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POLÍTICAS SETORIAIS E POLÍTICAS SETORIAIS CONTEMPORÂNEAS

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Maria Lucimar Pereira
Rodrigo Eduardo Zambon
Políticas setoriais 
e políticas setoriais 
contemporâneas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Pereira, Maria Lucimar 
 
 ISBN 978-85-522-0316-2
 1. Administração. I. Zambon, Rodrigo Eduardo. II. Título. 
 
 CDD 352.081 
Maria Lucimar Pereira, Rodrigo Eduardo Zambon. – Londrina: 
Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
 160 p.
P436p Políticas setoriais e políticas setoriais contemporâneas /
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação
Mário Ghio Júnior
Conselho Acadêmico 
Alberto S. Santana
Ana Lucia Jankovic Barduchi
Camila Cardoso Rotella
Danielly Nunes Andrade Noé
Grasiele Aparecida Lourenço
Isabel Cristina Chagas Barbin
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
Thatiane Cristina dos Santos de Carvalho Ribeiro
Revisora Técnica
Maria Ângela Santini
Editoração
Adilson Braga Fontes
André Augusto de Andrade Ramos
Leticia Bento Pieroni
Lidiane Cristina Vivaldini Olo
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de 
direitos______________________________________________________________
Seção 1 - Anos de 1980: da década perdida à Constituição Federal de 1988
1.1 | A década perdida: o aumento da desigualdade social e as mobilizações da 
sociedade________________________________________________________
1.2 | A mobilização pelas Diretas Já_____________________________________
Seção 2 - A nova constituição e a participação da sociedade_____________
2.1 | A conquista da sociedade para a participação na Constituinte_____________
2.2 | A construção federal como produto de conquista popular________________
2.3 | Os direitos sociais consagrados na Constituição Federal de 1988_____________
2.4 | A Constituição do Estado de direito democrático______________________ 
Seção 3 - A participação e controle social como conquista de cidadania e 
democracia______________________________________________________
3.1 | Espaços de participação e controle_________________________________
3.1.1 | Os conselhos gestores como espaços democráticos__________________
Unidade 2 | Políticas setoriais: trabalho, educação, habitação, saúde, 
álcool e drogas_______________________________________________________
Seção 1 - Política setorial de trabalho_________________________________
Seção 2 - Política setorial de educação________________________________
2.1 | Política setorial de educação______________________________________
Seção 3 - Política setorial de habitação________________________________
Seção 4 - Política setorial de saúde___________________________________
4.1 | Política setorial de saúde_________________________________________
Seção 5 - Política setorial de álcool e drogas___________________________
Unidade 3 | Políticas setoriais: família, criança e adolescente, idoso, 
pessoa com deficiência________________________________________________
Seção 1 - Política setorial de família___________________________________
Seção 2 - Política setorial de crianças e adolescentes______________________
Seção 3 - Política setorial da pessoa idosa_______________________________
Seção 4 - Política setorial da pessoa com deficiência_____________________
4.1 | Política setorial pessoa com deficiência_______________________________
Unidade 4 | Políticas setoriais: mulher, LGBT, comunidades tradicionais 
(quilombolas, indígenas, ribeirinhos); gênero, migrantes_________________
Seção 1 - Políticas públicas para o público lésbica, gay, bissexual, travesti, 
transexual e transgênero – LGBTTT__________________________________
1.1. | Violências e garantia de direitos____________________________________
Seção 2 - Comunidades tradicionais e as políticas públicas______________
Sumário
7
11
11
14
17
17
21
23
25
29
30
31
43
46
52
52
59
65
65
70
83
86
92
100
103
103
115
119
119
131
Apresentação
O livro Políticas Setoriais e Políticas Setoriais Contemporâneas 
tem por objetivo apresentar a dinâmica das políticas setoriais no 
Brasil, especialmente aquelas que foram regulamentadas a partir 
da Constituição Federal de 1988. As unidades propõem provocar a 
reflexão sobre as mudanças no campo da proteção social, do direito 
do cidadão e da responsabilidade do Estado.
É necessário e urgente que os alunos do curso de Serviço Social 
conheçam o processo e a trajetória da construção das políticas sociais, 
bem como seu arcabouço jurídico, considerando que é neste contexto 
que se executa a ação profissional. 
A primeira unidade do livro apresenta o contexto político, econômico 
e social no período marcado pelo processo de mobilização e 
reinvindicação que levou à aprovação da Constituição Federal de 1988, 
bem como aos avanços no campo da proteção social, especialmente 
com a ampliação e universalização dos direitos sociais e da política de 
seguridade social.
Na Unidade 2, você poderá realizar uma aproximação introdutória 
acerca de algumas políticas sociais setoriais em seu contexto legal 
e suas propostas de efetivação na esfera da política pública. Vamos 
apreender brevemente o contexto das políticas sociais setoriais de 
trabalho, educação, habitação, saúde, álcool e drogas.
Na Unidade 3, você poderá realizar uma aproximação introdutória 
acerca das políticas sociais setoriais de família, criança e adolescente, 
idoso, pessoa com deficiência, em seu contexto legal e suas propostas 
de efetivação na esfera da política pública. 
Na Unidade 4, e última deste livro, serão apresentados para a você 
os direitos dos grupos minoritários da sociedade, tais como as pessoas 
lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros – LGBTTT 
–, e as populações indígenas e quilombolas. Ainda nesta unidade 
também será registrado o processo de reconhecimento e promoção 
destes direitos fundamentais destas populações historicamente 
excluídas no Brasil. 
Desejamos que este conteúdo venha ao encontro da necessidade 
de aprendizagem dos alunos e contribua para somar com os 
conteúdos já estudados e, sobretudo, aprimore o olhar e a ação dos 
futuros profissionais de Serviço Social. 
Tenha um ótimo estudo!!!
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 7
Unidade 1
Redemocratização da 
sociedade brasileira e a 
conquista de direitos
A primeira unidade do livro Políticas Setoriais e Políticas Setoriais 
Contemporâneas tem como objetivo de aprendizagem apontar para 
os alunos os acontecimentos anteriores à aprovação da Constituição 
Federal de 1988, bem como os cenários político, econômico e social. 
Discutiremos nesta mesma unidade sobre os avanços contidos neste 
documento legal, que possibilitou as condições para a construção 
do processo de proteção social no país no campo legal. 
Objetivos de aprendizagem
Na primeira seção da unidade serão abordados os antecedentes da 
promulgação da Constituição Federal de 1988, destacando os cenários político, 
econômico e social da década de 1980 e a mobilização da sociedade para as 
“Diretas Já” para eleições presidenciais neste mesmo período.
Seção 1 | Anos de 1980: da década perdida à Constituição Federalde 1988
A segunda seção apresentará o processo da Constituinte, a trajetória da 
elaboração da Constituição Federal de 1988 e a participação da população na 
elaboração do texto constitucional e na conquista de direitos elementares do 
cidadão.
Seção 2 | A nova Constituição e a participação da sociedade
A terceira seção tratará dos avanços alcançados e registrados na Constituição 
Federal de 1988 no que se refere aos direitos de participação da sociedade civil 
na gestão das políticas públicas, destacando os espaços de exercício de controle 
social disponibilizados constitucionalmente. 
Seção 3 | A participação e controle social como conquista de cidadania e 
democracia
 Maria Lucimar Pereira
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos8
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 9
Introdução à unidade
A última versão da Constituição brasileira foi promulgada em 5 de 
outubro de 1988, depois de muita mobilização popular. Nela constam 
os direitos sociais essenciais ao exercício da democracia e da cidadania 
quando estabeleceu os mecanismos para o cumprimento dos referidos 
direitos sociais e criou instrumentos que garantiram a participação da 
sociedade na gestão das políticas sociais.
A Constituição Federal de 1988 representou um importante marco 
na conquista dos direitos. Por isso também foi conhecida, inclusive 
mundialmente, por Constituição Cidadã. 
Raichelis (2006) destaca que para chegar neste produto, houve 
uma participação em massa dos movimentos sociais formados 
por estudantes, trabalhadores, entidades sociais, partidos políticos, 
sindicatos e outros no período de sua elaboração, o chamado, período 
da Constituinte. Este processo de participação da sociedade passa a 
ganhar importante espaço também na própria Constituição, pois passa 
a ser uma diretriz e um direito a ser exercido pelos cidadãos brasileiros 
além de ganhar novos contornos e dimensões na esfera pública.
