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empresarial aplicado II

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Direito Empresarial Aplicado II
Títulos de Crédito
1 - Evolução histórica 
O nascimento do conceito dos títulos de créditos, remonta ao feudalismo. Naquela época, as operações comerciais se davam através da troca de mercadorias(escambos). Entretanto, as relações comerciais assumem maior complexidade, fenômeno notado principalmente pela adoção de diversas moedas diferentes. Demandou-se então, a criação de um instituto que garantisse maior dinamismo e confiabilidade às relações comerciais. Surgem então, os primeiros títulos de crédito.
A palavra crédito do latim CREDITUM, tem origem na expressão grega CREDERE que, dentre seus significados traz a ideia de acreditar e confiar. Em verdade está é a essência do direito creditício:
Alguém que, em uma relação de confiança se torna credor ou devedor de outrem, seja em uma relação causal ou não causal.
As primeiras estruturações legais dos títulos de créditos remontam ao direito romano. Todavia, suas estruturas iniciais ganham corpo no século XIII onde é desenvolvido o princípio da Cartularidade ou seja, a estruturação do título de crédito em um documento literal. No século XV, especificamente no Direito Italiano e no Direito Romano, abandona-se em definitivo a ideia de verbalização e confiança e adota-se as cartulas propriamente ditas, surgindo daí as ideias de endosso e comercialização financeira dos títulos de créditos. Esta multiplicidade normativa somente recebeu uma unificação no ano de 1930 com a chamada Lei Uniforme de Genebra incorporada no Brasil no ano de 1966 através do Decreto 57663/66.
Dito isso, podemos conceituar os Títulos de Créditos conforme Cesare Vivante “é o documento necessário para p exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”. Igual definição pode ser extraída do Art 887, do CC.
2 - Teorias
Da criação: todo título de crédito é autônomo, tem valor próprio e não é dependente de nenhum contrato para a sua existência. Assim, o emissor através de sua assinatura fica ligado e obrigado ao portador do título, ainda que seja, um credor eventual e indeterminado sendo a existência deste o fator determinante à exigibilidade do título.
Da emissão: pela teoria da emissão, a simples assinatura do título não justifica a criação de vínculo algum. Por tal motivo, é necessária a existência de uma relação obrigacional que justifique a criação do título. Ex.: duplicatas.
Teoria adotada pelo Direito Brasileiro - As duas anteriores conformes os arts. 888 e 889 do CC.
3 - Princípios 
Da Cartularidade: cártula é a forma física, ou seja, o papel no qual o título de crédito estará inserido. A Cartularidade pode ser vinculada a previsão legal (cheque, duplicata, boleto) ou livre, situação em que, deverá observar os requisitos mínimos de lei para a sua validade como por exemplo, as notas promissórias e a letra de câmbio.
Requisitos: 
valor do título; 
A data de vencimento do título;
O benefício desse título;
O devedor do título;
O local de pagamento da dívida se for o caso (como regra, todo título de crédito é quesível).
Podemos então definir o Princípio da Cartularidade da seguinte maneira:
Todo título de crédito se vincula a uma cartula ou seja, a um documento sem o qual o seu exercício se torna impossível. É portanto, a coisificação do título que lhe confere a qualidade de um bem móvel. É o que alguns doutrinadores, chamam de Princípio da Incorporação.
Obs.: é possível uma duplicata ou uma nota promissória eletrônica?
Sim, conforme Art. 889 p. 3º
Obs2.: a cessão do título deve ser integral, ou seja, não se admite o fracionamento do valor da cartula, conforme o p. Único do Art. 912, do CC.
Obs3.: necessidade de apresentação obrigatória da cartula .
Obs4: É possível a propositura de ação Monitoria com base em cópia autenticada do título (Art. 700, do CPC 2015.
Obs5.: Para o pagamento é obrigatório a apresentação do título original.
Obs6.: Caso haja a perda, o extravio ou o desapossamento do título é possível a propositura de ação judicial para sanar o vício ou impedir o pagamento deste para terceiros.
Da literalidade: Significa dizer que o credor terá direito e o devedor estará obrigado apenas pelo valor literal que constar no título, sendo este a obrigação principal do mesmo; poderão às partes estipular a incidência de obrigações acessórias como juros, multa, dentre outros, para o caso de descumprimento da obrigação principal.
