Buscar

Educação fisica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 224 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

2015
Metodologia do ensino 
de ginástica escolar
Profa. Rafaela Liberali
Profa. Simone Aparecida Pereira Vieira
Copyright © UNIASSELVI 2015
Elaboração:
Profa. Rafaela Liberali
Profa. Simone Aparecida Pereira Vieira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 796.41
 L695m Liberali, Rafaela
 Metodologia do ensino de ginástica escolar/ Rafaela 
Liberali; Simone Aparecida Pereira Vieira. Indaial : UNIASSELVI, 2015.
 
 216 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-937-4
 1. Ginástica – Aptidão Física. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
apresentação
Bem-vindo à disciplina Metodologia do Ensino da Ginástica 
Escolar. Esse é o nosso Livro Didático, material elaborado com o objetivo 
de contribuir para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus 
conhecimentos sobre a ginástica escolar, caracterizando o movimento 
humano e aprofundando o conhecimento sobre a ginástica no ambiente 
escolar, e proporcionar reflexão sobre outras perspectivas de sua aplicação 
no espaço educacional em geral.
Ao longo da leitura deste Livro Didático, você irá adquirir 
conhecimento sobre os valores fundamentais que permitam ao profissional 
desenvolver atividades de ginástica na escola mediante um maior 
entendimento da criança na compreensão do seu movimento, do seu corpo, 
para que possa usá-lo com maior inteligência, autonomia, responsabilidade 
e sensibilidade. Compreender a estrutura e o funcionamento corporal e a 
investigação do movimento humano, nas diversas técnicas e modalidades de 
ginástica escolar.
Neste Livro Didático, você, futuro educador, encontrará condições 
para vivenciar, através da prática da ginástica, um meio de aprendizagem 
necessário para o desenvolvimento, aperfeiçoamento e compreensão, 
proporcionando consciência da sua manifestação pessoal e cultural, respeito, 
autoestima, valor integral, soberania, igualdade, subjetividade e empatia, de 
maneira ampla e com condições de ofertar à sociedade um trabalho educativo 
com qualidade.
Desejo a você um bom trabalho e que aproveite ao máximo o estudo 
dos temas abordados nesta disciplina.
Bons estudos e sucesso!
Professora Rafaela Liberali
Professora Simone Vieira
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A 
 GINÁSTICA NO AMBIENTE ESCOLAR .............................................................1
TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO 
 FÍSICA E GINÁSTICA ..................................................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A GINÁSTICA .................................................................3
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................5
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................9
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................10
TÓPICO 2 – CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA ...................................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: DA PRÉ-HISTÓRIA 
 À IDADE MÉDIA ...............................................................................................................................15
3 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: DO RENASCIMENTO 
 ATÉ ATUALMENTE ...........................................................................................................................33
4 INCLUSÃO DA GINÁSTICA ESCOLAR .....................................................................................48
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................55
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................59
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................60
UNIDADE 2 – PERSPECTIVAS TEÓRICAS E FISIOLÓGICAS SOBRE A 
 GINÁSTICA ESCOLAR ............................................................................................65
TÓPICO 1 – A FISIOLOGIA DA GINÁSTICA ESCOLAR ...........................................................67
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................67
2 VALÊNCIAS FÍSICAS TRABALHADAS NA GINÁSTICA ...................................................67
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................106
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO E MÉTODOS DA GINÁSTICA ESCOLAR ..........................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 GINÁSTICA CIRCENSE ...................................................................................................................109
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE...............................................................................................................................150
suMário
VIII
UNIDADE 3 – METODOLOGIA DO ENSINO DE GINÁSTICA: NOVAS 
 PERSPECTIVAS ..........................................................................................................153
TÓPICO 1 – GINÁSTICA PARA TODOS NO CONTEXTO ESCOLAR....................................155
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................155
2 OS CAMPOS DE ATUAÇÃO DA GINÁSTICA ..........................................................................155
3 GINÁSTICA ESCOLAR (PRÉ-ESCOLA AO ENSINO MÉDIO) ..............................................159
4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO ENSINO DA GINÁSTICA NA ESCOLA ........................163
5 COMO DAR UMA AULA DE GINÁSTICA ESCOLAR? ...........................................................170
6 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E NA GINÁSTICA ................................175
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................180
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................184
TÓPICO 2 – PESQUISA EM GINÁSTICA NA ESCOLA ..............................................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187
2 PESQUISA EM GINÁSTICA ...........................................................................................................187
2.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU SISTEMÁTICA .....................................................................187
2.2 PESQUISA DE CAMPO DESCRITIVA .......................................................................................188
2.3 PESQUISA DE CAMPO EXPERIMENTAL................................................................................190
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................197
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................199
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................203
1
UNIDADE 1
RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE 
EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• diferenciar os conceitos de educação física e de ginástica e suas 
peculiaridades;
• reconhecer, caracterizar e localizar a história da ginástica e sua inserção no 
ambiente escolar.
Esta unidade está dividida em dois tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades que o ajudarão a fixar os conhecimentos abordados.
TÓPICO 1 – CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS 
EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA
TÓPICO 2 – CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS 
EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você verá que a ginástica está inserida no contexto da 
educação física. Faz parte como conteúdo e elementos fundamentais para serem 
trabalhados na educação física escolar.
2 A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A GINÁSTICA
A educação física, como qualquer outra disciplina, na escola, tem 
responsabilidade na concretização do processo de formação e desenvolvimento 
de valores e atitudes, por meio de aulas educativas, com lugar para discussão e 
reflexão sobre cada situação ou fato ocorrido e, também, focar no desenvolvimento 
de várias práticas corporais além dos esportes, como a dança, a ginástica geral, 
jogos e lutas (GUIMARÃES et al., 2001).
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1998) da educação 
física, a ginástica está inserida dentro de um bloco de conteúdos denominado 
esportes, jogos, lutas e ginásticas. Segundo Brasil (1998, p. 70-71), 
As ginásticas são técnicas de trabalho corporal que, de modo geral, 
assumem um caráter individualizado com finalidades diversas. Por 
exemplo, pode ser feita como preparação para outras modalidades, 
como relaxamento, para manutenção ou recuperação da saúde ou ainda 
de forma recreativa, competitiva e de convívio social. Envolvem ou 
não a utilização de materiais e aparelhos, podendo ocorrer em espaços 
fechados, ao ar livre e na água. Cabe ressaltar que são um conteúdo 
que tem uma relação privilegiada com o bloco conhecimentos sobre o 
corpo, pois nas atividades ginásticas esses conhecimentos se explicitam 
com bastante clareza. Atualmente, existem várias técnicas de ginástica 
que trabalham o corpo de modo diferente das ginásticas tradicionais 
(de exercícios rígidos, mecânicos e repetitivos), visando à percepção do 
próprio corpo: ter consciência da respiração, perceber relaxamento e 
tensão dos músculos, sentir as articulações da coluna vertebral. 
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
4
O endereço on-line a seguir mostra os PCN e sua abordagem na 
educação física. 
Se você quiser saber mais sobre ginástica escolar, acesse os PCN (1998).
<http://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/volume-08-educacao-fisica.pdf>.
DICAS
A vida, nos grandes centros urbanos, impõe enormes restrições à atividade 
física espontânea da criança. Assim, a prática regular de atividade física na escola 
se torna uma necessidade para as crianças e uma fonte preciosa de saúde, que 
promove o melhor crescimento e desenvolvimento do praticante (BARROS 
NETO, 1997). 
Assim, a educação física, no cenário escolar, passou a ser identificada 
como componente curricular integrado ao projeto político-pedagógico da escola 
(KUNZ, 2001). 
Veja o vídeo no link a seguir que aborda uma reflexão e sensibilização 
sobre as aulas de educação física nas escolas. 
<https://www.youtube.com/watch?v=foVvpAvJ0LE>.
DICAS
Na próxima unidade, você acompanhará a trajetória da história da ginástica 
escolar e sua inserção na escola, construída de uma maneira clara para uma leitura tranquila.
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA
5
Leia parte da entrevista com Débora Didonê, dada à Revista Nova Escola, 
sobre “Ginástica como faz de conta”. Em creches e pré-escolas, o trabalho corporal 
é acompanhado de muita brincadeira. Só assim ela faz sentido para os pequenos. 
Se quiser visualizar a entrevista na íntegra, veja o conteúdo disponível 
em: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/ginastica-faz-
de-conta-423003.shtml>.Acesso em: 10 set. 2015.
Entrevista:
“Sou a dona Aranha! Vou pegar essas mosquinhas e prendê-las na 
minha teia!” Essa é a deixa da professora Camila Sandoval de Andrade para que 
a turminha de 1 e 2 anos corra e se remexa pela sala. Com um bicho feito de 
cordas nas mãos, ela brinca de pega-pega com os “insetos”. Quem é capturado 
acompanha a dona Aranha para onde ela for. Afinal, fica grudado em sua teia! As 
crianças da Escola Sá Pereira, no Rio de Janeiro, nem percebem que estão fazendo 
ginástica durante essa atividade. Mas, de que ela é divertida, eles não têm dúvida! 