Vale destacar que o processo de mobilização da sociedade que 
culminou na aprovação da Constituição Federal iniciou na década 
anterior, ou seja, na década de 1980, na contraposição ao regime 
ditatorial que acontecia no Brasil desde 1964 que se fortaleceu 
com o Movimento pelas “Diretas Já”. Este último movimento foi um 
importante marco político no processo da mobilização da sociedade, 
pois movidas pelo desejo de voltar a eleger o presidente, milhões de 
pessoas ocuparam as ruas, praças e outros espaços públicos exigindo 
eleições diretas para presidente da República.
No desdobramento das lutas, os movimentos também se 
organizavam em torno do direito de condições elementares de vida, 
por direitos sociais básicos a todo cidadão e por políticas sociais 
implantadas para que pudessem acessar esses direitos e ainda pelo 
direito da participação, considerando os anos de exclusão das decisões 
acerca das questões políticas do país.
O resultado deste processo foi o maior avanço no campo social de 
todas as constituições brasileiras, pois ampliou o conjunto de direitos 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos10
civis e políticos e abrigou o conjunto de direitos sociais, iniciando o 
sistema de proteção social universal. Dentre eles, os direitos sociais 
mais destacados foram a saúde, como direito universal, e a assistência 
social, como política pública não contributiva, consolidando-se, assim, 
em termos legais, direito do cidadão e dever do Estado.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 11
Seção 1
Anos de 1980: da década perdida à Constituição 
Federal de 1988
Introdução à seção
Os anos 1980 foram chamados pelos economistas de década 
perdida devido à estagnação no desenvolvimento econômico vivido 
tanto no Brasil como em países da América Latina. Essa estagnação 
na produção industrial provocou uma das maiores crises econômicas 
representada pela inflação alta, desemprego e, consequentemente, 
impactou no aumento (histórico) da desigualdade social. 
Entretanto, a década de 1980 também foi marcada por importantes 
mobilizações para a história do país. As pressões para o fim da ditadura 
militar, para as eleições para presidente da República e para uma 
Constituição que atendesse às necessidades da população. 
1.1 A década perdida: o aumento da desigualdade social e as 
mobilizações da sociedade
A década de 1980 é chamada tanto no Brasil como na América 
Latina como a “década perdida”, especialmente no âmbito da 
economia. A queda da produção industrial que levou à estagnação de 
grande parte da indústria, consequentemente, levou ao desemprego, 
até então nunca visto na história brasileira. Paralelo a tudo isso, ainda 
tinha a questão política.
Em 1985 finda o Regime Ditatorial Militar, que perdurou no Brasil 
de 1964 a 1985, pelo menos oficialmente. Assim, inicia, neste período, 
a construção do processo de redemocratização do Estado de Direito 
Democrático. Como define Faquin (2010), o Estado Democrático de 
Direito vige um conjunto de leis, através do qual todos os cidadãos 
são considerados iguais e o Estado só pode atuar conforme o que 
está prescrito em leis. Como cidadãos, as pessoas têm seus direitos 
garantidos.
O crescimento do Produto Interno Bruto – PIB – caiu 
expressivamente comparando a década de 1970, que foi de 7%, e de 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos12
1980, que foi de 2%. Além disso, as taxas de juros da dívida externa, que 
já vinha aumentando no período da ditadura militar, fizeram crescer 
ainda mais a dívida do Brasil com instituições financeiras americanas.
Mestriner (1992) afirma que neste período o Brasil vivenciou muitas 
crises, como a econômica, a financeira, a política, a social, a do Estado 
e a de credibilidade, e destaca que os altos índices da inflação e do 
desemprego levaram 40% da população à situação de pobreza. 
A área social foi vítima diretamente das consequências da economia 
nacional e para piorar a situação da população, acrescente-se a herança 
das desigualdades sociais provocadas pelo “milagre econômico 
brasileiro” de 1968 a 1973. 
Milagre Econômico foi o nome dado a um período de crescimento 
econômico durante o período da ditadura militar no Brasil. Apesar da 
economia ter crescido consideravelmente, este mesmo período não 
registrou melhora alguma nas condições de vida da população, aliás, 
registra-se aumento nas desigualdades sociais com a concentração de 
renda para a população mais rica.
A dívida social na década de 1980 é a soma da forma como a 
condução da política econômica, em detrimento da política social, foi 
conduzida nas últimas décadas.
O aumento do desemprego, como consequência da estagnação 
da indústria e da alta da inflação, influenciou ainda mais a dramática 
situação em que vivia a população, repercutindo nas carências sociais. 
Entre as piores situações encontravam-se a desnutrição, o aumento da 
mortalidade infantil nas áreas mais pobres, das doenças endêmicas, da 
favelização urbana, e a baixa taxa de escolarização. 
O aumento das demandas sociais era dinâmico e a oferta de bens 
e serviços públicos estava muito aquém da necessidade apresentada. 
Para agravar ainda mais o quadro, o governo federal recuou na política 
de investimentos sociais e em infraestrutura, e adotou medidas de 
controle austero do orçamento público. 
Draibe (1988) destaca que esta forma de gestão do Estado 
rapidamente teve reflexos no campo das políticas sociais no sentido 
negativo. O orçamento da política de educação teve seu orçamento 
limitado e percentual fixo, isso fez com que logo perdesse a capacidade 
de investimento e abortasse as metas de médio e longo prazo que 
foram anteriormente planejadas para o sistema educacional. 
A restrição financeira também atingiu outras áreas sociais,como 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 13
o sistema previdenciário, que diante das restrições financeiras 
impostas pela política econômica, redimensionou as porcentagens 
de arrecadação e limitou os benefícios pagos, justificando que seria a 
forma para manter o equilíbrio orçamentário. 
Draibe (1988) reforça ainda que a forma seletiva das políticas sociais 
daquele período foi mais marcante devido ao conjunto de medidas 
administrativas, que a partir delas passaram a regular o acesso aos 
direitos sociais que estavam previstos na legislação vigente.
Para o governo, a forma para a retomada das condições econômicas 
necessitaria da determinação de um contingenciamento no consumo 
da população, pois isso levaria à geração de poupança interna que 
seria capaz de disparar os níveis de produção da economia nacional. 
A estratégia era clara. Sequer era anunciado alguma proposta de 
combate à pobreza, bem como para melhorar as condições de acesso 
da população pobre, vítima das políticas econômicas e das políticas 
públicas. 
Questão para reflexão
A década de 1980 foi marcada pela intensa crise econômica e também 
pelo fim da ditadura militar que perdurou no Brasil de 1964 a 1985. 
O retorno do processo democrático permitiu uma reorganização do 
movimento social, num patamar nunca visto até aquele momento, mas 
as opiniões se dividem: esta década foi de fato uma “década perdida”? 
Apesar da crise política e da estagnação da economia, quais dos 
indicadores que esta década pode ter sido a alavanca para as conquistas 
fundamentais?
Para contribuir com a reflexão sugerimos a leitura do texto: Anos 1980, 
década perdida ou ganha? Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/
desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2759:catid
=28&Itemid=23>. Acesso em: 18 jun. 2017.
Era evidente que a condução política e econômica do regime militar 
havia agravado as condições de vida da população, especialmente 
das classes subalternizadas. As situações que mais provocaram a 
instabilidade na sociedade foram o crescimento do endividamento 
da Brasil frente às instituições financeiras americanas, a queda do 
PIB e o arrocho salarial, pois derrubavam por terra o discurso de 
desenvolvimento dos governos militares e cada vez mais a população 
aumentava sua insatisfação com relação ao governo.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos14
Essas insatisfações somadas a outros fatores levaram vários setores 
da sociedade a expressar-se nas ruas e em espaços públicos. Assim 
ressurgiram os movimentos sociais contestando as políticas do 
governo e do regime.
1.2 A mobilização pelas Direitas Já
O processo de construção de um Estado Democrático perpassa 
vários fatores que contribuem e impulsionam. O movimento pelas 
“Diretas Já” constitui um destes devido à sua grande relevância para a 
política contemporânea brasileira. Este processo fez parte da abertura 
política, da participação e mobilização popular e da construção do 
sentimento de pertencimento e nacionalismo que se mobilizou em 
torno das eleições diretas para presidente da República.
Este movimento marcou a história do Brasil. Milhões de brasileiros 
foram para as ruas, em todos os estados brasileiros, movidos pelo 
desejo de eleger o presidente depois de mais de duas décadas de 
regime ditatorial, em que este direito foi cerceado. 
