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Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Ciências Contábeis DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O desenvolvimento econômico dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sua influência do bloco na economia mundial. Pedro Alves Machado – RA 225645 Pólo 509 - de Apoio Presencial: Icaraíma/Pr (7198) 5٥ Semestre/2012 Universidade Anhanguera - Uniderp Centro de Educação a Distância Ciências Contábeis DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: O desenvolvimento econômico dos países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e sua influência do bloco na economia mundial. Pedro Alves Machado – RA 225645 Professora EAD: Juliana Leite Kirchner Tutor Presencial: Renato Aparecido Gonçalves Jorge Pólo 509 - de Apoio Presencial: Icaraíma/Pr (7198) 5٥ Semestre/2012 RESUMO Nesse trabalho encontra-se um breve relato de algumas características do desenvolvimento econômico dos países formadores do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China, abordando a evolução histórica de suas economias, sua influencia na economia mundial e seus indicadores e problemas sociais. A África do Sul, devido sua entrada tardia no bloco, não será objeto deste trabalho. Palavras chave: BRICS, desenvolvimento, índices, economia, sociais. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 2. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DOS PAÍSES DO BRICS (BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA E ÁFRICA DO SUL) E SUA INFLUÊNCIA DO BLOCO NA ECONOMIA MUNDIAL. ........................................................................................................ 5 2.1. Indicadores socioeconômicos utilizados na pesquisa .................................................. 5 2.1.1. PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO .................................................................. 5 2.1.2. PIB POR HABITANTE ......................................................................................... 5 2.1.3. IDH – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ....................................... 6 2.1.4. COEFICIENTE DE GINI ..................................................................................... 6 2.1.5. CURVA DE LORENZ ........................................................................................... 7 2.2. Origem e aspectos comuns........................................................................................... 7 2.2.1. ORIGEM DO TERMO “BRICS” ......................................................................... 7 2.2.2. CARACTERÍSTICAS ............................................................................................ 8 2.3. Características e desenvolvimento econômico de cada país ........................................ 9 2.3.1. BRASIL ................................................................................................................. 9 2.3.2. RÚSSIA ............................................................................................................... 10 2.3.3. ÍNDIA ................................................................................................................. 11 2.3.4. CHINA ................................................................................................................ 12 2.4. O BRICS em números: disparidade entre o econômico e o social ............................ 14 3. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 16 4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................................... 17 1. INTRODUÇÃO A globalização da economia e o crescente processo de internacionalização e interdependência entre as organizações trouxeram grande transformação não somente de aspecto de novos mercados consumidores, mas em toda economia mundial. Economias que antes figuravam em um segundo plano mundial, hoje se fortaleceram e são tidas como as mais promissoras e sólidas no cenário internacional. Esse é o caso do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que, devido à sua recente entrada no grupo, não será objeto desse estudo. O objetivo deste trabalho é apresentar alguns aspectos econômicos e sociais que possam auxiliar na compreensão de como esses países vem a cada dia tendo uma eficiência e maior competitividade perante o novo cenário econômico mundial. 2. O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DOS PAÍSES DO BRICS (BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA E ÁFRICA DO SUL) E SUA INFLUÊNCIA DO BLOCO NA ECONOMIA MUNDIAL. 