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PRÉ NATAL

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ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
CADERNO DE ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL
RISCO HABITUAL
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
Michele Caputo Neto
Secretário de Estado da Saúde
Sezifredo Paz
Diretor Geral
Márcia Huçulak
Superintendente de Atenção à Saúde
Shunaida Namie Sonobe
Departamento de Atenção Primária à Saúde
Equipe Técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Criança 
e do Adolescente 
Cibele Domingues Prado
Iolanda Novadski
Luciana Hatschbach
Maria Angélica Cúria Cerveira
Tatiana Gomara Neves
Equipe de Apoio
Carolina Bolfe Poliquesi
Elisete Ribeiro
Izabel Christina de Mello Brito
Joanilda Leskievicz
Mara R. Franzoloso
Paula V. Michelon Toledo
Renato Antônio Teixeira Lopes
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
APRESENTAÇÃO
SAÚDE PARA TODO PARANÁ!
Levar saúde para todos os paranaenses é um desafio que demanda comprometimento de gestores 
e profissionais de saúde de todos os municípios. Adotar novas formas de gestão, melhorar processos de 
trabalho e rever procedimentos faz parte da rotina de quem tem a função de cuidar da vida no Paraná.
É com esse olhar que a Secretaria de Estado da Saúde desenvolveu os “Cadernos de Atenção à 
Saúde”, nos quais são detalhados os protocolos das redes Mãe Paranaense e Paraná Urgência para apoiar 
as equipes de saúde dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba.
O conjunto de “Cadernos” constitui ferramenta essencial para a atuação em Redes de Atenção, po-
lítica pública de saúde do Paraná que tem se mostrado eficaz.
Queremos que cada profissional se aproprie dos conteúdos disponibilizados nessa coleção e que 
juntos possamos cada vez mais interferir para melhorar os índices de saúde do Paraná.
Michele Caputo Neto
Secretário de Estado da Saúde
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................................... 7
1. ORGANIzAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA à SAÚDE (APS) NO PLANEJAMENTO 
E PROGRAMAÇÃO DA ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL .................................................................................................................. 7
 1.1 ACOLHIMENTO .................................................................................................................................................................... 7
 1.2 CONDIÇõES NECESSÁRIAS PARA A ATENÇÃO PRÉ-NATAL COM QUALIDADE ............................................................ 7
 1.3 O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA à SAÚDE NO PRÉ-NATAL E PUERPÉRIO .................................................................. 8
 1.3.1 COMPETêNCIAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA à SAÚDE (UAP) ............................................................................... 8
 1.3.2 COMPETêNCIAS DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS) ...................................................................... 8
 1.3.3 COMPETêNCIAS DA EQUIPE DE SAÚDE ............................................................................................................. 8
 1.4 O PAPEL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NO INCENTIVO AO PARTO NORMAL ........................................................................ 9
2. ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL ..................................................................................................................................................... 10
 2.1 CONSULTAS ....................................................................................................................................................................... 10
 2.1.1 COMPONENTES DA CONSULTA ........................................................................................................................ 10
 2.2 ExAMES DA ROTINA PRÉ-NATAL RECOMENDADOS ..................................................................................................... 11
 2.3 OUTROS ExAMES COMPLEMENTARES RECOMENDADOS .......................................................................................... 12
3. INTERCORRêNCIAS CLíNICAS E OBSTÉTRICAS, MAIS FREQüENTES NA GESTAÇÃO, QUE PODEM SER IDENTIFICADAS 
POR MEIO DA AVALIAÇÃO CLíNICA E/OU DOS ExAMES DA ROTINA PRÉ-NATAL ............................................................ 12
 3.1 SíNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO (BRASILª, 2012) .................................................................................... 12
 3.2 DIABETES NA GESTAÇÃO ................................................................................................................................................ 13
 3.3 SíFILIS ................................................................................................................................................................................ 15
 3.3.1 SíFILIS NA GESTAÇÃO ........................................................................................................................................ 17
 3.4 HIV ...................................................................................................................................................................................... 20
 3.4.1 HIV NA GESTAÇÃO .............................................................................................................................................. 20
 3.5 HEPATITES VIRAIS ............................................................................................................................................................. 23
 3.5.1 HEPATITE B .......................................................................................................................................................... 23
 3.5.2 HEPATITE C .......................................................................................................................................................... 25
 3.6 TOxOPLASMOSE ............................................................................................................................................................... 27
 3.7 ANEMIA .............................................................................................................................................................................. 28
 3.7.1 DOENÇA FALCIFORME ....................................................................................................................................... 30
 3.7.2 TALASSEMIA ........................................................................................................................................................ 30
 3.8 PARASITOSES INTESTINAIS ............................................................................................................................................. 30
 3.9 INFECÇÃO URINÁRIA ........................................................................................................................................................ 31
 3.9.1 BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA ......................................................................................................................... 31
 3.9.2 CISTITE AGUDA ................................................................................................................................................... 31
 3.9.3 PIELONEFRITE .................................................................................................................................................... 32
REFERêNCIAS ....................................................................................................................................................................................... 34
GRAVIDEz NA ADOLESCêNCIA ............................................................................................................................................................36
REFERêNCIAS ....................................................................................................................................................................................... 38
7
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
Introdução
A organização da Rede de Atenção Materna Infantil 
tem como objetivo a qualificação do atendimento no período 
gravídico e puerperal. Neste processo de atenção o baliza-
mento de ações e condutas é utilizado como ferramenta de 
trabalho na assistência ao binômio e família. A caracterização 
do contexto de atendimento, bem como do perfil epidemioló-
gico da população assistida se fazem importante.
Sendo assim, a construção da Linha Guia da Rede 
Mãe Paranaense, bem como sua constante revisão, permite 
manter-se conduta linear nos diferentes pontos de atenção, 
quanto a atendimento, estratificação de risco, referência, fluxo 
de atendimento e competências das equipes e profissionais 
de saúde.