Na Educação Infantil, a brincadeira é o mais importante – inclusive durante as 
atividades corporais. Por meio de tarefas lúdicas, os pequenos experimentamdiferentes maneiras de andar, correr, pular e se esticar, aprendendo inclusive a 
interagir com os colegas.
Para os mais velhos, de três anos, Camila propõe uma variação da 
brincadeira. Ela forma uma roda com todos sentados no chão e, com um rolo de 
barbante na mão, aponta para alguém e fala: “Se eu fosse uma aranha, subiria 
até o céu”. Sua auxiliar vai desenrolando o fio até chegar à criança, que diz: “Eu 
iria até o fundo do mar...” e aponta para outro coleguinha. Assim, atravessando a 
roda de lá para cá, o barbante forma uma grande teia, fixada em diferentes pontos 
da sala. Cantarolando (leia a letra da música acima), a meninada engatinha por 
baixo da teia e passa entre os fios, dançando e se equilibrando. Assim, todos 
aprimoram a destreza nos movimentos. 
Cada um tem seu ritmo 
Durante as atividades, a professora faz avaliações individuais. Esse 
acompanhamento é essencial para conhecer cada um e respeitar seus limites. 
Sabe-se que com três meses o bebê sustenta a cabeça; com cinco vira o corpinho no 
berço; com seis já fica sentado; e com um ano começa a andar. Mas isso não é regra. 
“Quem não se encaixa nesse padrão não tem necessariamente um problema”, 
diz a professora de Educação Física Márcia Simão, de Florianópolis. Por isso, é 
importante saber se os pequenos moram em casa ou apartamento, se são levados 
para passear no parque ou se tiveram algum tipo de doença que possa ter afetado 
seu desenvolvimento. “Assim, o professor compreende as necessidades de cada 
um e pensa em estímulos para favorecer a evolução deles”, explica o médico 
Abelardo Bastos Pinto Júnior, da Sociedade Brasileira de Pediatria. 
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
6
Para observar a turma de três anos, a professora Adelir Pazetto Ferreira, 
do Núcleo de Educação Infantil Coqueiros, da rede municipal de Florianópolis, 
faz um convite. “Vamos dançar rock’n ‘roll?” (Leia a letra da música acima). 
Acompanhando a cantiga, todos formam uma roda, sacodem os braços, as pernas 
e a cabeça, giram sobre o próprio eixo, põem a mão na cintura e rebolam. Numa 
animação só, a turma levanta um dos braços e grita “hey!” para finalizar o remelexo. 
Apesar de acharem divertido, nem todos conseguem fazer os movimentos. 
“Alguns só observam antes de participar”, conta Adelir. Para encorajá-los, ela 
chama cada um pelo nome e mostra como se faz, só na curtição. 
A competição ensina 
O momento da brincadeira é ideal para incentivar o respeito entre 
os colegas, principalmente quando há a ideia de competição. “Eles precisam 
perceber que estão dando o seu melhor, independentemente de estarem numa 
competição”, explica a professora Sandra Santos da Silva Jacques. Ela costuma 
organizar circuitos com grupos de cinco anos no Colégio Miró, em Salvador. 
Numa das disputas que mais fazem sucesso, dois grupos, de pés descalços, têm 
de correr até o outro lado do corredor para colocar os sapatos antes do adversário. 
“Se alguém está muito lento, precisa ouvir gritos de estímulo e nunca vaias”, 
ensina Sandra. 
Na etapa em que é preciso carregar água num copo descartável de café, 
o desafio é aliar rapidez e equilíbrio. Divididos em duas filas adversárias, os 
pequenos levam o líquido até o outro lado da sala, o despejam em um recipiente e 
voltam correndo, dando a vez a outro colega. Sandra deixa que eles experimentem 
várias velocidades. Dessa forma, os alunos percebem que, quando correm muito, 
a água pode ser derrubada. 
“A prática adequada pede que o professor corrija sem apontar o erro como 
algo negativo”, afirma Carol Kolyniak, da Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo. Como cada um aprende de um jeito, é preciso modificar as formas 
de orientação. “Além de reproduzir um movimento feito pelo adulto, às vezes a 
criança precisa ouvir, passo a passo, como fazê-lo”, explica. Quando necessário, 
Camila, da Sá Pereira, dá uma orientação individualizada ao grupo de um a três 
anos. As crianças assistem a um vídeo com a música A Velha a Fiar, sobre uma 
confusão entre a senhora do título e diversos bichos - mosca, gato, cachorro, boi 
etc. Cantarolando, imitam os animais, aprimorando suas formas de expressão. 
Se ficam em dúvida no meio da brincadeira e perguntam: “Como se faz o boi?”, 
Camila logo relembra o gesto. 
Todos participam 
Observar a garotada brincando na hora do recreio é uma boa maneira de 
conhecer melhor o grupo. “Se alguém nunca topa participar de uma atividade, 
pode estar acontecendo uma exclusão pelos colegas”, alerta a professora Márcia, 
de Florianópolis. Além disso, tanto o educador quanto a família precisam 
TÓPICO 1 | CONCEITUAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DOS TERMOS EDUCAÇÃO FÍSICA E GINÁSTICA
7
informar quando uma criança se apresenta frequentemente triste e reclusa, para 
que ambos possam ajudá-la. 
A falta de estímulo ocorre também por dor ao repetir determinados 
movimentos. Para Kolyniak, o que causa mais problemas são as atividades de 
impacto, como correr e pular. “A orientação é alinhar o pé, o joelho e o quadril 
da criança. Se ela corre com o pé para fora, pode forçar o joelho para dentro”, 
explica. Para correr com conforto, o ideal é olhar para a frente e alternar os 
braços. É importante evitar a repetição de um só movimento na mesma aula e 
não permitir que os pequenos carreguem caixas e brinquedos que estejam acima 
de 10% do próprio peso. Com esses requisitos atendidos, a garotada terá um bom 
desenvolvimento muscular e motor e, acima de tudo, uma infância bem vivida. 
Inclusão 
Truques para não deixar ninguém de fora 
Carol Kolyniak propõe uma adaptação para que cegos participem 
da atividade da teia de aranha, desenvolvida na Escola Sá Pereira, no Rio de 
Janeiro. O professor pode pegar na mão da criança e ajudá-la a sentir os fios e 
se movimentar entre eles, bem como orientá-la a erguer a perna para pulá-los 
ou se abaixar para passar por baixo deles. Depois de algum tempo, ela ganha 
autonomia na atividade. A etapa do circuito com água, proposta no Colégio Miró, 
de Salvador, pode ser adaptada ao cadeirante. Se ele se movimenta bem com a 
cadeira, pode movê-la com uma mão e carregar o copo com a outra. Se isso não 
for possível, ele leva o copo e um colega empurra a cadeira. Mesmo nesse caso, a 
habilidade do equilíbrio é desenvolvida. 
O colega que empurra, por sua vez, precisa observar se a velocidade é 
adequada. 
Além disso, o trabalho conjunto pede o diálogo durante a brincadeira. Os 
dois interagem para encontrar a melhor fórmula de acelerar sem perder o equilíbrio.
 Brincadeira com movimento...
- Aprimora gestos e ritmos corporais. 
- Estimula a descoberta dos limites do corpo. 
- Sensibiliza para o convívio com os colegas. 
O Elefante na Teia de Aranha 
Um elefante 
Se pendurou 
Numa teia de aranha 
Mas quando viu 
Que a teia resistiu 
Foi chamar outro elefante... 
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
8
(Repetir a letra com dois elefantes, depois com três, sucessivamente, até 
alcançar o número de crianças da classe.) 
Eu Danço Rock’n’roll 
Eu danço rock’n’roll, 
Eu danço rock’n’roll, 
Assim é bem melhor, hey! 
(Dançar em círculo, girar no próprio eixo e bater uma palma.) 
Eu boto a mão direita dentro, 
Eu boto a mão direita fora, 
Eu boto a mão direita dentro 
E eu sacudo ela agora 
(Sacudir a mão dentro e fora do círculo. Repetir a letra e a dança com mão 
esquerda, pé direito, pé esquerdo, cabeça e bumbum.)
9
Neste tópico você viu que:
• A educação física tem responsabilidade na concretização do processo de 
formação e desenvolvimento de valores e atitudes. 
• A ginástica está inserida no PCN (1998) da Educação Física.
• A ginástica está inserida em um bloco de conteúdos denominado esportes, 
jogos, lutas e exercícios físicos.
RESUMODO TÓPICO 1
10
Agora responda às questões a seguir e teste seu conhecimento.
Questão 1 – QUESTÃO 41 do Concurso da Educação Física, São Paulo. 
De acordo com Valter Bracht, parte da dificuldade para responder à questão “O 
que é educação física?” está relacionada com a maneira de interpretar a própria 
pergunta. Afinal, queremos saber o que acontece hoje, nas escolas, durante as 
aulas de educação física, analisando seus pontos positivos e negativos (situação 
real), ou queremos saber o que deveria acontecer nas aulas de educação física, 
preocupados com a garantia da qualidade de ensino (situação ideal).
Acerca do texto acima, julgue os itens seguintes de acordo com as ideias de 
Valter Bracht.
