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Caso Katharina- Freud

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA 
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA 
DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS EPSTEMOLÓGICOS DAS TEORIAS DA 
PERSONALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO KATHARINA- FREUD 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2019 
 
1 
Breve Resumo do Caso Katharina 
Sigmund Freud ao se hospedar em um hotel na Áustria, conhece Katharina que 
está a procura de um médico pois, apesar de já tomar remédios prescritos, sente que 
não há melhoras em seus sintomas. Ela conta que sente ​falta de ar, uma sensação de 
algo pressionando seus olhos, conta que cabeça fica muito pesada, há um zumbido 
horrível e fica tão tonta que quase chega a cair, alguma coisa parece esmagar seu 
peito a tal ponto que quase não consegue respirar, sua garganta fica apertada e sente 
dores intensas na cabeça, como marteladas. Sempre acha que vai morrer e que há 
alguém atrás dela disposto a agarrá-la, alucina um rosto medonho que a olha de uma 
maneira terrível de modo que fica assustada. 
Freud a pergunta se sabe como e quando os sintomas começaram, ela diz não 
saber de onde vem suas crises porém, sabe que começaram há 2 anos quando ainda 
morava em outra montanha com sua tia. Ao já ter relatado que em moças a angústia 
era consequência do horror de que as mentes virginais são tomadas ao se defrontar 
pela primeira vez com o mundo da sexualidade, ele resolve tentar um palpite sobre ela 
ter visto algo a 2 anos que a deixou constrangida demais, Katharina se lembra e conta 
ao médico que viu seu tio e sua prima juntos na cama e que se sentiu assustada. 
Ao decorrer da conversa Katharina começa a relatar momentos em que o tio 
fazia investidas sexuais contra ela, cerca de dois ou três anos atrás do momento 
traumático. Freud a pergunta se nessas ocasiões ela sentia algo semelhante a sua falta 
de ar, ela respondeu com firmeza que em todas as ocasiões sentira a pressão nos 
olhos e no peito, mas nada semelhante à força que havia sentido so ver a cena da 
prima. 
Mencionou mais e mais momentos em que notou o tio agindo de forma 
"estranha", entrando no quarto dela ou da prima no meio da noite, que "sentiu" o corpo 
do tio. E após contar todas essas lembranças parecia alguém que tivesse passado por 
uma transformação. O rosto amuado e infeliz ficou animado, os olhos brilhavam, 
sentia-se leve e exultante. Naquela ocasião, ela carregava consigo dois conjuntos de 
experiências de que se recordava mas que não compreendia, e das quais não havia 
2 
extraído nenhuma inferência. Quando vislumbrou o casal no ato sexual, estabeleceu de 
imediato uma ligação entre a nova impressão e aqueles dois conjuntos de lembranças, 
começou a compreendê-los e, ao mesmo tempo, a rechaça-los. Ela não sentira repulsa 
pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança que aquela visão despertara. 
Katharina conclui que rosto que via era de seu tio com raiva que sempre a 
culpava pela separação, após a conversa chegar ao fim Freud diz que depois daquele 
dia nunca mais a viu entretanto espera que ela tenha tirado algum proveito da conversa 
que tiveram. 
 
Principais Pontos do Caso 
Os sintomas físicos de Katharina: falta de ar, uma certa pressão em seus olhos, 
sente que sua cabeça fica muito pesada, escuta um zumbido horrível e fica tão tonta 
que quase chega a cair, algo esmaga seu peito a tal ponto que quase não consegue 
respirar, sua garganta ficou apertada, como se fosse sufocar, sente em sua cabeça 
umas marteladas, o bastante para fazê-la explodir, sempre acha que vai morrer e fica o 
tempo todo achando que há alguém atrás dela e que vai agarrá-la de repente. 
Quando Katharina sente os devidos sintomas ela vê um rosto medonho que a olha de 
uma maneira terrível, de modo que ela fica assustada (ataque histérico cujo conteúdo 
era a angústia). 
“Eu havia constatado com bastante freqüência que, nas moças, a angústia era 
conseqüência do horror de que as mentes virginais são tomadas ao se defrontar pela 
primeira vez com o mundo da sexualidade” (FREUD, 1893). 
Motivo que gerou o surgimento de seus ataques: “Um dia, há dois anos, uns 
cavalheiros tinham subido a montanha e pediram alguma coisa para comer. Minha tia 
não estava em casa, e Franziska, que era quem sempre cozinhava, não foi encontrada 
em parte alguma. E meu tio também não foi encontrado. Procuramos por toda parte, e 
finalmente Alois, o garotinho que era meu primo, disse: “Ora, Franziska deve estar no 
quarto de papai!” E ambos rimos, mas não estávamos pensando em nada de mau. 
Fomos então ao quarto do meu tio, mas o encontramos trancado. Isso me pareceu 
3 
estranho. Então Alois disse: “Há uma janela no corredor de onde se pode olhar para 
dentro do quarto.” Dirigimo-nos para o corredor, mas Alois recusou-se a ir até a janela 
e disse que estava com medo. Então, eu falei: “Seu menino bobo! Eu vou. Não tenho o 
menor medo.” E não tinha nada de mau na mente. Olhei para dentro. O quarto estava 
um pouco escuro, mas vi meu tio e Franziska; ele estava deitado em cima dela.” 
“Nós |Breuer e Freud| muitas vezes havíamos comparado a sintomatologia da 
histeria com uma escrita pictográfica que se torna inteligível após a descoberta de 
algumas inscrições bilíngues. Nesse alfabeto, estar doente significa repulsa.” 
Outras lembranças traumáticas de Katharina: "ela começou a me contar dois 
grupos de histórias mais antigas, que retrocedem a dois ou três anos antes do 
momento traumático. O primeiro grupo relacionava-se com ocasiões em que o mesmo 
tio fizera investidas sexuais contra ela própria, quando estava com apenas quatorze 
anos. Ela afirmou com firmeza que em todas as ocasiões sentirá a pressão nos olhos e 
no peito, mas nada semelhante à força que havia caracterizado a cena da descoberta. 
“Quando lhe perguntei se tinha ficado assustada também nessas ocasiões, 
respondeu que achava que sim, mas não estava tão certa disso” (FREUD, 1893.) 
Ao fim desses dois conjuntos de lembranças, ela parou. Parecia alguém que 
tivesse passado por uma transformação. 
Assim, o caso ficou esclarecido. A cabeça seria do seu tio, o rosto que sempre 
via é o dele, quando ficava furioso. (Histeria que fora ab-reagida num grau 
considerável). 
 
Conclusão 
Caso de histeria ab-reagida. 
Katharina não sentiu repulsa pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança 
que aquela visão despertava, ou seja, a lembrança da investida contra ela na noite em 
que “sentiu o corpo do tio”. A repulsa surgiu quando entendeu o que o tio queria fazer 
com ela - o mesmo que estava fazendo com Franziska. O rosto medonho que via nas 
suas crises era do próprio tio que lhe culpava pelo divórcio quando a via. 
4 
A angústia que Katharina sentia em seus ataques era histérica - neurose 
complexa caracterizada por instabilidade emocional, onde os conflitos interiores 
manifestam-se em sintomas físicos. 
 
 
BibliografiaBREUER, Josef; FREUD, Sigmund. ​Estudo sobre a Histeria: ​volume 2. 2. ed. New 
York: Imago, 1893-1895. 220 p. 
 
 
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