 Enquanto ordenadora do cuidado nos diferentes ní-
veis de atenção, a Atenção Primária vem mostrando toda a 
qualidade na atenção pré-natal, desde a captação precoce da 
gestante até sua 1ª consulta puerperal. Isso se comprova com 
os resultados da diminuição da mortalidade materna em 40% 
e da mortalidade infantil em 10%, em 2012. (Huçulak, M. C., 
Peterlini O., 2014)
O “Caderno de Atenção ao Pré-Natal: Risco Habitual” 
é mais uma forma de apoio à Atenção Primária, trazendo a 
toda equipe um instrumento de fácil acesso e entendimento, 
a fim de qualificar a atenção dispensada às gestantes do Pa-
raná.
1. Organização da Atenção Primária 
à Saúde (APS) no Planejamento e 
Programação da Atenção ao Pré-Natal
A equipe da APS deve ofertar outras ações de saúde, 
referentes à linha de cuidado materno-infantil, além do acesso 
da gestante ao pré natal na Unidade Básica de Saúde (UBS). A 
equipe precisa conhecer, ao máximo, a população adstrita de 
mulheres em idade fértil e, sobretudo, aquelas que demons-
trem interesse em engravidar e/ou já têm filhos e participam 
das atividades de planejamento reprodutivo. (BRASILª, 2012)
É importante que a equipe atente para a inclusão da 
parceria sexual na programação dos cuidados em saúde. O 
vínculo e o acolhimento da mulher e de sua parceria sexual 
oportunizam espaços de comunicação que podem favorecer 
o aconselhamento pré-concepcional, a detecção precoce da 
gravidez e o início precoce do pré-natal. (BRASILª, 2012)
Neste contexto, as equipes de atenção básica devem 
se responsabilizar pela população de sua área de abrangên-
cia, mantendo a coordenação do cuidado, mesmo quando a 
referida população necessitar de atenção em outros serviços 
do sistema de saúde. (BRASILª, 2012)
Assim, a partir da avaliação da necessidade de cada 
usuária, e seguindo orientações do protocolo local, o acesso a 
outras redes de atenção (Rede de Média e Alta Complexidade, 
Rede de Urgência e Emergência, Rede de Atenção Psicosso-
cial) deve ser garantido às gestantes, conforme a organização 
locorregional da linha de cuidado materno-infantil. (BRASILª, 
2012)
1.1 Acolhimento
A Política Nacional de Humanização toma o acolhi-
mento como postura prática nas ações de atenção e gestão 
das unidades de saúde, o que favorece a construção de uma 
relação de confiança e compromisso dos usuários com as 
equipes e os serviços, contribuindo para a promoção da cultu-
ra de solidariedade e para a legitimação do sistema público de 
saúde. (BRASILª, 2012)
O acolhimento da gestante na atenção básica implica 
a responsabilização pela integralidade do cuidado, a partir da 
recepção da usuária com escuta qualificada, favorecimento do 
vínculo e avaliação de vulnerabilidades, de acordo com o seu 
contexto social, entre outros cuidados. (BRASILª, 2012)
1.2 Condições Necessárias para a Atenção Pré-
Natal com Qualidade
Os “Dez Passos para o Pré-Natal de Qualidade na 
Atenção Básica” são (BRASILª, 2012):
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até 
a 12ª semana de gestação (captação precoce).
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e 
técnicos necessários à atenção pré-natal.
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurada a solicitação, 
realização e avaliação, em tempo oportuno, dos exames 
preconizados na atenção pré-natal.
4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de 
seus (suas) acompanhantes, considerando aspectos 
intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente 
um cuidado biológico.
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante 
para o atendimento pré-natal, quando necessário.
6° PASSO: É direito do (a) parceiro (a) ser cuidado (realização 
de consultas, exames e ter acesso a informações) antes, 
durante e depois da gestação: «pré-natal do (a) parceiro 
(a)».
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência 
especializada, caso seja necessário.
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto 
8
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
fisiológico, incluindo a elaboração do “Plano de Parto”.
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar 
previamente o serviço de saúde no qual irá dar à luz 
(vinculação).
10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os 
direitos garantidos por lei no período gravídico-puerperal.
1.3 O Papel da Atenção Primária à Saúde no 
Pré-natal e Puerpério
1.3.1 Competências da Atenção Primária à Saúde 
(UAP)
A equipe da UAP é responsável pela atenção às ges-
tantes e crianças residentes na sua área abrangência e devem:
•	 Inscrever	as	gestantes	no	pré	natal	e	cadastrá-las	
no SISPRENATAL.
•	 Vincular	as	gestantes	ao	hospital/maternidade,	de	
acordo com sua estratificação de risco.
•	 Solicitar	os	exames	da	rotina	pré-natal	da	Rede	
Mãe Paranaense e agendar consulta médica para 
avaliação dos resultados.
•	 Realizar	as	consultas	de	pré-natal,	conforme	
cronograma, avaliando, em cada consulta, possíveis 
alterações e mudança na estratificação de risco.
•	 Realizar	busca	ativa,	por	meio	de	visita	domiciliar,	e	
analisar as dificuldades de acesso às consultas ou 
exames preconizados e monitorar o uso efetivo da 
terapêutica instituída em cada caso.
•	 Imunizar	as	gestantes,	conforme	protocolo	do	
Ministério da Saúde.
•	 Encaminhar	as	gestantes	estratificadas	como	de	
Risco Intermediário ou de Alto Risco, por meio 
da Central de Regulação, para o ambulatório de 
referência (Centro Mãe Paranaense) e monitorar 
estas gestantes.
•	 Garantir	no	mínimo	07	consultas	de	pré-natal	e	01	
consulta no puerpério.
•	 Imunizar	as	crianças,	conforme	calendário	de	
imunização.
•	 Encaminhar	as	crianças	menores	de	01	(um)	ano,	
estratificadas como de Risco Intermediário ou de 
Alto Risco, para o Centro Mãe Paranaense e/ou 
ambulatório de referência, conforme protocolo.
1.3.2 Competências do Agente Comunitário de 
Saúde (ACS)
•	 Cadastrar	as	famílias	da	sua	microárea,	
identificando precocemente gestantes e crianças 
que ainda não estão cadastradas ou que 
necessitem de cuidados especiais.
