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A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

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A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE: BREVES CONCEITUAÇÕES
INTRODUÇÃO
A atividade física no meio idoso não é um fenômeno moderno. Podemos considerar que a mesma se faz presente há muito tempo para as pessoas da terceira idade. Porém, as atividades eram realizadas de maneira fragmentada e muitas das vezes eram consideradas como prejudiciais à saúde.
Assim como as representações dos idosos se transformaram ao longo dos anos, a ideia da atividade física, especificamente no que tange à terceira idade também se transformou. De prejudicial, ela passou a ser fundamental, ajudando o idoso de inúmeras formas.
OLHARES DIVERSOS PARA A VELHICE NAS SOCIEDADES: ENTRE O RESPEITO E A MARGINALIZAÇÃO 
Que é ser velho? Pergunta você. E responde: em nossa sociedade, ser velho é lutar para continuar sendo homem. [...] Que é, pois, ser velho na sociedade capitalista? É sobreviver. (CHAUI, Marilena de Souza, p. XVIII).
Intrínseca ao ser humano, a velhice é um processo que possui inúmeras representações de acordo com a sociedade em que esta experiência ocorre. Nas sociedades antigas, especificamente as que não possuíam um sistema de escrita, os idosos assumiam um importante papel social. O respeito a essa parcela da população era fator fundamental para se viver nessas sociedades. 
De acordo com Jacques Le Goff (1992), os idosos eram venerados e prestigiados, pois eram considerados verdadeiros homens-memória, responsáveis pela transmissão aos jovens, do saber e das tradições acumuladas, fundamentais para a organização cultural daquelas sociedades.
Partilhando das ideias de Le Goff, Joel Birman (In: VERAS, 1995), assegura que nas sociedades tradicionais as pessoas idosas possuíam uma aura simbólica que os envolvia, sendo elas as representantes da sabedoria e da experiência vivida, bens preciosos a serem transmitidos para as novas gerações. Assim, a velhice representava o lugar da memória coletiva que se fundamenta na potencialidade de transmissão e evocação dos valores da ancestralidade.
Todas essas idéias e representações sobre a velhice como relevante para as sociedades começaram a ruir com o advento do capitalismo. Nessa sociedade, que gira em torno da exploração do trabalho com vista à geração de lucro, as pessoas idosas não são mais vistas como fundamentais, mas pelo contrário, são consideradas empecilhos para o desenvolvimento da sociedade. 
De acordo com ARRUDA, (1986), As relações e valores advindos do sistema de produção capitalista fazem com que a pessoa idosa seja rotulada como encargo social, vivendo numa época onde o valor do indivíduo é mensurado pela sua capacidade de trabalho. 
Ainda segundo BÜHLER apud FERREIRA, SANTOS, (1979) estamos em uma cultura organizada em função da ação, numa sociedade que valoriza o ser humano pela sua capacidade de produção e que o desvaloriza quando supõe que ele não mais possa produzir aquilo que dele se espera (STEGLICH, 1978). 
Assim, o respeito e a valorização as pessoas idosas deixa de existir com o advento da sociedade capitalista. A marginalização, ou seja, a exclusão dos diversos mecanismos da sociedade passa então a fazer parte da vida dessa parcela da população.
Além da marginalização, há outro componente que auxilia nesse processo de exclusão e diminuição da pessoa idosa: a opressão. Segundo Chaui:
Como se realiza a opressão da velhice? De múltiplas maneiras, algumas explicitamente brutais, outras tacitamente permitidas. Oprime-se o velho por intermédio de mecanismos institucionais visíveis (a burocracia da aposentadoria e dos asilos), por mecanismos psicológicos sutis e quase invisíveis (a tutelagem, a recusa do diálogo e da reciprocidade que forçam o velho a comportamentos repetitivos e monótonos, a tolerância de má fé que, na realidade, é banimento e discriminação), por mecanismos técnicos (as próteses e a precariedade existencial daqueles que não podem adquiri-Ias), por mecanismos científicos (as "pesquisas" que demonstram a incapacidade e a incompetência sociais do velho) (CHAUI, 1987, p.13).
