Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 SUBESTAÇÕES ELABORAÇÃO: Prof° ROMILDO ALVES DOS PRAZERES 2 APRESENTAÇÃO Essa apostila tem por objetivo ajudar o estudante da área elétrica dos cursos de tecnologia e engenharia, a ter os conhecimentos básicos necessários de uma Subestação Elétrica. Nos capítulos que se seguem, será visto os conceitos sobre uma subestação elétrica, suas funções, tipos e a localização de seus vários setores, os equipamentos utilizados e sua representação gráfica no diagrama unifilar elétrico, os tipos de arranjos de barramentos utilizados, a planta de barramentos, cortes e vistas parciais, além das distâncias mínimas de segurança da parte energizada para com os equipamentos e solo. Conheceremos os sistemas de comunicação, proteção e medição usados em subestação, além de noções de terraplenagem. Quanto ao aterramento da subestação, veremos todos os procedimentos para determinar a resistividade do solo, as tensões de passo, contato e transferência e todo o cálculo da malha de terra de uma subestação. Reafirmo que o aluno deve estar em contínua reciclagem em função das alterações constantes causadas pela evolução tecnológica desta área. 3 ÍNDICE 1. Sistema Elétrico 2. Subestações Elétricas – SE As funções de uma Subestação Tipos de Subestações Termos usados para definir partes de uma SE Localização dos vários setores de uma SE 3. Tipos de Diagramas Elétricos utilizados em SE - Diagramas unifilares simplificados - Diagramas unifilares completos - Diagramas unifilares operacionais - Diagramas funcionais ou elementares - Diagramas trifilares - Diagramas sinóticos 4. Equipamentos utilizados na SE Barramentos Chave Seccionadoras - Tipos de Chaves Seccionadoras Disjuntores - Tipos de Disjuntores - Disjuntor e Baipasse - Disjuntor de Transferência - Disjuntor Religador Automático Pára-raios Chave fusível Chave de Aterramento Transformadores de Força Tipos de Transformadores Reator Trifásico de Aterramento Cabos Subterrâneos Transformador de Corrente – TC Transformador de Potencial – TP Instrumentos de Medição Os instrumentos utilizados Sistemas de Comunicação Conjunto Carrier para intercomunicação Comunicação Digital por meio de fibra óptica Sistemas de Proteção Tipos de Relés utilizados em SE Exemplos de aplicação de Relés 5. Arranjos de Barramentos Tipos de Arranjos 6. Arranjo Físico de uma SE Planta de Barramentos e Equipamentos Cortes e Vistas Parciais 7. Canaletas para Cabos de Controle 8. Terraplenagem em SE 4 8.1 Levantamento Topográfico 9. Distâncias de Segurança 10. Aterramento em Subestação 10.1 Tensão de Passo – Ep 10.2 Tensão de Contato – Ec 10.3 Tensão de Transferência – Et 10.4 Determinação da resistividade do solo 10.4.1 Metodologia e equipamento utilizado 10.4.2 Identificação e escolha dos pontos a serem usados 10.5 Dimensionamento da Malha de Terra de uma SE 10.5.1 Dados de entrada: - Resistência medida - Dados complementares 10.5.2 Determinar a Resistividade média do solo 10.5.3 Dimensionamento da seção dos condutores da malha 10.5.4 Determinação do número de condutores paralelos da malha 10.5.5 Cálculo do comprimento dos condutores da malha 10.5.6 Determinação do Potencial de Passo admissível e calculado 10.5.7 Determinação do Potencial de Contato admissível e calculado 10.5.8 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano devido ao potencial de passo na periferia da malha 10.5.9 Verificação da Corrente de Choque que passa pelo corpo humano devido ao potencial da malha 10.5.10 Verificação da Corrente de Pick-up 10.5.11 Determinação da Resistência de Aterramento da malha 11. O efeito Corona 5 1- SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA Podemos considerar que o sistema elétrico de potência é basicamente composto dos seguintes setores: - Geração - Transformação (elevação da tensão) - Transmissão - Transformação (abaixamento da tensão) - Distribuição Configuração de um sistema elétrico de potência. Tensão “kV” Sistema 13,8 34,5 Distribuição 69 138 Subtransmissão 230 Transmissão EAT(EHV) UAT(UHV) 345 500 750 A energia elétrica para ser encaminhada desde a geração até a distribuição, tem que ter meios de dirigi-la adequadamente através de conexões, para que permitam manobrar as linhas de transmissão e os alimentadores da forma mais confiável possível. Além das manobras, temos que ter meios de modificar a tensão e regular seus níveis visando melhor atender as necessidades dos vários consumidores. Essa variação e regulação dos níveis de tensão são obtidas através das subestações, que possibilitam enviar adequadamente esses blocos de energia de um ponto a outro. 2- SUBESTAÇÕES ELÉTRICAS – “SE” As subestações são partes componentes do "Sistema de Transmissão" (sistema elétrico sem a geração, distribuição e consumidores) e podem ser definidas como sendo um conjunto de 6 equipamentos destinados a transformar e regular as tensões geradas ou transportadas, permitir a operação segura das partes componentes do sistema, eliminar ou reduzir as faltas e permitir o estabelecimento de alternativas para o suprimento (o mais continuo possível) da energia elétrica. - As Funções de uma Subestação Basicamente temos as seguintes funções: - Transformação: alteração dos níveis da tensão de modo a adequa-lo às conveniências de transmissão, distribuição e consumo. - Regulação: regular os níveis de tensão de modo a mantê-los nos limites aceitáveis e admissíveis. - Chaveamento: conexão e desconexão de componentes do sistema de transmissão ou dis- tribuição, para orientar o fluxo de energia e isolar partes com defeitos, mantendo a continuidade no suprimento de energia elétrica. Algumas subestações, além das funções acima, possuem uma quarta que é a de modificar as características originais da energia elétrica. Estas subestações são denominadas de conversoras e destinam-se a modificar a freqüência ou a corrente alternada para continua e vice-versa. Como exemplo temos a subestação de Bateias que pertence a Itaipu. - Tipos de Subestações Considerando que as subestações podem interligar sistemas elétricos (duas ou mais fontes), distribuir energia na tensão de transmissão para outros centros consumidores, ou para distribuição local em tensões de subtransmissão e distribuição, podemos considerar os seguintes tipos de subestações: - SE Elevadora: recebe energia na tensão de geração e a eleva para tensões de subtransmissão ou de transmissão. Embora raras, podem receber energia em tensão de subtransmissão e elevar para a tensão de transmissão. - SE Abaixadora: recebe tensão de transmissão ou subtransmissão, reduzindo para tensão de subtransmissão e/ou distribuição. Dependendo da localização da SE ou da formacomo é conectada ao sistema podemos ter: - SE Interligadora: recebe energia de duas ou mais fontes objetivando o transporte para grandes centros consumidores. - SE de Transmissão: com características semelhantes a anterior, recebe grandes blocos de energia e transmite esta energia a outros centros consumidores nas tensões de transmissão e/ou subtransmissão. - SE de Distribuição: destinada a abaixar a tensão ao nível de distribuição e/ou subtransmissão de modo adequado para utilização direta de consumidores. - SE Industrial: recebe energia nas tensões de transmissão ou subtransmissão e transforma para a tensão ou tensões de distribuição adequada para a utilização direta na indústria. Também os sistemas de controle e proteção dos alimentadores são adequados à indústria. 