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1 Faculdade Anhanguera de Pelotas Curso de Farmácia Disciplina de Farmácia Clínica DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS DE AÇÃO CENTRAL Profª Lucimar M. P. Brod 2 INTRODUÇÃO A FARMACOLOGIA FARMACODINÂMICA Local de ação Mecanismo de ação Efeito FARMACOCINÉTICA Via de administração Dissolução Absorção Distribuição Biotransformação Excreção Eliminação Efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos Farmacodinâmica Mecanismo de ação É o componente químico do organismo com o qual os agentes químicos são presumidos de reagir, sendo especializados em reconhecer e responder a moléculas sinalizadoras de maneira individual e com grande seletividade. CONCEITOS - Receptor Fonte: Goodman & Gilman, 2012. • Reconhecem seus ligantes (hormônios, fármacos) • Acoplam-se aos ligantes com elevada afinidade • Atuam como transdutores (sinal extracelular em sinal intracelular) • Determinam as relações entre a dose ou concentração e efeito farmacológico • São responsáveis pela seletividade do fármaco • Determinam as ações dos agonistas ou antagonistass FUNÇÕES DOS RECEPTORES 9 INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO Sistema Nervoso Central (SNC) Encéfalo Cérebro Cerebelo Tronco Encefálico Mesencéfalo Ponte Bulbo Medula Sistema Nervoso Periférico (SNP) Nervos cranianos (12 pares) Nervos raquidianos (31 pares) Terminações nervosas ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO HUMANO Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) • Formado pelo encéfalo e medula espinhal. • Processamento e integração de informações Sistema Nervoso Periférico (SNP) • Formado por nervos (cranianos e raquidianos) e gânglios, responsáveis pela condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetores . SNC – Órgão processador de informações Rede de células nervosas que filtram, analisam, recuperam e elaboram as informações – programam reações que são comunicadas pelos nervos eferentes aos órgãos executores: • músculo esquelético, • visceral, • glândulas endócrinas e exócrinas. Responsável pela manutenção da constância do meio interno e também pelo comportamento. Célula Glial • Suporte às funções neuronais; 13 SNP SNC Células de Schwann Oligodendrócitos Micróglia Astrócitos Células Ependimárias CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO Neurônios Corpo celular, núcleo celular Dendritos, que se ramificam como galhos de uma árvore. Axônio que caminha até ramificar-se em terminações terminais, formando botões terminais, que vão estabelecer contato com outras células. Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Possuem duas propriedades que o caracterizam: Condutibilidade (transmissão de uma onda de excitação - impulso nervoso). Excitabilidade (permite a uma célula responder a estímulos). Neurônios Impulso nervoso Membrana em repouso (polarizada) impulso nervoso despolarização Repolarização Propagação do impulso Ponto de comunicação entre células excitáveis (neuronais e musculares) - capazes de gerar potenciais de ação. • Química - o potencial de ação provoca a liberação de um mediador químico (neurotransmissor) pelo neurônio pré- sináptico. Esse transmissor difunde através da fenda sináptica, extracelular, para se ligar a receptores da membrana. • Elétrica - nesta, duas células excitáveis se comunicam pela passagem direta de corrente elétrica entre elas. O impulso é transmitido por meio de junções abertas que conectam as duas células. Sinapses a) Sinapse Elétrica Presença de mediadores químicosSem mediadores químicos TIPOS DE SINAPSE b) Sinapse Química SINAPSE QUÍMICA 21 NEUROTRANSMISSORES Substância química liberada pela terminação nervosa. Interação com seus receptores, estimulando ou inibindo a célula. FUNÇÃO: • contração e relaxamento muscular • secreção ou inibição de substâncias (via glândula) • Estimula produção de enzima; hormônios • Regulam o SNC • Regulam nossos movimentos; comportamento; vida afetiva 22 NEUROTRANSMISSORES 23 NEUROTRANSMISSORES Os neurotransmissores podem ser excitatórios ou inibitórios. Os aminoácidos e as aminas são pequenos e armazenados em vesículas. Os peptídeos são maiores e armazenados em grânulos. Princípio de Dale: Os neurônios recebem o nome do neurotransmissor que secretam (ex. glutamatérgico, dopaminérgico, colinérgico, GABAérgico, etc.) 24 AMINAS BIOGÊNICAS - NEUROTRANSMISSORES Noradrenalina Norepinefrina SNPSNC Córtex Majoritariamente produzida 25 NORADRENALINA Córtex Cerebral Aprendizado envolvendo informações sensoriais. Locus Coereleus Estímulos do sistema recompensa Avaliação do custo benefício Comportamento exploratório e tomar decisões 26 NORADRENALINA Sistema nervoso Periférico Nervos pós ganglionares Simpático Stress 27 NORADRENALINA RECEPTORES – NORADRENALINA E ADRENALINA 29 AMINOÁCIDOS NEUROTRANSMISSORES GABA GLICINA GLUTAMATO MAIORIA DAS SINAPSES DO SNC • GABA (Ácido gama-aminobutírico): • Neurotransmissor inibitório do SNC de maior importância • 20 a 30% das sinapses • Todos neurônios centrais são sensíveis ao GABA • Receptores GABAérgicos GABA • GABA (Ácido gama-aminobutírico): • Liga-se a receptores GABAérgicos presentes em todo SNC • Ativação inibitória • Hiperpolarização da membrana celular • Término da ação - Sistema de recaptação específico - Catabolismo pela GABA transaminase GABA • GABA (Ácido gama-aminobutírico): • principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ele está presente em quase todas as regiões do cérebro, embora sua concentração varie conforme a região. Está envolvido com os processos de ansiedade. Seu efeito ansiolítico seria fruto de alterações provocadas em diversas estruturas do sistema límbico, inclusive a amígdala e o hipocampo. A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas. GABA GABAA e GABAC GABAB GABA – receptores Receptores GABA 34 GABA 35 ANSIOLÍTICOS - BENZODIAZEPÍNICOS Mecanismo de ação Figura 9 - Estrutura receptor GABA – mecanismo de ação benzodiazepínicos 36 Os BZD possuem receptores específicos no SNC (GABA-A) Os benzodiazepínicos atuam potencializando a regulação dos canais na presença de GABA através da abertura e o fechamento dos canais de íon cloreto, responsáveis pela propagação dos estímulos para os neurônios pós- sinápticos. A ação dos BZD e do GABA inibe diversos sistemas de neurotransmissão, funcionando como um depressor do SNC. Mecanismo de ação - farmacodinâmica 37 Midazolam (Dormonid®) Flunitrazepam (Rohypnol®) Diazepam (Valium®) Alprazolam (Apraz®) Clonazepam (Rivotril®) Bromazepam (Lexotan®) Cloxazolam (Olcadil®) A duração de ação pode determinar o emprego terapêutico. Ação curta – Hipnóticos. Ação