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resumo Laboratorio clinico

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Laboratório clínico
Exames: Hemograma (quantitativo e qualitativo), Urinalise (qualitativo), Bioquímico (quantitativo), parasitológico (quantitativo (grandes) ou qualitativo (pequenos).
Equipamentos: Espectrofotômetro, centrifuga, refratômetro, fotometria de chama. 
Coleta, acondicionamento e transporte de materiais para exame: 
Objetivo: Minimizar erros, obter resultado rápido, evitar nova colheita, minimizar gastos, fornecer resultado fidedigno, auxiliar no diagnóstico, tratamento e prognóstico. 
Coleta: Saber o por que? Qual exame? Qual o material? Existe risco na coleta? (considerar o estado do paciente e a doença) Qual o custo x beneficio? É o exame de primeira escolha? É necessário condição especial para a colheita? 
Agulhas: Hipodérmica, de acordo com espécie. 
Cães e gatos: 30x7 (preta), 25x7 (preta), 30x8 (verde), 25x8 (verde) 
Bovinos, equinos e suínos: 40x12 (rosa) e 40x16 (branca) 
Seringas: vários volumes, usar de acordo com o volume necessário. 
Tubos para coleta: De acordo com as cores de identificação, podem ter ou não anticoagulante, pode ter gel de ativação de coagulação, vácuo ou condições especiais. 
Tubo tampa roxa: contém anticoagulante EDTA, é usado para hematologia, até 24h em refrigeração. Pode-se usar para: hemograma completo, contagem de plaquetas, fibrinogênio, proteínas plasmáticas total, contagem de reticulócitos, e pesquisa de protozoários. 
Tubo tampa verde: contém anticoagulante heparina, usado quando se deseja obter o plasma sanguíneo, conservação de até 8h. Usado para bioquímico sérico. Pode -se usar para: bioquímico sérico, avaliação da função renal (uréia e creatinina), sódio e potássio. 
Tubo tampa cinza: contém anticoagulante fluoreto de sódio, inibe a glicose, deve ser realizado o exame imediatamente. Pode ser utilizado para realização de bioquímico sérico quando se deseja avaliar a glicemia (hiperglicemia ou hipoglicemia). 
Tubo tampa azul: contém anticoagulante citrato de sódio, quelante de cálcio. A realização da centrifugação e exame ou congelamento do plasma citratado deve ser imediata. Usado para teste de hemostasia (TP, TTPA, TT, fibrinogênio, fatores de coagulação e outros). 
Tubo vermelho ou amarelo: sem anticoagulante, usado para bioquímico sérico (FR, enzimas musculares, metais, eletrólitos, outros), sorologia e eletroforese de proteínas. 
Tubo de ensaio: sem anticoagulante, sem tampa, usado para fazer TC.
Scalp: gatos e filhotes, borboleta Cateter: gatos e filhotes. 
Vacutainer: agulhas para vacutainer, deve ter adaptador de conexão da agulha com o tubo. É menos cansativo, e mais limpo. Desvantagens são o custo elevado, agulha e tubos novos, para neonatos e gatos pode ser doloroso. 
Local de colheita: Veia jugular, cefálica ou safena. 
Vantagens: grande volume de sangue, menor hemólise, e mais fácil a punção venosa. Desvantagens: coagulopatias. Pode-se utilizar ainda a cefálica para cães e gatos, a veia cava anterior em suínos, a veia da orelha em coelhos e a coccígea em grandes animais. 
Passos da colheita: Tricotomia (opcional), antissepsia com detergente, algodão com álcool, garrote ou torniquete (não pode ser prolongado se não afeta a contagem de hemácias), pode ser feita manualmente com tripa de mico. Fazer a contenção do animal com o minimo de estresse. Para bioquímico sérico realizar jejum superior a 12h, fazer avaliação de lipídeos Ana Barth - 5º semestre (colesterol e triglicerídeos), lipoproteínas ( LDL, HDL, VLDL) e glicose. Possuir refrigerador, e se for para glicose deve ser feito processamento imediato. Para hemogasometria possuir a caixa térmica com isopor e gelo e realizar o processamento imediato. O plasma citratado nunca deve ser refrigerado e o congelamento não é indicado.
Requisição de coleta: Identificação, dados do animal, diagnostico provisório, historia clinica, tratamento e forma de coleta. Interferentes: Jejum não realizado, lipemia, ictericia, fibrina ou coágulo, medicamentos, fluidoterapia, e transfusão sanguínea. 
