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D CONSTITUCIONAL - 100 Questões Discursivas respondidas

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Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
E-book comprado por Laisa De Freitas Da Silva Oliveira - CPF: 016.146.971-08 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.questoesdiscursivas.com.br 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
3 
 
 
 
AUTORES: 
BALTAZAR RODRIGUES 
Procurador do Estado do Rio de Janeiro - PGE/RJ. Sócio do 
escritório Fontana, Maurell, Gaio e Rodrigues Advogados. Mestre 
em Direito Processual pela Universidade do Estado do Rio de 
Janeiro - UERJ. Ex-Diretor Jurídico do Fundo Único de Previdência 
Social do Estado do Rio de Janeiro (Rioprevidência - 2013/2014). 
Aprovado nos seguintes concursos: PGE/RJ (15º lugar - 2010); 
Advogado do BNDES (65º lugar - 2009). 
RODRIGO DUARTE 
Advogado da União. Ex-Oficial de Justiça e Avaliador Federal no 
TRF da 2ª Região; Ex-Técnico Administrativo do Ministério Público 
da União (MPU) e Ex-Técnico de Atividade Judiciária no Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Aprovado e nomeado no concurso 
de Analista Processual do Ministério Público do Rio de Janeiro 
(MPE/RJ). 
MIGUEL BLAJCHMAN (Organizador) 
Advogado. Fundador do site Questões Discursivas. Ex-Analista de 
Planejamento e Orçamento da Secretaria Municipal da Fazenda do 
Rio de Janeiro (SMF/RJ). Aprovado nos seguintes concursos: 
Analista de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do 
Rio de Janeiro (TCE/RJ). Analista e Técnico do Ministério Público do 
Estado do Rio de Janeiro (MPE/RJ) e Advogado da Dataprev. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
4 
 
 
 
SUMÁRIO: 
CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO – PÁGINA 4 
 ADVOGADO – CRA/PR – 2019 - QUADRIX 
INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO – PÁGINA 9 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPDF - 2013 - CESPE 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2013 – BANCA PRÓPRIA 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE – PÁGINA 12 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP 
 PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2017 – BANCA PRÓPRIA 
 PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2016 
 PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
 PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
 PROCURADOR MUNICIPAL - PGM-PAULÍNIA/SP - 2016 – FGV 
 TRIBUNAIS DE CONTAS – TCM/SP - 2015 – FGV 
 ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
 MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/BA - 2014 - CESPE 
CPI – PÁGINA 36 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCMA - 2012 – FGV 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJAM - 2013 – FGV 
 PROCURADOR DO MUNICÍPIO - PGM-RECIFE/PE - 2014 - FCC 
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS – PÁGINA 44 
 PROCURADOR– PGM-FOZ DO IGUAÇU/PR – 2019 – FAPIPA 
 DIPLOMATA – MRE – 2019 – CESPE 
 ANALISTA LEGISLATIVO - CÂMARA DE CARUARU - 2015 – FGV 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCMA - 2018 - CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/AC - 2017 - CESPE 
 PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP 
 ANALISTA – MPE/SP - 2015 – VUNESP 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/RN - 2015 - CESPE 
 MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL - MPE-ES - 2013 - VUNESP 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
5 
 
 
 DEFENSORIA PÚBLICA – DPE/PR – FCC - 2017 
 ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF3 – FCC - 2015 
 ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/TO - 2017 - CESPE 
 POLÍCIA CIVIL - PCBA – 2013 – CESPE 
 POLÍCIA CIVIL - PCBA – 2013 - CESPE 
 ANALISTA JUDICIÁRIO - STJ – 2012 - CESPE 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/ES - 2012 - CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/AC - 2012 - CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPDF - 2013 - CESPE 
EDUCAÇÃO – PÁGINA 84 
 PROCURADOR DO MUNIÍPIO - PGM - CUIABÁ/MT - 2014 - FCC 
FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - TRIBUNAIS DE 
CONTAS – PÁGINA 87 
 AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TCE/MG - 2018 - CESPE 
 MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL - MPE-ES - 2013 - VUNESP 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RR - 2004 - CESPE 
 TRIBUNAL DE CONTAS - TCE/TO – 2008 – CESPE 
 TRIBUNAL DE CONTAS - TCU - 2008 - CESPE 
 TRIBUNAL DE CONTAS - TCE/SP - 2011 - FCC 
 AUDITOR - CONTROLADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO - 
2015 - FMP 
 TRIBUNAL DE CONTAS - TCE/MS - 2013 – BANCA PRÓPRIA 
 PROCURADOR DO BANCO CENTRAL - 2009 - CESPE 
 TRIBUNAL DE CONTAS - TCDF - 2012 - CESPE 
 TRIBUNAIS DE CONTAS - TCM/GO - 2015 - FCC 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA – PÁGINA 109 
 ANALISTA DO MPU - MPU - 2018 - CESPE 
 PROCURADOR DO DF - PGDF - 2013 - CESPE 
INTERVENÇÃO – PÁGINA 115 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RN - 2014 - FCC 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS – PÁGINA 117 
 ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - TCE/AM - FCC - 2013 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJAM - 2016 - CESPE 
 PROCURADORIA MUNICIPAL - PGM-FORTALEZA/CE - 2017 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSE – 2008 - CESPE 
ORÇAMENTO - PÁGINA 123 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
6 
 
 
 ANALISTA DE POLÍTICAS PÚBLICAS - SEPLAG-NITERÓI-RJ - 2018 – FGV 
PODER CONSTITUINTE – PÁGINA 125 
 PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/PB – FCC (2018) 
 ANALISTA LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014 - CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO -0 DPE/PE - 2014 - CESPE 
ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA – PÁGINA 131 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/AP - 2006 - CESPE 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – PÁGINA 133 
 OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - ABIN - 2018 - CESPE 
 PROCURADOR LEGISLATIVO (PB) - FCC - 2013 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/AM - 2017 - CESPE 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/RR - 2013 - CESPE 
PODER EXECUTIVO – PÁGINA 140 
 DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RS – FCC (2018) 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJPA - 2014 – VUNESP 
 PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MA – FCC (2016) 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
PODER LEGISLATIVO – PÁGINA 140 
 ANALISTA - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO SERGIPE – FCC (2018) 
 POLÍCIA DO SENADO - SENADO FEDERAL - 2008 – FGV 
 PROCURADOR DO ESTADO - PGE/MS - 2012 - FCC 
PROCESSO LEGISLATIVO - PÁGINA 153 
 ANALISTA LEGISLATIVO - ASSEMBLEIA DE RONDÔNIA - 2018 – FGV 
 PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2018 – IADES 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPR – 2017 - CESPE 
 MAGISTRATURA FEDERAL – TRF4 – 2016 – BANCA PRÓPRIA 
PODER JUDICIÁRIO - PÁGINA 162 
 MAGISTRATURA ESTADUAL - TJCE - 2018 – CESPE 
 PROCURADOR - ASSEMBLEIA DO MARANHÃO - 2013 – FGV 
 ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPB – 2011 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJAC – 2012 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJMA – 2013 - CESPE 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJMA – 2013 - CESPE 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
7 
 
 
NACIONALIDADE – PÁGINA 179 
 DIPLOMATA – MRE – 2018 – CESPE 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – PÁGINA 181 
 JUIZ DE DIREITO - TJPE - FCC - 2013 
 DEFENSOR PÚBLICO - DPE/SE - 2012 - CESPE 
SEGURANÇA PÚBLICA – PÁGINA 184 
 POLÍCIA CIVIL – PCES – 2010 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCAL – 2012 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – POLÍCIA FEDERAL – 2013 – CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA – PCRJ – 2012 – FUMARC 
SÚMULA VINCULANTE – PÁGINA 191 
 PROCURADOR - PGM-MANAUSPREV/AM - 2015 - FCC 
 MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE 
TRATADOS INTERNACIONAIS – PÁGINA 194 
 MAGISTRATURA FEDERAL - TRF5 - 2018 - CESPE 
 MAGISTRATURAESTADUAL - TJCE - 2018 - CESPE 
 ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
 DIPLOMATA - MRE - 2016 - CESPE 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCCE - 2014 - VUNESP 
 DELEGADO DE POLÍCIA - PCSP - 2014 - VUNESP 
 ANALISTA LEGISLATIVO - CÂMARA DOS DEPUTADOS – 2014 - CESPE 
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8 
 