2.1. Indicadores socioeconômicos utilizados na pesquisa 2.1.1. PIB – PRODUTO INTERNO BRUTO “PIB” é a sigla para Produto Interno Bruto, e ele representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (município, estado, país, etc.), durante um período determinado. O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia, e tem o objetivo principal de mensurar a atividade econômica de uma região. Na elaboração do PIB, consideram-se apenas bens e serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo intermediários. A economia brasileira vem experimentando, nos últimos anos, uma evolução nos valores de PIB. No ano de 2011, o PIB do Brasil cresceu 2,7% sobre o ano anterior, totalizando R$ 4.143 trilhões ou US$ 2.367 trilhões (dados divulgados pelo IBGE em 06 de março de 2012). Este crescimento, de acordo com o IBGE é resultado do crescimento de 4,3% nos impostos e 2,5% no valor adicionado. Com estes números, o Brasil já possui o 7º maior PIB do mundo, ficando a frente de países como: Itália, Canadá, Espanha, entre outros países que compõe o bloco dos países considerados do “Primeiro Mundo”. 2.1.2. PIB POR HABITANTE PIB por habitante ou PIB “per capita” é o nome de um indicador que auxilia o conhecimento sobre o grau de desenvolvimento de um país e consiste na divisão do coeficiente da renda nacional (produto interno bruto subtraído dos gastos de depreciação do capital e os impostos indiretos) pela sua população. Em 2011 o PIB “per capita” atingiu o equivalente a US$ 10.706, com aumento de 1,8% em volume sobre o ano anterior. O interessante que, enquanto o PIB do Brasil é o 7º maior do mundo, o PIB “per capita” do brasileiro é apenas o 60º do mundo aproximadamente. Isso demonstra uma disparidade mundo grande entre a riqueza produzida e a riqueza distribuída entre a população brasileira. 2.1.3. IDH – ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO O Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH é usado como referência da qualidade de vida e desenvolvimento sem se prender apenas em índices econômicos e utiliza uma escala que vai de 0 a 1. Assim, não basta o país ter números econômicos relevantes, deve haver uma distribuição de renda regular, para toda a população do país tenha acesso à qualidade de vida. No Brasil há uma grande desigualdade na distribuição de renda entre classes sociais e diferenças entre sexo e raça. O relatório do Desenvolvimento Humano 2011, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), classificou o Brasil na 84ª posição entre 187 países avaliados pelo índice, sendo seu índice de 0,718. Como comparativo,o país com mais alto IDH em 2011 é a Noruega, que alcançou a marca de 0,943. O país possui o 23º PIB do mundo, porém, tem o 4º PIB “per capita” do mundo, o que fornece condições de desigualdade mínima entre a população de seu país, fazendo com que a maioria tenha acesso à produtos e serviços que garantam uma qualidade de vida quase perfeita. 2.1.4. COEFICIENTE DE GINI O Índice de Gini, que é a medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de 0 (perfeita igualdade) até 1 (a desigualdade máxima). Esse índice é comumente utilizado para calcular a desigualdade de distribuição de renda, mas pode ser usada para qualquer distribuição. Seu índice é o coeficiente expresso em pontos percentuais (é igual ao coeficiente multiplicado por 100 – Ex.: Coeficiente: 0,519 / Índice: 51,9). Em 2011, o Brasil teve um índice de 51,9, o melhor índice já registrado na história do país. o que demonstra que, apesar de ainda ter uma alta concentração de renda, o país está evoluindo gradativamente para uma melhor distribuição de renda e, conseqüentemente, uma melhora nos seus indicadores sociais. Porém parte mais rica da população brasileira (correspondente a 10% do total) ganharam 44,5% do total de rendimentos, enquanto os 10% mais pobres ganharam apenas 1,1%, o que demonstra a amplitude da má distribuição de renda do pais. 2.1.5. CURVA DE LORENZ A Curva de Lorenz consiste num gráfico muito utilizado pelos economistas e que procura ilustrar a desigualdade existente na distribuição do rendimento entre as famílias numa determinada economia ou sociedade. Este gráfico consiste num diagrama em que num dos eixos é colocada a variável Rendimento e no outro a População, ambos representados por classes percentuais. Nesse diagrama é então representada uma linha representativa da percentagem de rendimento que cabe a cada grupo da população, o que permite fazer uma leitura do tipo: "os x% da população mais pobre detêm y% do total de rendimento". Quanto mais afastada da diagonal estiver esta linha, maior é a concentração do rendimento, ou seja, maior será a desigualdade na repartição do rendimento entre as famílias. A curva de Lorenz pode ser complementada com o Índice de Gini, o qual quantifica o grau de concentração dos rendimentos. 