Bazaga (2013) relata que muitos comícios foram realizados em 
todo país. O que teve a maior concentração de pessoas foi na Praça 
da Sé, em São Paulo, em 1984, com a presença de 1.500.000 pessoas. 
Este evento teve a participação de operários, estudantes, intelectuais, 
artistas, políticos que reforçaram a importância da mudança. 
Para saber mais
Para saber mais sobre a mobilização do movimento da sociedade em 
torno da reivindicação por eleições diretas para presidente da República 
no Brasil, acesse o documentário “Diretas Já” que mostra alguns 
momentos de concentração da população em comícios com políticos, 
artistas, trabalhadores.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=6uD8xQ9aoWM>. 
Acesso em: 18 jun. 2017.
As mobilizações e pressões populares movidas em torno 
das eleições diretas provocavam o então presidente, o Sr. João 
Figueiredo, a tomar medidas de repressão contra essas manifestações, 
principalmente nos grandes centros, já que eram neles que mais se 
concentrava a organização popular. As medidas do governo consistiam 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 15
na força policial, inclusive com as forças armadas controlando todos os 
espaços, o exército nas ruas e a aeronáutica no espaço aéreo. 
No dia 25 de abril de 1984 foi a votação da emenda Dante de 
Oliveira, que previa a alteração da Constituição Federal de 1969 para o 
restabelecimento das eleições diretas, ou seja, direito de a população 
eleger o presidente da República. 
Neste dia faltaram 22 votos para a aprovação desta emenda. Foram 
298 votos a favor, 65 contrários, 113 deputados não compareceram 
para votar e 3 se abstiveram. Por tratar de uma emenda constitucional 
eram necessários dois terços dos votos, ou seja, 320 votos.
Este dia foi de grande confronto entre governo e movimentos 
sociais. O Presidente João Figueiredo manteve a capital, Brasília, em 
estado de sítio, a sede da Ordem dos Advogados do Brasil foi fechada 
pelo exército e a cidade de Goiânia e outras nos arredores foram alvo 
de medidas semelhantes.
A derrota da ementa provocou importante debate para a transição 
política no Brasil no que se refere à democracia, pois de um lado 
destacou o regime militar que estava desmontando devido ao 
desgoverno e a desarticulação da sua base política no congresso, e 
por outro, o movimento de oposição a este governo e regime que 
se encontravam em uma situação privilegiada devido à mobilização 
da população que clamava por avanços no campo social. Além disso, 
era necessário buscar uma solução para as crises de forma negociada, 
correndo o risco de trair a confiança e vontade popular e continuar 
a reproduzir as conciliações que beneficiavam a elite como fora 
historicamente.
Em 1985, aconteceu a eleição indireta para presidente. O eleito 
pelo Congresso Nacional, em janeiro de 1985, foi Tancredo Neves, 
entretanto, ele não chegou a governar, devido ao seu falecimento em 
21 de abril de 1985. Quem assumiu, então, foi o vice, José Sarney, que, 
durante o seu mandato (1985-1990), manteve aproximação com as 
Forças Armadas para ter respaldo político (NOZABIELLI, 2008).
O início do processo de transição democrática foi complicado, pois 
o presidente que tomou posse tinha uma história de aproximação com 
o regime que a oposição se esforçou por anos para acabar.
O governo Sarney foi dinâmico no que se refere às tentativas 
de estabilização da economia. Em março de 1986 apresenta uma 
reforma radical trocando a moeda do país que até então era Cruzeiro, 
passando-a para Cruzado, além disso congelou os preços e salários o 
que atingiu o sistema de cálculo da inflação. Esta era a grande meta.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos16
Foi neste governo que se elaborou e aprovou a Constituição Federal 
de 1988. Nesta nova Constituição foi atendido o grande apelo político 
dos movimentos sociais: eleições diretas para presidente da República. 
Definiu-se que a partir da próxima eleição a população elegeria o novo 
presidente.
Atividades de aprendizagem
1. A década de 1980 ficou conhecida no Brasil e nos países latinos como 
a “década perdida”, especialmente no âmbito da economia. Qual foi o 
principal fator que provocou esta situação?
a) A dificuldade de escolha na profissão por parte dos estudantes.
b) A violência cometida por parte do regime militar.
c) A queda da produção industrial.
d) A cassação dos políticos corruptos.
e)A queda do regime nazista em países europeus.
2. Foi apresentada uma Emenda Constitucional em 1982 que propunha 
a alteração na Constituição Federal com o objetivo de realizar eleições 
diretas para presidente da República em 1985. Isso era necessário, pois a 
Constituição da época havia sido elaborada durante a ditadura militar e nela 
estava suspenso o direito à escolha deste cargo por parte da população. 
Como ficou conhecida esta emenda?
a) Emenda Tancredo Neves.
b) Emenda Delfin Neto.
c) Emenda João Figueiredo.
d) Emenda Dante de Oliveira.
e) Emenda Paulo Maluf.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 17
Seção 2
A nova constituição e a participação da sociedade
Introdução à seção
Atualmente, a expressão ‘participação popular’ está em todas 
as partes: nas orientações das políticas públicas, nas organizações 
privadas e nos programas de governo de todos os partidos políticos.
O direito à participação que temos nos dias de hoje é resultado do 
processo que foi se construindo desde meados da década de 1970, 
quando surgem os novos movimentos sociais. Foi com a Constituição 
Federal de 1988 que consagrou a relevância da sociedade intervir na 
gestão ‘das coisas públicas’ a partir da instituição de vários mecanismos 
que possibilitaram a participação e o controle social. 
2.1 A conquista da sociedade para a participação na Constituinte
A história política do Brasil é recheada de manifestações populares 
particulares. Com o golpe militar de 1964 e os 21 anos de ditadura 
militar, a conjuntura política e social foi radicalmente alterada. Até o 
final da década de 1950 e os primeiros anos da década de 1960, as 
lutas populares multiplicavam-se. Destacam-se, neste período, os 
movimentos urbanos pela casa própria, pela redução da tarifa do 
transporte coletivo, por serviços públicos e, no meio rural, o movimento 
pela reforma agrária (ROCHA, 2008). 
Até a década de 1960 a participação nas políticas sociais limitava 
a “cidadania regulada”, sendo que os símbolos das políticas sociais 
eram a carteira de trabalho e a previdência social, pois apenas o 
trabalhador era reconhecido como cidadão. Entretanto, não eram 
todos os trabalhadores, havia a especificidade. A profissão deste 
trabalhador deveria ser reconhecida e ter um sindicato e este deveria 
ser reconhecido pelo Estado para poder atuar. Além disso, outro 
indicador para ser cidadão era necessariamente ser contribuinte do 
sistema previdenciário. 
Durante o regime militar, a estratégia de atuação das políticas 
sociais foi no sentido de ampliar a intervenção do Estado, alargando 
a capacidade da gestão governamental que favorecia as classes 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos18
sociais mais altas em detrimento das classes mais baixas, situação que 
acentuou enormemente a desigualdade social na segunda metade 
do século XX. O período da ditadura militar foi de apropriação do 
espaço público. Os interesses de alguns setores da sociedade, como 
os políticos e empresários, tinham acesso privilegiado às decisões 
das políticas sociais centralizadas. Essa dinâmica de funcionamento 
das políticas sociais distanciava-se do objetivo do combate à miséria 
(ROCHA, 2008). 
Questão para reflexão
A participação social na gestão das políticas públicas é recente na história 
do Brasil. Esta conquista também é social e faz parte da construção 
da proteção social ao longo do século XX. Para chegar no arcabouço 
que se tem atualmente, quais os principais desafios enfrentados nesta 
jornada?
Para contribuir no processo de reflexão, sugerimos a leitura do 
texto: A participação social como processo de consolidação da 
democracia no Brasil, disponível em: <http://cebes.org.br/site/wp-
content/uploads/2014/03/A-Participacao-Social-como-processo-de-
consolidacao-da-democracia-no-Brasil.pdf>. Acesso em: 29 ago. 2017.
O marco mais expressivo de participação popular brasileira originou 
no seio da resistência contra o regime a partir dos anos de 1970 e 
durante os anos de 1980. Neste contexto surgem novos movimentos 
populares que se reorganizam em torno das demandas urbanas, 
sendo que estes foram iniciados antes do golpe militar e fortalecidos 
na década de 1980 com a crise política, econômica e social. As 
maiores reivindicações eram em torno de direitos sociais básicos, 
como educação, saúde, moradia, saneamento básico e condição de 
deslocamento, ou seja, transporte. 