 
 CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO 
ADVOGADO – CRA/PR – 2019 - QUADRIX 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O objeto da Constituição é, em linhas gerais, estabelecer a estrutura 
do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição do poder, a 
forma de seu exercício e os limites de sua atuação, assegurar os direitos e as 
garantias dos indivíduos, fixar o regime político e disciplinar os fins 
socioeconômicos do Estado, bem como os fundamentos dos direitos 
econômicos, sociais e culturais. D 
Em que pese exista alguma divergência doutrinária sobre o tema, entre 
os elementos da Constituição, destacam-se os orgânicos (que estabelecem as 
normas sobre a estrutura do Estado e o exercício do Poder), os limitativos (que 
limitam a ação dos poderes estatais e dão a tônica do Estado de Direito), os 
socioideológicos (as normas que revelam o caráter de compromisso das 
constituições modernas entre o Estado individualista e o Estado Social), os de 
estabilização constitucional (normas destinadas a assegurar a solução de 
conflitos constitucionais, a defesa da Constituição, do Estado e das instituições 
democráticas) e os formais de aplicabilidade (normas que estatuem regras de 
aplicação das constituições). 
Na linha do pensamento de Hans Kelsen, o ordenamento jurídico é 
constituído a partir de uma estrutura hierarquizada de normas, na qual 
emerge a supremacia da Constituição, tida como ponto de apoio e condição 
de validade de todas as normas jurídicas, na medida em que é a partir dela 
que se desencadeia o processo de produção normativa. É dizer, portanto, que 
todas as normas do ordenamento jurídico devem, necessariamente, estar 
afinadas e em absoluta conformidade com as disposições constitucionais. 
Inicio, pois, minha palestra com estas perguntas: que é uma Constituição? 
Qual é a verdadeira essência de uma Constituição? Em todos os lugares e a 
toda hora, à tarde, pela manhã e à noite, estamos ouvindo falar da 
Constituição e de seus problemas constitucionais. Na imprensa, nos clubes, 
nos cafés e nos restaurantes, é este o assunto obrigatório de todas as 
conversas. E, apesar disso, ou por isso mesmo, formulada em termos precisos 
esta pergunta: qual será a verdadeira essência, o verdadeiro conceito de uma 
Constituição? Estou certo de que, entre essas milhares de pessoas que falam 
dela, existem muito poucos que possam dar‐nos uma resposta satisfatória. 
Ferdinand Lassalle. O que é uma Constituição? São Paulo: Edições e 
Publicações Brasil, 1933 (com adaptações). Considerando que o texto acima 
tenha caráter exclusivamente motivador, redija um texto dissertativo acerca 
do tema a seguir. Ordenamento jurídico, Constituição e norma fundamental 
Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: a) 
objeto da Constituição; b) elementos da Constituição; e c) supremacia da 
Constituição. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
9 
 
 
 INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
DEFENSOR PÚBLICO - DPDF - 2013 - CESPE 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em relação ao princípio da unidade da Constituição, ele ganha relevo 
autônomo como princípio interpretativo quando com ele se quer significar que 
o Direito Constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições 
(antinomias, antagonismos) entre as suas normas e, sobretudo, entre os 
princípios jurídicos-políticos constitucionalmente estruturantes. Como ponto 
de orientação, guia de discussão e fator hermenêutico de decisão, o princípio 
da unidade obriga o intérprete a considerar a Constituição na sua globalidade 
e procurar harmonizar os espaços de tensão existentes entre as normas 
constitucionais a concretizar. Daí que o intérprete deva sempre considerar as 
normas constitucionais não como normas isoladas e dispersas, mas sim como 
preceitos integrados em um sistema interno unitário de normas e princípios. 
No tocante à interpretação conforme à Constituição, é o princípio no 
qual o intérprete adota a interpretação mais favorável à CRFB, considerando-
se seus princípios e jurisprudência, sem, contudo, afastar-se da finalidade da 
lei. Possui algumas dimensões que deverão ser observadas: a prevalência da 
CRFB, que é a essência deste método, já que enfatiza a supremacia da Lei 
Maior; a conservação da norma, visto que, ao adotar a interpretação que vai 
ao encontro da Constituição, propicia-se sua eficácia e evita-se que seja 
declarada inconstitucional e deixe de ser aplicada. 
Por serem as normas constitucionais normas jurídicas, sua interpretação 
requer o entendimento de conceitos e elementos clássicos. Todavia, as 
normas constitucionais apresentam determinadas especificidades que as 
singularizam. Em razão disso, foram desenvolvidas ou sistematizadas 
categorias doutrinárias próprias, identificadas como princípios específicos ou 
princípios instrumentais de interpretação constitucional, que constituem 
premissas conceituais, metodológicas ou finalísticas que devem anteceder, no 
processo intelectual do intérprete, a solução concreta da questão posta. Tais 
princípios, embora não expressos no texto da Constituição, são reconhecidos 
pacificamente pela doutrina e pela jurisprudência. Luís Roberto Barroso. 
Curso de direito constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e 
a construção do novo modelo. 4.ª ed., 2013, p. 
322 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima 
apresentado tem caráter meramente motivador, discorra sobre o significado 
dos seguintes princípios de interpretação constitucional: unidade da 
Constituição [valor: 1,20 ponto]; interpretação conforme a Constituição 
[valor: 1,20 ponto]; presunção de constitucionalidade [valor: 1,20 ponto]; 
efetividade [valor: 1,20 ponto]. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
10 
 
 
Além disso, também há a exclusão da interpretação contra legem, o 
que impossibilita que a lei seja interpretada contrariamente ao seu texto 
literal com o intuito de considerá-la constitucional; há espaço de interpretação 
que dita que este método só pode ser aplicado quando houver a possibilidade 
de opção, ou seja, deve existir mais de uma interpretação para então optar-se 
por aquela conforme a Constituição. Também ocorre rejeição ou não aplicação 
de normas inconstitucionais, em que sempre que o juiz analisar a lei utilizando 
todos os métodos existente e verificar que ela é contrária à Constituição 
deverá declarar a sua inconstitucionalidade E, por fim, o intérprete não pode 
atuar como legislador positivo, ou seja, aquele que interpreta a lei não pode 
dar a ela uma aplicabilidade diversa daquela almejada pelo legislativo, pois, 
caso assim proceda, considerar-se-á criação de uma norma regra pelo 
intérprete e a atuação deste com poderes inerentes ao legislador, o que é 
proibido. 
No que tange ao princípio da presunção de constitucionalidade, ele 
encerra uma presunção iuris tantum, que pode ser infirmada pela declaração 
em sentido contrário do órgão jurisdicional competente. Em sua dimensão 
prática, o princípio se traduz em duas regras de observância necessária pelo 
intérprete e aplicador do direito: (a) não sendo evidente a 
inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se 
considerar a norma como válida, deve o órgão competente abster-se da 
declaração de inconstitucionalidade; (b) havendo alguma interpretação 
possível que permita afirmar-se a compatibilidade da norma com a 
Constituição, em meio a outras que carreavampara ela um juízo de invalidade, 
deve o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito 
em vigor. 
Por fim, acerca do princípio da efetividade (ou da máxima efetividade), 
ele consiste em atribuir na interpretação das normas oriundas da Constituição 
o sentido de maior eficácia, utilizando todas as suas potencialidades. Assim, a 
uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que maior eficácia lhe 
dê. É um princípio operativo em relação a todas e quaisquer normas 
constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da atualidade das 
normas programáticas, é hoje invocado no âmbito dos direitos fundamentais 
(no caso de dúvidas deve preferir-se a interpretação que reconheça maior 
eficácia aos direitos fundamentais). 
 
 
MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2013 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Diferencie as técnicas decisórias da interpretação conforme a Constituição e 
da inconstitucionalidade parcial sem redução de texto, fornecendo ao menos 
um exemplo de aplicação de cada uma delas. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
11 
 
 
A interpretação constitucional utiliza alguns princípios próprios e 
possui peculiaridades e complexidades que lhe são inerentes. Saliente-se que 
há uma ligação umbilical entre a interpretação constitucional e a 
interpretação das leis, pois a jurisdição constitucional concretiza-se, em 
grande parte, pela verificação da compatibilidade entre a lei ordinária e as 
normas da Constituição. 
 
Entende-se por interpretação conforme a Constituição como sendo 
uma técnica que não afeta o enunciado legal, mas atinge seu significado 
normativo possível, mediante declaração de constitucionalidade condicionada 
à observância de uma única interpretação compatível com o texto 
constitucional. 
 
Por sua vez, entende-se por inconstitucionalidade parcial sem redução 
de texto como sendo uma técnica que não afeta o enunciado legal, mas atinge 
seu significado normativo possível, mediante declaração de 
inconstitucionalidade restrita a um dos significados possíveis do enunciado. 
 
No tocante aos exemplos, em relação à interpretação conforme à 
Constituição, temos o notório entendimento do STF no sentido de que a 
tipificação penal do aborto não abrange a seara dos fetos anencéfalos. Já um 
exemplo de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto temos a ADI 
1.946, na qual o STF declarou a inconstitucionalidade parcial sem redução de 
texto do art. 14 da Emenda Constitucional 20/98 (que instituiu o teto para os 
benefícios previdenciários do RGPS), para excluir sua aplicação ao benefício do 
salário maternidade (licença gestante), que deve ser pago sem sujeição a teto 
e sem prejuízo do emprego e do salário, conforme o art. 7º, XVIII, da CRFB. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
12 
 
