favorecer a diversidade, compreender que somos diferentes e que em algum momento de nossa vida escolar teremos alguma necessidade especial. Segundo AFONSO (2013) Educação inclusiva, portanto significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário, com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças. 
E é através dessa diversidade que se constitui a nova organização do ensino regular, buscando práticas pedagógicas que sejam abrangentes e que consiga englobar os alunos porque todos têm direito a equidade de ensino, modificando atitudes discriminatórias e estimulando a potencialidade de maneira global. Todavia não é apenas o ambiente, tecnologias avançadas, práticas e a dedicação dos professores que será crucial para a igualdade de oportunidades, mas a motivação dos pais, a solidariedade dos colegas de classe, o apoio da família e as oportunidades que a sociedade irá oferecer para elas. Segundo a Declaração de Salamanca (2014) “o Princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter.” Para que a educação inclusiva consiga responder todas as expectativas é necessário que se supra todas as necessidades dos alunos, acompanhando o ritmo de aprendizagem de forma que todos aprendam com a mesma qualidade, apropriando currículos, práticas e objetos educacionais. Para que, dessa forma, possa ser traçada uma estratégia eficiente, tal como a apoiada pelo Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Básica. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. 
Essa isonomia de oportunidades não quer dizer “mesma maneira de aprender”, pois cada pessoa possui uma limitação singular e suprir as necessidades de maneira eficiente é focar no que cada aluno necessita. A inclusão, portanto, não é apenas agregar crianças com necessidades especiais no ensino regular, mas uma ruptura de paradigmas, de conceitos e de métodos, acreditando e modificando paradigmas do tipo que necessidades especiais é sinônimo de incapacidade. Para que essa inclusão seja feita de maneira dinamizada e tenha efeitos significativos é necessário fortalecer a formação dos professores, estruturar as escolas, sincronizar a direção, os gestores, as famílias para que todas as diversidades sejam abrangidas. A educação inclusiva não é apenas uma solução para uma sociedade pautada na diferença, mas é uma resposta brilhante, comprometida com o respeito aos cidadãos, incentivadora e que proporciona estímulos para uma nova pedagogia que ressalte a diversidade na sala de aula, que não tenha medo de encarar a diferença, pois é isso que move o mundo contemporâneo, saber lidar com o diferente é aprender a respeitar e detectar novas habilidades. E essas identificações são feitas pelo professor que necessita de uma formação focada, de formação continuada e de projetos que promovam essa inclusão, que orientem as atividades no âmbito escolar, que façam projetos pedagógicos que sejam compatíveis com as necessidades da educação inclusiva e estabelecendo redes de apoio que favoreça o processo educacional. É na sala de aula que todos os esforços são concretizados. A maneira como o projeto será implantado é o que trará os resultados e a eficácia do processo de ensino-aprendizagem. É importante ressaltar que a educação inclusiva é uma ação que está sendo construída, é uma ação nova com boas ideias e com muitos desafios a serem vencidos que dependem dos esforços dos governos de disponibilizarem recursos, tecnologias, de investir na formação de profissionais, em métodos e práticas pedagógicas que possibilitem a participação e aprendizagemde todos os alunos, para que realmente a educação não faça diferença entre seus alunos, mas que possa igualar as oportunidades e o crescimento pessoal de cada indivíduo.
3. VIVENCIANDO A INCLUSÃO, RELATOS DA PROFESSORA MARIA DE LURDES
Maria de Lurdes é professora efetiva no Município de Cametá, trabalha na EMEF Maria Cássia de Carvalho na Vila de Maú Distrito de Curuçambaba, a entrevista foi feita como perguntas abertas na referida Escola. 
1-Quantos anos a Senhora começou a trabalhar como professora? 
 Minha vida de professora começou aos 20 anos de idade, e já faz muito tempo! 
2- Nos relata como à senhora ver a educação?