7 - Estação de chaves: como o próprio nome indica, sua função única é de chaveamento de vários circuitos, estabelecendo alternativas de suprimento. - Termos usados para definir partes de uma subestação Para que uma subestação possa realizar as funções anteriormente descritas, ela é composta de transformadores, dispositivos para controle da tensão, disjuntores e chaves seccionadoras, além dos dispositivos de controle (comandos e medição) e proteção (reles, fusíveis, pára-raios, etc.). Os termos mais utilizados para definir partes de uma SE, são: - Modulo, Seção ou "bay" de transformador - é a parte da SE que inclui todos os equipamentos e dispositivos necessários ao bom funcionamento do transformador. - Modulo, Seção ou "bay" de linha - idem ao anterior, necessários ao bom funcionamento da conexão de uma LT. - Modulo, Seção ou "bay" de Transferência - idem ao anterior, necessários à conexão do disjuntor de transferência - Barramento: dispositivo destinado a receber energia de uma ou mais fontes e distribuir a uma ou mais cargas (o transformador é considerado uma carga). Uma SE pode ter mais de um barramento com níveis de tensões diferentes. Os barramentos são formados por um conjunto de 8 condutores elétricos (cabos, tubos ou barras). - "Baipasse (By pass)": é uma chave seccionadora destinada a oferecer uma alternativa provisória para o fluxo de energia, enquanto o equipamento principal (disjuntor) está fora de operação. - Localização dos vários setores de uma subestação Em geral, em uma subestação, os setores são bem definidos e podem ser identificados como: - Setor de tensão mais alta; - Setor de tensão media; - Setor de tensão mais baixa; - Casa de comando. Os setores de tensão mais alta e média, deve localizar-se de forma a permitir a entrada e saída de novas linhas de transmissão, acessos para os equipamentos pesados. O setor de tensão mais baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de alimentadores de distribuição. Assim, deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos os alimentadores possíveis(não mais de oito). Também não deve estar muito distante dos transformadores de força (principalmente se houver cabos de energia). A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das instalações externas da subestação. Além disso, deve ser construída em um plano um pouco superior ao pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente os painéis de comando, proteção, sala de comunicações, sala de baterias, escritório, cozinha, sanitários a almoxarifado. Sob os painéis podemos ter o porão, mini porões ou canaletas para permitir a instalação e manutenção dos cabos de controle de proteção, medição e sinalização. Não devemos esquecer na definição das dimensões da sala de comando as possíveis ampliações que poderão ser feitas. 3- DIAGRAMAS O diagrama é a representação gráfica por meio de símbolos que caracterizam um equipamento. Numa subestação, indica a quantidade de equipamentos, suas funções e interligação. Num diagrama deve-se manter a posição real dos equipamentos o mais próximo possível da realidade. O diagrama deve possibilitar absoluta clareza a seus usuários, facilitando a sua interpretação. Procurar fazer traços bem definidos, usando sempre ângulos retos nas derivações de barramentos, linhas de alimentação e atuação. Os diagramas podem ser unifilares, onde todos os condutores são representados por um único traço, e multifilares onde cada condutor será representado por um traço. - Tipos de diagramas utilizados em subestação Os diagramas usados em subestação, podem ser completos, simplificados ou específicos. Abordaremos rapidamente alguns tipos: - Diagramas unifilares simplificados: indica somente o arranjo funcional elétrico e a disposição dos principais equipamentos da SE. Assim, neste tipo de diagrama, figuram os barramentos, transfomadores de força, reguladores de tensão, banco de capacitores, chaves seccionadoras, chaves fusíveis, disjuntores, religadores, transformador de aterramento e chaves de aterramento rápido. Em certos casos, alguns dos equipamentos citados não são indicados. - Diagramas unifilares completos: Este tipo de diagrama, além de indicar os mesmos 9 elementos do simplificado, indica outros detalhes de medição, proteção e forma de atuação. Assim, teremos também tipos de TC`s, TP`s, medidores, sistemas de proteção, pára-raios, comunicação, a quantidade dos equipamentos instalados, seu modo de operação e intertravamentos. Em última análise, num diagrama unifilar completo podemos saber tudo sobre a SE sob o ponto de vista fun- cional e elétrico, menos os aspectos físicos. - Diagramas unifilares operacionais: Basicamente são diagramas iguais aos simplificados, diferenciando deles apenas quanto a identificação dos equipamentos de manobra (seccionadoras e disjuntores). Estes diagramas, destinam-se ao planejamento e/ou orientação quanto às operações necessárias de uma SE. - Diagramas funcionais ou elementares: Este tipo de diagrama é destinado a mostrar o funcionamento dos equipamentos existentes em uma SE. Geralmente estes diagramas mostram o funcionamento dos circuitos de comando, sinalização e medição. Nos diagramas funcionais são indicados os contatos (normalmente abertos ou fechados), elementos ativos (bobinas de acionamento, motores, etc.), sinalizadores (lâmpadas, sirenes, etc.), fusíveis, fontes de alimentação (C.A ou C.C.). - Diagramas trifilares: São representações gráficas dos circuitos elétricos, levando em con- sideração as três fases do sistema trifásico. Destinam-se a detalhar principalmente as conexões das fases entre si e permitem uma visualização da seqüência de fases ( faseamento ). Embora pouco utilizados, os trifilares servem para uma análise geral, mas tornam-se complexos e confusos quando se tenta representar uma SE completa. - Diagramas sinóticos: É uma espécie de diagrama unifilar simplificado, utilizado sobre os painéis e mesas de comando, onde o operador pode visualizar se os equipamentos de manobra se encontram abertos ou fechados. 4 - EQUIPAMENTOS E SUA REPRESENTAÇÃO - BARRAMENTOS É um dispositivo elétrico cuja finalidade é receber energia elétrica de uma ou mais fontes na mesma tensão, e distribuir para uma ou mais cargas na mesma tensão. É através do barramento que são feitas as conexões entre as linhas de transmissão ou distribuição. Podem ser de tubos, barras metálicos ou cabos de alumínio. Símbolo Denominação Barramento principal e de transferência. BP = Barramento principal. BT = Barramento de transferência 10 - DISJUNTORES É um dispositivo elétrico capaz de interromper a corrente elétrica com carga, e inclusive condições de curto-circuito, sem sofrer os danos ocasionados pelo arco voltáico e quando acoplado a relés, proporcionaum perfeito sistema de proteção aos circuitos a ele ligados. - Tipos de disjuntores: - Disjuntor com grande volume de óleo - Disjuntor com volume reduzido de óleo - Disjuntor a gás Os dois primeiros diferem em vários aspectos, a começar pelas suas dimensões. O disjuntor a volume reduzido de óleo possue uma tecnologia mais sofisticada, sendo seu tempo de abertura dos contatos menor que o de grande volume. Possui ainda a vantagem da facilidade de manutenção e manuseio podendo ser extraível. Com desvantagem em relação ao de grande volume, estão as manutenções que devem ser feitas com maior freqüência. O disjuntor a gás, utiliza o gás SF6 como elemento para eliminar o arco voltaico na chave. Trabalharemos somente com esses tipos de disjuntores, por serem os mais utilizados, apesar de existir outros modelos no mercado. Símbolo Denominação Disjuntor ( o símbolo vale para todos os tipos) - Disjuntor com baipasse Baipasse ou passagem ao lado, em subestação é uma ponte feita sobre um disjuntor. Utiliza-se o baipasse somente em casos de emergência e por curto espaço de tempo. Sua principal finalidade é isolar um disjuntor sem interromper o fornecimento de energia. O baipasse é feito antes das chaves seccionadoras para que o disjuntor fique isolado em caso de manutenção. Símbolo Denominação Chave baipasse em um disjuntor 52 – número que representa os disjuntores 01 – numeração seqüencial do disjuntor no diagrama unifilar 11 - Disjuntor de transferência Em geral nas Subestações de grande porte, cujo fornecimento de energia elétrica não deve ser interrompido, mesmo em caso de avaria no disjuntor, justifica-se a utilização de disjuntores de transferência. Símbolo Denominação Disjuntor de transferência. Tendo somente um disjuntor de transferência no barramento, ele deve ser utilizado somente no período de manutenção de um outro disjuntor do barramento, devendo estar sempre disponível para o uso. Exemplo prático de um disjuntor de transferência ligado nos barramentos principal “BP” e de transferência “BT”: Supondo-se que o disjuntor 52-01 esteja ligado, para desligá-lo para uma eventual manutenção, a seqüência de operações utilizando-se o disjuntor de transferência 52-04, seria: 1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04; 2ª Operação: Fechar a chave 29-06 do baipasse; 3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04; 4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-01; 5ª Operação: Abrir as chaves 29-05 e 29-07 do disjuntor 52-01. 12 Para fechar novamente o disjuntor 52-01, a operação deve ser inversa (da 5ª para a 1ª operação, trocando o abrir por fechar e vice-versa), lembrando que nessa operação de manobra, a tensão deve sempre passar pelo disjuntor devido ao arco voltáico, sendo que as chaves seccionadoras devem ser operadas sempre sem tensão e após abertura do disjuntor. Lembrete do professor: Enfatizar aos seus alunos que a manobra de fechamento ou abertura de um barramento de subestação, deve ser sempre realizada por meio do disjuntor, que elimina o arco voltaico através do óleo, do gás, etc. Utilizando-se do mesmo diagrama, abrir o disjuntor 52-03, mantendo em operação essa saída da subestação, utilizando-se do disjuntor de transferência 52-04. Após feita essa operação, voltar a religar o disjuntor 52-03. Abrir o 52 - 03: 1ª Operação: Fechar as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04. 