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2008 SEFE VI - Capacidade de Carga de Estacas Hélice Contínua Previsão por Métodos Semi-Empíricos Versus Provas de Carga

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CAPACIDADE DE CARGA DE ESTACAS HÉLICE CONTÍNUA 
PREVISÃO POR MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS versus PROVAS DE CARGA 
 
 
Carla Therezinha Dalvi Borjaille Alledi, Professora 
CEFETES – Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo. borjaille@cefetes.br 
 
 
Uberescilas Fernandes Polido, Diretor 
GEOCONSULT – Consultoria de Solos e Fundações Ltda. geoconsult@geoconsult.com.br 
 
 
RESUMO 
Este trabalho apresenta e compara a capacidade de carga obtida por provas de carga estática e por 
métodos semi-empíricos para estacas hélice contínua monitoradas. As estacas foram executadas numa área 
experimental na região litorânea da cidade de Vitória-ES. O perfil geotécnico é formado por solos 
sedimentares constituídos por camadas de areia entremeadas por camadas de argila mole de pequena 
espessura, pertencentes ao Período Quaternário. Foram executadas duas estacas teste, de 0,40m de diâmetro, 
com comprimento de 8,0m e 12,0m, instrumentadas em profundidade com strain-gages, em quatro níveis. 
São analisados diversos métodos semi-empíricos de capacidade de carga com base no SPT, SPT-T, CPT e 
DMT. Dentre os métodos analisados, o método Décourt-Quaresma (1978) modificado por Décourt (1996), 
com base no SPT-T, apresentou cargas de ruptura total próximas as obtidas experimentalmente. Já os 
métodos Alonso (1996), Décourt-Quaresma (1978) modificado por Décourt (1996) e Peixoto (2001), com 
base no SPT-T e o método de Peiffer et al.(1991) com base nos resultados de DMT, mostraram-se bons 
indicadores da parcela de carga por atrito lateral. 
 
INTRODUÇÃO 
 A estaca hélice contínua monitorada tem sido cada vez mais utilizada por possuir uma tecnologia que 
proporciona a execução das fundações de forma rápida e, o que é mais importante, com mínimo de vibração 
e barulho, estabelecendo uma grande vantagem, nesse aspecto, quando comparada, por exemplo, com as 
estacas cravadas. 
 No Estado do Espírito Santo, esse tipo de estaca foi executado, pela primeira vez, na cidade de Vitória, 
em fevereiro de 1999, por uma empresa de São Paulo. Ao final do ano de 1999, uma empresa sediada em 
Vitória-ES, iniciou a execução de estacas hélice contínua monitoradas tornando-as mais competitivas como 
alternativa de fundação, comparativamente com outras estacas, usualmente, empregadas na região, como 
estacas pré-moldadas de concreto, tipo Franki e estacas de trilhos usados. Atualmente, é crescente o emprego 
de estacas hélice contínua monitoradas como fundação e também como contenção de terrenos vizinhos 
(escoramentos) em obras de edificações, no Estado do Espírito Santo. 
 No entanto, estudos mais aprofundados sobre essas estacas e os métodos semi-empíricos existentes 
para previsão de sua capacidade de carga foram estabelecidos com base em provas de carga realizadas em 
solos residuais e/ou sedimentares do Período Terciário. Na opinião de Alonso [1], na engenharia de solos, 
não existem “métodos universais”. Assim, os métodos de previsão de capacidade de carga de estacas devem 
ser aplicados apenas aos solos da região onde esse método foi estabelecido. Sua extrapolação para outras 
regiões deve ser feita com critério, procurando aferi-lo por meio de provas de carga estática. 
 Este estudo enfoca a capacidade de carga de estacas hélice contínua monitoradas, de 0,40m de 
diâmetro, com comprimentos de 8,0 e 12,0m, em perfil geotécnico sedimentar pertencente ao Período 
Quaternário. Os resultados da capacidade de carga obtidos, experimentalmente, por meio de provas de carga 
instrumentadas, levadas até a ruptura foram comparados com as previsões de capacidade de carga dos 
principais métodos semi-empíricos propostos na literatura. Foram analisados métodos que utilizam 
resultados de ensaios SPT, SPT-T, CPT e DMT. 
 
