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Apostila NPG1257 Controladoria II (1)

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GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA 
 CONTROLADORIA II 
Rosângela Venâncio Nunes 
 
 
CONTROLADORIA II 1 
Prezado aluno, 
Esta apostila é a versão estática, em formato.pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do 
conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
CONTROLADORIA II 2 
Controladoria II - Apostila 
Apresentação 
As empresas vivem, hoje, o imperativo do valor, segundo o qual todas as suas 
operações e todos os seus recursos devem estar voltados para produzir ou 
adicionar valor. 
Dessa forma, a busca pela solução dos problemas do dia a dia das organizações 
conduz os gestores a optarem pela alternativa mais adequada de gestão. 
Por isso, é relevante analisar a empresa sob o ponto de vista sistêmico, isto é, 
unir as partes que compõem a organização para formar um sistema, de modo 
que haja condições de encontrar soluções e opções para administrar o todo. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Identificar a importância da visão sistêmica e do papel da gestão nos 
processos de criação de valor, de gerenciamento de riscos e de avaliação do 
desempenho das organizações; 
2. Listar instrumentos de planejamento e controle eficiente e eficaz. 
 
 
 
CONTROLADORIA II 3 
Aula 1: Sistema de empresas e geração de valor 
Introdução 
A principal ferramenta de auxílio e orientação à tomada de decisão no cenário 
competitivo em que as organizações vivem hoje é a controladoria. 
Uma de suas premissas é atribuir valores à empresa, analisando e vislumbrando 
para ela as melhores oportunidades e os melhores caminhos em direção ao 
alcance de objetivos. 
Toda corporação, via de regra, tem o propósito de alcançar o sucesso, o que 
denota a aceitabilidade de seus produtos e serviços perante o mercado através 
de seus clientes. 
Se a atribuição de valor e a excelência nos resultados são os principais focos da 
controladoria, é necessário aplicar tais conceitos no dia a dia das empresas, a fim 
de garantir a otimização dos custos e a maximização dos lucros. 
Para tanto, a organização deve estar em perfeita sinergia e integração com as 
áreas envolvidas em seu planejamento estratégico. 
Nesta aula, veremos que isso assegura sua sobrevivência no mercado. 
Objetivo 
1. Definir o conceito econômico do sistema empresa e a noção de eficiência; 
2. 2. Discutir sobre o processo de criação de valor agregado nas organizações 
a partir da distinção entre os conceitos de lucro econômico, goodwill e custo de 
oportunidade. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Analisamos importantes avanços da gestão empresarial, que saiu de uma 
postura convencional de busca pelo lucro e pela rentabilidade para o 
enfoque da criação de valor no mercado; 
• Identificamos que o objetivo da criação de valor para os acionistas 
demanda das empresas outras estratégias financeiras e novas medidas de 
sucesso – todas elas voltadas para agregar riqueza a seus proprietários; 
 
 
CONTROLADORIA II 4 
• Discutimos sobre o processo de criação de valor agregado nas 
organizações; 
• Diferenciamos as atividades que agregam valor daquelas que não o fazem. 
Conteúdo 
Conceituação econômica do sistema empresa 
As organizações empresariais interagem com a sociedade, pois são sistemas 
abertos e dinâmicos. 
Sendo assim, a empresa é composta por várias partes. Cada uma realiza um 
conjunto de atividades que, apesar de distintas, possuem relação de dependência 
entre si para que se possa atingir um objetivo – nesse caso, a missão 
organizacional. 
Por exemplo, o departamento de vendas de uma corporação cumpre 
determinadas atividades que lhe são atribuídas e pertence ao sistema empresa, 
pois concretiza a venda de um produto. Esse departamento depende das ações 
realizadas pelo setor de produção, que, por sua vez, depende do setor de 
compras, e assim por diante. 
Logo, todas as áreas executam tarefas diferentes, mas cada uma contribui com 
suas atitudes para que o objetivo do sistema empresa seja alcançado. Afinal: 
O bom desempenho de um depende do bom desempenho dos outros! 
A empresa é um sistema em que se introduzem recursos, os quais são 
processados para a saída de produtos ou serviços. 
Além de aumentar os padrões de resultados empresariais, essa interação 
influencia a economia, outras empresas, o país e a vida das pessoas, bem como 
desenvolve a sociedade. 
Observe, na figura a seguir, a empresa como um sistema aberto – aquele que 
sofre inúmeras e diversificadas pressões dos ambientes a que está submetido 
(CATELLI, 2007): 
Missão e visão da empresa: uma questão de eficiência 
De acordo com Catelli (2004 apud PADOVEZE, 2012, p. 13): 
 
 
CONTROLADORIA II 5 
“Toda empresa tem uma missão em relação à sociedade, e a missão das 
empresas corresponde a seus objetivos permanentes, que consistem 
em otimizar a satisfação das necessidades humanas”. 
Em outras palavras, como a empresa é uma entidade que processa recursos e 
entrega produtos, bens ou serviços à sociedade, dentro de um enfoque sistêmico, 
ela deve ser vista como elemento de processamento. 
Por isso, as organizações têm de devolver as saídas do sistema com valor 
superior a suas entradas, uma vez que os recursos consumidos esgotam o meio 
ambiente. 
Para Ackoff (1981): 
“A riqueza produzida por uma corporação é a diferença entre os 
consumos por ela possibilitados e seu próprio consumo”. 
O autor destaca, aqui, a eficiência como visão da empresa e como 
componente de sua missão. 
Essa questão é muito importante, porque não há dúvidas de que a sociedade 
exige das empresas um comportamento compatível com a utilização dos recursos 
naturais, sob pena de deterioração do ambiente e prejuízo ao futuro da 
sobrevivência da humanidade. 
Diante do que estudamos até então, a eficiência empresarial pode ser 
evidenciada da seguinte forma: 
Por sua vez, a visão clássica do funcionamento do sistema empresa pode ser 
representada pelo esquema a seguir: 
O conceito de eficiência envolve, então, a utilização adequada de recursos, já a 
eficácia está relacionada ao alcance de resultados. 
De acordo com Vasconcelos (2006), com relação ao processo de produção, a 
eficiência pode ser avaliada sob os pontos de vista tecnológico ou econômico. 
Vejamos como: 
Eficiência técnica ou tecnológica 
Processo que permite produzir a mesma quantidade de produto, utilizando menor 
quantidade física de fatores de produção, o que envolve dois ou mais processos 
produtivos. 
 
 
CONTROLADORIAII 6 
Eficiência econômica 
Processo que permite produzir a mesma quantidade de produto com menor custo 
de produção, o que envolve dois ou mais processos produtivos. 
Sendo assim, as organizações devem manter uma produção elevada com o 
menor custo possível e reduzir os impactos ambientais através de boas 
estratégias, a fim de alcançar resultados positivos com eficiência. 
Teoria da decisão 
A decisão é um processo de escolha de, pelo menos, uma entre duas ou mais 
alternativas possíveis. Essa atitude pode ser tomada, simplesmente, com base 
na intuição do decisor ou em sofisticadas técnicas de avaliação qualitativa ou 
quantitativa. No caso da segunda opção, é necessário usarmos algumas 
ferramentas e alguns modelos. 
No mundo empresarial, a tomada de decisão reveste-se por um contexto de 
incertezas e de procedimentos complexos que, muitas vezes, suscitam questões 
interpessoais, o que dificulta esse processo lógico racional. 
Para Padoveze (2012), a teoria da decisão é parcialmente: 
Descritiva 
Descritiva pois se esforça para explicar como as decisões são atualmente 
tomadas. 
Normativa 
Normativa pois se esforça para explicar como as decisões poderiam ser tomadas 
com base em padrões de melhores ou ótimas escolhas, o que envolve 
informações para previsões e metodologia científica para a elaboração de tais 
previsões ou mais processos produtivos. 
 Atenção 
 Pelo consenso dos estudiosos da teoria da decisão e conforme 
aponta Gomes (2007, p. 5-7), são passos para uma boa 
decisão: 
• Ter certeza do verdadeiro problema a ser resolvido; 
 
 
CONTROLADORIA II 7 
• Abordar o problema de forma lógica e estruturada, 
distanciando-se do envolvimento emocional e das 
armadilhas psicológicas; 
• Obter todas as informações relevantes; 
• Identificar, claramente, o núcleo da decisão – ou seja, o 
que é, de fato, importante; 
• Considerar os aspectos morais e éticos envolvidos; 
• Gerar alternativas viáveis quando possível; 
• Listar os objetivos quantitativos e qualitativos dessa atitude 
e, para cada objetivo, os critérios de avaliação; 
• Listar e explicar as consequências de cada alternativa com 
relação aos critérios escolhidos, atribuindo probabilidades 
de ocorrência; 
• Retroalimentar o sistema de ação quando um fato novo e 
relevante surgir; 
• Praticar a empatia tanto com relação a quem tomará a 
atitude quanto com relação a quem viverá as 
consequências; 
• Produzir recomendações objetivas e claras para quem 
tomará a atitude. 
Essas etapas ajudam a estruturar o problema, a identificar as 
alternativas possíveis e viáveis de decisão, a analisar a atitude 
tomada e suas consequências e, por fim, a sintetizar sua escolha. 
 