•	 Orientar	as	gestantes	de	sua	área	de	atuação	sobre	
a importância de iniciar precocemente o pré natal, 
priorizando aquelas em situação de risco.
•	 Captar	as	gestantes	de	sua	área	de	atuação	e	
encaminhá-las à UAP para a inscrição no pré natal.
•	 Auxiliar	a	equipe	de	saúde	no	monitoramento	da	
gestante, por meio da visita domiciliar, priorizando 
as gestantes de Risco Intermediário e de Alto Risco.
•	 Realizar	busca	ativa	de	gestantes	e	crianças	que	
não compareceram à UAP para acompanhamento.
•	 Captar	as	puérperas	para	consultas	pós-parto,	
priorizando aquelas com risco reprodutivo.
•	 Realizar	visita	domiciliar	precoce	para	os	recém,que tiveram alta hospitalar.
•	 Observar,	também	na	visita	do	recém-nato,	se	
os procedimentos de triagem neonatal (teste do 
pezinho, teste da orelhinha, teste do olhinho e 
teste do coraçãozinho) foram realizados antes da 
alta hospitalar, caso contrário, retorno na UAP, o 
mais breve possível, para os encaminhamentos 
necessários.
•	 Incentivar	o	aleitamento	materno	exclusivo	–	ACS	
“Amigo do Peito”.
•	 Garantir	o	retorno	das	crianças	para	vacinações	e	
controle de puericultura.
•	 Acompanhar	todas	as	crianças	de	risco	durante	o	
primeiro ano de vida, informando a equipe sinais 
de risco social, biológico, clínico e/ou situações de 
violência.
1.3.3 Competências da Equipe de Saúde
•	 Conhecer	as	microáreas	de	risco,	com	base	nos	
dados demográficos, socioeconômicos, culturais, 
meio ambiente e morbimortalidade, coletados no 
cadastramento.
•	 Acompanhar	as	famílias	da	microárea	de	risco	em	
suas casas (visita domiciliar), na UAP (atendimento), 
em associações, escolas, ONGs, entre outras, 
visando estabelecer parcerias e auxiliando na busca 
por melhor qualidade de vida para a comunidade.
•	 Estabelecer	a	programação	das	atividades	de	
prevenção, educação em saúde e assistência, a 
partir dos problemas priorizados, dos objetivos a 
serem atingidos, das atividades a serem realizadas, 
das metas a serem alcançadas, dos recursos 
necessários e do tempo despendido com tais 
atividades.
•	 Identificar	fatores	de	risco	para	a	gestante	e	o	feto,	
por meio de antecedentes familiares e pessoais, 
9
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
com as famílias das microáreas definidas como 
risco social.
•	 Cadastrar	a	gestante,	o	mais	precoce	possível,	
e alimentar o SISPRENATAL por ocasião das 
consultas.
•	 Marcar	consulta	de	avaliação	com	a	Equipe	de	
Saúde Bucal.
•	 Manter	a	Carteira	da	Gestante	preenchida,	de	forma	
legível e completa, com as informações principais 
sobre o curso da gravidez, anotando os riscos, 
quando existirem. Trata-se de um instrumento 
dinâmico que deve ser atualizado a cada consulta, 
servindo de elo de comunicação entre as consultas 
e os atendimentos posteriores, inclusive na atenção 
hospitalar. Assim, a gestante deve ser orientada a 
estar sempre portando a sua Carteira.
•	 Realizar	visita	domiciliar	precoce	para	puérperas	
e os recém nascidos que até o 5º dia pós alta 
hospitalar e agendar consulta na UBS.
•	 Realizar	atendimento	domiciliar	(avaliação,	
execução de procedimentos, tratamento 
supervisionado, orientação, etc.) das gestantes, 
puérperas e crianças da microárea.
•	 Assistir	às	gestantes,	puérperas	e	crianças,	
por meio de atendimento programado e/ou 
intercorrências, e monitoramento dos casos de 
risco.
•	 Acompanhar	o	crescimento	e	o	desenvolvimento	
da criança, programando as consultas necessárias, 
incluindo consulta odontológica para o bebê.
•	 Registrar	na	Carteira	da	criança	todos	os	dados	
necessários para o seu acompanhamento, 
relacionados ao desenvolvimento, intercorrências e 
procedimentos realizados até os 05 (cinco) anos de 
idade. O início do preenchimento deverá ocorrer na 
atenção hospitalar, quando todas as informações 
sobre o parto e o nascimento devem ser registradas 
e entregues à mãe. A mãe deve ser orientada 
a portar a Carteira da Criança sempre que se 
direcionar a qualquer serviço de atenção à saúde.
•	 Acompanhar	a	criança	de	risco	até	um	ano	de	vida.
•	 Incentivar	o	aleitamento	materno	exclusivo	e	o	
retorno das crianças para vacinação e controle de 
puericultura.
•	 Acompanhar	os	indicadores	relativos	à	área	de	
abrangência da UAP e que constam do Painel de 
Bordo da Rede Mãe Paranaense.
1.4 O Papel da Atenção Primária no Incentivo 
ao Parto Normal
A gestação e nascimento são processos de vida que 
envolve mulheres, famílias, comunidade e profissionais de 
saúde. Neste período, a realização do Pré-Natal propicia que 
mulher e família estreitam sua convivência com a equipe de 
saúde da Atenção Primária. Neste sentido os profissionais têm 
papel fundamental na construção do vínculo e da realização 
de educação em saúde que possam prepará-los para a che-
gada do bebê de forma humanizada.
Atender de forma humanizada prevê respeito às es-
colhas desta mulher e família, que livremente informados e 
esclarecidos pela equipe de saúde, poderão decidir e se cor-
responsabilizar em seu autocuidado assistido.
As Redes de Atenção são ferramentas importantes 
para a sistematização do uso de dados epidemiológicos como 
ponto inicial para estratégias de ação e propicia o apoio e tro-
ca de experiências exitosas de forma mútua entre as diferentes 
esferas.