Da autonomia: Toda cartula, em virtude de sua literalidade permite o seu transacionamento para terceiro. Em virtude desse fenômeno, deve-se reconhecer que os títulos de crédito são autônomos em relação a se houver, o negócio que os deu causa. Por esta razão, exceção de caráter pessoal do devedor não poderão ser opostas ao credor detentor do título.
Empresarial II aula 2
1- Classificação dos títulos de crédito.
Assim como contratos, obrigações, situações jurídicas dentre diversos fenômenos do direito, os títulos de crédito possuem uma classificação própria:
1.1- Quanto ao conteúdo 
A) Títulos de crédito propriamente dito:
São aqueles que tratam de direitos sobre coisas fungíveis. Exemplo: letra de câmbio.
São os títulos então que irão versar de direitos sobre bens fungíveis.
B) títulos sobre aquisição de direitos reais sobre coisa determinada:
São os títulos que versam sobre direitos de uma pessoa sobre coisa determinada. Poderá versar sobre coisas corpóreas ou incorpóreas. Ex: promessa de compra e venda de coisa certa, conhecimento de depósito dentre outros.
C) títulos sobre qualidade de sócio em determinada atividade jurídica: 
São os títulos q conferem a uma pessoa a qualidade de sócio em uma determinada atividade. Ex: ações da Petrobras. 
Atenção!!! Essas operações somente se aperfeiçoa como registro nos livros da sociedade emitente.
1.2- Quanto à natureza
A) títulos abstratos ou perfeitos:
São sobre a concepção do direito cambiaria clássico considerado os títulos de créditos por excelência. Por tal razão se vinculam diretamente ao princípio da autonomia e por tal razão não tem como requisito a exegese de uma justa causa para a sua emissão. Ex: letra de câmbio. eventual impugnação do título deve ser direcionada a capacidade do emissor e receptor, bem como da existência de vicio extrínseco do próprio título.
B) Títulos causais ou imperfeitos:
São aqueles que demandam a existência de uma justa causa, ou seja, demandam para o seu nascimento a celebração de um contrato sinalagmático, ou seja onde haja direitos e obrigações recíprocas. Ex. Duplicata oriunda de um contrato de comprar venda. Este título admiti a sua invalidade conforme os vícios apontados no item anterior e ainda em virtude de vícios do negócio. Neste caso, em virtude do princípio da autonomia deve ser verificada a existência de alguma operação cambiaria tais como a seção, endosso ou o aval. Ocorrendo alguma destas operações deve ser verificada a sua natureza, verificando-se a responsabilidade do beneficiário anterior em prestígio ao princípio da autonomia.
1.3- Quanto à circulação 
A) ao portador:
São títulos de crédito por excelência e tem a sua circulação livre. Em sua emissão não ha qualquer referência ao nome do beneficiário, ou seja, o titular de crédito será aquele que se encontra na posse do título. Por tá razão a sua tradição se opera de forma manual, ou seja , de mão em mão. Como regra estes títulos contém em seu corpo a expressão “ ao portador”, “ em branco”.
B) a ordem:
Neste caso, o título conterá o nome de um beneficiário e a sua transmissão opera-se mediante simples endosso. Neste caso o ato de concordância, ou seja, o endosso por exemplo, deverá ser colocado no verso do título de crédito, devendo ser providenciada também a identificação do portador que faz a sua transmissão.
C) Nominativos:
São aqueles que para a sua validade deve haver a identificação das partes envolvidas na relação cambiaria e principalmente deve o registro nos livros do emitente do título. Desta forma a propriedade do título somente se faz através das assinaturas do alienante e do adquirente nos livros do emitente.
Ex. Ações de sociedades anônimas. Por força do artigo 921 do código civil a ausência de registro não obriga o emitente ao conhecimento da operação cambiaria realizada. 
Prova!!! Diferenças de nominativo, a ordem e ao portador.
Ler art. 921 do CC
2- Letra de câmbio ( título de crédito)
É o título de crédito mais antigo que se tem notícia. Sua configuração ao longo do tempo se dá em três períodos: 
O período italiano, que ocorreu até o século XVII previa a letra de câmbio como uma simples cartula que determinava a sua troca por dinheiro, sendo o título similar a nota promissora. 