Na história contemporânea do Brasil estão registrados mais de 20 
anos vividos sob o regime autoritário da ditadura militar. Nesta ocasião, 
a participação em espaços políticos era totalmente limitada, em 
caso de discordar com o regime era impossível contar com espaços 
disponíveis e autorizados, entretanto, essas situações não impediram 
a exploração de espaços para além dos oficiais e controlados. A partir 
disso, uma multiplicidade de experiências participativas surgiu no seio 
da sociedade. 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 19
O regime militar reprimia todas as organizações e expressões 
políticas contrárias ao regime, controlava e restringia a liberdade de 
expressão e das formas de organização de indivíduos e grupos. Por 
isso, inicialmente, as lutas eram às escondidas, especialmente nos 
primeiros 10 anos. Mesmo com as perseguições ainda havia espaços 
de mobilização e debate sobre a sociedade brasileira e seus contextos. 
Esses espaços foram ocupados por milhares de organizações em 
pouco tempo, tanto no campo formal como informal. Ao final da 
década de 1970 apontam novas expressões de mobilizações a partir 
das comunidades eclesiais de base, o Movimento Operário do ABC e 
Movimento Estudantil. 
É com o espírito de resistência e luta que em 1979 acontece 
a retomada da União Nacional dos Estudantes – UNE – e no início 
dos anos de 1980 surgem a Central Única dos Trabalhadores – CUT 
– e o Movimento dos Sem Terra – MST. Esse período é marcado pela 
ascensão dos movimentos populares no Brasil devido às suas lutas.
Esses movimentos, além de reivindicarem condições dignas de vida, 
também reivindicavam o direito de participar nos processos decisórios 
e na gestão das políticas sociais. Isso se dava a partir da compreensão 
de que a população desejava, podia e devia contribuir para o debate 
frente aos problemas sociais e indicar propostas para o enfrentamento 
do déficit social da população, especialmente a excluída da proteção 
social estatal.
A institucionalização da democracia no Brasil passou a fazer parte da 
pauta dos movimentos sociais da década de 1980. O amadurecimento 
deste processo levou à participação da sociedade em outro importante 
momento da história brasileira, o processo da nova Constituinte, ou 
seja, os mais diferentes movimentos sociais participaram do processo 
de elaboração da nova Constituição Federal que iniciou em novembro 
de 1986 (ALBUQUERQUE, 2006). 
Os movimentos sociais apresentaram um manifesto com mais de 
quatrocentas mil assinaturas a partir da iniciativa popular, reivindicando 
à Assembleia Nacional Constituinte o direito de participar do processo 
de elaboração da Constituição Federal. Com a apresentação do 
referido documento e ainda a organização e mobilização, foi aceita a 
participação junto às comissões de elaboração de emendas populares 
orientadas pelo Regimento Interno da Assembleia Constituinte. Este 
processo foi pioneiro no Brasil no que refere à participação ativa da 
sociedade no campo da elaboração de propostas para a nova Carta 
Magna. 
Para mobilizar, motivar e possibilitar a participação da população e 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos20
tornar o mais público possível esta agenda, o movimento “Participação 
Popular na Constituinte” mobilizou para a aprovação das emendas 
populares, entre elas encontram-seas emendas sobre os direitos da 
criança e do adolescente como prioridade absoluta e sobre meio 
ambiente, que ao final do trabalho dos atores envolvidos resultou nos 
artigos 225 e 227 da Constituição Federal, sendo:
Artigo 225: Todos têm direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo 
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder 
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-
lo para as presentes e futuras gerações. 
[...]
Artigo 227: É dever da família, da sociedade e do Estado 
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar 
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma 
de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão (Redação dada Pela Emenda 
Constitucional nº 65, de 2010) (BRASIL, 2015).
Além destas duas importantes áreas, o movimento Participação 
Popular na Constituinte provocou uma gama de discussões temáticas 
que eram necessárias problematizar com o governo naquele momento, 
por exemplo, a luta por moradia. Para esta demanda e outras, como a 
saúde universal, saneamento, especialmente para os trabalhadores dos 
centros urbanos, somou-se uma diversidade de movimentos sociais. 
Neles agregaram estudantes, representantes de categorias profissionais, 
organizações não governamentais – ONGs – e funcionalismo público 
comprometido com a ampliação dos direitos sociais e a democracia 
na gestão das políticas sociais.
O período da Constituinte ficou marcado pelo envolvimento da 
sociedade na luta pela democracia, dos direitos sociais e políticos na 
perspectiva da operacionalização dos direitos pela via da implantação 
e implementação de políticas públicas, ampliando a responsabilização 
do Estado na proteção social. 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 21
2.2 A Constituição Federal como produto de conquista popular
A Constituição Federal brasileira, promulgada em 5 de outubro de 
1988, foi a sétima versão da Constituição desde o período do Império, 
em 1924. 
A última versão da Constituição foi mundialmente conhecida como 
Cidadã por conter uma série de mecanismos de proteção social e de 
instrumentos constitucionais que garante maior participação cidadã, 
como nunca houve na história brasileira. 
Para saber mais
Características que se destacaram nos diferentes anos de atualização da 
Constituição Brasileira:
1824: A Constituição Imperial – a primeira brasileira.
1891: A Constituição Republicana – inaugurou a República.
1934: A Revolução Constitucionalista de São Paulo – pôs fim à República 
Velha.
1937: Era Getúlio Vargas – início do Estado Novo.
1946: Constituição Democrática – redemocratizou o país.
1967: Ditadura Militar – emendada pela EC Nº 1/69.
1988: Constituição Cidadã – trouxe de volta o Estado Democrático.
Para saber mais sobre a história da Constituição Brasileira, sugerimos 
o material didático História Constitucional do Brasil. Disponível em: 
<http://www.iesp.edu.br/newsite/assets/2012/11/HistoriaCB.pdf>. 
Acesso em: 6 ago. 2017.
Foi expressiva a participação da sociedade no processo Constituinte, 
resultado que levou o nome de Constituição Cidadã, não apenas 
pelos avanços na área social, mas também pela participação dos 
movimentos sociais. A partir de 1988 os temas referentes à participação 
da população nos espaços públicos ocupam novos contornos e 
dimensões nas esferas públicas (RAICHELIS, 2006). Esses espaços 
foram conquistados a partir da mobilização que antecedeu ao fim da 
ditadura militar e a garantia de espaços participativos foi consagrada na 
Constituição Federal de 1988 e reafirmada nas legislações específicas 
de cada política pública.
Diversas políticas públicas foram consagradas na Constituição 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos22
como direitos sociais, por exemplo, saúde, previdência e assistência 
social que compuseram a seguridade social. Além de garantir o direito 
de o cidadão acessar os serviços, programas, projetos e benefícios 
das políticas, ainda foi definido nas diretrizes destas mesmas políticas 
públicas que a participação na gestão também é um direito. 
Destaca-se também nesta Constituição o art. 3º que trata dos 
objetivos fundamentais da República, em especial o que tem 
como finalidade de construir uma sociedade livre, justa e solidária, 
promovendo o bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (BRASIL, 2015).
Entretanto, sem dúvida, o maior avanço no campo do capítulo 
da ordem social é o que consagra a seguridade social, no art. 194, 
definindo um conjunto interligado de ações de responsabilidade tanto 
dos poderes públicos como também de organizações da sociedade, 
propostas para afiançar os direitos garantidos nas áreas da saúde, 
previdência, e assistência social. Esse conjunto de ações passou a 
fazer parte do novo sistema de proteção social brasileiro para além do 
trabalhador inserido no mundo do trabalho, mas estendido a todos os 
cidadãos brasileiros. 
Foi a partir deste marco que o Estado reconheceu a saúde como 
um direito social. Até aquele presente momento, a assistência à saúde 
estava intrinsicamente atrelada à política previdenciária, confiada 
àqueles inscritos em tal política que contribuíam mensalmente ao 
Instituto Nacional de Previdência Social – INPS. 
Distinguir a saúde como um direito social e para tanto requer 
política pública para que os cidadãos acessem tal direito é reconhecer 
que este assunto é de relevância pública e ainda que as condições de 
saúde da população têm relação com o contexto das políticas sociais 
e econômicas. Para operacionalizar esse direito na mesma norma 
jurídica, institui-se o Sistema Único de Saúde – SUS –, nacional, público, 
universal e igualitário.