Neste cenário podemos elencar ações estratégicas a 
serem realizadas pela equipe da Atenção Primária com vistas 
ao incentivo do Parto Normal :
•	 Aprimorar	o	acesso	ao	planejamento	familiar	
minimizando a ocorrência de gestações 
indesejadas;
•	 Realizar	a	captação	precoce	da	gestante	para	início	
do acompanhamento Pré-Natal;
•	 Levantar	perfil	epidemiológico	local	para	proposição	
de ações estratégicas na Saúde da Mulher e 
incentivo ao parto normal condizentes com a 
população assistida pela UBS;
•	 Estimular	e	incentivar	ações	em	rede,	com	a	
participação dos diferentes setores da saúde no 
sentido de informar a população sobre o parto 
normal;
•	 Organizar	grupos	de	trabalho	e	discussão	entre	os	
profissionais da equipe abordando temas como: 
tipos de parto, fisiologia e etapas do parto normal, 
papel da equipe da Atenção Primária e hospitalar 
na Assistência ao Parto, Boas Práticas na Atenção 
ao Parto, entre outros, embasados em Evidências 
Científicas;
•	 Utilizar	materiais	didáticos	e	Evidências	Científicas	
de entidades e banco de dados confiáveis como 
fonte de informação para o planejamento de ações 
estratégicas no incentivo ao parto normal;
•	 Manter	relação	respeitosa	com	a	gestante	e	
sua família, propiciando ambiente acolhedor, 
privacidade e autonomia da mulher nas decisões 
relacionadas à sua gestação e parto;
10
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
•	 Incentivar	a	visita	da	gestante	e	acompanhante	(de	
preferência aquele que a gestante deseja que esteja 
com ela durante sua permanência no hospital) á 
maternidade de referência. Pode ser estimulado o 
acompanhamento de um profissional de saúde da 
UBS nesta visita;
•	 Produzir	materiais	informativos	que	atendam	as	
necessidades locais, que podem ser construídos 
em conjunto entre profissionais e população 
assistida;
•	 Manter	calendário	de	planejamento	para	realização	
de Educação em Saúde com temas afins ao Parto 
Normal;
•	 Realizar	grupos	para	gestantes	e	outros	
interessados abordando temas afins ao processo 
de nascimento, como: Tipos de Parto, fisiologia e 
fases do parto normal, a relação entre o trabalho de 
parto e a dor, boas práticas obstétricas e neonatais 
segundo a Organização Mundial da Saúde e 
Ministério da Saúde, a presença do acompanhante 
no trabalho de parto, a relação entre o tipo de parto 
e a amamentação, identificação das contrações 
uterinas e reconhecimento dos sinais e sintomas do 
trabalho de parto, sinais de risco durante gestação 
e trabalho de parto, entre outros.
•	 Uso	de	metodologias	lúdicas	na	Educação	em	
Saúde;
•	 Troca	de	experiências	exitosas	entre	equipes	da	
Atenção Primária no incentivo ao Parto Normal.
2. Acompanhamento Pré-natal
A avaliação e a Estratificação de Risco da gestação, 
definidos na Linha Guia Mãe Paranaense, devem acontecer 
na primeira e nas demais consultas do pré-natal, permitindo 
a orientação e os encaminhamentos adequados em cada mo-
mento da gravidez. Deve ser garantidoo acesso da gestante 
aos serviços de atenção especializada à gestação de risco, 
conforme desenho da Rede de Atenção Materno Infantil Mãe 
Paranaense.
Vale reforçar que, mesmo encaminhando a gestante 
a outro nível de atenção, a equipe de saúde da unidade bási-
ca, continua responsável pelo cuidado a esta gestante.
Compete às equipes de Atenção Primária à Saúde, o 
processo de vinculação da gestante ao serviço de referência 
para o parto. Nas Unidades de Saúde, a gestante deve ser in-
formada e referenciada para o serviço hospitalar que realizará 
o parto, e esta informação deve constar na Carteira da Ges-
tante. A UAP deve entrar em contato com o serviço hospitalar 
para programar uma visita guiada, da gestante e do acompa-
nhante, no hospital, e esta visita deve acontecer até o 6º mês 
de gestação.
2.1 Consultas
A primeira consulta deve ser realizada o mais pre-
cocemente possível, ou até o final do 3º mês de gestação, 
garantindo no mínimo 07 (sete) consultas durante a gravidez 
e 01 (uma) no puerpério, resultando no mínimo em 08 con-
sultas para o atendimento da gestante/puérpera, na seguinte 
proporção:
•	 02	(duas)	no	primeiro	
trimestre;
•	 02	(duas)	no	segundo	
trimestre;
•	 03	(três)	no	terceiro	
trimestre da gestação;
•	 01	(uma)	no	puerpério.
A primeira consulta cor-
responde ao cadastro, onde 
o médico ou a enfermei-
ra que atender a gestante 
deve solicitar os primeiros 
exames de rotina.
2.1.1 Componentes da Consulta
•	 Anamnese:	história	clínica	(geral	e	obstétrica),	
condições e hábitos de vida;
•	 Exame	Físico	(geral	e	ginecológico/obstétrico);
•	 Preenchimento	completo	e	legível	do	prontuário	e	
da Carteira da Gestante;
•	 Preenchimento	da	Ficha	de	Identificação	e	Clínica	
do SISPRENATAL;
•	 Solicitação	de	exames	da	rotina	pré-natal	(Quadro	
1);
•	 Orientação,	avaliação	dietética	e	prescrição,	de	
acordo com a necessidade.