 
 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJSP – 2019 – VUNESP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O controle de constitucionalidade é um dos temas mais importantes do 
direito constitucional. Pode ser conceituado, basicamente, como a 
possibilidade de declaração de invalidade de leis, tendo como parâmetro a 
Constituição. 
Sua origem remonta ao caso Marbury vs Madison, onde a Suprema 
Corte Americana declarou que um conflito entre uma norma ordinária e uma 
norma constitucional seria resolvido com a prevalência desta última, tendo em 
vista a sua superioridade normativa. Sua importância decorre do óbvio 
parâmetro que se estabelece para avaliar a validade das normas editadas no 
ordenamento jurídico pátrio. 
Há classicamente duas modalidades de controle: o incidental e o 
concentrado. O controle incidental (ou difuso) é exercido por todos os órgãos 
julgadores, sem a necessidade de deslocamento de competência caso a 
questão da inconstitucionalidade da norma seja suscitada no processo. Em 
geral, seu efeito é inter partes: ou seja, só é aplicável àquele caso sob exame 
pelo juízo. No Brasil, o art. 97 da CRFB prevê a aplicação da chamada reserva 
de Plenário: quando um órgão colegiado é chamado a analisar a validade de 
uma norma, a sua inconstitucionalidade deve ser declarada por maioria 
absoluta de seus membros. 
Já o controle concentrado (ou principal) baseia-se na indicação de um 
órgão julgador específico para a análise da constitucionalidade das leis, em 
geral um órgão de cúpula. Seus efeitos, em geral, são erga omnes, se 
espraiando por todo o ordenamento, a fim de conferir segurança jurídica à 
aplicação das leis. 
No Brasil, seu principal instrumento é a ação direta de 
inconstitucionalidade, de competência do STF. Sua legitimidade é restrita às 
autoridades ou instituições previstas no art. 103 da CRFB, sendo que alguns 
deles, como os Governadores de Estado ou as confederações sindicais, devem 
comprovar a pertinência da norma impugnada com seus interesses 
institucionais (no primeiro caso, uma lei que impacte no ordenamento ou nas 
Disserte sobre o tema: Controle judicial de constitucionalidade. 1. Origem. 
Conceito e Importância. 2. Controle incidental ou difuso. Características. 
Efeitos. Reserva de Plenário. 3. Controle concentrado ou principal. 
Características. Ação Direta de Inconstitucionalidade. Legitimidade e 
pertinência temática. Efeitos temporais e modulação. Obs.: No 
desenvolvimento da dissertação, o candidato deverá levar em consideração 
rigorosamente os itens e subitens, de acordo com a ordem proposta. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
13 
 
 
finanças daquele Estado e, no segundo caso, uma lei que tenha sido editada 
acerca do âmbito de atuação daquela entidade). 
Finalmente, por a inconstitucionalidade ser um vício que afeta a norma 
em seu plano de validade, ela acaba fulminando-a desde seu nascedouro. 
Contudo, em alguns casos isso acaba gerando situações injustas, uma vez que 
a lei foi aplicada na prática. Assim, a legislação autoriza que o Supremo 
Tribunal Federal module esses efeitos, sendo resguardada a segurança jurídica 
(art. 27 da Lei 9.868/99). 
 
 
PROCURADOR AUTÁRQUICO - UNICAMP - 2018 – VUNESP 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A cláusula de reserva de plenário é um mecanismo constitucional 
relativo ao controle difuso de constitucionalidade brasileiro, insculpida no art. 
97 da CRFB, a qual determina que o julgamento da inconstitucionalidade de 
uma lei ou ato normativo do Poder Público, quando realizada por um Tribunal, 
só será possível pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos 
membros de seu órgão especial. 
A 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado X violou a Cláusula da 
Reserva de Plenário, pois, no exercício do controle difuso de 
Considere a seguinte situação hipotética: A Assembleia Legislativa do Estado 
X, visando aumentar a arrecadação do ente federativo, instituiu por lei 
ordinária um novo imposto a ser pago por todos os contribuintes de forma 
mensal. Mélvio, residente no Estado X, efetuou o pagamento do imposto por 
3 (três) meses, mas, por duvidar da constitucionalidade da lei em questão, 
ajuizou uma ação declaratória de inexistência de débito, cumulada com 
repetição de valores pagos, aduzindo, dentre outros argumentos e de forma 
incidental, que a nova lei estadual é inconstitucional. Distribuída a ação, o juiz 
da 1a Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital do Estado X julgou 
improcedentes os pedidos iniciais por entender que a norma está em plena 
consonância com a Constituição Federal. Irresignado com a sentença, Mélvio 
interpôs recurso de apelação que foi distribuído à 4a Câmara de Direito 
Público do respectivo Tribunal de Justiça do Estado. Ao julgar o recurso, a 4a 
Câmara do Tribunal de Justiça acolheu os argumentos da apelação e, embora 
não tenha declarado expressamentea inconstitucionalidade da lei, afastou a 
sua incidência. Considere ainda que no momento do julgamento a matéria 
não havia sido analisada pelo órgão especial ou pleno do Tribunal de Justiça, 
tampouco pelo Supremo Tribunal Federal. A partir do caso e das informações 
apresentadas, responda ao seguinte: a) Discorra sobre a Cláusula de Reserva 
de Plenário. b) No caso hipotético indicado, a 4a Câmara de Direito Público do 
Tribunal de Justiça violou a Cláusula da Reserva de Plenário? Justifique. 
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constitucionalidade, nos termos apregoados pelo art. 97 da CRFB, o 
julgamento da inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo do Poder 
Público, quando realizada por um Tribunal, só será possível pelo voto da 
maioria absoluta dos seus membros ou dos membros de seu órgão especial. 
No caso hipotético apresentado, muito embora não tenha declarado 
expressamente a inconstitucionalidade da norma, o órgão fracionário (4ª 
Câmara) afastou a incidência da norma, e, conforme Súmula Vinculante nº 10, 
viola a cláusula de reserva de plenário a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de 
lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em 
parte. 
Por derradeiro, não há, no caso, as hipóteses de mitigação da cláusula 
de reserva de plenário previstas pela jurisprudência do STF e reafirmada pelo 
artigo 949, parágrafo único, do CPC/2015, quais sejam: 1) existência de 
pronunciamento do plenário ou órgão especial do próprio Tribunal; ou 2) 
pronunciamento do plenário do STF sobre a questão; e, o enunciado afirma 
expressamente que a matéria não foi objeto de análise pelo plenário do TJ 
Estadual, tampouco pelo STF. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
INCONSTITUCIONALIDADE - INCIDENTE - DESLOCAMENTO DO PROCESSO 
PARA O ÓRGÃO ESPECIAL OU PARA O PLENO - DESNECESSIDADE. Versando a 
controvérsia sobre ato normativo já declarado inconstitucional pelo guardião 
maior da Carta Política da Republica - o Supremo Tribunal Federal - descabe o 
deslocamento previsto no artigo 97 do referido Diploma maior. O julgamento 
de plano pelo órgão fracionado homenageia não só a racionalidade, como 
também implica interpretação teleológica do artigo 97 em comento, evitando 
a burocratização dos atos judiciais no que nefasta ao princípio da economia e 
da celeridade. A razão de ser do preceito está na necessidade de evitar-se que 
órgãos fracionados apreciem, pela vez primeira, a pecha de 
inconstitucionalidade arguida em relação a um certo ato normativo. (AI 
168149 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Segunda Turma, julgado em 
26/06/1995, DJ 04-08-1995 PP-22520 EMENT VOL-01794- 19 PP-03994) 
 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL - TJMS - 2015 – VUNESP 
 
É possível a realização de controle de constitucionalidade no âmbito da ação 
civil pública? Fundamente sua resposta de modo que aborde o seguinte: a) 
exercício do controle de constitucionalidade mediante instrumentos que 
qualifiquem a questão constitucional como questão prejudicial ou incidental; 
b) exercício do controle de constitucionalidade mediante instrumentos que 
qualifiquem a questão constitucional como questão principal; c) se a ação civil 
pública serve como instrumento de constitucionalidade de caráter 
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15 
 
 
 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O controle de constitucionalidade realizado de forma concreta ou 
incidental é aquele em que a questão da constitucionalidade encontra-se na 
causa de pedir e não no pedido, ou seja, em qualquer demanda em que se 
pretenda um bem da vida, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
poderá ser alegada como questão prejudicial, a ser resolvida antes do 
julgamento do mérito da demanda. 
O controle de constitucionalidade realizado de forma abstrata é aquele 
em que a questão da constitucionalidade encontra-se como questão central 
de mérito no processo, demandando uma declaração que afirme ou negue o 
caráter constitucional desse dispositivo. Nesse caso, o controle será realizado 
por ações específicas previstas na Constituição Federal (Ação Direta de 
Inconstitucionalidade, Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, 
Ação Declaratória de Constitucionalidade e Arguição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental), a serem julgadas pelo STF. 
A ação civil pública não consta do rol referido no item b, portanto, 
somente pode ser realizado o controle concreto ou incidental de 
constitucionalidade por meio dela. Conforme entendimento do STF, é cabível 
a ação civil pública como instrumento de controle difuso de 
constitucionalidade quando a alegação de inconstitucionalidade integra a 
causa de pedir, e não o pedido estrito. 
A inconstitucionalidade de determinado dispositivo legal pode ser 
alegada em ação civil pública, desde que a título de causa de pedir, e não de 
pedido, pois nessa hipótese o controle de constitucionalidade terá caráter 
incidental. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
(...) 3. CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA. A não recepção do Decreto-Lei 
no 972/1969 pela Constituição de 1988 constitui a causa de pedir da ação civil 
pública e não o seu pedido principal, o que está plenamente de acordo com a 
jurisprudência desta Corte. A controvérsia constitucional, portanto, constitui 
apenas questão prejudicial indispensável à solução do litígio, e não seu pedido 
único e principal. Admissibilidade da utilização da ação civil pública como 
instrumento de fiscalização incidental de constitucionalidade. Precedentes do 
STF. (RE 511961, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado 
em 17.06.2009, DJe-213 DIVULG 12.11.2009 PUBLIC 13.11.2009 EMENT VOL-
02382-04 PP- 00692 RTJ VOL-00213- PP-00605). 
prejudicial/incidental e/ou principal; d) posicionamento do Supremo Tribunal 
Federal acerca do controle de constitucionalidade na ação civil pública. 
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MAGISTRATURA FEDERAL – TRF2 – 2017 – BANCA PRÓPRIA 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 
A temática da modulação está prevista no art. 27 da Lei nº 9.868/99 e 
no art. 11 da Lei nº 9.882/99. Ambos os dispositivos aludem ao fato de que, 
ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista 
razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o 
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, 
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a 
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 
 
O STF reiteradamente faz uso da modulação, ou seja, acaba por 
admitir sua compatibilidade, situação que é seguida por boa parte da 
doutrina. Importante ressaltar que a modulação pode ocorrer no controle 
abstrato e no controle concreto. O novo CPC também faz previsão da 
modulação. 
 