Para o financiamento, não apenas do SUS, como de todas as políticas 
da seguridade social, a Carta Magna determina também um sistema 
de financiamento a partir de tributos e das contribuições sociais, ou 
seja, cabia ao Estado a responsabilidade de garantir os recursos para o 
financiamento das políticas sociais.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 23
2.3 Os direitos sociais consagrados na Constituição Federal de 
1988
A expectativa que se tem com a implementação dos direitos sociais 
na Constituição Federal de 1988 é que eles assegurem uma vida com 
dignidade para o povo brasileiro no que refere às suas demandas mais 
elementares. 
Falar em direitos sociais é falar de um assunto relativamente 
novo. Esses direitos passaram a fazer parte da vida em vários países 
apenas a partir do século XX, especificamente após a Segunda Guerra 
Mundial. Vale destacar que depois, em meados da década de 1940, 
os problemas sociais se intensificam, principalmente o desemprego, a 
fome e o desemprego. 
Os direitos sociais foram introduzidos no Brasil nas décadas de 1930 
e 1940, especificamente no governo do Presidente Getúlio Vargas e 
durante o período da ditadura militar, após o golpe de 1964. 
Nestes dois momentos, tanto no período Vargas como durante 
a ditadura militar, o Estado cumpriu um papel fundamental na 
implantação dos direitos sociais, sobretudo para os trabalhadores. O 
maior destaque que não podemos deixar de citar foi a elaboração da 
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT – em 1943. Outro importante 
destaque foi a inclusão social dos trabalhadores rurais, que apenas em 
1971 foram atendidos no sistema previdenciário através do Fundo de 
Assistência ao Trabalhador Rural –FUNRURAL.
Por um lado, o Estado concedeu direitos sociais, por outro, restringia 
a população à participação, informaçãoe expressão de ideias. Durante 
a ditadura militar que perdurou por longos 21 anos foram ordenados 
Atos Institucionais, conhecidos como AIs, sendo estes a manifestação 
máxima da suspensão dos direitos civis e políticos.
Carvalho (2002) relembra que o AI nº 1 suspendeu por dez anos o 
exercício dos direitos políticos de operários, intelectuais, sindicalistas, 
parlamentares e as organizações políticas como sindicatos foram 
fechadas ou ainda vítimas de intervenções. O AI nº 2 revogou o direito 
às eleições diretas para presidente da República, o presidente eleito 
indiretamente apenas por dois partidos teve seu poder ampliado e 
a opinião pública restringida. O Ato Institucional que mais provocou 
indignação foi o AI nº 5, pois este fechou o Congresso Nacional, 
suspendeu o habeas corpus para atos contra a segurança nacional e 
deliberou que todos os atos praticados pelo Estado decorrentes do AI 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos24
nº 5 não seriam analisados judicialmente (CARVALHO, 2002). 
Como já vimos anteriormente, nesta mesma unidade, a sociedade 
brasileira teve um papel fundamental durante o processo pelo fim da 
ditadura militar. Foi a partir da insatisfação e indignação com este regime 
que a sociedade se reorganiza e se mobiliza. Este processo culminou 
ao final da década de 1980 com a aprovação da Constituição Federal 
de 1988, na qual foram introduzidos novos direitos de cidadania, desta 
vez destacando que todos os brasileiros devem acessar os direitos 
sociais à educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, 
proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados. 
Esta foi a primeira versão dos direitos sociais nesta Constituição. 
Atualmente, após algumas emendas constitucionais, ampliaram-se 
estes direitos que se consagram no artigo 6º da Constituição Federal “[...] 
educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, 
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição” 
(BRASIL, 2015b).
Além da consagração dos direitos elementares, como a saúde e 
a educação, esta Constituição também incluiu a assistência social 
como direito do cidadão e responsabilidade do Estado. Ficando para o 
passado que o amparo a segmentos mais vulneráveis como as pessoas 
pobres, as crianças, as pessoas com deficiência não é mais uma ação 
caritativa e espontânea da sociedade, mas um dever do Estado com 
todos os cidadãos que necessitarem. 
Esses direitos são fundamentais para os cidadãos por que o acesso 
a eles contribui para o desenvolvimento pessoal e o usufruto, inclusive, 
de outros direitos, como o direito à participação popular e o direito de 
ir e vir. Frota (2017) cita dois exemplos que podem ilustrar a importância 
destes direitos na conversão com outros direitos:
• A educação pública de qualidade é um direito social, o 
acesso a este direito possibilita o desenvolvimento de confiança 
para usar livremente a cidade, ou seja, o usufruto do direito de ir e 
vir sendo este um direito civil, ou seja, com o acesso à educação e 
consequentemente à informação, pode-se escolher as melhores 
alternativas e principalmente, saber que entrar em espaços públicos é 
um direito de todos, como em tribunais, escolas, museus, cinemas e 
outros sem a preocupação de ser barrado.
• O outro exemplo citado pela autora é que quando uma 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 25
criança acessa a rede de saúde, pública e de qualidade e tem uma 
alimentação adequada, ou seja, esta criança acessa direitos sociais, ela 
terá mais sucesso na escola e mais possibilidades de ser um jovem 
cidadão informado e participativo, inclusive podendo ser um líder no 
seu território, ocupando um cargo público, assim usufruindo de seus 
direitos políticos. 
A mesma autora ainda parafraseia o ditado popular “uma coisa leva 
a outra”, o que quer dizer que um direito provoca o acesso do outro 
(FROTA, 2017, p. 28).
2.4 A Constituição do Estado de Direito Democrático
O Brasil definiu-se como um Estado de Direito Democrático na 
sua última Constituição Federal, deixando claro logo em seu primeiro 
artigo em que direciona como fundamentos da República a soberania, 
a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político e ainda no único 
parágrafo estabelece que “Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição” (BRASIL, 2015, p. 7). Desta forma, para concretizar a 
democracia e a cidadania do seu povo, faz-se necessário medidas que 
viabilizem condições para o exercício destes.
A participação de um povo em seu país é um direito elementar de 
uma democracia, desta forma, materializando o Estado Democrático 
de Direito.
Para Barroso (2013), para a constituição de um Estado de Direito 
Democrático é imperativo assegurar o respeito às liberdades individuais 
e ter como sagrado os direitos humanos e os direitos fundamentais 
garantidos em uma Constituição. Neste modelo de Estado a 
representação popular é a prioridade diante da vontade do Estado, ou 
ainda, dos representantes dele. 
É nesta perspectiva que a Constituição Federal de 1988 conferiu 
ao Estado de direito um caráter democrático que entende que o povo 
é a base do poder, portanto, é assegurado a ele a participação nas 
instituições públicas.
Somente a partir desta normativa foi possível destacar nas políticas 
públicas diretrizes de descentralização, de participação popular e 
de municipalização, redefinindo e limitando o papel do Estado, o 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos26
qual passou a ser responsável pela criação de espaços de efetivas 
participações da sociedade civil e por outro lado empoderando a 
população no controle do que é público.
A Constituição Federal de 1988 instituiu importantes instrumentos 
jurídicos para garantir a participação popular, tais como plebiscito, 
iniciativa popular de lei, audiência pública, orçamento participativo, 
fóruns, conferências e conselhos. 
Essas formas de possibilitar a participação modificaram a gestão das 
políticas públicas nos três níveis de governo, principalmente na esfera 
municipal, pois permitiram novas instâncias deliberativas, propositivas, 
articuladas, controladas e fiscalizadas, além de flexibilizar os processos 
sociais.
A Constituição Federal permitiu que as decisões e operacionalizações 
das políticas públicas fossem transferidas aos municípios. Além da 
implantação de um sistema descentralizado e participativo, também 
é de sua responsabilidade a execução de programas, serviços, ações, 
projetos e benefícios, necessitando envolver a população em todo 
processo, nas discussões e decisões e nas fiscalizações sobre suas 
demandas e interesses. 
A participação popular enquanto processo da gestão das políticas 
públicas, deve ter caráter democrático e descentralizado. Neste 
contexto, a sociedade deve fiscalizar e controlar o Estado para que este 
cumpra a função de garantidor de acesso aos direitos sociais. 
O exercício da participação popular requer a ocupação dos espaços, 
principalmente aqueles definidos constitucionalmente, como os 
conselhos e as conferências entre outros, que primam pela discussão 
e decisão da população.