11
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
2.2 Exames da Rotina Pré-Natal recomendados
QUADRO	1	–	Exames	da	rotina	pré-natal	recomendados	na	Rede	Mãe	Paranaense
ROTINA DE PRÉ-NATAL
Exames
1º Trimestre
(1ª Consulta)
2º Trimestre 3º Trimestre
TESTE RÁPIDO DE GRAVI-
DEz
x
TESTE RÁPIDO PARA HIV* 
ou PESQUISA DE ANTI-
CORPOS ANTI-HIV1 + HIV2 
(ELISA)
x x x
TESTE RÁPIDO PARA SíFILIS
(TESTE TREPONêMICO)
x x x
VDRL* (TESTE NÃO TREPO-
NêMICO)
x x x
FTA-Abs ou CMIA (TESTES 
TREPONêMICOS)**
x x x
TESTE RÁPIDO PARA DOSA-
GEM DE PROTEINÚRIA
A critério médico
TIPAGEM SANGUíNEA x
PESQUISA FATOR RH x
ELETROFORESE DE HEMO-
GLOBINA
x
HEMATOCRITO x x
URINA I x x x
CULTURA DE BACTERIAS A critério médico A critério médico A critério médico
DOSAGEM DE HEMOGLO-
BINA
x
DOSAGEM DE GLICOSE x x
PESQUISA DE ANTIGENO 
DE SUPERFíCIE DO VIRUS 
DA HEPATITE B (HBS AG)
x
ULTRA-SONOGRAFIA OBS-
TETRICA
x
ExAME CITOPATOLÓGICO 
CÉRVICO-VAGINAL/MICRO-
FLORA
x
TOxOPLASMOSE (IgG e IgM) x x x
TESTE DE AVIDEz DE IgG 
PARA TOxOPLASMIOSE***
*** *** ***
TESTE INDIRETO DE ANTI-
GLOBULINA HUMANA (TIA)
x
PARASITOLOGICO DE 
FEzES
x
Nota: * O VDRL, como triagem para sífilis, deve ser realizado apenas em municípios que não dispõe de teste rápido, pois este 
exame apresenta risco de resultado falso negativo.
 ** O FTA-Abs e o CMIA são testes que devem ser realizados para confirmação de resultados reagentes do teste rápido e 
de VDRL ou, ainda, podem substituir o teste rápido.
 *** Este exame deve ser realizado, em caso de IgG e IgM reagentes para toxoplasmose, preferencialmente na mesma 
amostra de sangue da 1ª coleta e antes da 16ª semana de gestação.
12
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
2.3 Outros exames complementares 
recomendados
•	 Avaliação	da	saúde	bucal:	preferencialmente	no	1º	
trimestre;
•	 Ultrasonografia	obstétrica(US):	realizar	US	
preferencialmente no 1º trimestre (período mais 
adequado para precisar a idade gestacional) ou até 
a 24ª semana de gestação, e repetir na presença de 
intercorrências (a critério médico);
•	 Exame	para	detecção	de	Tuberculose,	para	
gestante HIV positivo.
3. Intercorrências Clínicas e Obstétricas, 
mais freqüentes na Gestação, que podem 
ser identificadas por meio da Avaliação 
Clínica e/ou dos Exames da Rotina Pré-
Natal
3.1 Síndromes Hipertensivas na Gestação 
(BRASILª, 2012)
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a doença 
que mais frequentemente complica a gravidez, presente em 
5% a 10% das gestações, sendo uma das principais causas de 
morbimortalidade materna e perinatal.
A definição de hipertensão na gravidez considera os 
valores absolutos de PA sistólica > 140 mmHg e/ou diastólica 
de > 90mmHg. O diagnóstico deve ser realizado por medidas 
seriadas dos níveis pressóricos, em condições ideais, durante 
o acompanhamento pré-natal, ao menos em três ocasiões. A 
PA diastólica deve ser identificada pela fase V de Korotkoff.
Existem vários fatores que aumentam o risco da ges-
tante ter hipertensão arterial: primiparidade, diabetes mellitus, 
gestação gemelar, história familiar de pré-eclâmpsia e eclâmp-
sia, hipertensão arterial crônica, pré-eclâmpsia sobreposta em 
gestação prévia, hidropsia fetal (não imune), gestação molar, 
nova paternidade.
Outros sinais de alerta para o aparecimento da hiper-
tensão são: IMC > 25,8; idade materna maior do que 35 anos, 
uso de método anticoncepcional de barreira, aborto prévio, 
ganho excessivo de peso. (BRASILª, 2012)
Segundo as “VI Diretrizes Brasileiras de Hiperten-
são”, a HAS na gestação é classificada nas seguintes catego-
rias principais:
•	 Hipertensão	crônica:	estado	hipertensivo	registrado	
antes do início da gestação, no período que 
precede a 20ª semana de gravidez ou além de doze 
semanas após o parto. Esta condição não está 
associada a edema e proteinúria (salvo se houver 
dano renal antes da gravidez) e persiste depois de 
12 semanas após o parto.
•	 Hipertensão	gestacional:	aumento	da	pressão	
arterial que ocorre após a 20ª semana de gestação, 
mais frequentemente perto do parto ou no 
puerpério imediato, sem proteinúria.
•	 Pré-eclâmpsia:	aparecimento	de	hipertensão	e	
proteinúria (300mg ou mais de proteína em urina de 
24h), após 20 semanas de gestação, em gestante 
previamente normotensa. É uma desordem 
multissistêmica, idiopática, específica da gravidez 
humana e do puerpério, relacionada a um distúrbio 
placentário que cursa com vasoconstricção 
aumentada e redução da perfusão. O edema 
atualmente não faz mais parte dos critérios 
diagnósticos da síndrome, embora frequentemente 
acompanhe o quadro clínico.
•	 Eclâmpsia:	corresponde	à	pré-eclâmpsia	
complicada por convulsões que não podem ser 
atribuídas a outras causas.
•	 Pré-eclâmpsia	superposta	à	HAS	crônica:	é	definida	
pela elevação aguda da PA, a qual se agregam 
proteinúria, trombocitopenia ou anormalidades 
da função hepática, em gestantes portadoras de 
HAS crônica, com idade gestacional superior a 20 
semanas.
A avaliação seriada da PA deve ser realizada conco-
mitante com o acompanhamento do ganho de peso súbito e/
ou a presença de edema, principalmente a partir da 24ª sema-
na. Gestantes com ganho de peso superior a 500g por sema-
na, mesmo sem aumento da pressão arterial, devem ter seus 
retornos antecipados, considerando-se maior risco de pré-e-
clâmpsia. BRASILª, 2012
Complicações (BRASILª, 2012)
–	 Descolamento	 Prematuro	 de	 Placenta:	 Incide	 em	
0,5 a 3,0% das gestações, com altos índices de mortalidade 
perinatal e materna. Diagnóstico é, preferencialmente, clínico: 
dor abdominal súbita (intensidade variável); sangramento (ver-
melho-escuro, com coágulos; pouca quantidade, incompatível 
com quadromaterno de hipotensão ou de choque; às vezes 
sangramento oculto); taquihipersistolia (fase inicial); útero hi-
pertônico, doloroso, sensível às manobras palpatórias; bati-
mentos cardíacos fetais alterados ou ausentes; condições ge-
rais maternas variáveis (desde palidez de pele e mucosas até 
choque e distúrbios da coagulação sanguínea).