 
ÁREA EXPERIMENTAL 
 
 A área experimental localizada na região litorânea da cidade de Vitória, Espírito Santo, apresenta 
perfil geotécnico formado, basicamente, por solo sedimentar constituído por camadas de areia, entremeadas 
por camada de solo argiloso mole, pertencentes ao Período Quaternário. 
 Para a investigação geotécnica da área experimental, foram executados diversos tipos de ensaios de 
campo, compreendendo sondagens de simples reconhecimento com medida de torque (SPT-T), ensaio de 
penetração estática com cone de Delph (CPT), ensaios dilatométricos (DMT) e ensaios de laboratório. Dados 
dos ensaios podem ser obtidos em Alledi [2]. O perfil geotécnico individual das sondagens – SPT-T1 e 
SPT-T6 – executadas no centro de cada estaca teste – EH1 e EH2, respectivamente – está apresentado em 
Alledi et al [3]. 
 Foram executadas oito estacas hélice contínua sendo duas estacas teste com 0,40m de diâmetro, com 
comprimento de 8,0 e 12,0 m, instrumentadas em profundidade com strain-gages e seis estacas de 0,50m de 
diâmetro e 10,0m de comprimento que serviram de reação durante a realização das provas de carga. Nas 
estacas teste, além da armadura longitudinal, um tubo de aço galvanizado foi introduzido no centro da estaca 
conforme procedimento recomendado por Albuquerque [4]. No interior desse tubo galvanizado foram 
introduzidas as barras instrumentadas com strain-gages. Detalhes sobre execução das estacas e 
instrumentação ao longo da profundidade estão apresentados em Alledi [2]. 
 
 
PROVAS DE CARGA 
 
Apesar da evolução dos métodos semi-empíricos para se prever a capacidade de carga de estacas, o 
meio mais confiável para se avaliar a carga que uma determinada estaca pode suportar é a prova de carga 
estática. De acordo com Velloso [5], a prova de carga estática é o único ensaio que reproduz as condições de 
trabalho de uma estaca. 
Foram realizadas quatro provas de carga (PC) à compressão nas duas estacas teste para determinação 
experimental da capacidade de carga das estacas hélice contínua monitoradas. Das quatro provas de carga 
realizadas, duas foram executadas com carregamento lento (SML) e duas com carregamento rápido (QML). 
As provas de carga do tipo rápida foram executadas após realização das provas de carga lenta tendo como 
objetivo principal verificar a mobilização da resistência de ponta. As máximas cargas obtidas para as estacas 
hélice contínua deste trabalho, nas PC lenta e rápida, ficaram próximas uma da outra. 
As provas de carga foram executadas conforme recomendações da norma brasileira [6] e pelo 
procedimento de carga controlada. O controle da carga na cabeça da estaca, para mantê-la constante em todo 
o estágio, era feito pela leitura da célula de carga. Os carregamentos à compressão foram aplicados em 
estágios sucessivos, até a ruptura do sistema solo-estaca tanto para o carregamento lento quanto para o 
carregamento rápido. Os deslocamentos verticais sofridos pelas estacas teste – EH1 e EH2 – foram medidos, 
simultaneamente, por quatro extensômetros mecânicos instalados no topo do bloco de coroamento e 
dispostos em dois eixos ortogonais de acordo com o especificado pela norma brasileira. A descrição 
detalhada das provas de carga, destacando-s a preparação, os equipamentos e os materiais utilizados, o 
procedimento dos ensaios e as curvas carga x deslocamentos obtidas nas provas de carga lenta e rápida foi 
apresentado em Alledi et al.[3]. Na Tabela 1 estão especificados os valores de carga e de deslocamento 
máximos atingidos nos ensaios. 
 