No que toca ao momento da modulação, ela pode ocorrer enquanto 
não transitar em julgado o acórdão, sendo certo que a jurisprudência do STF 
reconhece, quando a Corte não tenha apreciado a incidência ou não da 
modulação quando do julgamento do mérito da questão constitucional, a 
possibilidade de a matéria ser suscitada também via embargos de declaração. 
 
Acerca da legitimidade, considerando a omissão legal em definir a 
legitimidade especifica para a provocação da questão de modulação, ela 
poderá ser suscitada ex officio tanto pelo Relator quanto por qualquer outro 
julgador (seja do STF, seja das demais instancias), assim como pelos demais 
atores da relação processual, como o Ministério Público, a AGU e eventuais 
amici curiae. 
 
Por fim, considerando que as leis que instituem ou majoram tributos 
podem em tese acarretar questões de insegurança jurídicaou de excepcional 
interesse social, poderão elas, em tese, sofrer modulação. Essa modulação, 
todavia, deve ser excepcionalíssima, na medida em que a conduta de 
permanente modulação de inconstitucionalidade de leis que instituem tributos 
por mero argumento de "prejuízo ao Erário" termina por incentivar a produção 
de leis inconstitucionais e premiar o Estado por sua própria 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem ampliado a chamada 
“modulação dos efeitos” da pronúncia de inconstitucionalidade da lei. Analise 
a compatibilidade de tal prática para com o sistema brasileiro de controle de 
constitucionalidade, assim como o momento adequado e a legitimidade para 
a sua provocação, bem como a sua aplicabilidade às leis que instituem ou 
majoram tributos. 
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torpeza, gerando enriquecimento estatal às custas do sacrifício de direitos 
fundamentais do contribuinte. Ademais, o juiz deve ser imparcial em suas 
decisões, sem pender para mera preocupação com eventuais prejuízos de seus 
julgados aos cofres públicos. 
 
 
PROCURADOR DO ESTADO – PGE/MT – FCC - 2016 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
O processo de elaboração da norma em questão seria inconstitucional 
sob quatro aspectos: vício de iniciativa: trata-se de projeto de lei de iniciativa 
privativa do Governador do Estado; inadequação da via eleita: para 
organização da Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso é necessária lei 
complementar, cujo quorum de aprovação é o da maioria absoluta dos 
membros da assembleia Legislativa; procedimento de análise do veto (a 
Assembleia Legislativa não poderia introduzir alteração no texto vetado) e 
promulgação da lei (após a rejeição do veto, o projeto deveria ser enviado ao 
Governador do Estado para promulgação e somente se esta não tivesse 
ocorrido no prazo de 48 horas é que caberia ao Presidente da Assembleia 
Legislativa fazê-lo). 
O Governador do Estado está legitimado a questionar a 
constitucionalidade da Lei Ordinária em face da Constituição do Estado, por 
meio de Ação Direta de Inconstitucionalidade, ajuizada perante o Tribunal de 
Justiça de Mato Grosso. 
ESTUDO DE CASO - Projeto de lei ordinária alterando a organização da carreira 
de Procurador do Estado de Mato Grosso, de autoria de determinado 
Deputado Estadual, é aprovado pela maioria simples dos membros da 
Assembleia Legislativa, presente a maioria absoluta à sessão de votação. É, 
então, enviado ao Governador do Estado, que dentro do prazo de quinze dias 
acaba por vetá-lo totalmente. O projeto retorna, assim, à Assembleia 
Legislativa, que introduz pequena modificação no texto, sendo em seguida o 
veto do Chefe do Poder Executivo Estadual rejeitado pela maioria absoluta de 
seus membros, e a lei consequentemente promulgada e publicada pelo 
Presidente da Assembleia Legislativa. Reputando irregular o processo de 
elaboração da norma nessas condições, o Governador do Estado pretende 
questionar sua constitucionalidade, em sede judicial. À luz da disciplina da 
matéria na Constituição da República e na Constituição do Estado de Mato 
Grosso, responda fundamentadamente às seguintes indagações acerca da 
situação hipotética acima apresentada: a. Sob quais aspectos o processo de 
elaboração da norma em questão acima referida seria inconstitucional? b. 
Estaria o Governador do Estado legitimado a questionar a constitucionalidade 
da lei em sede judicial? Em caso negativo, por quê? Em caso afirmativo, qual 
a medida cabível e o juízo competente? (Elabore sua resposta definitiva em 
até 40 linhas) 
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18 
 
 
 
 
PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
1. Cabe ADI de lei estadual em face da Constituição do estado – cabe aos 
Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos 
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada 
a atribuição da legitimação para agir a um único (art. 125, § 2o, da CF). 
2. Proposta a ação direta em face da Constituição Estadual, será competente 
o Tribunal de Justiça, que é o guardião do direito constitucional estadual. 
3. O controle, no caso, é concentrado, pois se trata de lei em tese. 
4. Não há necessidade de simetria – previsão que não afronta a CF, já que é 
ausente o dever de simetria para com o modelo federal, que impõe apenas a 
pluralidade de legitimados para a propositura da ação (art. 125, § 2o, 
CF/1988). [ADI 119, rel. min. Dias Toffoli, j. 19-2-2014, P, DJE de 28-3-2014.]. 
5. Cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do recurso 
extraordinário, porque se trata de questão constitucional (CF, art. 102, III, “a”). 
6. Cabe recurso extraordinário, porque as normas constitucionais estaduais 
reproduzem dispositivos da Constituição Federal. 
Leia, com atenção, as informações a seguir. Analise o caso em que um partido 
político, com representação da Câmara Legislativa, ajuizou ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI) em face de determinada lei estadual. O 
fundamento é a afronta de uma lei estadual em face da Constituição do 
Estado que, por sua vez, reproduz dispositivo da Constituição Federal. A ação 
foi julgada procedente e a lei foi declarada inconstitucional com eficácia geral. 
Considerando o exposto, redija um texto dissertativo e (ou) descritivo 
respondendo aos questionamentos “é cabível a referida ação declaratória de 
inconstitucionalidade? É possível recorrer dessa decisão?”. Aborde, 
necessariamente os tópicos a seguir. a) Explique se é cabível o controle de 
constitucionalidade de lei estadual em face da Constituição do Estado, e qual 
o órgão competente para o julgamento da ADI na justiça estadual. b) Indique, 
no que tange aos legitimados para propor ação declaratória de 
inconstitucionalidade, se deve existir simetria entre o modelo federal e o 
estadual. c) Indique se cabe recurso da decisão que julgou procedente a ADI 
e a quem tal recurso deveria ser dirigido. d) Indique se a Procuradoria da 
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e a Procuradoria do Estado de Goiás 
poderiam recorrer, mesmo sem ter legitimidade para a ADI. e) Indique se a 
recorrente, no caso narrado, em cabendo o recurso, teria, como a fazenda 
pública, prazo em dobro. 
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19 
 
 
7. Se não houvesse a reprodução, não caberia o recurso (Brasília, 27 de 
setembro de 2006. Ministro GILMAR MENDES Relator * decisão publicada no 
DJU de 10.10.2006). 
8. O STF fixou entendimento de que a legitimidade recursal no controle 
concentrado é paralela à legitimidade processual ativa. Caberia ao 
governador do estado, por exemplo, assinar o recurso, e não o procurador. (RE 
774057 AgR / SP – SÃO PAULO . AG. REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO. Julgamento: 30/11/2018). 
9. O prazo para interpor o recurso extraordinário é de 15 (quinze) dias – CPC, 
art. 1.003, § 5o: excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor 
os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. 
10. Segundo entendimento do STF, não há prazo em dobro nos processos 
objetivos - CPC, art. 183. 
 