I- Manuel Sérgio adota a mesma posição de Valter Bracht diante dessa 
questão, ou seja, preocupa-se em analisar a situação real da educação física 
escolar brasileira, quando afirma que a superação da crise de identidade 
envolve a discussão epistemológica sobre a necessidade de se caminhar em 
direção a uma ciência da motricidade humana.
II- A análise da educação física, como fenômeno, deve concentrar-se na 
questão sobre o que a educação física é (situação real), ou seja, identificar 
que tipo de atividades têm sido desenvolvidas nas aulas de educação física 
e questionar se essas atividades contribuem para a formação do tipo de 
homem que se deseja.
III- A melhoria na qualidade de ensino de educação física escolar depende 
da realização de um programa de capacitação dos professores centrado 
na divulgação das novas técnicas e na atualização dos conhecimentos 
científicos acerca do funcionamento do corpo humano.
IV- A análise da educação física como fenômeno requer, em um primeiro 
momento, o distanciamento da questão sobre o que a educação física 
deveria ser (situação ideal), ou seja, não existe atualmente uma teoria 
capaz de revolucionar a educação física e resolver o problema da falta de 
reconhecimento social.
Estão certos apenas os itens: 
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e IV.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/
sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
AUTOATIVIDADE
11
Questão 2 – QUESTÃO 42 do Concurso da Educação Física, São Paulo. 
 João Paulo Medina, em seu livro A educação física cuida do corpo... e 
“mente”, adota os princípios da teoria de Paulo Freire para distinguir três graus 
de consciência das pessoas em relação às possibilidades de interpretar e atuar 
no mundo. O primeiro nível de consciência, intransitiva, caracteriza aqueles 
indivíduos que vivem sintonizados no atendimento básico de suas necessidades 
biológicas de sobrevivência, permanecendo completamente alheios às questões 
de ordem política e social. O segundo nível de consciência, transitiva ingênua, 
caracteriza os indivíduos que buscam entender a realidade política que os 
cerca, mas adotam interpretações simplistas dos problemas, próprias do senso 
comum, que se baseia na experiência e nos preconceitos, apesar de estarem 
conscientes de que o jogo político interfere na nossa existência, procuram 
participar dele de forma a garantir a defesa de seus interesses pessoais. O 
terceiro nível de consciência, transitiva crítica, caracteriza os indivíduos que 
se reconhecem como sujeitos de seus próprios atos, adotando uma postura 
crítica em relação às estruturas de poder e às injustiças sociais, mostrando-se 
dispostos a lutar pela transformação da realidade em prol do bem comum. De 
fato, uma distinção clara entre os três níveis de consciência é quase sempre 
impossível de fazer. Há pessoas que podem assumir posturas críticas em 
determinadas situações e ingênuas em outras. Mas a caracterização de cada 
nível de consciência serve de referencial para entendermos a posição que temos 
diante da realidade. 
De acordo com as ideias de João Paulo Medina, assinale a opção correta:
a) A conquista de níveis de consciência mais lúcida, capazes de permitir que 
o indivíduo entenda e se posicione diante dos condicionamentos políticos 
e sociais, depende da capacidade de se estabelecer um diálogo entre as 
pessoas, pautado em atitudes de amor, humildade, esperança e confiança, 
paralelo à disposição das pessoas para servir e dar testemunho.
b) Em vez de fazer parte de um projeto pedagógico a ser construído em cada 
situação concreta, as verdadeiras propostas práticas de trabalho em educação 
física devem contemplar informações técnicas e científicas sobre a melhor 
maneira de alcançar determinados objetivos, ou seja, em vez de dialogar 
sobre os valores e objetivos que todos os participantes do processo aceitam 
conscientemente, a instrumentação do professor depende da capacidade de 
apresentar uma série de exercícios ou um método de treinamento.
c) Considerando que as questões políticas exerçam influência sobre a maneira 
de ser de cada indivíduo, elas devem ficar ausentes das preocupações 
pedagógicas. De acordo com Moacir Gadotti, o educador deve ser capaz de 
separar o ato pedagógico do ato político, mesmo sabendo que existe uma 
dimensão pedagógica da ação política e uma dimensão política da ação 
pedagógica.
12
d) Para ser legítima, a ação pedagógica da educação física tem de, 
necessariamente, ser um projeto pautado em conteúdos nos quais o professor 
possui larga experiência e nas atividades que ele gosta muito de fazer.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/
sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 3 – QUESTÃO 52 do Concurso da Educação Física, São Paulo. 
João Batista Freire, ao discutir se a educação física deveria se dedicar à educação 
do movimento, à educação pelo movimento ou à educação para o movimento, 
termina por afirmar que, na sua opinião, a educação física deve ser, na verdade, 
educação de corpo inteiro. De acordo com as teorias de João Batista Freire, 
assinale a opção correta.
a) A educação física não deve ser entendida como uma educação do movimento, 
pois seus objetivos curriculares não estão relacionados diretamente com 
a aquisição de habilidades motoras ou o desenvolvimento da destreza 
corporal.
b) Como a sociedade atual enfatiza acentuadamente a dimensão do fazer, a 
educação física deve contribuir para desenvolver a aptidão corporal das 
crianças, preparando-as adequadamente para corresponder às exigências e 
interesses do mercado de trabalho.
c) A educação física deve-se afirmar como uma educação pelo movimento, 
considerando que as experiências corporais podem servir de base para 
outras aquisições mais elaboradas, que envolvem aspectos intelectuais, 
emocionais e sociais.
d) A educação física centrada na educação para o movimento, dirigida para 
o corpo em uma dimensão predominantemente biológica, aproxima-se da 
perspectiva humanista, pois a pessoa, vista como sujeito, está no foco da 
ação pedagógica.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/11081246/735504f24f36/
sesisp_013_13.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 4 – QUESTÃO 1 do Concurso da Educação Física, Pernambuco. 
De acordo com os PCN da Educação Física, ao final do Ensino Fundamental os 
alunos devem ser capazes de:
I - Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade em situações 
lúdicas e esportivas, repudiando qualquer espécie de violência.
II- Treinar para competições, de forma que alcancem o alto nível para 
representar o país em competições internacionais.
III - Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal 
que existem em diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção 
dentro da cultura em que são produzidos.
13
IV - Reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos 
saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando-os 
com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva.
V- Participar de treinamentos esportivos, reconhecendo o esporte como um 
fenômeno social que tem suas vertentes voltadas para a performance.
Estão de acordo com os PCN as afirmações:
a) I, IV e V.
b) II, III e IV.
c) II, III e V.
d) III, IV e V.
e) I, III e IV.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/
pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 5 – QUESTÃO 2 do Concurso da Educação Física, Pernambuco. 
No trabalho pedagógico com a Educação Física a partir da perspectiva 
pedagógica proposta pelos PCN, três aspectos devem ser levados em 
consideração:
a) Princípio da progressão social; o movimento como meio e fim da educação 
física; a matriz biológica.
b) Princípio da inclusão; as dimensões dos conteúdos (atitudinais, conceituais 
e procedimentais); os temas transversais.
c) Fases do movimento motor; dimensão da aptidão física; os temas sociais.
d) Blocos de conteúdo; a educação psicomotora; as abordagens críticas.
e) Ensino do mundo da cultura; as dimensões sociais do esporte; o projeto 
político pedagógico.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/
pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 6 – QUESTÃO 3 do Concurso da Educação Física, Pernambuco. 
De acordo com os PCN, é tarefa da educação física escolar, EXCETO:
a) Garantir o acesso dos alunos às práticas da cultural corporal.
b) Contribuir para a construção de um estilo pessoal.
c) Oferecer instrumentos para que os alunos sejam capazes de apreciar os 
conteúdos criticamente.
14
d) Abordar os conteúdos de forma aleatória, tendo em vista que os alunos trazem 
consigo poucas experiências relativas ao conhecimento sistematizado.
e) Oportunizar aos alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de 
forma democrática e não seletiva. 
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/
pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 7 - QUESTÃO 13 do concurso da educação física, Pernambuco. 
A partir da promulgação da Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional), a educação física caracteriza-se:
a) Como componente curricular.
b) Como matéria biológica.
c) Como atividade física, esportiva e recreativa.
d) Como ensino do corpo e da mente.
e) Como disciplina extracurricular.
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/
pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
Questão 8 - QUESTÃO 15 do Concurso da Educação Física, Pernambuco. 
A educação física trata, na escola, de uma área denominada:
a) Cultura corporal.
b) Aptidão física.
c) Cultura humana.
d) Prática esportiva generalizada.
e) Educação, esporte e lazer. 
Fonte: Disponível em: <https://site.pciconcursos.com.br/provas/22815197/a6a68fa9654d/
pv_professor_de_educacao_fisica.pdf>. Acesso em: 21 out. 2015.
15
TÓPICO 2
CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você entenderá a trajetória histórica da ginástica até os dias 
atuais e sua inserção no ambiente escolar. Iniciaremos contando a história desde os 
primórdios da civilização e como ela vem acompanhando a evolução da sociedade, 
principalmente no ambiente escolar. A ginástica, para Ramos (1982, p.15), “vem 
da Pré-história, afirma-se na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamenta-
se na Idade Moderna e sistematiza-se nos primórdios da Idade Contemporânea”.