2.2. Origem e aspectos comuns 2.2.1. ORIGEM DO TERMO “BRICS” O termo BRIC foi criado em 2001 pelo economista inglês Jim O'Neill (ocupa atualmente o cargo de chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs desde 2001), para fazer referência a letra inicial de quatro países: Brasil, Rússia, Índia e China. Em abril de 2011, foi adicionada a letra "S" em referência a entrada da África do Sul (em inglês South Africa), por este país possuir as mesmas características que os originários. Desta forma, o termo passou a ser BRICS. Por sua entrada no grupo ser recente, a África do Sul não será objeto deste estudo, porém, para um melhor entendimento, eventualmente foi citada em alguns trechos. 2.2.2. CARACTERÍSTICAS COMUNS Estes países emergentes possuem características comuns como, por exemplo, bom crescimento econômico. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, estes países não compõem um bloco econômico, apenas compartilham de uma situação econômica com índices de desenvolvimento e situações econômicas parecidas. Eles formam uma espécie de aliança que busca ganhar força no cenário político e econômico internacional, diante da defesa de interesses comuns. Características comuns destes países são: - Economia estabilizada recentemente; - Situação política estável; - Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de qualificação; - Níveis de produção e exportação em crescimento; - Boas reservas de recursos minerais; - Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc); - PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento; - Índices sociais em processo de melhorias; - Diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais; - Rápido acesso da população aos sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e Internet (inclusão digital); - Mercados de capitais (Bolsas de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros; - Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores da economia. 2.3. Características e desenvolvimento econômico de cada país 2.3.1. BRASIL O Brasil está localizado na América do Sul. Foi oficialmente descoberto em 22 de abril de 1500 pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. A partir de 1530, a Coroa Portuguesa implementa uma política colonizadora de caráter exploratório, ou seja, explorar o território em busca de riquezas para suprir as necessidades de Portugal. No século XVII são descobertas ricas jazidas de ouro e pedras preciosas, o que aumenta significativamente sua importância econômica para Portugal. Após a independência perante Portugal a econômica brasileira era basicamente agrícola. Com a revolução de 1930, busca-se realinhar e fortalecer a econômica brasileira, o Presidente Getulio Vargas implementa a indústria de base, reduz importações e estatiza empresas. Durante as décadas seguintes e durante o período militar a economia do Brasil vê uma expansão de suas indústrias e cidades, mas sofre com a dívida externa e seus altos juros. Na década de 80, a economia brasileira encontra-se caótica, com juros exorbitantes, uma dívida externa que consome boa parte das reservas financeiras e um setor industrial defasado. Vários pacotes econômicos foram criados para conter a inflação e estabilizar a economia do Brasil, porém nenhum deles surte efeitos eficazes e duradouros. Foi então que em julho 1994, quando o então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, coordena o lançamento do “Plano Real”, criado para estabilizar a economia. Meses depois ele é eleito presidente e adota medidas para preservar a estabilidade econômica e atrair investimentos estrangeiros. Empresas estatais são privatizadas, a inflação é controlada e a economia começa a se estabilizar e se fortalecer. A economia começa a chamar a atenção de investidores, empresas multinacionais e a internacionalização de empresas nacionais. No início do século XXI há um fortalecimento da economia interna do país, o aquecimento do mercado consumidor, o aumento das exportações, o que leva há uma melhoria na qualidade de vida de grande parte da sociedade, aumentando significativamente o poder de