AD1 Fundamentos da Educação III 2019 2

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
AVALIAÇÃO À DISTÂNCIA – AD1
Disciplina: Fundamentos da Educação III
Coordenador: Prof. William Soares dos Santos 
Curso:
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Aluno:
Matrícula:
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Questão: 
I – Desenvolva a questão abaixo de acordo com o que é sugerido. 
Em nossa segunda aula foi pedido que você lesse o livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire. Em um trecho do livro o autor diz “A pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro, em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se na práxis, com a transformação; o segundo, em que, transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação.” (1970:23). Com base em sua leitura do livro, explique o que é a “pedagogia do oprimido” e em qual perspectiva de educação esta concepção está ancorada teoricamente.
A Pedagogia do Oprimido é considerada a principal obra de Freire (GADOTTI, 2004) e está dividida em quatro capítulos: 1. Justificativa da Pedagogia do Oprimido; 2. A concepção ‘bancária’ de educação como instrumento da opressão; 3. A dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade; 4. Teoria da ação antidialógica.
No primeiro capítulo de Pedagogia do Oprimido é analisado a relação entre o oprimido e o opressor, e sob as duas perspectivas, Paulo Freire afirma que “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: Os homens se libertam em comunhão”. O segundo capítulo é concluído e nele destaca-se que “ninguém educa ninguém – ninguém educa a si mesmo – os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. A concepção ‘bancária’ de que o homem é um ser fixado sem importância no meio, faz com que o próprio homem troque a visão ingênua por uma problematizadora e tenha conhecimento de sua importância na história. O homem é visto como “um ser inconcluso, consciente de sua inconclusão e seu permanente movimento em busca do Ser Mais”. O terceiro capítulo discute a relação entre a dialogicidade (a essência da educação como prática da liberdade) e o diálogo. O quarto capítulo é dedicado ao estudo da antidialogicidade e da dialogicidade como matrizes de teorias antagônicas da ação cultural: A primeira serve à opressão e a segunda, serve a libertação.
A situação de oprimido e a violência que eles geram é causa da situação opressora que lhes foi submetido. Se não houvessem aqueles que oprimem e desumanizam os outros, não haveria violência, mas na própria violência encontra-se amor e atos libertários contra os opressores. A Pedagogia do Oprimido é uma faca de dois gumes, capaz de libertar e manobrar os homens. Escrito em um momento de elucidação ao compreender que se é oprimido e como isso ocorre ao analisar as duas faces da moeda, oprimido-opressor. Não foram os devaneios e ilusão de uma distopia que moveram as mãos de Paulo Freire ao escrever o livro, mas sim as suas vivências e o despertar desse mundo opressor em que vivemos. Ele diz que lutar pela liberdade é um ato contínuo, diário. E como educador não podemos nos curvar aos atos mecânicos e fixistas da educação, mas problematizar e criticar.
A Pedagogia do Oprimido está teoricamente ancorada na pedagogia crítico-emancipatória ou a perspectiva freireana de educação, que busca o ato libertário de criticar o que é ensinado e ao mundo para objetificá-lo e problematizar educação ‘bancaria’ que vê as pessoas como objetos vazios que necessitam ser preenchidos com verdades dogmáticas sem espaço para questionamentos.
Referências Bibliográficas
GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 107 p.