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Apostila Equinos_2009_revisada ago 2011

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1 
 
 
Universidade Federal Fluminense 
Faculdade de Veterinária 
Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Agrossócio Ambiental Sustentável – MZO 
 
 
Ezoognósia: morfologia dos 
equinos e as principais raças 
brasileiras 
 
 
Autores: 
Prof
a
. Carla Aparecida Florentino Rodrigues – UFF 
Bruna Leal Rodrigues – aluna da UFF 
Hugo Leandro Azevedo da Silva– aluno da UFF 
Raiana Sancho Ladeira – aluna da UFF 
 
 
 
Niterói, 2009 
 
 
 
2 
 
 
 
Índice 
 
 
I. Introdução ......................................................................................................... 3 
II. Exterior dos Equinos ......................................................................................... 7 
III. Aparelho locomotor e Aprumos dos Equinos ................................................... 24 
IV. Idade dos Equinos ........................................................................................... 38 
V. Marcas e Peculiaridades Especiais ................................................................... 44 
VI. Pelagem dos Equinos ....................................................................................... 54 
VII. Taras, Fraudes e Vícios dos Equinos ......................................................... 67 
VIII. Resenha ..................................................................................................... 70 
IX. Principais raças de eqüinos ............................................................................. 76 
X. Referências Bibliográficas ............................................................................... 119 
 
3 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
1. Definições 
 
É o ramo da Zootecnia que estuda a CONFORMAÇÃO EXTERNA dos animais 
domésticos, apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de 
cada indivíduo. 
É o estudo da MORFOLOGIA EXTERNA dos animais em função de suas atividades 
econômicas. 
Está relacionada à arte de JULGAR ou APRECIAR os animais. 
Exame minucioso das partes EXTERIORES dos animais, avaliando comparativamente 
os caracteres MORFOLÓGICOS-FUNCIONAIS. 
Para o seu estudo se requerem noções gerais de ANATOMIA, FISIOLOGIA, 
MECÂNICA e PATOLOGIA. 
As pessoas deverão apresentar espírito OBSERVADOR. 
O olho humano é a ferramenta mais antiga de seleção dos animais que atendam às 
características desejadas pelo homem, sendo o instrumento integrador de informações 
que são obtidas através de imagens. 
 
2. Forma e função 
 
O julgamento dos animais com base no exterior se apóia principalmente na existência 
de uma associação entre a FORMA do indivíduo e a FUNÇÃO por ele desempenhada. 
Esta correlação entre a forma e função resulta em última análise no TIPO. 
Em zootecnia, quando se menciona apenas o TIPO, subentende-se a SOMA DOS 
ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS EXTERNOS que indicam a tendência do animal para 
determinada produção. 
A história relata que as observações dos primeiros agricultores levaram à dedução de 
que certas características morfológicas externas eram desejáveis nos animais realizando 
funções específicas, como a de produzir leite, carne e trabalho. 
 
3. Importância prática 
 
No melhoramento do rebanho, a ezoognósia nos ensina a identificar a caracterização 
racial dos animais e reconhecer os atributos morfológicos de importância econômica. 
Nas transações comerciais, toda vez que um animal é comprado ou vendido, entra em 
cena o seu JULGAMENTO, ou a APRECIAÇÃO DOS SEUS MÉRITOS. Em nosso 
meio, a maioria dos animais é ainda negociada com base em sua APARÊNCIA 
EXTERNA, de tal sorte que o indivíduo, tendo bom conhecimento sobre o padrão racial 
ou as características de bom tipo, leva decisiva vantagem sobre aquele que não os tem. 
4 
 
Interessa muito ao zootecnista, agrônomo ou veterinário, pois além de lhes conferir a 
maior soma de conhecimentos sobre sua especialidade, lhes dá maior proficiência na 
profissão, consolidando-lhes as reputações como técnicos junto aos criadores. 
 
4. Arte do julgamento 
 
Julgamento: a arte de determinar as qualidades de um animal, comparando-as ao tipo 
ideal ou a um padrão reconhecido a partir da observação cuidadosa e metódica d e seu 
exterior. 
Características MORFO-FISIOLÓGICAS dos animais estão relacionadas com o estado 
de SAÚDE e TEMPERAMENTO. 
 
5. Características Morfológicas e Fisiológicas 
 
5.1. Características Morfológicas 
 
a) Pelagem – padrão da raça, está relacionada com o clima 
 Clima tropical – pele pigmentada e pêlos mais ou menos claros 
b) Espessura da pele 
 Clima quente – pele fina 
 Gado de corte – pele solta com abundante tecido frouxo subcutâneo 
 Gado de leite – pele macia e elástica 
c) Cor das mucosas 
 Raças – mucosas exteriores é um fator importante de pureza 
d) Textura dos pêlos – forma, grossura e comprimento 
 Clima quente – pêlos curtos 
e) Chifres – presentes ou ausentes 
Tamanho, inserção, cor, conformação e direção 
f) Conformação – características das raças 
Cabeça, orelhas, pescoço, garupa e membros 
 
5.2. Características Fisiológicas 
 
a) Constituição orgânica – resistência do animal contra a ação do clima, alimentação 
imprópria, infecções 
 ROBUSTA – cabeça larga, olhos expressivos, corpo e pescoço cheios, pêlos 
com cobertura regular e aparência de saudável 
5 
 
 SECA – cabeça moderada, olhos vivos e orelhas alertas, corpo enxuto 
 GROSSEIRA – cabeça grande e pesada, olhos com pálpebras grosseiras, corpo 
não harmonioso 
 DÉBIL – cabeça estreita, olhos apagados e orelhas finas, tórax pouco 
desenvolvido 
 
b) Temperamento - São reações psíquicas que os animais esboçam devido à estímulos 
externos. 
 VIVO, NERVOSO: de grande sensibilidade e reações imediatas aos estímulos 
externos – olhos e orelhas alertas, movimentos rápidos – raças especializadas em 
velocidade. 
 ENÉRGICO: reação intensa aos estímulos exteriores mediante atos voluntários, 
o animal passa rapidamente do estado de repouso para a ação – animais de 
tração (formas arredondadas) 
 LINFÁTICO, CALMO: reações lentas e tardias aos estímulos exteriores – olhos 
apagados, orelhas relaxadas, movimentos lerdos – animais produtores de leite e 
carne. 
 FLEUMÁTICO: semelhante ao calmo e mais relacionado aos animais 
produtores de carne. 
 
c) Prolificidade 
 
É um atributo hereditário e está relacionada à produção de muitos filhos. 
 
d) Precocidade 
 
É a característica que as raças têm de atingirem seu completo desenvolvimento antes do 
tempo normal requerido pela espécie. 
Para isso é necessária alimentação abundante e apropriada, principalmente nas primeiras 
fases de desenvolvimento do animal, quando sua capacidade de aproveitamento é maior. 
As vantagens são maiores nos animais de corte, na qual poderá haver uma economia de 
2 anos no crescimento dos bovinos, diminuindo o gasto de alimentos, riscos de morte, 
espaço e número de instalações. 
Um índice de precocidade está na tábua dentária, sendo a evolução mais rápida nos 
animais precoces. A muda dos bovinos precoces pode completar-se aos 3 anos, 
enquanto nos animais tardios ocorrerá aos 5 anos. 
 
5.3. Instinto 
 
6 
 
É psíquico e hereditário, sujeito a variações. Tais atos são geralmente úteis para 
conservação do indivíduo e da espécie. 
A qualidade materna não é resultante apenas do instinto, mas também das qualidades 
leiteiras e do temperamento. 
O instinto da imitação e outras são úteis no adestramento: experiência e memória. 
Instinto de orientação depende da memória. 
O apego e a aversão ao homem e a outros animais. 
 
6. Estado de Saúde 
 
BOM ESTADO DE SAÚDE– funcionamento normal dos órgãos e não apresentar 
moléstias que o inutilizem ou debilitem. 
 
ANIMAL SADIO - pêlos finos e brilhantes; pele macia; movimentos livres e fáceis; 
atento; cabeça levantada; orelhas atentas; olhos limpos, brilhantes e vivos; conjuntiva 
rósea; ponta do nariz úmida e fresca; ventas limpas, abertas e com mucosas róseas. 
 
ANIMAL DOENTE – prejudica seu desempenho e aproveitamento econômico como 
produtor e reprodutor. 
Pêlos arrepiados e ásperos; pele seca; movimentos pesados, andar vagaroso e vacilante; 
indiferente aos ruídos; cabeça abaixada; orelhas caídas e desatentas; olhos tristes, 
lacrimejantes; mucosas pálidas; ponta do nariz seca e quente, ventas com corrimento. 
 
7. Conceitos Zootécnicos 
 
a) BELEZA – Zootecnicamente, não possui apenas o sentido estético, também baseia-se 
na função e segue os padrões de cada raça. Pode ser absoluta, quando é desejável em 
qualquer animal, independente de espécie e raça (por exemplo, boa visão e bons 
aprumos), ou relativa, que é ligada aos padrões de cada raça. 
b) DEFEITO – Não adaptação de uma região ou órgão para o desempenho de sua 
função. Pode ser absoluto, quando não há compensação para a sua função, ou relativo, 
quando é compensável. Exemplo: o cavalo puro sangue inglês tem função de corrida, e 
a fratura de um membro é um defeito absoluto para corrida e relativo para a reprodução. 
Podem ser congênitos, genéticos ou adquiridos. 
 Congênito – Malformação ainda na vida uterina, por diversos fatores. Exemplos: lábio 
leporino, duas cabeças, etc. 
 Genético – São transmitidos através das gerações. Exemplos: criptorquidismo, 
hérnias. 
 Adquirido – Por ação do meio. Exemplos: fraturas. 
c) QUALIDADES 
7 
 
Docilidade, adaptabilidade, etc. 
Exemplo - Quarto de Milha: 
Extrema docilidade, conseguindo partidas rápidas, paradas bruscas, grande capacidade 
de mudar de direção e enorme habilidade de girar sobre si mesmo. 
É adaptável a qualquer situação, transformando-se em instrumento de força, transporte e 
excelente nas provas equestres, sendo considerado o cavalo mais versátil – modalidades 
de conformação, trabalho e corrida. 
d) RAÇA – Indivíduos com características semelhantes que são transmitidas à 
descendência. A pureza racial está ligada à quantidade de gens em homozigose – por 
exemplo, cruzando um individuo da raça A com um individuo da raça B, se os filhotes 
forem mais semelhantes a A, significa que este individuo é mais puro racialmente, pois 
possui maior número de gens em homozigose. 
e) REGIÕES PARES – Orelhas, olhos, narinas, membros. É desejável que sejam 
simétricos. 
f) REGIÃO SECA – Enxuta, sem acúmulo de gordura. 
 