2 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: 
DA PRÉ-HISTÓRIA À IDADE MÉDIA
A palavra ginástica, de acordo com Ayoub (2003), advém do grego 
Gymnastiké, que significa a arte de fortificar o corpo e dar-lhe agilidade. Esse 
termo reflete as perspectivas historicamente direcionadas à prática da ginástica 
pelo homem ao longo da história.
Para Ramos (1982), a ginástica era entendida como a prática do exercício 
físico, que na pré-história tinha papel relevante para sua sobrevivência, expressando 
principalmente a necessidade vital de atacar e defender-se, possuindo o caráter 
utilitário, sendo transmitido através das gerações.
Podemos observar, nas figuras a seguir, que a ginástica na Pré-história 
se tratava de uma exercitação espontânea e ocasional, que possuía um caráter 
natural, utilitário, guerreiro, ritualístico e recreativo e objetivava a luta pela vida, 
os ritos e cultos, a preparação para a guerra, as ações competitivas entre tribos e 
as práticas recreativas (OLIVEIRA & NUNOMURA, 2012).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
16
FIGURA 1 – HOMENS PRÉ-HISTÓRICOS EM ATITUDES DE ATAQUE E DEFESA
FONTE: Disponível em: <http://i.ytimg.com/vi/OXzt_1w0qF4/hqdefault.jpg>.
Acesso em: 10 set. 2015.
FIGURA 2 – HOMENS PRÉ-HISTÓRICOS EM ATITUDES DE ATAQUE E DEFESA
FONTE: Disponível em: <https://sites.google.com/site/historiaeducacaofisica/_/
rsrc/1380599367754home/pre_historia_1%5B1%5D.jpg?height=371&width=398>.
Acesso em: 10 set. 2015.
Veja o vídeo no link a seguir que mostra a atividade física na Pré-história.<https://
www.youtube.com/watch?v=C13_sm3qw6k>.
DICAS
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
17
O exercício físico utilitário e sistematizado de forma rudimentar era 
transmitido de uma geração a outra, por meios dos jogos, rituais e festividades 
(PARRA, SANTANA, LIMA, 2010). Na Antiguidade, Ramos (1982) cita que a 
prática de exercícios ocupou um lugar de destaque nas civilizações orientais e do 
novo mundo. Egípcios, assírios, babilônios, hititas, persas, chineses, japoneses e 
os índios pré-colombianos utilizavam a ginástica como objeto de culto, recreação 
e preparação guerreira. 
Na China, mais ou menos 3000 a.C., um imperador guerreiro, Hoang Ti, 
pensando no progresso do seu povo, pregava os exercícios físicos com finalidades 
higiênicas e terapêuticas, além do caráter guerreiro (COSTA, 1998). 
FIGURA 3 – MILITARES CHINESES PRATICAVAM UM JOGO QUE NA VERDADE 
ERA UM TREINO MILITAR 
FONTE: Disponível em: <http://img.historiadigital.org/2014/04/Futebol-Historia-
Tsu-Chu.jpg> Acesso em: 10 set. 2015.
Na Índia, os exercícios físicos eram tidos, no começo do primeiro milênio, 
como uma doutrina por causa das "leis de Manu", uma espécie de código civil, 
político, social e religioso. Eram indispensáveis às necessidades militares, além 
do caráter fisiológico. Buda atribuía aos exercícios o caminho da energia física, 
pureza dos sentimentos, bondade e conhecimento das ciências para a suprema 
felicidade do Nirvana (no budismo, estado de ausência total de sofrimento). A 
yoga tem suas origens na mesma época, retratando os exercícios ginásticos no livro 
Yajur Veda, que, além de um aprofundamento da Medicina, ensinava manobras 
massoterápicas e técnicas de respirar (COSTA, 1998). 
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
18
FIGURA 4 – EXERCÍCIOS GINÁSTICOS NO LIVRO "YAJUR VEDA, YOGA” 
FONTE: Disponível em: <http://www.nucleosattva.com.br/servicos_arquivos/aula01.
jpg>.Acesso em: 10 set. 2015.
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a história da yoga.
<https://www.youtube.com/watch?v=3DFVOvCWzN0>.
<https://www.youtube.com/watch?v=s_15soE_eHU>.
DICAS
No Japão, a educação física era quase sempre ligada aos fundamentos 
médico-higiênicos, fisiológicos, morais, religiosos e guerreiros. A civilização 
japonesa também tem sua história ligada ao mar devido à posição geográfica, 
além das práticas guerreiras feudais, os samurais (COSTA, 1998).
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
19
FIGURA 5 – SAMURAIS, ELITE GUERREIRA DO JAPÃO FEUDAL 
FONTE: Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/_6VNuFjuhuQM/SoQozx8rk_I/
AAAAAAAAABg/LJQGxc62kbE/s320/OgAAALhWrUhNUCrd7mqW4YZRHVzwguYxHmgHV6RcTM3x8ISdycfrDPN3PReOm7mSwSQ78PraP4pQSbxkuCoQDNLNPNgAm1T1
UKHmrg-ufZkTawJ_Z6R_ONpUto1o.jpg>.Acesso em: 11 set. 2015.
FIGURA 6 – SAMURAIS, ELITE GUERREIRA DO JAPÃO FEUDAL 
FONTE: Disponível em: <http://www.ipcdigital.com/wp-content/uploads/2015/07/
photo_04-596x384-custom.jpg>. Acesso em: 11 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
20
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram os samurais, sua história e 
costumes.
<https://www.youtube.com/watch?v=0Z0EybcIwmQ>.
<https://www.youtube.com/watch?v=rg0cUXcB7y4>.
<https://www.youtube.com/watch?v=gb_sPe02Gug>.
DICAS
No Egito, dentre os costumes existiam os exercícios gímnicos, revelados 
nas pinturas das paredes das tumbas, em que era valorizado o que se conhece hoje 
como qualidades físicas, tais como: equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. 
Já usavam, embora de forma rudimentar, materiais de apoio, como troncos de 
árvores, pesos e lanças (COSTA, 1998).
FIGURA 7 – EXERCÍCIOS GÍMNICOS REVELADOS NAS PINTURAS DAS PAREDES DAS 
TUMBAS 
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_QZXB-LgPkaA/S5mZ8XZzmXI/
AAAAAAAAAFA/7oKnJWwvdEY/s320/image013.jpg>.Acesso em: 11 set. 2015.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
21
FIGURA 8 – EXERCÍCIOS GÍMNICOS NAS PINTURAS DAS PAREDES DAS TUMBAS 
FONTE: Disponível em: <http://esquizofia.files.wordpress.com/2011/08/egyptian-
painting-in-the-british-museum.jpg>. Acesso em: 11 set. 2015.
A civilização da Grécia, através da sua cultura, marcou e desenvolveu a 
educação física, por meio de nomes como Sócrates, Platão, Aristóteles e Hipócrates, 
que contribuíram atribuindo conceitos até hoje aceitos na ligação corpo e alma 
através das atividades corporais e da música (GOMES, 2010). 
Os gregos valorizavam não só a ginástica pedagógica, mas também a 
popular e a militar. Os sistemas metodizados e em grupo, assim como os termos 
halteres, atleta, ginástica, pentatlo, entre outros, são uma herança desse povo. As 
atividades sociais e físicas eram uma prática até a velhice, lotando os estádios 
destinados a isso (COSTA, 1998).
FIGURA 9 – HOMENS EM PREPARAÇÃO GUERREIRA 
FONTE: Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/magoo/
ABAAAfhSEAB-6.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
22
FIGURA 10 – HOMENS EM PREPARAÇÃO GUERREIRA 
FONTE: Disponível em: <http://historiablog.files.wordpress.com/2009/09/ancientgames.
jpeg>.Acesso em: 14 set. 2015.
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a simulação de jogos na Grécia 
e a vida dos atletas.
<https://www.youtube.com/watch?v=2yl0JmXm2RM>.
DICAS
Na Grécia antiga, para Platão e Aristóteles, a ginástica:
FIGURA 11 – GINÁSTICA PARA PLATÃO E ARISTÓTELES 
Plano educacional = jovens praticariam a ginástca 
entre os 7 a 16 anos.
Entre 17 a 20 tinham treinamento para 
exercícios militares.
O ginasta era um teórico e o pedotribia um 
prático.
Formação do corpo antes do espírito.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
23
Há pouco mais de 15 séculos, no ano de 393, o imperador bizantino 
Teodósio I, o Grande, varria do mapa a maior competição atlética do planeta, os 
Jogos Olímpicos. Celebrados desde 776 a.C. às margens do rio Alfeu e dedicados 
aos deuses gregos, os Jogos, que congregavam cidadãos dos diversos estados 
do mundo helênico, entraram na temida lista de "cultos pagãos" e tiveram sua 
realização sumariamente proibida pelo soberano cristão (VEJA, 1896). 
O infausto decreto foi apenas mais uma das estocadas forasteiras no destino 
livre da Grécia, berço da civilização e da cultura ocidental. Assolada por guerras, 
desvirtuada por invasores, molestada por celerados, a nação de Aristóteles, 
Sócrates e Platão só se desgarraria do jugo estrangeiro neste século, quando a 
Guerra de Independência de 1821 libertou a Grécia do Império Otomano. Com a 
liberdade, porém, veio o desafio de recuperar um país quebrado e desmoralizado 
pela milenar submissão, tarefa hercúlea, como os gregos vêm dolorosamente 
percebendo ao longo das últimas décadas (VEJA, 1896). 
