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AGRICULTURA-E-MEIO-AMBIENTE

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1 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1 AGRICULTURA ................................................................................. 4 
2 SISTEMAS AGRÍCOLAS ................................................................... 4 
2.1 Sistema intensivo ........................................................................ 5 
2.2 Sistema extensivo ....................................................................... 5 
3 TIPOS DE AGRICULTURA ................................................................ 6 
3.1 Agricultura de Subsistência ......................................................... 6 
3.2 Agricultura Orgânica .................................................................... 7 
3.3 Agricultura comercial ................................................................... 8 
3.4 Permacultura ............................................................................... 9 
4 AGRICULTURA COMERCIAL ......................................................... 11 
5 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA E SEUS 
IMPACTOS ....................................................................................................... 12 
6 NOVAS ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA AS 
ZONAS RURAIS DESFAVORECIDAS ............................................................ 17 
7 AGRICULTURA E IMPACTOS AMBIENTAIS .................................. 20 
7.1 Desmatamento ou desflorestamento ......................................... 20 
7.2 Erosão ....................................................................................... 21 
7.3 Poluição das águas ................................................................... 21 
7.4 Desertificação ............................................................................ 22 
7.5 Queimadas ................................................................................ 22 
7.6 Destruição de mananciais ......................................................... 22 
8 BIOTECNOLOGIA NA AGRICULTURA ........................................... 23 
8.1 Segurança Alimentar ................................................................. 24 
9 O QUE É MEIO AMBIENTE? ........................................................... 25 
9.1 Alguns Paradigmas da Ciência Ambiental ................................. 27 
 
3 
 
9.2 Resgate histórico sobre a origem dos problemas ambientais da 
atualidade 28 
9.3 Participação Social .................................................................... 32 
9.4 Impacto Ambiental: aspectos conceituais .................................. 33 
10 MEIO AMBIENTE E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................ 35 
11 CRIMES AMBIENTAIS ................................................................. 39 
12 BIOTECNOLOGIA AMBIENTAL ................................................... 41 
12.1 Biotecnologia ambiental na prática ........................................ 41 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 44 
 
 
 
 
4 
 
1 AGRICULTURA 
O termo agricultura quer dizer “arte de cultivar”. É o conjunto de técnicas 
concebidas para cultivar a terra a fim de obter produtos dela. Os produtos da 
agricultura são primariamente os alimentos, contudo, com os avanços 
nas técnicas e na tecnologia, a agricultura tem servido cada vez mais ao 
fornecimento de gêneros para a produção de fibras, energia, matéria-prima para 
roupas, combustível, construção, medicamentos, ferramentas, ornamentação e 
inúmeras outras finalidades. Esses produtos, bem como os métodos agrícolas 
utilizados, podem variar de uma parte do mundo para outra. 
2 SISTEMAS AGRÍCOLAS 
Sistemas agrícolas são um conjunto de atividades técnicas, econômicas 
e sociais que prevalece em uma área de produção agropecuária. 
Dependendo dessas atividades, como, por exemplo, o grau de 
mecanização, a oferta de crédito agrícola, as relações trabalhistas, a intensidade 
de utilização de insumos e a produtividade, podemos classificar em um 
sistema intensivo ou extensivo. 
 
 
Fonte: cursinhopreenem.com.br 
 
5 
 
2.1 Sistema intensivo 
As propriedades rurais que utilizam o sistema agrícola intensivo são 
aquelas que apresentam elevada produtividade, alto grau de mecanização, 
modernas técnicas de cultivo do solo e sustentabilidade. 
Dizer que um sistema agropecuário é sustentável é o mesmo que dizer 
que não apresenta graves problemas de ordem ambiental, econômica ou social, 
ou seja, tem condições de existência que lhe dão grande autonomia e equilíbrio. 
Ao longo do século XX, os países desenvolvidos e industrializados, 
possuidores de um consolidado desenvolvimento tecnológico, modernizaram 
suas atividades agropecuaristas e aumentaram consideravelmente sua 
produtividade. Isso lhes permitiu um uso cada vez menor da população 
economicamente ativa no setor primário da economia e trouxe grande migração 
para as cidades (êxodo rural). Nesses países, o emprego de agrotóxicos, de 
fertilizantes, de técnicas eficientes de manejo dos solos, de recursos da 
biotecnologia e da engenharia genética é bastante utilizado. 
Produção agrícola difere de produtividade, no sentido de que na produção 
considera-se o total produzido e na produtividade, o quanto se produz por 
unidade agrária (hectares), mediante o grau de recursos técnicos utilizados. 
Além da produtividade elevada, esses países possuem também uma 
elevada produção agrícola e são responsáveis por grande parte dos produtos 
agropecuários que circulam no mercado mundial. Mas, em que pese esta 
característica, as atividades do setor primário não têm grande peso para a 
economia desses países, representando em geral um percentual abaixo de 10% 
do PIB. 
2.2 Sistema extensivo 
O sistema agrícola extensivo é aquele que utiliza técnicas rudimentares, 
apresentando baixa produtividade e, em muitos casos, um subaproveitamento 
do espaço disponível para práticas agropecuárias. 
Como é tradicional e, portanto, pouco mecanizado, geralmente utiliza 
grande parcela de mão de obra, e os países onde predomina acabam tendo uma 
grande concentração dos trabalhadores no setor primário. 
 
6 
 
No caso específico da pecuária, onde o gado se alimenta apenas com 
pastagens naturais, ocorrem com frequência perdas por falta de assistência 
médico-veterinária e o animal é criado solto. 
Ao contrário do sistema intensivo, em países onde se pratica com 
predominância esse sistema agrícola, o setor primário tem grande peso para a 
economia nacional. 
3 TIPOS DE AGRICULTURA 
3.1 Agricultura de Subsistência 
O modelo econômico capitalista atingiu a produção agrícola, na qual 
ocorreu um rápido processo de modernização no campo (mecanização, 
utilização de defensivos agrícolas, sementes geneticamente modificadas, etc.) 
visando à maximização da produção. Esse fenômeno foi responsável pela 
redução do campesinato ou do pequeno produtor de subsistência. Entretanto, 
essa modalidade da agricultura resiste à modernização e é muito praticada em 
várias partes do mundo, em especial na América Latina, Ásia e África. 
A agricultura de subsistência se caracteriza pela utilização de métodos 
tradicionais de cultivo, realizados por famílias camponesas ou por comunidades 
rurais. Essa modalidade é desenvolvida, geralmente, em pequenas propriedades 
e a produção é bem inferior se comparada às áreas rurais mecanizadas. 
Contudo, o camponês estabelece relações de produção para garantir a 
subsistência da família e da comunidade a que pertence. 
Entre os principais produtos cultivados nas propriedades de subsistência 
estão o arroz, feijão, milho, mandioca, batata, frutas, hortaliças, entre outros. 
Após suprir as necessidades das pessoas envolvidas,o excedente é trocado ou 
vendido para a aquisição de produtos que não são cultivados nessas 
propriedades. 
No Brasil, a agricultura de subsistência é praticada nas “roças”, onde são 
comuns ferramentas como a enxada, machado, foice e arado. Na Ásia, a 
rizicultura (cultivo de arroz) é muito comum em propriedades coletivas de 
subsistências. No continente africano, esse tipo de agricultura é muito praticado, 
 
7 
 
além de haver o pastoreio nômade com rebanhos de bovinos, ovinos, equinos e 
de camelos. 
Portanto, os pequenos produtores rurais tentam resistir ao modelo 
capitalista de produção agrícola, realizando atividades tradicionais com o intuito 
de produzirem o suficiente para atender às necessidades de consumo. No 
entanto, eles enfrentam várias dificuldades, sendo uma delas a burocracia para 
a realização de empréstimos, que beneficiam os grandes latifundiários. 
3.2 Agricultura Orgânica 
O termo agricultura orgânica foi desenvolvido pelo inglês Sir Albert 
Howad, entre os anos de 1925 e 1930. No entanto, essa modalidade da 
agricultura ganhou força somente na década de 1960. 
A agricultura orgânica é um modelo de produção caracterizado por não 
utilizar fertilizantes sintéticos, agrotóxicos, sementes modificadas, reguladores 
de crescimento animal e intensa mecanização das atividades, visando a reduzir 
os impactos ambientais, além de cultivar produtos alimentícios mais saudáveis. 
Os constantes problemas sociais e ambientais desencadeados pelo atual 
modelo de produção agrícola (poluição das águas subterrâneas e superficiais, 
esgotamento dos solos, desemprego dos trabalhadores rurais em consequência 
da mecanização do campo, etc.), além dos alimentos com grandes 
concentrações de agrotóxicos e o pouco esclarecimento sobre os alimentos 
geneticamente modificados, têm despertado a consciência de parte da 
população que, em busca de um modelo agrícola que reduza os impactos 
ambientais e impulsione a produção de alimentos mais saudáveis, adere à 
prática da agricultura orgânica. 
A agricultura orgânica é um segmento agrícola que tem por objetivo a 
sustentabilidade econômica e ambiental. Sua prática baseia-se no uso de 
estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, controle biológico de 
pragas e doenças, utilização de energias renováveis e eliminação do uso de 
organismos geneticamente modificados em qualquer etapa do processo 
produtivo. Portanto, a agricultura orgânica busca a harmonia com o meio 
ambiente e a produção de alimentos saudáveis. 
 