Dentro da teoria da decisão encontramos as ferramentas desenvolvidas para o 
processo de tomada de decisão, bem como os modelos que atendem as mais 
variadas necessidades gerenciais. 
Os modelos de decisão podem – e DEVEM – atender tais necessidades sobre 
todos os eventos econômicos para qualquer nível hierárquico dentro das 
empresas. 
 
 
CONTROLADORIA II 8 
Sendo assim, é possível construir padrões bastante específicos para as decisões 
operacionais – que tendem a ser mais detalhadas – e para aquelas de caráter 
mais genérico – as estratégicas. Em outros termos: 
A construção de modelos facilita a tomada de decisão! 
A teoria da decisão visa estabelecer um método lógico, sistêmico e científico de 
apoio ao processo decisório, o que, para Antunes e Santos (2004, p. 289), 
influencia o administrador na escolha do curso da ação. 
As decisões podem ser tomadas em ambientes de: 
Certezas 
Quando o tomador da decisão tem a convicção dos efeitos das alternativas 
possíveis de escolha. 
Incertezas 
Quando falta ao decisor conhecimento exato dos efeitos das alternativas da 
decisão, momento em que se configura o fenômeno das possibilidades, dos 
impactos incertos, o mundo em que desfrutamos da sensibilidade do apoio dos 
instrumentos teóricos aplicados à decisão. 
Geração de valor empresarial 
A gestão das empresas vem revelando importantes avanços em sua forma de 
atuação, saindo de uma postura convencional de busca pelo lucro e pela 
rentabilidade para um enfoque preferencialmente voltado à criação de valor no 
mercado. 
De acordo com Padoveze (2012), o atual foco da missão das entidades 
empresariais está centrado no conceito de valor. Portanto, a controladoria e a 
contabilidade têm o objetivo de oferecer informações para que as entidades 
possam cumprir sua missão de forma adequada. 
Em resumo, tanto na área de Contabilidade Gerencial quanto no setor de 
Finanças das organizações, o conceito de criação ou adição de valor está 
relacionado ao processo de geração de lucro para os acionistas. 
A seguir, vamos discutir sobre essa noção e suas variantes, buscando sua 
validação e sua interação com a controladoria dentro do ambiente empresarial. 
 
 
CONTROLADORIA II 9 
Criação de valor: atividade produtiva e valor agregado 
A Ciência Econômica é a responsável pelo conceito-base de adição ou agregação 
de valor. Dentro desse processo, as empresas são as entidades que se 
encarregam pelos procedimentos intermediários de agregação de valor. 
Conforme aponta Rossetti (1994, p. 80): “[...] cada uma das empresas 
integrantes do aparelho de produção da economia será considerada, sob um 
ponto de vista sistêmico, uma unidade processadora dependente de 
fornecimentos originários de outras empresas”. 
A Ciência Contábil, por sua vez, incorporou o conceito de valor agregado em 
seu escopo, com o desenvolvimento da noção de valor adicionado – a mesma 
definição dada pela Economia. 
Mas como as empresas agregam valor a suas atividades? Vamos 
descobrir? 
As empresas criam valor pela obtenção de lucro na realização de suas transações 
de produção e venda de bens e serviços. 
De acordo com Padoveze (2012), tendo em vista que todo empreendimento é 
financiado, esse lucro precisa ser superior ao custo dos financiamentos para a 
obtenção do lucro líquido final. 
Esse é o processo empresarial clássico para a criação de valor, que pode ser 
resumido em duas vertentes: 
• Criação de valor por meio de produtos e serviços produzidos e vendidos; 
• Criação de valor que cobre o custo do financiamento do capital empregado 
no empreendimento. 
Concluímos, portanto, que, em todas as empresas, há uma transformação 
produtiva, na qual os recursos são convertidos em bens ou serviços, para os quais 
existe uma demanda, um mercado. Essa transformação, cujo consumo de 
recursos gera custos, deve produzir valor aos clientes e aos investidores. 
Para Ross, Westerfield e Jaffe (1995, p. 81): 
“[...] no linguajar financeiro, seria feito um investimento em ativos, tais como 
estoques, máquinas, terrenos e mão de obra. O dinheiro aplicado em ativos deve 
ser contrabalançado por uma quantia idêntica de dinheiro gerado por algum 
financiamento. Quando começar a vender, a empresa deve gerar dinheiro. Essa 
 
 
CONTROLADORIA II 10 
é a base da criação de valor. A finalidade da empresa é criar valor para seu 
proprietário. O valor está refletido no modelo básico da empresa, representado 
por seu balanço patrimonial”. 
Atividades internas e apropriação do valor agregado 
De acordo com Padoveze (2012), o valor agregado máximo possível de ser obtido 
pela empresa por meio da gestão operacional de seus investimentos é resultado 
da seguinte diferença: 
Entre esses dois extremos, há um processo de transformação dos insumos, que 
inclui os procedimentos e as atividades internas desenvolvidas pela empresa para 
a geração e a venda dos produtos e serviços. 
Para ver um exemplo de cálculo do valor agregado máximo anual de um produto, 
clique 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS679/docs/Aula_1_Cal
culo_valor_agregado_maximo_anual.pdfaqui. 
Veja, agora, como ocorre o processo de criação de valor quando consideramos o 
custo das atividades realizadas pela empresa em relação a seus produtos e 
serviços: 
Custo dos processos IGUAL AO valor agregado 
Neste caso, a empresa não terá lucro nem prejuízo, ou seja, ela NÃO criará valor 
a ser disponibilizado para o acionista. 
Custos dos processos MENOR QUE O valor agregado 
Neste caso, a empresa não terá lucro nem prejuízo, ou seja, ela NÃO criará valor 
a ser disponibilizado para o acionista. 
Custos dos processos MAIOR QUE O valor agregado 
Neste caso, a empresa destruirá valor por meio do prejuízo operacional. 
Conforme destaca Padoveze (2012), se todas as atividades gerarem: 
• Lucro, a empresa se apropriará de parcela do valor agregado dado pelos 
produtos ou serviços; 
 
 
CONTROLADORIA II 11 
• Prejuízo, a empresa deixará de se apropriar do valor dado pelos produtos 
ou serviços. 
Logo, quanto menor for o custo das atividades internas e maior sua eficácia em 
termos de receita, maior será a possibilidade de a empresa se apropriar, 
operacionalmente, desse valor agregado. 
Portanto, o foco da gestão econômica é construir modelos de decisão que 
permitam aos gestores fazê-lo. Em outros termos: 
O modelo de gestão econômica centra-se na gestão da eficácia das 
atividades empresariais desenvolvidas internamente. 
Para conhecer atividades empresariais que adicionam e não adicionam valor. 
Valor Econômico Adicionado ou custo de oportunidade 
Na área de Finanças – mais ligada à análise de investimentos –, surgiu o conceito 
de Economic Value Added (EVA) – Valor Econômico Adicionado. De acordo com 
Atkinson et al. (2000, p. 478-9): 
“[...] recentemente, um número de analistas e consultores tem proposto o uso 
do Valor Econômico Adicionado como uma ferramenta de avaliação do 
desempenho da organização [...]. O analista ajusta o lucro contábil, corrigindo-o 
com o que os proponentes do Valor Econômico Adicionado consideram para sua 
visão conservadora. Por exemplo, os ajustes incluem capitalização e amortização 
de custos significativos de lançamento de produtos”. 
Em seguida, o analista computa a importância do investimento na organização e 
deriva o valor econômico adicionado. Sendo assim, temos: 
Na realidade, podemos dizer que o conceito de EVA nada mais é do que a noção 
de custo de oportunidade e de manutenção do capital financeiro da empresa. 
Veja um exemplo de cálculo da rentabilidade anual de um investimento. 
Para que possam ser mantidas, todas as atividades empresariais devem ser 
avaliadas pelo mercado. Essa manutenção tem um gasto: o custo de 
oportunidade. 
De acordo com Padoveze (2012), podemos entender essa noção de duas formas, 
quais sejam: 
Preço de mercado 
 
 
CONTROLADORIA II 12 
Neste caso, o custo de oportunidade é igual ao preço de mercado e ao preço de 
transferência baseado nesse preço de mercado, e serve para avaliar os estoques, 
os produtos e os serviços produzidos pelas atividades internas da empresa. 
Custo de oportunidade financeiro 
Neste caso, o custo de oportunidade serve para mensurar e avaliar o aspecto 
financeiro das atividades e dos acionistas – aqueles que fornecem capital à 
empresa. 
A adoção do custo de oportunidade dos acionistas implica criar uma área de 
resultados específica para mensurar sua rentabilidade. Esse custo é o 
lucro mínimo que eles deveriam receber para justificar seu investimento – ou 
seja, seu custo de oportunidade a preço de mercado. 
Quando associado à mensuração e ao fluxo futuro de benefícios, a noção de 
custo de oportunidade configura o conceito de lucro econômico em oposição à 
ideia tradicional de lucro contábil. 
 Atenção 
 O conceito de custo de oportunidade dos acionistas permite uma 
visão mais correta do lucro distribuível. Em outras palavras, basta 
distribuir o excedente à manutenção do capital financeiro. Isso dá 
condições econômicas para a sobrevivência do sistema empresa 
e, portanto, para sua continuidade. 
 
Lucro econômico x lucro contábil 
Você sabe a diferença entre lucro contábil e lucro econômico? Vejamos: 
Lucro contábil 
Resultado apurado de acordo com os princípios contábeis geralmente aceitos. 
Lucro econômico 
Para Hendriksen e Breda (1999), trata-se do resultado apurado de acordo com 
os conceitos de mensuração não atrelados ao custo original como base de valor, 
e sim a valores de realização ou de fluxos futuros de benefícios, decorrentes da 
abordagem das atividades para a mensuração do lucro. 
 