 
II. EXTERIOR DOS EQUINOS 
 
Regiões zootécnicas 
 
  Cabeça 
  Pescoço 
  Tronco 
  Membros 
 
 
 
8 
 
 
 15 
Cavalo – CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
 Temperatura = 37,5 a 38,5 ºC 
 Pulsações normais (animal em descanso) = 28 a 42/min 
 Respiração normal (animal em descanso) = 8 a 15/min 
 Altura Média = 1,50m a 1,60 m 
 Peso médio = 330 kg a 550 kg 
 Tempo de vida = até 30 anos 
 Vida últil = 4 aos 20 anos 
 Gestação = 11 meses ou 336 dias 
 Alimentação = capim e ervas quando no pasto. Os cavalos também são alimentados com ração 
industrializada, milho e farelo. 
 
Descrição geral: 
 
Os Eqüídeos são animais de talhe médio, cabeça fina e alongada, pescoço musculoso e pernas 
delicadas. Seus olhos mostram-se grandes e vivos, as orelhas pontudas e móveis e as narinas muito 
abertas. O corpo, bastante arredondado, apresenta-se coberto de pêlo curto e liso que se alonga na 
cauda e na tábua do pescoço, onde forma a crina. O esqueleto é caracterizado pelo crânio longo, do 
qual a caixa craniana ocupa apenas um terço, sendo o resto constituído pela face. 
 
REGIÕES DO CORPO 
 
As regiões do corpo do cavalo, em Exterior, são divididas em quatro partes: CABEÇA, PESCOÇO, 
TRONCO e MEMBROS. 
 
1. CABEÇA 
 
A CABEÇA deve ser harmônica com o restante do corpo, não deve ser pesada pois desloca o centro de 
gravidade do cavalo para frente, tirando o equilíbrio. Ela deve formar com o eixo do pescoço um 
ângulo de 90
o 
e com a horizontal um ângulo de 45
o
. A inserção da cabeça com o pescoço
 
deve ser 
através de uma leve depressão na região das parótidas, formando um conjunto harmônico. 
 
a) Face Anterior 
 Fronte 
 Chanfro 
 Focinho 
 
b) Extremidade superior 
 Nuca 
 Garganta 
 16 
 Parótida 
 
c) Faces laterais 
 Olhal 
 Olho 
 Bochecha 
 Narina 
 Orelha 
 Fonte 
 
 
d) Faces posterior 
 Fauce 
 Ganacha 
 Barba 
 
 
e) Extremidade Inferior 
 Boca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. fronte (testa) e topete 
2. fonte 
3. olhal 
4. olho 
5. chanfro 
6. narina 
7. lábios 
8. orelha 
9. nuca 
10. parótida 
11. garganta 
12. chato da bochecha 
13. ganacha 
14. bolsa da bochecha 
barba 
 17 
 
 
 
 
2. PESCOÇO 
 
 
PESCOÇO - região compreendida entre a cabeça e o tronco. Deve ter uma forma piramidal 
triangular. Cranialmente, o pescoço delimita com a cabeça e caudalmente, com a cernelha, 
espádua e o peito. Apresenta as duas faces laterais, conhecidas como “tábuas do pescoço”; 
uma borda dorsal, a região da crineira e uma borda ventral. 
O comprimento do pescoço deve ser igual ao da cabeça, sendo mais fino nos animais de sela e 
curto e grosso nos animais de tração. Deve fazer um ângulo de 45
o
 com a horizontal e 90
o
 com 
a espádua. Quando o pescoço é horizontal há uma sobrecarga nos músculos da região cervical, 
forçando os membros dianteiros. Quando vertical, prejudica o andamento normal. 
 
1. Orelha 
2. Olhal 
3. Olho 
4. Chafro 
5. Narina 
6. Boca 
7. Nuca 
8. Topete 
9. Fonte 
10. Fronte 
11. Pálpebra 
12. Bochecha 
13. Ponta do focinho 
1. Crineira e bordo superior 
2. Bordo inferior 
3. Faces Laterais - tábua 
 18 
3. TRONCO 
 
O tronco é dividido em 6 faces. 
a) Face Superior 
 Cernelha 
 Dorso 
 Lombo 
 Garupa 
 
b) Face Anterior 
 Peito 
 Inter-axila 
 Axila 
 
c) Faces Laterais 
 Costado 
 Flanco 
 
 
d) Face Inferior 
 Cilhadouro 
 Ventre 
 Virilha 
 
e) Face Posterior 
 Cauda 
 Ânus 
 Períneo 
 Órgãos genitais 
 
 Anca 
 
 
 
 
 19 
4-Cernelha 
5 e 6-lombo 
7-anca 
8-garupa 
9-peito 
10-interaxila 
11-axila 
12-costado 
13-flanco 
14-cilhadouro 
15-ventre 
16-virilha 
17-cauda 
18-órgãos genitais 
 
 
 
 
A - Face Dorsal ou Superior 
 
Estão localizados: a cernelha, o dorso, o lombo e a garupa. 
CERNELHA - região ímpar situada entre o pescoço e o dorso. Corresponde aos processos 
espinhosos da segunda até a 13
a
 ou 14
a
 vértebra torácica. Ela deve ser alta, comprida, musculosa 
e larga na base. Estas características são importantes para propiciar uma boa inserção dos 
músculos do pescoço e da espádua. 
DORSO - região ímpar, que segue a cernelha até o lombo. Deve ser curto para poder suportar 
bem o peso e largo para contribuir para o arqueamento dos costados. Nos cavalos de sela ele é 
ligeiramente inclinado de trás para frente. Dorso côncavo (lordose) e dorso convexo (cifose) são 
defeitos. 
LOMBO - região impar que segue do dorso até a garupa. Confunde com o dorso, sendo a região 
chamada de dorso-lombo. É mais largo que o dorso e deve ter uma boa cobertura muscular para 
promover uma união harmônicacom a garupa. 
GARUPA - região impar que delimita com o lombo e a cauda. A garupa deve ter um 
comprimento semelhante ao da cabeça. Quando grande, corresponde a um maior comprimento 
dos músculos traduzindo uma maior flexão dos mesmos. Quanto à inclinação, a garupa pode ser 
horizontal, inclinada, oblíqua e derreada. A primeira proporciona uma maior amplitude do 
movimento das pernas, é a garupa do cavalo Árabe. A inclinada apresenta um ângulo de 
inclinação de 25 a 30
o
 é desejável nos animais de sela, marchadores e de salto. A oblíqua tem 
uma inclinação até 40
o
 e é desejável nos animais de tração. A caída ou derreada apresenta 
inclinação superior aos 40
o
 e é indesejável 
 20 
fig.1 fig.2 
fig.3 
 
Fig.1 - Cavalo Gelderlander, raça holandesa em que a garupa retilínea horizontal é padrão. 
Fig.2 – Cavalo da raça Holsteiner, exemplo de garupa inclinada. 
Fig.3 – Cavalo da raça Bretão, exemplo de garupa obliqua. 
 
B - Faces Laterais 
 
COSTADOS - região par situada em cada lado do tronco. Delimita cranialmente com a espádua, 
superiormente com a cernelha e o dorso e ventralmente com o cilhadouro e o ventre. 
FLANCOS - região par situada lateralmente ao tronco entre os costados e a anca e as coxas. 
ANCAS - região par situada à frente da garupa correspondendo a tuberosidade do íleo 
 
C - Face Ventral 
 
CILHADOURO - região impar localizada na parte cranial da face ventral. Limita cranialmente 
com interaxila, caudalmente com o ventre e lateralmente com o costado. 
VENTRE - região ímpar, compreendendo a face ventral do tronco. Cranialmente delimita com o 
cilhadouro, caudalmente com as coxas e na lateral com o costado e parte inferior do flanco. 
 
D - Face Cranial ou Anterior 
 21 
 
PEITO - região ímpar situada ventralmente ao pescoço e delimitando com a axila e interaxila e o 
braço. Para os animais de tração o peito deve ter um grande desenvolvimento transversal, 
abrigando uma grande massa muscular e uma maior abertura das patas dianteiras permitindo um 
maior equilíbrio. Peito estreito é defeito indicando musculatura pouco desenvolvida e costado 
achatado. 
AXILA e INTERAXILA - axila - região par localizada entre a interaxila e o braço. 
 
E - Face Caudal ou Posterior 
 
CAUDA - região ímpar localizada na face posterior do tronco. É um apêndice constituído pelas 
vértebras caudais e músculos coccígeos. 
REGIÃO PERINEAL - nas fêmeas corresponde a região do anus e da vulva, nos machos a região 
do anus e a base do pênis. 
 