A descentralização de poderes aumentou e possibilitou maior 
participação das organizações locais, sendo aquelas da sociedade civil 
organizada e, consequentemente, aumentaram as possibilidades de 
controle social.
Para Mestriner (1992), a promulgação da Constituição de 1988 não 
foi suficiente para a transposição de um modelo de Estado assistencial 
para o Estado de direito. Ainda haveria que se enfrentar um longo 
caminho, comalternância de avanços e retrocessos durante esse 
processo histórico e político. 
O capítulo da ordem social, que trata entre outros assuntos sobre 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 27
a seguridade social, determina que as ações nas áreas das políticas 
de saúde, previdência e assistência social, necessariamente devem 
ter a participação dos cidadãos. Na gestão da política da previdência 
social o princípio da participação está definido no artigo 194, inciso 
VII, assinalando que além do caráter democrático também deve ser 
descentralizado e com a participação da comunidade, especialmente 
dos trabalhadores, dos empresários e dos aposentados.
No que refere à política de saúde, o art. 198 que trata das ações 
e dos serviços, enquanto a diretriz geral é sobre a participação da 
comunidade. No caso específico da política de assistência social, em 
seu art. 204 inciso II da Constituição Federal, orienta que a participação 
é “por meio de organizações representativas, na formulação das 
políticas e no controle das ações em todos os níveis” (BRASIL, 2015).
Foi a partir da regulamentação desses artigos, por normativas 
específicas, que foi privilegiada a implantação de diversas estruturas, 
como os conselhos gestores de políticas públicas. Cada política 
organizou seu conselho a partir de suas dinâmicas próprias, 
considerando a mobilização dos movimentos sociais da área. Os 
conselhos gestores das políticas sociais que compõem a seguridade 
social tiveram destino diferenciado, enquanto instrumento e espaço de 
participação popular e exercício de controle. 
Atividades de aprendizagem
1. O Governo autoritário que se instalou a partir de 1964 no Brasil não 
admitia qualquer expressão de mobilização popular. Diante disso, assinale 
a opção INCORRETA:
a) A única forma de expressão era o teatro, o cinema e a música. Estas 
formas não sofreram forma de repressão alguma.
b) A preocupação do governo era manter o controle social por meio dos 
mecanismos repressores e de coerção.
c) Toda e qualquer participação era proibida, inclusive a eleição para 
diretorias dos sindicatos.
d) Estimulava o exercício de uma política assistencialista como forma de 
manipular os trabalhadores.
e) O silêncio atribuído à classe operária foi alimentado com a aceitação de 
suas principais lideranças.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos28
2. A Constituição Federal brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, 
foi a sétima versão da Constituição desde o período do Império em 1924. A 
última versão foi mundialmente conhecida como cidadã, por qual motivo 
levou este título?
a) Por expressar o reconhecimento patronal com os trabalhadores, bem 
como a responsabilidade dos patrões em garantir a proteção social.
b) Por conter uma série de mecanismos de proteção social e de instrumentos 
constitucionais que garantem a maior participação cidadã.
c) Pela preocupação ambiental em proteger a flora e a fauna, em especial 
aqueles em risco de extinção, responsabilizando toda a sociedade.
d) Pela implantação e implementação de políticas econômicas responsáveis 
pelo desenvolvimento econômico e consequentemente social.
e) Pela retomada da democracia.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 29
Seção 3
A participação e controle social como conquista de 
cidadania e democracia
Introdução à seção
O conceito de participação social na esfera pública sempre foi 
condição elementar para o exercício da democracia e da cidadania 
em um Estado, dito, de Direito Democrático. A democracia implica 
participação corresponsável e a interação entre os diferentes atores do 
processo. Isso indica que o Estado e a sociedade civil decidem juntos os 
rumos das políticas públicas. Sem dúvida, esta conquista que consta na 
Constituição Federal de 1988 foi fruto dos movimentos que surgiram 
na base da sociedade no contexto da ditadura militar nas décadas de 
1970 e 1980, que a partir da mobilização e reivindicação conseguiriam 
imprimir nesta normativa a democratização no nível institucional.
A democratização do Estado brasileiro foi para além da consagração 
dos direitos sociais e da seguridade social, foi também o direito de 
decidir sobre a gestão das políticas sociais. Esses direitos também 
foram impressos na Constituição e ainda nos espaços de participação 
na gestão destas políticas. Entre esses espaços, os conselhos gestores 
são os mais presentes na vida da população, que, além de garantir o 
direito de participar também exercem o controle social. O controle 
sobre o Estado e suas ações.
Para saber mais
Exercer o controle social é participar na gestão das coisas públicas 
e ainda uma forma de prevenir a corrupção, pois com a fiscalização 
do dinheiro público, com o que é gasto e a forma que é gasto pela 
população ficará difícil desviar a finalidade do recurso. Entretanto, para 
isso, são necessários informação e conhecimento sobre recursos, 
orçamentos, legislações e outros assuntos que perpassam a gestão 
pública. Por isso sugerimos o material: 
Controle social: orientações aos cidadãos para participação na gestão 
pública e exercício do controle social, elaborado e publicado pela 
Controladoria-Geral da União (CGU). Disponível em: <http://www.cgu.
gov.br/Publicacoes/controle-social/arquivos/controlesocial2012.pdf>. 
Acesso em: 8 ago. 2017.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos30
3.1 Espaços de participação e controle
Demo (1996) afirma que participar implica envolver-se, debater, 
propor e partilhar ideias e que a participação é um processo de 
conquista a partir das relações de envolvimento, iniciativa com a ação. 
A participação requer que o sujeito se expresse e se envolva 
efetivamente nas atividades, ações e serviços das políticas públicas nas 
quais está envolvido. Bravo (2007) reafirma que a participação social 
envolve a gestão de todo processo nas políticas, desde o planejamento 
até a fiscalização em momento da operacionalização realizada pela 
sociedade civil organizada. 
Atualmente, no Brasil, a participação dos cidadãos no sistema 
político é fato. A partir da Constituição Federal de 1988 é direito e 
responsabilidade de cidadania a participação na implantação e gestão 
das políticas públicas juntamente com o governo na divisão de 
responsabilidades das decisões públicas. Além de garantir este direito, 
a Constituição também instituiu mecanismos de participação por meio 
da ampliação de espaços democráticos. 
A participação exercida pela sociedade é uma das condições para o 
exercício do controle social para garantir os direitos sociais e ultrapassar 
as formas tradicionais de controle técnico e burocrático, sendo esta 
condição elementar para a operacionalização de outra diretriz, a 
descentralização. Oliveira (1999) afirma que o controle é exercido 
sobre o campo público, e que se compreende que todos os cidadãos 
brasileiros são detentores deste poder de controlar, entretanto, para 
o exercício desta importante função se faz necessário apropriar-se de 
conhecimento e informação, especialmente sobre os seus direitos.
Depois de muito tempo de ditadura militar, foi conquistado o 
direito de o cidadão expressar a sua opinião, além disso, de participar 
de decisões políticas, praticando sua cidadania, mas é necessário que 
a construção da cidadania seja contínua e para tal é essencial que 
tenha estímulo e condições apropriadas para o exercício do direito à 
participação social. Um dos espaços mais utilizados para a execução 
da participação são os conselhos municipais de políticas públicas, mas 
estes não são os únicos garantidos constitucionalmente.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 31
3.1.1 Os conselhos gestores como espaços democráticos 
A Constituição Federal de 1988proporcionou a implantação 
de mecanismos de participação popular nas gestões, baseada 
nos princípios da descentralização e da democracia. Um desses 
mecanismos são os espaços dos conselhos gestores de políticas 
públicas que são aparelhos que admitem a sociedade civil participar 
da elaboração, implantação, implementação e fiscalização dessas 
políticas. “Os conselhos constituem, no início deste novo milênio, a 
principal novidade em termos de políticas públicas” (GOHN, 2001, p. 7).
De forma objetiva Gohn (2001, p. 7) conceitua os conselhos como 
“canais de participação que articulam representantes da população e 
membros do poder público estatal em práticas que dizem respeito à 
gestão de bens públicos”. 
Quando propostos na Constituição esses conselhos foram 
idealizados como espaços inovadores e essenciais que viabilizassem, 
de fato, o exercício da cidadania ativa, pois apresentam-se como 
espaços públicos, formados paritariamente por membros da sociedade 
civil e dos poderes públicos com poderes deliberativos e consultivos. 