intermediária – ansiolíticos e hipnótico-sedativos. Ação longa – ansiolíticos. Duração de ação 38 • Sonolência; • Confusão; • Déficit de memória; • Déficit de atenção; • Comprometimento da coordenação; • AMNÉSIA ANTERÓGRADA: ↓ aquisição da memória. • ATAXIA (INCOORDENAÇÃO MOTORA) E DISARTRIA DE FALA: Doses mais elevadas. Efeitos adversos 39 SÃO CONSIDERADOS BASTANTE SEGUROS, UMA VEZ QUE POSSUEM CAPACIDADE LIMITADA, PARA CAUSAR DEPRESSÃO PROFUNDAE POTENCIALMENTE FATAL AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC). BDZs – alto índice terapêutico. Superdosagem: depressão respiratória, apnéia, depressão miocárdica com hipotensão grave. Mais comum em pacientes idosos e quando em associação com outros depressores do SNC. Efeito paradoxal: raros casos - inquietude, agitação, irritabilidade, agressividade e insônia. Efeitos adversos 40 ↑ efeitos dos depressores do SNC: neurolépticos, antidepressivos, ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, narcóticos, analgésicos e anti- histamínicos. A interação com o álcool pode ser extremamente grave, a intoxicação torna-se séria, pois há grande diminuição da atividade cerebral, podendo levar ao estado de coma. Interações medicamentosas 41 Midazolam - Dormonid® Flunitrazepam - Rohypnol® Flurazepam - Dalmadorm® Nitrazepam - Sonebon® Clobazan - Frisium®, Urbanil® Clonazepam - Rivotril® Clordiazepóxido - Psicosedin® Cloxazolam – Olcadil® Alprazolam - Apraz®, Frontal® Bromazepam - Lexotan®, Somalium® Lorazepam - Lorax® Diazepam - Valium® Fármacos disponíveis 42 Tabela 1. Benzodiazepínicos, utilidade terapêutica e duração de ação. Fármacos disponíveis Fonte: Princípios de Farmacologia - A Base Fisiopatológica da Farmacologia - Golan, David E. 2ª edição, 2009. A duração de ação pode determinar o emprego terapêutico. Ação curta – Hipnóticos. Ação intermediária – ansiolíticos e hipnótico-sedativos. Ação longa – ansiolíticos 43 EFEITO HIPNÓTICO: ↓ latência do sono e a freqüência com que a pessoa acorda durante noite, ↑ duração do sono total. Duração do tratamento sempre curta - 4 semanas. Uso intermitente de preferência (3 em 3 dias). Uso por mais de 7-10 dias - retirada gradual devido a insônia rebote. Efeitos dos benzodiazepínicos Hipnóticos 44 Benzodiazepínicos – dependência Promovem dependência física e psíquica; Ocorre não só com doses terapêuticas por período prolongado, como também por doses elevadas. A interrupção abrupta provoca síndrome de abstinência; 45 • O uso crônico de BZP induz o desenvolvimento de tolerância, que se manifesta na forma de uma redução na eficácia dos BZP ; -Redução resulta da expressão diminuída dos receptores (GABA A) nas sinapses, -Desacoplamento do sítio de ligação do BZP após administração crônica. Benzodiazepínicos – tolerância 46 Prescrição de doses acima de 4mg/dia de alprazolam ou 40mg/dia de diazepam é considerado um procedimento de risco para o desenvolvimento de abuso de benzodiazepínicos; Exceto os pacientes com transtorno de pânico, que podem beneficiar-se de dosagens duas a três vezes superior às preconizadas para tratar estados ansiosos crônicos. Benzodiazepínicos – considerações importantes 47 Novos hipnóticos Zolpidem foi introduzido na prática clínica 1993. Zopiclona, eszopiclona e zalepona. Sedativo-hipnótico. Mecanismo de ação - O primeiro agonista seletivo do receptor GABA. Sua principal indicação é para rápida indução, com algum efeito na consolidação sono. Zolpidem - Stilnox®, Lioram® A dose terapêutica média para insônia em adultos é de 10mg e de 5mg para idosos. 48 Figura 11 - Estrutura química Zolpidem Vantagens do Zolpidem Absorção rápida após administração oral; Rápido início de ação Não interfere sono produzido mais próximo ao normal; Não apresenta insônia rebote quando retirado abruptamente; Menor risco de desenvolvimento de tolerância e dependência em relação aos benzodiazepínicos. 49 Desvantagens do Zolpidem Não tem propriedades ansiolíticas, anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. Efeitos adversos : - Pesadelos, agitação, cefaléia, desconforto gastrintestinal, tontura e sonolência diurna, alterações de memória anterógrada. Zolpidem X outros depressores do SNC -depressão respiratória. 50 Barbitúricos Suas principais indicações na atualidade são como anestésicos gerais e como anticonvulsivantes. Depressores não seletivos do SNC, sua administração causa graves problemas, apresentam facilidade em desenvolver tolerância, dependência física e graves sintomas de abstinência. Barbitúricos Figura 12- Estrutura química geral dos barbitúricos 51 São ocasionalmente usados como hipnótico e ansiolíticos, mas têm menor segurança do que os benzodiazepínicos. Os ainda usados tem propriedades anticonvulsivas e anestésicas. Barbitúricos – indicações terapêuticas 52 Exceto pela atividade anticonvulsivante do Fenobarbital, os barbitúricos possuem baixa seletividade e pequeno índice terapêutico. Assim, não é possível obter o efeito desejado sem evidências de depressão geral do SNC. Eles deprimem reversivelmente a atividade de todos os tecidos excitáveis, incluindo os periféricos. Barbitúricos Dose Máxima Indicação De ação longa (meia vida mais de 24h) Barbital (veronal) 0,3 a 0,5 g Ação antiepilética, anticonvulsivante e/ou sedativo. Meforbarbital (mebaral) 0,1 a 0,2 g Fenobarbital (gadernal, luminal) 0,1 a 0,2 g De ação intermediária (meia vida 6 a 24 h) Amobarbital 0,5 a 0,2g Insônia crônica Butabarbital 0,1 a 0,2 g De ação curta (meia vida 6 h) Pentobarbital 0,05 a 1,0 g Hipnose rápida Secobarbital 0,1 a 0,2 g De ação ultracurta Tiopental sódico 0,1 a 0,5g Anestésicos gerais Barbitúricos – indicações terapêuticas 53 Pode apresentar síndrome da abstinência. Pode causar uma sensação de ressaca, tontura, náusea e vômito. Depressão no sistema respiratório, alteração no aparelho circulatório como leve hipotensão. Raramente causa efeito paradoxal como agitação. Barbitúricos – efeitos adversos 54 Portaria n° 6 de 29/01/1999 - aprova a instrução normativa da Portaria acima que institui o Regulamento técnico das substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Portaria 344 - 12/05/1998 - benzodiazepínicos Fonte: farmacêutico digital 55 CARIMBO DO FORNECEDOR ___________________________ ______/______/______ Nome do Vendedor Data Dose por Unidade Posológica Quantidade e Forma Farmacêutica Medicamento ou Substância Posologia IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTENOTIFICAÇÃO DE RECEITA UF NÚMERO Paciente: ___________________________________________ ___________________________________________________ Endereço: __________________________________________ ___________________________________________________ B _______ de _________________ de _________ _______________________________________ Assinatura do Emitente IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR Nome: ___________________________________________________________________ Endereço: ________________________________________________________________ Telefone: _________________________________________________________________ Identidade Nº: ____________________________ Órgão Emissor: ____________________ Dados da Gráfica: Nome - Endereço Completo – C.G.C. Numeração desta impressão: de _________ a _________ SP 03 123456 PROFISSIONAL / INSTITUI ÇÃO CR _/RS / CNPJ Endereço completo / Telefone Nome Comercial/DCB 05 (cinco) ampolas 2 mg / 5 mL 1 ampola/dia Nome Completo Rua, nº. – complemento – bairro - Cidade/UF 03 setembro 2003 Assinatura e Carimbo CR __ Nome completo do comprador Rua……., nº. – complemento – Bairro – CEP – Cidade/UF 22.789.423-3 SSP/RS (53) 1234.56.78 NOTIFICAÇÃO DE RECEITA “B” LISTA B1- PSICOTRÓPICOS (Benzodiazepínicos e alguns barbituratos) LISTA B2- PSICOTRÓPICOS ANOREXÍGENOS Fonte: farmacêutico digital 56 MELATONINA Fonte: Revista Veja.Publicado em 14 jun 2017. 57 AGONISTA DOS RECEPTORES MT1 E MT 2 NO SNC. Efeitos colaterais: tontura, pesadelos, sonolência, diminuição dos níveis de testosterone e aumento de prolactina. HIPNÓTICOS e SEDATIVOS CONCLUSÃO: São fármacos relativamente seguros, boa eficácia, boa tolerabilidade, boa margem de segurança. ATENÇÃO: medicamentos dispensados somente sob prescrição médica e retenção de receita e causam DEPENDÊNCIA E TOLERÂNCIA. CONCLUSÃO 58 • ACETILCOLINA: • Neurotransmissor de distribuição difusa no SNC • Aumento de sua atividade relaciona-se com o Mal de Parkinson • Diminuição de sua atividade no Hipocampo e parece se relacionar com a Doença de Alzheimer • Receptores muscarínicos e nicotínicos • Degradação pela acetilcolinesterase ACETILCOLINA ACETILCOLINA • DOPAMINA: • Neurotransmissor derivado da tirosina. • Produz sensações de satisfação e prazer. • Os neurônios dopaminérgicos podem ser divididos em 4 VIAS com diferentes funções. • Antipsicóticos atuam bloqueando a transmissão dopaminérgica central DOPAMINA DOPAMINA Sistema Límbico Gostar x Querer Gostar x Querer Relacionado com o Prazer O Dopamina que é um neurotransmissor relacionado com o prazer principalmente através do Sistema Recompensa. O sistema recompensa está localizado dentro do sistema límbico e desempenha um papel duplo de gostar e querer. Alguns dependentes químicos tem seu cérebro tão deteriorado pelo uso abusivo de drogas que passam a deixar de sentir prazer com o uso freqüente mas passam a ter um aumento excessivo do querer. DOPAMINA • DOPAMINA: • VIA NIGROESTRIATAL, regula os movimentos: uma deficiência de dopamina neste sistema provoca a doença de Parkinson, caracterizada por tremuras, inflexibilidade, e outras desordens motoras, e em fases avançadas pode verificar-se demência; DOPAMINA • DOPAMINA: • VIA MESOLÍMBICO, funciona na regulação do comportamento emocional; • VIA MESOCORTICAL, projeta-se apenas para o córtex pré-frontal. Esta área do córtex está envolvida em várias funções cognitivas, memória, planejamento de comportamento e pensamento abstrato, assim como em aspectos emocionais, especialmente relacionados com o stress. Distúrbios nos dois últimos sistemas estão associados com a esquizofrenia. DOPAMINA • DOPAMINA: • Regula síntese e liberação de prolactina – VIA TÚBEROINFUNDIBULAR • Excesso de DA: inibe prolactina • Inibição de receptores dopaminérgicos na hipófise é responsável pela hiperprolactinemia, antiêmese discreta sedação (ex. metoclopramida) DOPAMINA MESOLÍMBICA (prazer, recompensa e psicose) VIAS DOPAMINÉRGICAS TÚBEROINFUNDIBULAR (inibição à secreção de prolactina) MESOCORTICAL (cognição, humor) NIGROESTRIATAL (controle dos movimentos) D-1 D-2D1 e D5 D2, D3 e D4 ATIVAÇÃO INIBIÇÃO 68 DOPAMINA Antipsicóticos UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA CURSO DE MEDICINA Lucimar Marques Pinto Brod PSICOSE difícil definição Síndrome (conj. sintomas), que apresenta uma ou mais das seguintes manifestações: 1) Perda de encadeamento lógico do pensamento 2) Incapacidade de julgamento 3) Percepção incorreta da realidade 4) Alucinações e delírios 5) Excitação extrema 6) Comportamento violento 71 ESQUIZOFRENIA: Doença crônica, freqüentemente incapacitante mental, que afeta cerca de 1% da população do mundo. É caracterizada por sintomas debilitantes, deterioração da capacidade funcional, falta de aceitação social, tornando-se entre as doenças mais incapacitantes e economicamente catastróficas. Uma coleção de sinais e sintomas de etiologia não totalmente conhecida, predominantemente definida por sinais observados de psicose. Normalmente inicia na adolescência, contudo os primeiros sintomas podem ocorrer na vida adulta. (INSEL, 2010; AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 1994) Esquizofrenia Sintomas positivos: Ilusões, alucinações e distúrbios de pensamento •Sintomas negativos: isolomento social, redução da produção e fluência do pensamento (alogia) e da produção da fala, anedonia •embotamento afetivo •prejuízo da cognição. Esquizofrenia Diagnóstico essencial: perda progressiva da sociabilidade, com deterioração de autocuidados; perda de limites do ego com incapacidade de se reconhecer como indivíduo; Graves perturbações no pensamento lógico; alucinações auditivas; ilusões, idéias de grandeza; e duração de pelo menos 6 meses. Hipótese atual DA: excesso na via mesolímbica e déficit na via mesocortical. via mesolímbica – sintomas positivos Via mesocortical – sintomas negativos Como? Modulação das vias dopaminérgicas. envolvimento de outros neurotransmissores (GABA, glutamato, 5HT) Hipótese dopaminérgica na esquizofrenia mecanismo de ação dos antipsicóticos– sistema dopaminérgico HIPÓTESE – as funções dopaminérgicas estariam exacerbadas antipsicóticos– bloqueio dos receptores D2 da dopamina Nos anos 90/2000 – antipsicóticos atípicos clozapina (Leponex®) risperidona (Risperdal®) olanzapina (Zyprexa®) quetiapina (Seroquel®) amisulprida (Socian®) ziprasidona (Geodon®) haloperidol (Haldol®) flufenazina (Anatensol®) pimozida (Orap®) clorpromazina (Amplictil®) levomepromazina (Neozine®) tioridazina (Melleril®) ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS + $$$$$ ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS Mecanismo de ação todos os fármacos bloqueiam receptores DA ligam-se, com diferentes afinidades, aos vários tipos de receptores eficácia clínica dos antipsicóticos clássicos correlacionada com bloqueio D2 no sistema mesolímbico – sintomas positivos Infelizmente, para