4. Membros 
 
a) Regiões próprias dos anteriores 
 Espádua 
 Braço 
 Codilho 
 Antebraço 
 Joelho 
 
b) Regiões próprias dos posteriores 
 Coxa 
 Nádega 
 Soldra 
 Perna 
 Jarrete 
 
c) Regiões comuns aos quatro membros 
 Canela 
 Boleto 
 Quartela 
 Coroa 
 Casco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
19- Espádua 
20- Braço 
21- Codilho 
22- Antebraço 
23- Joelho 
24- Canela 
25- Boleto 
26- Quartela 
27- Coroa 
28- Casco 
29- Coxa 
30- Nádega 
31- Soldra 
32- Perna 
33- Jarrete 
 
 
 23 
A - Membro Anterior 
 
ESPÁDUA - região par situada abaixo da cernelha, acima do braço, entre a base do pescoço e o 
costado. Corresponde à escápula. Deve ser longa, bem dirigida, musculosa e de movimentos 
amplos. Quando longa revela tórax alto e cernelha elevada. Nos animais de tração o volume dos 
músculos é mais importante que o comprimento. Forma em média um ângulo de 55
o
 com a 
horizontal. Sendo oblíqua, permite movimentos amplos. Quando vertical, os movimentos 
possuem amplitude menor, fazendo com que o animal flexione em demasia os joelhos. 
BRAÇO - região par situada entre a ponta da espádua e o antebraço, sua base é o úmero. O 
comprimento deve ser longo tanto no animal de sela quanto no de tração e a musculatura deve ser 
forte. 
CODILHO - região par situada entre o braço e o antebraço, sua base é o olécrano. 
ANTEBRAÇO - região par situado entre o braço e o joelho, sua base é o radio e a ulna. Deve ser 
longo, largo, musculoso e bem dirigido. Sendo comprido, o antebraço permite passadas amplas e, 
quando curto, as passadas são altas e curtas. 
JOELHO - região par situada entre o braço e a canela, sua base são os ossos do carpo. Deve ser 
volumoso, seco e bem sustentado. 
CANELA - região par situada entre o joelho e o boleto, sua base é o metacarpo. Deve ser bem 
dirigida, curta, larga e de bons tendões. 
BOLETO - região par situada entre a canela e a quartela, sua base é a articulação metacarpo-
falangeana. Deve ser espesso, largo e seco. 
QUARTELA - região par situada entre o boleto e o casco, sua base é a primeira falange. Deve ser 
volumosa, seca, flexível e bem dirigida. No galopador e no marchador ela é comprida e no 
trotador e de tração deve ser curta. Procura-se que tenha a mesma inclinação da espádua. 
CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro do animal. Sua base é parte da 
segunda e da terceira falange. Externamente o casco é constituído pela muralha, que é dividida do 
centro para trás em; pinça, quarto e talão. A parte que toca o solo é constituída pela sola, que é 
uma concavidade, da ranilha e das barras. 
 
B - Membro Posterior 
 
COXA - região par situada abaixo da garupa, acima da perna. Sua base é o fêmur. Deve ser longa 
bem dirigida e musculosa. 
NÁDEGA - região par situada atrás da coxa que vai da tuberosidade isquiática até o jarrete. 
SOLDRA - região par entre a coxa e a perna, sua base é a rótula. 
PERNA - região situada abaixo da soldra e acima do jarrete, sua base é tíbia. Deve ser longa 
musculosa e bem dirigida. No corredor deve fazer um ângulo de 70
o
 com a horizontal. Animais 
com garupa muito inclinada geralmente tem perna inclinada. Perna inclinada apresenta amplitude 
de movimento menor com menor rendimento, mas com maior potência e em conjunto com a 
 24 
garupa inclinada apresenta andamento mais macio, devido ao amortecimento do impacto do 
membro no solo. 
JARRETE - região situada entre a perna e a canela, sua base são os ossos do tarso. Deve ser 
volumoso, seco de boa abertura. 
CANELA - região comum ao membro dianteiro, cuja base é o metatarso. Deve ser curta larga e 
espessa e de bons tendões. 
BOLETO - região situada entre a canela e a quartela. 
QUARTELA - sua base é a primeira falange. Não deve ter inclinação menor que a quartela do 
membro anterior. 
CASCO - semelhante ao membro anterior. 
 
 
III. APARELHO LOCOMOTOR E APRUMOS DOS EQUINOS 
 
 
1. APARELHO LOCOMOTOR 
 
1.1. Anatomia dos Membros 
 
a) Ossos 
O membro posterior, logo abaixo da bacia ou pélvis, consiste do fêmur, da patela (correspondente 
ao joelho humano), e depois de tíbia e fíbula, os quais ficam em posição paralela entre si. Em 
seguida, o tarso ou jarrete‚ composto por seis ossos, dos quais o maior é o calcâneo, que forma a 
ponta do jarrete e corresponde ao calcanhar humano. Em seguida, há o metatarso, com dois 
metatarseanos acessórios, e as falanges, que compõem o sistema digital: primeira falange 
(proximal), segunda falange (média), e terceira falange (distal); esta última é o osso do casco. No 
casco existem ainda os ossos sesamóide distal e navicular. Entre o metatarso principal e a falange 
proximal, estão os dois sesamóides proximais. 
O membro anterior inicia na escápula, que se articula com o úmero. Este se encontra com os dois 
ossos do antebraço, o rádio e a ulna. A extremidade proximal da ulna é o olécrano, que 
corresponde ao cotovelo humano. Rádio e ulna se ligam ao metacarpo através de um conjunto de 
oito pequenos ossos, os carpeanos (correspondentesao pulso, no ser humano. Tal como no 
posterior, no anterior o metacarpo tem dois metacarpeanos acessórios. A estrutura da parte 
inferior do membro anterior é idêntica à do posterior. 
 25 
 
 
1. Escápula ou omoplata 
2. Junta da espádua 
3. Úmero 
4. Junta do cotovelo 
5. Rádio 
6. Pisiforme 
7. Ossos cárpeos do joelho 
8. Canela 
9. Quartela comprida 
10. Quartela curta 
11. Ossos cuneiformes do pé 
12. Boleto 
13. Costelas 
14. Cintura pélvica 
15. Osso sesamóide 
16. Metatarso rudimentar externo 
17. Jarrete 
18. Tíbia e fíbula 
19. Fêmur 
26 
 
 
b) Articulações, ligamentos, tendões 
 
As extremidades de cada osso longo são cobertas pela cartilagem articular, a qual forma 
a movimentação das extremidades ósseas entre si praticamente livre de atrito. A 
cartilagem também distribui sobre uma área mais ampla as forças e tensões às quais o 
membro é sujeito, diminuindo o desgaste da estrutura. Toda articulação (junção entre 
dois ossos) é formada por uma cápsula articular, que contém a bainha de cartilagem, a 
membrana sinovial e o líquido sinovial. 
As articulações são estabilizadas e conectadas entre si, ao esqueleto, e aos músculos 
através de tendões, ligamentos e cápsulas articulares: os dois últimos conectam ossos 
entre si, enquanto os tendões ligam músculos a ossos. 
Tendões e ligamentos são compostos principalmente de colágeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
c) Cascos 
 
CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro locomotor do cavalo. 
O anterior é maior e mais oblíquo que o posterior. 
O casco é uma parte insensível que tem a denominação de „escudo do pé‟ e indica que 
esta função protetora necessita de uma completa estrutura anatômica para que, por 
muito tempo, atenue as pressões e reações. 
Os eqüídeos também utilizam os cascos como meio de defesa. Seus golpes são potentes 
e rápidos. Um detalhe que todo criador deveria saber é que o cavalo, ao escoicear, o faz 
somente para trás e nunca para os lados (como ocorre com os bovinos), isto devido à 
existência do "ligamento acessório", que não permite a movimentação lateral dos 
membros posteriores dos cavalos. 
 
28 
 
 
 
 
c.1. BELEZA DO CASCO OU PÉ - Podem ser considerados quanto ao volume, à 
forma, à qualidade da matéria córnea e aos aprumos. 
VOLUME - O pé deve ser relativamente volumoso, porém o seu tamanho depende da 
raça e do tamanho do animal. 
FORMA - O casco dever ser simétrico e ter as partes anterior e inferior mais largas; a 
pinça deve ter o dobro do comprimento dos talões e formar um ângulo de cerca de 50º 
29 
 
com a horizontal; o períoplo, reto e inclinado de diante para trás; a face plantar, larga; 
sola côncava; ranilha volumosa, bem feita, elástica e forte; lacunas largas e bem 
acentuadas. 
QUALIDADE DA MATÉRIA CÓRNEA - A matéria córnea do casco deve ser escura, 
rija e dotada de certa elasticidade, apresentando superfície lisa, íntegra e brilhante. A 
ranilha deve ser mole, elástica e forte. 
 
c.2. Os cascos dos potros - o potro recém-nascido possui um casco pontudo, estreito, 
muito mole e com a base coberta com um invólucro delicado e córneo. Este, porém, cai 
em poucos dias e o desenvolvimento do verdadeiro casco se inicia. 
Quando o potro tem 3 meses de idade, pode-se começar a usar uma faca própria para o 
preparo do casco. O exame freqüente dos cascos dos potros e a manutenção deles 
sempre limpos e aparados irá ajudar muito para um perfeito desenvolvimento. Os 
animais jovens também devem se exercitar bastante em terrenos secos, pois os cascos 
irão se formando de modo uniforme, podendo ser necessário apenas, ocasionalmente, 
raspar e arredondar as bordas da pinça a fim de se evitar quebras da parede. 
Quando os potros permanecem na baia por muito tempo, não gastam seus cascos e, 
nesses casos, deve ser raspados e limpos com mais freqüência, dependendo do caso, 
pode ser necessário fazer a manutenção até uma vez por semana. 
As solas e fendas da ranilha devem ser examinadas e todo o pé lavado com 
regularidade. 
 
c.3. Problemas comuns dos cascos 
 
 
Problemas como o casco encastelado, achinelado ou encurvado geralmente podem ser 
resolvidos com casqueamentos corretivos. 
Casco achinelado: pinça 
longa e talão baixo 
Casco encastelado: 
pinça curta e talão alto 
Pinça encurvada: 
manutenção ruim do 
casco 
30 
 
 
1.2. Patologia e afecções do aparelho locomotor 
 
a) Problemas típicos do cavalo jovem 
 
a.1. Deformidades angulares dos membros: causada por crescimento desigual dos 
membros. Tratamento por casqueamento ou cirurgia, dependendo do caso. Para a 
normalização, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível. 
 
a.2. Fraqueza dos tendões flexores: presente nos recém-natos. Pode envolver os quatro 
membros ou apenas os posteriores. Geralmente tem resolução espontânea. 
a.3. Deformação congênita ou adquirida do aparelho flexor: os potros são incapazes 
da extensão completa da articulação afetada; pode ser: 
- congênita: secundária ao mau posicionamento do feto na gestação, ou a predisposição 
genética. 
- adquirida: derivada de dor crônica que leva a menor apoio do membro; a dor pode ser 
causada por Epifisite ou doenças infecciosas, entre outras. 
Pode exigir terapia, tal como colocação de aparelhos ortopédicos ou mesmo cirurgia. 
a.4. Ruptura do tendão extensor digital comum: presente no parto, nem sempre 
reconhecida, manifestando-se por inchaço na parte cranial do corpo. Costuma se 
resolver com tratamento ortopédico. 
a.5. Exostose hereditária múltipla: presença de sobreossos múltiplos nos diversos 
ossos do corpo. Condição hereditária, nem sempre associada à claudicação, porém 
prejudicial do ponto de vista estético e às vezes funcional, dependendo da localização 
do sobreosso. Não há tratamento conhecido. 
 
 
b) Problemas músculoesqueléticos ocorrendo em cavalos de qualquer idade 
31 
 
b.1. Osteodistrofia fibrosa (“cara inchada”): disfunção generalizada causada pela 
deficiência de cálcio associada ao excesso de fósforo na dieta, levando à 
desmineralização óssea. 
 
b.2. Fraturas: geralmente causam claudicação e edema do membro afetado. 
Tratamento com cura dependem da idade do animal, localização da fratura, presença de 
comprometimento articular, bem como diagnóstico e tratamento precoces. 
Obs: Existem inúmeros tipos de fraturas, cuja gravidade e tratamento dependem do osso 
onde ocorrem, região afetada do mesmo, causa da fratura, etc. Elas não serão abordadas 
neste curso. 
 
c) Problemas articulares 
c.1.Ovas: aumento crônico de volume da articulação, de etiologia exata desconhecida 
porém geralmente associada a atividade intensa. Pode ter relação com deficiência de 
conformação. Geralmente não ocorre manqueira. 
 