2ª Operação: Fechar a chave 29-12 do baipasse. 3ª Operação: Fechar o disjuntor de transferência 52-04. 4ª Operação: Abrir o disjuntor 52-03. 5ª Operação: Abrir as chaves 29-11 e 29-13. Fechar o 52 - 03: 1ª Operação: Fechar as chaves 29-11 e 29-13. 2ª Operação: Fechar o disjuntor 52-03. 3ª Operação: Abrir o disjuntor de transferência 52-04. 4ª Operação: Abrir a chave 29-12 do baipasse. 5ª Operação: Abrir as chaves 29-14 e 29-15 do disjuntor de transferência 52-04. - Disjuntor Extraível: São utilizados em tensões até 69 kV, e são facilmente removíveis do circuito. No símbolo as setas indicam que o equipamento pode ser retirado do circuito, pois não possuem ligações permanentes. Para esse caso não há necessidade de chaves seccionadoras para isolar o disjuntor. Em caso de manutenção basta removê-lo do circuito. Símbolo Denominação Disjuntor extraível. - RELIGADOR AUTOMÁTICO O religador automático é um disjuntor simples acoplado a um sistema de religamento automático que pode ser eletrônico ou hidráulico. Os religadores automáticos são utilizados nas saídas dos alimentadores de 13,8 kV e 34,5 kV da rede de distribuição das subestações, por permitir que os defeitos transitórios sejam eliminados sem a necessidade de deslocamento de pessoal de manutenção para percorrer o alimentador em falta. 13 Como o religador possui um relé de religamento (geralmente ajustado para três religamentos de 3 segundos), num curto-circuito rápido, por exemplo, ocasionado por um galho de árvore que venha a cair sobre os cabos de um alimentador num dia de chuva com vento, e sair de cima dos cabos nesse período de ajuste dos três religamentos, evita que o alimentador seja desligado e a equipe de manutenção seja chamada, privando com isso que os consumidores fiquem sem energia elétrica por um período de tempo maior. Símbolo Denominação Religador automático. Religador automático instalado na saída de 13,8 kV. - TRANSFORMADORES Transformadores de Potência (força) são dispositivos destinados à transformação de tensão e corrente sem que se altere a potência. - Tipos de Transformadores: Transformador de força de dois enro1amentos. Transformador de força de três enro1amentos. Transformador regulador de tensão. Alto transformador. Importância: É um dos principais dispositivos elétricos existentes em uma subestação, responsável pela transformação e distribuição de energia em diversos níveis de tensão e corrente. 14 Símbolo Denominação Transformador trifásico de potência (força) de dois enrolamentos, ligado em estrela/ triângulo, com comutação sobre carga. Transformador trifásico de potência de dois enrolamentos, ligado em estrela/triângulo. Transformador trifásico de potência de três enrolamentos( primário, secundário e terciário ), ligado em estrela/triângulo/estrela. Auto-transformador regulador de tensão com terciário. - REATOR TRIFÁSICO DE ATERRAMENTO É um dispositivo utilizado na tensão 13,8 kV ligado em triângulo, com a função de conseguir um neutro artificial, para detectar quando o cabo vier a encostar no solo, fazendo atuar os dispositivos de proteção. Ele é constituído de apenas um enrolamento ligado em zigue-zague com o neutro aterrado. Ele é conectadoao terciário do transformador quando este é ligado em triângulo. Símbolo Denominação Reator trifásico de aterramento ligado em zig-zag com neutro acessível. 15 Reator trifásico de aterramento com chaves seccionadoras na entrada e no neutro. Importante: Esse equipamento é indispensável a proteção das redes 13,8 kV que são ligadas em triângulo, pois se o cabo da rede cair ao chão, o mesmo iria permanecer energizado e uma falta à terra não seria detectada colocando em riscos à vida humana. - CHAVES DE OPERAÇÃO - Chave seccionadora: é um dispositivo elétrico destinado a isolar um circuito ou trecho de circuito ou um equipamento. Normalmente está intertravada com um disjuntor, porque só pode ser aberta ou fechada quando esse disjuntor estiver também aberto, ou seja, jamais pode ser operada com carga. Símbolo Denominação Chave seccionadora de abertura lateral. Chave seccionadora com dupla abertura lateral. Chave seccionadora com abertura central. Representamos a simbologia da chave seccionadora sempre aberta (desligada), independente de como esteja na subestação. - Chave fusível: é uma chave seca acoplada a um elemento fusível. Serve tanto para proteção quanto para manobra, sendo usada principalmente na tensão de distribuição 13 ,8 kV . Símbolo Denominação Chave fusível indicadora unipolar. 16 - Chave de aterramento: é uma chave seca que serve para ligar uma linha de transmissão à terra todas as vezes que ela for desligada para manutenção, fazendo com que haja proteção contra a tensão que aparece nas linhas desenergizadas, devido a eletrização por fricção causada pelo vento e devido ao efeito capacitivo da linha. Também dentro da área de segurança é de uso obrigatório todas as vezes que a rede for desligada para manutenção e o pessoal estiver trabalhando nas torres, evitando com isso que a mesma seja ligada causando um sério acidente. Normalmente está intertravada com a chave seca situada no barramento. - Chave de aterramento rápido: serve para provocar um curto-circuito proposital na linha, fazendo operar a proteção da subestação mais próxima. Em geral, usado nas subestações pequenas. Símbolo Denominação Chave de aterramento intertravado com a chave seccionadora do disjuntor. Chave de aterramento rápido. - MUFLAS TERMINAIS PRIMÁRIAS É um dispositivo destinado a restabelecer as condições de isolação da extremidade de um condutor isolado quando este é conectado a um condutor nu. Há uma grande variedade de muflas, porém as mais conhecidas são as muflas constituídas de um corpo de porcelana vitrificada com enchimento de composto elastomérico e fornecidas com o kit que contém todos os materiais necessários à sua execução. Esse tipo de mufla pode ser singelo ou trifásico. O primeiro destina-se às terminações dos cabos unipolares (muflas terminais singelas), enquanto o segundo tipo é utilizado em cabos tripolares (muflas terminais trifásicas). Podem ser utilizadas tanto ao tempo quanto em instalações abrigadas. Atualmente, as terminações constituídas de material termocontrátil tem sido utilizadas com muito sucesso, em substituição às tradicionais, porém, eficientes muflas de corpo de porcelana. A simplicidade da emenda e a facilidade de sua execução, além da compatibilidade de preço fazem das terminações termocontráteis um produto altamente competitivo. Símbolo Denominação Cabo subterrâneo e suas muflas. 17 -PÁRA-RAIO É um dispositivo destinado a proteger os circuitos e os equipamentos a eles ligados de descargas atmosféricas, as quais ocasionam sobre-tensão na linha podendo danificar os equipamentos, caso não estejam protegidos. Devido a estas características, os pára-raios são colocados às entradas e saídas de linhas de transmissão e redes de distribuição que chegam ou saem das subestações, como também na entrada e saída dos transformadores de força. Símbolo Denominação Pára-raio para subestação. Indicar entre parênteses a quantidade. Exercício 1: Confeccionar o diagrama unifilar de uma subestação que recebe uma tensão de 230 kV e que deverá conter no seu barramento os seguintes equipamentos: 3 pára-raios, chave de aterramento rápido, disjuntor com seccionadoras e baipasse, sendo que o disjuntor está ligado ao barramento principal e o baipasse vai ligado ao barramento de transferência, ambos de 230 kV. Do barramento principal saem um circuito com disjuntor, seccionadoras e baipasse, 3 pára-raios, tranformador de força de três enrolamentos ligado em estrêla/estrêla/triângulo, tensão superior - 230 kV, tensão média - 69 kV e tensão inferior - 13,8 kV. Após o transformador tem 3 pára-raios, disjuntor e seccionadoras e os barramentos principal e de transferência de 69kV. Logo após os barramentos tem o disjuntor e as seccionadoras e o baipasse e na saída 3 pára-raios. Nos barramentos de 230 kV e 69 kV estão instalados os disjuntores de transferências, que vão interligar o barramento principal com o de transferência. Ligado no terciário do transformador temos um reator trifásico de aterramento. 