compra dos brasileiros. Empresas nacionais se destacam entre as maiores do mundo e os bancos brasileiros tornam-se exemplo de estabilidade e sustentabilidade. Atualmente os principais produtos produzidos foram: café, laranja, cana-de-açúcar (produção de açúcar e álcool), soja, milho, carne bovina, frango, suínos, ferro, manganês, magnesita, estanho, alimentos industrializados, bebidas, produtos químicos, veículos, produtos metalúrgicos básicos, máquinas e equipamentos, produtos de plástico e borracha, eletrônicos, produtos de papel e celulose, serviços de telecomunicações, entre outros. Como já comentados nos tópicos anteriores, os indicadores PIB, PIB por habitante, IDH e coeficiente de Gini do Brasil demonstram realidades distintas. Apesar de os indicadores sociais acompanharem a evolução da economia e estarem avançando nos últimos anos, uma parte considerável da população brasileira ainda vive abaixo da linha da pobreza, moram em locais sem rede de água tratada e esgoto, e o sistema de saúde ainda não atende de forma eficaz. 2.3.2. RÚSSIAA Rússia está localizada na parte leste da Europa e na parte norte Ásia. No século XVIII o czar Pedro I promove amplo programa de modernização das cidades e indústrias. Com a revolução Russa em 1917, é implantado o regime comunista, estatizando terras e indústrias,o que leva milhares de camponeses à morte. Cria-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), junção de várias repúblicas vizinhas a Rússia sob a tutela de apenas um país. As riquezas minerais como gás, petróleo e carvão ajudam o país a acumular riquezas, expandindo sua importância tanto na área militar, como na tecnológica. Com o colapso do regime comunista no inicio dos anos 90, a URSS chega ao fim e a Rússia adota medidas radicais para a desestatização e liberalização da economia, a fim de atrair investidores externos, modernizar as indústrias russas e fortalecer o poder de compra de sua população. A economia russa começa a dar seus próprios passos, quando, em 1998, devido a uma crise político-econômica levam a Rússia à crise econômica mundial. As altas taxas de desemprego e a diminuição das reservas aumentam o medo de uma nova revolução comunista no país. Porém, no inicio do século XXI, com a eleição do Presidente Vladimir Putin, o governo russo adota medidas radicais de corte de gastos e fortalecimento do mercado interno. Durante a primeira década a economia russa toma fôlego novamente, seu mercado interno se fortalece e o país é um dos que menos sofre com a crise econômica na Europa. Com um PIB de US$ 1,8 trilhão, a Rússia é a 11ª economia mundial. Seus principais produtos são: minérios, petróleo, gás natural, metais, automóveis, navios, produtos químicos, equipamentos elétricos, máquinas, equipamentos para a construção civil, tecidos, alimentos industrializados. Apesar de seu PIB ser inferior ao do Brasil, a Rússia possui indicadores sociais um pouco melhores. Com uma população de 142 milhões de habitantes, seu PIB por habitante é de US$ 13.542, sendo o 62º do mundo. Seu IDH é de 0,755, ocupando a 66ª posição mundial. Seu coeficiente de Gini é de 42,3. Porém, apesar desses números, a Rússia apresenta indicadores sociais muito inferiores aos da maioria dos países europeus, sendo que dados oficiais indicam que a renda média dos mais ricos é 15 vezes maior que a dos mais pobres, sendo que em Moscou essa média aumenta para 53 vezes. Milhares de russos estão abaixo da linha da pobreza, onde 22% da população vivem abaixo da linha da pobreza, que sofrem com problemas como a desnutrição e o alcoolismo. 2.3.3. ÍNDIA A origem da nação hindu é a civilização que se desenvolve desde 2500 a.C. na região do Rio Indo, onde hoje fica o Paquistão. O país sofre diversas invasões e dominado por várias outras nações no decorrer dos séculos. Sua economia era predominante baseada na agricultura, pecuária e na exploração de minérios e pedras preciosas, permanecendo assim até as últimas décadas dos dias atuais. Nas últimas décadas, devido a farta oferta de mão-de-obra, a economia da Índia passou a ser impulsionada pelo setor industrial e de serviços. Indústrias de maquinaria, produtos químicos e petroquímicos, veículos, têxteis, bens de consumo não duráveis, produtos farmacêuticos, siderurgia, e empresas especializadas no desenvolvimento de softwares e produtos relacionados à tecnologia, movimentam grande parte das exportações do país. O fortalecimento do mercado consumidor interno e o investimento de empresas estrangeiras interessada na oferta