–	Síndrome	Hellp:	Acomete	4%	a	12%	de	gestantes	
com pré-eclâmpsia ou eclampsia, decorrente de vasoespas-
mo no fígado materno; grave. Sintomatologia pobre, podendo 
ocorrer mal-estar, epigastralgia ou dor no hipocôndrio direito, 
13
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
náuseas, vômitos, perda de apetite e cefaléia. Confirmação 
diagnóstica é laboratorial:
•	 plaquetopenia:	<	100.000	plaquetas/mm3
•	 hemólise:	esquizócitos	no	sangue	periférico
•	 aumento	de	enzimas	hepáticas:	–	Desidrogenase	
láctica/DLH > 600U/l
–	Bilirrubina	total	>	1,2mg/dl
–	TGO	>	70U/l
Gestantes que apresentem os quadros clínicos acima 
descritos devem ser encaminhadas para urgência obstétrica, 
para avaliação e conduta.
Tratamento
•	 Agudo:	urgência	ou	emergência	hipertensiva;	
requer hospitalização, monitoramento intensivo, 
antecipação do parto e administração parenteral 
de antihipertensivos (hidralazina) e/ou de sulfato 
de magnésio (prevenção da eclâmpsia, grau de 
recomendação A).
•	 A	longo	prazo:	para	gestantes	com	pré-eclâmpsia	
com quadro estabilizado, sem necessidade de parto 
imediato. Indicado tratamento anti-hipertensivo por 
via oral. Não se recomenda anti-hipertensivo para 
HAS	com	valores	de	PA	<	150/100mmHg	associada	
à pré-eclâmpsia ou à hipertensão crônica.
A metildopa é a droga preferencial como terapia de 
primeira linha, por ser a mais bem estudada e por não haver 
evidência de efeitos deletérios para o feto.
 Podem ser utilizados também os bloqueadores beta 
(risco RCIU) e alfa adrenérgicos, assim como os antagonistas 
do cálcio (nifedipino, anlodipino e verapamil). Diuréticos são 
seguros e eficazes, quando indicados, em especial nas hiper-
tensão crônicas que já os utilizavam antes da gestação.
Atribuição da Atenção Primária à Saúde na atenção 
às Síndromes Hipertensivas na Gestação
Os profissionais de saúde que atendem pré-natal na 
atenção primária devem estar atentos aos fatores predispo-
nentes ao aparecimento da hipertensão na gestação ou ao 
agravamento de condição hipertensiva pré-existente.
A gestante identificada como hipertensa na APS, em 
qualquer das categorias de síndrome hipertensiva supra-rela-
cionadas, deverá ser estratificada como gestante de alto risco, 
devendo ser vinculada para realização de pré-natal e do parto 
em serviço de referência para gestação de alto risco.
Iniciar tratamento anti-hipertensivo, ainda na APS, 
quando indicado, concomitante ao encaminhamento para o 
serviço especializado, conforme as orientações elencadas 
neste Caderno.
Vale reforçar que, mesmo após o encaminhamento 
para serviço de atenção à gestação de alto risco, a equipe de 
saúde da unidade básica continuará responsável pelo cuidado 
a esta gestante.
Recomenda-se realizar acompanhamento do estado 
nutricional e ganho ponderal da gestante, por meio de curvas 
de IMC específicos para esta população, incluindo orientações 
sobre alimentação equilibrada, com a finalidade de redução 
do risco de hipertensão e diabetes durante o ciclo grávido
-puerperal.
QUADRO	2	 –	Ganho	ponderal	 (kg)	 recomendado	durante	 a	
gestação, segundo o estado nutricional inicial
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Baixo Peso 
(BP)
2,3 0,5 12,5-18,0
Adequado 
(A)
1,6 0,4 11,5-16,0
Sobrepeso 
(S)
0,9 0,3 7,0-11,5
Obesidade 
(O)
- 0,3 7,0
Fonte:WHO, 1995 in BRASIL 2011
3.2 Diabetes na Gestação
O diabetes mellitus é uma doença metabólica crô-
nica, caracterizada por hiperglicemia. Os sintomas clássicos 
são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso. 
Outros sintomas que levantam a suspeita clínica são: fadiga, 
fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar e infecções de re-
petição. Algumas vezes, o diagnóstico é feito a partir de com-
14
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
plicações crônicas, como neuropatia, retinopatia ou doença 
cardiovascular aterosclerótica (BRASILa, 2012)
O diabetes mellitus associado à gravidez pode ser 
classificado como:
•	 Diabetes	Gestacional:	diagnosticado	durante	a	
gravidez
•	 Diabetes	Pré-gestacional:	diabetes	prévio	à	
gravidez: tipo1, 2 ou outros.
Diabetes mellitus Gestacional (DMG): alteração no 
metabolismo dos carboidratos, resultando em hiperglicemia 
de intensidade variável, diagnosticada pela primeira vez ou 
iniciada durante a gestação, podendo ou não persistir após 
o parto. (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2004; WHO, 
2006 in Ministério da Saúde, 2012). É o problema metabólico 
mais comum na gestação e tem prevalência entre 3% e 13% 
das gestações (BRASILa, 2012)
No Brasil, cerca de 7% das gestações são complica-
das pela hiperglicemia gestacional, sendo que a obesidade, 
especialmente a visceral, é um dos fatores mais importantes 
para o desenvolvimento do diabetes. (SBD, 2014)
Fatores de risco para o desenvolvimento do DMG : 
idade materna de 35 anos ou mais; sobrepeso, obesidade ou 
ganho excessivo de peso na gravidez atual; deposição cen-
tral excessiva de gordura corporal; história familiar de diabe-
tes em parente de primeiro grau; crescimento fetal excessivo, 
polidrâmnio; hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; 
antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, mal-
formações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG; 
síndrome de ovários policísticos; baixa estatura (menos de 
1,5m). (SBD, 2014)
Diagnóstico
O rastreamento para DMG deve ser oferecido a toda 
gestante durante o pré-natal (BRASILa, 2012), independente 
de histórico prévio de diabetes. (SBD, 2014):
Caso o valor encontrado da glicemia de jejum, re-
alizada no primeiro trimestre da gestação, seja ≥ 126 mg/dl, 
diagnostica-se diabetes mellitus pré-gestacional.