5 - ARRANJOS DE BARRAMENTOS Como vimos nas funções da subestação, para que aquelas sejam completas em uma SE, se faz necessário estudar a disposição elétrica relativa das barras, entre si, e em relação aos dispositivos de manobra dos circuitos. Esta forma de realizar a conexão elétrica entre os vários circuitos é represen- tada pelo Arranjo de Barramento. Para selecionar o arranjo mais adequado a cada SE é conveniente levar em conta alguns critérios básicos conforme a seguir: - flexibilidade de operação - segurança do sistema elétrico - simplicidade do sistema de proteção - facilidade de manutenção - possibilidade de limitação do nível de curto-circuito - possibilidade de fácil expansão 18 É obvio que associado aos critérios acima, devemos ter sempre em mente o aspecto custo da instalação. Todavia, o custo (economia) não deve interferir no aspecto técnico a ponto de prejudicar o desempenho da instalação. Este custo não é apenas o custo de implantação da SE, mas deve-se considerar o custo de uma interrupção no fornecimento de energia, as despesas com manutenção e os custos devido à impossibilidade de operação do sistema em condições econômicas ótimas. Embora os critérios mencionados sejam válidos na orientação da escolha do arranjo de uma SE, é claro que aspectos particulares de cada empresa, o grau de importância dado a cada um dos critérios e os aspectos subjetivos do projetista darão características particulares a cada SE. - ARRANJO COM BARRA SIMPLES Basicamente é composto de uma única barra, na qual são conectadas as LT`s e os transformadores. Geralmente é utilizado em sistemas radiais para subestações de média importância. Este arranjo é adotado para algumas SE`s de distribuição e industriais. Oferece as vantagens da simplicidade, baixo custo e manobras simples. Como desvantagens, apresenta pouca flexibilidade de operação, dificuldades para a manutenção, pois exige desligamentos, interrompendo o fornecimento de energia. - ARRANJO COM BARRAS PRINCIPAL E TRANSFERÊNCIAEste sistema de arranjo apresenta uma boa confiabilidade, permite manobrar qualquer um dos disjuntores ( LT ou transformador), sem que haja necessidade de interromper o fornecimento. Embora mais caro, o arranjo com barra de transferência ou auxiliar ou "by-pass" é uma solução intermediária que satisfaz as necessidades operacionais da maioria das SE`s. Vamos analisar a figura abaixo para se ter uma boa compreensão do sistema. 19 Observando a figura, concluímos que o disjuntor de transferência (o que energiza a barra de transferência ) pode substituir qualquer um dos demais disjuntores, porem um de cada vez. Quando o disjuntor de transferência estiver em operação, toda a proteção do circuito substituído deverá ser transferida para atuar sobre ele. Economicamente esta solução não é muito onerosa se comparada com outros arranjos de vantagens técnicas semelhantes. Os recursos operacionais deste arranjo podem ser melhorados se introduzirmos o seccionamento da barra principal conforme a fígura abaixo. - BARRAS DUPLAS De um modo geral, este tipo de arranjo é utilizado onde há necessidade de várias conexões de fontes ou linhas. Esta flexibilidade é exigida nas SE`s importantes onde os valores de corrente são elevados. Embora a manutenção de uma barra não cause grandes transtornos, a manutenção das seccionadoras é bastante difícil, exigindo em alguns casos o desligamento do circuito. Uma variação deste sistema, e também mais cara, é a utilização de uma barra auxiliar, mostrada a seguir. 20 O sistema mostrado na figura acima, operacionalmente mais completo, pois o disjuntor de acoplamento à barra auxiliar garantirá a continuidade do fornecimento de energia durante a manutenção de uma das conexões normais. Todavia, tem como inconveniente, além do elevado custo, a manutenção difícil das seccionadoras da barra auxiliar. Para tensões superiores a 230 kV e instalações de grande importância, podemos acrescentar mais um disjuntor nas conexões diretas dos barramentos, mostrado na figura a seguir . Este arranjo, além do custo elevado devido à grande quantidade de disjuntores e seccionadoras, exige uma maior sofisticação da proteção, manutenção mais onerosa e espaços físicos maiores. - BARRAMENTO EM ANEL A solução com barramento em anel é extremamente interessante, principalmente em instalações de médio porte. Este sistema permite que um disjuntor saia de serviço sem prejudicar o fornecimento de energia. O sistema consiste em ter um barramento em forma de anel onde teremos para cada conexão do barramento, um disjuntor com as respectivas seccionadoras, mostrado a seguir. 21 É fácil observar que. este arranjo obriga que todos os equipamentos inseridos no anel, sejam dimensionados para a máxima corrente prevista na instalação. Este aspecto, limita o número de circuitos a serem conectados no anel. Um bom número é de seis a oito conexões. Sob o ponto de vista de manutenção, o sistema permite faze-la sem interrupção, já que haverá sempre uma segunda alternativa para o fluxo de energia, para cada uma das conexões. Porém uma falta em um trecho do barramento, terá o efeito semelhante ao de uma barra simples, muito embora esta falta, na maioria dos casos, possa ser isolada. Para ampliacões, o sistema em anel não é muito flexível, razão pela qua1 e1e deve ser adotado para SE`s onde o numero de conexões é definido e as ampliações previsíveis. O anel é solução bastante utilizada para SE`s tipo distribuição, onde uma LT é seccionada para sua energização. O sistema de proteção é relativamente simples quando restrito às LT`s e/ou conexões, tornando-.se mais complexo quando se deseja proteger o barramento. - ARRANJO TIPO UM DISJUNTOR E MEIO Este sistema combina as características vantajosas dos arranjos em anel e de barra dupla. O nome deve-se ao fato de que para cada duas conexões à barra, necessitamos de 3 disjuntores ou seja, para cada conexão um disjuntor e meio. A figura a seguir mostra esse tipo de arranjo. Um disjuntor e meio: Com este arranjo, é possível selecionar a barra adequada, além de dispor de um disjuntor reserva para cada par de conexão. Como o arranjo necessita de um grande número de disjuntores, seccionadoras e de outros equipamentos, todos dimensionados para suportar pelo menos a carga total de dois circuitos, o seu custo é elevado e a instalação é complexa. Também a manutenção exige maiores cuidados e o sistema de proteção também é mais complexo. Em alguns casos poderemos ter problemas com a capacidade nominal dos equipamentos necessários. A alta confiabilidade do arranjo com um disjuntor e meio e a grande flexibilidade de operação, é particularmente adequada em SE`s conectadas a várias fontes de energia, possibilitando a operação individual de circuitos. Normalmente este sistema é empregado para SE`s de 230 kV e superiores. 22 6 - SISTEMAS DE MEDIÇÃO A finalidade dos circuitos de medição, em Subestações é manter um auto-controle, do fluxo de energia recebida e distribuída de maneira a propiciar conhecimento de níveis de demanda, em diversos períodos, com possibilidades de melhores procedimentos. A seguir daremos as funções dos diversos equipamentos usados em medição bem corno os seus respectivos símbolos. - TRANSFORMADOR DE CORRENTE -TC Os transformadores para instrumentos são usados para medição de grandezas básicas, como: tensão, corrente, freqüência, fator de potência, potência ativa e reativa, etc. Estas medidas são feitas através da redução dos valores primários das correntes e tensões, uma vez que medidas diretas em circuitos de alta tensão ou alta corrente implicariam em: a) Riscos para os operadores que estiverem nas proximidades dos instrumentos. b) Imprecisão dos instrumentos devido às forças eletrostáticas. c) Difícil isolação dos instrumentos de medida de proteção. Transformador de corrente de barra, ligado no barramento de 230 kV. Quanto a ligação, os TC`s são sempre monofásicos e dispõem, em geral, de dois terminais primários ligados ao circuito cuja corrente desejamos utilizar. O TC é instalado em série com a linha, ligando-se cada um dos seus terminais primários a uma das extremidades da trecho seccionado. Precauções na utilização dos transformadores de Corrente: Ao contrário dos transformadores comuns, o TC, por ser ligado em série com a linha, não sofre efeitos prejudiciais ao serem curto-circuitados seus terminais secundários. A corrente secundária, dependendo apenas da corrente primária e da relação de transformação, não será influenciada por essa ligação, que equivale a aplicação de uma carga de impedância nula no secundário. Por outro lado, a abertura do circuito secundário (que equivale a uma carga de impedância infinita) acarreta graves conseqüências. No havendo ampéres-espiras secundários para 23 compensar os ampéres-espiras primários, toda a corrente primária age como corrente de magnetização do núcleo. Nessas condições a densidade de fluxo no núcleo pode atingir valores que excedem o nível de saturação. Surge então, entre os terminais secundários uma tensão de valor elevado, que pode danificar o transformador e por em perigo o operador. Por essa razão os transformadores de