Diversas foram as ações que foram na contramão desse processo, advogando pela “re-inserção” do idoso na sociedade. Esses atos aconteceram primeiramente na esfera internacional, propagando-se na esfera nacional de acordo com seus resultados positivos. A atividade física foi uma dessas ações que mais teve relevância e resultados na re-introdução do idoso na sociedade, como veremos a seguir.
AS ATIVIDADES FÍSICAS E O AUXÍLIO NA CONSTRUÇÃO DO CAMPO SOCIAL DO IDOSO 
Podemos considerar a França como o berço da construção do campo social do idoso. Seu grande expoente foi Pierre Laroque, que na década de 1950 elaborou um relatório que iria nortear esse campo nos vinte anos seguintes. De acordo com Alves Jr, (2004), O campo social do idoso recebeu iniciativas a partir da década de 1950 na França, quando Pierre Laroque foi convidado a desenvolver um relatório para diagnosticar o panorama do idoso francês. O relatório originou uma política interventiva acerca do idoso, que se tornou pragmaticamente efetiva nos vinte anos subseqüentes.
O relatório tinha como eixo norteador a seguinte idéia:
Todos os esforços deveriam ser dirigidos no sentido de manter os idosos integrados ao meio social e econômico, a partir de uma política que privilegiasse múltiplos aspectos: trabalho, renda, ação social, saúde prevenindo ou retardando as doenças da velhice [...] (ALVES JR: 2004, p. 58).
Guillemard (1986) aponta que após o relatório Laroque, o governo decidiu ampliar o sistema de aposentadoria, estimular as reformas dos asilos que não se encontravam em boa situação além de dar condições aos indivíduos envelhecerem em suas próprias residências, favorecendo assim um maior aproveitamento da terceira idade cuja construção de seus princípios estava em curso. 
Graças aos ideais propagados por esse relatório, começaram a surgir ações efetivas que tinhas como prioridade a saúde e o bem-estar do idoso. Alves Jr (2004) aponta que nos anos de 1960, em Grenoble e em Paris, surgiu uma nova dinâmica de ação gerontológica para aumentar a autonomia do idoso. São os clubes da terceira idade e centros de dia que ofereciam condições para se mantivessem ativos. Guillemard (1986) afirma que a velhice não deveria ser representada como declínio, mas como manutenção da vida cotidiana. Baseada no discurso ativista, surgem os animadores socioculturais e esportivos.
Ainda de acordo com Elias et.al (2014), o desenvolvimento da geriatria e da gerontologia social são exemplos desta conscientização que propiciou encontros internacionais voltados à discussão sobre envelhecimento, que começaram a despontar nos anos de 1950 na Europa e EUA. O encontro realizado em Viena em de 1982 deu origem a criação do I Plano de Ação Mundial sobre o Envelhecimento, referência para as nações.
No Brasil, de acordo com PRATA (1990), a partir da década de 1970 há aumento significativo da população idosa, que passa a despertar a atenção para à questão sociocultural do envelhecimento. Nos anos seguintes, programas e projetos surgem em âmbito governamental na busca da inserção efetiva do idoso nas atividades sociais nos campos do lazer, da educação, da atividade física, da cultura, da assistência social e da promoção da saúde, contribuindo à construção do campo do idoso.
Mas por que as primeiras iniciativas nesse sentido envolveram primeiramente a França e os Estados Unidos? Segundo Elias et.al, 
França e EUA foram propagadores, pois vivenciaram primeiramente o envelhecimento da população. Tal campo tornou-se autônomo, pois se configurava como precursor com alto poder de refração. Países que ainda não vislumbravam esta situação construíram seus campos analogamente ao campo precursor (Elias et.al,, 2014, p. 91).
Nesse sentido, entende-se o porquê no Brasil esse processo passou a ser valorizado posteriormente aos países citados acima. 
Apesar dos esforços desses países, as atividades que incluíam os idosos na sociedade ainda eram fragmentadas. As atividades físicas eram uma delas. As mesmas ainda possuíamum empecilho maior para sua realização e legitimação, pois alguns estudos (não conclusivos) afirmavam que elas faziam mal aos idosos, podendo gerar inúmeros malefícios. Porém, essas ideias foram refutadas com o tempo, fazendo com que as atividades físicas passassem a ser valorizadas como um campo benéfico, principalmente para a terceira idade, como veremos a seguir.
OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A TERCEIRA IDADE 
De acordo com Leite (2015), A “terceira idade” é a fase da vida em que se encontram os idosos, aqueles que estão no processo inevitável de envelhecimento. Essa expressão surgiu nos anos 70, com a criação, na França, da primeira Universidade para a Terceira Idade, um espaço direcionado a tratar a velhice de modo diferente, tirando sua conotação negativa, priorizando o lazer e as atividades livres, possível através da despreocupação financeira através de um rendimento fixo mensal, a aposentadoria. Surge daí também a expressão “melhor idade”. 
Mas quem é o indivíduo que está na “Terceira” ou “melhor, idade?” 
De acordo com a Legislação Brasileira, idoso é o indivíduo com idade igual ou superior a 60 anos. Segundo Kopiler (1997), são considerados idosos os indivíduos acima de 65 anos de idade. Porém, segundo publicação da OMS de 1984, essa idade foi diminuída em alguns anos em certos países do Leste Europeu e em alguns países em desenvolvimento. Isso é justificado pela quantidade de pessoas que conseguem atingir
faixas etárias mais elevadas nessas regiões e pelas próprias características anatômicas e fisiológicas desses grupos, ligadas intimamente aos fatores sociais, econômicos e culturais.
De acordo com Leite (2015), a terceira idade não pode ser vista como o momento que antecede a morte e sim como um momento de continuar vivendo até quando não se possa mais. Por isso, a prática de atividade física na terceira idade é primordial.
Ainda de acordo com esse autor, a atividade física é definida como:
O conjunto de ações que o indivíduo faz envolvendo gasto energético e alterações orgânicas maior que os níveis observados em repouso (LEITE, 2015, p. 6)
Dentro das conjunturas anteriormente citadas, Elias et.al (2014) aponta que a atividade física surge como um caminho à vida saudável, pois a saúde não é mais a ausência de doenças, e sim um constructo multifatorial. O idoso, que já não parava mais de trabalhar para morrer, começava a ocupar outros campos sociais em busca do bem-estar e da felicidade. A atividade física surgiu como possibilidade de favorecer esse novo habitus, hoje socialmente aceito e amplamente difundido.
Esse novo habitus possui inúmeras vantagens. A melhora dos reflexos osteoarticulares, o retardo da progressão da osteoporose, aumento da autoestima, entre outros. 
Douglas (1999) faz um apanhado dos inúmeros benefícios das atividades físicas para os idosos. Dentre eles, encontram-se:
- antropométricos e neuromuscular: diminuição da gordura corporal e aumento da massa muscular, flexibilidade e densidade óssea, força muscular;
 
- metabólicos: aumento do volume sistólico, ventilação pulmonar, consumo máximo de oxigênio, diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial;
psicossociais: melhora da autoestima, imagem corporal e diminuição do stress, ansiedade, insônia, consumo de medicamentos é melhora das funções cognitivas e da socialização. 
Podemos considerar que dentre todos esses benefícios, a atividade física possui uma grande capacidade de socialização. Trazendo a pessoa idosa para o convívio social, com o novo, com o diferente e o igual, possibilitando que o idoso não fique mais a margem da sociedade, mas sim, se integre a ela.
CONCLUSÃO
As representações sobre as pessoas velhas mudaram com o passar dos anos e dos séculos. Assim também aconteceu com a ideia da atividade física. De prejudicial, a mesma passou a ser fundamental para os indivíduos da terceira idade. 
As iniciativas fragmentadas deram lugar a um campo legitimado no Brasil e no mundo. Hoje, os efeitos benéficos da atividade física para os idosos são comprovados e propagados na busca de mais adeptos a esse meio. 
Inúmeros são os benefícios da atividade física para os idosos como apontou essa pesquisa. Porém, a mais benéfica das ações, reside no poder da reintegração desses indivíduos a sociedade. Indivíduos estes, que um dia foram marginalizados por uma sociedade capitalista.
REFERÊNCIAS:
ELIAS et.al. O surgimento do campo da atividade física para idosos no Brasil. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais Vol. 6 Nº 11, Julho de 2014.
KOPILER, Daniel Arkader. Atividade física na terceira idade. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 3, Nº 4 – Out/Dez, 1997.
LEITE, Celso. A importância da atividade física na terceira idade. Curitiba, 2015. 
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: EDUSP/T.A. Queiroz, 1987.

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