Caso glicemia de jejum seja ≥	92	mg/dl	e	<	126	mg/
dl, diagnostica-se DMG.
 Em ambos os casos, deve ser confirmado o resulta-
do com uma segunda dosagem da glicemia de jejum. (SBD, 
2014)
Duas glicemias plasmáticas de jejum > 126mg/dl 
confirmam o diagnóstico, sem o teste oral de tolerância à gli-
cose (TOTG).(BRASILb, 2012).
As “Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 
2014” recomendam a investigação de DMG em todas as ges-
tantes sem diagnóstico prévio de diabetes, por meio do TOTG 
entre a 24ª e 28 semanas de gestação, antecedido por dieta 
sem restrição de carboidratos ou com, no mínimo, ingestão de 
150 g de carboidratos nos três dias anteriores ao teste, com 
jejum de 8 horas, com a seguinte interpretação de resultados:
QUADRO	3	–	Diagnóstico	de	DMG	com	TOTG	com	ingestão	
de 75g de glicose
OMS¹ NIH/2012*
INTERNATIONAL 
ASSOCIATION 
OF THA DIABETES 
AND PREGNANCY 
STUDY GROUPS** 
(IADPSG, 2010) 
DA/2011 SBD/2011
Jejum 	– 95 mg/dl 92 mg/dl
1 hora 	– 180 mg/dl 180 mg/dl
2 horas 140 mg/dl 155 mg/dl 153 mg/dl
* Dois valores alterados confirmam o diagnóstico.
** Um valor alterado já confirma o diagnóstico.
OMS: Organização Mundialde Saúde; NIH: National 
Institute of Health/USA; ADA: American Diabetes Association; 
SBD: Sociedade Brasileira de Diabetes
Atribuição da Atenção Primária à Saúde na aten-
ção à mulher com Diabetes Mellitus pré-existente ou com 
Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)
 As equipes da APS devem estar atentas para identificação 
das mulheres diabéticas que planejam engravidar, visando 
à compensação metabólica, pré-concepção, assim como a 
avaliação da presença de complicações crônicas da doença 
e orientação especializada, com a finalidade de prevenção de 
malformações fetais, incluindo, ainda, o uso rotineiro de ácido 
fólico. (BRASILb, 2012)
É importante que essas mulheres engravidem com 
níveis glicêmicos adequados, com o objetivo de prevenir as 
malformações fetais associados à hiperglicemia periconcep-
cional, bem como as demais complicações maternas e fetais 
associadas à gravidez, sendo que as mulheres diabéticas com 
nefropatia ou vasculopatia devem ser orientadas a não engra-
vidar. (BRASILb, 2012)
Recomenda-se realizar acompanhamento do estado 
nutricional e ganho ponderal da gestante, por meio de curvas 
de IMC específicos para esta população, incluindo orientações 
sobre alimentação equilibrada, com a finalidade de redução 
da morbimortalidade materno-infantil.
Na Rede de Atenção Materno Infantil do Paraná, re-
comenda-se a realização do exame de Dosagem de Glicose, 
para gestante de risco habitual, no primeiro e terceiro trimes-
tres de gestação.
 Para as gestantes estratificadas como de risco inter-
mediário ou alto risco, a Dosagem de Glicose deve ser realiza-
15
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
da a cada trimestre de gestação, e Teste Oral de Tolerância à 
Glicose (TOTG) com 75g, a critério médico.
Toda gestante com diagnóstico confirmado de Dia-
betes deve ser encaminhada para realização de pré-natal e 
parto em serviço de referência para gestação de alto risco. No 
entanto, a equipe da APS deve manter acompanhamento na 
UBS de origem, objetivando maior controle e aderência aos 
tratamentos preconizados pela equipe do ambulatório de alto 
risco, bem como para as demais orientações em saúde.
A maioria das gestantes com DMG responde bem so-
mente à dieta e aos exercícios físicos. Portanto, a equipe da 
APS deve orientar e incentivar a gestante, principalmente as 
sedentárias, a iniciar um programa de caminhadas regulares. 
Gestantes que já praticavam exercícios regularmente devem 
ser incentivadas a mantê-los, evitando os de alto impacto. 
(BRASILb, 2012)
Orientação Dietética
•	 O	valor	calórico	total	prescrito	deve	ter	40%	a	
45% de carboidratos (exceto os de absorção 
rápida), 15% a 20% de proteínas e 30% a 40% de 
gorduras sais minerais e vitaminas, em quantidades 
adequadas. (SBD, 2014),
•	 A	quantidade	de	quilocalorias	deve	ser	calculada	
utilizando o peso da gestante, por ocasião do 
ingresso ao pré-natal. Para cada quilo de peso 
se oferecem 30kcal por dia (com limites de 1.800 
a 3.000), divididas em sétimos, pois a gestante 
deverá fracionar as calorias em cinco partes do dia. 
De rotina, oferece-se um sétimo a cada refeição 
pequena (café da manhã, lanche da tarde e ceia), 
e dois sétimos nas refeições maiores (almoço e 
jantar). (FEBRASGO, 2011).
o Exemplo: Gestante com 70 Kg. Multiplica por 
30kcal = 2.100 kcal por dia. Divide por 7 = 300 
Kcal por refeição. Então, multiplica 300 kcal por 
2= 600 Kcal nas duas refeições maiores (almoço 
e jantar) e 300Kcal a cada refeição pequena 
(café da manhã, lanche da tarde e ceia).