Pônei apresentando 
Osteodistrofia Fibrosa, a “cara 
inchada”. Notar também a 
fragilidade dos locomotores, 
devido à desmineralização. 
32 
 
 
 
c.2.Sinovite traumática: consequências de traumatismo articular, geralmente em carpo 
e boleto de cavalos de corrida jovens. Pode estar associada a aumento de volume ósseo. 
 
c.3.Entorses e luxações: causa traumática. Entorse é a ruptura total ou parcial dos 
ligamentos de uma articulação; na luxação, ocorre o deslocamento total ou parcial dos 
componentes da articulação. No deslocamento parcial (subluxação), o tratamento pode 
ser conservativo, enquanto que nas luxações completas, o tratamento é geralmentecirúrgico. 
 
d) Problemas dos ligamentos 
d.1. Esparavão: inflamação e espessamento do ligamento plantar, que é quem envolve 
o osso calcêno do jarrete. Pode haver formação de sobreosso nos casos crônicos. O grau 
de claudicação depende da conformação. 
 
e) Problemas do casco 
e.1. Laminite: é a inflamação das laminas do casco. Pode ter uma variedade de causas, 
desde traumáticas a processos tóxicos. Atinge geralmente os anteriores, e vai se 
agravando progressivamente, se não diagnosticada e tratada a tempo. É uma condição 
muito dolorosa, que exige tratamento de emergência para evitar a rotação da falange. 
33 
 
 
 
 
 
e.2. Talões rebaixados: colapso do tecido entre os talões, causado pelo desequilíbrio do 
casco devido a casqueamento e ferrageamento inadequados. 
 
f) Claudicação 
Claudicação é o sinal clinico de um distúrbio estrutural ou funcional que se manifesta 
em um ou mais membros, geralmente durante a locomoção. A claudicação na espécie 
eqüina é um assunto de grande importância tanto do ponto de vista medica quanto do 
financeiro, visto que muitos dos problemas dos locomotores de eqüinos não podem ser 
diagnosticados apenas com o exame externo do animal, como é o caso das osteítes, 
artrites, tendinites, etc. 
Deve-se avaliar e registrar o grau da claudicação, auxiliando assim uma reavaliação por 
qualquer outro examinador. 
Grau 0: claudicação não perceptível em nenhuma circunstância. 
Grau 1: a claudicação é vista quando o cavalo esta no trote, mas não ao passo. 
Grau 2: a claudicação é percebida ao passo, mas não há movimentação de cabeça 
associada à ela. 
Grau 3: a claudicação é obvia ao passo, com movimentação característica da cabeça. 
Grau 4: impotência funcional do membro. 
 
 
2. APRUMOS 
 
Entende-se por aprumos a exata direção que têm os membros, com relação ao solo, de 
modo que o peso corporal do cavalo seja regularmente distribuído sobre cada um 
daqueles membros. 
O equilíbrio do cavalo é verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de 
gravidade cai dentro da base de sustentação, espaço este limitado pelas linhas que ligam 
as extremidades inferiores dos membros. 
Quando os membros são irregularmente aprumados, os pés sofrem ruína prematura e 
prejudicam os andamentos, diminuindo a resistência do animal. 
Posicionamento típico de 
animal apresentando laminite 
34 
 
Para se avaliar corretamente o aprumo do cavalo, o animal deve estar em estação, sobre 
um terreno plano e horizontal e com o apoio completo dos membros formando um 
paralelogramo retangular. Pode-se avaliar os aprumos traçando-se linhas imaginarias 
que devem passar em alguns pontos específicos dos animais. 
 
2.1 APRUMOS REGULARES 
 
a) Membros Anteriores 
 
VISTO DE PERFIL – imagina-se uma linha que deverá partir da articulação escápulo-
umeral, na sua porção mais anterior e descer paralelamente ao membro, tocando o solo a 
cerca de 10 cm à frente da pinça do casco (a-b). Tirada do centro de sustentação da 
espádua sobre os membros anteriores, passar pouco a frente do braço e tocar o solo pelo 
meio do casco como se o dividisse lateralmente em dois (e-f). 
VISTO DE FRENTE - Esta linha é uma vertical baixada da ponta da espádua ao solo. 
Dividir teoricamente o joelho, a canela, a quartela e o casco em partes iguais. (h) 
 
b) Membros Posteriores 
 
VISTO DE PERFIL - baixada da ponta da nádega, tangenciando o jarrete, tocar o solo 
atrás dos talões (i-j). Baixada da soldra, toca o solo a cerca de 10 cm adiante do casco 
(m-o). A linha baixada da articulação coxo-femural, passa pelo centro da perna e toca o 
solo, dividindo o casco pelo meio (k-l). 
VISTO DE TRÁS - baixada da ponta da nádega ao solo e dividir, a partir do jarrete, as 
regiões ao meio, ficando entre os cascos uma distância igual a largura destes (p). 
 
 
35 
 
 
 
2.2. APRUMOS ANORMAIS 
 
 
 
36 
 
 
 
Um animal é dito “juntado” quando seus membros anteriores e posteriores se projetam 
para baixo de seu corpo (fig a.1), e “acampado”, quando seus membros permanecem 
posicionados afastados de seu corpo (os dianteiros jogados para frente e os posteriores 
para tras – fig a.2). 
 
a.1 a.2 
 
 
3. TIPOS DE ANDAMENTOS 
 
São quatro os andamentos naturais do cavalo, ou seja, a maneira como ele se desloca 
quando está em movimento. São eles: o passo, o trote, o cânter (meio-galope) e o galope 
pleno. Existem também os andamentos adquiridos, por adestramento e, artificiais, que 
são os da alta escola de Viena. 
 
Exemplo de animal 
debruçado de diante 
37 
 
 
 
 
Passo - é o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela 
progressão sucessiva de cada par lateral de pés. Quando a marcha 
começa com a perna posterior esquerda, a seqüência é a seguinte: 
posterior esquerda, dianteira esquerda, posterior direita, anterior 
direita. No passo calmo, os pés de trás tocam o solo adiante das 
pegadas feitas pelos pés da frente. No passo ordinário, os passos são mais curtos e mais 
elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No 
alongamento, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No 
livre, todo o esquema é prolongado. 
 
Trote - é o andamento simétrico, a dois tempos, em que um par 
diagonal de pernas toca o solo simultaneamente e, depois de um 
momento de suspensão, o cavalo salta apoiado no outro par diagonal. 
Por exemplo: no primeiro tempo, o pé anterior esquerdo e o pé 
posterior direito pousam no solo juntos (diagonal esquerda). No 
segundo tempo, o pé dianteiro e o pé traseiro esquerdo pisam juntos (diagonal direita). 
No trote, o joelho jamais avança à frente de uma linha imaginária perpendicular tirada 
do topo da cabeça do animal até o solo. As estilizações supremas do trote são o piaffer, 
em que o cavalo, sem avançar, fica batendo no chão, alternamente, com os pés 
dianteiros; a passage em que ele se desloca para o lado, trocando os pés, sem avançar. 
 
Cânter (do inglês canter - andar a meio galope) - é um andamento a 
três tempos, em que o cavalo avança com a perna dianteira direita 
quando gira para a direita e vice-versa. Quando o cavalo tenta virar 
para a esquerda avançando com a perna dianteira direita, portanto, a 
do lado de fora no movimento, esse avanço é chamado um " galope 
falso" ou cânter com a perna errada. A seqüência de pisadas que dão as três batidas 
rítmicas no chão são, num galope para a direita: posterior equerda, diagonal esquerda 
(em que as pernas dianteira esquerda e traseira direita, tocam o solo simultaneamente) e, 
por fim, perna dianteira direita - dita "de guia". 
 
38 
 
Galope ou galope pleno - O galope é o mais rápido dos quatro 
andamentos naturais. Descrito habitualmente como um andamento à 
quatro tempos, sofre variações na seqüência de acordo com a 
velocidade. Com a perna dianteira direita na liderança, a seqüência de 
pisadas é a seguinte: posterior esquerda, posterior direita, dianteira 
esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão total, em que todos 
os pés estão no ar. Um puro-sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé mais 
avançado toca no chão em linha com o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o 
pé fique no ar à frente dessa linha. 
 
Existem ainda outros tipos de andamentos, como as variações de marchas (batida, 
picada, trotada e ideal) e o passofino, específicas de algumas raças, e que serão melhor 
explicadas mais a frente, junto às respectivas raças. 
 
 
 
 
 
IV. IDADE DOS EQUINOS 
 
Os eqüinos podem ter sua idade avaliada, com precisão, através da data de nascimento(Idade Real) ou estimada através da observação dos elementos secundários e principais 
(Idade aproximada) (Rezende, 2007). 
Através dos elementos secundários é possível avaliar se o animal é mais velho ou potro, 
embora não haja muita precisão. Tais elementos são: pêlos brancos nas ganachas, os 
quais indicam que o eqüino tem mais de 8 anos; pregas na comissura labial, geralmente 
começam a ocorrer após 5 anos; ganachas espessas nos potros, pois os pré-molares 
ainda não se implantaram. 
Os dentes são os elementos principais para determinar a idade aproximada dos eqüinos. 
Através das mudanças que acontecem na dentição, no decorrer da vida de um eqüino, é 
possível avaliar sua idade com precisão. 
 
