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Resumo NP1 - Temas em Psicologia Social

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1 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – TPSO 
RESUMO NP1 
TEMAS EM PSICOLOGIA SOCIAL 
 
A PSICOLOGIA SOCIAL 
“Atua fundamentada na compreensão da dimensão 
subjetiva dos fenômenos sociais e coletivos, sob 
diferentes enfoques teóricos e metodológicos, com o 
objetivo de problematizar e propor ações no âmbito 
social.” 
SILVIA LANE 
Silvia tinha um compromisso social com a psicologia 
latino-americana, e considerava importante que os 
países da América Latina dialogassem entre si, para que 
a psicologia social não fosse tão limitada quanto à 
vertente norte-americana, que tinha base experimental 
e positivista e não considerava o contexto sócio 
histórico do indivíduo. Lane tinha uma visão de homem 
como sendo cultura, história; é um ser que transforma 
a natureza. Ela é a responsável pelo desenvolvimento 
da psicologia social sob a perspectiva sócio histórica no 
Brasil. 
O compromisso de Lane era estabelecer uma psicologia 
comprometida com a transformação social e 
desnaturalização dos fenômenos sociais, ela queria 
uma psicologia que reconhecesse o caráter histórico 
desses fenômenos e o indivíduo como sujeito ativo e 
também histórico. 
 
“É na naturalidade das relações que se constata a força da 
ideologia.” 
 
Ela ressaltou a importância de desvincular a psicologia 
social brasileira de interesses dominantes e 
redirecionar sua produção à contribuição social de fato, 
e que essa psicologia se preocupasse com a realidade 
brasileira e latino-americana, por isso criou 
intercâmbios entre vários profissionais da América 
Latina a partir de 1976 para apoiarem esse projeto. Seu 
desejo era que o conhecimento produzido pela 
psicologia realmente fosse útil para a transformação da 
realidade. 
 
“A Psicologia Social no Brasil era um ‘zero à esquerda’, não 
interferia em nada, não ajudava em nada, quer dizer, era um 
saber que estava lá, que partia das teorias americanas para 
explicar a realidade brasileira.” 
 
Silvia quebrou com a tradição elitista da psicologia, 
propondo um projeto que se preocupasse com as 
urgências da população, a superação das desigualdades 
e situações de opressão. A realidade material deveria 
ser parâmetro para a produção de ciência, e a teoria 
precisava se unir à prática. 
 
 
“A realidade deveria ser critério para análise da importância 
e fidedignidade de dados que as pesquisas produziam e não 
o contrário.” 
O MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO 
A base de Silvia Lane é justamente essa, e o objeto do 
materialismo era o homem como ser histórico, a 
dialética entre indivíduo e sociedade e a transformação 
social. Essa teoria permitiria trabalhar com a 
historicidade dos fenômenos, e por isso, iria contra a 
naturalização deles. 
 
“Uma pessoa é a síntese do particular e do universal, ou seja, sua 
individualidade se constitui, na relação objetiva com o seu meio 
físico, histórico e social, que irão desenvolver o psiquismo humano 
constituído por consciência, atividade e afetividade.” 
 
FIM DA AULA (16/08) 
 
IDEOLOGIA 
Os psicólogos sociais americanos que pretendiam 
tomar conta da psicologia social, tornando-a 
hegemônica, descartavam a dimensão crítica que ela 
tinha. Essa dimensão surge com a Escola de Frankfurt, 
mas o conceito de ideologia se fez presente na 
psicologia social a partir de 1970. Embora seja um 
conceito diverso e concebido por muitos autores de 
maneira diferente, pode ser entendida como um 
conjunto de ideias e princípios sociais e políticos que 
caracterizam o pensamento de um indivíduo, grupo, 
movimento, época ou sociedade. 
IDEOLOGIA POSITIVA OU NEUTRA 
Conjunto de ideias, valores e ideais de um indivíduo ou 
grupo. Desse modo, é impossível não ter uma ideologia, 
afinal todo mundo tem ideias, valores e ideais próprios. 
IDEOLOGIA NEGATIVA 
Ideias distorcidas que seriam como meias mentiras para 
obscurecer uma realidade e enganar pessoas. Ela se 
apresenta como algo abstrato ou impraticável; como 
algo ilusório ou errôneo, expressando interesses 
dominantes e sustentando relações de dominação. 
IDEOLOGIA DE CONCRETUDE 
É o espaço físico ou institucional onde as ideias se 
concretizam, como na escola, na família, na igreja, em 
asilos, e a própria classe dominante. Ex: sociedade 
disciplinar que adequa as pessoas ao padrão normativo 
vigente, dando a ilusão de liberdade quando na verdade 
está disciplinando as pessoas. 
IDEOLOGIA PRÁTICA 
Um modo de agir, uma maneira de se criar, produzir ou 
manter determinadas relações sociais. A ideologia aqui 
 