 
CONTROLADORIA II 13 
Em termos econômicos, como já vimos, o lucro é a quantia máxima de dividendos 
que a firma pode distribuir, continuando tão bem no final do período como estava 
no início. Continuar tão bem economicamente significa manter o capital intacto 
em termos de valor descontado do fluxo de recebimentos futuros. 
O lucro econômico é gerado, portanto, quando existe um aumento do patrimônio 
líquido. Para mensurá-lo, é necessário avaliar todos os elementos do ativo com 
base nos recebimentos líquidos esperados. 
Sob esse aspecto, conforme destacam Gomes, Araya e Guerreiro (1991, p. 23): 
Os ativos de qualquer natureza são “recebíveis” esperados que fluem 
na empresa de período a período. 
Conheça os fundamentos do lucro econômico. 
 Atenção 
 “[...] a avaliação conservadora, baseada no custo original, falha 
nos demonstrativos financeiros como elemento preditivo de 
tendências futuras para usuários externos”. 
 
Controladoria e sistema contábil 
A controladoria é uma área de apoio dentro das empresas e NÃO tem 
responsabilidade pelo processo operacional de geração de lucros – salvo os 
decorrentes de sua própria atuação –, pois não é um órgão de linha. 
Por meio do Sistema Contábil Gerencial (SIG), a controladoria incorpora o 
conceito de lucro econômico, dando condições à empresa de avaliar todo o 
processo de geração ou criação de valor para os acionistas. 
Além disso, considerando que, para exercer as funções dessa área, são 
necessários recursos que custam para a empresa, a controladoria – como toda 
atividade desenvolvida internamente – deve ser SEMPRE AVALIADA à luz dos 
benefícios gerados. 
Então, cabe ao gestor da organização avaliar a execução das atividades desse 
setor como qualquer sistema informacional que existe no ambiente corporativo, 
pensando na relação entre o custo e os benefícios da produção da informação. 
 
 
CONTROLADORIA II 14 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a utilização dos recursos naturais por parte das 
empresas, leia os seguintes textos: 
• Contabilidade e gestão ambiental; 
• As três regras de ouro da evolução da sustentabilidade nas 
organizações. 
Para saber mais sobre como gerir atividades com fins lucrativos, leia o texto 
Modelo de gestão econômica para criação de valor. 
Para saber mais sobre lucro, criação de valor e de riqueza, leia o texto Lucro 
econômico, goodwill e custo de oportunidade. 
Para saber mais sobre o papel da controladoria dentro do ambiente empresarial, 
leia o texto Pontos limítrofes ou referenciais no processo de criação de 
valor. 
Referências desta aula 
CATELLI, A. Controladoria: um enfoque da gestão econômica – GECON. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 2007. 
FIGUEIREDO, S.; CAGGIANNO, P. Controladoria – teoria e prática. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 1997. 
MASAYUKI, N. Introdução à controladoria. São Paulo: Atlas, 1995. 
MOSIMANN, C. P.; FISCH, S. Controladoria. São Paulo: Atlas, 2002. 
PADOVEZE, C. L. Controladoria básica. São Paulo: Thomson Pioneira, 2012. 
______. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Thomson 
Pioneira, 2012. 
ALVAREZ, M. E. B. Manual de organização, sistemas e métodos. São Paulo: 
Atlas, 2006. 
BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS (BIS). Sound practices for the 
management and supervisionof operational risk. Publication: feb. 2003. 
 
 
CONTROLADORIA II 15 
COIMBRA, F. C. Riscos operacionais: estrutura para gestão em bancos. São 
Paulo: Saint Paul, 2007. 
DAMODARAN, A. Gestão estratégica do risco: uma referência para a tomada 
de riscos empresariais. Tradução de Félix Nonnenmacher. Porto Alegre: 
Bookman, 2009. 
GUERREIRO, R. A meta da empresa. São Paulo: Atlas, 1997. 
INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS (IFAC). Enhancing 
shareholder wealth by better managing business risk. New York: Study 
9, 1999. 
_____. Managing risk to enhance stakeholder value. New York, nov. 2002. 
KAPLAN, R.; DAVID, N. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. São Paulo: 
Campus, 1997. 
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informações gerenciais. 
Tradução de Thelma Guimarães. Revisão técnica de Belmiro N. João. 7. ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. 
O’BRIEN, J. A. Sistema de informação e as decisões gerenciais na era da 
internet. Tradução de Célio Knipel Moreira e Cid Knipel Moreira. 2. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2004. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque no sistema de 
informação contábil. São Paulo: Atlas, 2004. 
PADOVEZE, C. L.; BERTOLUCCI, R. G. Gerenciamento de risco corporativo 
em controladoria: Enterprise Risk Management (ERM). São Paulo: Cengage 
Learning, 2008. 
PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos 
e técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. 
PAXON, D.; WOOD, D. (Orgs.). Dicionário enciclopédico de finanças. São 
Paulo: Atlas, 2001. 
PESTANA, A. O. Controladoria de gestão. São Paulo: Atlas, 1997. 
ROY, J. Condutores da performance: um guia prático para o uso do Balanced 
Scorecard. São Paulo: Qualitymark, 2001. 
 
 
CONTROLADORIA II 16 
SCHMIDT, P. Controladoria: agregando valor para a empresa. São Paulo: 
Bookman, 2001. 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
De acordo com o que estudamos nesta aula, as empresas são sistemas abertos 
e compostos por vários subsistemas. Aponte se essas entidades apresentam 
relações de intercâmbio com o ambiente: 
a) Não, e seus elementos mantêm interação recíproca e dinâmica. 
b) Sim, através das entradas e saídas, e seus elementos mantêm interação 
recíproca. 
c) Não, e seus elementos não mantêm nenhum tipo de interação, 
permanecendo totalmente isolados. 
d) Sim, e seus elementos não mantêm nenhum tipo de interação, 
permanecendo totalmente isolados. 
Questão 2 
Analise as frases a seguir: 
• A eficiência técnica ou tecnológica permite produzir a mesma quantidade 
de produto, utilizando menor quantidade física de fatores de produção, o 
que envolve dois ou mais processos produtivos. 
• A eficácia é o grau de alcance de um objetivo ou de uma meta 
predeterminada. 
• A teoria da decisão apresenta instrumentos para o processo de tomada de 
decisão e modelos decisórios que atendem as mais variadas necessidades 
gerenciais. 
• A eficácia permite produzir a mesma quantidade de produto com menor 
custo de produção, o que envolve dois ou mais processos produtivos, e 
deve estar interligada com a missão da empresa. 
 
 
CONTROLADORIA II 17 
• A empresa é uma entidade que processa recursos e entrega produtos, 
bens ou serviços à sociedade. Dentro de um enfoque sistêmico, ela deve 
ser vista como elemento de processamento. 
Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: 
a) I, III e V 
b) II, III e IV 
c) I, II, III e V 
d) I, II, III, IV e V 
Questão 3 
(FMP-RS - 2011) Quando nos referimos ao pensamento sistêmico, podemos 
afirmar que: 
a) Qualquer entendimento da ideia de um sistema compreende a falta de 
interação entre as partes isoladas e a existência exclusiva de componentes 
específicos. 
b) As fronteiras entre os sistemas ou entre o sistema e seu ambiente são 
arbitrárias. Os sistemas são construtos, entidades construídas 
cognitivamente pelas pessoas. 
c) O enfoque sistêmico é um sistema de ideias que não são caracterizadas 
como filosofia por não servirem de método de interpretação e utilização 
de conhecimentos. 
d) O enfoque sistêmico procura entender os problemas complexos com base 
na multiplicidade de variáveis e na interdependência entre causas e 
efeitos, sempre na busca da solução economicamente viável. 
 
 
 
 
 
CONTROLADORIA II 18 
Questão 4 
A conhecida empresa de computadores ABC aumentou sua complexidade 
gerencial e estabeleceu que as decisões deviam ser tomadas em consenso 
durante a realização de reuniões, buscando-se a impessoalidade e a racionalidade 
no processo. Apesar de mais democrática, essa determinação ampliou o número 
de reuniões e postergou ou ignorou decisões que precisavam ser tomadas mais 
rapidamente em resposta às modificações no mercado de computadores. Com 
base na situação apresentada, podemos afirmar que: 
a) A atitude adotada pela empresa não levou em consideração os aspectos 
gerenciais. 
b) A atitude adotada pela empresa foi construída de acordo com o modelo 
de abordagem sistêmica da organização. 
c) A atitude adotada pela empresa levou em consideração a racionalidade, a 
produtividade, a eficiência e a eficácia de recursos e de respostas. 
d) Mesmo buscando um modelo democrático de tomada de decisões, a 
empresa teve problemas com a centralização, já que algumas decisões 
podiam ser tomadas de forma mais rápida e eficiente. 
Questão 5 
No enfoque sistêmico, a relação entre recursos e saídas é definida como: 
a) Eficácia. 
b) Eficiência. 
c) Produção. 
d) Produtividade. 
Questão 6 
A indústria de confecções Veste muito bem trabalha com a produção de 
um único tipo de camiseta. Ao analisar seus controles internos, a empresa 
 