8 
 
Esse modelo de produção tem se fortalecido a cada ano, já que os 
benefícios proporcionados têm atraído vários consumidores, tanto dos países 
desenvolvidos quanto das nações subdesenvolvidas. No entanto, os produtos 
desse modelo agrícola são mais caros e algumas frutas, verduras e legumes 
apresentam menor volume. Portanto, os produtos orgânicos ainda não são 
acessíveis à maioria da população. Outro fator agravante é que alguns produtos 
orgânicos não são identificados por simples observação, podendo haver a 
introdução de produtos considerados não orgânicos entre eles. 
No Brasil, a agricultura orgânica é desenvolvida em cerca de 15 mil 
propriedades certificadas, em que 70% delas pertencem a agricultores 
familiares. Essa certificação em território brasileiro é concedida pela Associação 
de Agricultura Orgânica (AAO) em parceria com a Ecocert Brasil. 
3.3 Agricultura comercial 
Basicamente, a agricultura comercial está vinculado com o objetivo de 
produzir alimentos para atender à demanda do mercado no âmbito interno e 
externo de uma determinada região ou país. Transcende a própria atividade 
agrícola rural, que recebe grande mecanização e profissionalização do setor. 
A agricultura tradicional tem sua origem na antiguidade, sendo iniciado 
com ferramentas e métodos rudimentares. A partir de novos fatores comerciais 
que demandavam de um sistema produtivo mais eficaz e de uma distribuição 
que atendesse a diferentes países consumidores, do nível intensivo de produção 
se desenvolveu um tipo de agricultura comercial. 
Nos dias atuais, países emergentes e em crescimento como Brasil, 
México e Índia têm atraído mais investimentos de grupos estrangeiros com o 
intuito de expandir a produção e atender o mercado consumidor local e externo. 
Nesses países tem sido criado o setor da agroindústria, gerando profunda 
especialização da produção e comercialização dos cultivos agrícolas a partir de 
mais recursos técnicos e capital monopolizados por grandes grupos 
multinacionais. 
O que também atrai os investimentos desses grandes grupos é a 
possibilidade de se obter terras férteis e baratas, que deixam de servir à 
 
9 
 
agricultura tradicional para atender à agricultura comercial moderna, com a 
capacidade de produzir níveis de produção esperados e excedentes. 
No Brasil, um dos grandes desafios para a expansão da agricultura 
comercial brasileira é ampliar a oferta de novos financiamentos para os 
agricultores, considerando que as linhas de financiamento já existente até 2010 
não permitia tal expansão nesse setor. As operações de crédito rural não têm 
alcançado a meta do PAP (Plano Agrícola e Pecuário), porém o objetivo de 
oferecer 107 bilhões para a agricultura comercial e 16 milhões para a familiar 
não é garantia de aplicação de projetos. 
Tecnicamente, a agricultura demanda não somente da produção de 
alimentos, mas de conhecimento científico, visão para a sustentabilidade, 
melhores meios logísticos que permitam mitigar o desperdício e perda de 
alimentos e, sobretudo, uma política que ajude a baratear o preço final dos 
alimentos, para que a agricultura comercial ajude a democratizar o acesso aos 
mesmos nas diferentes classes sociais. 
3.4 Permacultura 
 
Fonte: jardimdomundo.com 
Foi criada pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David 
Holmgren na década de 70. O termo, cunhado na Austrália, veio de permanent 
 
10 
 
agriculture (agricultura permanente), e mais tarde se estendeu para 
significar permanent culture (cultura permanente). A sustentabilidade ecológica, 
idéia inicial, estendeu-se à sustentabilidade dos assentamentos humanos locais. 
Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison de que “a única 
decisão verdadeiramente ética é cada um tomar para si a responsabilidade de 
sua própria existência e da de seus filhos” (Mollison, 1990). 
A ênfase está na aplicação criativa dos princípios básicos da natureza, 
integrando plantas, animais, construções e pessoas em um ambiente produtivo 
e com estética e harmonia. 
A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala 
humana, proporciona uma forma sistêmica de se visualizar o mundo e as 
correlações entre todos os seus componentes. Serve, portanto, como meta-
modelo para a prática da visão sistêmica, podendo ser aplicada em todas as 
situações necessárias, desde como estruturar o habitat humano até como 
resolver questões complexas do mundo empresarial. 
Permacultura é a utilização de uma forma sistêmica de pensar e 
conceber princípios ecológicos que podem ser usados para projetar, criar, gerir 
e melhorar todos os esforços realizados por indivíduos, famílias e comunidades 
no sentido de um futuro sustentável. 
A Permacultura origina-se de uma cultura permanente do ambiente. 
Estabelecer em nossa rotina diária, hábitos e costumes de vida simples e 
ecológicos – um estilo de cultura e de vida em integração direta e equilibrada 
com o meio ambiente, envolvendo-se cotidianamente em atividades de 
autoprodução dos aspectos básicos de nossas vidas referentes a 
abrigo, alimento, transporte, saúde, bem-estar, educação e energia renovável. 
Permaculturatem na sua relação com a atividade agrícola uma síntese 
das práticas tradicionais com ideias inovadoras, unindo o conhecimento secular 
às descobertas da ciência moderna, proporcionando o desenvolvimento 
integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor familiar. 
E, neste ponto, encontra paralelos com a Agricultura Natural que, sendo 
difundida intencionalmente pelas pesquisas do japonês Masanobu Fukuoka por 
todo o mundo, chegaram as mãos dos fundadores da permacultura e foram por 
eles desenvolvidas. 
 
11 
 
4 AGRICULTURA COMERCIAL 
A agricultura comercial está vinculada com o objetivo de produzir 
alimentos para atender à demanda do mercado no âmbito interno e externo de 
uma determinada região ou país. Transcende a própria atividade agrícola rural, 
que recebe grande mecanização e profissionalização do setor. 
A agricultura tradicional tem sua origem na antiguidade, sendo iniciado 
com ferramentas e métodos rudimentares. A partir de novos fatores comerciais 
que demandavam de um sistema produtivo mais eficaz e de uma distribuição 
que atendesse a diferentes países consumidores, do nível intensivo de produção 
se desenvolveu um tipo de agricultura comercial. 
Nos dias atuais, países emergentes e em crescimento como Brasil, 
México e Índia têm atraído mais investimentos de grupos estrangeiros com o 
intuito de expandir a produção e atender o mercado consumidor local e externo. 
Nesses países tem sido criado o setor da agroindústria, gerando profunda 
especialização da produção e comercialização dos cultivos agrícolas a partir de 
mais recursos técnicos e capital monopolizados por grandes grupos 
multinacionais. 
O que também atrai os investimentos desses grandes grupos é a 
possibilidade de se obter terras férteis e baratas, que deixam de servir à 
agricultura tradicional para atender à agricultura comercial moderna, com a 
capacidade de produzir níveis de produção esperados e excedentes. 
No Brasil, um dos grandes desafios para a expansão da agricultura 
comercial brasileira é ampliar a oferta de novos financiamentos para os 
agricultores, considerando que as linhas de financiamento já existente até 2010 
não permitia tal expansão nesse setor. As operações de crédito rural não têm 
alcançado a meta do PAP (Plano Agrícola e Pecuário), porém o objetivo de 
oferecer 107 bilhões para a agricultura comercial e 16 milhões para a familiar 
não é garantia de aplicação de projetos. 
Tecnicamente, a agricultura demanda não somente da produção de 
alimentos, mas de conhecimento científico, visão para a sustentabilidade, 
melhores meios logísticos que permitam mitigar o desperdício e perda de 
alimentos e, sobretudo, uma política que ajude a baratear o preço final dos 
 
12 
 
alimentos, para que a agricultura comercial ajude a democratizar o acesso aos 
mesmos nas diferentes classes sociais. 
5 A MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA E SEUS 
IMPACTOS 
 
Fonte: pensamentoverde.com.br 
O crescimento da produção agrícola no Brasil se dava, basicamente, até 
a década de 50, por conta da expansão da área cultivada. A partir da década de 
60, o uso de máquinas, adubos e defensivos químicos, passou a ter, também, 
importância no aumento da produção agrícola. De acordo com os parâmetros da 
“Revolução Verde”, incorporou-se um pacote tecnológico à agricultura, tendo a 
mudança da base técnica resultante passado a ser conhecida como 
modernização da agricultura brasileira (Santos,1986). 
O processo de modernização intensificou-se a partir dos anos 70, quando 
houve, de acordo com dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística - IBGE, um aumento de mais de 1.000% no número de tratores 
utilizados, em relação à década de 50, chegando este incremento a 6.512% na 
década de 80, e um aumento de 254% e 165%, respectivamente, no uso de 
arados a tração animal e nas colheitadeiras, nos anos 80, também em relação à 
década de 50. A utilização de adubos químicos também se intensificou no Brasil, 
 