2 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – TPSO 
se revela no modo como as pessoas praticam sua 
ideologia. Ex: a ideia de corpo ideal, na prática, é a de 
um corpo magro, escultural, sem pêlos. 
 
Essas distinções de ideologia são importantes porque 
em primeiro lugar, ela é um conceito diverso, e 
precisamos escolher qual sentido dar a este termo, e ao 
mesmo tempo saber reconhecê-lo quando mencionado 
por outra pessoa. Em segundo lugar, a partir dessas 
distinções podemos realizar pesquisas e trabalhos que 
de fato contribuam com a ciência e sociedade, por isso 
é interessante empregá-la no sentido negativo: é aí que 
moram as relações de poder que valem a pena ser 
estudadas para compreensão de problemas sociais, 
para enxergarmos além daquilo que nos é mostrado. 
IDEOLOGIA PARA MARILENA CHAUÍ 
Chauí acredita no ideário, que é o conceito de ideologia, 
ou seja, a ideologia positiva, e na ideologia por si só, a 
negativa. Para ela, esta segunda é o processo em que as 
ideias da classe dominante passam a ser as ideias de 
todas as outras classes sociais, tornando-se ideias 
dominantes. O efeito disso é que só são válidas as ideias 
da classe dominante, que acabam sendo disseminadas 
massivamente sem que a sociedade perceba e 
distorcem a relação entre realidade x ideologia. 
A ideologia da competência separa as pessoas entre a 
força intelectual, em que os especialistas (os que detém 
o conhecimento) intermediam a classe dominante e a 
classe dominada, naturalizando a relação de poder 
entre elas, e a força trabalhadora, que entende a 
ideologia dominante como algo natural, imutável, e 
acaba por aceitar a realidade colocada. Essa ideologia 
tem origem nas fábricas, em que o gerente científico 
era o correto e conhecimento dos operários era 
desconsiderado. 
FIM DA AULA (23/08) 
 
A CRISE DE PARADIGMAS NA 
PSICOLOGIA SOCIAL: A REALIDADE 
BRASILEIRA 
Nas décadas de 1960 e 1970, a psicologia social passou 
por uma crise de paradigmas e de identidade devido a 
diferenças de ideologias, teorias e metodologias, e os 
principais autores a representarem essas diferentes 
correntes de pensamento foram Eliezer Schneider, 
Aroldo Rodrigues e Silvia Lane. 
ELIEZER SCHNEIDER 
Ajudou na institucionalização da psicologia e quebrou 
com a tradição experimentalista, apresentando 
resistência ao modelo hegemônico de se pensar na 
psicologia. Se interessava por problemas humanos, o 
que inclinou sua abordagem para a psicologia social. 
Schneider estudou nos EUA, mas diferente de Aroldo 
Rodrigues, não voltou ao Brasil só tentando reproduzir 
conhecimentos norte-americanos. 
Ele apresentou um espírito aberto às contribuições das 
várias psicologias e aos conhecimentos oriundos de 
outras áreas. A principal influência de Schneider se 
encontra na formação de toda uma geração de 
psicólogos sociais que aprenderam a estender o olhar 
para além do paradigma individualista. Desde então, 
psicólogos passaram a trazer influências de outras 
áreas, o que levou ao surgimento de diversas 
psicologias sócias, predominantemente não-
psicológicas. 
AROLDO RODRIGUES 
Aroldo dizia que a psicologia social do Brasil não se 
interessava por teoria, mas sim por política, e ao 
retornar dos EUA para cá percebeu que sua pesquisa 
não despertou interesse em seus alunos. 
Em 1973 ele foi eleito presidente da AssociaçãoLatino 
Americana de Psicologia Social (ALAPSO), e a Associação 
Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) surgiria logo 
em seguida, em 1980, a partir de uma discordância de 
Silvia Lane com ele, já que ele mostrava neutralidade 
diante da psicologia social, considerando que esta era 
“uma ciência básica e neutra”, e para Lane isso 
transformaria o psicólogo em um agente de adaptação 
dos indivíduos. 
Aroldo enfrentou dificuldades no Brasil justamente 
porque surgiam psicólogos ocupados a estudar a 
realidade brasileira, diferente dele que era o 
chaveirinho dos EUA. 
LIBERDADE ACADÊMICA E 
NEUTRALIDADE CIENTÍFICA 
Aroldo claramente defendia a neutralidade científica, 
dizendo que o papel do cientista fora substituído por o 
de um político engajado em fazer prevalecer 
determinada corrente ideológica, e que se a psicologia 
não se afastasse do debate que a politização do saber 
gerava, ela se tornaria uma “força social” e não mais 
seria uma disciplina científica. Ele afirmava ainda, que 
nas universidades estava presente uma “ditadura 
ideológica” e que as opiniões que não concordassem 
com as ideias de esquerda marxista não eram bem 
vistas. 
 