de mão-de-obra a custo baixo faz com que a economia da Índia se torne mais estável. O PIB da Índia é de US$ 1,8 trilhão, a 10ª maior economia do mundo. Até 2050 a economia do país poderá ser a 2ª maior do mundo. Porém, devido ao elevado número da população, composta por mais de 1,2 bilhão de pessoas (2ª maior do mundo) faz com que seu PIB por habitante seja de apenas US$ 1.527, refletindo diretamente em seu IDH, que é de 0,547. Seu coeficiente de Gini é de 36,8, indicando uma menor concentração de renda, porém isso não traduz a enorme diferença social entre o luxo dos prédios em construção e a periferia dos grandes centros urbanos. Milhares de indianos sofrem e morrem todos os anos devido aos problemas sociais, como altos níveis de pobreza, analfabetismo, doenças e desnutrição, já que cerca de 400 milhões de indianos vivem com menos de US$ 1,00 por dia. A falta de uma política de controle de natalidade eficaz fará com que a Índia seja a maior população do mundo ate 2038. A falta de infraestrutura, principalmente de saneamento e esgoto, na maior parte do país agrava ainda mais saúde e os indicadores sociais do país. 2.3.4. CHINA A China é formada por uma população com mais de 4 mil anos de registros históricos. Apesar de muito antiga, manteve-se com pouco contato com o Ocidente por vários séculos, até que no Século XIII iniciou contato comercial freqüente com os países europeus, devido ao intermédio do veneziano Marco Polo, interessados por suas iguarias, tecidos e produtos agrícolas. A partir do Século XIX, os britânicos conseguem exclusividade de comércio no porto de Cantão, o que levam chineses e britânicos à Guerra do ópio, motivada pelo interesse do domínio comercial da região. Com a proclamação da República Popular da China e a implantação do comunismo, a economia da China se restringe a manter laços comerciais com os demais países comunistas. Programas para incentivo à aceleração da economia chinesa são lançados pelo partido comunista, enfatizando a produção de alimentos em campos comunitários e a construção de siderúrgicas. Porém, o que seria uma solução acaba por colocar a econômica do país em completa desorganização, fazendo com que milhares de pessoas morram de fome. Para agravar a situação econômica da China, animosidades levam a URSS a cortar a ajuda econômica e tecnológica, mergulhando a econômica chinesa em profunda crise. No final da década de 70, o país adota a política das Quatro Grandes Modernizações (da industria, da agricultura, da ciência e tecnologia e das Forças Armadas). São criadas Zonas Econômicas Especiais (ZEE), abertas a investimentos estrangeiros, e é incentivada a propriedade privada no campo. O modelo chamado de “economia socialista de mercado” propicia à China uma vigorosa recuperação econômica, com crescimento médio superior a 10% ao ano a partir de 1978. No final da década de 80, inicia-se uma longa negociação para o restabelecimento das relações econômicas entre a China e os EUA. Apenas em 1999 os países assinam um acordo de normalização das relações comerciais, onde, entre outras medidas, a China liberaliza alguns setores, como telecomunicações, e os EUA retiram algumas restrições na Organização Mundial do Comércio (OMC), o que faz com que a China entre no mercado consumidor mundial, acelerando ainda mais a crescimento e sua importância na economia mundial. A China é a 2ª maior economia do mundo, com um PIB de US$ 6,9 trilhões. A China se destaca na produção de petróleo, carvão, minério de ferro, ovinos, suínos, bovinos, eqüinos, siderurgia, equipamentos eletrônicos, têxtil, automotiva, fertilizantes químicos, alimentos processados, telecomunicações, construção, arroz, milho, soja, tabaco e batata. Apenas 7% do território chinês estão em condições de serem utilizados para a agricultura. Pesquisas recentes indicam que a economia da China irá ultrapassara economia dos EUA até o ano de 2018 tornando-se a maior economia do mundo. Com uma população na casa dos 1,35 bilhões de pessoas e apesar de ser a 2ª economia do mundo, seus indicadores sociais são muito inferiores, pois o progresso não chegouà toda a população. O PIB por habitante é de US$ 5.184, sendo o 90º do mundo. Seu IDH é de 0,687, sendo o 101º do mundo. Seu coeficiente de Gini é de 41,5. As construções suntuosas das cidades muitas vezes desviam o foco dos problemas sociais, que são mais visíveis principalmente com a precária situação dos camponeses, de condições de trabalho subumanas e fortes restrições à liberdade de expressão, fonte de protesto por vários países nas organização do trabalho e defesa dos direitos humanos. Para melhorar a condição de vida dos chineses e atrair cada vez mais investidores, o governo chinês tem investido maciçamente em infraestrutura, principalmente nos setores de construção civil, energia e transporte, sendo muitas delas referencia em design e tecnologia. 