bloquear uma quantidade adequada de receptores D2 na via dopaminérgica mesolímbica com o objetivo de eliminar os sintomas positivos, é preciso bloquear simultaneamente a mesma quantidade de receptores D2 em todo cérebro, e isso provoca efeitos colaterais indesejáveis, que representam o “alto custo de fazer negócio” com antipsicóticos convencionais. Bloqueio de receptores dopaminérgicos D2 Limitações do tratamento Pacientes refratários Melhora de sintomas positivos, mas não negativos Pouca melhora de déficit cognitivo (qualidade de vida) Eficácia antipsicótico: ocupação D2 60-80% Efeito adverso: ocupação D2 superior 80% Uma ocupação de mais de 80% dos receptores D2 no estriado dorsal está associada a efeitos colaterais extrapiramidais (SEP) e, na hipófise, ao desenvolvimento de hiperprolactinemia. No caso dos antipsicóticos típicos (antagonismo puro de D2), postula-se que o mesmo número de receptores D2 seja bloqueado em todas as áreas do cérebro. D2 a1 ATP ALTA POTÊNCIA: Haloperidol (haldol®) Pimozide (orap®) Flufenazina (anatensol®) BAIXA POTÊNCIA: Clorpromazina (amplictil®) Levomepromazina (neozine®) Tioridazina (melleril®)= + sedativa Todos: LIMIAR CONVULSIVO (tb clozapina) Dose de 0,5 a 15mg/dia Dose 50 a 800mg/dia MESOLÍMBICA (prazer, recompensa e psicose) Na via mesolímbica, alívio da psicose… TÚBEROINFUNDIBULAR (inibição à secreção de prolactina) MESOCORTICAL (cognição, humor) NIGROESTRIATAL (controle dos movimentos) MESOLÍMBICA (prazer, recompensa e psicose) …mas às custas de anedonia e interferência nos sistemas de recompensa. Receptores D2 no sistema dopaminérgico mesolímbico = positivos da psicose, mas também o sistema de recompensa normal do cérebro, e o nucleus accumbens é amplamente considerado como o “centro do prazer” no cérebro. TÚBEROINFUNDIBULAR (inibição à secreçãode prolactina) MESOCORTICAL (cognição, humor) NIGROESTRIATAL (controle dos movimentos) ação alfa adrenérgica Ação antimuscarínicaAção antihistamina Clorpromazina Tioridazina LEVOMEPROMAZINA Clorpromazina tioridazina Clorpromazina Tioridazina levomepromazina A. TÍPICOS: A quase paralisação da via dopaminérgica mesolímbica necessária para melhorar os sintomas positivos da psicose pode contribuir para o agravamento da anedonia, da apatia e dos sintomas negativos, o que pode explicar, em parte, a elevada incidência de tabagismo e uso abusivo de drogas ilícitas na esquizofrenia. Efeitos Adversos Distúrbios motores (extrapiramidal) Predomínio com antipsicóticos típicos Efeitos Adversos Efeitos neurológicos: sintomas extrapiramidais -Distonia aguda: espasmo língua, mandíbula, pescoço -Acatisia: agitação, incapacidade de ficar parado. -Discinesia tardia: - manifestações extrapiramidais tardias, após meses ou anos; movimentos estereotipados: a hipótese formulada é a de que esses receptores se tornam supersensíveis ou “suprarregulados” (em maior número, talvez na tentativa inútil de superar o bloqueio dos receptores D2 induzido por fármaco no estriado. Cerca de 25% dos pacientes apresentarão este quadro dentro de 5 anos, o que não representa uma perspectiva muito animadora para uma doença que dura a vida inteira e que começa em torno dos 20 anos. Entretanto, se o bloqueio dos receptores D2 for removido cedo o suficiente, a discinesia tardia pode ser reversível. Todavia, após tratamento prolongado, os receptores D2 aparentemente não podem ser reajustados de volta ao normal, mesmo quando os antipsicóticos convencionais são suspensos. Isso resulta em discinesia tardia, que é irreversível e continua independentemente da administração ou não de antipsicóticos convencionais. HIPERPROLACTINEMIA • Os receptores de dopamina D2 na via DA túberoinfundibular também são bloqueados pelos antipsicóticos típicos, o que provoca elevação das concentrações plasmáticas de prolactina, uma condição denominada hiperprolactinemia: - Galactorreia (secreção mamária) e amenorreia (períodos menstruais irregulares ou ausentes). A hiperprolactinemia também pode levar a desmineralização mais rápida dos ossos, particularmente em mulheres na pós- menopausa que não estejam recebendo terapia de reposição estrogênica. Antipsicóticos ATIPICOS Interação serotonina/dopamina • Sistema serotoninérgico inibe liberação de dopamina • Atípicos – antagonistas 5-TH2A • Via nigroestriatal: bloqueio 5TH2 ↑ liberação de dopamina = ↓ Sintomas Extra Piramidais (doses moderadas) • Via tuberoinfundibular: impede que níveis de prolactina aumentem (em doses moderadas) • Via mesocortical: aumentam níveis de DA – ↓sintomas negativos • Via mesolimbica: interação 5HT/DA não significativa – ↓sintomas positivos • Teoria : diminui efeitos adversos com ação antipsicótica. Principais fármacos atípicos Clozapina: • Múltiplos mecanismos de ação • Eficácia superior(- efeitos extrapiramidais, discinesia tardia) • Pacientes ainda refratários • Único antipsicótico capaz de reduzir o risco de suicídio • EA: agranulocitose (0,5-2%), convulsões, ganho de peso, diabetes, sedação (altas doses), aumento de triglicerídeos em jejum e resistência a insulina. Principais fármacos atípicos Clozapina: • Múltiplos mecanismos de ação • Eficácia superior(- efeitos extrapiramidais, discinesia tardia) • Pacientes ainda refratários • Único antipsicótico capaz de reduzir o risco de suicídio • EA: agranulocitose (0,5-2%), convulsões, ganho de peso, diabetes, sedação (altas doses), aumento de triglicerídeos em jejum e resistência a insulina. Risperidona: • Antag 5-HT2A, 5-HT7, a1-2, H1. • Outras síndromes psicóticas, transtorno bipolar, demência • antagonistas de α2 = eficácia na depressão, porém essa ação pode ser reduzida pelas propriedades antagonistas simultâneas de α1=hipotensão ortostática e sedação. • A risperidona foi aprovada para o tratamento da irritabilidade associada ao transtorno autístico em crianças e adolescentes (entre 5 e 16 anos de idade), com sintomas de agressão a outras pessoas, mudança do humor, com transtorno bipolar (entre 10 e 17 anos) e esquizofrenia (13 a 17 anos). • A risperidona eleva os níveis de prolactina até mesmo em doses baixas. Apresenta risco moderado de ganho de peso e dislipidemia. O ganho de peso pode ser particularmente um problema em crianças. Principais fármacos atípicos Olanzapina: • Mais potente que a Clozapina; • Melhora o humor; • Psicoses, transtorno bipolar, comportamento agressivo • Não causa sedação, SEP <<<; não aumenta níveis de prolactina • EA: aumento de peso, diabetes, muito caro, cuidar cardíacos. Principais fármacos atípicos Quetiapina: • antagonista nos receptores de serotonina 5HT2A e de dopamina D2; • pode causar ganho de peso, particularmente quando administrada em doses