13 
 
na década de 70, atingindo um incremento de 1.380%, entre 1965 e 1980, o 
mesmo ocorrendo com o uso de defensivos, que aumentou 377% neste mesmo 
período, com destaque para a utilização de herbicidas, que cresceu mais de 
8.000%, segundo informações colhidas no Sindicato das Indústrias de Adubos e 
Corretivos de Estado de São Paulo. 
Além da mudança na base técnica no campo surgem, nos anos 70, como 
produto da modernização agrícola, os complexos agroindustriais representando 
a integração técnica entre a indústria que produz para a agricultura, a agricultura 
e a agroindústria. 
Entender, portanto, a modernização da agricultura brasileira como uma 
simples mudança da base técnica é simplificar, em muito, o seu significado. É 
importante levar em consideração que a agricultura brasileira sempre se 
apresentou, ao longo da sua história, subordinada à lógica do capital, sendo um 
setor de transferência de riquezas. Assim sendo, dentro do seu processo de 
modernização deve-se dar significado maior à sua transnacionalização e à sua 
inserção na divisão internacional do trabalho ou, ainda, à penetração do modo 
de produção capitalista no campo brasileiro (Aguiar, 1986). 
O processo de modernização da agricultura brasileira está intimamente 
ligado à fase conclusiva do processo de substituição de importações – a 
internalização de indústrias produtoras de bens de capital e de insumos 
modernos- ou seja, a entrada no país de multinacionais produtoras de tratores, 
fertilizantes, herbicidas etc. O maior incremento no seu uso coincide justamente 
com a entrada dessas empresas no país. A partir de então, o desenvolvimento 
da agricultura não pode mais ser visto como autônomo. A dinâmica industrial 
passou a comandar, definitivamente, o desenvolvimento da agricultura, 
convertendo-a num ramo industrial, que compra insumos e vende matérias-
primas para outros ramos industriais (Martine, 1990). 
É por ter sido um processo integrado ao movimento mais amplo do capital, 
que se deu, à modernização da agricultura, um caráter imediatista, voltado para 
o aumento da produtividade no curto-prazo, buscando-se minimizar os riscos e 
maximizar o controle do homem sobre a natureza aumentando, cada vez mais, 
a capacidade de reproduzir, artificialmente, as condições da natureza. Além 
disso, o processo de modernização foi orientado para a modernização do 
latifúndio, para os grandes proprietários, potenciais compradores dos produtos 
 
14 
 
industriais, cuja produção se instalara no Brasil tendo, como base, os complexos 
agroindustriais, que tinham como função maior o direcionamento da produção 
para o mercado externo. 
Diante do exposto e tendo em vista as leis excludentes do capitalismo, 
não se pode pensar em um processo homogêneo de modernização da 
agricultura. O capital, ao ser introduzido no campo, reproduziu suas diferenças, 
gerando um processo de modernização heterogêneo, excludente e parcial. 
A modernização agrícola concentrou-se nas regiões Sul, Sudeste e 
Centro-Oeste do Brasil e na monocultura de produtos exportáveis, como soja e 
cana-de-açúcar, deixando à margem regiões mais pobres, Norte e Nordeste, 
onde predominam os pequenos produtores e a policultura alimentar 
No bojo da desigualdade da modernização da agricultura brasileira 
encontra-se o Estado, utilizado como principal agente indutor desse processo 
que, através do Sistema Nacional de Crédito Rural - SNCR, dos subsídios e das 
políticas de maxidesvalorização cambial, atuou em benefício dos grandes 
proprietários e das multinacionais, assumindo seus custos e riscos de produção 
e repassando-os à sociedade. 
Pode-se, então, afirmar quea eficiência econômica dos grandes 
produtores nada mais é que a expressão do seu poder em obter auxílio do 
Estado. É muito mais uma eficiência política do que econômica, deixando claro 
que a modernização só foi possível mediante a intervenção do Estado, sendo 
um processo totalmente induzido pelas políticas públicas concentradoras 
(Martine, 1990). 
Ao se utilizar o Estado para promover a modernização agrícola desigual, 
não se usou, em contrapartida, mecanismos que atenuassem os impactos 
negativos da política gerando, assim, o que Cordeiro (1996) denomina de um 
modelo agrícola bimodal, isto é, convivência de sistemas produtivos intensivos e 
extensivos, modernos e tradicionais, de ricos e de pobres. 
Para que novas terras, em antigas ou novas regiões produtivas, 
passassem a ser usadas com utilização de novas tecnologias, foi necessário o 
desmatamento de áreas de cobertura natural, levando à devastação de florestas 
e de campos nativos, ao empobrecimento da biodiversidade e da perda de 
recursos genéticos amplamente encontrados nas florestas. 
 
15 
 
A adoção dos “pacotes” da Revolução Verde – elaborados para uso em 
áreas de clima temperado, com solos homogêneos – causou erosão, 
antropização, salinização, compactação e perda de produtividade de muitos 
solos brasileiros. 
O uso excessivo de agrotóxicos levou à contaminação dos recursos 
hídricos do país e, principalmente, à contaminação do homem, que aplica os 
agrotóxicos e que ingere os alimentos contaminados. O uso intensivo e 
inadequado de agrotóxicos ainda trouxe um processo de resistência de pragas, 
ervas infestantes e doenças (até 1958, eram conhecidas 193 pragas no Brasil; 
em 1976, o número total de pragas conhecidas na agricultura era 593). 
Apesar de serem grandes as distorções ambientais advindas da 
modernização da agricultura, inadequada aos padrões brasileiros, o caráter mais 
doloroso dessa modernização diz respeito aos impactos sociais no campo 
brasileiro. 
O caráter seletivo dos benefícios governamentais concedidos tornou a 
terra um ativo econômico de grande rentabilidade, visto que esta era a condição 
primordial de acesso ao crédito - quanto mais terra maior facilidade de crédito e 
maiores ganhos especulativos; maiores, também, a concentração e a 
centralização de capitais no campo. 
No período de 1970 a 1980, foi reduzida a participação dos 
estabelecimentos com até 10 ha no total da área do país, de 52,2% para 50,4%, 
enquanto foi aumentada a dos estabelecimentos com mais de 1.000 ha, de 0,7 
para 0.9%. Além da redução de quantidade, ocorreu redução de área dos 
pequenos estabelecimentos em relação aos grandes. Terras antes ocupadas por 
pequenos produtores familiares foram incorporadas por grandes proprietários. 
Esses pequenos produtores e suas famílias perderam o lugar que tinham para 
morar e para trabalhar, perderam suas lavouras de autoconsumo e, 
principalmente, foram deslocados do seu principal meio de produção – a terra 
(Martine, 1990). 
Com a mecanização promoveu-se uma verdadeira expulsão do homem 
do campo. No período de auge do processo, entre 1970 e 1980, foram 30 
milhões de pequenos produtores expulsos de suas terras. Sem terra e sem 
emprego suficiente para todo o contingente que perdia suas terras, vender a 
 
16 
 
força-de-trabalho nas áreas metropolitanas era a única saída, aumentando 
consideravelmente o êxodo rural (Martine, 1990). 
Com a modernização agrícola segui-se a modernização das relações de 
trabalho e o assalariamento parcial e precário, ou seja, o aumento da 
sazonalidade do trabalho. Segundo Silva (1996:4) “o trabalhador passa de papel 
ativo e integral do artesão para o de um trabalhador parcial na manufatura, até 
atingir a passividade do operário, que apenas vigia a máquina”. 
Essas transformações não foram nada mais do que resposta às 
necessidades do capitalismo, uma vez que o trabalhador parcial permite ao 
capital maior valorização, pela intensidade do trabalho e pelo prolongamento da 
jornada de trabalho. 
“O trabalhador volante tem o máximo interesse pessoal em executar 
as tarefas, o mais rápido possível, para receber o valor 
correspondente, o que permite ao empresário uma elevação da 
intensidade do trabalho acima do normal. Além do mais, é conveniente 
e necessário que o trabalhador prolongue a jornada de trabalho, a fim 
de aumentar o salário, mesmo que, para isto, multiplique seus próprios 
braços com os da mulher e filhos menores” (Gonzáles e Bastos, 
1975:04, apud Aguiar, 1986:111). 
Outro impacto negativo da modernização da agricultura é no que diz 
respeito à produção de alimentos. À medida que o agricultor capitalista toma 
espaço no campo, incorporando mais e mais terras nas monoculturas de 
exportação, são reduzidas as áreas ocupadas com o cultivo de alimentos. 
Já na década de 70, período áureo da modernização, as taxas de 
crescimento das principais culturas que compõem a cesta básica dos brasileiros 
foram inferiores à do crescimento populacional. O arroz cresceu 1,5%, o milho 
1,7%, a mandioca 2,1% e o feijão teve crescimento negativo de –1,9%, enquanto 
a população cresceu 2,5%; já as lavouras de exportação apresentaram 
significativas taxas de crescimento: soja 22,5%; laranja 12,6%; cana-de-açúcar 
6,3%. Em decorrência, verificou-se aumento do preço dos alimentos nas 
cidades, redução do consumo alimentar, agravamento dos índices de 
subnutrição crônica e de doenças causadas pela fome. “Gasta-se mais para 
comer menos e pior” (Aguiar, 1986). 
Diante do exposto até aqui, pode-se afirmar que o modelo de 
modernização da agricultura implantado no Brasil, inadequado à realidade 
brasileira, sem se considerar as condições ambientais e sociais, alcançou bom 
 