Tabela 1- Valores de carga e deslocamento máximos obtidos nas provas de carga 
Estaca Ensaio Carga Máxima 
(kN) 
Deslocamento Máximo 
(mm) 
EH1 Lento 720 41,99 
 Rápido 756 40,79 
EH2 Lento 1100 69,97 
Rápido 1150 47,84 
 
Conforme mostrado na Tabela 1, apesar de ter havido um recalque considerável (>10% do diâmetro 
nominal da estaca) durante a realização das provas de carga, a forma das curvas carga x deslocamento nas 
PC lentas [2], [3] e [7] não apresenta um pico caracterizando ruptura bem definida. Assim, determinou-se a 
carga de ruptura das estacas EH1 eEH2 por meio de métodos matemáticos, cujos resultados estão na Tabela 
2. 
 
Tabela 2 – Carga de ruptura das estacas por meio de métodos matemáticos 
Estaca Método Carga de Ruptura (kN) 
 
 
EH1 
Norma Brasileira 565 
De Beer 700 
90% Brinch - Hansen 705 
Füller e Hoy 700 
Norma Inglesa – 10% D 715 
 
 
EH2 
Norma Brasileira 845 
De Beer 1000 
90% Brinch - Hansen 1050 
Füller e Hoy 1000 
Norma Inglesa – 10% D 1020 
D: diâmetro da estaca 
 
Observando-se a Tabela 2, verifica-se que o valor da carga de ruptura obtido pelo método da norma 
brasileira foi inferior aos demais métodos que apresentam valores próximos entre si. Portanto, a carga de 
ruptura definida para a estaca EH1 foi 700kN e para a estaca EH2, 1000kN, valores estes que serão 
utilizados para verificação dos métodos de previsão de capacidade de carga. 
 Como, neste trabalho, as estacas teste foram instrumentadas em profundidade com extensômetros 
elétricos (strain-gages), foi possível, também, medir as deformações ao longo do fuste das estacas ensaiadas, 
visando determinar como ocorre a transferência de carga da estaca para o solo ao longo da profundidade. 
Assim, foi determinada, experimentalmente, parcela de capacidade de carga por atrito lateral e de ponta em 
cada estaca teste. Resultados da instrumentação ao longo da profundidade podem ser obtidos em [2] e [7]. 
 Nas Tabelas 3 e 4, estão apresentados, respectivamente, para as estacas EH1 e EH2, os valores de 
carga no topo, carga em cada nível instrumentado e as percentagens de carga de ponta obtidos na prova de 
carga lenta. A carga de ponta foi calculada por extrapolação dos valores de carga obtidos nos dois níveis 
mais profundos. 
 
Tabela 3 – Valores de carga no topo, nos níveis instrumentados e porcentagem de ponta – EH1 – (PC lenta) 
Carga no Topo 
 (kN) 
 Carga no Nível (kN) % de Ponta 
3,7m 6,8m 7,4m Ponta * 
 0 0 0 0 0 0 
 100 57,4 35,3 20,6 13,2 13,2 
 200 113,3 54,4 35,3 25,8 12,9 
 300 179,5 64,7 45,6 36,1 12,0 
 400 248,7 73,6 53,0 42,7 10,7 
 500 320,8 79,5 63,3 55,2 11,0 
 600 398,8 88,3 73,6 66,2 11,0 
 700 454,6 103,3 89,6 82,7 11,8 
 720 458,8 111,6 97,8 90,9 12,6 
 * Valor extrapolado 
 