corrente nunca devem ser ligados com o secundário aberto. O secundário é previsto para uma corrente normalizada de 5 ampéres, quando no primário circular a corrente nominal do transformador. Essa relação, em geral, é um número inteiro que pode ser especificado em valoresconcretos, por exemplo, 600/5A. - Transformador de corrente tipo barra – É aquele cujo enrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo do transformador, cuja simbologia é demonstrada no quadro anterior. Símbolo Denominação Transformador de corrente cuja relação é 600-5A. Colocamos entre parênteses a quantidade de TCs (3). Transformadores de corrente de barra e de bucha com o secundário curto-circuitados. - Transformadores de corrente tipo bucha - Possuem características físicas especiais, pois são construídos para serem instalados imersos dentro de disjuntores ou transformadores, usando o condutor que vem da bucha primária desse equipamento como seu primário, e a bobina do seu secundário fica em torno desse condutor utilizando-se do seu campo magnético.As demais finalidades são idênticas ao TC instalado na linha. Observe a simbologia no quadro abaixo: Símbolo Denominação TCs instalados nas buchas primária (H) e secundária (X) do transformador. Coloca-se entre parênteses a quantidade de Tcs (3). Símbolo Denominação TCs instalados nas buchas de entrada e saída do disjuntor. 24 - TRANSFORMADOR DE POTENCIAL - TP É um transformador para instrumento onde o enrolamento primário é ligado em derivação com o circuito elétrico e o enrolamento secundário se destina a alimentar bobinas de equipamentos de controle, medição e proteção. Os TP`s são projetados para terem tensão secundária nominal padronizada em 115V, sendo a tensão primária nominal estabelecida de acordo com a tensão entre fases em que o TP será ligado. Eles são empregados para alimentar instrumentos de alta impedância (voltímetros, bobinas de potencial de watímetros, bobinas de potencial de medidores de energia, relés de tensão, etc.), a corrente secundária I2 é muito pequena e por isso se diz que são transformadores de potência que funcionam quase a vazio. Pode também ter três enrolamentos. Símbolo Denominação Transformador de Potencial cuja relação de transformação é 230000 V para 115 V. Transformador de potencial com três enrolamentos com uma saída para sincronismo / medição e a outra para a proteção. Transformador de potencial com chave fusível e relação de transformação 13800- 115V. A proteção com chave fusível é usada na tensão nominal de 13,8 kV. 25 - CHAVE COMUTADORA OU DE TRANSFERÊNCIA São chaves destinadas à medição de tensão e corrente nas 3 fases do circuito utilizando-se de somente um medidor de tensão e um de corrente. Símbolo Denominação Chave de transferência amperimétrica (A) ou voltimétrica (V). Instrumentos de medição com suas respectivas chaves de transferência. - INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO Tipos: a - Gráficos b - Indicadores c - Totalizadores a) Instrumentos gráficos ou Registradores: são instrumentos que nos dão as leituras graficamente através de fita ou disco de papel obedecendo um determinado período que pode ser hora, dia, semana, etc. Desta maneira, tem-se um registro das variações da grandeza num determinado espaço de tempo. Esse registro é também feito por computador. b) Instrumentos indicativos: são instrumentos que fornecem o valor da grandeza no instante da leitura. Podem ser analógicos ou digitais. c) Instrumentos totalizadores: Fornecem o valor total da grandeza ao longo de um período. Indicativos: Símbolo Denominação Amperímetro de 0-400A Voltímetro de 0 - 15kV 26 Freqüencímetros Wattímetro Varímetro Cosefímetro Exemplo de Gráficos ou registradores: Voltímetro registrador. Amperímetro registrador Exemplo de Totalizadores: Medidor de quilowatt-hora Medidor de quilovolt-ampere-reativo-hora. Exercício 2: Confeccionar o diagrama de uma subestação , que deverá possuir seguintes equipamentos: 3 para-raios, chaves seccionadoras, disjuntor com 3 TC's instalado nas suas buchas cuja relação é de 200-5A. Os TC's da entrada do disjuntor alimentam um wattímetro, um varímetro e um amperímetro de 0-200A e sua chave comutadora amperimétrica. Logo após o disjuntor, estão ligados dois TP's, ligação em V protegidos por chaves fusíveis de 6 A., ligados a uma chave comutadora voltimétrica e esta a um voltímetro de 0-40 KV. Após o TP temos um transformador 5 MVA, cujas tensões são 34,5 kV / 13,8 kV, ligação estrela/triângulo. A conexão do secundário do transformador ao barramento de 13,8 KV é feita através de um disjuntor extraível. Do barramento, saem dois circuitos alimentadores, contendo cada um, medição de corrente com TC's de 100-5A, ligação ARON. Os TC' s alimentam, por meio de uma chave comutadora amperimétrica um amperímetro de 0-100 A. Os alimentadores deverão conter religadores automáticos com chaves seccionadoras e baipasse e três pára-raios. No barramento estão conectados dois TP's com ligação em V no primário e V aterrado no secundário, protegido por chaves fusíveis de 6A. Ligado aos TP's por meio de uma chave comutadora voltimétrica, está um voltímetro de 0-18 kV. 27 7 - SISTEMAS DE PROTEÇÃO Como o nome especifica, a sua finalidade é a proteção dos circuitos através de diversos dispositivos chamados Relés. O relé é um dispositivo destinado a proteção, sinalização e comando de circuitos, podendo ser eletromecânico ou eletrônico. Basicamente todo relé mecânico possui: - Órgão Motor: é aquele que impulsiona os demais mecanismos do relé podendo este ser mecânico, pressão de nível, indução magnética, temperatuva, etc. - Órgão Antagônico: é o elemento que se opõe ao movimento do relé e faz com que, uma vez terminado a atuação de órgão motor, volte à sua posição normal. Estes órgãos podem ser molas, pesos, etc. Os relés eletrônicos evidentemente não possuem órgão antagônico e voltam a sua posição normal por um dispositivo de reset. Os relés são representados través de números e a numeração usada é padronizada pela ASA e adotada no Brasil, e que estão representados a seguir: Símbolo Denominação Relé de distância: é um rele que atua quando a admitância, a impedância ou a reatância do circuito aumenta ou diminui em relação a um valor predeterminado. Relé de distância de 1ª zona e de 2ª zona. Dispositivo de controle de temperatura - termostato: atua para elevar ou abaixar a temperatura de um equipamento, quanto sua temperatura cai abaixo, ou eleva-se acima de um valor prederminado. Dispositivo sincronização: é usado para permitir ou efetuar a sincronização de dois circuitos. Ex.: Relé de verificação de sincronismopara religamento automático do disjuntor. Termômetro de topo de óleo: é um dispositivo térmico que atua quando a temperatura do óleo excede a um valor predeterminado. Ex.: Indicador de temperatura do óleo do transformador com contato. Relé de subtensão: atua quando sua tensão de entrada é menor que um valor predeterminado. Relé direcional de potência: atua com um valor determinado de fluxo de potência ou com a inversão de seu sentido. Relé de subcorrente ou de subpotência: atua quando a corrente ou a potência cai abaixo de um valor predeterminado. Relé térmico de transformador (imagem térmica): atua quando a temperatura do transformador exceder aos limites predeterminados. Relé de sobre-corrente de fase instantâneo: atua instantâneamente por valor excessivo de corrente ou de taxa de aumento de corrente. Relé temporizado de sobre-corrente de CA: atua quando sua corrente de entrada excede um valor predeterminado, e no qual a corrente de entrada e o tempo de operação são inversamente relacionados. Relé de sobre-corrente de neutro temporizado: atua como um relé de fase, porem a sua ligação é feita no neutro. Relé de tempo de parada ou de abertura: usado no circuito de proteção para falha na operação de desligamento do disjuntor. 