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SUPERESTRUTURA VIÁRIA PUC Minas – Unidade Barreiro Engenharia Civil Prof. Eng. Raphael Santos SUPERESTRUTURA FERROVIÁRIA FERROVIAS – Dormente O dormente é o elemento da superestrutura ferroviária que tem por função receber e transmitir ao lastro, os esforços produzidos pelas cargas dos veículos, servindo de suporte dos trilhos, permitindo a sua fixação e mantendo invariável a distância entre eles (bitola). FERROVIAS – Dormente Para desempenhar tais funções, os dormentes deve ter as seguintes qualidades: As dimensões no comprimento e na largura devem fornecer uma superfície de apoio suficiente para que a taxa de trabalho no lastro não ultrapasse os limite admissíveis; Sua espessura lhe dê necessária rigidez, permitindo, entretanto alguma elasticidade; Suficiente resistência aos esforços; CONTINUA FERROVIAS – Dormente Para desempenhar tais funções, os dormentes deve ter as seguintes qualidades: Permitir, com relativa facilidade, o nivelamento do lastro (socaria) na sua base; Durabilidade; Que se oponha eficazmente aos deslocamentos longitudinais e transversais da via; Permitir boa fixação do trilho, isto é, uma fixação firme sem ser excessivamente rígida. FERROVIAS – Dormente Taxa de dormentação - Número médio de dormentes por quilômetro de via permanente FERROVIAS – Dormente Os dormentes podem ser dos seguintes materiais: – Madeira – Aço – Concreto – Material sintético FERROVIAS – Dormente de Madeira Reúne quase todas as qualidades exigidas para o dormente; Até o presente, o principal tipo de dormente; A introdução dormente de concreto e o de aço visam substituí-lo devido a fatores como a escassez, reflorestamento deficiente e o uso de madeiras; Os de madeira de lei, difícil de achar hoje em dia, de sucupira chegam a durar 30 anos; Relativamente leves: 70kg FERROVIAS – Dormente de Madeira FERROVIAS – Dormente de Madeira A escolha do dormente de madeira está, portanto, condicionada a estes fatores: – Pela sua resistência à destruição mecânica – pela dureza e coesão da madeira; – Pela sua resistência ao apodrecimento (ação de fungos); – Pela maior ou menor facilidade de obtenção; – Por razões de ordem econômica. FERROVIAS – Dormente de Madeira As dimensões dos dormentes variam conforme a bitola. FERROVIAS – Dormente de Madeira VANTAGENS DESVANTAGENS – Leves e de fácil manuseio; – Serragem, furação e entalhamento fácil; – Fixação fácil dos trilhos e placas de apoio; – São pouco afetados pelas severas condições de manuseio e de transporte; – Não são atacados por resíduos industriais poluidores da atmosfera; – Possuem valor residual. – Menor vida útil; – Sofrem a ação de fungos, insetos e fogo; – Permitem gradual abertura da bitola e queda das condições da linha pelo afrouxamento das fixações com o consequente desgaste da via; –Os dormentes especiais para os AMV’s são de preço elevado e de difícil aquisição; – Exigem maior área de armazenagem e secagem quando tratados. FERROVIAS – Dormente de Aço De modo geral, estes dormentes consistem em uma chapa de aço laminado, em forma de “U” invertido, curvada em suas extremidades a fim de formar garras que se introduzem no lastro e se opõe ao deslocamento transversal da via. O dormente metálico é, relativamente, leve e de fácil manuseio e assentamento. Essa leveza, entretanto, é indesejável para linhas de tráfego pesado. FERROVIAS – Dormente de Aço FERROVIAS – Dormente de Aço O aço é, também, grande propagador dos ruídos devidos às vibrações do tráfego e sendo bom condutor de eletricidade, dificulta o isolamento entre as duas filas de trilhos que é necessário para os circuitos de sinalização da linha. O dormente de aço apresenta maior rigidez e fixação do trilho mais difícil. FERROVIAS – Dormente de Aço FERROVIAS – Dormente de Aço FERROVIAS – Dormentes de Aço VANTAGENS DESVANTAGENS – Material perfeitamente homogêneo; – Longa vida útil; – Boa resistência aos esforços transversais. – Maior dificuldade para socaria e nivelamento; – Falta de isolamento elétrico em linhas sinalizadas; – Necessidade de linha com alto padrão de lastro e isenta de impactos na superfície de rolamento. FERROVIAS – Dormente