Tabela 4 – Valores de carga no topo, nos níveis instrumentados e porcentagem de ponta – EH2 – (PC lenta) 
Carga no Topo 
 (kN) 
 Carga no Nível (kN) % de Ponta 
5,85m 10,95m 11,55m Ponta * 
 0 0 0 0 0 0 
 100 73,2 10,8 3,2 0 0 
 200 148,6 26,9 15,1 9,2 4,6 
 300 200,3 35,5 22,6 16,2 5,4 
 400 247,7 44,1 29,1 21,5 5,4 
 500 296,1 51,7 35,5 27,5 5,5 
 600 346,7 61,4 43,1 33,9 5,7 
 700 408,1 73,2 50,6 39,3 5,6 
 800 471,6 88,3 62,5 49,5 6,2 
 900 537,3 107,7 76,5 60,8 6,8 
 1000 611,6 143,2 113,1 98,0 9,8 
 1100 698,8 217,5 210,0 206,2 18,7 
 * Valor extrapolado 
 
 Em todas as provas de carga realizadas neste trabalho, tanto da EH1 quanto da EH2, a ponta da estaca 
começou a ser mobilizada desde os primeiros estágios de carregamento. Para a estaca EH1, analisando-se a 
Tabela 3, verifica-se que a maior parte da carga aplicada no topo foi absorvida pelo atrito lateral com valor 
percentual de 88% considerando a carga de ruptura definida de 700kN. Para a estaca EH2, analisando-se a 
Tabela 4 verifica-se que a maior parte da carga aplicada no topo foi absorvida, também, pelo atrito lateral 
com valor percentual de 90% considerando a carga de ruptura definida de 1000kN. 
No ensaio lento, os valores percentuais obtidos para o atrito lateral nas duas estacas teste, 88% e 90%, 
confirmam a faixa de valores (80% e 85%) obtidos por Evers et al.[8] em perfil de solos arenosos com 
camadas de argila mole. 
 
 
MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS ANALISADOS 
 
Os resultados de previsão de carga de ruptura calculados com base em métodos semi-empíricos serão 
apresentados e comparados com os resultados experimentais obtidos nas provas de carga realizadas com 
carregamento lento. Neste trabalho, são apresentados métodos semi-empíricos desenvolvidos, 
especificamente, para estacas hélice e outros que foram adaptados por seus autores e colaboradores com 
parâmetros específicos para esse tipo de estaca. 
Os métodos semi-empíricos desenvolvidos, especificamente, para estacas hélice são: 
- Alonso [9] com base no SPT-T e adaptado ao SPT; 
- Antunes e Cabral [10] com base no SPT 
- Karez e Rocha [11] com base no SPT; 
- Vorcaro e Velloso [12] com base no SPT; 
- Gotlieb et al. [13] com base no SPT. 
 
Dentre os métodos semi-empíricos adaptados a estacas hélice, serão apresentados para análise: 
- Aoki e Velloso [14] com contribuição de Monteiro [15] com base no CPT e SPT; 
- Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17] com base no SPT e adaptado ao SPT-T 
- Peixoto [18] com base no SPT-T; 
- Peiffer et al. [19] com base no DMT. 
Para previsão dos valores de capacidade de carga pelos métodos semi-empíricos, foram adotados os 
seguintes coeficientes: 
- método de Alonso: rl ≤ 200kPa; α= 0,65; β=150kPa/kgf.m (areia argilosa – EH1) e 
β=200kPa/kgf.m (areia – EH2) – Valores da Bacia Sedimentar de São Paulo; 
- método de Antunes e Cabral: β1=5,0% (areia); β1=4,0% (areia siltosa); β1=3,5% (argila arenosa); 
β1= 4,0% ( areia argilosa); β2=2,0 ( areia argilosa – EH1); β2 =2,5 (areia – EH2); 
- método de Karez e Rocha: K=250 (areia argilosa – EH1); K=290 (areia – EH2); 
- método de Aoki e Velloso: F1=3,0; F2=3,8 - Coeficientes propostos por Monteiro[15] e dados 
do CPT-02 [2]; 
- método de Décourt e Quaresma: α=0,30; β=1,0; K = 260kN/m² (areia argilosa –EH1); 
K = 400kN/m² ( areia – EH2); 
- método de Peiffer: Dados do DMT-03 [2]. 
 