 
PROCURADOR – ASSEMBLEIA LEGISLATIVA/GO – 2019 – IADES 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
1. A ADPF tem previsão no art. 102, § 1o da CF; 
2. Os legitimados para ação direita são os mesmo da ADPF - Podem propor 
arguição de descumprimento de preceito fundamental: I - os legitimados para 
a ação direta de inconstitucionalidade (art. 2o, da Lei no 9.882/1999); 
3. Os legitimados para ADI estão na Constituição Federal (CF), art. 103 e seus 
incisos; 
Leia, com atenção, as informações a seguir. Analise o caso de um cidadão que 
interpôs ação de descumprimento de preceito fundamental(ADPF) perante o 
Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir a inconstitucionalidade de 
determinada lei pré-constitucional em face da Constituição de 1998. Na ação, 
foi formulado um pedido para que, se não conhecida a ADPF, ela fosse 
recebida como ação direta de inconstitucionalidade (ADI). O estado de Goiás 
e a Assembleia Legislativa de Goiás foram intimados para se manifestarem. 
Com base nessas informações, redija um texto dissertativo e (ou) descritivo 
respondendo ao questionamento “é correto afirmar que a áDPF será julgada 
procedente?”. Aborde necessariamente, os tópicos a seguir: a) Quem são os 
legitimados para ajuizar a ADPF? b) O que é o princípio da subsidiariedade? c) 
Seria admitido, no caso narrado, o recebimento da ADPF como ADI? d) No 
procedimento da ADPF, o relator poderia indeferir a inicial liminarmente, e tal 
decisão é recorrível? 
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20 
 
 
4. O princípio da subsidiariedade significa que não cabe ADPF quando houver 
outro meio eficaz para sanar a lesividade, por exemplo, quando couber ADI, 
ADC etc. Não será admitida arguição de descumprimento de preceito 
fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade 
(art. 4o, § 1o, da Lei no 9.882/1999); 
5. À ADPF cabe direito pré-constitucional. Caberá também arguição de 
descumprimento de preceito fundamental: I - quando for relevante o 
fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, 
estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição (art. 1o, 
parágrafo único da Lei no 9.882/1999); 
6. Não caberia o recebimento, porque não cabe ADI de lei pré-constitucional, 
nem o legitimado está correto; 
7. O STF não admite a fungibilidade da ADPF pela ADI quando se tratar de erro 
grosseiro; 
8. O relator pode indeferir liminarmente, pois o cidadão não é legitimado para 
o ajuizamento da ADPF. A petição inicial será indeferida liminarmente pelo 
relator, quando não for o caso de arguição de descumprimento de preceito 
fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nessa lei ou for inepta (art. 
4o da Lei no 9.882/1999); 
9. Liminar é no início do processo, sem ouvir as partes; e 
10. Cabe recurso de agravo em cinco dias – art. 4, § 2o, da Lei no 9.882/1999. 
 
 
PROCURADOR MUNICIPAL - PGM-PAULÍNIA/SP - 2016 – FGV 
 
O Prefeito do Município X, com o objetivo de promover o ecoturismo na 
região, negocia há longa data com representantes do ramo hoteleiro a fixação 
de uma Área de Proteção Ambiental – APA e a edição de um Plano de 
Desenvolvimento Turístico. Anos após o início das negociações, o Município X 
edita a Lei n. 123, que define a área da APA e aprova o referido Plano de 
Desenvolvimento Turístico. Entretanto, esta Lei vem a ser declarada 
inconstitucional pelo Tribunal de Justiça, em controle concentrado de 
constitucionalidade. Com isso, o presidente de uma grande rede de hotéis, 
ingressa com Ação de Responsabilidade Civil em face do Município X, 
alegando: i) responsabilidade por omissão legislativa do Município X, pela 
demora na aprovação da Lei, frustrando sua legítima expectativa; e ii) 
responsabilidade civil pela declaração de inconstitucionalidade da Lei n. 123, 
que lhe causou comprovados prejuízos decorrentes do início das obras de 
construção de um hotel no Município X. Sobre o caso, responda: A) Procede a 
responsabilidade por omissão legislativa no caso? Justifique. B) Procede a 
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SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A responsabilidade civil do Estado é um tema polêmico, que sempre 
traz diversos questionamentos. A regra geral está prevista no art. 37, § 6º, da 
CRFB, segundo o qual os entes públicos (suas autarquias, fundações e 
prestadoras, ainda que empresas privadas, de serviços públicos) serão 
responsáveis pelos danos que seus agentes causarem a terceiros. 
Boa parte da doutrina e jurisprudência pátrias defende a tese de que 
aquele dispositivo prevê a responsabilidade objetiva do Estado. Ou seja: uma 
vez comprovado o nexo de causalidade entre a conduta do agente (lícita ou 
ilícita) e o dano sofrido por terceiro, o Estado terá a obrigação de indenizar, 
independentemente de qualquer elucubração acerca de eventual dolo ou 
culpa do agente público. 
Contudo, é importante ressaltar que a tese da responsabilidade 
objetiva não é aplicada em todas as situações. Por regra, ela é muito bem 
aceita em condutas comissivas de agentes estatais, bem como em atos 
negociais (contratos, por exemplo). Por outro lado, o enunciado em comento 
trata de dois atos de império por excelência: a elaboração de lei e a realização 
de controle de constitucionalidade pelo Judiciário. 
Em primeiro lugar, um particular jamais pode entender que o 
Município é responsável por um ato que depende da vontade soberana de dois 
Poderes: o Executivo, que deveria enviar o projeto de lei, e o Legislativo, que 
aprovará o projeto após discussões e deliberações de diversos membros. O 
processo legislativo não é ato negocial, pois configura verdadeiro ato de 
império (tal como a declaração de guerra e o exercício da diplomacia, ainda 
que comercial), sobre o qual não se pode responsabilizar o ente público, sob 
pena de engessar toda e qualquer elaboração legislativa. O que se admite, em 
casos bastante excepcionais, é a responsabilização por leis de efeitos 
concretos, desde que os prejuízos e o nexo de causalidade sejam provados 
inequivocamente pelo particular (o que não parece ser o caso em tela). 
Ademais, a mera demora no processo legislativo não implica em 
omissão legislativa nesse caso. A jurisprudência até reconhece, em remotas 
hipóteses, a responsabilidade estatal, mas apenas se houver obrigação 
prevista constitucionalmente para o envio (e não aprovação) do projeto de lei, 
desde que seja essencial para a disciplina e/ou tutela de direitos. No enunciado 
em comento, nenhum desses requisitos está presente, uma vez que existia 
mera expectativa do particular que o agente público conseguisse (por meios 
políticos) a aprovação de projeto que lhe seria favorável. 
No que tange à declaração de inconstitucionalidade, igualmente se 
está diante de um ato de império, neste caso do Poder Judiciário. As decisões 
responsabilidade em decorrência de declaração de inconstitucionalidade da 
Lei n. 123? Justifique. 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
22 
 
 
judiciais, em regra, não ensejam qualquer responsabilidade do Estado por se 
tratarem de atos apolíticos e neutros, mas passíveis de impugnação inclusive 
por terceiros que demonstrem interesse jurídico em sua reforma. 
Excepcionalmente admite-se a mitigação dessa regra nas hipóteses de erro 
judiciário grave, em que haja a lesão a direitos humanos (por exemplo, a 
privação da liberdade decretada em processo criminal). 
Não se vislumbra, também, responsabilidade do Município na 
declaração da inconstitucionalidade da lei. A aprovação de ato legislativo é 
uma conduta legítima de qualquer esfera de governo, apresentando-se como 
clássico ato de império, não passível de indenização. O que o particular 
poderia requerer, em remotíssima hipótese, seria a responsabilização direta 
do agente público, em nome deste, mas devendo provar o dolo específico em 
causar o vício que deu origem à inconstitucionalidade. 
 
 
TRIBUNAIS DE CONTAS – TCM/SP - 2015 – FGV 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em primeiro lugar, é necessário pontuar que a lei padece de grave vício 
formal de inconstitucionalidade. Com efeito, algumas matérias previstas na 
Constituição guardam a chamada reserva de iniciativa, com fundamento no 
princípio da separação de poderes. Vale dizer: com o intuito de evitar 
desequilíbrios ou até mesmo ingerências entre os diferentes poderes,o 
legislador constitucional entendeu por bem reservar a iniciativa dessas 
matérias para o Chefe do Poder Executivo (regra que é aplicada aos demais 
entes da Federação em virtude do princípio da simetria). 
Note-se que justamente uma dessas matérias é a organização, o 
regime jurídico ou a remuneração dos servidores públicos (consoante 
disposição do art. 61, § 1º, II, “c”, da C‘FB). E esse é o tema sobre o qual a lei 
tratada no enunciado versa, o que conduz inevitavelmente à 
inconstitucionalidade. Perceba-se que a mera sanção da lei com vício de 
iniciativa pelo Chefe do Poder Executivo não supre a irregularidade, tal como 
enunciado na Súmula 5 do Supremo Tribunal Federal (aplicada até hoje). 
Um grupo de vereadores, com forte apoio popular, encaminhou projeto de lei 
à respectiva Casa Legislativa promovendo o aumento da remuneração de 
todos os servidores públicos municipais. O projeto foi aprovado pela Câmara 
Municipal e sancionado pelo Chefe do Poder Executivo em solenidade muito 
festiva, tornando-se, portanto, lei. Pouco tempo depois, o Prefeito Municipal 
arrependeu-se de ter apoiado a iniciativa e solicitou à Procuradoria do 
Município que analisasse a possibilidade de não cumprir a lei. À luz do 
exposto, responda de forma fundamentada: a – A lei apresenta algum vício de 
inconstitucionalidade? b – O Prefeito municipal pode deixar de cumprir a lei? 
Questões Discursivas – www.questoesdiscursivas.com.br 
23 
 
 
A princípio, o Prefeito não pode se furtar de cumprir a lei, pois uma 
norma geral e abstrata é dotada de coercitividade, devendo ser de 
observância por todos, indistintamente. No entanto, não se pode perder de 
vista que se está diante de um Chefe de Poder, independente. Assim, o Prefeito 
tem o direito (talvez até o dever) de orientar a Administração Pública acerca 
de uma possível inconstitucionalidade, notoriamente sobre um tema que 
impacta diretamente nas contas públicas. 
Portanto, vem sendo reconhecida a possibilidade de o Chefe do 
Executivo editar um decreto em que determina a não aplicação de uma norma, 
desde que de maneira fundamenta e seguida do manejo da ação cabível para 
a sua impugnação pela via judicial (no caso, a representação de 
inconstitucionalidade, de competência do Tribunal de Justiça). 
 