Passei por inúmeras experiências escolares. Dei aulas para crianças, jovens, adultos, em escolas regulares e nos últimos anos tive o maior prazer por trabalhar com criança deficiente na escola regular. Sempre gostei do que faço, pois mesmo aposentada continuo, pois me encanto pela educação. Considero-a uma expressão de amor verdadeiro pelo outro, pois educar é empenhar-se por fazer o outro crescer, desenvolver-se, evoluir. Nos últimos anos tive a oportunidade de trabalhar com uma criança deficiente. No primeiro momento tive medo de errar, de não saber como lidar ou se estaria desenvolvendo um bom trabalho, pois não tinha nenhuma experiência, mas a dedicação, o amor, a responsabilidade e o respeito, isto sim, me estimularam com muita coragem e comprometimento para um novo e grande desafio. Primeiramente pensei! Deus está me oferecendo uma oportunidade, está me oferecendo a oportunidade de ajudar, de eu poder transformar a vida educacional daquela criança. Acredito que missões são dadas para pessoas que possa desempenhá-las com o seu melhor. Era grande a expectativa, como proceder diante de uma pessoinha tão especial? Foi a experiência mais linda e importante, acrescido de uma experiência e oportunidade de crescimento tanto profissional quanto pessoal, depois de vinte e sete anos de trabalho com crianças sem nenhuma deficiência, foi apaixonante ver a evolução da criança junto com seus colegas vencendo muitas barreiras e sendo muito querido e estimulado por todos. Porque os demais alunos interagiam com ele, trocavam experiências e ele se sentia como todos os demais alunos deve se sentir em uma sala de aula, ou seja, participando com a mesma intensidade, tendo a mesma oportunidade de ensino e aprendendo dentro das suas capacidades. Para que aconteça a inclusão no ensino regular, é preciso renovar as escolas oferecendo uma estrutura adaptada e o profissional tem que ser qualificado, pois é um trabalho diferenciado o que requer práticas diárias, articulações diferenciadas e inovadoras. Proporcionando um ensino de qualidade que seja desenvolvido de forma interdisciplinar e que favoreça suas habilidades e potencialidades, sejam elas: cognitivas, motoras e afetivo-sociais. A oportunidade e igualdade do ensino têm que ser sempre reafirmada, porque devemos respeitar todos, pois somos diferentes, cada um com suas particularidades e limitações.
Os questionamentos muito contribuíram para o desenvolvimento de nossa pesquisa.
Em complemento a pesquisa e estudo feito junto à professora Maria de Lurdes fomos também oportunizados a uma roda de conversa com a professora Doralice Farias (professora da sala multifuncional da Escola Municipal Santa Santos, Doralice Farias Cametá/Pará), a qual aceitou nos responder alguns questionamentos que muito contribuíram para o nosso trabalho.
1 – Quais os desafios e dificuldades encontradas para trabalhar com aluno com déficit intelectual? O maior desafio é o cotidiano. Quando o aluno tem muita dificuldade, maior a chance de se conseguir desenvolver a tarefa individualmente com ele, pois a dedicação e a atenção estarão voltadas somente para esse aluno. A dificuldade maior é perceber que mesmo mudando a didática do aprendizado o aluno não consegue compreender o que se pede. 2 - Como você vê a formação dos professores das classes regulares para lidar com alunos com deficiência? Regular. Porque a maioria dos professores agora que estão se qualificando. Normalmente eles não desenvolvem metodologias voltadas para a inclusão, ou seja, não interagem de forma produtiva. Os alunos por sua vez se sentem excluídos, e diante disso acabam por nem pedirem ajuda. 3 – O suporte pedagógico do Governo para desenvolver o seu trabalho de forma inclusiva é eficiente? Não. Pois, Falta material e apoio pedagógico. 4 – Você acredita na Inclusão não só escolar como social das pessoas com deficiência? Por quê? Acredito desde que tenha pessoas capacitadas para desenvolver este projeto. 5 – Como você vê o trabalho das Instituições em relação à preparação da pessoa com deficiência para frequentar as classes regulares de ensino? Acredito que eles preparam em termos, pois eles preparam para se adaptarem as suas dificuldades diárias. Mas, não preparam o aluno para enfrentar o ensino regular, não oferecem o pré- requisito para sala de aula. 6 – De que forma você acredita estar preparando seu aluno para o Mercado de Trabalho? Essas atividades não são desenvolvidas, apenas faço reforço escolar. 7 – Quais suas expectativas em relação ao apoio dos governantes para a pessoa com deficiência? Melhoria em todos os setores como adaptações físicas e pedagógicas. 8 - Você realiza o seu planejamento e estratégias em conjunto com os demais professores? Ou você realiza seu planejamento sozinha? No início do ano letivo se faz um planejamento geral com todos os professores. No dia-dia faço separado porque verifico qual a dificuldade do aluno e quais as atividades que ele necessita. São raras as vezes que um professor planeja uma aula junto comigo. 9- Acontece troca de experiências entre você e os demais professores? Como isso acontece? Acontece, quando o professor tem dificuldade de passar o conteúdo e eu mostro os métodos para se chegar à compreensão. 10 - Você acredita ser necessário fazer adaptações nas atividades propostas ao aluno deficiente? Sim. Principalmente nas matérias de exata. É necessário colocar o conteúdo de forma objetiva, com atividades diferenciadas, que tenham imagens, pois conseguem compreender melhor com algo concreto. 11 - Você faz estas adaptações? Como são feitas? Faço através de imagens, blocos lógicos, internet e jogos. 12 - Aconteceu alguma mudança no currículo da escola desde a inclusão desses alunos? Não, não teve iniciativa, falta importância devida a ela. 13 – As atividades de rotina você considera importantes para a retenção de aprendizagem? Por quê? Muito importante, porque enfatiza mais o conhecimento.