2.4. O BRICS em números: disparidade entre o econômico e o social Quando nos deparamos com os números dos países do BRICS fica mais claro o quão antagônica é a realidade social e econômica dos mesmos. Do lado econômico números dignos de países ricos e desenvolvidos. Do lado social, países que apresentam índices comparáveis a países subdesenvolvidos. Enquanto batem-se recordes de produção de alimentos, milhares de pessoas sofrem com doenças típicas da pobreza e morrem de fome todos os anos. Abaixo, podemos verificar esses números com maior clareza: Quadro 1 - Colocação dos indicadores socioeconômicos do BRICS no ranking mundial País PIB (milhões de US$) PIB por pessoa (US$) IDH População Brasil 7º 75º 84° 5° Rússia 11º 62° 66° 9° Índia 10º 133º 134º 2º China 2º 90º 101º 1º África do Sul 23º 76º 110º 25º Quadro 2 - Principais empresas do BRICS entre as 130 maiores empresas do mundo País Empresas Ramo de atividade Posição mundial (valor de mercado) Brasil Petrobras Vale Itaú Unibanco Ambev Bradesco Banco do Brasil Petrolífera Mineradora Banco Bebidas Banco Banco 5ª 23ª 52ª 62ª 95ª 127ª Rússia Gazprom Rosneft Sberbank Energia/Gás Natural Petrolífera Banco 15ª 57ª 79ª Índia Reliance Industries Oil and Gas Comporation Petroquimica/Textil Petrolífera 74ª 108ª China Petrochina ICBC China Construction Bank Petrolífera Banco Banco 3ª 4ª 7ª África do Sul SABMiller Bebidas 121ª 3. CONCLUSÃO O termo “BRICS” a cada dia vem sendo citada e tomando mais notoriedade na comunidade econômica mundial. Países onde antes a economia era instável e inspirava pouquíssima credibilidade junto à empresas e investidores, hoje tem se tornado fonte de inspiração e “tábua de salvação” para muitos países, empresas multinacionais e investidores estrangeiros. Em comum, o BRICS conseguiu formar e fortalecer um mercado consumidor interno, que passou a consumir parte da produção que seria exportada, modernizou e melhorou seus processos produtivos, adequando muitos seus produtos aos padrões internacionais de qualidade, lucrando mais nas exportações e aumentando suas vendas no mercado interno. Dessa forma, o BRICS formou uma economia menos dependente das outras economias, assim, acabaram sentindo menos os efeitos das crises na Europa e EUA. Porém, ao verificar que, em comum, todos os países do BRICS na área possuem um crescimento recente e acelerado quando comparado às demais economias mundiais, na área social esta evolução não vem acontecendo na mesma velocidade. Apesar de demonstrar uma evolução, esta está longe de garantir uma vida digna para todos os membros de sua população. O PIB dos países acaba demonstrando uma triste constatação, pois não garante um PIB por habitante proporcional e uma distribuição de renda uniforme. Problemas sociais graves como a pobreza, analfabetismo, desnutrição e fome atingem uma parte considerável de suas populações. Estas disparidades acabam por forma dois mundos diferentes em um mesmo país. Um rico, próspero, onde existe fartura, e outro miserável, desamparado, onde a fome e doenças relacionadas à pobreza tiram a vida de milhares de pessoas todos os anos. O sucesso econômico vem caminhando a passos largos para o BRICS. Agora está mais do que na hora das autoridades desses países criarem a mesma formula de sucesso na área social, para que aí sim eles poderem ser considerados os grandes prodígios não só da economia mundial, mas em todas as áreas, pois além de garantir lucro para suas empresas, garantirá uma vida farta e digna para toda a sua população, sem exceção. 4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Brasil: concentração de renda, desigualdade social, injustiça social, dados são alarmantes. Disponível em: <http://www.vejabemvb.com/2011/11/brasil- concentracao-de-renda.html>. Acesso em 25 mai. 2012. 2. Brasil ocupa 84ª posição entre 187 países no IDH 2011. Disponivel em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/brasil-ocupa-84-posicao-entre-187-paises- no-idh-2011.html>. Acesso em 25 mai. 2012. 3. BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. O Conceito Histórico do Desenvolvimento Econômico. 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