No período francês, surge a ideia de vinculação da letra de câmbio a um negócio jurídico, ou seja atrelada por exemplo a um contrato de compra e venda. Surge neste período a ideia de autorização do pagamento da letra de câmbio apenas mediante a existência de fundos.
No século XIX, ou seja no período alemão surge a ideia de autonomia da letra de câmbio. Neste momento Einert cria a figura de situações jurídicas.
2.1- Conceito 
Letra de câmbio é uma ordem de pagamento à vista ou a prazo em que alguém dirige a outrem para pagar terceiro, denominando-se saque o ato de criação da letra de câmbio.
2.2- Situações jurídicas 
A) Sacador:
É a pessoa que dá a ordem de pagamento.
B) sacado:
Pessoa a quem a ordem de pagamento é endereçada, ou seja aquele que tem a obrigação de pagar o valor da cartula.
C) beneficiário :
Aquele que tem o direito de receber o valor do título. Em obras clássicas o beneficiário também é chamado de tomador.
OBS: nas relações cambiarias as situações jurídicas representam as partes da referida relação. Conforme o art 3 do anexo I do decreto 57.663/66 as pessoas da relação podem se apresentar nas seguintes hipóteses: 
A) a letra de câmbio poderá ser emitida a ordem do próprio sacador.
B) pode ser sacada sobre o próprio sacador ou seja este se apresentará tbm como sacado.
C) pode ser sacada por ordem e contra de terceiros, situação comum no panorama atual quando da emissão de boletos bancários.
2.3- Requisitos extrínsecos 
A) as palavras letra de câmbio deve constar no título sob pena de sua invalidade. O requisito da relação é essencial a fim de se evitar a sua confusão com outro título.
B) ordem: a letra de câmbio tem como cláusula incondicional uma ordem, ou seja a determinação de cumprimento da obrigação constante do título.
C) identificação da pessoa a quem a ordem será dirigida.( está situação jurídica denomina-se sacado.
D) identificação da pessoa a quem ou a ordem de quem deverá ser realizado o pagamento: esta situação jurídica é a do beneficiário ou o tomador. Todavia deve ser observado que a letra de câmbio não é um título ao portador mas sim um título a ordem desta feita a identificação de eventual endossatário é necessário, garantindo assim a efetividade da circulação do título de crédito.
E) a assinatura do ordenador do título: é a assinatura do sacador no momento da criação do título e sua vinculação como co-devedor do título.
F) data do saque, ou seja data da criação do título: a letra de câmbio é título de pagamento à vista por tal razão a data de sua criação será também a data de cumprimento da ordem. Eventual data de vencimento deverá ser assinalada em campo próprio.
G) definição do lugar do pagamento ao lado do nome do sacado: é necessário que o tomador tenha claro conhecimento do local ao qual deverá se dirigir para o recebimento do valor do título. Não havendo menção neste sentido, considerar-se-a como local de pagamento o domicílio do sacado.
H) definição do endereço ou menção a um determinado lugar inscrito ao lado do nome do sacador: requisito essencial para a fixação de competência jurisdicional em caso de desdobramento judiciais que tenham como objeto a letra de câmbio sacada.
2.4- Mandato
A cláusula de mandato nos títulos de crédito representa a outorga de benefícios ou obrigações constantes no título de crédito. Significa dizer que alguém mediante procuração com poderes especiais poderá realizar alguns dos atos cambiarios. O procurador será portanto um longa manos do titular da obrigação.
Atenção!!!!! Ver a súmula 60 do STJ, que em linhas gerais estabelece que não é possível exigir a entrega de poderes para uma pessoa a fim de que está saque em nome do outorgante títulos de crédito onde esta será a beneficiária. 
2.5- Títulos em branco ou incompletos. 
É uma situação onde determinado título é sacado sem que haja o preenchimento de todos os requisitos da cartola emitida.
Esta operação ocorre com frequência em situações onde a cartola emitida será elemento garantidor de um contrato. Ex: contrato de mútuo feneraticio e contrato de penhor. 
Quando há ocorrência de operação que envolva um título em branco, o requisito faltante de ocorrência comum é a data do vencimento. Devemos observar que a ausência de um dos requisitos não impede a livre circulação do título de crédito.
Empresarial II aula 3
	⁃	Endosso 
	•	conceito 
Endosso é a operação onde um título eminentemente a ordem é repassado para outra pessoa, ou seja diante desta transferibilidade do título de crédito o mesmo seguirá para frente.