 
 
 
Garanhão da raça Passofino 
39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A avaliação da idade é importante, pois muitos animais não têm registro oficial e são 
negociados à base de sua idade aproximada. 
 
O cavalo adulto possui 40 dentes e a égua 36, normalmente, assim distribuídos: 
 12 incisivos (6 superiores e 6 inferiores) 
 4 caninos, em geral ausentes na fêmea 
 24 molares distribuídos igualmente nas duas arcadas. 
 
Os potros, machos e fêmeas, apresentam apenas 24 dentes, pois os caninos, os pré-
molares da arcada inferior e os dois pré-molares da arcada superior são monofisários 
(nascem apenas na idade adulta). Os demais dentes são difisários, ou seja, nascem os 
caducos, que serão substituídos pelos definitivos ou permanentes. Os dentes são 
caducos são: 
 12 incisivos 
 12 molares 
A idade dos eqüinos é avaliada pelas transformações que acontecem nos 6 dentes 
incisivos da arcada inferior. 
Para facilitar a determinação da idade dos eqüinos através das transformações na arcada 
dentária dos animais deve-se conhecer a nomenclatura dos dentes, principalmente dos 
incisivos e reconhecer as diferenças que são visíveis entre dente de leite e dente 
definitivo. 
 
Esqueleto da queixada do cavalo 
 
40 
 
 
 
Os incisivos centrais são as PINÇAS, os que se posicionam lateralmente a esses são os 
MÉDIOS e lateralmente os CANTOS. 
 
Diferenças entre os dentes de leite (Caducos) e os definitivos 
Os dentes de leite são menores e mais claros (brancos), apresentam colo mais estreito e 
arredondo e os definitivos podem apresentar estrias verticais amareladas na coroa. 
 
 
O desgaste na mesa dentária ocorre devido ao atrito entre as arcadas superior e inferior e 
com o passar do tempo expõem as estruturas internas do dente. Com o desgaste, devido 
à mastigação, os dentes também mudam seu arco incisivo que, visto de perfil, é 
arredondado no animal jovem e vai se tornando alongado à medida que o animal 
envelhece. 
 
 
41 
 
As figuras acima mostram um corte do dente definitivo. Anatomicamente, o dente é 
constituído por uma substância branca denominada dentina, que é recoberta por uma 
camada que lhe confere proteção denominada de esmalte. A base do dente é aquela 
região que entra em contato com o dente homólogo da arcada oposta, e é denominada de 
„mesa dentária‟, que quando não usada revela a cavidade dentária externa. No fundo 
desta cavidade nota-se uma região enegrecida, com função de revestimento, o cemento. 
Na raiz, o dente apresenta um pequeno orifício em comunicação com uma cavidade 
interna, no interior do qual se aloja a polpa dentária, vasos e nervos. Com o desgaste do 
dente, principalmente pela mastigação, a mesa dentária sofre modificações, e passa da 
forma elíptica para oval, desta para arredondada, depois a triangular e por último 
biangular. A cavidade dentária externa vai desaparecendo, e o cemento vai ficando cada 
vez mais superficial circundado pelo esmalte. O processo de arredondamento é visto ao 
se examinar a borda posterior ou lingual da mesa dentária, onde haverá 
aproximadamente um semicírculo, pois a borda anterior ou labial do dente permanece 
horizontal. Com o desgaste contínuo, as bordas da cavidade dentária externa tendem a 
desaparecer, dando origem ao que chamamos de „rasamento dentário‟. Após essa etapa, 
o esmalte do fundo da cavidade dentária externa (que forma um relevo sobre a mesa 
dentária) acaba por desaparecer, constituindo a fase de nivelamento. 
A determinação da idade através da cronometria dentária é dividida em 7 períodos que 
retratam as mudanças na dentição dos eqüinos: nascimento dos caducos (ou dentes de 
leite), desgaste, mudas dos caducos para os definitivos, desgaste dos definitivos até o 
rasamento ou desaparecimento da cavidade dentária externa, desgaste dos definitivos 
até o aparecimento da cavidade dentária interna na superfície dos dentes (nivelamento), 
triangulação (mesa dentária em forma de triângulo eqüilátero) e biangulação (mesa 
dentária em forma de triângulo isósceles). Com o avançar da idade as arcadas vão se 
projetando para frente. 
 
 1º período - Nascimento dos caducos – forma 
elíptica dos incisivos. 
O potro geralmente nasce sem incisivos. 
 
 Pinças – nascimento - 7 dias 
 Médios – nascimento - 30 dias 
 Cantos – nascimento - 6 meses e alcançam 
os níveis dos demais aos 10 meses. 
 
42 
 
A partir dos 2 anos de idade os animais passam a fazer a 
troca dos dentes de leite pelos permanentes 
 
 
2º período - Rasamento dos caducos – forma ovalada dos 
incisivos. 
Desaparecimento da cavidade dentária externa pelo desgaste 
e compressão dos dentes. 
 
 Pinças - com 1 ano 
 Médios - com 1 1/2 anos 
 Cantos – com 2 anos 
 
 
 Pinças - surgem aos 2 1/2 anos e estão crescidos aos 3 
anos 
 Médios - surgem aos 3 1/2 anos e estão crescidos aos 4 
anos 
 Canto – surgem aos 4 ½ anos e estão crescidos aos 5 anos 
 
Entre 5 e 5 ½ anos nascem os caninos nos machos. 
 
 
 
 
4º Período - Rasamento dos 
definitivos – forma ovalada dos 
incisivos. 
Desaparecimento da cavidade 
dentária externa dos dentes 
definitivos. 
 
 Pinças - 6 anos 
 
 
3º Período - Mudas – forma elíptica dos incisivos. 
Período que ocorrem as mudas. 
43 
 
 Médios - 7 anos (cauda de 
andorinha) 
 Cantos – 8 anos (estrela 
dentária) 
 
 
 
 
5º Período – Nivelamentos dos definitivos 
(nivelamento) – incisivos com forma arredondada 
 
 Pinças - 9 anos 
 Médios - 10 anos 
 Cantos – entre 11 e 12 anos 
 
 
 
 
6º Período – Triangulação – forma 
triangular da mesa dentária dos 
incisivos 
 
 Pinças - 13 anos 
 Médios - 14 anos 
 Cantos – entre 15 e 16 anos 
 
 
Neste período, poderá ser notada novamente a "cauda de andorinha" e caracteriza-se 
também pelo nivelamento de todos os incisivos. A partir deste período, os dentes vão se 
tornando biangulares e fica cada vez mais difícil calcular a idade do animal. 
 
44 
 
 
7º Período - Biangularidade – mesa 
dentária em forma de triângulo isósceles 
 
 Pinças - 17 anos 
 Médios -18 anos 
 Cantos – 19-20 anos 
 
 
Um defeito grave de dentição em conseqüência da posição incorreta dos maxilares, 
observado com freqüência nos pôneis é o prognatismo, que pode ser superior ou 
inferior, onde as arcadas não se ajustam. 
 
 
 
 
V. MARCAS E PECULARIDADES ESPECIAIS 
 
As marcas e os sinais são particularidades independentes das pelagens, também 
usados como elementos de identificação, para uma boa resenha do animal. Os sinais 
brancos encontrados na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm 
registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis. 
As marcas são naturais (ou congênitas), e artificiais (ou adquiridas). 
 
1. MARCAS NATURAIS OU CONGENITASGolpe de machado - depressão existente na junção do garrote. 
Golpe de lança - depressão muscular, subcutânea, sem sinal de cicatriz, muito parecida 
com o golpe de uma lança, encontrada nos músculos da tábua do pescoço, braços, 
coxas, nádegas, etc. 
Embandeirada - cauda levantada, pode apresentar-se voltada para a direita ou esquerda 
(cavalo de raça árabe). 
Cabana - orelhas caídas. 
45 
 
 
 
 
2. MARCAS ADQUIRIDAS OU ARTIFICIAIS 
 Cicatrizes acidentais ou operatórias; 
 Marcas a fogo (ferro quente); 
 Marcas químicas (para identificar o proprietário). 
Quase sempre sobre estas cicatrizes nascem pêlos brancos nos animais cuja pelagem 
é escura, e pêlos escuros, nos animais, cuja pelagem é clara. 
 
2.1. PRINCIPAIS MARCAS ADQUIRIDAS 
 
Troncho ou mocho - quando as orelhas são cortadas na base, comidas enroladas ou 
deformadamente tortas. 
Embandeirado artificialmente - rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda 
através de uma intervenção cirúrgica. 
Objetivo = imprimir mais elegância ao animal ou por fraude, quando se quer dar a 
característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns. 
Pitoco ou suro - rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves. 
 
 
Animal com cauda 
embandeirada, típica do cavalo 
Árabe 
Instrumentos utilizados para a 
marcação dos animais 
Animal com orelha cabana 
46 
 
3. SINAIS E PARTICULARIDADES ESPECIAIS 
 
As particularidades estão presentes em qualquer tipo de pelagem, e auxiliam na 
identificação do animal, sendo obrigatoriamente colocadas na resenha do animal. São 
classificadas em gerais, quando não apresentam região fixa no corpo do animal; e 
especiais, quando ocorrem em determinadas regiões. 
 
3.1. GERAIS 
 
a) Reflexos de pelagem: 
Os reflexos variados dão denominações às pelagens, como: prateada, rosada, porcelana, 
lavada, almarada, ondeada, dourada, acobreada, bronzeada e azeviche. 
 
b) Disposição dos pêlos brancos: 
NEVADO - quando os pêlos brancos se distribuem em certas regiões do corpo 
formando manchas com aspecto de flocos de neve. 
 