É nestes espaços que a sociedade tem o direito e a responsabilidade 
de cogestão da administração pública, já que pode decidir (discutir e 
deliberar) em relação às questões da gestão. Além da participação nas 
decisões, cabe aos cidadãos brasileiros a fiscalização intransigente da 
utilização dos recursos públicos. 
Este modelo de participação antecede a Constituição e se insere 
na história no Brasil nos anos 1970 e 1980, quando são criados os 
conselhos comunitários, como exigência do poder público, para 
negociar as demandas apresentadas pelos movimentos populares, ou 
seja, os conselhos eram formados por representantes do movimento 
que negociavam com representantes do Estado. Esta experiência foi 
um embrião importante para o processo constituinte.
Para Gonh (2001), o que prevaleceu foi a compreensão do conselho 
como um dos espaços de participação que possibilita a mudança da 
forma de se fazer a gestão pública, especialmente na construção das 
políticas sociais, na expectativa da democratização e transparência, 
sendo o espaço de relação entre a sociedade e o Estado para a 
mediação de conflitos. 
Os conselhos gestores de políticas públicas como espaços de 
participação popular favorecem novas formas de relações entre o 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos32
Estado e a sociedade, pois neste espaço há a participação de diferentes 
representações sociais para a tomada de decisões e construção de 
políticas e ainda empoderar os conselheiros para o cumprimento da 
vigilância sobre a operacionalização do que foi deliberado e a qualidade 
destas ações, sem perder de vista o cuidado com o recurso público, 
inclusive da prestação de contas por parte do executivo.
Atualmente, os conselhos gestores passaram a fazer parte da 
gestão das políticas públicas nos municípios brasileiros. Alguns destes 
conselhos, por exemplo, o de saúde, tem influência na definição das 
prioridades nesta área é maior do que o poder da Câmara de Vereadores 
e de outros órgãos locais. 
Em 2009 havia no Brasil mais de 43 mil conselhos municipais, deste 
montante o que se verifica em maior número são os Conselhos de 
Política de Assistência Social, naquele momento presentes em 99% 
dos municípios, depois os Conselhos de Alimentação Escolar, em 98% 
das cidades e, posteriormente, os Conselhos de Saúde com 97% e os 
Conselhos do FUNDEB em 94% (BUVINICH, 2013).
Este crescimento quantitativo dos conselhos infelizmente não 
significou, na mesma proporção, o seu sucesso em superar os desafios 
impostos durante o processo de implantação e que ainda permanecem 
na realidade e resistem para ser superados.
Além disso, a questão da qualidade da participação dos e nos 
conselhos é um tanto quanto desalentadora, como apresenta Carvalho 
(2017), pois há fragilidades na representatividade dos conselheiros no 
que refere à competência de deliberar e exigir suas decisões frente 
aos representantes do governo. Tatagiba (2003) destaca outra grave 
situação que é a resistência dos governos em respeitar e operacionalizar 
as decisões destes espaços, necessitando abrir mão do diálogo, do 
debate e utilizando estratégias de negociação para ter alguns poucos 
avanços. 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 33
Questão para reflexão
Como vimos até aqui, os Conselhos Gestores de Políticas Públicas 
são formados por espaços institucionais, permanentes, autônomos, 
compostos por membros da sociedade civil e poder público com a 
responsabilidade de propor políticas públicas, deliberá-las, acompanhá-
las e fiscalizá-las. Desde sua reformulação com a Constituição Federal 
de 1988, a participação da sociedade e governo é paritária, sendo assim, 
o Governo está presente em todo processo, portanto, não deveria ser 
resistente para a implantação do que se delibera neste espaço.
A mesma autora, Tatagiba (2003, p. 98), aponta outra fragilidade 
observada no processo: “os conselhos apresentam, no cenário atual, 
uma baixa capacidade propositiva, executando um reduzido poder de 
influência sobre o processo de definição das políticas públicas”.
Essas dificuldades apresentadas, e outras vividas no cotidiano dos 
conselhos, fazem com que seja colocada em dúvida a viabilidade 
deste importante espaço de participação social conseguir alcançar 
os objetivos para o qual foi proposto na Carta Magna de 1988, em 
especial de ser por excelência o espaço democrático, de cidadania e 
do exercício do controle social.
Temos que lembrar que o processo democrático está sendo 
construído e que a construção tem avanços e retrocessos, pois temos 
na nossa história duas grandes ditaduras, do período do Presidente 
Vargas e outra muito recente que é a ditadura militar. Além disso, 
ainda estamos construindo a cultura da participação, portanto, faz-
se necessário e urgente tornar público o direito à participação e 
à responsabilidade do cuidado do que é público, como as políticas 
sociais, o que desperta nos cidadãos o desejo da participação e da 
escolha, como citação de Rousseau (apud NASCIMENTO, 1998, p. 
237): 
Entre todos os povos do mundo, não é em absoluto a 
natureza, mas a opinião, que decide a escolha de seus 
prazeres. Melhorai as opiniões dos homens, e seus 
costumes purificar-se-ão por si mesmos. Ama-se sempre 
aquilo que é belo ou que se julga belo.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos34
Atividades de aprendizagem
1. A inserção dos processos democráticos e do controle social nas políticas 
públicas tem sua institucionalização na Constituição Federal de 1988, que 
ordena a participação da sociedade na gestão destas políticas. Entre os 
pressupostos principais dos conselhos gestores destaca-se:
a) A separação e distanciamento entre a formulação dos conselhos e o 
controle social, pois estes são construídos por instituições prestadoras de 
serviços às quais têm inseparável relação com o Estado.
b) A implantação de espaços democráticos constituídos na diretriz da 
descentralização administrativa, cujo avanço está relacionado com a 
capacidade técnico/gerencial dos membros da sociedade civil.
c) A construção de espaços democráticos que busquem, principalmente, a 
expansão da democracia, a construção da cidadania e ainda proporcione 
tanto o exercício do controle social quanto as demandas da sociedade.
d) O caráter apenas consultivo dos conselhos gestores de políticas públicas o 
impedem de exercer o controle social devido à sobreposição de atribuições 
com as instâncias legislativas.
e) A participação de membros em espaço dos poderes públicos com a 
prerrogativa de fiscalização das ações das organizações da sociedade civil.
2. A Constituição Federal de 1988 implantou mecanismos e dispositivos 
importantes para garantir e proporcionar a participação da sociedade. Entreos espaços institucionais de participação, quais os espaços mais utilizados 
pela população?
a) As redes de serviços socioassistenciais.
b) Os projetos de responsabilidade social privada.
c) As secretarias municipais de políticas públicas.
d) Os conselhos gestores de políticas públicas.
e) As organizações comunitárias e sociais.
Fique ligado
• A década de 1980 ficou conhecida como a “Década Perdida”, 
tanto no Brasil como nos países latino-americanos, devido à queda da 
produção industrial, que provocou a estagnação de grande parte da 
indústria e consequentemente levou ao desemprego até então nunca 
visto na história brasileira.
• Em 1985 finaliza oficialmente o regime da ditadura militar, que 
perdurou no Brasil de 1964 a 1985. Iniciam neste período as condições 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 35
para a construção do processo de redemocratização do Estado de 
Direito Democrático.
• Na década de 1980, o Brasil vivenciou muitas crises, como 
a econômica, a financeira, a política, a social, a do Estado e a de 
credibilidade. Destaca-se neste momento, o alto índice da inflação e 
do desemprego, o que levou 40% da população à situação de pobreza, 
especialmente no Brasil.
• A construção do processo democrático perpassa por vários 
fatores que contribuem e impulsionam, um deles foi o movimento 
pelas “Diretas Já” devido à sua grande relevância para a política 
contemporânea brasileira.
• O movimento pelas “Diretas Já” não conseguiu a eleição 
direta para presidente da República em 1985, definiu-se que a partir da 
próxima eleição a população elegeria o novo presidente, entretanto, 
seguiu no sentido de mobilizar para o processo Constituinte.
• Até os anos 1960, a participação nas políticas sociais limitava 
a ‘cidadania regulada’, e as políticas sociais destinavam-se aos 
contribuintes da previdência social por meio da carteira de trabalho, 
pois apenas o trabalhador do mundo formal era reconhecido como 
cidadão.
• O marco mais significativo de participação popular brasileira 
surgiu no meio da resistência e enfrentamento contra o regime da 
ditadura militar a partir dos anos de 1970 e durante os anos de 1980.