de Concreto O concreto e o aço utilizados obedecem as especificações correntes para esses materiais e a fabricação, cura e manuseio das peças são as mesmas dos artefatos de concreto em geral. Relativamente pesados de 240kg a 300kg, demandando máquinas para assentamento e manutenção. FERROVIAS – Dormente de Concreto Podem ser de três tipos: Concreto protendido (mais usado em ferrovias de carga) Mistos ou polibloco Bi-bloco FERROVIAS – Dormente de Concreto FERROVIAS – Dormente de Concreto FERROVIAS – Dormente de Concreto FERROVIAS – Dormentes de Concreto VANTAGENS DESVANTAGENS – Longa vida útil; – Peso elevado, proporcionando mais elasticidade à via; – Resistência aos agentes atmosféricos; – Características físicas e mecânicas uniformes; – Redução dos custos de manutenção da via. – Necessidade de processo de fabricação apurado; – Dificuldade de transporte e manuseio devido ao peso elevado; – Dificuldade de fixação eficaz; – Necessidade de linha com alto padrão de lastro e nivelamento; – Perda total em caso de acidente. FERROVIAS – Dormente de Plástico Podem ser confeccionados a partir de material reciclado; Possui o mesmo formato dos dormentes de madeira e podem ser usados de modo conjunto na mesma linha; Produção e aplicação ainda em escala inicial. FERROVIAS – Dormente de Plástico FERROVIAS – Dormente de Plástico FERROVIAS – Dormentes de Plástico VANTAGENS DESVANTAGENS – Mais leve do que o dormente de madeira; – Não racha, nem trinca; – Eletricamente não condutivo; – Mantém suas propriedades físicas sem deterioração; – Utiliza mesma fixação dos dormentes existentes; –Absorve vibrações preservando o material rodante e a geometria da via; – Impermeável a água e a efeitos biológicos; – Resistente a óleo Diesel, mineral e graxa; – Livre de produtos químicos tóxicos; – 100% reciclável. – É destruído pela ação do fogo ou contato com objetos de temperatura elevada; – Pode sofrer concorrência direta dos dormentes de madeira em países com reservas florestais abundantes; – Material feito a partir do petróleo (fonte não renovável) cujo preço está sujeito a elevações significativas no mercado internacional; –Tecnologia em desenvolvimento e consolidação no mercado ferroviário. FERROVIAS - Dormentes FERROVIAS – Grade A Grade da ferrovia é formada pelo trilho e o dormente e os elementos de fixação. Preparada antes de se colocar o lastro; Depois de pronta ela é levantada e coloca-se o lastro e procede-se a socaria. FERROVIAS – Grade FERROVIAS - Subleito ou plataforma A plataforma ferroviária é a superfície final resultante da terraplenagem que limita a Infraestrutura. É considerada como suporte da estrutura da via, da qual recebe, através do lastro, as tensões devidas ao tráfego e também as cargas das demais instalações necessárias à operação ferroviária (posteamento, condutores, cabos, sinalização, etc). FERROVIAS – Subleito ou plataforma Assim como no caso das rodovias, as características físicas dos solos nas ferrovias são determinados a partir de métodos tais como: identificação visual, granulometria, sedimentação, limite de liquidez, limite de plasticidade, índice de plasticidade, ISC, etc. FERROVIAS – SublastroO sublastro é o material granular regularmente distribuído entre o lastro e o subleito, com a finalidade de: Melhorar a capacidade de suporte da plataforma Evitar a penetração do lastro na plataforma Aumentar a resistência do leito à erosão e a penetração de água, concorrendo para uma boa drenagem da via Permitir relativa elasticidade ao apoio do lastro para que a via permanente não seja rígida FERROVIAS – Sublastro Material para o sublastro – IG (Índice de Grupo) = 0 (zero) – LL (Limite de Liquidez) = máximo de 35 – IP (Índice de Plasticidade) = máximo de 6 – Expansão máxima de 1% – CBR (Índice de suporte Califórnia) - mínimo de 30% FERROVIAS – Lastro É o elemento da superestrutura situado entre os dormentes e a plataforma. Geralmente é composto por pedra britada, mas também pode ser composto por terra, cascalho, escória, areia. Elemento da estrutura onde são assentados os dormentes. Sua altura, na via principal de circulação, é de 20 a 25 centímetros, sendo esta altura medida a partir da