17 
 
desempenho econômico quando são consideradas as perspectivas de lucro; no 
entanto, modificou e deixou marcas nas relações socioeconômicas do campo 
brasileiro, marcas essas que serão apresentadas na análise da situação do meio 
rural brasileiro na década de 90, no item seguinte. 
6 NOVAS ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO PARA AS ZONAS 
RURAIS DESFAVORECIDAS 
Chegou-se ao reconhecimento de que o modelo de modernização da 
agricultura, com a adoção dos parâmetros da Revolução Verde, não atendeu às 
necessidades básicas da grande massa dos trabalhadores rurais carentes – 
permanecendo os altos índices de pobreza, enquanto os latifúndios e os 
complexos agroindustriais eram cada vez mais fortalecidos. 
Diante dessa crítica ao modelo convencional de desenvolvimento, muitos 
estudiosos passaram a ter uma visão pessimista dos resultados que o processo 
de globalização poderia trazer. Uma questão passou a ser levantada: no mundo 
globalizado há saída para as áreas rurais desfavorecidas ou a única tendência é 
a exclusão social e o aumento da pobreza? Em contrapartida, vem crescendo o 
grupo de defensores da ideia de que a globalização abre oportunidades – 
“brechas” – que os pessimistas ainda não estão conseguindo visualizar. Esta 
ideia é exposta por Moreira (1996:02): “(...) dado o caráter dialético deste 
processo, abrem-se com ele novas possibilidades de desenvolvimento, cujo 
alcance não deve ser descurado”. 
Como resultado das discussões supracitadas, vem-se fortalecendo o 
conceito de desenvolvimento rural sustentável, cujos fundamentos propõem uma 
alternativa para as áreas pobres, de agricultura tradicional mudando, desta 
forma, o enfoque principal do desenvolvimento, que passa a ser o homem – o 
trabalhador rural marginalizado – e a melhoria da sua qualidade de vida. 
Apresentado como tentativa de diminuir a pobreza, um projeto de 
desenvolvimento rural sustentável representa a esperança de alguns agentes 
sociais de uma vida melhor para os quevivem no campo, e não possíveis sonhos 
e fantasias sobre as chances dos países periféricos entrarem no primeiro mundo, 
 
18 
 
ou sobre a possibilidade de generalização dos padrões de vida do núcleo central 
(Santos, 1999). Nos relatórios da ONU encontra-se a seguinte definição: 
“Desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no 
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a 
orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional 
se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de 
atender às necessidades e aspirações humanas” (CMMAD, 1988:49, 
apud Agra, 1998:35). 
É, portanto, um conceito multidimensional, onde as mais variadas 
dimensões do desenvolvimento devem ser consideradas, sejam elas ambientais, 
econômicas, sociais, políticas, culturais, ideológicas etc. Baseia-se no tripé: 
eficiência econômica, justiça social e prudência ecológica. 
O desenvolvimento rural sustentável deve ter, como base, o 
desenvolvimento local endógeno, isto é, deve levar em consideração as 
especificidades de cada região, suas necessidades e potencialidades. Qualquer 
iniciativa de desenvolvimento sustentável deve começar pela caracterização 
socioeconômica ambiental da região, para que técnicas inadequadas, que 
venham trazer degradação ou exclusão social, não sejam adotadas. 
Sendo assim, o desenvolvimento local deve ser acima de tudo um 
processo de reconstrução social, que deve se dar “de baixo para cima”, com a 
participação efetiva dos autores sociais, um processo de construção coletiva, 
onde prevaleçam as necessidades, sem modelos predeterminados ou copiados 
(Campanhola e Silva, 1999). 
Para isto, é importante que a população adquira as condições necessárias 
para identificar seus problemas e sugerir as soluções adequadas, o que se 
traduz na necessidade de programas de educação básica, de acordo com a 
especificidade cultural do meio no qual o indivíduo está inserido. “A escola 
urbana não pode servir de modelo para a escola rural, pois esta deve fazer parte 
de um projeto mais amplo para o campo” (Campanhola e Silva,1999:19). 
O desenvolvimento local sustentável requer parcerias entre as mais 
variadas entidades da sociedade civil: secretarias municipais de planejamento e 
agricultura, órgãos de pesquisa e assistência técnica, escolas públicas e 
privadas, universidades, igrejas, cooperativas, associações comunitárias, 
imprensa, entre tantas outras, todas unidas em prol de um objetivo comum, 
deixando à parte os interesses de classe. Diante desta proposta, ao Estado cabe 
 
19 
 
papel de grande importância, tornando-se cada vez mais necessário uma forte 
intervenção com o objetivo de proteger as áreas rurais não integradas dos efeitos 
negativos do processo da globalização e da tendência ao agravamento da 
situação dual do campo brasileiro e da pobreza no campo. 
Uma política de desenvolvimento rural sustentável no Brasil deve ter, 
como maior desafio, a eliminação da pobreza rural, incorporando políticas que 
levem em consideração a urbanização, as atividades não-agrícolas que se vem 
desenvolvendo no campo e, de maneira geral, as necessidades mais urgentes 
da população do campo. 
Deve-se estar consciente, contudo, de que não se alcança 
desenvolvimento rural sustentável apenas com políticas de combate à pobreza. 
É necessário um conjunto de políticas estruturais e assistenciais 
compensatórias, que ataquem principalmente os grandes problemas de 
desigualdades regionais e de renda. A espinha dorsal do conservadorismo, a 
estrutura agrária, deve ser atacada com a realização de um amplo programa de 
reforma agrária, somado a um programa de crédito fundiário e assistência 
técnica (Santos, 1999). 
Apenas o acréscimo de um programa de reforma agrária entre os acima 
mencionados, no entanto, não basta. Com a existência do novo rural brasileiro, 
esses programas devem vir acompanhados de propostas de urbanização para o 
mundo rural interiorano, no sentido de dotar as pequenas cidades do interior, 
onde se vem instalando os migrantes das zonas rurais, de infra-estrutura 
adequada: luz elétrica, água potável, saneamento básico, habitação, ensino, 
saúde, creches, redes de comunicação etc, com o objetivo de oferecer condições 
necessárias para a realização das novas atividades, gerar ocupação e renda e 
oferecer melhor qualidade de vida à população. 
Finalmente, a grande condição que pode ser apresentada para a 
implementação do desenvolvimento rural sustentável é “vontade política” e 
interesse das classes governamentais em eliminar a pobreza, mudando a 
atenção de suas políticas e se voltando para o social, para o regional, para os 
problemas que assolam a população do campo brasileiro. 
 
20 
 
7 AGRICULTURA E IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
Fonte: probambientais.blogspot.com 
 Agricultura é uma atividade que visa a produção de alimentos, porém ela 
causa diversos impactos ambientais no planeta. 
Sem dúvidas é a atividades mais antiga que existe, pois no passado as 
pessoas comiam apenas aquilo que plantavam. Porém, com o passar dos anos, 
os recursos utilizados para a produção agrícola começaram a mudar e estão 
trazendo resultados negativos para saúde e vida dos indivíduos. 
A mecanização hoje em dia é o recurso mais comum para cultivar a terra, 
devido a demanda de alimentos ser gigantesca na indústria agrícola. 
Essa atividade é essencial para a alimentação humana e de acordo com 
pesquisas, essa atividade fornece alimentos para mais de 7 bilhões de pessoas 
ao redor do mundo. Mas os recursos utilizados para a sua produção como 
insumos e novas técnicas produtivas que fazem com que o alimento dure mais 
está afetando significativamente o meio ambiente. 
Os maiores impactos ambientais que a agricultura está provocando são 
os elencados abaixo. 
7.1 Desmatamento ou desflorestamento 
O desmatamento é um impacto causado exclusivamente pela atividade 
humana que destrói a floresta para extrair sua madeira o que enriquece a 
 
21 
 
indústria madeireira ou para obter solo vasto para plantio auxiliando a indústria 
agrícola. 
Como uma das principais consequências do desmatamento se tem a 
diminuição dos absorventes do dióxido de carbono, ou seja, o meio ambiente 
sofre drasticamente pois não consegue absorver a quantidade necessária do 
principal causador do efeito estufa. 
Em resumo, a atividade agrícola agrava e muito o aquecimento global. 
7.2 Erosão 
A erosão consiste em um processo que desloca a terra ou as rochas da 
superfície da qual estão presas. 
Esse processo pode ocorrer através de eventos naturais ou por causa de 
ações do ser humano. 
É devido a ação humana quando é retirado a cobertura vegetal do solo 
para plantio, pois aquele solo perde sua consistência e não consegue mais 
absorver água, ou seja, nem o solo nem as plantas absorvem a água e é por isso 
que ocorrem as enchentes e os desmoronamento de morros. 
7.3 Poluição das águas 
Há um grande mito sobre o consumo de água ser maior nas residências, 
mas isso não é verdade, o consumo maior de água doce se encontra nas 
irrigações de campos agrícolas. 
De acordo com pesquisas da FAO-ONU (organização das nações unidas 
para alimentação e agricultura) 70% da água doce dos lagos, reservatórios 
subterrâneos e rios são destinados para essa irrigação. 
O que acaba por causar um maior consumo em lavouras que utilizam 
métodos de irrigação pouco eficientes. Nesses casos o consumo é bem maior. 
Fora o grande consumo da água, os produtos agrotóxicos que são 
jogados nela apresentam como componentes resíduos venosos que provocam 
várias doenças. 
 