 
Análise da estaca EH1 
 
Na Tabela 5, são apresentados os valores de carga de ruptura lateral, de ponta e total calculados por 
meio dos métodos semi-empíricos com base na sondagem SPT-T1 [3] e os resultados experimentais obtidos 
com a PC lenta para a estaca EH1. A Figura 1 mostra a variação dos valores para carga de ruptura total e a 
Figura 2, cargas de ruptura lateral e de ponta. 
 
Tabela 5 – Cargas de ruptura previstas pelos métodos semi-empíricos e obtidas na prova de carga lenta–EH1 
 
Método 
 
Ensaio 
Prevista Prova de Carga 
Prup-prev/Prup-pc Pl 
(kN) 
Pp 
(kN) 
Prup 
(kN) 
Pl 
(kN) 
Pp 
(kN) 
Prup 
(kN) 
Alonso [9] SPT-T 549 231 780 
 
 
 
 
 
 
616 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
 
 
 
 
 
 
700 
1,11 
SPT 771 305 1076 1,54 
Antunes e Cabral [10] SPT 907 101 1008 1,44 
Karez e Rocha [11] SPT 1096 126 1222 1,75 
Vorcaro eVelloso [12] SPT ---- ---- 1328* 1,90 
Gotlieb et al.[13] SPT 907 392 1299 1,86 
Aoki e Velloso [14] com 
contribuição Monteiro[15] 
CPT 879 108 987 1,41 
SPT 873 134 1007 1,44 
Décourt e Quaresma [16] 
modificado por Décourt 
[17] 
SPT 752 43 795 1,14 
SPT-T 527 114 641 0,92 
Peixoto [18] SPT-T 500 65 565 0,81 
Peiffer et al. [19] DMT 537 ---- ---- ---- 
 * Valor médio 
 
 Analisando-se a Tabela 5 e a Figura 2 e tomando-se por base a prova de carga lenta, verifica-se que, 
com exceção dos métodos de Peixoto [18] e Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], com 
base no SPT-T, os demais métodos analisados apresentaram valores de capacidade de carga total na 
ruptura superiores à prova de carga. Os métodos que mais se aproximaram do resultado experimental 
foram os de Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17] tanto considerando SPT quanto SPT-T e 
o de Alonso [9] com base no SPT-T. Ressalta-se que o método de Alonso [9] adaptado ao SPT, 
superestimou a carga de ruptura em 54%. Os métodos Karez e Rocha [11], Vorcaro e Velloso [12]e 
Gotlieb et al. [13] forneceram valores da carga de ruptura muito superiores (75% a 90%) à prova de carga. 
 
Figura 1 – Variação da carga de ruptura total prevista por vários métodos semi-empíricos x PC lenta – EH1 
 
 
Figura 2 – Variação da carga lateral e carga de ponta prevista por vários métodos semi-empíricos e obtida na 
prova de carga lenta – EH1 
 
Quanto aos valores de carga lateral e de ponta (FIGURA 2), verifica-se que o método de Alonso [9] 
com base no SPT-T foi o que mais se aproximou do valor de atrito lateral, porém superestimou o valor da 
ponta. O método de Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], com base no SPT, apesar de ter 
fornecido um valor próximo à carga de ruptura total superestimou o atrito e subestimou a ponta. O método de 
Peixoto [18] subestimou os valores de ponta e atrito lateral. Com relação à carga lateral, no geral, os métodos 
com base no SPT-T, Alonso (SPT-T), Décourt e Quaresma (SPT-T) e Peixoto (SPT-T) e o método de 
Peiffer et al. (DMT) apresentaram resultados de atrito lateral a favor da segurança e próximos ao obtido 
experimentalmente. Os demais métodos apresentaram valores contra a segurança. O método de 
Karez e Rocha (SPT) foi o que mais se afastou do valor da prova de carga, superestimando o atrito, 
aproximadamente, em 80%. No geral, no que se refere à carga de ponta, os métodos Antunes e Cabral (SPT), 
Aoki e Velloso (SPT e CPT) e Décourt e Quaresma (SPT-T) apresentaram resultados próximos ao obtido 
experimentalmente. O método Antunes e Cabral [10], com base no SPT, foi o que apresentou melhor 
resultado do valor de ponta e o método de Gotlieb et al. (SPT) superestimou essa carga em cerca de 
quatro vezes e meia. 
 