 
CONTROLADORIA II 19 
verificou em seu orçamento que, para o ano vindouro, existe uma expectativa 
de venda com as seguintes características: 
• Quantidade do produto a ser vendido = 70.000 unidades; 
• Estimativa dos custos para produção = R$ 28,70 a unidade; 
• Preço de mercado do produto final = R$ 54,00. 
Com base nessas informações, o valor agregado estimado máximo dado pelo 
produto em um ano de faturamento será: 
a) R$ 1.771.000,00 
b) R$ 3.780.000,00 
c) R$ 2.009.000,00 
d) R$ 21.252.000,00 
 
Questão 7 
Analise as frases a seguir: 
• Tanto na área de Contabilidade Gerencial quanto no setor de Finanças das 
organizações, o conceito de criação ou adição de valor está relacionado 
ao processo de geração de lucro para os acionistas. 
• A atividade que adiciona valor é aquela necessária para atender as 
exigências do consumidor. Enquanto a atividade que não adiciona valor é 
aquela que não é exigida pelo consumidor, mas que existe em função de 
erros ou de inadequações do processo produtivo. 
• O conceito de custo de oportunidade implica a rentabilidade mínima de 
mercado. Os investidores devem ser remunerados além dessa 
rentabilidade, sob pena de abandonarem os investimentos na empresa. 
• O lucro contábil é o resultado apurado de acordo com os conceitos de 
mensuração não atrelados ao custo original como base de valor, e sim a 
 
 
CONTROLADORIA II 20 
valores de realização ou de fluxos futuros de benefícios, decorrentes da 
abordagem das atividades para a mensuração do lucro. 
• O goodwill é o valor resultante da mais-valia do valor da empresa sobre 
a avaliação individual de seus ativos. Por isso, ele nunca pode ser negativo. 
Entre os itens anteriores, estão CORRETOS: 
a) I e II 
b) I, II e IV 
c) I, II e III 
d) I, II, III, IV e V 
Questão 8 
Leia a matéria intitulada China reduz imposto para pequenas empresas. A partir 
dessa leitura e da noção de Valor Econômico Agregado, é CORRETO afirmar que: 
a) Os aspectos tributários não exercem impactos expressivos no EVA das 
empresas, pois estes são excluídos para efeito decálculo. 
b) Ao reduzir o IVA para pequenas companhias, a China está exercendo um 
efeito positivo no Valor Econômico Agregado das empresas beneficiadas, 
visto que o EVA aumenta. 
c) Os conceitos de valor agregado e de adição de valor não podem ser 
diferenciados, pois ambos são decorrentes da percepção que o cliente 
possui de valor no momento da venda dos produtos e serviços. 
d) O conceito de valor agregado decorre da teoria econômica e é expresso 
pelo valor de mercado do produto final entregue aos clientes mais o valor 
dos insumos adquiridos de terceiros, também a preço de mercado. 
Questão 9 
A indústria de sofás Sente-se bem espera realizar um projeto de venda com 
as seguintes características: 
 
 
CONTROLADORIA II 21 
• Quantidade de produto a ser vendida = 8.000 conjuntos de sofás por mês; 
• Preço de produção = R$ 700,00 o conjunto; 
• Preço de mercado do produto final = R$ 1.300,00; 
• Estimativa de gastos com atividades internas de logística para 
comercialização do produto = R$ 1.000.000,00 para um mês; 
• Investimentos necessários para implantação da indústria = R$ 
55.500.000,00. 
A perspectiva é de que a empresa tenha um comportamento constante durante 
o ano vindouro. Supondo que os financiadores do projeto tenham em mente um 
custo de oportunidade do capital de 8% a.a., a rentabilidade anual do 
investimento e a criação de valor – estimada anualmente – para os acionistas 
serão, respectivamente, iguais a: 
a) 60,00% e R$ 45.600.000,00 
b) 74,16% e R$ 57.600.000,00 
c) 82,16% e R$ 45.600.000,00 
d) 82,16% e R$ 41.160.000,00 
 
Questão 10 
O valor intangível adicional da organização, ou seja, a diferença obtida entre o 
valor total da empresa – avaliada por determinados critérios – e o valor dos ativos 
e passivos – avaliados isoladamente –, denomina-se: 
a) Goodwill 
b) Lucro contábil 
c) Custo de capital 
d) Custo de oportunidade 
 
 
CONTROLADORIA II 22 
Aula 2: Avaliação emp. e era do conhecimento 
Introdução 
O ponto fundamental para a decisão de comprar ou não uma empresa, de firmar 
participação acionária ou de avaliar a continuidade do investimento é o valor base 
da negociação. 
Esse valor é determinado por alguns critérios de avaliação, os quais 
apresentaremos nesta aula. 
Aqui, também destacaremos as principais mudanças pelas quais a humanidade 
passou, ressaltando as características da sociedade do conhecimento. 
Por fim, definiremos os conceitos de ativo, ativo intangível e Capital Intelectual, 
identificando as formas alternativas de mensuração desse capital e os fatores 
que o geram. 
Bons estudos! 
Objetivo 
1. Diferenciar os critérios de avaliação de empresas a partir de sua relação com 
os princípios contábeis geralmente aceitos; 
2. Apontar as principais características das novas organizações na era do 
conhecimento. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Identificamos a globalização como origem da economia do conhecimento; 
• Listamos as inúmeras transformações empresariais de cunho científico, 
intelectual e tecnológico, advindas da nova era do conhecimento; 
• Apresentamos as características das novas organizações e dos novos 
modelos de gestão; 
• Diferenciamos os critérios de avaliação de empresas; 
• Definimos os conceitos de ativo, ativo intangível e Capital Intelectual; 
 
 
CONTROLADORIA II 23 
• Conhecemos os principais modelos de mensuração do Capital Intelectual; 
• Estudamos as vantagens dessa mensuração. 
Conteúdo 
Papel da controladoria: criação de valor 
Ao considerar que o foco da controladoria é a maximização de valor da 
empresa, por meio da criação de valor, Padoveze (2012) afirma que, nesse caso, 
é necessário um processo de avaliação permanente. 
O pressuposto para que a controladoria tenha sempre o poder sobre o 
valor da empresa é nortear sua missão. 
A contabilidade, por sua vez, deve mensurar, de forma adequada, esse valor, de 
modo que os gestores possam, a qualquer momento, redirecionar seu 
planejamento no sentido de manter ou não o investimento. 
Afinal, essa área exerce forte influência sobre os modelos de gestão por meio de 
suas demonstrações, a fim de realizar uma administração mais eficaz. 
Em outras palavras, conforme destaca Padoveze (2012), se a empresa está 
preservando ou criando valor, vale a pena continuar investindo nela. Mas, se esse 
valor estiver diminuindo ou se a empresa o destruir, o investimento não trará 
retorno. 
Na contabilidade financeira, os critérios de avaliação de empresas são 
centrados no custo como base de valor – preços de mercado, fluxos futuros de 
benefícios etc. –, cujo fundamento é o postulado da continuidade. 
De acordo com Padoveze (2012), a avaliação realizada a partir de outros critérios 
– diferentes do custo – pressupõe a descontinuidade da companhia, ou seja, sua 
paralisação definitiva ou momentânea. 
Já na visão da controladoria, em que aplicamos a Ciência Contábil como ciência 
do controle econômico, esse conceito não é importante. 
Muito pelo contrário: o valor da empresa é obtido justamente por meio de 
critérios centrados nos fluxos futuros de benefícios, e sua incorporação no 
sistema de informação da área é vital para a continuidade do empreendimento. 
Se não houver uma avaliação do potencial desses benefícios futuros do 
investimento, poderá ocorrer, sim, a descontinuidade da organização. 
 
 
CONTROLADORIA II 24 
 Atenção 
 O valor da empresa é substancial para a continuidade do 
investimento. É ele que determina sua atratividade para potenciais 
investidores e sua sobrevivência – condição final da eficácia 
empresarial. 
 
Principais critérios para apuração do valor da empresa 
Para Padoveze (2012), os principais critérios de avaliação aplicados à mensuração 
econômica do empreendimento são: 
Valor contábil 
Valor constante na contabilidade financeira, que segue os princípios contábeis 
geralmente aceitos: o custo como base de valor e o regime de competência dos 
exercícios. 
Como na contabilidade, o valor da empresa é evidenciado pelo valor total do 
patrimônio líquido, automaticamente, o valor contábil equivalerá a esse total. 
O valor de patrimônio líquido de uma companhia é avaliado sob o 
postulado contábil da continuidade. 
Sendo assim, os ativos são taxados a custo de aquisição ou produção, e os 
direitos e as obrigações, com os encargos e direitos até a data do balanço 
patrimonial. Logo: 
Valor contábil = valor do patrimônio líquido contábil. 
Valor de mercado 
Em geral, o valor de mercado é diferente do valor contábil, porque, por mais 
acuradas que sejam, as avaliações contábeis dificilmente são iguais ao valor 
que o mercado pode pagar em determinado momento. 
Esse valor deve levar em consideração o fato de a empresa estar encerrando ou 
não suas atividades. Em caso positivo, provavelmente, seus ativos terão, para o 
mercado, valores de bens usados. Em caso negativo, a avaliação do valor de 
mercado será distinta. 
 