moderadas a altas, visto que ela bloqueia os receptores de histamina 1. • pode aumentar os níveis de triglicerídios em jejum e a resistência à insulina, em especial em doses moderadas a altas, com risco intermediário a alto em comparação com outros antipsicóticos atípicos Principais fármacos atípicos Quetiapina: • As propriedades de ligação da quetiapina variam, conforme a dose administrada. Em doses antipsicóticas (até 800 mg/dia), a quetiapina apresenta um perfil de ligação relativamente amplo, com ações em múltiplos receptores serotoninérgicos, muscarínicos e alfa- adrenérgicos. Ocorre também bloqueio do receptor de histamina 1. Em doses antidepressivas (cerca de 300 mg/dia), o perfil de ligação da quetiapina é mais seletivo e consiste, principalmente, em ações nos receptores D2, 5HT2A, 5HT2C e 5HT1A, bem como em inibição do transportador de noradrenalina. Em doses sedativo- hipnóticas (50 mg/dia), a propriedade farmacológica mais proeminente da quetiapina consiste em antagonismo do receptor de histamina 1; • não provoca nenhum SEP em qualquer dose, nem elevação da prolactina. Neurônio Serotoninérgico 100.000 neurônios Triptofano limitado Aminoácido Essencial 97 SEROTONINA 98 SÍNTESE DA SEROTONINA • SEROTONINA: neurotransmissor que regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro. Tem efeito inibidor da conduta e modulador geral da atividade psíquica. Influi sobre quase todas as funções cerebrais, inibindo-a de forma direta ou estimulando o sistema GABA. SEROTONINA • SEROTONINA: Corpos celulares que se localizam nos núcleos da rafe com projeções para o cérebro anterior e medula. • Receptores do tipo 5-HT3 - êmese • Bloqueio na recaptação neuronal de 5-HT – mecanismo de ação de vários antidepressivos. SEROTONINA SEROTONINA ANTIDEPRESSIVOS TRANSTORNOS DE HUMOR 103 TRANSTORNO BIPOLAR TRANSTORNO UNIPOLAR Pacientes que passaram por episódios depressivos recorrentes, porém sem nenhuma história de mania; A depressão unipolar é comumente não familial (cerca de 75% dos casos), associa- se aos eventos estressantes da vida (acompanhada de ansiedade e agitação – depressão reativa); Outros casos (25%) mostram padrão familial, não estão relacionados com estresses externos (depressão endógena); Essas distinção é feita clinicamente, mas os antidepressivos não mostram seletividade entre as duasafecções. Depressão Unipolar Transtorno Depressivo Maior (TDM) Stahl, 2017 DEPRESSÃO - 105 Sintomas Stahl, 2017 Principal teoria bioquímica da depressão: Hipótese das monoaminas proposta por Schildkraut (1965) • Ocorre uma transmissão diminuída de neurotransmissores como a noradrenalina (NA) e serotonina (5-hidroxitriptamina: 5-HT); • Depressão causada pelo déficit funcional das monoaminas transmissoras em certos locais do cérebro; • Mania resulta do excesso funcional; Dopamina Teorias da Depressão Como atuam os fármacos antidepressivos? Acredita-se que o efeito antidepressivo se dê às custas de um aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina (5-HT), da noradrenalina ou norepinefrina (NE) e da dopamina (DA). Se o aumento dos níveis de NTs é rápido porque os efeitos antidepressivos demoram a aparecer? • O tratamento agudo com antidepressivos produz, na realidade, diminuição da descarga neuronal no locus ceruleus e/ou no núcleo da rafe (dependendo do fármaco), dada a retroalimentação inibitória aguda por meio dos autorreceptores 5-HT1A e α2 nos neurônios que contêm 5-HT e NE. Isso provoca diminuição na síntese e liberação de 5-HT e NE. Imipramina Desipramina Amitriptilina Clomipramina Nortriptilina Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Três anéis aromáticos fixados a um anel ciclo-heptano • Os antidepressivos tricíclicos bloqueiam a captura de noradrenalina e serotonina para o interior do neurônio; • Os níveis de neurotransmissão aumentam na fenda sináptica – efeito rápido. Mecanismo de ação Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Os ATC inibem a receptação de 5-HT e NE do espaço extracelular por meio do bloqueio dos transportadores de receptação de 5-HT e da NE. • Além de seus efeitos sobre a captura de aminas, a maioria desses fármacos afeta outros receptores, incluindo os colinérgicos muscarínicos, os receptores de histamina e os receptores de serotonina. Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Perigosos em superdosagem e são usados em tentativas de suicídio. Causam excitação e delírio e convulsões. Seguido de coma e depressão respiratória. Podem precipitar mania em pacientes com transtorno afetivo bipolar – VIRADA MANÍACA. Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Usos clínicos • Depressão moderada a grave com características como insônia ou pouco apetite; • Pânico e transtornos relacionados; • Tratamento das síndromes dolorosas - Dor neuropática. • (usadas em doses menores que as necessárias para produzir efeitos antidepressivos) Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Antidepressivos Tricíclicos (ATC) Amitriptilina: (Amytril 25mg; Tryptanol 25 e 75 mg) Dosagem: • a dosagem deverá ser iniciada em nível baixo a ser gradualmente aumentada, notando-se cuidadosamente a resposta clínica e qualquer sinal de intolerância. • Posologia Inicial para Adultos: – 75 mg/dia em doses fracionadas podendo ser aumentada até 150 mg/dia. – A atividade antidepressiva pode demorar até 30 dias para desenvolver-se totalmente. – Um método alternativo pode ser o de iniciar o tratamento com 50 a 100 mg à noite, ao deitar-se, podendo ser aumentada de 25 a 50 mg por noite até 150 mg/ dia. • Em 1987 o tratamento da depressão foi revolucionado com a introdução dos ISRS – FLUOXETINA. • Os fármacos desse tipo incluem a fluoxetina (Prozac), fluvoxamina, paroxetina, citalopram, escitalopram e sertralina; • Eles são o grupo de antidepressivos mais comumente prescritos, por serem tão eficazes no tratamento da depressão quanto os antidepressivos tricíclicos; • EUA: estimativa de 6 prescrições por segundo; • São menos propensos a causar efeitos adversos colinérgicos do que os ADTs e menos perigosos em superdosagem. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) • A inibição da recaptação de serotonina aumenta os níveis de serotonina no espaço extracelular, produzindo maior ativação de receptores de 5-HT e intensificação das respostas pós-sinápticas. • Em baixas doses ISRS – ligam-se em transportadores de 5-HT; • Altas doses – perdem seletividade e ligam-se também aos transportadores de NE. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Mecanismo de ação: TODOS EM DOSE ÚNICA DIÁRIA ATENÇÃO O aumento de 5HT leva a adaptações bioquímicas que, a médio prazo, vão levar a alívio da depressão. 