 
ADVOGADO DA UNIÃO – AGU - 2016 - CESPE 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
A ação declaratória de constitucionalidade foi regulada pela Lei nº 
9.868/99, tendo como objetivo a declaração de conformidade de uma lei ou 
ato normativo federal autônomo (não regulamentar) com a CRFB. Nesse tipo 
de ação, é feita a análise em abstrato da norma impugnada, sem avaliar sua 
aplicação a um caso concreto. A legitimidade ativa para propor a ação está 
prevista no art. 103 da CRFB, que é bem mais amplo do que o rol previsto na 
Lei nº 9.868/99. 
Diversamente da ação direta de inconstitucionalidade, que pode ser 
manejada contra lei ou ato normativo estadual e federal, a ação declaratória 
de constitucionalidade tem por alvo apenas lei ou ato normativo federal. 
Acerca do procedimento, a petição inicial indicará o dispositivo da lei ou do 
ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido, o pedido, 
com suas especificações, e a existência de controvérsia judicial relevante 
Determinado estado da Federação editou lei que torna o exercício da 
acupuntura uma exclusividade dos médicos. Dada a existência de relevante 
controvérsia doutrinária sobre a aplicação dessa lei, o Conselho Federal de 
Medicina (CFM) ajuizou no Supremo Tribunal Federal (STF) ação declaratória 
de constitucionalidade (ADC) pedindo que o tribunal declare sua 
constitucionalidade. Com base na jurisprudência do STF e nas normas 
constitucionais, redija um texto dissertativo acerca da viabilidade da ADC 
apresentada. Em seu texto, aborde 1 - a finalidade da ADC e a presunção de 
constitucionalidade das normas; [valor: 2,00 pontos] 2 - a legitimidade do 
CFM para ajuizar ADC; [valor: 2,50 pontos] 3 - o objeto da ADC; [valor: 2,50 
pontos] 4 - a relevante controvérsia sobre a aplicação da norma objeto da 
referida ADC como requisito para sua propositura. [valor: 2,50 pontos] 
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24 
 
 
sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória, consoante o art. 
14 da Lei nº 9.868/99. 
Aduza-se que a controvérsia deve ser jurídica, com decisões judiciais 
conflitantes, e não a mera cizânia doutrinária. Afinal, a inexistência de 
pronunciamentos judiciais distintos faria com que a ADC se tornasse um 
instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei ou 
ato normativo federal, o que desconfiguraria a natureza jurisdicional que 
qualifica a atividade desenvolvida pelo STF. 
No que se refere ao julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade 
ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se em um 
ou em outro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros. 
Ademais, proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente 
eventual ação direta de inconstitucionalidade ajuizada. Isso ocorre porque a 
ADC é uma ADI de sinal trocado. 
Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo 
em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, 
poderá o STF, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos 
daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito 
em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Referido 
procedimento é chamado de modulação dos efeitos jurídicos. 
A doutrina e a jurisprudência apontam que a ADC busca transformar a 
presunção relativa de constitucionalidade das normas em presunção absoluta. 
Apesar de as normas possuírem uma presunção de constitucionalidade, essa 
presunção é apenas relativa, o que pode levar ao constante questionamento 
de sua constitucionalidade. Com isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC 
para confirmar essa constitucionalidade relativa, transformando-a em 
absoluta. 
Os legitimados para a ADC são os mesmos para propor a ação direta 
de inconstitucionalidade: o Presidente da República, os governadores, a Mesa 
da Câmara dos Deputados, a Mesa do Senado Federal, a Mesa de 
Assembleia/Câmara Legislativa; o Procurador-Geral da República, o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partido político com 
representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional. 
Em relação ao CFM, ele não se configura como uma entidade de classe, 
mas uma entidade de fiscalização profissional. O rol do art. 103 da CRFB 
(legitimados para ADI e ADC) é taxativo, de forma que a única entidade de 
fiscalização é o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
“O ajuizamento da ação declaratória de constitucionalidade, que faz 
instaurar processo objetivo de controle normativo abstrato, supõe a 
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existência de efetiva controvérsia judicial em torno da legitimidade 
constitucional de determinada lei ou ato normativo federal. Sem a 
observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se inviável a 
instauração do processo de fiscalização normativa in abstracto, pois a 
inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por 
converter, a ação declaratória de constitucionalidade, em um inadmissível 
instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei 
ou ato normativo federal, descaracterizando, por completo, a própria 
natureza jurisdicional que qualifica a atividade desenvolvida pelo Supremo 
Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação que exige a 
comprovação liminar, pelo autor da ação declaratória de constitucionalidade, 
da ocorrência,'em proporções relevantes', de dissídio judicial, cuja existência 
-- precisamente em função do antagonismo interpretativo que dele resulta -- 
faça instaurar, ante a elevada incidência de decisões que consagram teses 
conflitantes, verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um 
cenário de perplexidade social e de provocar grave incerteza quanto à 
validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal." (ADC 8-
MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 13-10-1999, Plenário, DJ de 4-
4-2003.) No mesmo sentido: ADC 1, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 
1º-12-1993, Plenário, DJ de 16-6-1995. 
“áceita a idéia de que a ação declaratória configura uma áDI com sinal 
trocado, tendo ambas caráter dúplice ou ambivalente, afigura-se difícil 
admitir que a decisão proferida em sede de ação direta de 
inconstitucionalidade seria dotada de efeitos ou conseqüências diversos 
daqueles reconhecidos para a ação declaratória de constitucionalidade. 
Argumenta-se que, ao criar a ação declaratória de constitucionalidade de lei 
federal, estabeleceu o constituinte que a decisão definitiva de mérito nela 
proferida -- incluída aqui, pois, aquela que, julgando improcedente a ação, 
proclamar a inconstitucionalidade da norma questionada -- 'produzirá eficácia 
contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e do Poder Executivo' (Art. 102, § 2º da Constituição Federal de 
1988). Portanto, sempre se me afigurou correta a posição de vozes 
autorizadas do Supremo Tribunal Federal, como a de Sepúlveda Pertence, 
segundo a qual, 'quando cabível em tese a ação declaratória de 
constitucionalidade, a mesma força vinculante haverá de ser atribuída à 
decisão definitiva da ação direta de inconstitucionalidade." (Rcl 2.256, voto do 
rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9-2003, DJ de 30-4-2004.) 
“LEGITIMIDADE - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - CONSELHOS - 
AUTARQUIAS CORPORATIVISTAS. O rol do artigo 103 da Constituição Federal 
e exaustivo quanto a legitimação para a propositura da ação direta de 
inconstitucionalidade. Os denominados Conselhos, compreendidos no genero 
"autarquia" e tidos como a consubstanciar a espécie corporativista não se 
enquadram na previsão constitucional relativa as entidades de classe de 
âmbito nacional. Da Lei Basica Federal exsurge a legitimação de Conselho 
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único, ou seja, o Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Dai a 
ilegitimidade "ad causam" do Conselho Federal de Farmacia e de todos os 
demais que tenham idêntica personalidade jurídica - de direito público. (ADI 
641 MC, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Relator(a) p/ Acórdão: Min. 
MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 11/12/1991, DJ 12-03-1993 PP- 
03557 EMENT VOL-01695-02 PP-00223) 
GABARITO DA BANCA EXAMINADORA: 
O candidato deverá abordar os seguintes aspectos: 1- A finalidade da ADC e 
a presunção de constitucionalidade das normas - A ADC visa transformar a 
presunção relativa de constitucionalidade das normas (juris tantum) em 
presunção absoluta (jure et de jure). Apesar de as normas possuírem uma 
presunção de constitucionalidade, essa presunção é apenas relativa, o que 
pode levar ao constante questionamento de sua constitucionalidade. Com 
isso, mostra-se viável o ajuizamento de ADC para confirmar essa 
constitucionalidade relativa, transformando-a em absoluta. Assim, caso a ADC 
seja julgada procedente, a constitucionalidade da norma não poderá mais ser 
questionada, seja pelos demais órgãos do Poder Judiciário, seja pela 
administração pública (art. 102, § 2.º, da CF). 2- A legitimidade do CFM para 
ajuizar ADC - O CFM, por não ser entidade de classe, mas uma entidade de 
fiscalização profissional, não é legitimado para propor ADC, pois , conforme 
previsto no art. 103 da CF, o rol dos legitimados para propor ADC é taxativo e 
não inclui esse tipo de entidade de fiscalização. A única exceção, entre os 
conselhos de classe, é o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, 
em virtude de menção expressa na CF. Assim, não se mostra viável a ADC 
apresentada, por ilegitimidade ativa ad causam. Nesse sentido: ADI 641 MC, 
relator para Acórdão min. Marco Aurélio, DJ 12/03/1993; ADI 1997, relator 
ministro Marco Aurélio, DJ 8/6/1999. 3 O objeto da ADC A ADC, nos termos 
do art. 102, I, a, da CF, somente poderá ter por objeto lei ou ato normativo 
federal, não sendo possível sua propositura com base em norma estadual. Por 
mais esse motivo, não se mostra viável a ADC apresentada, já que norma 
estadual não pode ser objeto desse tipo de ação. 4- A relevante controvérsia 
sobre a aplicação da norma objeto da ADC como requisito para sua 
propositura É indispensável que haja controvérsia jurídica relevante sobre a 
aplicação da norma para justificar a propositura da ADC, não bastando a 
relevante controvérsia doutrinária. Trata-se de requisito indispensável para o 
conhecimento da ação, com o fim de justificar eventual insegurança na 
aplicação da norma. De acordo com o “TF, “a inexistência de pronunciamentos 
judiciais antagônicos culminaria por converter a ação declaratória de 
constitucionalidade em um inadmissível instrumento de consulta sobre a 
validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, 
descaracterizando, por completo, a própria natureza jurisdicional que 
qualifica a atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal” (áDC 8, 
relator ministro Celso de Mello, DJ 4/4/2003). Por tal razão, também não se 
mostra viável a ADC apresentada. 
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27 
 