 
CONTROLADORIA II 25 
De qualquer forma, é possível fazer uma avaliação a preços de mercado de todos 
os ativos e passivos da empresa, cujos valores podem ser maiores ou menores 
que aqueles que constam na contabilidade. 
Neste critério, cada ativo e cada passivo é individualizado para a realização das 
avaliações, partindo do pressuposto de que podem ser vendidos separadamente. 
Logo: 
Valor de mercado = valor do patrimônio líquido a preços de mercado 
(valor de mercado dos bens e direitos avaliados individualmente - valor 
de mercado das dívidas avaliadas individualmente). 
Cotação da ação 
Neste critério, a empresa vale a cotação ou cota no mercado de bolsa de valores 
ou de balcão. Esse parâmetro será mais válido quanto mais o mercado acionário 
representar a realidade econômica do país e do mercado, bem como odesempenho das organizações – o que tende a acontecer nos países em que há 
grande número de companhias de capital aberto. Em linhas gerais, os princípios 
que direcionam o valor da cotação da ação das empresas em bolsas de valores 
são conceitos econômicos atrelados ao fluxo futuro de dividendos ou lucros. Por 
isso, esse critério de avaliação antecipa os mais recomendados. De acordo com 
esse fundamento, para obter o valor da empresa, basta multiplicar a quantidade 
de ações ou cotas que representam seu capital social pelo valor da cotação ou 
cota no mercado. Logo: 
Valor da empresa pela cotação da ação = quantidade de ações x 
cotação da ação na bolsa 
Obviamente, respeitam-se as diversas classes de ações que refletem o capital e 
suas eventuais cotações diferenciadas. Se as ações preferenciais têm valor 
distinto das ações ordinárias, essas diferenças devem ser consideradas quanto 
às respectivas quantidades. 
Observe um exemplo de cálculo do valor da empresa de acordo com o critério de 
cotação da ação. 
 
Valor econômico 
 
 
CONTROLADORIA II 26 
Neste critério, o valor atual da empresa decorre de seu potencial de rentabilidade 
futura, ou seja, dos fluxos futuros de benefícios. 
Em princípio, devemos projetar os lucros da empresa considerando os produtos 
e mercados atuais e futuros, bem como avaliar sua rentabilidade, trazendo-os a 
valor atual por uma taxa de juros de desconto. 
Esse critério é considerado o mais adequado para a avaliação de uma empresa, 
pois se fundamenta no cerne da questão empresarial: a capacidade de geração 
de lucros, que possibilita o que buscamos em um investimento de risco, isto é, a 
geração de caixa e, consequentemente, o retorno. 
Gerando lucro e caixa, a empresa tem condições de distribuir resultados, de 
produzir fluxos futuros de dividendos, e de manter sua atratividade para os atuais 
e potenciais acionistas e investidores. 
A possibilidade real de dividendos futuros influencia, de forma decisória, a 
avaliação da ação no mercado, trazendo sua cotação a preços que refletem o 
patrimônio da empresa, sua rentabilidade futura e, portanto, seu desempenho. 
Dentro desse critério, podemos incluir outros similares, quais sejam: 
• Fluxo futuro de benefícios; 
• Fluxo futuro de dividendos; 
• Fluxo futuro de lucros; 
• Fluxo futuro de caixa ou fluxo de caixa descontado. 
 
 Atenção 
 Uma das questões cruciais na avaliação de empresas é determinar 
o valor do que denominamos ativos intangíveis – conceito 
sobre o qual discutiremos mais adiante. 
 
 
 
CONTROLADORIA II 27 
Sociedade do conhecimento 
A globalização culminou com o aparecimento de um mundo sem fronteiras: a 
sociedade ou economia do conhecimento, em que o saber passou a ser o 
ativo de maior valor. 
As definições que envolvem o tema evidenciam as transformações ocorridas 
nessa nova sociedade em que estamos vivendo, onde a tecnologia e o 
conhecimento têm papel crucial em seu desenvolvimento. 
Nesse contexto, as empresas instauram-se em locais cada vez menores, com 
tecnologias cada vez mais avançadas. Além disso, seus funcionários são 
amplamente capacitados e dinâmicos e estão prontos para assumir diversas 
funções ao mesmo tempo, em variados tipos de ambiente. 
O que mais chama atenção na sociedade do conhecimento no campo dos 
negócios são as ideias novas, a criatividade, a inovação. Vejamos, a seguir, por 
que esses aspectos são tão importantes e influenciam os sistemas de gestão... 
Era da inovação 
O cenário atual tem como característica principal a inovação, que é movida pela 
tecnologia e pela informação. Somos capazes de nos conectar com o mundo sem 
precisarmos sair do escritório em que trabalhamos ou mesmo de nossa própria 
casa. 
No ambiente corporativo, essa conexão ocorre de tal forma que uma tomada de 
decisão do outro lado do globo pode influenciar diretamente as diretrizes das 
empresas ou dos governos locais. 
Lastres e Albagli (1999) afirmam que existem dois tipos de inovação, quais sejam: 
Inovação radical 
Desenvolvimento e introdução de um novo produto ou de uma forma de 
produção inteiramente nova, que causa uma ruptura no processo anterior, 
originando novas indústrias, novos setores e um novo mercado. 
Inovação incremental 
Aperfeiçoamento da tecnologia ou do processo já existente. 
 
 
CONTROLADORIA II 28 
Para Lastres e Albagli (1999), o processo de inovação é descontínuo e irregular, 
com concentração de surtos de informação, os quais influenciam os diversos 
setores da economia em determinados períodos. 
Devido às várias formas de tratamento e de distribuição das informações, 
diversos setores da economia começaram a perceber que o conhecimento e o 
aprendizado possuem papel fundamental para o crescimento da organização. 
As empresas que focam seus esforços nessa direção se sobressaem diante das 
demais. 
Essa visão proporcionou às novas organizações maiores investimentos em 
treinamento e em desenvolvimento de pessoal. 
Sendo assim, diante das mudanças na economia e na administração de empresas 
e das novas exigências do mercado em termos de inovação, tornou-se necessário 
explorar mais profundamente o ativo intangível e o Capital Intelectual (CI). 
Vamos tratar desses assuntos a seguir... 
Ativo 
No ambiente empresarial, você sabe dizer o que é um ativo? Vamos analisar, 
agora, algumas definições conhecidas desse termo: 
Ativo = futuro resultado econômico 
Para Martins (1972), “um ativo é o futuro resultado econômico que se espera de 
um agente”. 
Ativo = bens, direitos e aplicações 
A Lei nº 6.404/76 destaca que o ativo compreende os bens, os direitos e as 
demais aplicações da empresa capazes de gerar benefícios econômicos futuros, 
originados de eventos ocorridos. 
Padoveze et al. (2007) têm opinião semelhante, pois afirmam que “o ativo é o 
conjunto de bens e direitos que estão à disposição da empresa”. 
Embora apresentem semelhanças, as definições apresentadas não demonstram 
o aspecto intangível do ativo – apenas seu caráter tangível. 
 
 
CONTROLADORIA II 29 
Mas, atualmente, não podemos condicionar o êxito de uma empresa aos valores 
exatos de seus bens físicos, pois, além desses, os ativos incorpóreos podem 
representar seu diferencial no mercado atual. 
Conheça, a seguir, algumas definições de ativo intangível... 
Ativo intangível 
Gradativamente, o capital financeiro que dominou a era industrial passou a ser 
substituído pelo capital intangível, que pode ser conceituado da seguinte forma: 
Ativo intangível = bens intocáveis ou incorpóreos 
Iudícibus e Marion (2002) definem, de forma bem simples e objetiva, os ativos 
intangíveis como “bens que não podem ser tocados, porque não têm corpo”. 
De modo semelhante, o International Accounting Standard Board (IASB) 
estabelece que tais ativos não possuem substâncias físicas ou têm um valor que 
não é convertido para elas. 
Já o Pronunciamento Técnico nº 4/08 do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) os trata como ativos não monetários, sem substância física, 
ou como goodw ill. Nesse contexto, seu valor residual seria o valor estimado que 
a entidade obteria com a venda do ativo após deduzir as despesas dessa 
operação, caso ele já tivesse idade e condição esperadas para o fim de sua vida 
útil. 
Ativo intangível = bens para fins de manutenção do negócio 
A Lei nº 11.638/07 define os ativos intangíveis como direitos que têm por 
objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos 
com essa finalidade – inclusive o fundo de comércio adquirido. 
Diante das definições apresentadas, concluímos que os ativos intangíveis são 
bens que impactam no resultado da empresa e na elaboração de produtos ou 
serviços. Eles possuem um valor real, mas não forma física. As três condições 
para defini-los são: 
ControleGeração de benefícios futuros 
Identificabilidade 
 
 
CONTROLADORIA II 30 
Identificaremos um ativo como intangível se ele puder ser separado, vendido, 
transferido, licenciado, alugado ou trocado de sua entidade até o momento do 
ato, quando resultar de direitos contratuais ou legais – sejam esses transferíveis 
ou separáveis da empresa ou de outros direitos e de outras obrigações. 
Para reconhecer o ativo como intangível, devemos, inicialmente, mensurar seu 
custo. Mas, para que essa mensuração ocorra de forma segura, é necessário 
provarmos que os benefícios econômicos futuros atribuídos ao ativo são gerados 
em favor da entidade. 
O custo de um ativo intangível adquirido separadamente inclui: 
• Seu preço de compra; 
• Impostos de importação e aqueles não recuperáveis sobre a compra; 
• Descontos comerciais e abatimentos; 
• Qualquer custo referente à preparação do ativo para a finalidade proposta. 
Sendo assim, é muito importante mensurá-lo e demonstrá-lo nos balanços da 
companhia, pois, dessa forma, saberemos o real valor da empresa. 
 Atenção 
 Os ativos intangíveis são importantes fontes de valorização das 
organizações, mas, até recentemente, eles não eram 
reconhecidos pela legislação brasileira. 
Os chamados intangíveis – como marcas, patentes, tecnologia, 
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) etc. – começaram a ser 
registrados em conformidade com as Leis n° 11.638/07 e nº 
11.941/09. 
 