FIGURA 12 – O RENASCIMENTO DA FESTA DOS ESPORTES: OS GREGOS E SEUS 
CONVIDADOS PARTICIPAM DA CERIMÔNIA DE ABERTURA, ENTRE OS DIAS 6 E 15 DE 
ABRIL DE 1896
FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/_img/imagens_
edicao/capa1.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
24
FIGURA 13 – A EMOCIONANTE PROVA DOS 100 METROS RASOS: DISPUTA PACÍFICA 
ENTRE NAÇÕES 
FONTE: Disponível em: <http://veja.abril.com.br/historia/olimpiada-1896/_img/
imagens_edicao/capa2.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a história das Olimpíadas.
<https://www.youtube.com/watch?v=xa10pWiWk8g>.
<https://www.youtube.com/watch?v=oBeIwFExTS0>.
<https://www.youtube.com/watch?v=V2XYVI4A3bA>.
DICAS
Em Atenas (1896) participaram das provas 295 atletas de 13 países, esses 
números foram se multiplicando em uma escala geométrica até alcançar os números 
atuais, identificando os Jogos Olímpicos com a condição de um megaevento. Um 
megaevento se caracteriza por seu caráter temporal, sua capacidade de atrair um 
grande número de participantes de diversas nacionalidades e também por chamar 
a atenção dos meios de comunicação com ressonância global (RUBIO, 2005).
Há 60 anos os Jogos Olímpicos deixaram de ser um evento europeu. 
Durante esse período os Jogos de Verão percorreram a Oceania (duas vezes), a 
América do Norte (quatro vezes), a Ásia (três vezes) e a Europa (seis vezes) e 
espera-se que eles possam chegar à África e à América Latina (RUBIO, 2005).
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
25
Em 1985, Fernando Brochado, na época presidente da Confederação 
Brasileira de Ginástica, decidiu mudar o nome da ginástica olímpica para ginástica 
artística, referindo-se àquela ginástica praticada nos grandes equipamentos (seis 
eventos para o masculino e quatro eventos para o feminino), estabelecendo como 
modalidades olímpicas as seguintes manifestações esportivas de ginástica: a 
ginástica artística masculina, a ginástica artística feminina, a ginástica rítmica 
desportiva, o trampolim acrobático e a ginástica aeróbica. Desse modo, o termo 
ginástica olímpica estaria se referindo a qualquer uma dessas cinco manifestações 
esportivas da ginástica (NUNOMURA, NISTA-PICCOLO, EUNEGI, 2004).
Atualmente, as competições oficiais envolvem seis provas masculinas e 
quatro femininas, são elas:
FIGURA 14 – PROVAS OLÍMPICAS DA GINÁSTICA
Provas
masculinas
Solo Solo
Cavalo com alças
Paralelas simétricas
Paralelas assimétricas
Trave de equilíbrioArgola
Salto
Salto
Barra
Provas
femininas
FONTE: Nunomura, Nista-Piccolo, Eunegi, (2004)
A ginástica olímpica, modalidade esportiva mais antiga e popular do 
programa olímpico, se distingue pela grande variedade de movimentos dinâmicos 
ou estáticos, de difícil coordenação, executados em condições especiais: nos 
aparelhos, onde o nível dos ginastas é avaliado por um grupo de juízes, conforme 
os critérios de dificuldade do programa, a composição e a qualidade de execução 
(JOÃO & FERNANDES FILHO, 1996).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
26
FIGURA 15 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/thumb/f/f8/Gym_combination_2.JPG/250px-Gym_
combination_2.JPG>. Acesso em: 14 set. 2015.
FIGURA 16 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.rio2016.com/sites/default/files/imagecache/
switcher_960x620_rounded_corners/cioc-albert_meyer_pho10002988.ori_.jpg>. Acesso 
em: 14 set. 2015.
TÓPICO2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
27
FIGURA 17 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/
thumb/5/53/Weingartner.jpg/160px-Weingartner.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
FIGURA 18 – GINASTAS OLÍMPICOS DE ANTIGAMENTE
FONTE: Disponível em: <http://www.medalhabrasil.com.br/wp-content/uploads/2012/04/
historia_ginastica_03.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
28
FIGURA 19 – GINASTAS OLÍMPICOS 2015
FONTE: Disponível em: <http://news.portalbraganca.com.br/wp-content/uploads/2015/07/
ginastica-r%C3%ADtmica-1024x681.jpeg>. Acesso em: 14 set. 2015.
FIGURA 20 – GINASTAS OLÍMPICOS 2015
FONTE: Disponível em: <http://news.portalbraganca.com.br/wp-content/uploads/2015/07/
Gin%C3%A1stica.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
29
Esta unidade trouxe um pouco sobre a história dos Jogos Olímpicos. Na 
próxima unidade você saberá especificamente as características de cada modalidade da 
ginástica artística.
ESTUDOS FU
TUROS
A derrota militar da Grécia para Roma não impediu a invasão cultural 
grega nos romanos, que combatiam a nudez na ginástica. Sendo assim, a atividade 
física era destinada às práticas militares. A célebre frase "mens sana in corpore sano", 
de Juvenal, vem desse período romano (COSTA, 1998).
A queda do Império Romano foi muito negativa para a educação física, 
principalmente com a ascensão do cristianismo, que perdurou por toda a Idade 
Média. O culto ao corpo era um verdadeiro pecado. Também foi chamado, por 
alguns autores, de "Idade das Trevas" (COSTA, 1998).
Nesse momento da história, a ginástica teve um momento de decadência. 
Passam a existir apenas exercícios físicos, lutas e justas, com objetivos voltados para 
os dogmas da Igreja, sofrendo forte influência da inflexibilidade do cristianismo 
dominante, acarretando a concepção de corpo como instrumento do pecado, de 
modo que, quanto menos ativo, melhor (BERTONI, PEREIRA & PALMA, s/d.). 
A ginástica ou exercício físico era, nesta época, privilégio da nobreza. 
Desse modo, defenderiam a pátria e participariam de jogos como os Torneios de 
Justas aqueles que tivessem títulos de nobreza. E quanto à plebe, seus torneios 
populares originados na Grécia Antiga foram banidos pela Igreja, restando 
apenas manifestações de canto e danças (BERTONI, PEREIRA e PALMA, s/d.).
Veja os vídeos nos links que mostram a simulação das justas medievales.
<https://www.youtube.com/watch?v=FcOnpOCcFQU>.
<https://www.youtube.com/watch?v=aZEoWtHglgg>.
DICAS
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
30
A preparação militar para as Cruzadas era feita por meio de:
FIGURA 21 – TREINAMENTO PARA AS CRUZADAS
4 - Marchas e 
corridas a pé
3 - O manejo do
arco e flecha
2 - Esgrima1 - Treinamento 
dos cavaleiros
FONTES: 1) <https://pixabay.com/pt/knight-cavalo-armadura-idadem%C3%A9dia-2651812/>
2)<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4f/Jagiellonian_Ms.Germ.
Quart.16_(Gladiatoria)_09v_-_Longsword_in_armor.jpg>. 
3)<http://3.bp.blogspot.com/-oxm3dXSxgKM/TVggcPYQxjI/AAAAAAAADTk/
m6OVbMHWq18/s1600/agincourt_archer.jpg>.
4) <https://idademedia.files.wordpress.com/2012/08/paliodisiena2acidademedieval.jpg>. 
Acesso em: 14 set. 2015.>
Na Idade Média houve um desenvolvimento da acrobacia, pois se 
apresentavam nos castelos feudais, palácios reais e nas cidades, acrobatas e 
equilibristas. Estes, sem dúvida, tiveram influência no desenvolvimento de 
técnicas de exercícios ginásticos nos períodos posteriores, principalmente com 
relação aos aparelhos de grande porte (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).
Leia a seguir os outros jogos populares da Idade Média.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
31
UNI
UNI
Você sabia que um dos jogos mais populares na Idade Média era a "soule", 
antepassado do futebol? Até os padres, após a missa dominical, se misturavam com o povo e 
jogavam a "soule". Esse jogo consistia em atingir com a bola de couro ou de madeira com os 
punhos, com os pés ou com bastões curvos, jogada de qualquer maneira, um alvo defendido 
pela equipe contrária. Havia “soules” entre povoados vizinhos. A vitória consistia em levar a 
bola até a praça do povoado adversário.
 
Cada partida era disputada por duas equipes, mas só uma pessoa a vencia, o que explica a 
violência. Um documento de 1374 afirma que era preciso tomar a bola, não importava como: 
“o soule permitia socos, pontapés, golpes violentos à vontade”. A prática exigia, portanto, 
bom preparo físico.
 
FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/na_idade_
media_a_igreja_condena_o_esporte_imprimir.html>. Acesso em: 15 set. 2015.