3 a 8 semanas para início de efeito antidepressivo ! No início, predominam efeitos colaterais, pois 5HT age em vários receptores. Usos clínicos: •Transtorno depressivo (1ª escolha) •São tão eficazes quanto a os ADT e IMAOs para depressão maior de grau leve a moderado; •Menos eficazes que os ADT para depressão maior severa; •Primeira linha na depressão pós-parto (não amamentando); •Transtornos de ansiedade; • Síndrome do pânico; •Transtorno obsessivo compulsivo TOC; • Ejaculação precoce; • Transtorno de estresse pós-traumático. • Não é recomendado para menores de 18 anos-eficácia duvidosa e aumento das tendências suicidas. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Farmacocinética: • Bem absorvida após administração oral; • Alimentos tem pouca influência na absorção; • Picos séricos ocorrem em média entre 2 e 8 horas. - Meia vida muito longa (50 h) e a meia vida metabólito ativo, S-norfluoxetina (10 dias); - A Fluoxetina e a Paroxetina são potentes inibidores da isoenzima CYP450 (CYP2D6), responsável pela eliminação dos fármacos ADTs, antipsicóticos e β-bloqueadores adrenérgicos (Atenolol, Propranolol). FLUOXETINA INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) • Melhora de atenção e concentração; • Efeito energizante e de redução de fadiga. • Não apropriado para pacientes com agitação, insônia e ansiedade. • Usado para tratamento depressão infantil. • Indicada para bulimia. FLUOXETINA INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) - Manifesta efeitos anoréxicos e antiobsessionais, ações ansiolíticas e também podem ser úteis em pacientes com depressão psicótica (bloqueio leve dos transportadores de dopamina) • Ação antidepressiva comparável com da amitriptilina; • A absorção aumenta com a alimentação; • Aprovados para uso em criança no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo (fluoxetina, sertralina). Posologia recomendada: • Depressão e TOC: 1 dose de 50mg/dia • Transtorno do pânico e fobia social: iniciar com 25mg/dia e, após uma semana, 50mg/dia; • A dose-alvo, via de regra, é de 50 mg/dia. • Depressão, TOC, Transtorno do Pânico, Transtorno do Estresse Pós–Traumático e Fobia Social: os pacientes que não responderem à dose de 50mg, podem ser beneficiados com um aumento da dose. As alterações nas doses devem ser realizadas com um intervalo mínimo de 1 semana, até a dose máxima recomendada de sertralina, que é de 200mg/dia. SERTRALINA (Zoloft) INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) - Este ISRS é utilizado por muitos clínicos em pacientes com sintomas de ansiedade. A paroxetina tende a ser mais tranquilizante e, até mesmo, sedativa no início do tratamento, em comparação com as ações mais ativadoras da fluoxetina e da sertralina. Talvez as ações anticolinérgicas leves da paroxetina contribuam para esse perfil clínico. - Propriedades inibitórias fracas sobre o NAT (transportador de noradrenalina), que podem contribuir para sua eficácia na depressão, particularmente em doses altas. - Inibe a enzima óxido nítrico sintetase, o que pode, teoricamente, contribuir para a disfunção sexual, em especial nos homens.- A paroxetina também é notória por causar reações de abstinência com sua interrupção súbita, com aparecimento de sintomas como inquietação, sintomas gastrintestinais, tontura e formigamento, principalmente quando é interrompida de súbito após tratamento prolongado com doses altas. Talvez isso se deva não apenas às propriedades de inibição do SERT, visto que todos os ISRS podem causar reações de descontinuação, mas também a contribuições adicionais do rebote anticolinérgico quando a paroxetina é rapidamente suspensa. PAROXETINA INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Enantiômero S do citalopram; • Maior eficácia, cerca de 2x mais potente do que o citalopram. • Redução de efeitos colaterais; • Menor dosagem (metade da dose do citalopram); • Efeitos clínicos são observados dentro de uma a duas semanas a partir do início do tratamento. ESCITALOPRAM CITALOPRAM • Em geral, o citalopram é um dos ISRS mais bem tolerados, e os achados no tratamento da depressão no idoso são favoráveis. Entretanto, tem uma ação terapêutica um tanto inconsistente na menor dose, o que costuma exigir o aumento da dose para otimizar o tratamento. • Altas doses, alterações cardiovasculares. INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) • Venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina e nilnacipramina; • Esses fármacos são extensivamente utilizados devido a sua maior eficácia terapêutica e baixo perfil de efeitos adversos. • Tem pouca atividade em receptores adrenérgicos, muscarínicos e histamínicos (menos efeitos adversos que os ADTs). • Venlafaxina (EFEXOR): náuseas, preparações de liberação controlada; • Desvenlafaxina (Pristiq) • Duloxetina (CYMBALTA): hepatotóxica. INIBIDORES de receptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) Venlafaxina: • Bloqueia o transportador de receptação de 5-HT e o transportador de recaptação de NE por um mecanismo que depende de sua concentração; • Comporta-se como um ISRS, ao passo que, em concentrações elevadas, também aumenta os níveis extracelulares de NE. • A venlafaxina é substrato da isoenzima CYP2D6, transformando-se em Desvenlafaxina. • Os efeitos adversos mais comuns da venlafaxina são náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação e constipação. • À semelhança da venlafaxina, a desvenlafaxina inibe a recaptação de serotonina e de noradrenalina, porém suas ações de IRN são maiores do que suas ações de IRS em comparação com a venlafaxina. INIBIDORES de receptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) • A venlafaxina também está aprovada e é bastante usada no tratamento de vários transtornos de ansiedade. • Provavelmente, a adição da inibição do NAT é responsável por dois efeitos colaterais da venlafaxina observados em alguns pacientes: sudorese e elevação da pressão arterial. • A venlafaxina está disponível como formulação de liberação prolongada (venlafaxina XR), que não apenas possibilita sua administração 1 vez/dia como também reduz significativamente os efeitos colaterais, em especial as náuseas. • A formulação de liberação imediata da venlafaxina passou a ser pouco utilizada ou não utilizada, em virtude das náuseas e de outros efeitos colaterais associados a essa formulação, particularmente quando iniciada ou interrompida. • Mesmo em sua formulação de liberação controlada, a venlafaxina pode causar reações de abstinência, às vezes muito incômodas, principalmente após a interrupção súbita de tratamento prolongado em doses altas. Mesmo assim, a formulação de liberação controlada é altamente preferível, em virtude de sua maior tolerabilidade. 