Outro aspecto que engloba o ativo intangível é o Capital Intelectual, que ganha 
destaque na administração atual. 
Vamos estudar melhor o assunto? 
 
 
CONTROLADORIA II 31 
Capital Intelectual 
Definir Capital Intelectual não é tarefa fácil, pois esse tema é muito subjetivo e 
envolve fatores externos e internos da empresa. 
Apesar de ser um assunto relativamente novo no que diz respeito à evolução da 
sociedade, existem várias definições de diversos autores e pronunciamentos de 
órgãos competentes. Vamos conhecer, aqui, algumas delas: 
Capital Intelectual = conhecimento de todos 
Stewart (1998) afirma que, atualmente, aquilo que não está nos balanços das 
corporações é mais importante do que aquilo que está. Por isso, para o estudioso, 
“o Capital Intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa”. 
Capital Intelectual = terreno fértil 
Edvinsson e Malone (1998) identificam o Capital Intelectual com a metáfora da 
árvore, cuja proposta é bem simples: se o desejo da empresa é ser saudável, 
ela não deve ignorar seus valores escondidos, mas se fincar em um terreno fértil, 
maximizando seu desenvolvimento e gerando cada vez mais frutos. 
Capital Intelectual = capacidade mental coletiva 
Para Silva (2006), o Capital Intelectual é a capacidade mental coletiva da 
empresa, o que lhe proporciona grande vantagem competitiva. Trata-se, 
portanto, de algo intangível, muito difícil de identificar e de distribuir, de forma 
eficaz, no ambiente empresarial. 
A verdadeira vantagem de a organização elucidar seu Capital Intelectual está em 
elaborar modelos de aperfeiçoamento de processos e em alavancar os resultados 
dos produtos e serviços oferecidos, a fim de se destacar no mercado – seja qual 
for seu segmento de negócio. 
Para isso, a entidade empresarial pode utilizar as formas alternativas de 
mensuração: estudos aplicados cujo foco é o Capital Intelectual, que objetivam 
medir seu potencial e sua eficácia. Apresentaremos esses estudos mais adiante. 
Capital Intelectual = talento das pessoas e eficácia dos sistemas 
Como já vimos, de acordo com a Lei nº 11.638/07, o ativo intangível é 
identificado no plano de contas como marcas e patentes, P&D e direitos autorais, 
mas existem valores ocultos que impactam diretamente nos resultados da 
empresa, embora não sejam elucidados em seus balanços. 
 
 
CONTROLADORIA II 32 
Em outros termos, a principal fonte de sucesso das organizações é seu Capital 
Intelectual, ou seja, o conhecimento de seu grupo de colaboradores. Isso 
significa que o valor do produto ou serviço que oferecem depende muito mais do 
talento dos funcionários e da eficácia de seus sistemas do que de seus ativos 
fixos. 
Embora não existam fisicamente, esses ativos são, de fato, os que mais agregam 
valor para os resultados da empresa. Afinal, eles funcionam de forma 
harmoniosa, e um depende do outro, ou seja, isoladamente, tais ativos não 
teriam o mesmo impacto. 
 Atenção 
 Edvinsson e Malone (1998) definem que, entre os capitais 
humano, estrutural e do cliente, não existem hierarquias em 
função da importância de cada um. 
 
Mensuração do Capital Intelectual 
Atualmente, percebemos que as empresas estão focadas em: 
Processos de melhoria contínua. 
Programas de treinamento. 
Palestras de motivação e de desempenho. 
Muitos tipos de avaliações etc. 
Tudo isso aumenta o conhecimento humano! 
Pensando em grandes empresas – como, por exemplo, a Google, a Vale e a Nike 
–, podemos imaginar a grande valia que sua tecnologia tem e o poder do 
conhecimento de seus funcionários. 
Hoje, a contabilidade ainda não apresenta essa questão, de forma clara, em suas 
demonstrações. Por isso, existem formas alternativas para mensurar o Capital 
Intelectual. 
Conheça, agora, os modelos de mensuração do Capital Intelectual: 
 
 
CONTROLADORIA II 33 
Razão do valor de mercado pelo valor contábil 
Definido por Stewart (1998) como o mais simples, a razão do valor de 
mercado pelo valor contábil parte da premissa de que tudo aquilo que resta 
no valor de mercado depois da contabilização dos ativos fixos e financeiros deve 
corresponder aos ativos intangíveis. 
Sabemos que o valor de mercado é diferente do valor contábil pelo simples 
fato de que a empresa não contempla só ativos fixos e financeiros, mas 
possui outros que não estão nos balanços contábeis e que o mercado leva 
em consideração, tais como: 
• Localização privilegiada; 
• Carteira de cliente; 
• Tecnologia; 
• Conhecimento dos colaboradores. 
Tudo isso tem valor maior do que o valor contábil. 
Q de Tobin 
Elaborado por James Tobin, o modelo Q de Tobin compara o valor de 
mercado de um ativo a seu custo de reposição. Logo: 
• Q < 1 quando um ativo vale menos que seu custo de reposição; 
• Q > 1 quando um ativo vale mais que seu custo de reposição. 
Aqui, identificamos apenas que um ativo sofreu valorização, mas não o que 
motivou tal valorização ou depreciação. Mesmo assim, através desse modelo, 
refletimos sobre o quanto a empresa evoluiu ao longo dos anos. 
Cálculo do valor intangível 
Desenvolvido pela NCI Research, em Evanston, Illinois, o modelo do cálculo do 
valor intangível procura atribuir valor monetário aos ativos intangíveis e visa 
identificar os ativos que criam valor adicional à empresa. 
 
 
CONTROLADORIA II 34 
Além disso, o modelo enfatiza que o valor dos ativos intangíveis é igual à 
capacidade de uma empresa de superar o desempenho de um concorrente médio 
que possui ativos tangíveis semelhantes. 
O método da NCI é bastante eficaz, visto que atribui, realmente, valor ao trabalho 
das pessoas em uma razão diretamente proporcional. Em outras palavras, quanto 
maiores forem a intelectualidade, a criatividade e a capacidade da equipe de 
trabalho, maior será o valor do capital intangível da organização. 
Navegador da Skandia 
Elaborado por Edvinsson e Malone (1998), o modelo do Navegador da Skandia 
é o mais importante e complexo. Trata-se de um grandioso estudo, no qual, pela 
primeira vez, o Capital Intelectual pôde ser demonstrado de diversas formas e 
vertentes e sob diferentes pontos de vista. 
Aqui, os autores frisam que o Capital Intelectual inclui: 
• Conhecimento; 
• Experiência aplicada; 
• Tecnologia organizacional; 
• Relacionamento com os clientes; 
• Habilidades profissionais. 
Tudo issodeve proporcionar vantagem competitiva à empresa no mercado. 
De fato, esse é o grande benefício de se explorar o Capital Intelectual, pois as 
técnicas de administração e a tecnologia estão muito niveladas. Disso resulta a 
necessidade de buscar uma forma de se sobressair diante da competitividade do 
mercado. 
Neste modelo, indicadores para medição de desempenho são estabelecidos 
dentro de determinadas áreas com focos específicos. 
Conheça o modelo do navegador da Skandia. 
 
 
 
CONTROLADORIA II 35 
 Atenção 
 Os modelos apresentados podem auxiliar as tomadas de decisão, 
mas cabe aos detentores da informação utilizar, de forma 
adequada, essas novas ferramentas, de modo a nortear o futuro 
saudável das empresas. 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre a sociedade do conhecimento, leia o texto Principais 
mudanças da humanidade. 
Para saber mais sobre a era da inovação, leia o texto Principais características 
das novas organizações. 
Para saber mais sobre o poder do conhecimento dentro do ambiente empresarial, 
conheça os Fatores que geram o Capital Intelectual. 
Para saber mais sobre a importância de medir o grau de conhecimento das 
organizações, conheça as Vantagens da mensuração do Capital 
Intelectual. 
Referências desta aula 
ALVES, M. Como escrever teses e monografias. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 
ANTUNES, M. T. P. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000. 
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Brasília: Presidência da 
República, 1976. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm. Acesso em: 20 
mar. 2015. 
______. Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Brasília: Presidência da 
República, 2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
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CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 
2002. 
DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1987. 
 
 
CONTROLADORIA II 36 
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Exercícios de fixação 
Questão 1 
Assinale a opção INCORRETA: 
a) Na contabilidade financeira, os critérios de avaliação estão centrados no 
custo como base de valor, tendo como base o postulado da continuidade. 
b) O valor da empresa é substancial para a continuidade do investimento, 
pois é ele que determina sua atratividade para potenciais investidores e 
sua sobrevivência – condição final da eficácia empresarial. 
c) A obtenção permanente do valor da empresa, de acordo com critérios 
econômicos, e sua incorporação no sistema de informação da 
controladoria não são relevantes para a continuidade do empreendimento, 
já que a controladoria não deve considerar a hipótese de descontinuidade. 
 
