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DIREITO E MORAL
Um dos assuntos mais interessantes tratados na Filosofia Jurídica, é a distinção entre Direito e Moral. São conceitos que devem ser distinguidos, mas não separados.
Entendemos por Direito, o conjunto de regras que tornam possíveis a vida em sociedade, que visam o bem comum e a manutenção da ordem, portanto não estão sujeitas ao livre arbítrio ou a vontade individual. Por moral, entendemos o cumprimento espontâneo de uma regra, segundo Reale, “O ato moral implica a adesão do espírito ao conteúdo da regra.”. A moral é incompatível com a violência, a força ou a coação. 
Diante disso, já podemos notar uma diferença entre os dois conceitos. No Direito, impõe-se regras de conduta que devem ser observadas, valendo-se até mesmo da força coercitiva para assegurar o seu cumprimento, exatamente o oposto do que acontece com a Moral, onde há a espontaneidade do cumprimento. Aí, estamos diante da Coercibilidade, expressão usada para mostrar a compatibilidade que existe entre o Direito e a força da qual se faz uso para manter a ordem. O Direito é coercível, a moral, incoercível.
As regras impostas pelo Estado, devem ser seguidas, mesmo que não haja adesão do nosso espírito a elas, mesmo que moralmente não concordemos, elas são objetivas, independentemente do querer dos obrigados (sociedade), elas são impostas acimas de nossas pretensões, por isso dizemos que o Direito é heterônomo. Somos juridicamente obrigados a cumprir regras impostas por terceiros, é algo irredutível ao nosso querer, denominado portanto, “heteronomia”. Esse último conceito, no qual encaixamos o Direito, se contrapõe ao da Moral, que se encaixa na autonomia, onde percebemos a capacidade de exercer as próprias regras.
Outra diferença está na questão do “autorizamento”, onde reside a principal resposta, dada por Maria Helena Diniz, que argumenta que a norma jurídica é a única que concede ao lesado pela sua violação a permissão para exigir a devida reparação pelo mal sofrido, autoriza o indivíduo prejudicado a acionar o poder público para que este valha-se até mesmo da força que possui para assegurar a sua observação. Já as regras morais não possuem tal característica. De fato, ninguém pode mover o Poder Judiciário para exigir que determinada pessoa conceda uma esmola a um mendigo, por exemplo. 
Visto que Direito e Moral caminham juntos, citemos a Teoria do Mínimo Ético, que classifica o Direito como uma parte da Moral, portanto alguns dos valores morais, por serem mais importantes, ou por não terem sido cumpridos de forma espontânea, tornaram-se uma Regra Jurídica, assim, os valores jurídicos, seriam antes de qualquer coisa, valores morais. Aí entramos em outra indagação, pois é óbvio que nem toda regra jurídica, é uma regra moral, por exemplo, uma regra de trânsito, que é uma norma jurídica, onde os veículos devem obedecer à mão direita, é algo que não tem influencia nenhuma sobre a moral, o que é considerado, portanto, algo AMORAL. Temos também no Direito, casos que não são moralmente lícitos à determinadas sociedades, mas são, à luz do Direito, algo legal, como é o caso do divórcio ou do aborto em alguns países. Diante disso, podemos observar que há um campo da moral que não se confunde com o campo jurídico, e outros casos onde as regras morais e jurídicas coexistem.
O direito rege as ações exteriores do homem, ao passo que as ações intimas pertencem ao domínio especial da Moral. Ninguem opde ser processado pelo fato de simplesmente pensar em fazer algo errado, a coação só vai surgir a partir do momento em que o indivíduo realiza a ação afim de causar danos aos demais ou a outro indivíduo. 
Bibliografia:
1. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito, 9ª ed. atualizada, SP, 1997, Saraiva.
2. REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito, 23ª ed., SP, 
1996, Saraiva.
3.http://www.arcos.org.br/monografias/introducao-critica-ao-direito/a-natureza-do-direito/2-direito-e-heteronomia/
4. Aulas do Professor Vinícius Hauagge.

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