 
Análise da estaca EH2 
 
Na Tabela 6, são apresentados os valores de carga de ruptura lateral, de ponta e total calculados por 
meio dos métodos semi-empíricos com base na sondagem SPT-T6 [3] e os resultados experimentais obtidos 
com a PC lenta para a estaca EH2. A Figura 3 mostra a variação dos valores para carga de ruptura total e a 
Figura 4, cargas de ruptura lateral e de ponta. 
 
Tabela 6 – Cargas de ruptura previstas pelos métodos semi-empíricos e obtidas na prova de carga lenta–EH2 
 
Método 
 
Ensaio 
Prevista Prova de Carga 
Prup-prev / Prup-pc Pl 
(kN) 
Pp 
(kN) 
Prup 
(kN) 
Pl 
(kN) 
Pp 
(kN) 
Prup 
(kN) 
Alonso [9] SPT-T 952 302 1254 
 
 
 
 
 
 
900 
 
 
 
 
 
 
 
100 
 
 
 
 
 
 
 
1000 
 
1,25 
SPT 1194 327 1521 1,52 
Antunes e Cabral [10] SPT 1261 346 1607 1,61 
Karez e Rocha [11] SPT 1496 401 1897 1,90 
Vorcaro eVelloso [12] SPT ---- ---- 2396 * 2,40 
Gotlieb et al. [13] SPT 1280 196 1476 1,48 
Aoki e Velloso [14] com 
contribuição de Monteiro 
[15] 
CPT 1050 270 1320 1,32 
SPT 1280 461 1741 1,74 
Décourt e Quaresma [16] 
modificado por Décourt 
[17] 
SPT 1113 181 1294 1,29 
SPT-T 849 230 1079 1,08 
Peixoto [18] SPT-T 870 181 1051 1,05 
Peiffer et al. [19] DMT 746 ---- ---- ---- 
* Valor médio 
 
Analisando-se a Tabela 6 e a Figura 3 verifica-se, de uma forma geral, que os métodos analisados 
apresentaram valores superiores à capacidade de carga total na ruptura obtida na prova de carga. Os métodos 
que mais se aproximaram do resultado experimental foram os métodos com base no SPT-T. Os métodos de 
Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17] e Peixoto [18] apresentaram os melhores resultados. 
Ressalta-se que o método de Alonso [9], adaptado ao SPT, superestimou a carga de ruptura em 52%. Os 
métodos Karez e Rocha [11], Vorcaro e Velloso [12] e Aoki e Velloso [14] com contribuição de 
Monteiro [15], com base no SPT, forneceram resultados superiores a 75% ao da prova de carga. 
Quanto aos valores de carga lateral e de ponta (FIGURA 4), verifica-se que o método de Peixoto [18] 
e Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], com base no SPT-T, foram os que mais se 
aproximaram dos valores de atrito lateral e ponta obtidos experimentalmente. Os métodos com base 
no SPT de Gotlieb et al. [13] e Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], apesar de terem 
fornecido um bom valor para a carga de ponta, superestimaram o atrito. Com relação à carga lateral, no 
geral, os métodos com base no SPT-T, Alonso (SPT-T), Décourt e Quaresma (SPT-T) e Peixoto (SPT-T) e o 
método de Peiffer et al. (DMT) apresentaram resultados de atrito lateral próximos ao obtido 
experimentalmente. Os demais métodos apresentaram valores superiores ao da prova de carga e o método de 
Karez e Rocha (SPT) apresentou resultado 67% maior que o obtido na prova de carga. 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Variação da carga de ruptura total prevista por vários métodos semi-empíricos x PC lenta – EH2 
 