28 Relé de tempo de parada ou de abertura de barramento. Relé de sobre-pressão de líguido ou gás (relé buchhoolz); atua por um valor predeterminado, ou por uma taxa de variação de pressão. Tem aplicação restrita a transformadores. Relé direcional de sobrecorrente de CA: atua por um valor predeterminado de sobrecorrente de CA fluindo em um sentido predeterminado. Relé de bloqueio de abertura: inicia um sinal piloto para bloqueio de abertura por falta externas em uma linha de transmissão, ou em outros dispositivos sob condições predeterminadas (perda de sincronismo) . Chave de nível: atua por valores ou por taxas de variação de nível predeterminados. Indica o nível do óleo do transformador com contatos. Relé de controle seletivo ou de transferência automático: opera para selecionar automaticamente uma dentre várias fontes ou condições em um equipamento, ou realiza automaticamente uma operação de transferência. Ex.: relé de transferência de proteção. Relé de religamento de CA: controla o religamento e o bloqueio automático de um interruptor de circuitos de CA. Relé de recepção por onda portadora: cuja atuação liberada ou restrita por sinal usado com proteção contra falta, associado a onda portadora ou fio piloto de CC. Rele de bloqueio de fechamento: é um relé auxiliar, rearmado manualmente ou eletricamente, atuando no ocorrência de condiçoes anormais para manter equipamentos inoperantes até que seja rearmado. Relé de bloqueio de fechamento de transformador. Relé de bloqueio de fechamento que atua nos disjuntores ligados ao barramento. Relé diferencial: atua por diferença percentual de ângulo de fase, ou de outra característica de duas correntes ou de qualquer outra grandeza elétrica. Relé de abertura de disjuntor: atua para abrir um disjuntor, ou impedir o seu religamento automático, mesmo se o seu circuito de fechamento for mantido fechado. Relé detector de corrente: detecta o fluxo de corrente, geralmente utilizado para o sistema de proteção da falha de disjuntor, ou para supervisionar a atuação de relés de distâncias sobre o disjuntor. Para representar as ligações de relés dentro do esquema unifilar usaremos duas linhas, que representaram a alimentação e a atuação do rele´. A linha de alimentação traz ao relé a informação do circuito, e a linha de atuação indica onde o relé vai atuar depois de receber a informação. 29 Linha de alimentação. Linha de atuação. A seta indica o sentido de atuação do relé. - APLICAÇÕES DOS RELÉS DE PROTEÇÃO A seguir daremos algumas aplicações dentro do diagrama unifilar dos relés mais usados em subestações: 1 - Aplicação dos relés de distância (121 de 1º zona e 221 de 2º zona), direcional de sobrecorrente (67), bloqueio de fechamento de barramento (86B), relé de tempo de parada ou de abertura (62X de secundário ou 62B de barramento), de controle seletivo ou de transferência (83T) e abertura do disjuntor (94). 30 2 - Aplicação dos relés temporizado de corrente de CA (51 para fase e 51N para neutro), detector de corrente (95). 3 - Aplicação dos relés de recepção por onda portadora (85) e de bloqueio de abertura (68). 31 4 - Aplicação do relé de religamento de CA. 5 – Aplicação do relé diferencial de barramento 32 6 – Aplicação de relés de proteção de transformador e relé diferencial e relé diferencial. Exercício 3: Confeccionar o diagrama de uma SE que deverá possuir os seguintes equipamentos: três pára-raios, chave de aterramento intertravada com chave seccionadora do disjuntor, disjuntor com três TCs (relação 300-5A) instalados nas suas buchas de entrada e saída, seccionadoras e baipasse. Após o disjuntor, temos os barramentos principal e transferência. Do barramento principal sai um circuito com seccionadoras, disjuntor com TCs (relação 300-5A) instalados nas suas buchas de entrada e saída e baipasse, um transformador de 20 MVA, com tensões de 69 kV e 13,8 kV, ligação estrela /triângulo. Na saída do secundário do transformador encontramos um TP de 13800V / 115V, protegido por chave fusível, cuja ligação é estrela-delta aberto, alimentando um relé de sub-tensão que atua sobre o disjuntor do primário do transformador. Após o TP, encontramos chaves seccionadoras, um religador automático e três pára-raios. Nas buchas de entrada e saída desse religador automático encontramos TC`s com relação 600-5A, sendo que os TCs de saáda são ligados a relés de sobre-corrente temporizado e instantâneo de fase. Estes relés atuam sobre o disjuntor do primário do transformador e sobre o religador automático. Na saida encontramos três pára-raios. O transformador possui proteção através de relé térmico de topo de óleo, relé térmico, relé buchholtz, chave de nível que atuam no relé de bloqueio do transformador que atua nos disjuntores de entrada e no religador automático. Esse relé através de uma chave de transferência também atua no disjuntor de transferência instalado entre os barramentos principal e de transferência. No transformador encontramos instalados um relé diferencial que atua no relé de bloqueio. Esse relé é alimentado pelos TCs de saída do disjuntor de entrada do transformador e pelos TCs de entrada do religador automático. Não esquecer que os TCs que não possuírem ligação devem ter o seu secundário curto circuitado. 33 8 - SISTEMA DE COMUNICAÇÃO Hoje a comunicação entre as usinas e subestações se da por meio do cabo OPGW, que é um cabo de alumínio que tem dentro de si os pares de fibra óptica. Esse cabo está situado em cima das torres, substituindo o cabo guarda ou cabo pára-raio. Algumas subestações mais antigas utilizam-se do sistema de ondas portadoras de rádio freqüência (RF), o "carrier". Este sistema utiliza-se do próprio condutor da linha de transmissão, sendo indispensável linha própria.Comunicação por meio de carrier instalado numa linha de 230 kV. Está corrente de "RF" é injetada na LT não se misturando com a corrente da AT, por terem tensões e freqüências diferentes. A tensão e a freqüência do carrier dependem de uma série de fatores, mas em geral são inferiores a 10V e da ordem de 100 kHz. Para separar a corrente de "RF" da corrente de baixa freqüência (60 Hz) da AT, lança-se das propriedades dos capacitores e das bobinas (sistema ressonante), que é calculado para bloquear a corrente de alta freqüência. Uma bobina de baixa indutância não oferecerá reatância considerável a uma corrente de 60 Hz, já em corrente de alta freqüência (100kHz) a reatância torna-se tão elevada que impede a passagem da corrente, veja a fórmula: XL = 2πfl. Para os capacitores, a propriedade é ao contrário pois : E quanto maior a freqüência menor será a reatância capacitiva. No sistema ressonante, a bobina instalada em paralelo com o capacitor, provoca a reatância indutiva sendo denominada de bobina de bloqueio. A associação destes vários elementos permite representar o "Carrier". Símbolo Denominação Divisor de tensão-capacitivo. cf XC π2 1 = 34 Sistema ressonante. Conjunto de comunicação Carrier. Exercício 4: Confeccionar uma parte de um diagrama unifilar completo de um SE, que deverá conter os seguintes equipamentos: Três pára-raios, conjunto de comunicação carrier, chave de aterramento intertravada com a seccionadoradora do disjuntor, seccionadoras, disjuntor (52-01) e baipasse, ligados nos barramentos principal (BP) e de transferência (BT) de 230 kV. Interligando ambos os barramentos (BP e BT) temos um disjuntor de transferência (52-02). O disjuntor da entrada (52-01) e o disjuntor de transferência (52-02) dos barramentos BP e BT, possuem nas buchas de entrada e saída, dois TCs de bucha cuja relação de transformação de todos é 1200-5A. Antes da ligação do baipasse e no barramento principal temos TPs de três enrolamentos de 230000V - 115V para sincronismo/medição e proteção. Saindo dos barramentos BP e BT tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-03) e baipasse, sendo que as buchas de entrada e saída do disjuntor(52-03) possuem dois TCs de bucha, sendo que a relação de transformação de todos é 1200-5A. A seguir tem-se três pára-raios, um transformador de força de três enrolamentos de 230 kV / 138 kV / 13,8 kV, ligação estrela/estrela/triângulo. Esse transformador possui nos três enrolamentos TCs de bucha cuja relação de transformação são: 1200-5A no primário e secundário, e 3000-5A no terciário. A seguir tem-se três pára-raios, seccionadoras, disjuntor(52-04) e baipasse ligados nos barramentos BP e BT de 138 kV. Esses barramentos de 138 kV são interligados através de um disjuntor de transferência(52-05). Saindo desses barramentos tem-se um circuito com seccionadoras, disjuntor(52-06), baipasse, dois TCs de bucha do 52-06, sendo um na entrada e o outro na saída cuja relação de transformação é 300-600-5A, TP de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção, conjunto de comunicação carrier e três pára-raios. No barramento principal de 138 kV, tem-se TPs de três enrolamentos de 138000V/115V para sincronismo/medição e proteção. Quanto a proteção e medição da subestação tem-se os primeiros TCs de bucha dos disjuntores 52-01, 52-02 e 52-03 são interligados e alimentam o relé diferencial do barramento de 230 kV, que atua no relé de bloqueio desse barramento e que desliga todos os disjuntores ao barramento de 230 35 kV(52 - 01,02 e 03). O segundo TC do disjuntor 52-01, alimenta através de uma chave comutadora amperimétrica(43A) um amperímetro(A), um wattímetro(W) e um varímetro(VAr). Nas buchas de saída desse disjuntor, o primeiro TC alimenta relés de distância de 1ª zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua nos relés de abertura do disjuntor(94) e