Observamos que têm recursos, mais também precisa de mais, para que a professora possa trabalhar e desenvolver tarefas de acordo com as deficiências de cada aluno. Sabemos que é desafiador as praticas pedagógica inclusiva, esse processo envolve muitos desafios, a trajetória do discente, das praticas educacionais que se encaixem no perfil da inclusão. Portanto, sabemos que ainda tem muito pra ser feito nas escolares regulares para que as crianças sejam verdadeiramente incluídas. 
Profª Daralice Farias, na sala Multifuncional.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação inclusiva é aquela que identifica a necessidade especial do aluno e o traz para o processo educativo de forma que ele tenha as mesmas oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento como todos os outros, sendo necessária uma estrutura de projeto político pedagógico voltado para as necessidades de acessibilidade, de professores especializados, de interligação com todos os gestores da escola de maneira a desenvolverem conjuntamente ações que promovam o ensino aprendizagem de todos os alunos de forma eficiente. Segundo as Declarações de Salamanca (1994, pg.12) o apoio às escolas regulares deveria ser providenciado tanto pelas instituições de treinamento de professores quanto pelo trabalho de campo dos profissionais das escolas especiais. Os últimos deveriam ser utilizados cada vez mais como centros de recursos para as escolas regulares, oferecendo apoio direto aquelas crianças com necessidades educacionaisespeciais. Tanto as instituições de treinamento como as escolas especiais podem prover o acesso a materiais e equipamentos, bem como o treinamento em estratégias de instrução que não sejam oferecidas nas escolas regulares.
A necessidade de uma equipe multiprofissional nas escolas oferecendo suporte a essas crianças é de extrema necessidade, pois auxiliam o desenvolvimento psíquico dos alunos intervindo para que a aprendizagem seja efetiva e integral, dividindo essa tarefa em conjunto com a comunidade e com a família que é extremamente importante, pois o acompanhamento e a continuidade dos estímulos em casa é um dos qualificadores para uma educação eficiente. Nessa perspectiva inclusiva, a educação para pessoas com necessidades especiais através de planos e projetos interdisciplinares promovem ações curriculares capazes de direcionar os alunos a desenvolver competências e superarem desafios, uma vez que Inclusão implica mudança, tanto no sistema quanto na escola. Portanto, a educação inclusiva é uma ação nova que vem ganhando espaço e contribuindo para a formação de um novo paradigma social, em que as pessoas com necessidades especiais passam a ser protagonistas de uma educação voltada para seu desenvolvimento. Esta educação inclusiva acaba estimulando suas habilidades e acreditando que a base de uma sociedade é a diferença do ser humano, para que possam ser respeitados, integrados e especialmente capacitados. Uma vez que a escola é a chave para alterar os princípios e romper barreiras, somente com a mudança nas escolas a educação inclusiva ganhará respaldo na sociedade.
REFÊRENCIAS
Alonso Daniela. Os desafios da Educação inclusiva: Foco nas redes de apoio. Revista Nova Escola, São Paulo, Editora Abril, Fevereiro de 2013. Acessado 11/04/2014 às 10:50
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Acessado 10/04/2014 às 22:46:
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Acessado 10/04/2014 às 23:14:
Bruno, Marilda Moraes Garcia. Educação infantil : saberes e práticas da inclusão: introdução. [4. ed.] / elaboração Marilda Moraes Garcia Bruno. – Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial,2006. Acessado 10/04/2014 às 22:38:
Declaração de Salamanca, Ministério da Educação. acessado 11/04/2014 às 11:25:
FIGUEIRA, E. A Imagem do Portador de Deficiência Mental na Sociedade e nos Meios de Comunicação - Ministério da Educação - Secretaria de Educação Especial.
Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Básica. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Resolução Nº 4, de 2 de outubro de 2009. Acessado 11/04/2014 às 12:46
TALAMONI Daniela Verotti e CALLEGARI Jeanne. A inclusão que Ensina. Revista Nova Escola, São Paulo, Editora Abril, julho 2009. Acessado 11/04/2014 ás 11:01

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