O sangue é composto de uma parte líquida e outra celular. Na parte líquida, o plasma, é obtido após centrifugação quando colhemos o sangue com anticoagulante e contêm o fibrinogênio, e o soro quando sem anticoagulante. Portanto o soro é constituído do plasma sem o fibrinogênio. A parte celular do sangue é composta pelos eritrócito (glóbulos vermelhos/hemácias), pelos leucócitos (glóbulos brancos) e pelas plaquetas (trombócitos). O volume sanguíneo varia segundo o peso corporal do animal. A principal função do sangue é o transporte de substâncias essenciais para a vida das células do corpo, tais como oxigênio, dióxido de carbono, nutrientes e hormônios, e de produtos oriundos do metabolismo, indesejáveis ao organismo. 
OBS: Pode ser colhido nos animais 20% do seu volume total de sangue. 
Hemograma: O hemograma é o exame de sangue mais solicitado na rotina laboratorial devido à sua praticidade, economia e utilidade na prática clínica. Está dividido em três partes: 
1. Eritrograma, que compreende o hematócrito, dosagem de hemoglobina e a avaliação morfológica e contagem total de eritrócitos; 
2. Leucograma, composto pela avaliação morfológica e contagem total e diferencial de leucócitos; 
3. Plaquetas, que se compõe de avaliação morfológica e contagem de plaquetas auxiliando a interpretação da hemostasia. 
Ainda, após a realização do micro hematócrito, pode-se mensurar por refratometria as proteínas totais plasmáticas, que auxiliam na interpretação de diversas situações fisiológicas e patológicas. O hemograma é solicitado por várias razões, entre elas em um procedimento de triagem para avaliar a saúde do animal, na busca do diagnóstico ou prognóstico do animal, e ainda para verificar a habilidade corporal às infecções e para monitoramento do progresso de certas doenças. No entanto, a história e o exame clínico são essenciais para a interpretação dos dados hematológicos e outros testes laboratoriais que serão objetos de investigação.
Hematopoiese:
Fetal: Na vida embrionária a hematopoiese inicia-se no saco vitelino, estágio em que há o início da formação vascular (fase pré hepática). Com o desenvolvimento fetal o fígado (fase hepática), o baço (fase esplênica) e a medula óssea são os maiores órgãos hematopoiéticos. Durante a segunda metade do desenvolvimento do feto a medula óssea e os órgãos linfoides periféricos são os maiores locais de produção de células sanguíneas (fase medular). 
Pós fetal: Após o nascimento a hematopoiese passa a ocorrer somente na medula óssea nos mamíferos. Os animais jovens possui a medula vermelha que é mais ativa com o passar do tempo vai desaparecendo e deixa de ser hematopoiética, sendo substituída por tecido gorduroso, o qual forma a medula amarela ou inativa, na fase senil a medula se torna amarelada acinzentada devido a fibrose.
OBS: a punção de medula óssea pode ser feita em cães na fossa trocantérica, fêmur proximal, úmero proximal e em bovinos no esterno. 
Eritropoiese: O processo de eritrogênese que resulta na formação de eritrócitos maturos é conhecido como eritropoiese, levando em torno de sete a oito dias para se completar. As células ficam na medula óssea até a fase de metarrubrícito, e nas fases finais de maturação, como o reticulócito, podem ser encontrados no sangue periférico em algumas espécies. Os reticulócitos não são encontrados no sangue em condições de normalidade nos equinos, bovinos, suínos e caprinos. A fase de proliferação, compreendida entrea célula pluri-potencial até o metarrubrícito, leva de dois a três dias, enquanto o restante consiste na fase de maturação, levando em torno de cinco dias.
O número de hemácias circulantes é afetado pelo volume plasmático, pela destruição ou perda, contração esplênica, secreção de eritropoietina e produção de medula óssea. A secreção de eritropoietina ocorre nos rins em resposta a hipóxia renal, a eritropoietina liberada age na medula óssea aumentando a massa eritroide. Em animais hígidos o numero de hemácias é constante, ocorre reposição diária da massa eritrocitária. As hemácias velhas são fagocitadas e metabolizadas por macrófagos no baço, medula óssea e fígado, o ferro é reutilizado. 
Morfologia normal: Cães: disco bicôncavo com halo de palidez central, anucleado, formação de rouleaux (empilhamento) moderado, corpúsculo de Howell-Jolly que são restos nucleares fortemente marcante, policromatófilos (eritrócitos imaturos) correspondem cerca de 1% do total. 
Gato: disco bicôncavo com pequeno halo de palidez central, formação de rouleax marcante, formação de Howell-Holly mais frequente do que em cães. Policromatófilos 1,5 - 2 % 
Morfologia na doença: Anisocitose: variação de tamanho das hemácias, quanto mais grave a anemia mais anisocitose. Macócitos: grandes, jovens 
Micrócitos: pequenas, anemia crônica
Policromasia: aumento no número de hemácias policromatófilas no esfregaço. 