22 
 
Então, a poluição da água é devida o uso descontrolado de defensivosagrícolas e de adubos o que acabam por gerar o excesso de nutrientes nos 
produtos. Esse excesso é chamado de eutrofização. 
7.4 Desertificação 
Desertificação é um processo ocasionado pelo uso irregular do solo que 
em geral ocorre pela grande produção de animais em especial a produção de 
gado que desgasta o solo de forma assombrosa tornando o solo totalmente 
infértil. 
Como o solo fica infértil, não há plantação nenhum que consiga durar, 
tornando a área deserta. 
7.5 Queimadas 
As queimadas são práticas bem antigas que tem como intuito limpar o 
terreno ou pasto utilizando do uso do fogo de forma controlada para preparar o 
solo para um o plantio futuro. 
Mas fora a hipótese de limpar o terreno, o agricultor também utilizada das 
queimadas para eliminar doenças ou pragas que estão presentes na sua 
plantação. 
O que muitos não pensam é que o fogo destrói plantas, sementes e raízes, 
tornando impossível a sua sobrevivência naquela área, a não ser que 
futuramente aja sua recolocação através do tratamento do solo por pratica 
humana, animal ou por agentes físicos. 
Outro ponto negativo trazido pela queimada são os problemas de saúde 
que derivam do aquecimento global causado pela emissão de dióxido e 
monóxido de carbono lançado na atmosfera que agrava o efeito estufa. 
7.6 Destruição de mananciais 
A destruição dos mananciais é devido ao acrescentamento da agricultura 
sobre as matas nativas, destruindo assim a nascente. 
 
23 
 
Essa devastação ocorre sobre as matas ciliares, por conta também dos 
resíduos industriais e agroquímicos que contaminam os mananciais, pelos lixos 
hospitalares e esgotos urbanos e pelo consumo de água destinados ao consumo 
humano, a pecuária, agricultura e a indústria. 
Mas como propostas de resolução para esse caso foi possível encontrar 
duas; tratar a água como um negócio ou a água como vida. 
No caso da água tratada como negócio é em relação ao seu valor 
econômico já que é um problema futuro de escassez é possível criar uma 
legislação e regulamentar o seu consumo, criando assim um objeto lucrativo. 
8 BIOTECNOLOGIA NA AGRICULTURA 
A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas 
mais eficiente. Pragas, doenças e problemas climáticos, por exemplo, sempre 
foram obstáculos à produção de alimentos. Porém, a engenharia genética 
permitiu a criação de tecnologias que reduzem as perdas e aumentam a 
produtividade das lavouras. 
Esta associação já permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais 
resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. As variedades geneticamente 
modificadas (GM) ou transgênicas proporcionam melhoria das práticas de cultivo 
e incremento na quantidade e na qualidade dos produtos agrícolas, reforçando 
a renda dos produtores e favorecendo o crescimento econômico. 
No caso das plantas transgênicas tolerantes a herbicidas ou resistentes a 
insetos, a vantagem é a facilitação do manejo de plantas e insetos invasores, o 
que resulta na redução da quantidade de aplicações de defensivos químicos. Já 
existem vegetais que apresentam estas duas características reunidas e que 
representam uma alternativa eficiente para os agricultores. Além das vantagens 
agronômicas, essas variedades favorecem a preservação da biodiversidade e 
diminuem a necessidade de ampliação da área plantada, com diminuição nas 
perdas no campo. 
Cientistas de todo o mundo trabalham também no desenvolvimento de 
plantas com características complexas modificadas, cuja expressão envolve 
vários genes, a exemplo da tolerância ao estresse hídrico (seca). O futuro 
 
24 
 
também aponta para a criação de vegetais transgênicos, que contenham 
propriedades nutricionais melhoradas ou que produzam medicamentos. 
Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo 
depois de passar por uma série de testes que avaliam sua segurança para o 
meio ambiente e para a saúde humana e animal. 
 
 
Fonte: blog.agropro.com.br 
8.1 Segurança Alimentar 
Diversas organizações internacionais de renome apoiam a biotecnologia 
e os produtos derivados do uso dessa técnica. Entre elas estão a Organização 
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), a Academia de Ciências do Vaticano, a Agência de 
Biotecnologia da Austrália e a Agência de Controle de Alimentos do Canadá. 
No Brasil, a Lei de Biossegurança (Lei no 11.105/05) exige que qualquer 
organismo geneticamente modificado passe pela avaliação criteriosa da 
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio. 
 
25 
 
9 O QUE É MEIO AMBIENTE? 
Para esta pergunta poderemos obter as mais diferentes e variadas 
respostas, que indicam as representações sociais, o conhecimento científico, as 
experiências vividas histórica e individualmente com o meio natural. Para a 
realização da educação ambiental popular, é importante termos um conceito que 
oriente as diferentes práticas. Assim, definimos meio ambiente como o lugar 
determinado ou percebido onde os elementos naturais e sociais estão em 
relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam processos de 
criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação 
do meio natural e construído. 
Nesta definição de meio ambiente fica implícito que: 
 Ele é "determinado": - quando se trata de delimitar as fronteiras e 
os momentos específicos que permitem um conhecimento mais 
aprofundado. Ele é "percebido" quando cada indivíduo o limita em 
função de suas representações sociais, conhecimento e 
experiências cotidianas. 
 As relações dinâmicas e interativas indicam que o meio ambiente 
está em constante mutação, como resultado da dialética entre o 
homem e o meio natural. 
 Isto implica um processo de criação que estabelece e indica os 
sinais de uma cultura que se manifesta na arquitetura, nas 
expressões artísticas e literárias, na tecnologia, etc. 
 Em transformando o meio, o homem é transformado por ele. Todo 
processo de transformação implica uma história e reflete as 
necessidades, a distribuição, a exploração e o acesso aos recursos 
de uma sociedade. 
 
A definição de meio ambiente acima exige um aprofundamento teórico 
que conta com a contribuição de diferentes ciências que se aglutinam no que se 
convencionou chamar de Ciência Ambiental. Tem se tornado cada vez mais claro 
e consensual que a Ciência Ambiental só se realizará através da perspectiva 
interdisciplinar. 
 
26 
 
 
 
Fonte: todamateria.com.br 
A problemática ambiental não pode se reduzir só aos aspectos 
geográficos e biológicos, de um lado, ou só aos aspectos econômicos e sociais, 
de outro. Nenhum deles, isolado, possibilitará o aprofundamento do 
conhecimento sobre essa problemática. À Ciência Ambiental cabe o privilégio de 
realizar a síntese entre as ciências naturais e as ciências humanas, lançando 
novos paradigmas de estudo onde não se "naturalizarão" os fatores sociais e 
nem se "socializarão" os fatores naturais. Diferentes áreas de estudo de 
disciplinas diversas podem contribuir para o desenvolvimento da Ciência 
Ambiental dentro da ideia de interdisciplinaridade. 
No entanto, esta ideia enfrenta algumas dificuldades para se concretizar, 
tanto em nível teórico como em nível prático. Se, atualmente, temos cada vez 
mais trabalhos teóricos que se baseiam no conhecimento acumulado nas 
diferentes ciências (incluindo as exatas), podemos ainda notar a dificuldade para 
muitos autores se lançarem nas ciências que não dominam com a mesma 
profundidade atingida nas suas especialidades. Esses autores não ousam trilhar 
por ciências onde não terão o mesmo reconhecimento de seus pares e aindaserem alvos fáceis de críticas dos especialistas dessas outras ciências. 
Devemos também considerar o extremo corporativismo ainda presente nos 
meios acadêmicos e científicos, que impede a troca de experiências e 
 
27 
 
informações entre cientistas de especialidades diferentes e supostamente 
antagônicas. 
A Ciência Ambiental exige dos atores envolvidos conhecimento 
aprofundado, espírito curioso e modéstia diante do desconhecido. Na sua fase 
atual, que é de busca da síntese e da perspectiva interdisciplinar, é fundamental 
a troca de conhecimentos de origens científicas diversas, possibilitando dar 
algumas respostas às complexas questões que fazem parte do seu quadro 
teórico. 
9.1 Alguns Paradigmas da Ciência Ambiental 
Observamos que nos últimos anos o conceito de desenvolvimento 
sustentável tem substituído na literatura especializada os conceitos de 
desenvolvimento alternativo e ecodesenvolvimento. Porém, esses conceitos são 
originados da Conferência de Estocolmo de 1972, sendo que o de 
desenvolvimento alternativo lhe é anterior. A partir dessa Conferência, o 
ecodesenvolvimento foi o conceito mais fundido na literatura especializada, até, 
principalmente, a publicação do Report Brundtland em 1987. 
Pearce et al (1989) observam que existem diferentes definições de 
desenvolvimento sustentado que ilustram as diferentes perspectivas 
apresentadas, sobretudo na segunda metade da década de 80, na literatura 
anglo-saxônica. À parte está questão de conceitualização, o que nos parece 
importante enfatizar é que atualmente as propostas de desenvolvimento 
econômico que não levam em consideração os fatores ambientais estão 
condenados ao esquecimento. 
As recentes mudanças no cenário político internacional têm mostrado que 
tanto sob o capitalismo como sob o socialismo a questão ambiental tem um peso 
político muito grande que interessa tanto a uns quanto a outros. Motivo pelo qual 
a ideia de desenvolvimento sustentado tem estado presente nos debates e 
acordos internacionais. Porém, ela não se apresenta de forma homogênea, 
como já foi assinalado por Pearce et al (1989). 
Nas sociedades capitalistas periféricas, a ideia de desenvolvimento 
sustentável não pode se restringir à preservação de recursos naturais, visando 
o abastecimento de matérias primas às gerações futuras, como tem sido 
 