relé de tempo do terciário(62Y). O relé 94 atua no disjuntor 52-01. O relé 62Y atua no relé de tempo(62B) no barramento de 230 kV e este vai ao relé de bloqueio do barramento(86B) que desliga todos os disjuntores de 230 kV. O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé 21/1ª zona que vai aos relés 94 e 62Y. O relé 67N também usa essa mesma linha de atuação para os relés 94 e 62Y. O segundo TC desse disjuntor alimenta os relés de distância (21P), relé de distância (21S), relé direcional de sobrecorrente de CA(67NT) e relé de bloqueio de abertura(68) por faltas externas em uma linha de transmissão. Os relé 21P, 21S e 67NT vão atuar num relé de recepção por onda portadora, e esse vai atuar num relé de tempo do secundário(62X) e no disjuntor 52-01, através da linha de atuação que sai do relé 94. O relé 62X usa a mesma linha de atuação que sai do relé 62Y e que atua no relé de tempo(62B) no barramento de 230 kV e depois no de bloqueio 86B. O segundo TC da entrada do disjuntor 52-03 não possui ligação, portanto a sua saída do seu secundário é curto-circuitada. O mesmo deve ser feito com o primeiro TC da saída desse disjuntor, pois não possui ligação. O segundo TC de saída desse disjuntor alimenta os relés: de sobrecorrente de fase temporizado(51), de sobrecorrente de fase instantâneo e temporizado de neutro(50/51N) e detector de corrente(95). Desse TC também saem alimentação para os seguintes medidores: amperímetro, wattímetro, varímetro e cosefímetro. O transformador possui proteção de relés de imagem térmica no primário, secundário e terciário(49H,X e Y) com chave de bloqueio de atuação do relé(49S), termômetro de topo de óleo(26), relé de sobre pressão de líquido ou gás(63T) e indicador de nível de óleo(71T), que atuam no relé de bloqueio do transformador(86T) e desse aos disjuntores 52-03, 52-04 e que através de chaves de transferências(83T), atuará nos disjuntores de transferências(52-02 e 52-05). Interligado através dos TCs de bucha do primário e secundário do transformador, tem-se um relé de proteção diferencial do transformador que atua no relé de bloqueio do transformador(86T). O TC do terciário da transformador alimenta o relé de sobrecorrente de fase temporizado(51), chave comutadora amperimérica e um amperímetro. O relé 51 atua no relé de bloqueio do transformador(86T). O primeiro TC da bucha de entrada do disjuntor 52-06, alimenta relés de distância de 1ª zona(21/1ª zona) e 2ª zona(21/2ª zona), relé direcional de sobre corrente de CA de neutro(67N) e relé detector de corrente(95). O relé 21/1ª zona atua no relé de abertura do disjuntor(94). O relé 94 atua no disjuntor 52-06 e no relé 62B do barramento de 138 kV e desse ao relé de bloqueio do barramento(86B). O relé 94 atua através de chave de transferência, no disjuntor de transferência do barramento de 138 kV . O relé 21/2ª zona atua no 21X e este usa a linha de atuação que vem do relé 21/1ª zona que vai ao relé 94. O relé 67N atua no relé 94. O relé de bloqueio desse barramento, desliga todos os disjuntores de 138 kV, inclusive o disjuntor de transferência(52-05). O segundo TC da saída do disjuntor, alimenta os seguintes instrumentos de medição: cosefímetro, chave comutadora amperimétrica, amperímetro, wattímetro e varímetro. 9 - "LAY-OUT" DE SUBESTAÇÕES Antes de entrarmos especificamente no assunto da elaboração de "lay-out" vamos analizar alguns cuidados que devemos ter com a escolha dos terrenos para SE`s. 36 - ESCOLHA DE TERRENOS Definido o tipo de SE, o diagrama unifilar (arranjo) e seus principais objetivos, o passo seguinte é a escolha do local mais adequado parasua construção. Para esta escolha é importante observar os seguintes pontos: - Situação em relação às cargas previstas e existentes: se possível deve localizar-se o mais perto possível das grandes concentrações de cargas (centro de carga), respeitados os aspectos de custo das LT`s e do terreno da SE. Se a SE for do tipo distribuição, sua posição deve permitir a saída dos alimentadores (13,8 e 34,5 kV) nas ruas próximas e que atinjam as cargas com o menor comprimento possível. Se a SE for do tipo transmissão ou interligadora deve situar-se numa região que permita a saída (chegada) de futuras LT`s atingindo o mínimo de propriedades e benfeitorias (casas, loteamentos, construções diversas, etc...). - Dimensão e tipos de terrenos: o tamanho do terreno deve permitir a construção da SE, não só para sua fase inicial, mas também prever, as ampliações futuras. - Características do solo - as características do solo devem ser: - alto se possível - seco e firme - possibilite o escoamento das 'águas pluviais - o mais plano possível - não possuir rochas que dificultem a terraplenagem - Acessos para a SE - Os acessos para as SEs devem possuir características que permitam o transporte de grandes e pesados equipamentos em carretas. Os principais pontos a serem observados nos acessos são: - largura suficiente para a passagem de carretas - poucas curvas e quando existirem, com raios de curvatura adequados para as carretas. - não devem ser íngremes a ponto de dificultarem o transporte de grandes equipamentos. - com boa compactação e conservação do leito. - se possível, que não exijam a construção ou reforço de pontes, etc... - CUSTO DOS ARRANJOS A comparação do custo de uma SE com o de outra é praticamente impossível, uma vez que, além dos equipamentos, os custos de aquisição do terreno, mão de obra de montagem, transporte dos transformadores e equipamentos e parte de construção civil são variáveis. Assim, uma comparação válida é aquela na qual se compara apenas os equipamentos de alta tensão em função dos tipos de arranjos adotados, as estruturas e obras civis necessárias e excluindo os transformadores. Para que se tenha idéia dos custos dos módulos de uma SE, damos abaixo, um quadro com o valores em US$ 1000. Modulo Tensão (kV) 13,8 34,5 69 138 230 500 Saída da LT ou Alimentador 55 105 177 262 630 3200 Interligação do Transformador 52 99 179 258 610 2700 Transferência 37 68 117 172 433 - Casa de Comando - - 107 143 163 200 37 O transformador, por ser um equipamento importante em uma SE, merece um quadro comparativo isolado. A comparação é feita entre os custos em US$ 1000 de transformadores nacionais e os adquiridos por concorrência internacional, podendo ser importados. Tipos de Transformadores de Força Nacional Importado 500/230/13,8 kV ou 500/138/13,8 kV 100 MVA - monofásico 950 500 230/138/13,8 kV ou 230/69/13,8 kV 150 MVA - trifásico 75 MVA - trifásico 950 710 500 375 230/13,8 ou 230/34,5/13,8 kV 50 MVA - trifásico 530 280 138/13,8 kV ou 138/34,5/13,8 kV 41 MVA - trifásico ou 69/34,5/13,8 kV 20 MVA - trifásico 435 320 230 170 138/13,8 kV ou 69/13,8 kV 41 MVA - trifásico 20 MVA - trifásico 12,5 MVA - trifásico 350 265 190 185 140 100 - LOCALIZAÇÃO DOS VÁRIOS SETORES Em geral, em uma SE, os setores são bem definidos e podem ser identificados conforme abaixo: - setor de tensão mais alta - setor de tensão média - setor de tensão mais baixa - casa de comando Os setores da tensão mais alta e média devem localizar-se de forma a permitir a entrada e saída de novas LT`s, acessos para os equipamentos pesados. O setor de tensão mais baixa, deve localizar-se de modo a permitir a fácil saída de alimentadores. Assim, deve estar sempre voltado para uma rua ou estrada que permita instalar todos os alimentadores possíveis (não mais que oito). Também não deve estar muito distante dos transformadores de força ( principalmente se houver cabos de energia). A casa de comando deve estar localizada de tal forma que permita uma boa visibilidade das instalações externas da SE. Além disto, deve ser construída em um plano um pouco superior ao do pátio externo. Suas dimensões devem comportar adequadamente a sala de comando propriamente dita (com os painéis de comando, proteção, serviços auxiliares, etc...), sala de comunicações, sala de baterias (bem arejada, com as baterias e carregadores), escritório, pequena cantina, sanitários e almoxarifado. Sob os painéis, poderemos ter porões, miniporões ou canaletas, para permitir a instalação e manutenção da cablagem de controle ( proteção, medição, sinalização, etc...). Não devemos esquecer na definição das dimensões da sala de comando as possíveis ampliações que poderão ser feitas. - ARRANJO FÍSICO Definido o tipo de arranjo do barramento temos que dar uma disposição física nos equipamentos de forma ordenada, respeitada as suas funções e relações elétricas. Neste caso, os aspectos de espaçamentos, tanto para a correta operação dos equipamentos, tanto para a segurança 38 do pessoal da operação e manutenção, é de fundamental importância. Respeitando os aspectos mencionados, o melhor arranjo será aquele que necessite a menor área possível. Para que possamos verificar a melhor área para o arranjo, precisamos desenhar a planta de barramentos, corte e vistas parciais, tendo com isso uma melhor visualização da SE. - PLANTA DE BARRAMENTOS E EQUIPAMENTOS É uma vista de cima da SE, onde deve aparecer os principais equipamentos, estruturas, etc... É nesta fase que a padronização torna-se interessante, principalmente quanto às dimensõcs e espaçamentos. A representação de uma planta de barramentos de uma subestação é elaborada depois de traçarmos o seu esquema unifilar, conforme exemplo abaixo de uma SE de 230 kV. Esquema unifilar: Planta de barramentos e equipamentos: - CORTES E VISTAS PARCIAIS Associado à planta de barramentos e equipamentos é necessário que se faça os cortes para todos os setores da SE, de modo a esclarecer todos os detalhes tanto de dimensões quanto da forma com que os equipamentos são conectados entre si. Também alguns detalhes importantes merecem um desenho específico esclarecedor. Aproveitando o corta A-A´ da planta de barramento da SE de 230 kV, observe a seguir a representação desse corte. 