Hipocromasia: diminuição na concentração
Poiquilocitose: hemácias com morfologia alterada. 
Acantócitos: hemácias com 2 a 10 prolongamentos em forma de dedo de luva da superfície, está relacionado a hepatopatias. 
Esferócitos: hemácias pequenas e arredondadas que se coram intensamente (hipercrômica) e não possuem halo de palidez central, está relacionada a anemia hemolítica. 
Eliptócitos: hemácias ovais 
Dacriócitos: hemácias em forma de gota 
Estomatócitos: hemácias com halo de palidez central oval 
Excentrócitos: hemácias com concentrado de hemoglobina em um dos polos e área não corada contralateral. 
Esquistócitos: hemácias com forma irregular ou bizarra, geralmente triangulares ou como fragmentos celulares. 
Corpúsculo de Heinz: precipitado de hemoglobina oxidadada, conhecidos por projeções arredondadas pequenas (em forma de nariz) na superfície da hemácia, relacionado a anemia hemolítica Inclusões
Corpúsculo de Lentz: inclusão viral. 
Hemoparasitas: podem afetar as hemácias. Ex: Babesia sp, Anaplasma marginale, Mycoplasma haemofelis.
Ponteado basofílico: em intoxicação por chumbo, e em ovinos, bovinos, e carpinos em resposta a anemia.
Anemia: É a diminuição da massa eritróide, pode ser regenerativa ou não regenerativa. O diagnóstico é feito com base na contagem do número de hemácias, concentração de hemoglobina, VG ou Ht ( % de hemácias no sangue). As causas são perda de sangue, destruição ou não produção.
A anemia pode ser relativa quando há o aumento do volume plasmático e redução das hemácias (sangue diluído), na anemia absoluta há redução das hemácias, redução do VG e do volume plasmático. 
VCM (volume corpuscular médio): classifica a anemia em macrocítica, normocítica, ou microcítica. 
CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média): classifica a anemia em normocrômica ou hipocrômica E com a interpretação do VCm e CHCM podemos dizer se anemias é regenerativa ou não. Interpretação:
Anemia regenerativa: são aquelas onde a produção da medula óssea é aumentada até o ponto que a massa eritroide retorne ao valor basal. O aumento de policromatófilos (hemácias jovens) na circulação é reflexo do aumento da produção. Se houver aumento da policromasia no esfregaço deve-se indicar a contagem de reticulócitos, valores superiores a 80.000uL são indicativos de eritrorregeneração, pode haver metarrubrícitos e corpúsculos e Howell Jolly.
Anemias regenerativas ocorrem como consequência da perda de sangue ou hemólise. Suspeitas: Perda de sangue ou hemorragia: regenerativa, com hiperproteinemia, aumento da PPT, ocorre perda de ferro (importante na síntese de hemoglobina), pode ocorrer perda das proteínas plasmáticas, proteínas séricas, e albumina. 
Doença hemolítica: regenerativa, PPT normal, redução do VG presença de corpúsculos de Heinz, hemoglobinemia, hemoglobinúria, hiperbilirrubinemia, pode ter DE na leucocitose. Ocorre redução da meia-vida das hemácias pelo aumento da destruição, pode ocorrer intravascular (na circulação) ou extravascular (envolvendo o baço e o fígado na destruição), a presença de hemoglobinemia e/ou hemoglobinúria só é observada em casos graves de hemólise intravascular. A ictéricia pode ocorrer em caso intra ou extravascular. Pode ocorrer por anemia hemolítica imunomediada, que pode ser causada por dirofilariose, linfoma, lúpus, ou hemólise por drogas. 
Pode ocorrer anemia por corpúsculo de Heinz, normalmente associada a substâncias oxidantes ( cebola). O Mycoplasma haemofelis, causador da Haemobartonelose felina pode causar anemia hemolítica. A babesiose canina causa hemólise intravascular. Hemólise mecânica pode ocorrer causada por uma glomerulonefrite, hemagiossarcoma, dirofilariose e outras doenças. 
Anemia não regenerativa: ocorrem por falha na eritropoiese (por defeito de maturação) ou pela redução da produção de hemácias (anemia hipoproliferativas). Anemias por defeito de maturação: apresentam ausência de policromasia e reticulocitose aumentada mas apresentam hiperplasia eritroide da medula óssea, ela pode ser classificada em anemia por defeito de maturação nuclear ou anemia por defeito de maturação citoplasmática. Na primeira o animal pode apresentar pancitopenia discreta, a anemia normalmente é normocítica normocrômica, e são mais comuns em gatos, estando associada a leucemia felina, deficiência de ácido fólico, e quimioterapia. Na anemia por defeito de maturação citoplasmática suas principais causas são deficiência de ferro, deficiência de vitamina B12, e intoxicação por chumbo. 