 
CONTROLADORIA II 38 
d) Os princípios contábeis geralmente aceitos podem impedir uma visão mais 
adequada do desempenho e da avaliação econômico-financeira da 
empresa. Para a controladoria, os princípios não são restrições, e outros 
critérios de avaliação podem ser utilizados para fins de controle econômico 
e de tomada de decisão. 
Questão 2 
Associe os critérios de avaliação aplicados à mensuração econômica do 
empreendimento com as definições correspondentes: 
1. Valor contábil. ( ) Critério que indica que o valor atual da 
empresa decorre de seu potencial de 
rentabilidade futura, ou seja, dos fluxos 
futuros de benefícios. 
2. Valor de 
mercado. 
 ( ) Critério que realiza uma avaliação a preços de 
mercado de todos os ativos e passivos da 
empresa, cujos valores podem ser maiores ou 
menores que aqueles que constam na 
contabilidade. 
3. Cotação da ação. ( ) Critério que informa que, como na 
contabilidade, o valor da empresa é 
evidenciado pelo valor total do patrimônio 
líquido, automaticamente, o valor da empresa 
equivalerá a esse total. 
4. Valor econômico. ( ) Critério que demonstra que a empresa vale a 
cotação ou cota no mercado de bolsa de 
valores ou de balcão. 
 
Questão 3 
A empresa Bons Rumos S/A possui 8.000.000 ações preferenciais e 2.000.000 
ações ordinárias. Em 31/06/x1, verificou-se que a cotação unitária das ações 
ordinárias era de R$ 2,10 e das ordinárias, 20% menor do que as ordinárias. A 
 
 
CONTROLADORIA II 39 
gestão fez uma projeção que a cotação das ações ordinárias em 31/06/x2 
aumentaria em 18,5% e as preferenciais, em 7%. O valor da empresa em 
30/06/x1 e o valor projetado para 30/06/ x2 são, respectivamente: 
a) 19.357.800 e 17.640.000 
b) 19.357.800 e 17.640.000 
c) 20.160.000 e 23.503.200 
d) 23.503.200 e 20.160.000 
Questão 4 
Leia a matéria intitulada Itaú Unibanco e BMG unificam negócios no consignado. 
A partir dessa leitura e dos conhecimentos adquiridos com base no estudo desta 
aula, assinale (V) para as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas: 
( ) Ao utilizar a estratégia, visando “operar com ativos de menor risco e 
rentabilidade atraente", a empresa pretende atingir a criação de valor. 
Essa medida é relevantepara a continuidade do investimento por parte 
dos acionistas, mas não exerce influência em sua atratividade. 
( ) Na matéria, o trecho “O banco cita, ainda, no comunicado, que, com 
essa operação, reafirma seu compromisso com a criação de valor a longo 
prazo para seus acionistas”. Trata-se de uma demonstração clara de 
expressar estratégias de compromissos para manter seus atuais 
investidores e, por conseguinte, seus potenciais investidores – razão da 
sobrevivência da empresa e condição final da eficácia empresarial. 
( ) O texto cita que “Feito o aumento de capital, o Itaú Unibanco deterá 
participação de 60% do capital social total e votante da joint venture, 
e o BMG ficará com outros 40% remanescentes. Com a unificação das 
operações, o Itaú Unibanco deve atingir a liderança entre os bancos 
privados no segmento de crédito consignado”. A liderança de segmento 
poderá impactar na criação de valor econômico da empresa. 
 
 
CONTROLADORIA II 40 
( ) Como vimos, o valor atual da empresa decorre de sua rentabilidade 
futura, ou seja, dos fluxos futuros de benefícios. Ao “operar com ativos 
de menor risco e rentabilidade atraente”, a empresa está direcionando 
ações ao aumento do retorno sobre o investimento, mas este não está 
ligado ao custo de oportunidade de seus proprietários. 
 
Questão 5 
Imagine que você foi convidado para fazer parte de uma equipe responsável por 
apurar o valor de uma empresa. Assinale a opção que identifica os principais 
critérios que poderiam ser utilizados por você nessa tarefa: 
a) Valor contábil, valor de mercado, cotação da ação e valor econômico. 
b) Valor contábil, valor de mercado, custo médio corrigido e valor econômico. 
c) Valor contábil, valor de mercado, custo histórico corrigido e valor 
econômico. 
d) Valor contábil, valor de mercado, cotação da ação, valor econômico e valor 
corrente corrigido. 
 
Questão 6 
Nonaka e Takeuchi (1997) entendem a sociedade do conhecimento como aquela 
que tem como primazia o poder do cérebro, a informação como recurso 
econômico maior e o conhecimento como maior gerador de riqueza. São 
características dessa sociedade: 
a) Valores da sociedade elitistas, divisão de classes e educação em massa. 
b) Economia de mercado nacional, produção de bens padronizados e 
tangíveis. 
c) Tecnologias utilizadas como ferramentas baseadas na força, produção 
artesanal e comunicação manuscrita. 
 
 
CONTROLADORIA II 41 
d) Economia global integrada, maior fusão entre produtor e consumidor, e 
capital humano como recurso fundamental. 
 
Questão 7 
A descoberta, a pesquisa, a busca por novas técnicas e novos processos que 
possam modificar as estruturas e os parâmetros – quer sejam da produção, da 
tecnologia ou da sociedade – nos remetem ao conceito de: 
a) Inovação. 
b) Reengenharia. 
c) Ativo tangível. 
d) Capital Intelectual. 
 
Questão 8 
São considerados modelos de mensuração do Capital Intelectual: 
a) Custo histórico, Q de Tobin, valor de mercado e navegador da Skandia. 
b) Razão do valor de mercado pelo valor contábil, cálculo do valor intangível 
e navegador da Skandia. 
c) Razão do valor de mercado pelo valor contábil, Q de Tobin, cálculo do 
valor intangível e navegador da Skandia. 
d) Fluxo futuro de benefícios, fluxo futuro de dividendos, fluxo futuro de 
lucros e fluxo futuro de caixa ou fluxo de caixa descontado. 
 
Questão 9 
Associe os modelos de mensuração do Capital Intelectual com as definições 
correspondentes: 
 
 
CONTROLADORIA II 42 
1. Razão do valor de 
mercado pelo valor 
contábil. 
 ( ) Modelo que compara o valor de mercado de 
um ativo a seu custo de reposição. 
2. Q de Tobin. ( ) Modelo que indica que tudo aquilo que resta 
no valor de mercado depois da contabilização 
dos ativos fixos e financeiros deve 
corresponder aos ativos intangíveis. 
3. Cálculo do valor 
intangível. 
 ( ) Modelo que aponta que o Capital Intelectual 
inclui o conhecimento, a experiência aplicada, 
a tecnologia organizacional, o relacionamento 
com os clientes e as habilidades profissionais 
que proporcionem vantagem competitiva no 
mercado. 
4. Navegador da 
Skandia. 
 ( ) Modelo que visa identificar os ativos que criam 
valor adicional à empresa, além de enfatizar 
que o valor dos ativos intangíveis é igual à 
capacidade de a organização superar o 
desempenho de um concorrente médio que 
possui ativos tangíveis semelhantes. 
 
Questão 10 
As três condições para definir o ativo intangível são: 
a) Separabilidade, propriedade e mensuração confiável. 
b) Controle, geração de benefícios futuros e identificabilidade. 
c) Geração de benefícios econômicos, separabilidade e controle. 
d) Identificabilidade, mensuração confiável e geração de benefícios futuros. 
 
 
 
CONTROLADORIA II 43 
Aula 3: Riscos empresariais 
Introdução 
Dados os desafios de gestão corporativa, atualmente, para atingir resultados e 
até mesmo garantir a sua continuidade, as empresas precisam antecipar-se, 
planejando e verificando formas para a redução dos vários riscos em que estão 
expostos. As empresas buscam resguardar-se previamente e preparam-se para 
eventuais situações que possam afetá-las ou ameaçá-las de algum modo. 
Esta aula apresenta os riscos empresariais, destacando a sua relevância no 
contexto de uma economia globalizada. Para isto, faz-se necessário, 
primeiramente, abordar os conceitos de risco, além de identificar os tipos de 
riscos. Em seguida, serão identificados alguns modelos de gestão de riscos 
existentes. 
Objetivo 
1. Definir risco e apresentar os tipos de riscos empresariais, destacando a sua 
relevância no contexto de uma economia globalizada; 
2. Distinguir os seus principais modelos utilizados para gerenciamento de risco. 
Resumo do conteúdo 
Nesta aula: 
• Analisamos várias definições de risco e pode-se entender que o risco é um 
conjunto de situações, circunstâncias, elementos, variações, exposições, 
ou seja, são ameaças financeiras e não financeiras sofridas pelas 
organizações em seu ambiente que podem impactar diretamente nos 
resultados e no desempenho organizacional. 
• Discutimos que a gestão de riscos é uma ferramenta utilizada para 
avaliação de riscos e suas perspectivas. Sendo, assim, um sistema 
antecipatório para o planejamento estratégico, com as finalidades de 
mensurar os riscos no ambiente das finanças corporativas e nas decisões 
de mercado, refletido sobre os aspectos que podem afetar a organização. 
• Verificamos que o risco é, de fato, um resultado inesperado, não planejado 
ou indesejado pela organização. Contudo, foi visto nesta aula que esse 
resultado pode afetar positivamente ou negativamente a situação 
 