Para Fábio Ulhoa endosso é a declaração cambial lançada na letra de câmbio ou em qualquer outro título a ordem pelo seu proprietário a fim de transferi-lo para terceiros, aperfoando-se pela tradição. Esta operação criará um novo beneficiário para o título de crédito.
	•	Efeitos
A) transferência de propriedade: significa dizer que não há apenas uma mudança de titularidade, mas sim uma complexa operação cambiaria em que surgirá um novo beneficiário.
B) surgimento de novas situações jurídicas: 
B.1) endossante: é o credor, ou seja o beneficiário do título de crédito que opta pela transferência deste a um terceiro denominado endossatário, sendo este o recebedor da propriedade do título de crédito. 
Atenção!!!! O primeiro endossante será necessariamente o tomador, ou seja o beneficiário constante da cartola. Esta operação realizada entre endossante e endossatário é, via de regra ilimitado.
C) vinculação do endossante como co-devedor, ou seja pelo adimplemento da obrigação. Esta responsabilidade poderá ser afastada com a inclusão da cláusula “ sem garantia”.
A operação do endosso com a cláusula sem garantia demanda a concordância do endossatário.
D) por se tratar de título eminentemente a ordem poderão ser realizados diversos endossos. A exceção a essa regra será a aposição da cláusula não a ordem, ou seja proibir se a ao endossatário a possibilidade de realização de novo endosso. Isso não impede todavia que seja realizada uma seção de direitos sobre o título de crédito.
Atenção!!! Diferença entre endosso e seção civil de crédito: na primeira hipótese temos a transmissão do título de crédito mediante simples assinatura e tradição da cartola ao passo que na segunda opera-se um contrato civil onde os co-devedores deixam esta qualidade e se tornam co-obrigados pela existência da obrigação, ou seja caso está não exista ou seja reconhecida como falsa todos os co-obrigados responderão. Em suma na relação de endosso responde-se pelo valor do título e na seção responde-se pela existência da obrigação.
O endosso está para o contrato de compra e venda ao passo que a seção, como o próprio sugere está para a promessa de seção de direitos sobre coisa imóvel.
	•	Modalidades
•• endosso próprio 
É a operação na qual haverá o traslado da propriedade do título. Poderá ser realizado o endosso em branco ou em preto.
••• em branco
É aquele em que se configura pela simples assinatura do endossante sem que haja indicação expressa do novo tomador. Assim o título que originariamente era a ordem se torna um título ao portador. Este endosso se configura com a assinatura do endossante no verso do título. Neste sentido é a redação do artigo 910 do código civil.
••• em preto 
É a operação endosso onde o título permanecerá a ordem, ou seja haverá pelo endossante a designação do novo tomador, ou seja do endossatário/ tomador.
•• endosso impróprio 
É aquele em que não se opera
a total traslação do título de crédito poderá ser dividido em três situações.
••• mandato
É modalidade de endosso onde designa-se um mandatário que será responsável pela realização de alguns atos cambiarios na medida dos poderes conferidos pelos mandantes. Neste caso não ocorrerá a transferência de propriedade.
••• caução 
É a situação onde o título de crédito será o instrumento securitizador de uma avença contratual, como por exemplo o contrato de penhor. Após o adimplemento do contrato pelo devedor haverá a devolução da cartola ao endossante.
••• póstumo 
Situação em que não haverá mais possibilidade de cobrança do título. Poderá haver o seu endosso mediante a transmissão para o endossatário ciente do risco, bem como a transmissão após protesto, situação em que o título de torna litigioso e assim se torna transmissível.
•• efeitos do endosso impróprio 
Nas duas primeiras situações opera-se na prática o endosso mandato haja vista que será transmitido a outrem não a propriedade, mas sim parte dos poderes do beneficiário/tomador ao endossatário. No terceiro, opera-se uma situação análoga à seção civil de direitos, haja vista que o endossatário somente assumirá esta posição após expressa ciência sobre o risco da obrigação ou então após o título ser protestado, tornando-se assim litigioso.