39 A planta e o corte com as vistas parciais apresentam uma noção de espaçamento entre os equipamentos, para que se possa determinar o tamanho da área a ser utilizada. Os equipamentos indicados servem para dar uma idéia de grandeza. A distância entre fases é neste caso 4 m por ser uma subestação de 230 kV, conforme tabela.TENSÃO (kV) PÓRTICO ( m ) DISTÂNCIA FASE - F ASE ( m ) 230 16 4 138 12 3 69 8 2 34,5 6 1,5 13,8 4 1 Supondo um arranjo em anel, veja como fica a representação da planta e da vista lateral de uma subestação de 138 kV: Esquema unifilar: 40 Planta de Barramentos e Equipamentos (Vista de Cima): Corte A-A´: 41 Através do esquema unifilar de uma subestação de 69 kV, fazer o desenho da planta de barramentos determinando o corte A-A´ e a seguir representar a vista parcial desse corte. Esquema unifilar: Planta de Barramentos: Corte A-A´: 42 Exercício completo: Confeccionar o diagrama unifilar completo de uma subestação que atende Serra Negra que deverá conter os seguintes equipamentos operacionais e de controle e medição. 1- Diagrama Operacional : A SE de Serra Negra possuirá duas entradas distintas, a saber: - 1ª. entrada vem da Usina de Pedreira ( 230 kV ), contendo: 3 para-raios, carrier de comunicação, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, disjuntor , baipasse e barramentos principal e de transferência. - 2ª. entrada é igual a 1ª. e no BP ( barramento principal) de 230 kV instalar uma chave seccionadora que vai separar a lª. entrada da 2ª. entrada em duas partes ( parte A e parte B ). Na parte A do BP de 230 kV temos: - Disjuntor de transferência, 3 TP's com 3 enrolamentos 230000/120 V para medição/sincronismo e proteção ligados em estrela-estrela-estrela, e no 1°. circuito alimentador da parte A desse BP temos: disjuntor, baipasse, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, 3 para-raios, transformador trifásico com 3 enrolamentos de 300 MVA, ligados em estrela-triângulo- estrela, tensão superior TS = 230 kV , tensão média - TM = 69 kV e tensão inferior - TI = 13,8 kV. Após o transformador haverá 3 TC's de bucha 2000-5 A, 3 para-raios, 3 TC's 400-5 A, 3 TC's 800-5 A, 3 TC's 1600-5 A, disjuntor e baIpasse ligados a um BP de 69 kV ( parte A ). Na parte B do BP de 230 kV temos: - 3 TP's com 3 enrolamentos 230000/120 V, ligados em estrela/estrela/estrela para medição/sincronismo e proteção. - O 1°. circuito alimentador desse BP é igual ao 1°. circuito da parte A, também ligado ao BP de 69 kV ( parte B ). No BP de 69 kV encontra-se uma chave seccionadora para separar parte A da parte B. Na parte A do barramento de 69 kV temos 3 TP's com 3 enrolamentos 69000-120 V , ligação estrela/estrela/estrela, para medição/sincronismo e proteção e saindo dessa parte encontram-se 3 circuitos iguais com destino a Monte Sião, Amparo e Socorro, contendo disjuntor, baipasse, chave de aterramento, 3 TC's 300-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 1200-5 A, carrier, 3 pára-raios. Na parte B desse BP de 69 kV, temos ligados 3 TP's com 3 enrolamentos 69000-120 V, estrelaestrela-estrela, usado para medição/sincronismo e proteção. Saem desta parte do BP com destino a Mogi Guaçu, Holambra e Paulínia, três circuitos iguais aos circuitos da parte A . No BP de 69 kV encontra-se uma seccionadora que separa a parte B de uma parte C, que contem 3 circuitos alimentadores iguais aos circuitos da parte A e B, com destino a Limeira, Ribeirão Preto e Pinhão. Na parte C encontramos também um disjuntor de transferência e 3 TP's com 3 enrolamentos 69000/120 V, ligação estrela/estrela/estrela para medição/sincronismo e proteção, e voltado para dentro da SE encontramos 2 circuitos iguais saindo do BP de 69 kV que vão ligar um BP de 13,8 kV e que possuem disjuntor, baipasse, 3 TC's 1200-5 A, 3 TC's 600-5 A, 3 TC's 300-5 A, 3 pára-raios, um transformador de 2 enrolamentos 69/13,8 kV , ligação estrela/triângulo de 50 MVA, instalados nas buchas do secundário desse transformador encontramos 3 TC's 2000-5 A, 3 pára-raios, disjuntor e baipasse ligados no BP de 13,8 kV. Esses 2 circuitos se dividem no BP de 13,8 kV em parte A e parte B, através de um seccionadora instalada entre esses 2 circuitos. Instalados no BP de 69 kV em sua parte B encontramos um disjuntor de transferência, um reator trifásico de aterramento de 1500 kVA e ligado ao BP temos dois TP's de 13800/120 V para medição, ainda nesse lado do BP sai um circuito alimentador para Piracicaba, com disjuntor, baipasse, 2 TC's 50/100/200/400-5 A e 3 pára-raios. Na parte A desse BP encontramos 4 circuitos iguais ao circuito que sai da parte B e vão para Poços de Calda, Mogi Guaçu, Araras e Americana . 43 Na parte B ainda encontramos um transformador de 2 enrolamentos de 112,5 kV A , triângulo/estrela, 13800/127-220 V, protegidos por chave fusível e que vai para os serviços auxiliares da SE. Também nessa parte encontramos um reator trifásico de aterramento de 1500 kVA e 2 TP's 13800/120 V usado para medição. 2- Diagrama de proteção e medição: Nas 2 entradas de 230 kV , os TC's de 300-5 A são interligados e vão ao relé diferencial (87B), assim como, os TC's de 300-5 A dos 2 circuitos que saem do BP de 230 kV. Esse relé diferencial (87B) vai ligado a um relé de bloqueio (86B) que desliga todos os disjuntores de 230 kV. As 2 entradas possuem as mesmas ligações nas proteções que são: Os TC's de 600-5 A ligam os relés (21P e 21S), relé direcional de sobrecorrente de neutro (67NT), relé de recepção por onda portadora ou por fio piloto (85) e a um relé de bloqueio de abertura (68). O relé 21P e 67NT estão ligados ao relé 85 através da linha de atuação que vem do RCVR do carrier e o relé 21 S e relé 85 vão atuar no XMTR do carrier e do relé 67NT vai uma ligação para polarização. O relé 85 vai com uma linha de atuação no disjuntor de 230 kV e no 62X e 62B e após ao relé 86B do BP 230 kV . Nos TC's de 1200-5 A estão ligados os relés 121,221, 67N e relé detector de corrente (95). Do relé 221 sai uma linha de atuação até ao relé 21X e após aos relés 62Y que vai ao 62B e 86B e ao de abertura (94) que irá atuar no disjuntor de 230 kV da entrada e no disjuntor de transferência do BP de 230 kV . O relé 121 vai atuar no relé 94 e no relé 62Y. O relé 67N vai atuar no relé de abertura (94) e no relé de tempo de parada ou de abertura (62Y). Os dois circuitos que saem do BP 230 kV possuem as mesmas ligações de medição e proteção a saber: Existe um relé diferencial (87T) ligado aos TC's de 1200-5 A antes do transformador e de 800-5 A depois. Esse relé vai atuar no relé 86TA que consequentemente irá atuar nos disjuntores da entrada e saída desse circuito e também no disjuntor de transferência do BP de 230 kV e disjuntor de transferência do BP de 69 kV. No 2°. circuito o relé 86 recebe a especificação 86TB. Os transformadores dos dois circuitos possuem proteção através dos seguintes relés: chave de nível (71C e 71T), chave de pressão (63S, 63C e 63T), relé de imagem térmica (49H, 49X e 49Y) e relé dispositivo térmico de equipamento (26), o relé de imagem térmica possui uma chave de bloqueio para atuação do relé (49S). Todos esses relés vão para o relé de bloqueio (86TA ou 86TB) e ao alarme. O TC's de 300-5 A estão ligados a um Amperímetro, Wattímetro e Varímetro. Os TC's de 600-5 A vão ligados aos relés de sobrecorrente de fase temporizado (51) e de sobrecorrente de neutro temporizado (51N) e ao relé detector de corrente (95). O relé 51 e 51N vão atuar no relé de abertura (94) e ao relé de tempo de parada ou de abertura (62X). O relé 94 atua no disjuntor de entrada desse circuito e no disjuntor
Compartilhar