face inferior do dormente. FERROVIAS – Lastro MATERIAIS UTILIZADOS Terra - é o mais barato, porém, o de pior qualidade. É normalmente, saturável pela água, causando desnivelamento na linha (“linha laqueada”), o que é a causa mais frequente de descarrilamentos; Areia - é drenante, pouco compressível, mas facilmente deslocada pela água. Tem o inconveniente de produzir poeira e é extremamente abrasiva. Produz desgaste no material rodante e desconforto aos passageiros; CONTINUA FERROVIAS – Lastro MATERIAIS UTILIZADOS Cascalho - é um bom tipo de lastro que, quando britado, forma arestas vivas. Pode ser utilizado na forma natural encontrada nas cascalheiras. Deve ser lavado para ser separado de terra e outras impurezas; Escória - algumas escórias de usinas siderúrgicas têm dureza e resistência compatíveis com aplicação. São utilizadas em linhas próximas das usinas; CONTINUA FERROVIAS – Lastro Escória de aciaria FERROVIAS – Lastro MATERIAIS UTILIZADOS Pedra Britada - é o melhor tipo de lastro. É resistente, inalterável aos agentes atmosféricos e químicos e permeável, permitindo um perfeito nivelamento (socaria) do lastro. O lastro fica elástico e não produz poeira. FERROVIAS – Lastro FERROVIAS – Lastro Soca ou socaria: É o processo de se compactar o lastro por meio manual ou por meio mecanizado. FERROVIAS – Lastro Soca ou socaria: É o processo de se compactar o lastro por meio manual ou por meio mecanizado. FERROVIAS – Lastro Funções: Distribuir de forma uniforme sobre a plataforma os esforços resultantes das cargas dos veículos, produzindo uma taxa de trabalho menor na plataforma; Impedir os deslocamentos dos dormentes, vertical como horizontalmente; Formar um suporte, até certo limite de forma elástica, atenuando as trepidações resultantes da passagens dos veículos rodantes; CONTINUA FERROVIAS – Lastro Funções: Sobrepondo-se a plataforma, suprimir suas irregularidades, formando uma superfície contínua e uniforme para os dormentes e trilhos; Facilitar a drenagem da superestrutura. FERROVIAS – Lastro Para desempenhar tais funções, o lastro deve ter as seguintes qualidades: Suficiente resistência aos esforços transmitidos; Possuir elasticidade limitada para abrandar os choques; Ter dimensões que permitam sua interposição entre os dormentes e abaixo dos mesmos; Ser resistente aos agentes atmosféricos; Não produzir pó, prejudicial ao material rodante; Deve ser permeável para uma boa drenagem. FERROVIAS – Lastro As especificações adotadas em nosso país seguem tanto quanto possível as especificações da AREMA (American Railway Engineering and Maintenance-of-Way Association). FERROVIAS – Lastro Material para o lastro - Massa específica ≥ 2700 Kg/cm³ - Abrasão Los Angeles ≤ 35% - Resistência à ruptura: 700 kg/cm² - Granulometria: dimensões entre 2 e 6 cm (¾”≤ d ≤ 2 ½) - Substâncias nocivas: a quantidade de substâncias nocivas e torrões de argila não deve ultrapassar 1% Aparelhos de Mudança de Via (AMV) FERROVIAS – AMV Os aparelhos de mudança de via são dispositivos metálicos que permitem a bifurcação de uma via férrea ou, inversamente, a união de duas vias. • AMV comuns • AMV especiais FERROVIAS – AMV AMV comuns FERROVIAS – AMV Comuns Agulhas: As agulhas são peças móveis e invariavelmente paralelas entre si. São ligadas por uma barra de ferro, chamado tirantes das agulhas, ao aparelho de manobra. FERROVIAS – AMV Comuns FERROVIAS – AMV Comuns Coração ou Jacaré: Peça que permite materializar a interseção de dois trilhos, permitindo passagem das rodas numa ou noutra linha. É a parte principal de um AMV. Pode ser constituído de trilhos comuns cortados, usinados e aparafusados e cravados a uma chapa de aço que se assenta no lastro. FERROVIAS – AMV Comuns FERROVIAS – AMV Comuns Contratrilhos: São trilhos de comprimento adequado, colocados junto aos trilhos externos e de um lado e outro do coração tendo por finalidade “puxar” o rodeiro (eixo com rodas) para fora, evitando que os frisos das rodas se choquem contra a ponta do coração. FERROVIAS – AMV Comuns FERROVIAS – AMV Especial Carretão FERROVIAS – AMV Especial Girador FERROVIAS – Triângulo de reversão
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