 
 
 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/SP - 2012 - FCC 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Em regra, o Chefe do Poder Executivo Estadual apresenta legitimidade 
ampla para ajuizar a ação direta de inconstitucionalidade, em virtude do 
disposto no art. 103, V, da CRFB. Contudo, a doutrina e a jurisprudência já 
entendem, de longa data, restringindo a sua legitimidade aos atos de seu 
Estado. Caso deseje impugnar um ato de outro Ente, o Governador do Estado 
deverá apresentar razões que justifiquem seu interesse. Se por um lado não 
há uma exigência de pertinência temática tão grande quanto no caso das 
entidades de classe, por outro também não se tutela a impugnação a atos 
normativos que não apresentam nenhum gravame para aquele Estado 
específico. 
Por outro lado, existia ainda entendimento de que atos com vício de 
iniciativa, mas posteriormente sancionados, não poderiam ser objeto de ação 
direta de inconstitucionalidade que alegasse o vício formal. O entendimento 
era tão sólido que chegou a ser consolidado na mencionada Súmula nº 5 do 
STF.Não é despiciendo lembrar que o processo legislativo é um conjunto de 
atos de autoridades destinadas a produzir um ato normativo dotado, em 
regra, de generalidade e abstração, as leis. Como expressão mais conhecida 
da soberania popular, as leis são elaboradas com base no ideal democrático 
de participação, em harmonia com a independência que deve nortear a 
relação entre os três poderes da República. 
Assim, os arts. 61 e seguintes da CRFB determinam as etapas do 
processo legislativo: a iniciativa, discussão, deliberação, sanção, promulgação 
e publicação. A iniciativa de leis de interesse direto do Poder Executivo é 
privativa deste Poder (art. 61, §1º, da CRFB), exatamente para preservar sua 
independência, garantindo a perfeita atuação do sistema de freios e 
contrapesos, evitando que o Poder Legislativo abuse de seu direito 
constitucionalmente legítimo em desfavor da Administração Pública. 
Porém, mesmo diante de uma lei cuja iniciativa é privativa do 
Executivo, o Chefe deste Poder ainda apresenta outro momento para frear 
Projeto de lei estadual de rigem parlamentar que criou um programasocial, 
no Âmbito da Administração Estadual, não foi vetado pelo anterior 
Governador do Estado e assim se converteu em lei. Com base nessa premissa, 
responda de forma fundamentada: a. Essa lei é constitucional? b. Pode o atual 
Governador do Estado propor Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o 
Supremo Tribunal Federal ou ha impedimento, nos termos da Sumula 5 do 
Supremo Tribunal Federal? Obs.: A Súmula nº 5 do Supremo Tribunal Federal 
assim está editada: "A sanção do projeto supra a falta de iniciativa do Poder 
Executivo.”. 
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28 
 
 
sua inserção no mundo jurídico: a sanção, prevista no art. 66, §1º, da CRFB, 
que prevê a possibilidade de veto por razões jurídicas, dentre elas, 
logicamente, o vício de iniciativa. Dispondo de meios para tentar obstar a 
produção de efeitos do ato normativo, entendia-se que a sanção do projeto 
importava em aquiescência com seu conteúdo e a derrogação do vício formal 
e, consequentemente, importando em abuso de direito e benefício em virtude 
de sua própria torpeza o manejo da ação direta de inconstitucionalidade para 
arguir esse mesmo vício. No entanto, houve uma guinada expressiva neste 
entendimento. 
Atualmente, casos como a lei que cria de programa que interfira 
diretamente na Administração Estadual, considerados como de iniciativa 
privativa do Chefe do Poder Executivo, podem ser arguidos pelo próprio a 
qualquer tempo, sem configurar abuso de direito ou aquiescência. 
Em primeiro lugar, entende-se que o vício de iniciativa não pode ser 
suprido pela sanção, por estar ínsito na formação do ato, por existir desde o 
começo. Assim, a sanção do projeto ou seu veto pelo Governador é irrelevante 
para que a nulidade do ato seja arguida, notadamente pela necessidade de 
defesa da Constituição. Em segundo lugar, o manejo da ação direta de 
inconstitucionalidade não é do Estado da Federação, mas do próprio 
Governador, como figura política. Dessa maneira, considera-se que sua 
propositura é um ato de disposição política, e não jurídica, ficando a seu 
critério até mesmo impugnar ato por ele elabora, uma vez que seu juízo de 
conveniência política pode assim requerer que o faça, especialmente por conta 
de mudanças nas circunstâncias governamentais. 
Assim, a fim de impugnar a lei mencionada no enunciado da questão, 
que é inconstitucional por vício de iniciativa (art. 61, § 1º, II, alíneas “a”, “b” e 
“e”), é possível que o Governador proponha ação direta de 
inconstitucionalidade, já que resta superado o entendimento outrora 
consagrado na Súmula nº 5 do STF. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
O Plenário julgou procedente pedido formulado em ação direta para declarar 
a inconstitucionalidade da Lei 6.841/1996 do Estado de Mato Grosso. A norma 
impugnada, de iniciativa parlamentar, dispõe sobre a indenização por morte 
e invalidez permanente dos servidores públicos militares do referido Estado-
membro. Segundo alegado, a norma em comento ofenderia os artigos 2º; 61, 
§ 1º, II, c e f; 63, II; e 84, III, todos da CF, a ensejar sua inconstitucionalidade 
formal, porquanto se trataria de matéria relativa a regime jurídico dos 
servidores militares, a implicar acréscimo de despesa pública. O Colegiado, de 
início, afastou a preliminar de decadência da ação direta, aplicável, no caso, o 
Verbete 360 da “úmula do “TF (“Não há prazo de decadência para a 
representação de inconstitucionalidade prevista no art. 8º, parágrafo único, 
da Constituição Federal”). Também rejeitou argumento segundo o qual teria 
havido a convalidação do ato impugnado 
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29 
 
 
em razão da sanção do governador, haja vista o vício formal de iniciativa. 
Quanto ao mérito, a Corte destacou que a locução “regime jurídico” 
abrangeria, entre outras regras, aquelas relativas aos direitos e às vantagens 
de ordem pecuniária dos servidores públicos. Ademais, a lei teria criado 
indenização a ser paga pelo Executivo. ADI 3920/MT, rel. Min. Marco Aurélio, 
5.2.2015. (ADI-3920) 
Por ofensa à iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo para a 
propositura de leis sobre o regime jurídico dos servidores públicos (CF, art. 61, 
§ 1º II, c), o Tribunal, julgando procedente a ação direta ajuizada pelo 
Governador do Estado do Rio de Janeiro, declarou a inconstitucionalidade da 
Lei 1.786/91, do mesmo Estado, de origem parlamentar ("Art.1º - Os 
servidores aposentados, por exceção, em razão de exercício de atividades 
consideradas penosas, insalubres ou perigosas serão considerados, para 
efeito de cálculo dos triênios incorporados aos seus proventos, como se em 
atividade estivessem até o necessário para integralizar o percentual máximo 
atribuível aos servidores em atividade. Parágrafo único - As disposições desta 
lei são estendidas aos professores excetuados na aposentadoria por norma 
constitucional, bem como a outras categorias funcionais em idêntica situação, 
definidas em outras leis."). O Tribunal considerou ainda que a sanção tácita 
da lei não supre o vício formal por falta de iniciativa do Chefe do Poder 
Executivo. Precedentes citados: Rp 890-GB (RTJ 69/625); ADInMC 1.070-MS 
(DJU de 15.995); ADInMC 1.963-PR (DJU de 7.5.99). ADIn 700-RJ, 
rel. Min. Maurício Corrêa, 23.5.2001.(ADI-700) 
 
 
MAGISTRATURA ESTADUAL – TJPA – 2011 - CESPE 
 
 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 
á emenda constitucional, por ser de iniciativa de integrante da 
respectiva ássembleia Legislativa e por tratar de condições de ingresso e 
promoção no quadro de oficiais combatentes militares do Estado, possui vício. 
Emenda constitucional de iniciativa da assembleia legislativa de determinada 
unidade da Federação tratou das condições para ingresso e promoção no 
quadro de oficiais combatentes dos militares no âmbito do estado-membro. 
O governador do estado, então, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade 
relativa a essa emenda junto ao Supremo Tribunal Federal. Com base na 
situação hipotética acima, responda, de forma fundamentada e de acordo 
com a jurisprudência da suprema corte, ao seguinte questionamento: A 
emenda constitucional padece de vício de inconstitucionalidade formal? 
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30 
 
 
O vício é a inconstitucionalidade formal subjetiva, já que 
apresentada por pessoa não legitimada para o processo legislativo. Com base 
no art. 61, § 1º, II, f, da C‘FB, aplicada por simetria aos Estados e com base 
no entendimento do “TF, o projeto deveria ter sido apresentado apenas pelo 
governador por ser matéria de competência privativa. 
 
