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Cuidados Paliativos em Esclerose Lateral Amiotrófica Prof. Maria Alice Muniz Domingos Introdução Descrita por Charcot em 1874 Forma mais comum de Doença Progressiva do Neurônio Motor 5-10% forma familiar 90-95% casos esporádicos Na Europa e América do Norte: Incidência: 1,5- 2,7 em 100.000 hab/ano Prevalência: 2,7- 7,4/100.000 hab Quadro Clínico Neurônio Motor Superior Neurônio Motor Inferior Fraqueza Fraqueza Espasticidade Atrofia Reflexos profundos aumentados Fasciculação Sinal deBabinsk/Hoffman’s Cãibras Clônus Quadro Clínico Curso insidioso e progressivo, sem períodos de remissão Perda de peso sem causa nutricional aparente Pode haver alteração cognitiva (Demência FT) Sintomas críticos: Insuficiência respiratória Sintomas bulbares- disfagia e disartria Não estão presentes: alteração da sensibilidade, disfunção esfincteriana (preservação do núcleo de Onuf na medula espinhal) e acometimento da musculatura ocular. Quadro Clínico Espectro Clínico da Doença do Neurônio Motor Esclerose lateral primária Atrofia muscular progressiva Paralisia bulbar progressiva Diplegia amiotrófica braquial Variante da ELA- forma Pseudopolineurítica Síndrome ELA- plus Diagnóstico Patogênese Fatores de riscos: idade, história familiar e tabagismo Cluster geográficos: Pacífico Suscetibilidade genética: SOD1, TARDBP, C9ORF72, FUS, ANG, OPTN e SETX) Tratamento Prognóstico A maioria dos pacientes morre após 3 a 5 anos do diagnóstico 30% sobrevivem após 5 anos 10 a 20% sobrevivem mais que 10 anos Pior prognóstico: > 50 anos sexo feminino início com sintomas bulbar Cuidados Paliativos “Cuidado Paliativo é a abordagem que promove qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através de prevenção e alívio do sofrimento. Requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual.” OMS, 2002 Princípios dos Cuidados Paliativos Promove o alívio da dor e de outros sintomas estressantes. Reafirma a vida e vê a morte como um processo natural. Não pretende antecipar e nem postergar a morte. Integra aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado. Oferece um sistema de suporte que auxilie o paciente a viver tão ativamente quanto possível, até a sua morte. Oferece um sistema de suporte que auxilie a família e entes queridos a sentirem se amparados durante todo o processo da doença. Deve ser iniciado o mais precocemente possível. Modelo centrado no paciente e não na doença. Equipe Multidisciplinar Identificação dos pacientes Funcionalidade “Minhas expectativas se reduziram a zero quando eu tinha 21 anos. O restante foi um presente” Stephen Hawking Cuidados Paliativos em ELA Manejo de Sintomas na ELA Manejo de Sintomas Fraqueza muscular e declínio funcional Bengala/ andador, órteses, cadeira de rodas/cadeira de banho Adaptação de imobiliário, utensílios Espasmos musculares Quinino, carbamazepina, fenitoína, baclofen, gapapentina Dor Posicionamento e mobilização adequada do paciente Analgesia: não apóides e opiódes Manejo de Sintomas Fadiga: Causas: riluzole, esforço para AVD Modafenil , glicocorticoide, acetato de megestrol Cessar riluzole Disartria/comunicação: Fonoaudiologia- geralmente ineficaz Métodos alternativos de comunicação: amplificadores de voz, papel e caneta, painéis alfabéticos, e dispositivos eletrônicos controlados pela mão ou movimentos oculares. Manejo de Sintomas Sialorréia Diminuir hidratação Atropina, Escopolamina, Amtriptilina, Glicopirrolato Toxina Botulínica Radioterapia Muco espesso Aumentar Hidratação Fluidificação de VA Mucolítico Fisioterapia Manejo de Sintomas Labilidade emocional (Sintomas pseudobulbar) Antidepressivos tricíclicos Inibidores da recaptação da serotonina Distúrbio do sono Afastar causas secundárias: ansiedade, depressão, dispnéia, disfagia e dor. Sedativos: zolpiden, mirtazina, amitriptilina. Desordens Psíquicas Qualidade de vida está diretamente relacionada com fatores psicológicos e existenciais Acompanhamento psicoterápico Tratamento farmacológico Disfagia e Nutrição Oferta calórica e de fluidos insuficiente leva a piora da fraqueza e fadiga Risco de broncoaspiração e engasgo Modificação de consistência dos alimentos e fluidos Gastrostomia: Melhor eficácia e segurança se colocada com CV >50% Vantagem: via de administração de drogas Manejo Respiratório Testes pulmonares: trimestral Ventilação não invasiva: CV <50%, SNIF <40cm MIP<60 cm Ortopnéia Oximetria noturna anormal Hipoxemia e hipercapnia: tardio Cuidados: vazamento, obstrução aérea, limpeza de vias aéreas (suporte mecanismo de tosse). Traqueostomia/ Ventilação invasiva Marcapasso diafragmático Imunizações: influenza, pneumococco Manejo Respiratório Dispnéia Indentificar e tratar causas reversíveis de dispnéia Medidas não farmacológicas: técnicas de relaxamento medidas de conservação de energia suporte psicossocial fisioterapia Opióides Benzodiazepínicos Fase final de vida: Sedação paliativa Manejo Respiratório Direito de recusa/ retirada X Manutenção do suporte ventilatório Autonomia Código de ética médica 2009: Ortotanásia Art. 41. [...] Parágrafo único. Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal. Resolução CFM n.º 1.995/2012 (Diretivas Antecipadas de Vontade) Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. Tomada de decisão DELIBERAÇÂO MORAL Implica conhecimentos, habilidades e atitudes: Respeito mútuo, Humildade intelectual, Enriquecer a própria compreensão dos fatos pela escuta do outro. Pedagogia para o autoconhecimento, auto-análise e tolerância. Não busca uma unanimidade. Evita que as decisões sejam imprudentes, fundamentalistas e pragmáticas Diego Gracia Comunicação de más notícias Olho no olho, sem pressa, com a presença de pessoas próximas ao paciente. Comunicação não verbal: praticar escuta ativa e atitude compassiva Verdade progressiva e suportável Tomada de decisão: processo deliberativo Liberdade para rever opiniões “A inteligência é a capacidade de se adaptar a mudança” Stephen Hawking
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