Empresarial aula 4
Operações cambiarias 
	⁃	endosso ( continuação)
Finalizando a análise do endosso se faz necessário observar que eventuais exceções de cunho pessoal não poderão ser opostas haja vista a presunção de boa fé e a autonomia dos títulos de crédito baseada na abstração e independência destes. Logo eventuais vícios causais somente poderão ser opostos entre o devedor originário/ principal e o beneficiário do título.
	•	inoponibilidade de exceções pessoais
*autonomia dos títulos de crédito - abstração e independência 
	⁃	Aceite 
É o ato pelo qual o devedor da obrigação constante no título de crédito manifesta a sua concordância em arcar com a obrigação constante no título. O aceite deve ser oposto no anverso ( frente ) do título de crédito, sendo possível excepcionalmente que o seja colocado no verso do título precedido pela expressão ( por aceite). Eventual recusa do aceite acarretará no vencimento antecipado do título ainda que se dê de forma parcial. Caso isso ocorra, o beneficiário do título terá duas opções:
Realizar a integral cobrança de forma antecipada do sacador ou receber a parte anuída pelo aceitante e realizar a cobrança do saldo faltante do devedor principal, ou seja o sacador.
É possível ainda evitar a ocorrência desta situação, para tanto o sacador deverá fazer constar a expressão “ não aceitável”, o que determinará ao sacado que este somente poderá tomar conhecimento do título na data de seu vencimento. 
A) criação de nova situação jurídica: 
Aceitante 
B) Formas de prestação do aceite:
Regra : anverso do título 
Alternativa : verso do título: “ por aceite” 
C) Recusa do aceite:
	⁃	efeitos : recusa parcial 
D) Cláusula “ não aceitável” 
	⁃	efeitos
Aval
A) conceito 
É a operação na qual determinada pessoa se compromete a realizar o pagamento de um título nas mesmas características e circunstâncias que o devedor deste título. É na prática uma garantia exigida pelo credor em virtude da incerteza do cumprimento pelo devedor.
	⁃	aval # fiança ( garantia fiduciária) 
B) características 
	⁃	autonomia : O aval é uma operação autônoma, seguindo desta maneira o princípio da autonomia dos títulos de crédito. Na prática, significa dizer que ainda que a obrigação principal seja considerada nula o avalista permanecerá obrigado pela dívida do avalizado.
	⁃	equivalência: Da mesma forma , marcado pela equivalência ou seja o avalista responderá integralmente pelas obrigações do avalizado.
C) formas do aval 
O aval deverá ser prestado no anverso do título precedido da expressão “ por aval”, juntamente com a indicação do avalizado. Poderá ser em branco também chamado de aval simultâneo ou sucessivo, também chamado de aval em preto. Por fim cumpre esclarecer que o aval se difere da fiança em diversos aspectos como por exemplo por ser o aval uma operação do direito cambiario, de natureza principal é em que não é exigida a outorga conjugal; ao passo que na fiança estaremos diante de uma operação do direito civil, de natureza acessória, onde a benefício de ordem e para a sua validade será exigida a outorga conjugal.
	⁃	Aval simultâneo ( aval em branco): não será possível indicar a antecedência de um avalista em relação ao outro.
	⁃	aval sucessivo : esta sucessão obrigacional será claramente evidenciada.
Vencimento
A) conceito 
O advento de uma data estabelecida onde uma obrigação se tornará exigível. Também poderá ocorrer com a concretização de uma determinada situação futura estabelecida entre as partes.
B) formas 
O vencimento poderá se dar de forma ordinária, situação em que haverá o natural decurso do tempo podendo se dar em dia certo, à vista ou a certo termo a vista, sendo estas as formas ordinárias de vencimento; 
Poderá também se dar de forma extraordinária, situação em que ocorrerá a falta de aceite ou a falência do devedor.
	⁃	ordinária : em dia certo, à vista ou a certo termo à vista.
	⁃	Extraordinária : falta de aceite, falência do devedor.
Pagamento 
A) conceito:
É a forma natural e tradicional de adimplemento e extinção de uma obrigação, na prática se materializa pra entrega e determinada quantia em espécie a um credor.
B) espécies:
O pagamento poderá ser realizado pelo principal devedor ou por qualquer um dos co-obrigados. 
	⁃	por devedor principal: o pagamento aproveitará e desobrigara todos os co-devedores e co-obrigados na obrigação. 
	⁃	Por devedor co-obrigado: caso realizado pelos co-obrigados aproveitará todos os demais cabendo entretanto direito de regresso deste em face dos demais.