 
CONTROLADORIA II 44 
financeira da empresa e impactar diretamente nos objetivos reais da 
organização. 
• Concluímos que para cada organização existe um conjunto específico de 
riscos. Assim, para identificar o perfil de cada um desses riscos, é 
necessário conhecer as causas ou efeitos, internos e externos, que podem 
impactar no resultado desejado, ou até mesmo, ameaçar a saúde 
financeira da organização. 
• Foram apresentados os principais modelos de gestão de riscos. Podemos 
concluir que se trata de ferramentas que disponibilizam estruturas de 
soluções concretas e de acordo com a realidade e a atividade desenvolvida 
pela organização, direcionando, assim, o gestor para uma tomada de 
decisão mais cautelosa e segura. 
• Validamos a ideia de que o estudo dos riscos corporativos é uma área de 
extrema importância para a análise da solidez das empresas, em que se 
pode evidenciar, classificar e fazer toda uma gestão dos mesmos a fim de 
mostrar a segurança da empresa contra eventuais cenários de impacto. 
Tendo uma importância fundamental de controle interno e 
desenvolvimentodas empresas, a Gestão de riscos varia conforme as 
atividades e objetivos de cada empresa. 
Conteúdo 
Definições de Risco 
Desde a sua origem, o ser humano esteve exposto a riscos. A partir do momento 
em que ele teve a consciência reflexiva sobre sua situação, este ser passou a 
buscar ações para amenizar os riscos ou eliminá-los, para garantir a sua 
sobrevivência. 
Como exemplo disto tem-se a busca de moradias em cavernas, habitação à 
margem de rios e a convivência comunitária. 
À medida que ocorreu a evolução humana, os fatores de risco também evoluíram. 
Conheça algumas definições da palavra risco. 
 
Exemplos e fatores representativos dos riscos 
Veremos agora alguns exemplos e fatores representativos dos riscos. 
 
 
CONTROLADORIA II 45 
Padoveze e Taranto (2009) destacam que “exemplos representativos dos 
riscos do que vai existir estão relacionados com itens como”: 
• Manutenção, geração ou perda de clientes; 
• Mercados, interno e externo; 
• Produtos e seus respectivos mercados e clientes; 
• Manutenção, criação ou perda de tecnologia produtiva, comercial e 
administrativa; 
• Concorrentes atuais e potenciais; e 
• Manutenção, geração ou perda de fornecedores estratégicos. 
 
Os autores também destacam que “os riscos do que já existe e está em 
operação são mais visíveis, e grande parte deles pode ser associada ao 
balanço patrimonial e à demonstração de resultados. Como exemplo 
podemos dizer que esse tipo de risco está em itens como”: 
• Aplicações financeiras e concentração de operações bancárias; 
• Valores em moeda estrangeira e sua exposição à volatilidade das taxas de 
câmbio; 
• Obsolescência de estoques; 
• Concentração de vendas para clientes; 
• Perda com inadimplência; 
• Passivos trabalhistas e contingências tributárias; 
• Tecnologia e obsolescência das plantas fabris; 
• Aumento de custo com fornecedores de bens e serviços; 
• Mudança de políticas tributárias e trabalhistas; 
• Perda de controle interno; e 
 
 
CONTROLADORIA II 46 
• Fraudes. 
Padoveze e Taranto (2009) concluem que “a maior parte dos riscos do que existe 
– ou seja, dos riscos de curto prazo – é facilmente mensurada por estar 
relacionada não apenas com os ativos e os passivos, mas também com operações 
existentes. De fato, pode-se fazer um mapa desses riscos mensurando prováveis 
perdas. Como modelo geral o balanço e a demonstração de resultados podem 
ser usados dentro de um conceito de contas analíticas. Neste caso, cada 
elemento patrimonial dessas ferramentas pode ser alinhado e, em cima disso, as 
possibilidades de perdas para um horizonte de um ou dois anos podem ser 
trabalhadas.” 
 
Fatores internos e externos 
Steinberg et al. (2003) apud Padoveze e Bertolucci (2008) interpreta que “os 
fatores de risco podem ser classificados como de origem interna ou externa”. 
Observe, a seguir, os fatores internos classificados pelos autores: 
 
Observe, a seguir, os fatores externos classificados pelos autores: 
 
Logo, as organizações devem atestar todos os pressupostos possíveis que 
possam influenciar ou impactar seu funcionamento, na lucratividade e na sua 
continuidade. 
 
 
CONTROLADORIA II 47 
Para um melhor entendimento, serão apresentados a seguir os tipos de riscos e 
sua influência nos resultados da empresa. 
Tipos de riscos 
Para cada organização existe um conjunto específico de riscos. Deste modo, para 
identificar o perfil de cada um destes riscos é necessário conhecer as causas ou 
efeitos, internos e externos, que podem impactar no resultado desejado, ou até 
mesmo ameaçar a saúde financeira da organização. 
Jorion (2000) apud Padoveze e Bertolucci (2008, p.207) “oferece uma 
classificação básica dos riscos em riscos operacionais, estratégicos e financeiros”. 
Riscos Estratégicos 
Entende-se por riscos estratégicos as possibilidades de mudanças, alterações que 
venham a ocorrer e que, antecipadamente, possam ser previstas, embora não 
tidas como certezas. 
Nas palavras de Coimbra (2007), para alguns autores, os riscos estratégicos 
podem ser vistos como consequências de mudanças no cenário econômico ou 
político. Essas mudanças constantes afetam diretamente os riscos estratégicos, 
ocasionando impacto no planejamento estratégico e nas tomadas de decisões. 
Saiba mais sobre os Riscos Estratégicos. 
Riscos Financeiros 
Os riscos financeiros, conforme Coimbra (2007), são caracterizados pelas 
incertezas de possíveis perdas financeiras, podendo ocasionar impacto 
negativo no fluxo de caixa da instituição gerando assim, outros ricos como: 
crédito, liquidez, taxa de juros e mercado, explanados a seguir: 
• Crédito – entende-se como crédito a possível concessão de recurso 
financeiro tendo como processo a avaliação da capacidade financeira. Uma 
vez o recurso concedido, a instituição passar a ter o risco de crédito que 
pode ter como consequência a inadimplência. 
• Liquidez – define-se esse tipo de risco como a dificuldade de se desfazer 
de um ativo para que o mesmo converta-se em dinheiro. As mudanças 
que ocorrem no mercado podem ou não favorecer essa conversão. 
• Taxa de Juros – a exposição das instituições bancárias a oscilações na taxa 
de juros resulta no risco de diversos fatores como: taxas de câmbio, preços 
de mercado, ações, entre outros. 
 
 
CONTROLADORIA II 48 
• Mercado – possibilidade de perdas decorrentes das mudanças de preços, 
taxas, índices, prazos e moedas. 
Saiba mais sobre os Riscos Financeiros. 
Riscos Operacionais 
Diante dos riscos até agora mencionados, os que mais causam impactos 
negativos nas instituições financeiras são os riscos operacionais, pois a amplitude 
em que se insere é bem mais complexa. O envolvimento de diversos 
procedimentos, não sendo adequadamente controlados, pode acarretar perdas e 
prejuízos. Saiba mais sobre os Riscos Operacionais. 
As explanações feitas até o momento nos convidam a pensar como enfrentar 
esses riscos de maneira segura, uma vez que nenhuma empresa está livre deles. 
É através desse questionamento que a gestão de risco surge como ferramenta 
que agrega valor à empresa, auxiliando-a na administração desses riscos, de 
forma sistemática. 
Gerenciamento de risco e os seus principais modelos 
O gerenciamento de risco pode ser compreendido como um conjunto de ações 
para a identificação das ocorrências que podem afetar a organização, 
monitoramento e controle destas ocorrências, junto a correções e 
acompanhamento das execuções das ações corretivas. 
Para Padoveze e Bertolucci (2008), “o gerenciamento do risco é uma atividade 
de gestão aderente ao planejamento estratégico. Portanto, insere-se no conjunto 
de instrumentos gerenciais pertencentes ao âmbito da controladoria estratégica. 
A associação da gestão do risco ao planejamento estratégico é adequada, já que 
a análise da estratégia inicia-se com a análise da empresa como um sistema 
aberto em relação ao ambiente externo em que está inserida”. 
Segundo Brito (2002) apud Padoveze e Bertolucci (2008), “a gestão de risco é o 
processo por meio do qual as diversas exposições ao risco são identificadas, 
mensuradas e controladas”. 
Contribuindo com esse pensamento, Francis e Armstrong (2003) apud Padoveze 
e Bertolucci (2008) dizem que “gerenciar riscos diz respeito à aplicação de 
políticas e procedimentos às tarefas de identificar, analisar e avaliar riscos, 
determinando o grau de exposições ao risco que uma organização pode 
acomodar, e tomando atitudes adequadas para evitar litigação, perda de 
reputação ou dano”. 
 
 
CONTROLADORIA II 49 
Robillard (2001) apud Padoveze e Bertolucci (2008) entende que “o 
gerenciamento do risco é uma abordagem sistêmica para determinar o melhor 
curso de ação sob incerteza, pela identificação, avaliação, compreensão, ação e 
comunicação

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