28 
 
enfatizado nos países de capitalismo avançado. Elementos básicos das 
necessidades humanas e intimamente dependentes da problemática ambiental, 
como transportes, saúde, moradia, alimentação e educação, estão longe de 
terem sido resolvidos. 
Nos pontos comuns e divergentes entre sociedades capitalistas 
desenvolvidas e periféricas, podemos considerar que, para a realização do 
desenvolvimento sustentado em nível global, é de fundamental importância o 
estabelecimento de uma nova ordem econômica e ecológica, onde países dos 
hemisférios Norte e Sul possam dialogar em igualdade de condições. Porém, 
esse diálogo (se ocorrer) não será sem dificuldades, pois a falta de 
homogeneidade dos países do Terceiro Mundo e a passividade frente ao poderio 
econômico (e militar) dos países do Norte são duas dificuldades evidentes. 
Em face disso, qualquer que seja o conceito de desenvolvimento, 
dificilmente podemos garantir, pacificamente, às gerações futuras de qualquer 
parte do globo, o patrimônio natural e cultural comum da humanidade. 
9.2 Resgate histórico sobre a origem dos problemas ambientais da 
atualidade 
Os nossos ancestrais, que viveram a cerca de 02 (dois) milhões de anos 
atrás (homo erectus), se alimentavam através da caça, da pesca e da colheita 
de onde eles retiravam todos os nutrientes necessários para sua sobrevivência. 
Tal processo se deu de forma dinâmica, ou seja, as primeiras civilizações eram 
nômades, não tinham locais de moradia fixos, permanecendo na localidade até 
o momento que está tinha suprimentos suficientes para sua alimentação e, 
consequentemente, sobrevivência. Apesar do processo de exploração do meio 
ambiente ter se dado de forma mais amena, devido a uma menor população, 
com menor mobilidade e a inexistência de tecnologias de alto poder destrutivo, 
verificou-se a extinção de algumas espécies animais, como também, a 
modificação do meio ambiente através de queimadas e derrubadas de árvores. 
Ou seja, o homem interferia no meio ambiente o qual estava inserido, 
modificando-o de modo a atender suas necessidades (PONTING, 1995). 
Com o surgimento da agricultura, processo que se desenvolveu de forma 
inconsciente através das modificações feitas pelo homem ao meio ambiente, foi 
 
29 
 
possível estabelecer moradias fixas (sedentários), o que aumentou, por 
conseguinte, o crescimento da população uma vez que, existiam mais alimentos 
disponíveis em pequenos espaços. Fato que deu origem às primeiras cidades. 
Tomando por base as discussões levantadas por Clive Ponting (op. cit.) 
pode-se tecer algumas considerações a esse respeito, a saber: 
 a agricultura foi fundamental para fixação do homem nos territórios, 
o que possibilitou um maior crescimento populacional; inovações 
tecnológicas (uso do fogo, da roda e da escrita, por exemplo); 
 a agricultura também propiciou o surgimento de batalhas, 
verdadeiras disputas entre sociedades distintas por terras e 
recursos naturais, fato que desencadeou o surgimento de 
armamentos de defesa de modo a garantir a segurança de seus 
territórios; 
 a agricultura foi responsável pelos primeiros impactos ocasionados 
ao meio ambiente, os quais, com o tempo e amplitude, tornaram-
se avassaladores. 
 
Complementando as observações sobre a relação entre os problemas 
ambientais e o surgimento da agricultura, o autor supramencionado ressalta esta 
questão enfatizando que, a partir do advento da agricultura, assistiu-se (a 
humanidade) aos primeiros exemplos de alterações ocasionadas pela ação 
humana, bem como o seu poder de destruição, se caracterizando como os 
primeiros exemplos de sociedade que danificavam o ambiental de forma a 
provocar o seu próprio colapso. Dessa forma, observou-se que, após o advento 
da agricultura, e o surgimento das primeiras cidades, houve uma grande 
modificação no processo de organização das antigas civilizações, dando origem 
a sociedades cada vez mais organizada, hierarquizada e estratificada. 
O homem passou a interferir no meio ambiente de forma a atender suas 
necessidades, transformando o meio natural em meio cultural, e dessa forma, 
não se enxergando como parte da natureza4 em que vive e da qual sobrevive. 
Desse modo, a exploração ambiental se intensificou, o homem julgando-se 
senhor da natureza poderia, portanto, manipulá-la como desejasse. Tal ideia, de 
superioridade, foi posta em prática pelo fato do homem se considerar um ser 
social, de acordo com Gonçalves (2008, p. 39/40): 
 
30 
 
Dizer, portanto, que o homem é um ser social como se isso o 
distinguisse dos demais seres da natureza pode ser uma afirmação 
altissonante, mas que pouco faz avançar qualquer esforço de 
diferenciação entre o homem e a natureza, na medida em que os seres 
vivos, sobretudo os animais, já vivem socialmente. Isso não quer dizer 
que o homem não seja um animal social, mas que é social porque é 
animal e os animais vivem socialmente. 
De acordo com Branco (2007), a origem da palavra natureza vem do latim 
natura, que em suas raízes tinha o significado de “ação de fazer nascer”. 
Natureza é, assim, a faculdade geradora, o princípio e o conjunto de tudo que 
nasce. A palavra natureza corresponde à palavra physis, do grego, que significa 
nascimento, origem, força, geração. 
Para Capra (2004) a natureza é uma complexa teia de relações entre as 
várias partesde um todo unificado. A “teia da vida” é uma ideia antiga, que tem 
sido utilizada por poetas, filósofos e místicos ao longo do tempo para transmitir 
o sentido de entrelaçamento e de interdependência de todos os fenômenos. 
Para Capra (2004) a natureza é uma complexa teia de relações entre as 
várias partes de um todo unificado. A “teia da vida” é uma ideia antiga, que tem 
sido utilizada por poetas, filósofos e místicos ao longo do tempo para transmitir 
o sentido de entrelaçamento e de interdependência de todos os fenômenos. 
 
 
31 
 
 
Ao observar o Quadro 01, pode-se inferir que a ideia de dominação do 
homem sobre a natureza também está presente nas mais diversas culturas e 
religiões, onde o homem é visto como ser antropocêntrico e superior a qualquer 
outra forma de vida. De acordo com a religião cristão-judaica, “o homem foi feito 
à imagem de Deus, tendo, portanto, o direito de dominar o mundo”. Do mesmo 
modo, no pensamento pré-cristão, a ideia do homem como guardião do mundo 
e da natureza também vigorou. Assim como no islamismo e no judaísmo onde a 
total separação do homem e da natureza ainda persiste (DREW, 2011). 
Com isso, verifica-se que a exploração do homem sobre o meio ambiente 
está fundamentada em preceitos bastante antigos (como os dogmáticos) e 
culturalmente enraizada numa concepção de eterna supremacia humana sobre 
todos os outros seres, o que dificulta o desvinculamento do homem deste 
constante processo de dominação e expropriação dos bens naturais, tendo em 
vista, que, no seu entender, tal fato é algo natural e intrínseco da sua condição 
de ser humano. 
 
32 
 
9.3 Participação Social 
Os movimentos ecológicos surgidos nas sociedades capitalistas 
desenvolvidas nos anos 70 se caracterizam inicialmente por uma crítica ao 
modelo de sociedade industrial. A esse início "contracultura", foram se 
aglutinando tanto os movimentos preservacionistas de espécies animais e 
vegetais, como movimentos pacifistas e anti-nucleares. 
 
 
Fonte: abm.org.br 
O surgimento e a evolução desses movimentos devem ser vistos dentro 
do contexto da participação civil em sociedades democráticas. A organização de 
grupos e a posterior constituição de "partidos verdes" só se tornaram possíveis 
graças à crescente mobilização da população frente a decisões do Estado. Nos 
países onde a democracia é incipiente, a organização da população se faz com 
resultados menos satisfatórios, mas não menos combativos. É importante 
assinalar que a visão de Estado e da participação da sociedade civil nas 
diferentes ideologias políticas, que se posicionam nos países da América Latina, 
influi na prática de organizações civis frente à questão ambiental. Se o que 
aparece com mais frequência é a ideia de autonomia frente ao Estado, no 
entanto ela apresenta conotações ideológicas muito diferentes. Num primeiro 
momento, tivemos a influência das ideias autonomistas surgidas nos anos 60, 
onde se caracteriza a perspectiva crítica ao Estado centralizador e autoritário, às 
suas opções de desenvolvimento e de saque ao meio ambiente com as suas 
consequências sociais. 
 