 
Figura 4 – Variação da carga lateral e carga de ponta prevista por vários métodos semi-empíricos e obtida na 
prova de carga lenta – EH2 
 
No geral, no que se refere à carga de ponta, os métodos de Peixoto (SPT-T), Décourt e Quaresma 
(SPT e SPT-T) e Gotlieb et al. (SPT) apresentaram resultados próximos ao obtido experimentalmente. Os 
demais métodos superestimaram a carga de ponta sendo Aoki e Velloso (SPT) o que mais se afastou do valor 
da prova de carga. 
 
 
CONCLUSÕES 
 
 Ao se comparar os resultados de previsão de capacidade de carga obtidos por métodos semi-empíricos 
com os resultados experimentais de provas de carga lenta, para estacas hélice continua com comprimentos de 
8,0 e 12,0m, conclui-se: 
- O método semi-empírico de Alonso [9], adaptado ao SPT, forneceu valores de carga total na 
ruptura, cerca de 50% superiores aos valores experimentais. 
- Para as duas estacas teste, o método Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], com 
base no SPT-T, apresentou cargas de ruptura total próximas às obtidas experimentalmente. 
- Os métodos probabilísticos de Karez e Rocha [11] e Vorcaro e Velloso [12] foram os que mais se 
afastaram dos resultados das provas de carga, apresentando valores de carga de ruptura superestimados em 
mais de 75%. 
- Os métodos de Alonso [9], Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17] e 
Peixoto [18], com base no SPT-T, e o método de Peiffer et al. [19], com base nos resultados de DMT, 
mostraram-se bons indicadores da parcela de carga de atrito lateral. 
Considerando os resultados das duas provas de carga e examinando a carga de ruptura total, ponta e 
atrito lateral, verifica-se que o método que mais se aproximou dos valores obtidos nas PC lentas, mantendo 
segurança, foi o de Décourt e Quaresma [16] modificado por Décourt [17], com base no SPT-T. É 
importante ressaltar, no entanto, que a quantidade de provas de carga realizadas não é, estatisticamente, 
representativa, para conclusões definitivas com relação aos métodos de previsão de capacidade de carga para 
estacas hélice contínua monitoradas, com de 0,40m de diâmetro e comprimentos de 8,0 e 12,0m, executadas 
em solos sedimentares arenosos entremeados com camadas de argila mole de pequena espessura. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Os autores agradecem às empresas DACAZA Engenharia, BRASCONTEC, CONCREVIT, STAN 
Fundações e Construções Civis, STACA, às instituições UFES, UFV, UNICAMP, às fundações 
FUNCEFETES, Fundação Ceciliano Abel de Almeida e a todas as pessoas que tornaram possível a 
realização deste trabalho. 
 
REFERÊNCIAS 
 
[1] ALONSO, U. R. Reavaliação do método de capacidade de carga de estacas hélice contínua proposto por 
Alonso em 96 para duas regiões geotécnicas distintas. In: SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE 
FUNDAÇÕES ESPECIAIS E GEOTECNIA. 4., 2000, São Paulo. Anais... São Paulo: ABMS, 2000. v. 2, 
p. 425-429. 
 
[2]  ALLEDI, C. T. D. B. Comportamento à Compressão de Estacas Hélice Contínua, Instrumentadas, 
em Solos Sedimentares. 2004.228f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Centro Tecnológico, 
Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo, 2004. 
 
[3] ALLEDI, C.T.D.B.; POLIDO, U.; ALBUQUERQUE, P.J.R. Provas de Carga em estacas Hélice 
Contínua Monitoradas em solos Sedimentares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MECÂNICA DOS 
SOLOS E ENGENHARIA GEOTÉCNICA, 13., 2006, Curitiba. Anais... Curitiba: ABMS, 2006. v. 2, p. 
1067-1072. 
 