129 INIBIDORES de receptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) Desvenlafaxina: • A desvenlafaxina é o metabólito ativo, desmetilado da venlafaxina. • À semelhança da venlafaxina, a desvenlafaxina inibe a recaptação de serotonina e de noradrenalina, porém suas ações de IRN são maiores do que suas ações de IRS em comparação com a venlafaxina. • Ela exerce inibição da recaptação de noradrenalina (IRN) relativamente maior que a da venlafaxina, porém sua ação é ainda mais potente sobre o transportador de serotonina. • Estudos da desvenlafaxina relataram sua eficácia na redução dos sintomas vasomotores (SVM) em mulheres na perimenopausa, independentemente de estarem ou não depressivas. INIBIDORES de receptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) Duloxetina •Inibe a receptação de NE e de 5-HT em todas as dosagens; •Aprovado para tratamento da depressão, bem como dor neuropática. Todos os tipos de dor melhoram com a duloxetina, desde a dor da neuropatia periférica no diabético até a fibromialgia e a dor musculoesquelética crônica, como aquela associada à osteoartrite e a problemas lombares. •Efeitos adversos: Disturbios GI, incluindo náuseas, xerostomia e constipação. Insônia, tonturas, sonolência, sudoração e disfunção sexual também são observadas. Pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. • Pode aumentar a concentração de fármacos antipsicóticos. INIBIDORES de receptação de serotonina-norepinefrina (IRSN) BUPROPIONA • Inibidor fraco da captação de dopamina e noradrenalina; • Meia-vida curta; • Diminui a compulsão por nicotina e atenua os sintomas de abstinência dos usuários que tentam parar de fumar (ação em transportadores de dopamina); • Efeitos adversos: • Podem incluir boca seca, sudoração, nervosismo, tremores e um aumento dose-dependente do risco de convulsões Antidepressivos atípicos • Contraindicação: • Alérgico a cloridrato de bupropiona, ou a qualquer outro componente do medicamento; • Está tomando outros medicamentos que contenham bupropiona; • Ter menos de 18 anos; • Recebeu diagnóstico de epilepsia ou outros transtornos convulsivos. Antidepressivos atípicos BUPROPIONA Categorias de fármacos antidepressivos TRANSTORNO BIPOLAR Prevalência: ao redor de 1%, para transtorno bipolar tipo I e II. - Idade de início: 18 anos para bipolar tipo I e de 22 anos para bipolar tipo II. - Sexos: não há diferenças significativas. 135Stahl, 2017 TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR 136 Stahl, 2017 TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR Critérios do DSM IV Transtorno Bipolar I: é caracterizado por um ou mais Episódios Maníacos ou Mistos, geralmente acompanhados por Episódios Depressivos Maiores. 137Stahl, 2017 TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR Critérios do DSM IV Transtorno Bipolar II: caracteriza-se por um ou mais Episódios Depressivos Maiores, acompanhado por pelo menos um Episódio Hipomaníaco. 138 leve moderada grave Stahl, 2017 TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR Critérios do DSM IV 139 Eventos negativos INÍCIO Duração = dias Ciclotimia: oscilações de depressão leve + hipomania Eventos positivos Stahl, 2017 “Embora o “estabilizador do humor” ideal deva tratar tanto a mania quanto a depressão bipolar e, ao mesmo tempo, impedir episódios de qualquer um dos polos, na realidade não existe ainda evidências sugerindo que um único fármaco demonstre consistentemente essa ação. Em vez disso, diferentes agentes podem ser eficazes para fases distintas do transtorno bipolar. O Fármaco ainda considerado o mais eficiente, é o Lítio. Nenhuma medicação superou a eficácia deste na profilaxia de futura mania e fases depressivas do transtorno bipolar, além de também ser o único fármaco eficaz na redução de suicidabilidade entre os pacientes bipolares. 140 TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR Tratamento Farmacológico Goodman, 2010; Stahl, 2017 Classicamente, o transtorno bipolar vem sendo tratado com lítio há mais de 50 anos; Cátion monovalente (sal carbonato de lítio: Li2CO3); O lítio não é um calmante e não causa dependência ou vício; O lítio é facilmente dosadonos líquidos biológicos, no entanto, não tem qualquer função fisiológica conhecida; O lítio é um íon cujo mecanismo de ação ainda não está estabelecido com certeza. Seus mecanismos de ação consistem em diversos locais de transdução de sinais, além dos receptores de neurotransmissores. Lítio - Estabilizador do humor clássico Golan, 2009; Goodman, 2010; Stahl, 2017 Lítio - Estabilizador do humor clássico Goodman, 2010; Stahl, 2017 Efetivo nos episódios maníacos e na manutenção das remissões, particularmente dos episódios maníacos e talvez, em menor grau, dos episódios depressivos. Prevenção do suicídio em pacientes com transtornos do humor. Administrado 1 vez/dia e em doses mais baixas quando combinado com outros estabilizadores do humor. O lítio apresenta eficácia igual ou superior no transtorno bipolar em comparação com o valproato para os episódios maníacos, depressivos ou mistos, embora o valproato seja prescrito com mais frequência. Lítio - Estabilizador do humor clássico utilização terapêutica Stahl, 2017 • Índice terapêutico estreito – 0.5 a 1.5 mEq/l • Determinações periódicas das concentrações plasmáticas são cruciais • Doses individualizadas e de acordo com LITEMIA. • A dose de lítio necessária para manter um nível sérico terapêutico (0,5 a 1,2mEq/L) depende da idade, peso, medicações em uso e condições clinicas associadas. • Em condições ideais, a dose inicial pode variar de 600 a 900mg/dia, dividida em duas ou três tomadas. A dosagem sérica (litemia) deve ser medida sempre a partir do quinto dia do inicio do uso ou do ajuste de dose. O incremento de dose deve ser feito baseado na litemia até obtenção do nível terapêutico. Após atingido este nível, a litemia pode ser feita a cada dois ou três meses, se não houver intercorrências no período. Lítio – acompanhamento laboratorial Goodman, 2010; Stahl, 2017 • O início do efeito terapêutico pode levar até três semanas para ocorrer, mas em geral melhora significativa ocorre entre 7-14 dias de uso em dose adequada. • Níveis acima de 1,5mEq/L estão frequentemente relacionados a sinais clínicos de intoxicação. Acima de 2,0mEq/l as alterações podem ser graves, com risco de arritmias cardíacas, estados confusionais, ataxia, convulsão, rebaixamento do nível de consciência e coma. O tratamento pode requerer hemodiálise se houver insuficiência renal com objetivo de acelerar a eliminação do lítio. Lítio – acompanhamento