33 
 
No entanto, esta posição mais crítica foi perdendo terreno nos últimos 
anos a favor de tendências que, embora contrárias à interferência do Estado, se 
posicionam e atuam no terreno das ideias neo-liberalizantes. A participação da 
população nas questões ambientais tem basicamente se destacado nos grandes 
centros urbanos, mas também fora deles, aglutinando diferentes camadas 
sociais em torno de questões específicas. 
Inúmeras entidades ecológicas e/ou ambientalistas surgiram no 
continente nos últimos anos, porém com penetração mais localizada, e muitas 
delas atreladas a interesses econômicos e políticos nem sempre muito claros. 
Podemos considerar que essa quantidade de novas organizações ocorre 
devido ao processo de democratização. A atuação de cada um desses 
movimentos e a sua continuidade ficará por conta daqueles que: apresentarem 
respostas aos graves problemas ambientais puderem discuti-las 
democraticamente e tiverem meios econômicos e técnicos para viabilizá-las. 
Várias propostas de participação têm sido colocadas à sociedade, porém 
só a autonomia dos movimentos sociais frente ao Estado, aos partidos políticos, 
meios de comunicação de massa, monopólios econômicos e seitas religiosas 
poderá garantir o seu potencial crítico ao modelo de desenvolvimento, 
favorecendo a consolidação da democracia no continente. Isso não ocorrerá, no 
entanto, sem o desenvolvimento da consciência de cidadania, possível através 
da educação popular ambiental. 
9.4 Impacto Ambiental: aspectos conceituais 
Segundo a Resolução CONAMA nº 01/1986, considera-se impacto 
ambiental qualquer alteração nas propriedades físicas, químicas e biológicas do 
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança 
e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as 
condições estéticas e sanitárias do ambiente e a qualidade dos recursos 
ambientais. 
Coelho (2004) define impacto ambiental como sendo um processo de 
mudanças sociais e ecológicas causado por perturbações (uma nova ocupação 
e/ou construção de um objeto novo: uma usina, uma estrada ou uma indústria) 
 
34 
 
no ambiente. Diz respeito ainda, de acordo com a autora, com a evolução 
conjunta das condições sociais e ecológicas estimuladas pelos impulsos das 
relações entre forças externas e internas à unidade espacial e ecológica, 
histórica ou socialmente determinada. É a relação entre sociedade e natureza 
que se transforma diferencial e dinamicamente. Os impactos ambientais são 
descritos no tempo e incidem diferentemente, alterando as estruturas das 
classes sociais e reestruturando o espaço. 
Para Hammes (2004), os impactos das atividades estão relacionados à 
suas necessidades de existência, que absorve, transforma e produz resíduo. A 
magnitude dessa relação no espaço depende das questões culturais, de 
consumo de produtos mais ou menos industrializados, com ou sem embalagens 
descartáveis e não descartáveis, assim por diante. A complexidade maior ou 
menor reflete-se no custo das resoluções dos problemas ambientais, de toda a 
natureza. 
De acordo com Valle (2004), até recentemente, a poluição ambiental era 
estudada apenas por seus efeitos locais e as soluções encontradas eram sempre 
aplicadas de forma também localizada. O tratamento dos esgotos sanitários e a 
coleta de lixo urbano para disposição em aterros são dois exemplos clássicos de 
soluções locais. Agia-se localmente, sem a percepção de que essas ações 
afetavam globalmente o meio ambiente (VALLE, op. cit., p. 28). Os impactos 
ambientais estão sendo cada vez mais evidenciados na atualidade. Na medida 
em que o processo de exploração e apropriação da natureza está se dando de 
maneira desordenada, sem nenhum controle e com total desrespeito com um 
bem tão precioso: o meio ambiente. A preocupação está voltada para a 
acumulação e o crescimento econômico sem levar em consideração o modo que 
este está sendo feito. Um exemplo é o aumento da geração de resíduos sólidos 
típico do mundo atual e do processo capitalista no qual estamos inseridos. Neste 
processo capitalista, o consumo é incentivado como forma de fomentar o 
desenvolvimento econômico. 
 
35 
 
10 MEIO AMBIENTE E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
Fonte: gazetadopovo.com.br 
Vive-se hoje num momento crítico em relação às questões ambientais. O 
planeta dá sinais evidentes de que não suporta mais o ritmo de consumo que 
dos dias atuais. A poluição ambiental (da terra, da água e doar) chegou a níveis 
consideráveis, tão consideráveis que em determinadas regiões de alguns países 
o nível de poluição provoca deformidades e problemas de saúde nos habitantes 
locais. 
Quando o meio ambiente é agredido mesmo sem intenção, acaba 
refletindo em toda parte, no mundo inteiro. 
Muitos desastres ocorreram, prejudicando o clima e o meio ambiente, 
sendo isso o resultado do modo de vida e da forma egoísta do ser humano 
pensar. O lado positivo da história é a conscientização da humanidade, que 
começa a repensar a forma com que trata do planeta e acabam tomando 
consciência de que algo deve mudar e para isso cada um deve fazer a sua parte. 
As empresas são o motor da sociedade. Seja uma pequena ou grande 
empresa, movimentam a economia, geram empregos, criam novos 
comportamentos, promovem desenvolvimento, entre outros benefícios que 
acabam melhorando os negócios e agregam valores também a sociedade. 
 
36 
 
Dessa forma essas empresas passam a ser sustentáveis, de outra forma, 
por ter “qualidade”. Com essa visão de investimento a empresa recebe a 
admiração do mercado e o orgulho de seus funcionários dos usuários por fazer 
parte. Elas constroem assim, um valor real, pois de fato contribuem com a 
sociedade e acabam encontrando na sustentabilidade um apoio para se fixarem 
e construírem sua base. 
E um jeito de conduzir os negócios, promovendo um bom desempenho 
econômico é basear-se nas dimensões propostas pela sustentabilidade, que são 
três: econômico, ambiental e social. 
O tema sustentabilidade está ganhando espaço, mas infelizmente ainda 
não é bem aceito como deveria por algumas empresas. Pois, muitos 
empresários acham que promover a sustentabilidade em suas empresas vai 
gerar um aumento nos custos, causando assim um prejuízo desnecessário, 
podendo atrapalhar a sua penetração no mercado. Mas, aos poucos, essa visão 
dos empresários está mudando, pois, os consumidores estão se conscientizando 
e preocupados com o futuro, eles começam a pressionar e exigir, empresas 
como modelo de sustentabilidade, para assim consumir seus produtos e 
serviços. 
 A preocupação com o meio ambiente pelo legislador constitucional, fez 
inserir dentro do “Título VIII – Da ordem social”, o capítulo VI específico sobre o 
tema, denominado “Do Meio Ambiente”, em seu art. 225. Entendendo-se por 
“meio ambiente” como “o conjunto de condições, leis, influências e interações de 
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas” (ressaltei – art. 3º, da Lei n. 6.938/81).E segundo a concepção de 
Orlando Soares, “a noção de meio ambiente está intimamente ligada a dois 
principais aspectos: o equilíbrio biológico e a ecologia.” O meio ambiente pode 
ser visto ainda à luz do patrimônio cultural, diretriz traçada pelo art. 216 da 
Constituição Federal, que como entende Luiz Alberto Araújo: 
“envolvendo a interação do homem com a natureza, as formas 
institucionais das relações sociais, as peculiaridades dos diversos 
segmentos nacionais (…) Sob essa ótica, … o patrimônio cultural 
envolve o meio ambiente cultural. É que o meio ambiente natural, 
embora, por evidente, tenha existência autônoma, ganha significado 
no contexto social, na medida das projeções de valores que 
recebe. Uma formação rochosa, por exemplo, uma vez objeto dessa 
projeção de valores, ganha significado no arcabouço das relações 
sociais: recebe uma classificação quanto à origem, tem sua formação 
 
37 
 
localizada em determinada fase histórica e serve de referência à 
identidade do país”. 
O modo como o homem vem utilizando os recursos naturais de forma 
inadequada tem levado a muitas consequências, sobretudo para o meio 
ambiente que cada vez mais vem sendo degradado, onde o ser humano tem 
visado apenas o lucro em detrimento da degradação ambiental. Diante dessa 
situação, se faz necessária uma educação ambiental que conscientize as 
pessoas em relação ao mundo em que vive para que possam ter acesso a uma 
melhor qualidade de vida, mas sem desrespeitar o meio ambiente, tentando 
estabelecer o equilíbrio entre o homem e o meio. 
A expressão “Educação Ambiental” (E.A.) surgiu apenas nos anos 70, 
sobretudo quando surge a preocupação com a problemática ambiental. A partir 
de então surge vários acontecimentos que solidificaram tais questões, como a 
Conferência de Estocolmo em 1972, a Conferência Rio-92 em 1992, realizada 
no Rio de Janeiro, que estabeleceu uma importante medida, Agenda 21, que foi 
um plano de ação para o século XXI visando a sustentabilidade da vida na terra 
(Dias, 2004), dentre outros. 
A sobrevivência humana sempre esteve ligada ao meio natural. Mas com 
o padrão desenvolvimentista de acumulação e concentração de capital, verifica-
se uma apropriação da natureza de forma inadequada, onde se retira dela muito 
além do necessário ao sustento humano em nome do capitalismo que só visa o 
lucro, provocando desequilíbrio na relação do homem com o meio natural, onde 
o processo de degradação tem aumentado cada vez mais, comprometendo a 
qualidade de vida da sociedade. Desta maneira se faz necessário medidas 
urgentes em todo mundo quanto a uma conscientização das pessoas que a 
levem a gerar novos conceitos sobre a importância da preservação do meio 
ambiente no dia-dia, e a educação ambiental é uma ferramenta que contribuirá 
significativamente neste processo de conscientização, pois a E.A. segundo Dias 
(2004, p 523) é: 
“Processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam 
consciência do seu meio ambiente e adquirem novos conhecimentos, 
valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos 
a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros.” 
 