RUÇO - pelagem com pêlos brancos e pretos misturados, ocorrendo geralmente em 
animais mais velhos, não caracterizando um cavalo tordilho. 
MIL FLORES - quando o branco forma pequenas manchas sobre o fundo avermelhado. 
RUBICÃO - pêlos brancos na cauda. 
 
c) Disposição dos pêlos pretos: 
MOSQUEADO - quando o preto forma pequenas manchas sobre o fundo que não 
possui pêlos negros. 
SALPICADO - se pequenas manchas ocorrem sobre o fundo que possui pêlos negros. 
ENCARVOADO - manchas negras ou bem escuras em certas regiões do corpo. 
TIGRADO - pêlos pretos formando manchas semelhantes aos do tigre. 
 
d) Disposição dos pêlos vermelhos: 
PEDRES - sobre o fundo branco ou ruço, o vermelho forma pequenas manchas. 
47 
 
 
 
 
FLOR DE PESSEGUEIRO - manchas avermelhadas maiores que as do pedrês, ocorrem 
sobre o fundo claro. 
MARMORIZADO - manchas avermelhadas dispõe-se em veios marmóreos. 
AFOGUEADO - quando nas pelagens escuras, pêlos vermelhos se localizam no flanco, 
axilas e outras regiões. 
 
e) Disposição de pêlos de qualquer cor: 
ROSADO - quando a pelagem se apresenta com manchas arredondadas de cor e brilho 
diferentes do fundo, porém com transição branda. O animal pode ser totalmente rosado 
ou só em algumas regiões. 
 
f) Direção dos pêlos: 
RODOPIOS (ou remoinhos, redemoinhos) - de forma arredondada onde os pêlos não 
seguem a direção natural. Geralmente ocorrem na cabeça, garganta, pescoço e peito. 
 
ESPIGAS - são rodopios alongados. Pode se localizar em qualquer região do corpo, 
porém quando se apresentarem em uma das tábuas do pescoço, é denominada de 
ESPADA ROMANA; e quando ocorre na espada ou costela, a chamamos de SETA. 
 
Pedrês simples: a pelagem 
branca é pincelada por pêlos 
marrons 
Pedrês preto: pequenas 
pinceladas de pêlos pretos 
aparecem sobre uma 
pelagem branca (também 
chamado tordilho pedrês). 
48 
 
g) Malhas diversas: 
Particularidades criadas por malhas de cor, de aparência e localização variáveis. Na 
resenha devem ser descritas, e quando se diz apenas malha subentende-se que a cor é 
branca, devendo ser especificada se for de outra cor. 
Os sinais brancos, geralmente estão presentes na face, focinho e pernas, sendo utilizados 
como meios de identificação dos animais e nos registros. Além desses sinais, há marcas 
no corpo do animal ou manchas brancas presentes na parte inferior do ventre e nos 
flancos. 
 
g.1. MARCAS DA CABEÇA 
CELHADO - quando pêlos brancos contornam os olhos. 
VESTÍGIO DE ESTRELA - quando aparecem pêlos brancos esparsos na fronte. 
ESTRELA OU FLOR - formada por uma malha branca na fronte, podendo ter várias 
formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser "escorrida". 
LUZEIRO – Quando a malha na fronte é grande, podendo ser também corridos ou 
dentados, se apresentam prolongamento para baixo ou contorno irregular, 
respectivamente. 
FILETE - determinado por um estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou 
chanfro. 
CORDÃO - determinado por uma fina mancha branca (mais largo que o filete), que se 
estende da fronte ao chanfro, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou 
desviado. 
FRENTE ABERTA - quando o cordão se alarga tomando toda a frente da cabeça e indo 
até a região das narinas. 
MALACARA - determinada por malha branca sobre as faces laterais da cabeça ou 
somente sobre um dos lados. 
BETA - pinta branca que corre entre as narinas. 
BEBE EM BRANCO (bocalvo) - quando um dos lábios ou ambos são brancos, devendo 
isto ser esclarecido na resenha. 
CABEÇA DE MOURO - se uma mancha escura (pêlos mais escuros ou pretos) envolve 
a parte inferior da cabeça ou somente a sua face anterior. 
COM EMBORNAL - se a mancha abrange apenas a parte inferior da cabeça. 
As particularidades acima citadas devem ser descritas na resenha, se possível com um 
esboço dos contornos e desvios. 
 
 
Estrela Luzeiro 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
Estrela 
com filete 
Luzeiro 
com 
cordão 
Frente aberta Malacara 
Luzeiro, filete e beta 
Cabeça de mouro 
50 
 
 
 
 
51 
 
g.2. NO PESCOÇO 
CRINALVO – quando o animal apresenta crina branca ou desbotada, em pelagens mais 
escuras. A cauda pode ou não acompanhar a crineira. 
 
 
g.3. NO TRONCO 
 
 
LISTA DE BURRO - listra estreita, mais escura 
que a pelagem, que se estende ao longo da linha 
dorsal, indo da cernelha à base da cauda. 
 
RAIA CRUCIAL - faixa escura que corta transversalmente a cernelha, geralmente de 
pelagem vermelha, alcançando as espáduas. 
 
PANGARÉ - é o animal que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas 
e outras partes do corpo, esbranquiçadas. 
 
52 
 
RABICÃO - animal que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais 
escuros. 
 
g.4. NOS MEMBROS 
ZEBRURAS - estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes. 
 
BRAGADO - quando o animal apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e 
nas partes internas das coxas. 
CANA-PRETA - se o animal apresenta canelas pretas nas pelagens que não as incluem. 
CALÇADO - quando a cor branca aparece nos membros, bem delimitada, nas pelagens 
que não incluem o branco nestas partes. 
 
 
 
Conforme a extensão do branco o calçamento recebe as seguintes denominações: 
a) Cascalvo - quando somente oscascos são brancos. 
b) Calçado sobre coroa - quando o branco está situado apenas na circunferência da 
coroa do casco. 
c) Baixo calçado - quando o branco vai até o boleto. 
d) Médio Calçado - quando o branco abrange a qualquer parte da canela. 
e) Alto Calçado - quando o branco alcança os joelhos e jarretes 
f) Arregaçado - quando o branco ultrapassa estas articulações (joelhos e jarretes), 
alcançando os antebraços e pernas. 
g) Argel - quando um só membro é calçado. 
h) Manalvo - somente os anteriores são calçados. 
i) Pedalvo - somente os posteriores são calçados. 
53 
 
j) Calçado em diagonal - quando o calçamento é no bípede em diagonal, devendo ser 
esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal. 
k) Trialvo - quando 3 membros são calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser 
citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto 
explícito que o único membro não calçado é o anterior direito. 
l) Quatralvo - quando todos os membros são calçados. 
 
 
 COLORAÇÃO DOS CASCOS 
 
Os cascos de matéria córnea azul-ardósia (escuros) são os ideais, pois são cascos mais 
duros e resistentes. Em contrapartida, um casco branco é tido por "mole", incapaz de 
resistir bem à usura. 
Não há prova de que essas asserções sejam verdadeiras. 
Pés brancos normalmente acompanham pernas "calçadas". Os Appaloosa e outros 
cavalos mosqueados podem ter cascos "tigrados" (com listras verticais negras). 
 
 
 
 
54 
 
 
VI. PELAGEM DOS EQUINOS 
 
Há cerca de 76 pelagens diferentes agrupadas em três modalidades: simples, composta e 
conjugada: 
 Simples = são as pelagens formadas por pêlos e crinas da mesma cor; 
 Compostas = pêlos bicolores misturados com crina de cor diferente; 
 Conjugadas = malhas e pintas de contorno irregular, mescladas com branco. 
Existe uma quantidade muito grande de cores e variações de pelagens, o que gera 
GRANDE CONFUSÃO. 
A origem da variedade de cores da pelagem envolve 30 genes individuais, o que 
permite milhares de combinações possíveis. 
Para algumas raças, a cor é uma consideração de essencial importância. Por exemplo: 
No cavalo appaloosa, a coloração é variada e, uma das mais comuns é a mosqueada, 
porém, nem todo cavalo mosqueado é um appaloosa. 
 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
- Na maioria das espécies de animais a cor de cada raça apresenta várias misturas mais ou 
menos uniformes, não variando mesmo sob influência de idade, clima etc. 
- O cavalo oferece numerosas diferenças de pelagens dentro da raça. 
Diversos fatores podem influir na não-identificação imediata da pelagem, tais como: 
 
a) IDADE - ocasiona a não-identificação da pelagem do potro senão algumas semanas 
mais tarde. 
Ex: o tordilho nasce muitas vezes negro, castanho, baio ou alazão, mas todos com pêlos 
brancos espalhados pelo corpo. 
 
55 
 
b) SEXO - nos garanhões as cores são mais vivas e brilhantes. 
c) LUZ - a luz solar aumenta a vivacidade dos tons e reflexos. 
Mas quando muito intensa queima as pontas dos pêlos tornando a tonalidade desbotada. 
 
d) CLIMA - o calor torna os pêlos lisos e brilhantes, enquanto o frio, a umidade e o 
vento tornam-nos longos e descorados. 
 
e) ALIMENTAÇÃO - uma boa alimentação, regularmente oferecida leva a pêlos lisos e 
brilhantes, acentuando os reflexos da pelagem. 
 
f) SAÚDE - animais mantidos em condições adequadas, com cuidados higiênicos 
regulares, possuindo saúde perfeita tem pêlos finos, sedosos e brilhantes. Por outro lado, 
animais com estado patológico possuem pêlos descorados, quebradiços e grosseiros. 
 
1. AS CRINAS 
Apresentam coloração idêntica aos pêlos nas pelagens ditas simples e uniformes: preto, 
branco, alazão. 
São escuras ou pretas em outras: baio e castanho. 
Ou mescladas: tordilho e rosilho. 
São usadas longas, tosadas ou outro estilo especial, dependendo do criador/associação. 
 
 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS PELAGENS 
 
A maioria dos trabalhos com pelagens segue a classificação francesa. 
Conceito: PELAGEM é o conjunto de pêlos, de uma ou de diversas cores, espalhados 
pela superfície do corpo e extremidades, em distribuição e disposição variadas, cujo 
todo determina a cor do animal. 
Apesar de haver muita variação, todas as pelagens se agrupam em três modalidades ou 
categorias: SIMPLES, COMPOSTAS e CONJUGADAS ou justapostas. 
56 
 
Cada uma delas com suas divisões e, que no total, forma 76 pelagens diferentes. 
 