[4]  ALBUQUERQUE, P.J.R. Estacas Escavadas, Hélice Contínua e Ômega: Estudo do Comportamento 
à Compressão em Solo Residual de Diabásio, através de Provas de Cargas Instrumentadas em 
Profundidade. 2001. 263 f. Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola Politécnica, Universidade de São 
Paulo, São Paulo, 2001. 
 
[5] VELLOSO, D.A. Ponto de vista: a engenharia de fundação, hoje. Encarte 5, Boletim ABMS, n. 68, 
1998. 
 
 
[6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12131: Estacas: prova de 
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[7] ALBUQUERQUE, P.J.R.; ALLEDI, C.T.D.B.; POLIDO, U. Behavior of Instrumented Continuous 
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[10] ANTUNES, W. R.; CABRAL, D.A. Capacidade de carga de estacas hélice contínua. In: SEMINÁRIO 
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Paulo: ABMS, 1996. v. 2, p. 105-110 
 
[11] KAREZ, M.; ROCHA, E. A. C. Estaca tipo hélice contínua: previsão da capacidade de carga. In: 
SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS E GEOTECNIA, 4., 2000, São Paulo. 
Anais... São Paulo: ABMS, 2000. v. 1, p. 274-278. 
 
[12] VORCARO, M. C.; VELLOSO, D. A. Avaliação de carga última em estacas hélice contínua por 
regressão linear múltipla. In: SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS, 4., 2000, 
São Paulo. Anais... São Paulo: ABMS, 2000. v. 2, p. 315-330. 
 
[13] GOTLIEB, M. et al. Um método simples para avaliação da tensão admissível no topo de estacas tipo 
hélice contínua. In: SEMINÁRIO DE ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS E GEOTECNIA, 4., 
2000, São Paulo. Anais... São Paulo: ABMS, 2000. v. 1. p. 312-319. 
 
[14] AOKI, N.; VELLOSO, D. An aproximate method to estimate the bearing capacity of piles. In: 
PANAMERICAN CONFERENCE ON SOIL MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING, 5., 
1975, Buenos Aires. Proceedings... Buenos Aires, 1975. v. 1, p. 367-376. 
 
[15] MONTEIRO, P. F. F. A estaca ômegafranki: capacidade de carga. In: SEMINÁRIO DE 
ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES ESPECIAIS E GEOTECNIA, 4., 2000, São Paulo. Anais... São Paulo, 
ABMS, 2000. v. 2, p. 356-369. 
 
[16] DÉCOURT, L.; QUARESMA, A. R. Capacidade de carga de estacas a partir de valores de SPT. In: 
CONGRESSO BRASILEIRO DE MECÂNICA DOS SOLOS E ENGENHARIA DE FUNDAÇÕES, 6., 
1978, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ABMS, 1978. v. 1, p. 45-53. 
 
[17] DÉCOURT, L. Análise e projeto de fundação profunda: estacas. In: HACHICH, W. et al. Fundações: 
teoria e prática. São Paulo: PINI, 1996. cap. 8.1. p. 265-301. 
 
[18] PEIXOTO, A.S. P. Estudo do ensaio SPT-T e sua aplicação na prática de Engenharia de 
Fundações. 2001. 501 f. Tese (Doutorado em Engenharia) - Faculdade de Engenharia Agrícola, 
Universidade Estadual de Campinas, Campinas-São Paulo, 2001. 
 
[19] PEIFFER, H. et al. Evaluation of the influence of pile execution parameters on the soil condition 
around the pile shaft of a PCS- pile. In: INTERNATIONAL GEOTECHNICAL SEMINAR ON DEEP 
FOUNDATIONS ON BORED AND AUGER PILES, 2., 1993, Ghent-Belgium. Proceedings... Rotterdam: 
A.A. Balkema, 1993. p. 217-220.

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