á emenda apresentada pelo integrante da ássembleia Legislativa 
violou uma competência privativa do Governador (Executivo), ou seja, 
também macula o princípio da separação de poderes. Não é de hoje que vigora 
a teoria da separação dos poderes, cujo escopo não é apenas o surgimento de 
governos autocráticos, mas também o de racionalizar o funcionamento do 
Estado, fazendo-o atuar segundo um sistema de freios e contrapesos. O 
regime presidencialista e um Estado federal como o nosso prevalece não 
apenas no plano do governo da União, mas em todos os demais níveis político-
administrativos, incluindo, por óbvio, os estados e municípios 
 
Por fim, saliente-se que, com base no entendimento do STF, o vício 
formal não é superado pelo fato de a iniciativa legislativa ostentar hierarquia 
constitucional estadual. 
 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
 
EMENTá: áÇÃO DI‘ETá DE INCON“TITUCIONáLIDáDE. EMENDá 
CON“TITUCIONáL QUE DI“PÕE “OB‘E ‘EGIME JU‘ÍDICO DO“ “E‘VIDO‘E“ 
MILITá‘E“ DO E“TáDO DE ‘ONDÔNIá. P‘OJETO O‘IGINáDO Ná á““EMBLEIá 
LEGI“LáTIVá. INCON“TITUCIONáLIDáDE FO‘MáL. VÍCIO ‘ECONHECIDO. 
VIOLáÇÃO â ‘E“E‘Vá DE INICIáTIVá DO CHEFEDO PODE‘ EXECUTIVO. áÇÃO 
JULGáDá P‘OCEDENTE. I - â luz do princípio da simetria, a jurisprudência 
desta “uprema Corte é pacífica ao afirmar que, no tocante ao regime jurídico 
dos servidores militares estaduais, a iniciativa de lei é reservada ao Chefe do 
Poder Executivo local por força do artigo 61, § 1º, II, f, da Constituição. II - O 
vício formal não é superado pelo fato de a iniciativa legislativa ostentar 
hierarquia constitucional. III - áção direta julgada procedente para declarar a 
inconstitucionalidade do artigo 148-á da Constituição do Estado de ‘ondônia 
e do artigo 45 das Disposições Constitucionais Transitórias da Carta local, 
ambos acrescidos por meio da Emenda Constitucional 56, de 30 de maio de 
2007. 
(áDI 3930, ‘elator(a): Min. ‘icardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 
16/09/2009, DJe-200 Divulg 22-10-2009 Public 23-10-2009 Ement Vol-02379- 
02 PP-00310) 
 
PROCURADOR DO ESTADO - PGE/RO - 2011 - FCC 
 
Uma câmara do Tribunal de Justiça considerou inconstitucional dispositivo 
de lei, afastando a incidência da lei no caso, sem, entretanto, declarar 
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31 
 
 
 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
Prevista no art. 97 da CRFB, a cláusula de reserva do plenário (também 
chamada de “fullbench”) menciona que o julgamento da inconstitucionalidade 
de lei ou ato normativo do Poder Público, quando efetuada por tribunal, só 
será possível pelo voto da maioria absoluta dos seus membros ou dos 
membros de seu órgão especial. Saliente-se que isso não impede que os juízos 
singulares declarem a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo no 
controle difuso, bem como não se aplica às turmas recursais dos juizados 
especiais, pois turma recursal não é tribunal. 
Um entendimento importante por parte do STF é que a cláusula de 
reserva de plenário é aplicável somente aos textos normativos erigidos sob a 
égide da atual Constituição. As normas editadas quando da vigência das 
Constituições anteriores se submetem somente ao juízo de recepção ou não 
pela atual ordem constitucional, o que pode ser realizado por órgão 
fracionário dos Tribunais sem que se tenha por violado o art. 97 da CRFB. 
Diante disso, a câmara deveria ter submetido a questão ao Plenário do 
Tribunal ou ao respectivo Órgão Especial e, depois, ficando reconhecida a 
inconstitucionalidade, decidir o mérito do recurso de apelação, observando o 
que foi decidido pelo plenário ou pelo órgão especial. 
JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA: 
Súmula Vinculante nº 10 –Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 
97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder 
Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da 
inconstitucionalidade de preceito normativo a decisão nesse sentido da 
"maioria absoluta de seus membros ou dos membros dos respectivos órgãos 
especiais", está se dirigindo aos tribunais indicados no art. 92 e aos 
respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A referência, portanto, 
não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados especiais (art. 
98, I), os quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não funcionam, na 
esfera recursal, sob regime de plenário ou de órgão especial. [ARE 792.562 
AgR, rel. min. Teori Zavascki, j. 18-3-2014, 2ª T, DJE de 2-4-2014.] 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. LEI 4.156/62. MATÉRIA 
INFRACONSTITUCIONAL. ARGUIÇÃO DE AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DA 
DECISÃO. OFENSA REFLEXA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DA CLÁUSULA DE 
RESERVA DE PLENÁRIO (ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). 
expressamente a sua inconstitucionalidade. Diga se a Câmara agiu em 
acordo ou desacordo com a medida. 
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32 
 
 
INOCORRÊNCIA. NORMA ERIGIDA SOB A ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR. 
RECEPÇÃO DA LEI POR ÓRGÃO FRACIONÁRIO. POSSIBILIDADE. 1. 
Os princípios da legalidade, do devido processo legal, da ampla defesa e do 
contraditório, da motivação das decisões judiciais, bem como os limites da 
coisa julgada, quando a verificação de sua ofensa dependa do reexame prévio 
de normas infraconstitucionais, revelam ofensa indireta ou reflexa à 
Constituição Federal, o que, por si só, não desafia a instância extraordinária. 
Precedentes 2. A cláusula de reserva de plenário (fullbench) é aplicável 
somente aos textos normativos erigidos sob a égide da atual Constituição. 
3. As normas editadas quando da vigência das Constituições anteriores se 
submetem somente ao juízo de recepção ou não pela atual ordem 
constitucional, o que pode ser realizado por órgão fracionário dos Tribunais 
sem que se tenha por violado o art. 97 da CF. Precedentes: AI- AgR 582.280, 
Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 6.11.2006 e AI 831.166-AgR, 
Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, Dje de 29.4.2011. 3. Agravo 
regimental desprovido (AgIN 851.849 AgRg / RT 935). 
 
 
MAGISTRATURA – TJDFT – 2014 - CESPE 
 
 
SUGESTÃO DE RESPOSTA: 
 
É importante notar que a competência para o controle concentrado de 
constitucionalidade, no que tange a uma lei do Distrito Federal, será 
determinada pelo seu conteúdo. Com efeito, sabe-se que aquele ente 
federativo apresenta competências legislativas estaduais e municipais, 
conforme previsto no art. 32, § 1º, da CRFB. 
 
Quando a lei distrital apresentar conteúdo afeto aos Estados, a 
impugnação de sua constitucionalidade será de competência do STF, em 
virtude do disposto no art. 102, I, a, da CRFB. Por outro lado, quando a lei 
distrital apresentar conteúdo municipal, sua constitucionalidade deverá ser 
questionada no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), vez 
que assim dispõe o art. 125, § 2º, da CRFB. Aliás, esse entendimento encontra-
se consagrado na Súmula 642, do STF. 
 
O amicus curiae é uma figura processual importada do direito 
estrangeiro. Inserida pela primeira vez em nosso ordenamento pela Lei nº 
9.868/99, (o art. 7º, § 2º, permite a manifestação de outros órgãos ou 
entidades). Com efeito, o amicus curiae representa uma entidade estranha 
Em relação ao tema do controle de constitucionalidade, responda 
justificadamente aos seguintes quesitos: a- A quem compete julgar Ação 
Declaratória de Inconstitucionalidade contra lei do Distrito Federal que viola 
a Constituição Federal?; b- Qual a natureza jurídica do amicus curiae?; c- Qual 
a distinção entre o instituto da interpretação conforme a Constituição e ação 
declaratória de inconstitucionalidade sem redução de texto? 
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33 
 
 
ao processo originário, mas que apresenta interesse em seu desfecho ou 
notória especialização sobre o tema em debate. 
 
Sua natureza jurídica sempre foi objeto de debate, pois não se encaixa 
propriamente em nenhuma das definições clássicas. Não se trata de uma 
parte do processo, vez que não dispõe de todos os ônus e benefícios que lhe 
usualmente pertence. Por outro lado, há quem defenda que se trata de uma 
intervenção de terceiros sui generis, o que parece ter sido acolhido pelo Novo 
Código de Processo Civil, consoante a topografia de seu art. 138. 
 
Por fim, a interpretação conforme a Constituição é uma técnica de 
hermenêutica que permite ao julgador excluir determinadas hipóteses de 
interpretação, que levariam à aplicação inconstitucional da norma. Por sua 
vez, a declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto é verdadeira 
hipótese de controle de constitucionalidade, pelo qual uma hipótese de 
aplicação é expressamente rechaçada, sem qualquer alteração formal no 
texto da norma.

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