Outro esporte em voga na Idade Média era o jogo da pela, ancestral do tênis 
moderno. Os praticantes eram essencialmente aristocratas. Em seus primórdios, consistia 
em lançar uma bola de couro ou lã, chamada de pela, com a palma da mão; daí o nome 
original em francês – jeu de paume (jogo de palma).
FIGURA 22 – JOGO DA “SOULE”
FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/img/na_idade_
media_a_igreja_condena_o_esporte_4__2012-07-26202714.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
32
Por volta do fim do século XV, a palma da mão foi substituída pela raquete ou pelo bastão. 
No século XV e no início do XVI, o jogo passou a ser realizado em uma quadra coberta de 
25 a 30 metros de comprimento por 8 a 10 metros de largura. As partidas eram geralmente 
disputadas por dois jogadores, cada um procurando impedir o adversário de recuperar a 
bola e devolvê-la. O número de participantes, porém, podia chegar a quatro, seis ou até oito. 
FONTE: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/na_idade_media_a_igreja_
condena_o_esporte_imprimir.html>. Acesso em: 15 set. 2015.
FIGURA 23 – JOGO DA PELA
FONTE: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/
reportagens/ img/na_idade_media_a_igreja_condena_o_
esporte_1__2012-07-26202509.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
FIGURA 24 – EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NO JOGO DA PELA, 
ANCESTRAL DO TÊNIS, SURGIDO NO SÉCULO XIII
Fonte: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/historiaviva/
reportagens/img/na_idade_media_a_igreja_condena_o_
esporte_2__2012-07-26202531.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
33
FIGURA 25 – ACROBACIAS DA IDADE MÉDIA
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/6/67/Tiepolo,_Giovanni_Battista_-_Pulcinella_and_the_
Tumblers_-_1797.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
Agora vamos entrar em nova fase da história, com o surgimento novamente 
da ginástica e sua valorização. 
ESTUDOS FU
TUROS
3 SÍNTESE DA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA GINÁSTICA: 
DO RENASCIMENTO ATÉ ATUALMENTE
Renascimento, Renascença ou Renascentismo são os termos usados para 
identificar o período da História da Europa que foi um importante movimento de 
ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média 
para a Moderna. Foi o primeiro movimento cultural motivado pela burguesia e 
teve seu início na Europa, na região de Florença, na Itália e, posteriormente, passou 
por Alemanha, Inglaterra e Países Baixos. No Renascimento a ginástica ressurgiu 
em vários países, recuperando o corpo macerado pelas guerras, pelos jejuns 
prolongados e pelos descuidos impostos pela religião, que considerava a prática 
corporal uma fonte de luxúria e de pecados (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
34
Durante o Renascimento houve o resgate da importância dos cuidados 
com o corpo, ressurgindoo ideal pedagógico, em que a prática de exercícios físicos 
e de jogos deveria ser considerada na formação dos jovens, por isso, necessários 
nas escolas, mesmo que ainda sem uma finalidade didática e metodologia 
sistematizada de cultura corporal do movimento (PEREIRA, 2007). 
Simbolicamente, a partir de 1453, o exercício físico na Idade Moderna, 
quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, passou a ser altamente 
valorizado como agente de educação, com contribuição de vários pedagogos, 
para a evolução do conhecimento da educação física com a publicação de obras 
relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica, levando à sistematização da 
ginástica (PAOLIELLO, 2011).
O corpo e a beleza física foram celebrados na arte renascentista. A mulher, 
antes ligada ao pecado, reapareceu, seminua e deslumbrante, em O Nascimento 
de Vênus, tela de Sandro Boticelli, pintada em 1485 (MATOS, GENTILE e 
FALZETTA, 2004).
FIGURA 26 – O NASCIMENTO DE VÊNUS, TELA DE SANDRO BOTICELLI
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/napead/repositorio/objetos/historia-arte/
imgs/idmod/Botticelli_08.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
Michelangelo Buonarroti enfatizou a beleza do corpo masculino em Davi, 
escultura florentina, em 1504, e na imagem de Adão, pintada no teto da Capela 
Sistina entre 1508 e 1512.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
35
FIGURA 27 – DAVI DE MICHELANGELO BUONARROTI
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-FkBnrqdTX44/UZ_
IjDtahfI/AAAAAAAAADw/_fSd3pevOEk/s1600/davi+(1).jpg>. Acesso em: 14 
set. 2015.
Leonardo da Vinci foi o maior dos “artistas-anatomistas” do Renascimento. 
Encheu vários cadernos com anotações e desenhos sobre o funcionamento de órgãos, 
ossos e músculos, que estudava dissecando cadáveres. Reproduzida à exaustão, uma 
das ilustrações dos diários, o Homem Vitruviano (1490), expressa o equilíbrio e as 
proporções da figura masculina (MATOS; GENTILE; FALZETTA, 2004).
FIGURA 28 – HOMEM VITRUVIANO, DE LEONARDO DA VINCI
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/6/67/Tiepolo,_Giovanni_Battista_-_Pulcinella_and_the_
Tumblers_-_1797.jpg>. Acesso em: 14 set. 2015.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
36
O guerreiro rude deu lugar a um novo padrão masculino. Esse ideal de 
diversidade se manteve nos séculos seguintes, nos círculos de elite, reforçando a 
necessidade dos exercícios físicos. Até por volta do século XVIII acreditava-se que 
o corpo era apenas o resultado de uma herança genética, mas aos poucos, com 
o crescimento das cidades e o surgimento de novas ocupações, o físico passou 
a ser mais exigido. Por motivos de saúde, de higiene e de necessidade para o 
trabalho cada vez mais repetitivo e especializado (eram os primeiros sinais da 
Revolução Industrial), a prática de exercícios deveria ser estendida para a maioria 
da população e não se restringir ao esporte de elite. Assim, entra o corpo no século 
XIX (MATOS, GENTILE e FALZETTA, 2004).
Com a evolução do conhecimento da prática de exercícios físicos, foram 
publicadas obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica de execução. Os 
jogos populares, as danças folclóricas e o atletismo eram as formas mais comuns 
de exercícios físicos nesse período (OLIVEIRA e NUNOMURA, 2012).
Atualmente, as competições estão em alta, exigindo ao máximo a 
capacidade física dos atletas, com a superação de limites, quebra de recordes, 
vitória a todo custo. Os esportes de massa surgiram com uma série de 
transformações na vida urbana. A Inglaterra – cenário de mudanças desde a 
Revolução Industrial – foi também o berço dos esportes coletivos, tendo como 
origem as atividades praticadas em colégios e universidades. São elas (MATOS, 
GENTILE e FALZETTA, 2004):
FIGURA 29 – ESPORTES COLETIVOS COM INÍCIO NA INGLATERRA
Competições de barcos a remo, 1829, ano do primeiro 
desafio entre Oxford e Cambridge.
Futebol ganhou regulamento unificado (1843) - as regras de 
Cambridge - e 20 anos depois passou ao controle de uma 
associação nacional.
Boxe adotou em 1867 normas propostas pelo marquês 
de Queensberry. Em 1880, os ingleses fundaram uma 
Associação Atlética Amadora.
FONTE: Matos, Gentile e Falzetta, (2004)
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
37
Rapidamente, as inovações se espalharam pelo mundo. Em 1892, o barão 
francês Pierre de Coubertin propôs a reedição dos Jogos Olímpicos. Em sua opinião, 
a "exportação de atletas" seria o "comércio livre" do futuro e um instrumento para a 
paz mundial. Quatro anos depois, o rei da Grécia, Jorge I, abriu os primeiros jogos 
da era contemporânea (MATOS, GENTILE e FALZETTA, 2004).
Determinados modelos, especialmente os métodos ginásticos europeus 
do século XIX, constituídos a partir das diversas formas de se pensar os exercícios 
físicos em países da Europa, como Dinamarca, Áustria, Alemanha, França, 
Suécia e Inglaterra, construíram a ginástica contemporânea. Pode-se dizer que 
o movimento ginástico europeu é fruto do pensamento científico da época, que 
desejava atribuir um caráter de utilidade aos exercícios físicos, com princípios 
de ordem e disciplina, contribuindo assim para o afastamento da ginástica de 
seu núcleo primordial: o divertimento. Neste contexto, houve uma tentativa 
de negação das práticas populares de artistas de rua, de circo, acrobatas, entre 
outros, que apresentavam a ginástica como espetáculo, trazendo o corpo como 
centro de entretenimento (OLIVEIRA, 2007). 
Quatro principais escolas, a Escola Alemã, a Escola Sueca, a Escola 
Francesa, serviram de suporte para o surgimento dos principais métodos 
ginásticos, o que resultou nos três grandes movimentos ginásticos da Europa: o 
Movimento do Oeste na França, o Movimento do Centro na Alemanha, Áustria e 
Suíça e o Movimento do Norte, englobando os países da Escandinávia. E a Escola 
Inglesa, que se voltou para as atividades desportivas (SOUZA, 1997).
A Escola Alemã era de caráter extremamente nacionalista, com o 
objetivo de preparar os corpos para a defesa da pátria, criando um forte espírito 
nacionalista para atingir a unidade, com homens e mulheres fortes, robustos e 
saudáveis, apoiando-se nas ciências biológicas, para desenvolver seus métodos 
(DODÔ e REIS, 2014).