2.1. SIMPLES E UNIFORMES 
São constituídas por pêlos de uma só cor e uniformemente coloridos em todo o corpo do 
animal, inclusive crina e cauda, como nos tipos branco, alazão e preto. 
 
a) TIPO BRANCO 
É incomum em potros, porém freqüente em cavalos velhos. 
a.1. Sujo - é um branco encardido, levemente amarelado. 
a.2. Porcelana - quando a pele é escura, dando um reflexo azulado, que faz lembrar a 
louça de porcelana. 
a.3. Pombo ou leite - quando a coloração é fosca, sem brilho. É o branco comum, puro. 
 
 
b) TIPO ALAZÃO 
É formado por um grande número de nuances, que vão de uma coloração aloirada clara 
até uma coloração vermelho escura, queimada, lembrando a cutícula da castanha. 
 
 
Sempre com as crinas e as 
extremidades da mesma cor do 
corpo ou mais claras, nunca mais 
escuras. 
57 
 
O tipo ALAZÃO pode ser: 
b.1. Claro - quando a cor é loira, clara e pálida (vermelho aloirado). 
b.2. Ordinário - quando a cor é de canela. 
b.3. Escuro ou tostado - quando é da cor do mogno. 
b.4. Aleonado - quando é de um tom amarelo-claro, com as extremidades mais 
carregadas, lembrando o leão (fulvo). 
b.5. Queimado - quando a coloração lembra o café torrado, bastante carregado. 
b.6. Cereja - quando a coloração lembra a cereja madura. 
b.7. Gateado, lavado ou sopa-de-leite – (creme ou amarelo claro) quando a tonalidade 
amarelo-clara desce uniformemente para os membros, geralmente acompanhada de 
"gateaduras" pelas canelas, antebraços e jarretes, bem como de lista de mulo e banda 
crucial (quase sempre apagadas). 
b.8. Vermelho, sangüíneo ou colorado - quando a coloração é de um vermelho vivo, 
lembrando o sangue de boi. 
b.9. Amarelo ou amarilho - apresentam, obrigatoriamente, crina e cola bem mais claras 
que o pêlo do corpo. 
 
 
 
 
 
c) TIPO PRETO 
Formado por pêlos pretos, que vão de um preto desbotado até um preto com intenso 
brilho. 
 
 
Cavalo de pelagem 
alazão amarilho 
58 
 
c.1. Mal-tinto, pezenho - quando dá a impressão de desbotado, lembrando o pez negro 
e por esta razão é conhecido pela designação de pezenho. 
c.2. Ordinário – preto comum desprovido de reflexos. 
c.3. Murzelo ou franco - com laivos arroxeados, como a amora madura. 
c.4. Azeviche - quando a coloração preta dá um reflexo brilhante. 
Obs. - alguns hipólogos consideram o preto-azeviche, não como tipo e, sim, como 
particularidade do preto murzelo ou preto franco. 
 
 
 
2.2. SIMPLES COM CRINAS E EXTREMIDADES PRETAS 
Essa categoria compreende o baio, o castanho e o pêlo de rato, que apresentam a crina e 
a cauda, assim como as extremidades, mais escuras do que o resto do corpo do animal. 
 
a) TIPO BAIO 
Mostra graduações variando do amarelo claro ao bronzeado, devendo apresentar as 
extremidades mais escuras que o resto do corpo do animal e listra de burro. 
 
 
a.1. Claro ou palha - quando se parece com a cor da palha do trigo. 
a.2. Ordinário - quando o amarelo é o intermediário entre o palha e o escuro. (amarelo 
franco como o do brim cáqui). 
59 
 
a.3. Escuro - quando a tonalidade do amarelo é mais carregada. 
a.4. Encerado - quandoa coloração amarela é mais sombria, lembrando a cera bruta. 
a.5. Camurça ou Isabel (encardido) - Com coloração baia um pouco encardida. 
 
 
 
b) CASTANHO 
Formado por pêlos avermelhados no corpo, com intensidade diversa, semelhante à 
cutícula da castanha e caracterizada pela coloração negra da crineira, cola e membros, 
não apresentando listra de burro. 
 
 
 
b.1. Claro - quando o vermelho é pouco intenso, parecendo mesmo um tanto 
amarelado. 
b.2. Ordinário - quando da idéia da cor da castanha madura. 
60 
 
b.3. Escuro cereja ou zaino - quando se aproxima do preto pezenho, mas difere 
pelas tonalidades bem mais claras de certas regiões, como o focinho, axilas, ventre, 
flancos e períneo. 
b.4. Pinhão - quando se parece com o matiz particular do pinhão (freqüente nos 
muares). 
b.5. Vermelho, sangüíneo ou colorado (RS) - quando se lembra o sangue de boi. 
 
 
 
2.3. COMPOSTAS 
Estas pelagens são formadas por duas cores no mesmo pêlo ou por duas ou três cores 
distribuídas em pêlos diferentes, incluindo os tipos tordilho, rosilho, lobuno e ruão. 
 
a) TORDILHO 
Formado por uma pelagem de base escura, podendo ser preta, alazã, etc, com a 
mescla de pêlos brancos com disseminação variável pelo corpo. 
 
 
 
a.1. Claro ou pombo - quando há uma grande predominância de pêlos brancos, com um 
mínimo de pêlos de outras cores. 
61 
 
a.2. Negro - quando há forte predominância de pêlos negros, quase o tornando mouro, 
mas só não é por não ter a cabeça negra. (metálico). 
a.3. Escuro - quando há predominância de pêlos escuros sobre os brancos. (cor de 
chumbo). 
a.4. Azulego ou cardão - quando há reflexos azulados como a flor do cardo; pode ser 
claro, escuro ou "andorino" (lembrando o dorso de uma andorinha). 
a.5. Salpicado ou pedrês - quando há muitos salpicos de pêlos pretos sobre o fundo de 
pêlos brancos. 
a.6. Vinagre ou sabino - quando há mescla de pêlos avermelhados sobre os brancos, 
dando um aspecto de ferrugem. 
a.7. Rodado - quando os pêlos pretos se aglomeram, formando manchas pequenas, 
arredondadas e mais escuras que o todo. 
 
 
 
b) ROSILHO 
Resulta da mescla de pêlos brancos e vermelhos, uniformemente coloridos. 
 
 
 
b.1. Claro- Cor levemente rosada, em conseqüência do predomínio dos pelos brancos 
ou do descoramento dos vermelhos. 
b.2. Ordinário – francamente róseo. 
62 
 
b.3. Escuro - quando há predominância de pêlos vermelhos. Formado pela mistura de 
pêlos brancos, num fundo de pêlos amarelados ou alazões, vermelhos ou castanho-
escuros, que dão ao conjunto matizes róseos. 
 
 
 
 
c) LOBUNO 
Formado por pêlos bicolores (duas cores em cada pêlo), isto é, amarelos na base e 
pretos na extremidade, de modo que dão ao conjunto uma coloração pardo-acinzentada. 
Um cavalo lobuno, submetido à tosquia, de maneira que as extremidades negras dos 
pêlos sejam tosadas, tornar-se-á baio pela coloração amarela da base dos respectivos 
pêlos. 
 
 
c.1. Claro - quando é acinzentado. 
c.2. Ordinário - quando é pardo. 
c.3. Escuro - quando é pardo carregado. 
 
d) RUÃO 
Dado pela interpolação de pêlos brancos, pretos e vermelhos, ou somente a mescla dos 
brancos com os vermelhos, ficando os pretos limitados às crinas e extremidades. 
63 
 
 
 
d.1. Claro - Quando o branco predomina ou o vermelho é muito claro. 
d.2. Ordinário – Apresenta o branco e o vermelho meio equilibrados. 
d.3. Vinoso - Predominância do vermelho médio e tonalidade de vinho. 
d.4. Escuro - Quando o vermelho carregado predomina. 
 
2.4. CONJUGADAS 
 
Esta categoria apresenta: 
 
a) MALHADO OU PAMPA - Caracteriza-se pela conjugação de malhas extensas. 
As malhas brancas são obrigatórias, enquanto que as demais cores são variáveis, de 
acordo com o tipo que se conjuga com o branco. 
A cor com maior proporção é a cor de fundo da pelagem conjugada. 
Obs. A cor branca jamais é mencionada na designação de pelagens desta categoria, pois 
fica subentendida na palavra malhado, pampa ou qualquer outro sinônimo. (Ex: alazão 
pampa – quando a maioria da pelagem é alazã. Pampa alazão – quando a maioria é 
branca) 
 
 
 
64 
 
b) APALUSA - qualquer pelagem que apresenta malha branca despigmentada na 
garupa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco (dorso, lombo, 
costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da pelagem básica. É 
uma pelagem típica da raça Apaloosa. 
 
 
 
Persa – a pelagem persa é uma subdivisão da pelagem apalusa, onde a maioria 
do animal possui a pelagem de pêlos brancos, com deficiência de pigmentação na pele e 
pequenas malhas circunscritas de outra pelagem distribuídas por todo o corpo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
RESUMO: CLASSIFICAÇÃO DAS PELAGENS 
 
 
CATEGORIAS TIPOS VARIEDADES 
Simples e Uniformes 
- Branco 
- Alazão 
- Preto 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
Simples, com crinas e 
extremidades pretas. 
- Baio 
- Castanho 
- Rato 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
Compostas 
- Tordilho 
- Rosilho 
- Lobuno 
- Ruão 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
Conjugadas 
- Pampa 
- Apalusa 
- Persa 
- Oveira 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
- Diversas 
 
 
 
66 
 
 
67 
 
VII. TARAS, FRAUDES E VÍCIOS DOS EQUINOS 
 
1. TARAS 
 
TARAS são sinais exteriores não pertencentes ao corpo do animal, que podem depreciá-
lo ou inutilizá-lo para uma determinada função. Quando acometem tecidos moles, são 
ditas moles, e quando aparecem em tecidos duros, são chamadas exostoses. 
 
1.1. Taras moles 
HIGROMAS – Derrame ou edema a nível subcutâneo. De acordo com a região, tem um 
nome específico. Exemplo: no codilho, é chamada codilheira, no joelho, lupa, na ponta 
do jarrete, agrião. 
HIDROPSIAS – Acumulo de líquido em regiões tendinosas. Exemplo, na parte 
posterior do joelho, é chamada lerpião, no boleto, ova, no jarrete, alifafe. 
HIDRARTOSES – Acúmulo de líquido ao nível articular. Exemplo, dentro da cavidade 
articular do joelho é chamada lerpia; as ovas e os alifafes também podem ser 
hidrartoses. 
 