• Para mobilizar, motivar e possibilitar a participação da 
população e tornar o mais público possível esta agenda, o movimento 
“Participação Popular na Constituinte” mobilizou-se para a aprovação 
das emendas populares, entre elas as emendas sobre os direitos da 
criança e do adolescente como prioridade absoluta e sobre meio 
ambiente, que ao final do trabalho dos atores envolvidos resultou nos 
artigos 225 e 227 da Constituição Federal.
• A última versão da Constituição foi mundialmente conhecida 
como cidadã por conter uma série de mecanismos de proteção social 
e de instrumentos constitucionais que garantem maior participação 
cidadã, como nunca houve na história brasileira.
• A Constituição Federal permitiu que as decisões e 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos36
operacionalizações das políticas públicas fossem transferidas aos 
municípios. Além da implantação de um sistema descentralizado 
e participativo, também é de sua responsabilidade a execução de 
programas, serviços, ações, projetos e benefícios, necessitando 
envolver a população em todo processo, discussões, decisões e 
fiscalizações sobre suas demandas e interesses.
• Demo (1996) afirma que participar implica envolver-se, 
debater, propor e partilhar ideias e que a participação é um processo 
de conquista a partir das relações de envolvimento, iniciativa com a 
ação.
• Ultimamente, no Brasil a participação dos cidadãos no 
aparelho político é fato. Isso foi possível a partir da Constituição Federal 
de 1988, que estabeleceu o direito da participação na implantação e 
gestão das políticas públicas juntamente com o governo na divisão de 
responsabilidades das decisões públicas.
• “Os conselhos constituem, no início deste novo milênio, a 
principal novidade em termos de políticas públicas” (GOHN, 2001, p. 7).
• Os conselhos gestores de políticas públicas como espaços 
de participação popular favorecem novas formas de relações 
entre o Estado e a sociedade, pois há a participação de diferentes 
representações sociais para a tomada de decisões e construção de 
políticas.
• Os conselhos gestores passaram a fazer parte da gestão das 
políticas públicas nos municípios brasileiros. Alguns destes conselhos, 
como o de saúde, têm mais influência na definição das prioridades 
nesta área do que o poder da Câmara de Vereadores e de outros 
órgãos locais.
Para concluir o estudo da unidade
Na história do Brasil, as constituições foram evoluindo ao adotar 
os direitos sociais paralelamente aos direitos civis e políticos. A última 
versão da constituição inovou mais ainda quando amplia os direitos 
sociais a todos os cidadãos brasileiros e consagra a seguridade social 
como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes 
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 37
saúde, à previdência e à assistência social” (BRASIL, 2015, p. 117).
Para além dos direitos sociais, também foi conquistado na Carta 
Magna o direito à efetiva participação da população e o exercício do 
controle sob as ações do Estado. Para o usufruto deste direito, o espaço 
por excelência são os Conselhos Gestores de Políticas Públicas, que 
têm em sua natureza todas as condições de realizar o controle social 
de forma democrática por terem sido constituídos de caráter plural e 
com poder de deliberação.
Entretanto, o usufruto dos direitos, de todos os direitos duramente 
conquistados, perpassa pelo conhecimento destes e ainda do 
processo de conquistas, portanto, faz-se necessário que, você tome 
conhecimento destes fatos e aproprie-se do conhecimento e das 
informações para tornar-se um agente de mudança, conforme orienta 
o código de ética da profissão. 
Para tanto, sugerimos o bom uso do material aqui apresentado e das 
pesquisas nos endereços eletrônicos sugeridos, além da participação 
no fórum da disciplina e nas aulas atividade. Também sugerimos que se 
façam buscas em outros materiais e fontes de informações, lembrando 
que o assunto é dinâmico e se faz necessária sempre sua atualização. 
Atividades de aprendizagem da unidade
1. A Constituição Federal de 1988 foi mundialmente conhecida como 
“constituição cidadã”, pois foi considerada uma grande conquista 
democrática para os brasileiros após longo período de regime militar. 
Aponte, entre as alternativas, qual direito contribuiu para a Constituição 
adquirir tal apelido.
a) Concurso público para os cargos públicos.
b) Consagração da seguridade social.
c) Conquista dos direitos individuais.
d) Imigrantes como cidadãos de direitos.
e) Direito ao meio ambiente equilibrado.
2. Em 1985 finda o Regime ditatorial militar no Brasil. Assim, inicia neste 
período a construção do processo de redemocratização do Estado de 
Direito Democrático. Como define Faquin (2009), o Estado Democrático 
de Direito vige um conjunto de leis, através do qual todos os cidadãos são 
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos38
considerados iguais e o Estado só pode atuar conforme o que está prescrito 
em leis. Como cidadãos, as pessoas têm seus direitos garantidos. Qual foi o 
período em que perdurou a ditadura militar no Brasil?
a) 1930 a 1945.
b) 1937 a 1950.
c) 1945 a 1960.
d) Não houve ditaduras no Brasil.
e) 1964 a 1985.
3. Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas são canais institucionais, 
plurais, permanentes, autônomos, compostos por representantes da 
sociedade civil e do poder público, cujas maiores funções são propor 
diretrizes das políticas públicas, fiscalizá-las, controlá-las e deliberar sobre 
elas. Apartir da Constituição Federal de 1988 foi possível esta forma de 
gestão nas políticas públicas. Quais as fragilidades mais presentes no 
cotidiano dos conselhos?
a) Composição desproporcional, mais membros representantes dos poderes 
público em relação à sociedade civil.
b) Baixa capacidade propositiva dos conselheiros e resistência dos governos 
em respeitar as deliberações.
c) A implantação e implementação dos conselhos não faz parte da realidade 
dos municípios brasileiros.
d) Conflitos nas disputas para ocupar os espaços dos conselhos como 
conselheiros.
e) Falta de legislação específica para a regulamentação dos Conselhos 
Gestores de Políticas Públicas.
4. A seguridade social brasileira constitui um conjunto de ações 
proporcionadas pelos poderes públicos e pela sociedade aos cidadãos em 
momentos de redução ou perda de renda, contingências como doenças, 
acidentes, maternidade ou desemprego, entre outras. Para garantir essas 
proteções, quais políticas sociais são necessárias?
a) Trabalho, educação e saúde.
b) Trabalho, moradia e previdência social.
c) Saúde, previdência e assistência social.
d) Habitação, trabalho e previdência social.
e) Saúde, habitação e trabalho.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos 39
5. Com relação aos Conselhos Gestores de Políticas Públicas, analise as 
afirmativas a seguir:
I. Os conselhos gestores tornaram-se instituições importantes no âmbito 
das políticas públicas a partir da Constituição Federal de 1988.
II. Os conselhos gestores têm como principal desafio constituir espaços 
democráticos e promover a construção da cidadania.
III. Os conselhos gestores são formados por representantes de diversos 
segmentos da sociedade civil, como usuários, trabalhadores e prestadores 
de serviços das políticas públicas.
Assinale a alternativa que está correta:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) III apenas.
d) I e II apenas.
e) II e III apenas.
U1 - Redemocratização da sociedade brasileira e a conquista de direitos40
Referências
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U2 - Políticas setoriais: trabalho, educação, habitação, saúde, álcool e drogas 43
Unidade 2
Políticas setoriais: trabalho, 
educação, habitação, saúde, 
álcool e drogas
Nesta unidade, você poderá realizar uma aproximação introdutória 
acerca de algumas políticas sociais setoriais em seu contexto legal 
e suas propostas de efetivação na esfera da política pública. Vamos 
apreender brevemente o contexto das políticas sociais setoriais de 
trabalho, educação, habitação, saúde, álcool e drogas.
Objetivos de aprendizagem
Nessa Seção, você estudará o trabalho como política setorial a partir dos 
pressupostos legais e à luz da literatura vigente. Identificará os tipos de trabalhadores 
e as suas relações com o trabalho.
Seção 1 | Política setorial de trabalho
Na Seção 2, trataremos da política setorial de educação. Apresentaremos as 
políticas e programas voltados para o ensino.
Seção 2 | Política setorial de educação
Neste momento, o estudo está voltado para a política setorial de habitação, 
será apresentado um breve apanhado histórico e as principais ações do governo 
para garantir tal direito.
Seção 3 | Política setorial de habitação
Nessa Seção, a política setorial estudada é a saúde. Definimos saúde e 
apresentamos algumas políticas vigentes no país.
A política setorial sobre álcool e drogas é apresentada nessa seção. Você 
constatará que se trata de um problema

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