Em 1760, inspirado nas doutrinas pedagógicas de Jean-Jacques Rousseau 
(1712-1778) e John Locke (1632-1704), Johann Bernard Basedow (1723-1790) iniciou 
um processo de estruturação, denominado Método Alemão, que posteriormente 
atingiu o ápice com os trabalhos de Johann Christoph Friedrich Guts-Muths (1759-
1839), Adolph Spiess (1810-1854) e Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852) (DODÔ e 
REIS, 2014).
Guts-Muths foi considerado o pai da ginástica pedagógica. Para ele, 
deveria ser organizada pelo Estado e ministrada todos os dias e para todos. 
Spiess preocupou-se com a inserção da ginástica nas escolas e procurou colocá-
la no mesmo plano das demais disciplinas escolares. Jahn, principal responsável 
pela disseminação do método entre a população, trouxe ao seu sistema o caráter 
militarista e extremamente patriótico, chegando a criar termos próprios, como, 
por exemplo, a palavra Turnen, que significa ginástica (DODÔ e REIS, 2014).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
38
Em um manual de ginástica escrito por Guts Muths, ele reconhece 
a importância da fisiologia como base para a elaboração do que chama de 
‘‘verdadeira teoria da ginástica’’. Ele cita 
que uma verdadeira teoria da ginástica deveria ser elaborada baseada 
em princípios fisiológicos e a prática de cada exercício regulada pelas 
qualidades físicas de cada indivíduo, mas tal perfeição não é esperada 
desse trabalho, feito somente pela genuína experiência de oito anos de 
prática, que me convenceram de que a ginástica é necessária à educação’.(GUTS MUTHS, 1928, p. 12-13 apud QUITZAU, 2015, p. 113). 
Veja a seguir que a divisão dos jogos aqui exposta representa as duas 
classes de exercícios apresentadas por Guts Muths em seu manual de jogos. 
Dentro das duas classes há ainda outras subdivisões.
FIGURA 30 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS POR GUTS 
Tabela 1 Elementos constituintes da ginástica de Guts Muths
Exercícios ginásticos Trabalhos manuais Jogosa
Saltar Carpintaria De movimento sentados ou 
de descanso
Correr Torneiro
Arremessar Jardinagem 
Lutar Encadernação
Escalar
Equilibrar
Levantar e carregar; exercícios 
para as costas; pular corda e arco
Banhar-se; nadar exercícios de 
enrijecimento
Leitura e declamação
Exercício dos sentidos
Fonte: Guts Muths (1928) e Guts Muths (1959).
a A divisão dos jogos aqui exposta representa as duas classes de exercícios apresentados por Guts 
Muths em seu manual de jogos. Dentro das duas classes há ainda outras subdivisões.
FONTE: Quitzau (2015)
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a ginástica alemã: 
<https://www.youtube.com/watch?v=00vhq4RjQIM>.
<https://www.youtube.com/watch?v=1iIwMdZecPo>.
DICAS
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
39
FIGURA 31 – GINÁSTICA DE RODA ALEMÃ
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_mIt4N029Eso/S8iIrAXojlI/
AAAAAAAAABw/3L6SvCjWy7w/s1600/NiceKnickers!.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.
FIGURA 32 – GINÁSTICA ALEMÃ
FONTE: Disponível em: <http://www2.brasilalemanha.com.br/1824_antes_arquivos/
image010.jpg>. Acesaso em: 17 set. 2015.
A Escola Alemã resultou na modalidade competitiva atual Ginástica 
Artística e “foi a base para a estruturação da “Ginástica Moderna”, que é a atual 
Ginástica Rítmica”. (FIORIN, 2002, p. 27 apud DODÔ e REIS, 2014).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
40
A Escola Sueca foi idealizada por Pehr Henrick Ling (1776-1839) e possuía 
um caráter não acentuadamente militar, mas sim “pedagógico” e “social”, com a 
finalidade de extirpar os vícios da sociedade, em especial o alcoolismo, regenerar 
a população, gerando indivíduos fortes que pudessem ser úteis à pátria, como 
soldados ou trabalhadores civis (SOARES, 2004).
Levando em consideração os princípios estabelecidos dentro das ciências 
biológicas, Ling criou exercícios livres sem aparelhos, de execução fácil e estética, 
além de saltos no cavalo, cambalhotas, jogos ginásticos, patinação e esgrima. 
Tudo associado a cantos alegres e disciplina militar (RAMOS, 1982).
Uma sessão de exercícios livres era composta da seguinte forma (DODÔ 
e REIS, 2014):
1º - Exercícios de ordem.
2º - Exercícios de pernas ou movimentos preparatórios formando uma pequena série.
3º - Extensão da coluna vertebral.
4º - Suspensões simples e fáceis.
5º- Equilíbrio.
6º - Passo ginástico ou marcha.
7º - Movimentos dos músculos dorsais.
8º - Movimentos dos músculos abdominais.
9º - Movimentos laterais de tronco.
10º - Movimentos de pernas.
11º - Suspensões mais intensas que as do nº 4.
12º - Marchas ou movimentos de pernas, executados mais rapidamente que os 
outros para preparar saltos.
13º - Saltos.
14º - Movimentos de pernas.
15º - Movimentos respiratórios. 
FIGURA 33 – GINÁSTICA SUECA
FONTE: Disponível em: <http://ginasticasueca.zip.net/images/calistenia.jpg>.
Acesso em: 17 set. 2015.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
41
FIGURA 34 – GINÁSTICA SUECA
Fonte: Disponível em: <http://www.parkour.pt/site/artigos/parkour/_georges_
hebert/mn.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.
Veja os vídeos nos links a seguir que mostram a ginástica sueca.
<https://www.youtube.com/watch?v=dsNLap2jqfM>.
<https://www.youtube.com/watch?v=kg3Iu5zv_JM>.
DICAS
 “A extensão do movimento não ficou na Suécia, estendeu-se com 
entusiasmo por todo o mundo, principalmente aos demais países nórdicos 
– Dinamarca, Noruega e Finlândia” (RAMOS, 1982, p. 211). Na Dinamarca, o 
Método Sueco foi chamado de Ginástica Racional, por ser fundamentado e 
consciente de seu objetivo. 
Entretanto, foi considerado inapto para as necessidades e interesses da 
juventude dinamarquesa, por ser composto por posições rígidas. Surge, então, 
a Ginástica Básica Dinamarquesa, idealizada por Niels Bukh, uma Ginástica de 
Movimento. Assim como Ling, Bukh preocupou-se muito com a postura. Os 
exercícios deveriam ser diferentes para homens e mulheres e voltados para a 
correção de defeitos posturais oriundos do trabalho (DODÔ e REIS, 2014). 
 
Seguindo os métodos de Ling, a escola dinamarquesa difundiu a ginástica 
na escola e a prática pela população, porém aos poucos foi criando um novo 
método, pois não estavam satisfeitos com a sistematização dos exercícios. Para 
os dinamarqueses, o instrutor de ginástica não deveria somente sistematizar os 
exercícios e sim conduzir um trabalho de forma que o aluno fosse consciente 
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
42
do objetivo da atividade. A ginástica dinamarquesa valorizava os movimentos 
naturais e sua utilização como instrumento educativo (STANQUEVISCH, 2004).
Alguns exercícios propostos por Bukh (DODÔ e REIS, 2014):
1º - extensão lateral das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés, com as 
mãos apoiadas no solo.
2º - separação e extensão das pernas em posição acocorada nas pontas dos pés, 
apoiando as mãos no solo.
3º - flexão unilateral lenta e profunda dos joelhos, em posição vertical com as 
pernas abertas e em colaboração com um companheiro.
4º - torsão do tronco com movimento unilateral de braço para fora em posição 
vertical com o tronco inclinado para a frente, as pernas abertas e os braços 
flexionados horizontalmente à altura dos ombros.
Também inspirada na Ginástica Sueca de Ling, temos a Calistenia, que é 
uma série de exercícios ginásticos localizados, com fins corretivos, fisiológicos 
e pedagógicos, que pode integrar perfeitamente qualquer sistema ginástico. 
Objetivando melhorar a forma física da população, foi introduzida nas escolas 
americanas em 1860 por Dio Lewis. Os exercícios calistênicos foram divididos em 
oito grupos: de braços e pernas; para a região póstero-superior do tronco (parte 
superior da espádua); para a região póstero-inferior do tronco (parte inferior da 
espádua); para a região lateral do tronco (laterais); de equilíbrio; gerais de ombros 
e espáduas (Wood) ou gerais de espáduas e ombros (Skartrom); Saltos e corridas 
(Skarstrom) ou sufocantes (Wood) (DODÔ e REIS, 2014). 
FIGURA 35 – GINÁSTICA DINAMARQUESA
FONTE: Disponível em: <http://s.glbimg.com/po/tt/f/original/2012/08/01/imagem17.
jpg>.Acesso em: 17 set. 2015. 
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
43
FIGURA 36 – GINÁSTICA DINAMARQUESA
FONTE: Disponível em: <http://gazetaweb.globo.com/Fotos/Noticias/030810acrobacias.
jpg>.Acesso em: 17 set. 2015.
Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica dinamarquesa. 