C) cadeia de anterioridade e posterioridade.
É o que estabelece a classe e nível de responsabilidade dos devedores sendo considerados devedores de primeira classe os sacadores, os de segunda classe como os sacados e endossantes, e os de terceira classe como os avalistas.
Protesto
1 - função 
Tem como função tornar um título de crédito publicamente inadimplido. 
2 - operação 
Se dá na apresentação do título para protesto no respectivo cartório que mandará ao devedor uma determinação para realizar o pagamento do título. Caso não o faça o título perderá a sua força executiva não sendo possível portanto o manejo de ação cambial. A falta do protesto afasta a responsabilidade dos vi-devedores mas não afeta a responsabilidade do principal devedor e dos avalistas. Por esta razão dizemos q o protesto será necessário em face dos xô-devedores e seus avalistas é facultativo em face do principal devedor e seus a avalistas.
3 - conceito
Protesto é a diligência cartorária que visa vincular os co-devedores e tornar público o débito de um devedor.
4 - espécies 
A) por falta de aceite: é o motivo pelo qual o vencimento antecipado de uma letra de câmbio irá se consolidar.
B) por falta de pagamento: é a forma de protesto que tem por objeto o inadimplemento pecuniário de uma obrigação.
C) por falta da data do aceite: trata-se em verdade de uma forma de convocação para que o aceitante faça constar na letra de câmbio a data do aceite.
5 - cláusula “ sem despeja”:
É a informação que permite a um credor demandar diretamente ao devedor ou a um dos co-obrigados o imediato ou integral cumprimento da obrigação sem que seja necessária a publicação do protesto.
6 - cancelamento do protesto:
É, em linguagem popular a chamada baixa do protesto. Esta situação somente ocorrerá após o pagamento do título, expedindo-se para o devedor um comunicado de quitação.
7 - ação cambial:
É um manejo processual pelo qual o credor de um título, devidamente protestado quando couber realiza a cobrança judicial acrescida dos encargos moratórios deste valor.
Empresarial aula 5
Títulos de crédito em espécie.
1 - Letra de câmbio ( já trabalhada )
2 - Nota promissória 
A) conceito
A nota promissória é um título de crédito mais próximo da realidade trata-se de uma promessa de pagamento entre duas pessoas onde uma delas reconhece ser devedora da outra. Seguindo a regra dos títulos de crédito trata-se de um título executivo extra judicial.
Resumo : é uma promessa de pagamento 
B) situações jurídicas 
B.1) subscritor
 É a parte que no ato do saque se compromete ao pagamento futuro de quantia certa, quantia esta deverá constar no título de crédito. O subscritor deverá concordar ainda com a livre circulação da nota promissória.
B.2) Tomador
Também chamado de beneficiário será aquele que aproveitará o valor do título de crédito. Na nota promissória não haverá uma ordem de pagamento, mas sim uma promessa de pagamento.
3 - Requisitos de validade 
	⁃	nome : em atenção aos princípios da cartularidade e da literalidade a expressão “ nota promissória “ deverá constar no corpo. Da mesma forma, em atenção aos princípios apontados o valor da promessa deverá constar expressamente no corpo do título, permitindo assim a livre circulação da mesma.
	⁃	Princípio da cartularidade 
	⁃	Princípio da literalidade
	⁃	Promessa condicional pagamento de quantia 
Quando apontado, trata-se de uma promessa. Por esta razão trata-se do adimplemento de um valor de momento futuro, requisito este essencial a livre circulação do título de crédito. Assim, são inadmissíveis condições de encargo no título de crédito.
	⁃	Nome do tomador ( beneficiário)
	⁃	Data do saque 
Para que seja possível a ferir com clareza o momento adequado ao pagamento, se faz necessária a data do saque ou ainda que seja informada a data de vencimento.
	⁃	Assinatura do subscritor ( devedor)
É a forma mediante a qual se obtém certeza da assunção de obrigação constante do título.
	⁃	Lugar do saque
No momento de emissão da nota promissória deverá ser apresentada a localidade em que a mesma é sacada ou que haja o apontamento do local de pagamento permitindo assim que o subscritor cumpra a sua obrigação.
4 - Requisitos intrínsecos 
	⁃	art 104 cc/02
Como todo negócio jurídico, o artigo 104 do CC deverá ser observado para a sua validade. 