Anemia hipoproliferativa: pode ser classificada em três categorias. A anemia hipoproliferativa granulocítica está associada a doença inflamatória, é o tipo mais comum, acha-se anemia normocítica normocrômica discreta a moderada e presença de leucograma inflamatório, está relacionada a infecções, processos neoplásicos e distúrbios imunomediados. Na anemia hipoproliferativa eritroide seletiva ocorre uma anemia normocítica normocrômica moderada a grave. E nas anemias com hipoplasia medular generalizadas (anemias aplásicas), observa-se na hematologia anemia grave, leucopenia grave, e trombocitopenia grave, as causas são desde produtos químicos, radiação, e agentes infecciosos que causem citotoxidade a medula. Pode ou não ser causada por neoplasias, dentre as neoplasias a leucemia e linfossarcoma são mais comum. 
Reticulócitos: são hemácias imaturas, com precipitados basofílicos de RNA, são ponteados ou agregados. São mais ativos em resposta a anemia regenerativa.
Policitemia: É um aumento da massa eritroide. Os valores do hematócrito, concentração de hemoglobina e contagem de hemácias estão acima dos valores de referência devido um aumento absoluto ou relativo. Policitemia absoluta primária: ou policitemia vera, causada por um distúrbio mieloproliferativo, independente da eritropoietina, sem causa detectável. O animal pode apresentar esplenomegalia, hepatomegalia, trombose, hemorragia e convulsões. Há a hiperplasia medular eritroide,a concentração sérica de eritropoietina está reduzida, ocorre aumento do hematócrito marcante com aumento da contagem de plaquetas e leucócitos e proteína plasmática normal. Policitemia absoluta secundária: ocorre um aumento da produção de eritropoietina causada por hipóxia crônica (problema cardíaco, respiratório e raças). Há aumento moderado a marcante do hematócrito, hiperplasia medular eritroide, baixa pressão arterial, e concentração de eritropoietina aumentada, não aumento da contagem de plaquetas e leucócitos e PPT. Policitemia relativa: pode ser causada devido desidratação do animal, onde ocorre a perda de água, animal retorna ao normal com reposição de líquidos. Ou pode ocorrer contração esplênica em cães e gatos estressados ou ansiosos, neste caso verifica-se aumento do hematócrito em animais hidratados e aumento da concentração de proteínas plasmáticas. 
Leucograma: O leucograma é a porção que avalia os leucócitos no hemograma. Possui valores relativos e absolutos, além da avaliação da morfologia (inclusões nos leucócitos). Os leucócitos podem ser: Aumentos de valor levam o sufixo citose e diminuição penia. Granulócitos: neutrófilos (mielócitos, metamielócitos, bastonetes, segmentados), eosinófilos, e basófilos. Agranulócitos: monócitos e linfócitos
Leucopoiese: Produção das celulas brancas de defesa, ocorre na medula óssea, tem função de manter a linha de defesa contra agentes invasores. Na medula óssea ocorre a multiplicação, onde a célula pluripotencial se diferencia em mieloblasto que se diferencia em pró-mi elócito. O pró mielócito se divide em mielócitos (eosinofílico, basofílico, ou neutr ofílico), que se dividem em metamielócitos. Os metamielócitos na corrente sanguínea sofrem maturação em eosinófilo, basófilo ou neutrófilo. Os monócitos são produzidos na medula óssea, não tem tanta importância, o aumento é chamado de monocitose. Os linfócitos são produzidos nos linfonodos, baço e medula óssea, nos animais jovens no timo. Durante a produção os metamielócitos se diferenciam em bastonetes, que posteriormente darão origem aos segmentados. AS células saem da medula óssea e circulam pelo sangue até chegaram em seus destinos. Os linfócitos T circulam pelo sangue e linfa e os linfócitos B se encontram em tecidos linfoides principalmente.
Leucocitose e leucopenia: A contagem total de leucócitos varia com a espécie e é influenciada pela idade. A contagem total de leucócitos é definida pelo aumento (leucocitose) ou diminuição (leucopenia) dos valores em relação aos valores de referência. As principais causas de leucocitose são infecções bacterianas, efeito de esteroides, desordens linfo-proliferativas, peritonite infecciosa felina, necrose tecidual e severa inflamação, prenhez e parto, hipertiroidismo em gatos e desordens mieloproliferativas. As principais causas de leucopenia são doenças virais, severa infecções bacterinas, anafilaxia, drogas e químicos tóxicos, neoplasias de medula óssea, toxemias endógenas, uremia, ehrlichiose, leishmaniose e toxoplasmose. Leucograma de estresse: há leucocitose, por monocitose e por neutrofilia, sem desvio a esquerda, com linfopenia, e eosinopenia. na saúde ou patologias.

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