38 
 
A educação ambiental tornou-se lei em 27 de Abril de 1999, pela Lei N° 
9.795 – Lei da Educação Ambiental, onde em seu Art. 2° afirma: “A educação 
ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, 
devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades 
do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. É importante lembrar 
que o Brasil é o único país da América Latina que possui uma política nacional 
específica para a Educação Ambiental. 
A EA nesta perspectiva apresenta um caráter interdisciplinar, onde sua 
abordagem deve ser integrada e continua, e não ser uma nova disciplina, ou 
seja, “A Educação Ambiental não deve ser implantada como uma disciplina no 
currículo de ensino em conformidade com a lei 9.795/99” 
A EA tem sido um componente importante para se repensar as teorias e 
práticas que fundamentam as ações educativas, quer nos contextos formais ou 
informais, deve ser interdisciplinar, orientado para solução dos problemas 
voltados para realidade local, adequando-os ao público alvo e a realidade dos 
mesmos, pois os problemas ambientais de acordo com Dias (2004) devem ser 
compreendidos primeiramente em seu contexto local, e em seguida ser 
entendida em seu contexto global. É importante que ocorra um processo 
participativo permanente, de maneira que não seja apenas e exclusivamente 
informativa, é imprescindível a prática, de modo a desenvolver e incutir uma 
consciência crítica sobre a problemática ambiental. 
No que diz respeito a sustentabilidade, o consumo sustentável é aquele 
que utiliza serviços e produtos que respondam às necessidades básicas de toda 
a população trazendo melhoria na qualidade de vida, reduzindo o uso de 
recursos naturais, materiais tóxicos, produção de lixo e a emissão de poluição 
em todo o ciclo de vida, sem comprometer as gerações futuras (CDS/ONU, 
1995). 
O tratamento dado ao consumo sustentável tem um sentido de prevenção, 
onde é assegurada a garantiade consumo, mas, com modificações importantes 
nos padrões deste, objetivando minimizar os impactos ambientais de descarte e 
do uso exagerado dos recursos naturais (CORTEZ e ORTIGOZA, 2007, p. 13). 
Uma revisão no estilo de vida se faz necessária somada a necessidade 
de se repensar num padrão condizente com o mundo sustentável, onde cada 
ação deve ser efetivada de forma coerente (NALINI, 2004, p. 61-63). 
 
39 
 
O consumo é essencial para a vida humana, visto que cada um de nós é 
consumidor, não estando o problema no consumo, mas nos padrões e efeitos 
referente às pressões sobre o meio ambiente. De um lado o consumo abre 
oportunidades para o atendimento das necessidades individuais de alimentação, 
habitação e desenvolvimento humano, mas, necessário se faz uma análise 
constante da capacidade de suporte do planeta em contrapartida ao consumo 
contemporâneo (FELDMANN, 2007, p. 78). 
Torna-se perceptível que os atuais padrões de consumo estão nas raízes 
da crise ambiental, onde a crítica ao consumismo passou a ser vista como uma 
contribuição para a construção de uma sociedade sustentável (PORTILHO, 
2005, p. 67) 
Assim, se a produção deve ser sustentável, o consumo o deve ser, 
produzindo apenas o que se consome, sem desperdício ou criação de 
necessidades artificiais de consumo, na afirmativa de que não se pode consumir 
o que não se produz (MILARÉ, 2004, p. 150). 
As bases do princípio do desenvolvimento sustentável, conceito 
consolidado por meio da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente, foram 
lançadas em 1987, concebidas como o desenvolvimento que satisfaz as 
necessidades presentes sem comprometer, contudo, a capacidade das 
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades (MILARÉ, 2004, p. 149-
150). 
11 CRIMES AMBIENTAIS 
A Lei de Crimes Ambientais nº. 9.605/1998, considerada como de 
fundamental evolução por trazer ao cidadão mecanismos quando da proteção 
da vida através das sanções penais ambientais, dispões ainda de sanções 
administrativas, provindas das condutas e atividades lesivas ao meio ambiente 
(FIORILLO, 2003, p. 376). 
Por se tratar de norma que versa sobre o meio ambiente, o artigo 225 da 
Constituição Federal recebe o rótulo de norteador temático, sendo que diversos 
dispositivos constitucionais tutelam ainda este bem jurídico. Destacam-se as 
garantias de propriedade exposto no art.5º, XXII e XXIII, da propriedade 
 
40 
 
intelectual tratado no art.5º, XXIX, dos princípios da ordem econômica e 
financeira conforme art. 170 e ainda a proteção dos índios, texto este encontrado 
nos arts. 231 e 232, dentre outros. 
 
 
Fonte: mesquita.rj.gov.br 
Todas as condutas do Estado em prol da proteção ambiental estão 
vinculadas automaticamente aos princípios gerais do Direito Público, em 
especial, ao princípio da primazia do interesse público e da indisponibilidade do 
mesmo (MILARÉ, 2005, p.160). 
O Brasil possui um arcabouço jurídico considerável na custódia do meio 
ambiente através de uma legislação ambiental moderna e um considerável 
número de normas visando tal proteção. Inclusive os municípios brasileiros já 
contam com leis específicas e Códigos locais de defesa ambiental, o mesmo se 
notando quando da preocupação com o tema nas três esferas da federação, que 
tratam também da normatização ambiental (KRELL, 2004, p.89). 
Por tal proteção estar inserida na Carta Magna brasileira no art. 170, VI 
como um dos princípios da evolução econômica, com forte influência nas normas 
legais recentes (v.g., Estatuto da Cidade), o desenvolvimento sustentável pode 
ser considerado um princípio de direito (FREITAS, 2005, p. 238). 
 
41 
 
12 BIOTECNOLOGIA AMBIENTAL 
 
Fonte: bioblog.com.br 
Prevenir ou resolver problemas envolvendo a contaminação ambiental 
está na essência da biotecnologia ambiental, uma área que abrange a utilização 
e aplicação de diversas técnicas biológicas visando a promoção do meio 
ambiente. É caracterizada por ser um sistema de conhecimento científico e de 
engenharia que utiliza micro-organismos e demais produtos para realizar o 
biotratamento de sólidos, líquidos e resíduos gasosos, além da biorremediação 
de ambientes poluídos. 
Embora inicialmente possa ser associada apenas à biologia, ela é 
uma ciência multidisciplinar e seu alcance se estende a linhas legislatórias, 
científicas, econômicas, normativas, sociais e tecnológicas, dialogando 
constantemente com questões ligadas à química, direito, biologia e engenharia. 
12.1 Biotecnologia ambiental na prática 
Com a biotecnologia ambiental é possível gerar mecanismos que tratam 
de efluentes, dar o andamento adequado ao lixo e gerar plantações que são mais 
resistentes a doenças. Entre as vantagens do tratamento biotecnológico dos 
resíduos estão: 
 
42 
 
 
 Utilização de micro-organismos naturais para a biodegradação ou 
desintoxicação de uma vasta gama de substâncias perigosas; 
 Oferta de diversos métodos biotecnológicos para a destruição 
completa de lixos tóxicos; 
 Diversidade de condições adequadas para a biodegradação. 
 
Existem quatro principais tipos de aplicações da biotecnologia ambiental, 
são elas: 
 
 Biomarcadores: essa aplicação ajuda a medir o nível de danos 
ocorridos, exposição dos efeitos tóxicos e consequências da 
poluição causada. 
 Bioenergia: o significado coletivo de biogás, biomassa, 
combustíveis e hidrogênio é chamado de bioenergia. A utilização 
desta aplicação da biotecnologia ambiental está nos setores 
industriais, domésticos e no espaço. Atualmente existe a 
necessidade de encontrar outra fonte de energia limpa que não 
sejam os combustíveis anteriormente citados. Um dos exemplos 
pioneiros de energia verde são os resíduos recolhidos a partir dos 
resíduos orgânicos e da biomassa, essas opções ajudam a 
amenizar os problemas de poluição gerados ao ambiente. O 
fornecimento de energia de biomassa tornou-se de grande 
importância em todo o planeta. 
 Biorremediação: o processo de limpeza das substâncias 
perigosas em compostos não tóxicos é chamado de 
biorremediação. Este processo envolve tecnologias de limpeza que 
utilizam micro-organismos naturais. 
 Biotransformação: para as mudanças que ocorrem na biologia do 
ambiente, especificamente modificações do composto complexo 
de simples não tóxico para tóxico ou o inverso, classifica-se o 
processo como biotransformação. Ele é usado no setor industrial, 
 
43 
 
fazendo com que substâncias tóxicas sejam transformadas em 
bioprodutos. 
 
Todas essas informações evidenciam o quanto a biotecnologia ambiental 
é fundamental para desenvolver e regular de forma eficiente os sistemas 
biológicos no planeta, evitando a poluição e a contaminação da terra, água e ar. 
 
 
 
44 
 
BIBLIOGRAFIA 
MOUTINHO, Wilson Teixeira. Sistemas Agrícolas. Disponível em 
<https://www.coladaweb.com/geografia/sistemas-agricolas>. Acesso em: 
24/09/2018. 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Agricultura de Subsistência"; Brasil 
Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/agricultura-
subsistencia.htm>. Acesso em 24/09/2018. 
FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. Agricultura Orgânica. Disponível em 
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agricultura-organica.htm>. 
Acesso em 24/09/2018. 
REBOUÇAS, Fernando. Agricultura comercial. Disponível em 
<http://agendapesquisa.com.br/agricultura-comercial/>. Acesso em 25/09/2018. 
MARCONDES, S. Brasil, amor à primeira vista! Viagem ambiental no Brasil 
do século XVI ao XXI. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, 2005. 
ANTUNES, P. B. Direito Ambiental, 7 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2004. 
ARAÚJO, L. A. D.; NUNES JR, V. S.

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