5 - observações finais 
Os requisitos da letra de câmbio deverão ser observados, com as seguintes observações:
A- a nota promissória é uma promessa de pagamento 
B- o protesto é facultativo 
C - é admitido o endosso e o aval 
D - é admitida a fixação de uma data futura para o seu vencimento
.
.
.
Empresarial aula 7
Circulação do cheque
Conceito
Circulação de um título de crédito significa dizer que em função da sua autonomia e literalidade o mesmo poderá ser cedido para terceiros, situação em que o endossatário ou cessionário irá se sub-rogar nos direitos do beneficiário.
Diferente entre nominativo e nominal 
Afirmar que um título de crédito é nominal significa dizer que o mesmo atende ao princípio da literalidade, ou seja terá em seu corpo a menção a um valor determinado. Por outro lado afirmar que um cheque é nominativo significa dizer que este tem o seu beneficiário devidamente identificado em seu corpo.
Formas
A circulação dos cheques poderá ocorrer das seguintes maneiras:
A- nominativo a ordem : nesta situação o beneficiário do cheque será identificado, todavia será permitido o endosso do cheque conforme a ordem do beneficiário. Nesta situação a transmissão do título poderá ocorrer mediante simples tradição ou através do instituto da seção civil, operação que será a instrumentalizada mediante um contrato entre o cedente/ beneficiário e o cessionário. Este contrato deverá atender aos requisitos do art 104 do CC, bem como conter a descrição detalhada e literal do cheque, bem como o valor do ajuste acertado entre as partes.
B- normativo não a ordem 
Nesta situação o sacador do cheque deverá fazer constar em seu corpo a expressão “ não a ordem” devendo esta informação constar preferencialmente no anverso do título. Na prática, no beneficiário não poderá realizar qualquer tipo de endosso, porém a seção civil do título será possível na forma e condição apontadas no item anterior.
C- ao portador
Situação onde o beneficiário não será identificado e por tal razão aquele que tenha a sua posse estará legitimado para requerer a sua apresentação e pagamento. Eventual endosso ou seção ocorrerá através da simples tradição do título.
Eventual ausência de literalidade do título, que seja sanada até o momento de apresentação do mesmo não implicará na sua invalidade, a exceção evidentemente da ausência de assinatura do sacador.
4- sustação x revogação 
Trata-se do ato cujo objetivo é retirar a força executiva do cheque. Para tanto, é necessária a existência de uma justa causa, que na prática, poderá ser evidenciada como a ocorrência de uma fraude, furto ou roubo ou qualquer outra relevante razão de direito conforme o art 36 da lei do cheque. Por esta razão a sustação deverá ocorrer dentro do prazo de apresentação do título qual seja 30 ou 60 dias superado esse prazo, poderá o sacador realizar a revogação do título, desde que observado o prazo prescricional do cheque de 6 meses, conforme o art 59 da lei do cheque. Apesar desse prazo, há doutrinadores e julgados isolados que reconhecem a prescrição no prazo de 2 anos.
Duplicata
Previsão legal: Lei número número 5.474/68
Evolução histórica e conceito
Duplicata é um título de crédito extraído em decorrência de uma compra e venda mercantil ou da prestação de serviços cuja o pagamento será feito a prazo. Caso o pagamento seja superior a 30 dia, a extração da duplicata será obrigatória; caso o prazo seja inferior a sua extração será facultativa. Por esta razão, a duplicata será um título cuja a natureza jurídica será de um título de crédito causal, haja vista que o seu saque demanda a existência de uma causa.
Situações Jurídicas:
A) Emitente/Sacador
O emitente sacador teremos a figura do comerciante ou do prestador de serviços. Logo, será aquele que fará o saque da duplicata e por esta razão fará jus ao recebimento do preço acertado.
B) Recebedor/Sacado
Será o destinatário da mercadoria ou da prestação do serviço contratado. Por tal razão, terá o dever de realizar o pagamento da duplicata. Para tanto, a duplicata necessita ser válida e cumprir seus requisitos extrínsecos.
Nesse sentido, é a redação do artigo 02 da lei 5.474/68
Endosso: Como já estudado, o endosso será prestado no verso do título de crédito e poderá ser em branco ( quando não houver a identificação do endossatário) ou em preto ( quando o endossatário for identificado). Na mesma forma o endosso poderá ser a ordem ou não a ordem.