laboratorial Goodman, 2010; Stahl, 2017 Devem ser avaliados a função renal, meio de excreção do lítio, a função tireoideana, cuja alteração pode estar associada ao uso de lítio, glicemia de jejum, hemograma completo, eletrólitos e eletrocardiograma em portadores de cardiopatia e em indivíduos acima de 40 anos. Também é importante solicitar β-HCG para mulheres em idade fértil sem uso de método contraceptivo. Lítio – acompanhamento laboratorial Goodman, 2010; Stahl, 2017 -Efeitos renais Controle dos níveis séricos (ou plasmáticos) de creatinina e uréia antes do início da terapia com lítio, e a cada 3 a 6 meses, ou mais frequentes caso haja queixas específicas ou sinais de disfunção renal Maioria dos efeitos sobre os rins são reversíveis - Disfunção da tireóide Hipotireoidismo reversível em até 20% dos pacientes, principalmente em mulheres Avaliação de 6 a 12 meses, o com sintomas atribuíveis à disfunção da tireóide Lítio – efeitos colaterais Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. • Neurotoxicidade • Tremor fino de repouso, trata-se com β-bloqueador adrenérgico (propanolol < 80mg) • Deterioração subjetiva da memória (motivos de não aderência) Lítio – efeitos colaterais Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. - Efeitos cardíacos Eletrocardiograma antes do tratamento em pacientes com mais de 40 anos, ou cardiopatas - Ganho de peso Frequente - Efeitos dermatológicos Acne, erupções foliculares psoríase Queda e afinamento do cabelo Lítio – efeitos colaterais Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. - Sintomas gastrintestinais Náusea e diarréia são comuns no início Melhoram com a redução da dose ou com a ingestão junto com as refeições Formulações de: - Liberação lenta – náusea - Liberação prolongada – diarréia - Efeitos hematológicos Leucocitose - Benigna e reversível Lítio – efeitos colaterais Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. • Dada a estreita faixa terapêutica, este conhecimento é de suma importância. • Medicamentos que alterem a função renal, dada a excreção do lítio pelos rins: • Diuréticos (podem ou não níveis séricos, dependendo do fármaco) • Antitinflamatórios não-esteróides – níveis séricos Lítio – interações medicamentosas Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. • Poucas absolutas • Insuficiência renal aguda • IAM • 1º trimestre da gravidez ( mal-formações cardíacas). • Pesar riscos / benefícios • Relativas • Doenças renais • Hipotireoidismo • Arritimias cardíacas • Leucemia • Ganho excessivo de peso Lítio – Contra indicações Rang e Dale, 2007, Goodman, 2010. ANTICONVULSIVANTES COMO ESTABILIZADORES DE HUMOR O mecanismo exato de ação do ácido valpróico (também conhecido como valproato de sódio ou valproato) permanece incerto. VALPROATO Stahl, 2017 VALPROATO – mecanismo de ação O valproato ativa sinais que promovem neuroproteção e plasticidade prolongada. Stahl, 2017 O valproato é comprovadamente efetivo para a fase maníaca aguda do transtorno bipolar e é comumente usado por um período prolongado para evitar a recorrência da mania, embora seus efeitos profiláticos não tenham sido tão bem estabelecidos quanto seus efeitos agudos na mania. Alguns especialistas acreditam que o ácido valproico seja mais efetivo do que o lítio para os episódios mistos de mania. Na realidade, esses episódios são muito difíceis de tratar. Por isso, costumam ser indicadas combinações de dois ou mais estabilizadores do humor, como lítio mais valproato. VALPROATO – manejo clínico Stahl, 2017 Efeitos adversos: queda de cabelo, ganho de peso e sedação. Alguns problemas podem ser evitados ao reduzir a dose, porém isso geralmente diminui a eficácia, e, assim, pode ser necessário combinar o valproato com outros estabilizadores do humor se for administrado em doses mais baixas. VALPROATO – manejo clínico e efeitos adversos Stahl, 2017 Determinados efeitos colaterais podem estar relacionados mais com a cronicidade da exposição do que com a dose e, portanto, não podem ser evitados com a redução desta. Isso envolve sinais de efeitos hepáticos e pancreáticos, toxicidade fetal, como defeitos do tubo neural, preocupações acerca do ganho de peso, complicações metabólicas e algum risco de amenorreia e ovários policísticos em mulheres com potencial de concepção. Nessas mulheres, o tratamento com ácido valpróico pode estar associado a uma síndrome de distúrbios menstruais, ovários policísticos, hiperandrogenismo, obesidade e resistência à insulina. VALPROATO – manejo clínico e efeitos adversos Stahl, 2017 • Uso clínico Preparados de valproato: Ácido valpróico Valproato de sódio Divalproato de sódio (Depakote, Depakote ER) – melhor tolerado • Início gradual ou estratégia “de ataque” • Apesar da meia-vida curta, pode ser administrado à noite (exceto como anticonvulsivante) • Doses costumam ficar entre 1.250 e 2.500 mg/dia, mas podem chegar a 4.000mg/dia – equilíbrio entre efeitos clínicos e adversos • Formas mais brandas de bipolaridade respondem com doses mais baixas VALPROATO – manejo clínico Goodman, 2010; Stahl, 2017 A lamotrigina foi aprovada como estabilizador do humor para prevenção de recidiva tanto da mania quanto da depressão. Primeiramente, a FDA não aprovou seu uso para a depressão bipolar, embora a maioria dos especialistas acredite que ela seja efetiva para essa indicação. Tendo em vista as preocupações crescentes a respeito do potencial dos antidepressivos de induzir mania, causando instabilidade do humor, e de tendências suicidas cada vez maiores no transtorno bipolar, a lamotrigina substituiu, em grande parte, os antidepressivos como recomendação de primeira linha na maioria das diretrizes de tratamento para a depressão bipolar. Conclusão: melhor droga indicada para Transtorno Bipolar II LAMOTRIGINA – manejo clínico Goodman, 2010; Stahl, 2017 Propensão a causar erupções cutâneas, inclusive (raramente) a síndrome de Stevens Johnson (necrólise epidérmica tóxica), potencialmente fatal. Em geral é bem tolerada Sem hepatotoxicidade Sem ganho de peso Sem sedação significativa Risco 1/1000 pra síndrome de Stevens-Johnson LAMOTRIGINA – efeitos adversos Goodman, 2010; Stahl, 2017 Drogas Afinidade pelo receptor D1 D2 α H1 mACh 5-HT2 Clássicas Clorpromazina ++ +++ +++ ++ ++ + Tioridazina + ++ +++ - ++ ++ Haloperidol + +++ ± + ± + Atípicas Clozapina ++ ++ ++ ++ ++ +++ Quetiapina - + +++ - ++ + Risperidona - +++ ++ - - +++ ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS mecanismo de ação Goodman, 2010, Golan, 2009 163 ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS efeitos adversos RESUMO - TRATAMENTO Stahl, 2017
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