Principais diferenças 
Aroldo Rodrigues Silvia Lane 
O conhecimento é 
universal 
O conhecimento deve 
considerar a realidade 
latino-americana 
Psicologia social como 
estudos científicos 
Psicologia social como 
prática 
Neutralidade Transformação social 
Defesa da objetividade Resgate da subjetividade 
 
3 Gabriela Gomes – Resumo NP1 – TPSO 
Método estatístico 
Método de pesquisa-
participante, entrevistas, 
história oral 
FIM DA AULA (06/09) 
 
A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO 
A Igreja Católica, até então exercia um papel 
importante sobre a sociedade, detendo o poder maior. 
Surge então um grupo de membros da Igreja que 
criticava o capitalismo, defendia a descentralização da 
Igreja Católica e olhava para os socialmente 
marginalizados, compreendendo as injustiças pela ótica 
das vítimas. 
A realidade era que a Igreja defendia o interesse dos 
poderosos e esse foi o ponto de partida para que a 
psicologia lidasse com a realidade de fato. Esse grupo 
queria quebrar com a ideia de caridade da igreja, 
promovendo a autonomia dos sujeitos e que eles não 
deveriam depender dessa instituição. 
Surge então uma igreja da libertação, os membros da 
igreja se uniram à periferia e tornaram-se uma instância 
de resistência. Só a caridade não era suficiente, era 
preciso entender o cenário por trás das relações de 
opressão que causavam a miséria, então surgiu um 
novo modo de pensar a fé, não por uma ótica de 
piedade, mas sim objetivando a transformação social. 
Esse método revolucionou a teologia, que não partia 
mais da bíblia, mas sim da realidade – “a cabeça pensa 
a partir de onde os pés pisam”. A Teologia da Libertação 
era um meio de reforçar o poder do povo. 
 
O contrário da pobreza é a justiça social 
 
Essa é também uma teoria política, pois havia uma 
organização, uma força acumulada e uma visão de 
mundo que guiava esse grupo a dar os primeiros passos. 
O caminho era problematizar fenômenos sociais que 
geravam sofrimento e injustiça. O conhecimento é 
indispensável para a conscientização. 
A Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, também 
influenciou a Teologia da Libertação através do método 
dialógico. 
 
MARTIN BARÓ E A PSICOLOGIA DA 
LIBERTAÇÃO 
Em meados de 1960 começou a estudar psicologia na 
Espanha, e se envolveu na guerra civil de El Salvador, 
fator determinante da temática de sua obra. Em sua 
pesquisa social abordou a identidade social, o fatalismo, 
o machismo, a violência e a guerra, a família e a 
psicologia política, defendendo os Direitos Humanos, a 
justiça social e a igualdade. 
“O bom trabalho é aquele que beneficia pessoas que 
nunca foram atendidas pelo psicólogo” – por causa 
desse texto, Baró foi metralhado pelos militares. Para 
ele, o papel do psicólogo é organizar comunidades para 
a luta por transformações sociais, tendo como principal 
instrumento a conscientização. 
 
Psicologia Tradicional Psicologia da Libertação 
Reforça a ideologia 
dominante 
Desmascara a ideologia 
dominante 
Atende aos ricos Atende aos pobres 
Problemas têm raiz 
individual 
Problemas têm raiz 
social 
Teorias e técnicas 
estrangeiras 
Teoria e técnicas 
comprometidas com a 
realidade latino-
americana 
 
FIM DA AULA (13/09)

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