Aval: É a operação na qual exige-se que um terceiro atue como um garantidor do cumprimento da obrigação constante. É assim, uma operação similar ao instituto da fiança .
Relembrando, o aval poderá ser prestado de forma simultânea ou sucessiva. Caso o aval seja prestado em branco, ou seja, sem a indicação da data em que for prestado, será na forma do entendimento do STF, considerada a primeira situação.
Aceite: É a operação na qual uma pessoa reconhece a obrigação de realizar o pagamento do valor constante em um determinado título de crédito. Tendo em vista que a duplicata é um título essencialmente causal, ou seja, demanda a existência de uma causa anterior (compra e venda ou prestação de serviços), uma vez que a sua emissão sem justa causa configura crime. O aceite neste caso será prestado pelo própria sacado.
A) Ordinário: Ocorrerá quando o sacador por sua própria conta encaminhará ao sacado no prazo de 30 dias, contados da emissão da fatura para o aceite do sacado, que deverão presta-li quando não se tratar de uma obrigação vencível à vista no prazo máximo de 10 dias. Está será portanto, a oportunidade em que o comprador/ contratante, verifique a exatidão da fatura e da duplicata. Que uma vez com forme representará a sua concordância em pagar o valor devido
B) Por comunicação: Neste caso o sacador contratara um terceiro interveniente que necessariamente será uma instituição bancária ou assemelhada (as cooperativas de crédito).
Neste caso o sacador encaminhará a fatura para que, mediante a sua indicação à instituição bancária possa emitir a duplicata em face do sacado.
C) Por presunção: Ocorrerá na situação em que a conduta do sacado faça presumir a sua concordância como as informações constantes no título de crédito, qual seja a duplicata. Na prática, é o momento em que o sacado assina um recibo em que afirma ter recebido determinado produto ou concorde com a prestação de um determinado serviço. Também poderá ocorrer em que houver o saque de uma triplicata
Recusa do aceite: Ocorrerá nas situações em ocorrer uma justa causa para que o sacado deixe de concorda com as informações constantes da duplicata. Ocorre nas seguintes situações:
A) Não recebimento da mercadoria ou seu recebimento com avarias
B) Vícios: Abrange a noção de problemas relacionados a qualidade de serviços prestadas, bem como quando houver divergência com a relação a qualidade ou quantidade das mercadorias.
C) Divergência em preço e prazo: Ocorrerá quando houver uma incongruência entre a informação constante na fatura e a informação constante na duplicata ou quando houver divergência entre o pactuado e o realizado pelo sacador.
05) Protesto: Ocorrerá quando houver uma recusa imotivado pelo sacado ou quando este se tornar inadimplente. O protesto ocorrerá dentro do prazo de 30 dias, a partir do vencimento, sempre no domicílio do sacado.
Poderá ocorrer ainda por indicação, situação em que o título cambial não estará presente ou será substituído por elementos do aceite por presunção ou ainda no caso de emissão de uma triplicata.
Da Triplicata
Triplicata: Trata-se de uma espécie de terceira via da fatura sobre uma duplicata já extraída. Deverá observar os mesmos requisitos de validade da duplicata. Portanto, deverá ser idêntica a duplicata perdida ou extraviada.
b) situações de saque: a triplicata será obrigatoriamente extraída quando houver a perda ou extravio de uma duplicata em que não houve aceite.
Caso se trate do extravio ou perda de uma duplicata aceita, o sacador/credor deverá lançar mão de uma ação substituição cambial ou de uma ação anulatória. Permitindo assim, que seja realizado o saque de uma duplicata
Da execução da duplicata: Artigo 784, I CPC/2015 
Execução mediante protesto: Deve ocorrer sempre em que ocorrer uma situação, onde não houver o aceite da duplicata, oportunizando o pagamento extrajudicial. A baixa do protesto será de responsabilidade do devedor.
Execução sem protesto: Ocorrerá nas situações em que houver o aceite da duplicata.
Prazos prescricionais:
A) Contra o devedor e seus avalistas: 03 anos
 
b) Contra codevedores: 01 ano
Regresso: 01 ano a partir do pagamento, os avalistas e co-devedores poderão exercer a ação de regresso.

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