<https://www.youtube.com/watch?v=2Ggw4LBd-gs>.
<https://www.youtube.com/watch?v=rIF-fHdt2oQ>.
DICAS
A Escola Francesa teve como principais representantes o Método Francês 
desenvolvido por D. Francisco de Amoros e Ondeaño (1770-1848), George Demeny 
(1850-1917) e o Método Natural pensado por Hébert (1875-1957) (RAMOS, 1982). 
A contribuição de Amoros, um militar que dá início a um trabalho de 
ginástica com o objetivo de educação moral dos seus alunos, tinha como ideia 
principal afastar a prática por entretenimento e buscar fundamentá-la em 
exercícios severos, rigorosos e de exigências acrobáticas (STANQUEVISCH, 2004).
Demeny, discordando do método sueco de Ling, propôs exercícios 
ginásticos completos, arredondados e contínuos (RAMOS, 1982). Voltou-se para 
a saúde da mulher, combatendo hábitos elegantes, tais como cintas, salto alto, 
porta-seios; condenava os meios de sustentação artificiais (DODÔe REIS, 2014).
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
44
“O método (francês) para alcançar os seus objetivos preconiza sete formas 
de trabalho: jogos, flexionamentos, exercícios educativos, exercícios mímicos, 
aplicações, desportos individuais e coletivos”. (RAMOS, 1982, p. 222). Abordava 
exercícios de marcha, corrida, salto, lançamentos, lutas, esgrima, utilização de 
pesos e halteres, ginástica de aparelhos, remo, ciclismo, natação e salvamento e 
desportos coletivos.
Para Hébert, o avanço da tecnologia e o aumento da utilização das máquinas 
nos trabalhos afastavam o homem da vida natural, fazendo com que perdesse a 
sua virilidade. Assim, sistematizou um método baseado na vivência do homem 
primitivo para aplicá-lo na sociedade moderna, propondo o seu método naturalista, 
ou seja, uma educação física completa e utilitária, por meio de exercícios naturais 
completos e sintéticos, contrapondo-se aos mecanismos analíticos observados 
anteriormente nos métodos de Amoros e Demeny. De modo que ele sistematiza 
seu método pela classificação de oito grupos de exercícios distintos: “o trepar, o 
levantar, o lançar, a defesa natural (pelo boxe e pela luta), a natação, a marcha, a 
corrida e o salto”. (AZEVEDO, 1960, p. 129 apud PERDOMO, 2011, p. 23).
FIGURA 37 – GINÁSTICA FRANCESA 
FONTE: Disponível em: <http://irmaosol.files.wordpress.com/2008/10/ginastica-
gondomar.jpg>.Acesso em: 17 set. 2015.
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
45
FIGURA 38 – GINÁSTICA FRANCESA
FONTE: Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd174/ginastica-para-todos-nas-
escolas-de-lavras-06.jpg>. Acesso em: 17 set. 2015.
Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica francesa.
<https://www.youtube.com/watch?v=r8vJYmFznDc>.
<https://www.youtube.com/watch?v=w9qiqfhI09Q>.
DICAS
A Escola Inglesa tem o foco no esporte. O esporte moderno nasce na 
Inglaterra (século XIX). Foi institucionalizado com regras precisas e formas 
definidas. A ginástica era pouco difundida, o esporte foi considerado o grande 
meio para promover a educação, através de jogos esportivos: organização, 
regras, técnicas e padrões de conduta. Os ingleses integraram técnicas 
antigas do esporte oferecendo ao mundo vários esportes, como: atletismo, 
futebol, rúgbi, tênis, boxe, natação, patinagem desportiva. Thomas Arnold 
criou o esporte propriamente dito e o introduziu nas escolas. Estabeleceu 
regras e formas precisas de organização para as associações desportivas, os 
clubes universitários, e confiou a sua organização aos alunos. O esporte tinha 
características educacionais e socializantes, como a cooperação, a perseverança, 
a tomada de iniciativa, o respeito às regras e ao adversário.
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
46
FIGURA 39 – GINÁSTICA NA ESCOLA INGLESA
FONTE: Disponível em: <http://colegiobeneditopereiracardoso.zip.net/images/es.png>. 
Acesso em: 17 set. 2015.
Veja os vídeos através dos links a seguir que mostram a ginástica Inglesa.
<https://www.youtube.com/watch?v=kssHIOAk_nw>.
<https://www.youtube.com/watch?v=wczfYypwifw>.
DICAS
Nesse percurso histórico e com a sistematização da ginástica e de 
suas modalidades, foram criadas federações e confederações que passaram a 
regulamentar e organizar a prática competitiva, fornecendo maior significado a 
definições, conceitos e finalidades (RAMOS, 1982).
Para a melhor compreensão do universo da ginástica nesse contexto 
atual, faz-se necessário analisar sua estrutura organizacional em nível mundial. 
A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a organização mais antiga e com 
maior abrangência internacional na área da ginástica. Está subordinada ao Comitê 
Olímpico Internacional (COI), sendo responsável pelas modalidades gímnicas 
que são competidas nos Jogos Olímpicos. É, portanto, a Federação com maior 
poder e influência na ginástica mundial (PAOLIELLO, 2011).
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
47
Visite a página da Federação Internacional de Ginástica (FIG).
<http://www.fig-gymnastics.com/site/>.
DICAS
A FIG é um órgão que tem como objetivo orientar, regulamentar, controlar, 
difundir e promover eventos na área da ginástica. Tem sua origem nas Federações 
Europeias de Ginástica (Fédérations Européennes de Gymnastique – FEG), estabelecidas 
em 23 de julho de 1881 em Bruxelas – Bélgica, com a participação da França, Bélgica 
e Holanda. Apesar de reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional desde 
1896, a FEG só participou como Federação Oficial de Ginástica Artística nos Jogos 
Olímpicos de Londres, em 1908 (PAOLIELLO, 2011).
A FIG valida sete modalidades de ginástica:
FIGURA 40 – MODALIDADES DE GINÁSTICA
Ginástica
Artística
feminina
Ginástica
para
Todos
Ginástica
Artística
masculina
Ginástica
Aeróbica
Esportiva
Ginástica
Acrobática
Trampolim GinásticaRítmica
FONTE: PAOLIELLO, (2011)
UNIDADE 1 | RESGATANDO AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO FÍSICA E A GINÁSTICA
NO AMBIENTE ESCOLAR
48
A Ginástica para Todos (GPT) é a única modalidade não competitiva. 
De acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica (2006), a GPT é uma 
modalidade bastante abrangente. Está fundamentada nas ações gímnicas, 
integrando vários tipos de manifestações e elementos da cultura corporal, tais 
como danças, expressões folclóricas, jogos, entre outros, expressos através de 
atividades livres e criativas (OLIVEIRA, 2007). 
A GPT é uma ferramenta importante na educação, pela multiplicidade 
das possibilidades de expressão, universalidade de gestos e facilidade de 
incorporação de processos formativos e educacionais (OLIVEIRA, 2007). 
Segue um resumo de cada momento histórico da ginástica:
FIGURA 41 – RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DA GINÁSTICA EM CADA PERÍODO HISTÓRICO
Característica
utilitária
Pré-história Idade ContemporâneaIdade ModernaIdade MédiaAntiguidade
Primeiras
sistematizações 
dos exercícios
fisícos/ginástica
Preocupação com a 
educação;
Exercícios ao ar livre
Preparação militar
Educação corporal,
estética e 
características
guerreiras.
Praticas corporais
Grécia e Roma
FONTE: Oliveira, (2007). 
4 INCLUSÃO DA GINÁSTICA ESCOLAR
Em 1808, com a vinda da família real portuguesa, inicia-se um precário 
investimento na educação, organizada em educação popular e pública, em que 
o governo imperial, através do Ato Adicional de 1834, acrescentou na Lei da 
Educação Elementar, de 1827, uma estrutura educacional dividida em três níveis: 
instrução primária, secundária e ensino superior, competindo às assembleias 
provinciais e aos seus governos executivos a responsabilidade sobre os dois 
primeiros níveis de instrução, e ao governo imperial a estruturação do ensino 
superior (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).
O Colégio Pedro II, fundado em 1837, com o objetivo de oferecer uma 
formação diferenciada à elite carioca do século XIX, introduz no ensino público 
fluminense as práticas da ginástica, que diferenciaram com uma formação 
moderna que incluía em seu currículo saberes desconhecidos dos outros colégios, 
como a música, desenho e a própria ginástica. O aluno formado pelo colégio 
recebia o título de bacharel em Letras, e poderia ingressar em qualquer curso 
superior do país (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).
TÓPICO 2 | CONHECENDO A HISTÓRIA DA GINÁSTICA
49
Em São Paulo, a partir de 1835, iniciou-se o ideário de construção de 
uma Escola Normal, que teria o objetivo de formar o professorado paulista para 
a instrução primária na província. Contudo, apenas em 1843 apresentou-se à 
Assembleia paulista o projeto para sua criação, que foi aprovada através da Lei 
n° 34, de 1846 (GOIS JÚNIOR e BATISTA, 2010).
A partir daí, no Brasil império, em 1851, a Lei de nº 630 incluiu a ginástica 
nos currículos

Outros materiais