1.2. Exostoses ou taras duras 
No joelho – Sobre rodelas 
Na canela – Sobre canas 
No boleto – Sobre boleto 
Na quartela – Sobre quartela 
No jarrete: 
* Curva e Esparavão – Localizadas sobre a face interna do jarrete; a diferença é que a 
curva é localizada mais acima, e o esparavão, mais inferior. 
* Curvaça – Localizada na face externa do jarrete, ao nível do esparavão. 
 
2. FRAUDE 
 
É a tentativa de esconder ou alterar algo no animal antes de comercializá-lo; a exceção é 
quando um imprevisto acontece no percurso do animal até o local onde será exibido. 
São comuns as fraudes para mascarar a idade do animal, lixando seus dentes, ou a 
tentativa de mudar sua cor, pintando-o. 
 
3. VÍCIOS 
 
Vício é o defeito que não pode ser visto no momento da exibição/compra. Exemplos: 
infertilidade, manqueiras, enfisema pulmonar, ausência de ovários, etc. Também são 
68 
 
considerados vícios as más qualidades morais que depreciam, parcial ou totalmente, o 
animal para fim determinado. 
Admite-se que grande parte dos vícios tenha origem hereditária, enquanto outros são 
causados por certas moléstias, pela ociosidade ou por uma iniciação mal feita. 
 
 3.1. PRINCIPAIS VÍCIOS DOS EQUINOS 
 
a) BOLEAR é o vício no qual o cavalo empina, atirando-se bruscamente para trás, cai 
de costa ou de flanco. 
b) CORCOVEAR OU VELHAQUEAR é o vício de saltarrepetida e 
desordenadamente, arqueando o dorso e baixando a cabeça, com o objetivo de derrubar 
o cavaleiro ou livrar-se dos arreios. 
c) ESCOICEAR é o golpe brusco dado, geralmente, para trás, com um ou com os dois 
posteriores, podendo ser de uma ou repetidas vezes. O cavalo, no ato de aplicar o coice, 
em geral, murcha as orelhas e abaixa a cabeça. 
d) MANOTEAR é o golpe brusco e agressivo dado com os anteriores. Assemelha-se ao 
coice. 
e) MORDER é o vício de morder decorre de má índole, caráter irascível, vingança ou 
represália por maus tratos. Há cavalos mordedores que investem agressivamente contra 
o homem, tomando uma atitude características: cabeça estendida, orelhas murchas, 
olhar típico, boca aberta ou semi-aberta, com os incisivos à mostra e lábios contraídos. 
f) PASSARINHAR certos cavalos assustadiços estacam bruscamente sobre os 
posteriores e atiram-se para a direita ou para a esquerda. 
g) NEGAR ESTRIBO é o vício que se expressa pelo fato do animal oferecer 
dificuldades de toda a espécie ao cavaleiro, para que este não consiga montar. 
h) DISPARAR, TOMAR O FREIO OU "CAVALO DESBOCADO” - são vícios mais 
ou menos semelhantes, apenas com pequenas diferenças no gesto, na intensidade da 
ação, caracterizados todos pela desabalada carreira que o cavalo toma, sem atender ao 
freio, mesmo fortemente apoiado nas barras. 
i) ESTIRAR é o recuo do animal amarrado, praticado com violência, no intuito de 
livrar-se pela ruptura da cabeçada ou do cabo que o prende. 
j) EMPACAR E RECUAR são vícios que aparecem simultaneamente, isto é, no 
empacar, o animal (principalmente os muares) firma manhosamente as patas, nega-se a 
prosseguir e, sendo acossado, geralmente recua. 
k) REFUGAR consiste em não querer passar por um determinado lugar, mesmo quando 
forçado: empaca, recua, desvia por um lado ou "vira nos pés", disparando para trás. 
l) MASTURBAR certos cavalos inteiros batem a ereção de encontro ao próprio ventre 
ou a esfregam, repetidas vezes, entre as axilas, no encurvamento do corpo, até provocar 
a ejaculação. É um vício grave pelo fato de levar o animal ao esgotamento. 
m) CAVAR O SOLO E OSTENTAÇÃO CONTÍNUA são vícios parecidos, comuns em 
animais de temperamento excessivamente nervoso, que aparecem pela ociosidade. 
69 
 
n) BIRRA é o vício que o cavalo tem de morder os objetos que o cercam: as peças dos 
arreamentos, a manjedoura, a porta do boxe, o palanque de amarrar, etc. Este vício 
provoca, dentre outros malefícios, o desgaste excessivo dos dentes incisivos. 
o) GEOFAGIA E COPROFAGIA são os vícios de comer terra e excrementos, 
respectivamente. Quase sempre estes vícios são devidos a uma ou mais das causas a 
deficiência de minerais na alimentação, verminoses, estabulação excessiva, dentre 
outras causas. 
 p) AEROFAGIA, ENGOLIR AR OU TIQUE PROPRIAMENTE DITO é o vício de 
fixar a boca sobre um corpo sólido, contraindo espasmodicamente a musculatura 
envolvida na deglutição, para engolir e rejeitar o ar, o que produz um ruído 
característico de arroto. 
 q) INCENSAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos de flexão e extensão 
da cabeça, acompanhados, não raras vezes, com o raspar do solo pelos anteriores. 
r) ESTUFAR OU ENCHER DE VENTO é o vício de estufar a barriga no momento em 
que se aperta a cilha, de modo que a sela afrouxa-se tão logo o animal relaxe os 
músculos do ventre. 
s) ENCAPOTAR é o vício de colocar a cabeça baixa, com o focinho quase tocando o 
peito, dificultando a ação do freio e ocultando ao animal o que lhe esteja na frente. 
t) MESQUINHO é o vício de não deixar colocar a cabeçada ou pegar na cabeça. 
u) LÍNGUA PENDENTE é o vício de manter a língua fora da cavidade bucal, que é 
deselegante e prejudicial à saúde. 
v) LÍNGUA DE SERPENTINA é o vício de pôr e tirar a língua para fora da boca, 
causando ferimento, perda de saliva, dificuldade de mastigação e de apreensão da 
forragem. 
w) QUEBRA- NOZES é a vício de bater os lábios, superior e inferior, produzindo um 
ruído típico, comparável àquele do aparelho "quebra-nozes". 
x) NÃO DEIXAR FERRAR, LIMPAR, ENCILHAR, ETC - são vícios cuja gravidade 
está na sua maior ou menor intensidade, variando com o temperamento de cada animal. 
y) TIQUE PENDULAR OU DANÇA DE URSO - lembra o movimento característico 
do urso: oscilação ritmada da cabeça e do pescoço, acompanhada de apoio alternado dos 
membros anteriores dentro do mesmo compasso. O animal adquire este vício por 
impaciência ou por irritação. 
z) CAVALO - GAVIÃO é o vício que o animal adquire de disparar pelos campos, 
tornando-se arisco e matreiro, a fim de fugir ao trabalho ou a recolhida, de modo que 
para prendê-lo, só mesmo a laço ou com artimanhas. 
a.2) ESCABECEAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos e exagerados de 
elevação da cabeça, executados nos diversos andamentos. 
b.2) COMEDOR DE COLA é o hábito vicioso de comer as crinas; geralmente, da cauda 
dos outros animais. Este grave defeito é revelado, quase sempre, nos cavalos 
submetidos longas viagens, aparecendo também em cavalos com deficiência em sais 
minerais. 
 
70 
 
b. c. d. 
e. m. p. 
 
 
 
VIII. MENSURAÇÃO E RESENHA 
 
MENSURAÇÃO 
 
A apreciação dos animais domésticos baseada na forma e nas proporções e com o 
objetivo de verificar as qualidades e os defeitos de cada região e do conjunto pode ser 
feito através de dois métodos: um, empírico, chamado “golpe de vista”; outro, objetivo, 
mediante mensurações. 
Por meio da mensuração são obtidos dados que complementam a confecção de resenhas 
e o estudo das regiões do corpo. 
Com base na visualização dos animais, juntamente à mensuração, tenta-se selecionar 
animais mais bem proporcionados. 
 
1. Instrumentos utilizados na mensuração: 
 
Os instrumentos destinados à mensuração de animais chamam-se zoômetros, quando 
usados para o caso do cavalo, hipômetros. 
Os principais hipômetros usados são a bengala (ou bastão), e a fita métrica. 
A bengala mais usada é a de Lydthin(a.1), preferida pela exatidão e facilidade de 
manejo, pois serve para a obtenção de medidas de altura, comprimento e largura. 
A fita métrica, ou trena (a.2), é o zoômetro de mais fácil manejo, também servindo para 
medir altura, comprimento e largura, embora a precisão seja menor. 
71 
 
Para a obtenção de ângulos e direção dos raios ósseos, é empregado um 
artrogoniometro, que é um compasso provido de transferidor. 
 
a.1 a.2 
 
2. Medidas principais: 
 
As principais medidas a serem obtidas são a altura, o comprimento, a largura e o peso 
do animal. Pode-se mesurar todas as partes do animal, no entanto, aqui serão mostradas 
apenas as principais medidas. 
A altura é principalmente medida da cernelha, podendo também ser medida a partir de 
outros pontos, como da garupa. Quando um animal possui a altura da cernelha maior 
que a da garupa, é dito que ele é „alto de frente‟, quando ocorre o contrario, diz-se que o 
animal é „baixo de frente‟. 
Atualmente, em hipologia, considera-se pônei, qualquer cavalo abaixo de 1,40 metros e 
os animais são considerados grandes, médios ou pequenos em função de sua altura, 
juntamente com seu peso. Por exemplo, um cavalo da raça Quarto de Milha é 
considerado um animal médio, que tem em media 1,60m e um peso de 500 Kg. Já um 
cavalo da raça Bretão é considerado um animal de porte grande, embora também tenha 
uma altura media de 1,60 – 1,70m, no entanto, pode pesar até 900Kg. 
 
 
 
O comprimento do corpo é medido da ponta da espádua à ponta da nádega. É 
importante medir também o comprimento dorso-lombar do animal, entre o ângulo 
dorsal da espádua e a ponta da anca. Num cavalo de sela, é

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