•	 O	cálculo	do	valor	calórico	total	da	dieta	pode	ser	
feito também de acordo com o índice de Massa 
corporal (IMC) e visa a permitir ganho de peso em 
torno de 300 g a 400 g por semana, a partir do 
segundo trimestre de gravidez. (SBD, 2014)
•	 Adoçantes	artificiais	(aspartame,	sacarina,	
acessulfame-K e sucralose) podem ser utilizados 
com moderação. (SBD, 2014)
Alertar às gestantes em insulinoterapia sobre o risco 
de hipoglicemia, em especial durante a noite e madrugada, 
e estabelecer medidas de prevenção. Orientar seus parceiros 
e familiares sobre como prestar os primeiros socorros nesta 
situação. (SBD, 2014). A gestante com sintomas de hipoglice-
mia deverá ser orientada a ingerir um copo de leite com açúcar 
e procurar a UBS mais próxima (BRASILb, 2012)
Reavaliar pacientes com DMG em 4 a 6 semanas 
após o parto para classificá-las como: DM, glicemia de jejum 
alterada, tolerância à glicose diminuída ou normoglicemia. Na 
maioria dos casos, há reversão para a tolerância normal após 
a gravidez, porém ha 10% a 63% de risco de desenvolver DM 
tipo 2, dentro de 5 a 16 anos após o parto. (SBD, 2014)
3.3 Sífilis
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bacté-
ria Treponema palidum, sistêmica, decorrente de transmissão 
sexual ou materno-fetal, com evolução crônica, mas sujeita a 
surtos de agudização e períodos de latência clínica, de menor 
ou maior tempo de duração.
A sífilis pode ser classificada como adquirida ou con-
gênita. Se o tempo de evolução da doença é inferior a um 
ano, trata-se de sífilis adquirida recente (primária, secundaria 
e latente recente) e, se superior a dois anos, sífilis adquirida 
tardia (latente tardia e terciária). Por sua vez, a sífilis congênita 
classifica-se em recente (diagnóstico até o 2º ano de vida) e 
tardia (diagnóstico após o 2º ano de vida) (BRASILb, 2006)
A mulher com vida sexual ativa tem probabilidade de 
infectar-se ou reinfectar-se, com o treponema, a qualquer mo-
mento e, assim, transmitir a doença, quando gestante, para o 
seu filho. As medidas de controle devem, portanto, abranger 
outros momentos antes da gravidez como consulta para pla-
nejamento reprodutivo, prevenção do câncer, etc., na gesta-
ção e na admissão à maternidade, seja para a realização do 
parto, para curetagem por abortamento ou qualquer intercor-
rência. (BRASILb, 2006)
Quadro Clínico
•	 Sífilis	Primária	ou	Cancro	Duro:
O cancro duro caracteriza-se pela presença de lesão 
erosada ou ulcerada, geralmente única, pouco dolorosa, com 
base endurecida, fundo liso, brilhante e pouca secreção sero-
sa. A lesão aparece entre 10 e 90 dias (média de 21 dias), após 
o contato sexual infectante. É acompanhada de adenopatia 
regional não supurativa, móvel, indolor e múltipla. (BRASILb, 
2006)
•	 Sífilis	Secundária:
Caracteriza-se pela presença de lesões cutâneo-mu-
cosas, de 6 a 8 semanas após o aparecimento do cancro duro. 
As lesões são geralmente acompanhadas de poliadenopatia 
generalizada e, ocasionalmente, há artralgia, febrícula, ce-
faléia e adinamia. Mais raramente, observa-se comprometi-
16
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
mento hepático e ocular, como uveíte. Dentre essas lesões, 
são comuns (BRASILb, 2006):
⇒ Manchas eritematosas (roséolas), de aparecimento 
precoce, podendo formar exantema morbiliforme;
⇒ Pápulas de coloração eritemato-acastanhada, 
lisas a príncipio e, posteriormente, escamosas, 
conhecidas como sifílides papulosas. A localização 
dessas lesões nas superfícies palmo-plantares 
sugere fortemente o diagnóstico de sífilis 
secundária;
⇒ Alopécia, mais observada no couro cabeludo e nas 
porções distais das sobrancelhas;
⇒ Lesões elevadas em platô, de superfície lisa, nas 
mucosas;
⇒ Lesões pápulo-hipertróficas nas regiões de dobras 
ou de atrito (condiloma plano).
•	 Sífilis	Latente	(Recente	e	Tardia):
É a forma da sífilis adquirida na qual não se observa 
sinais e sintomas clínicos e, portanto, tem o seu diagnóstico 
feito apenas por meio de testes sorológicos. (BRASILb, 2006)
•	 Sífilis	Terciária
Os sinais e sintomas geralmente aparecem de 3 a 12anos ou mais após o início da infecção, principalmente por 
lesões cutâneo-mucosas, alterações neurológicas, cardiovas-
culares e osteo-articulares. (BRASILb, 2006)
Não se observa, usualmente, treponemas nas lesões 
da fase terciária e as sorologias apresentam, usualmente, títu-
los baixos.
•	 Sífilis	Congênita
•	 Recente	(diagnóstico	até	o	2º	ano	de	vida):	os	
principais sinais são baixo peso, prematuridade, 
choro ao manuseio, coriza sanguinolenta, 
obstrução nasal, hepatoesplenomegalia, icterícia, 
anemia severa, edema, osteíte ou osteocondite, 
pseudoparalisia de membros, pneumonia, fissura 
peribucal, pênfigo palmo-plantar, condiloma plano e 
outras alterações cutâneas. (CURITIBA, 2004)
•	 Tardia	(diagnóstico	após	o	2º	ano	de	vida):	
nariz em sela, dentes de Hutchinson (incisivos 
superiores deformados) , mandíbula curta, arco 
palatino elevado, ceratite intersticial, tíbia em 
lâmina de sabre, surdez neurológica e déficit na 
aprendizagem. (CURITIBA, 2004)
Diagnóstico e Tratamento
•	 Testes	treponêmicos:	testes	sensíveis	e	específicos,	
utilizados para screening e confirmação de infecção 
treponêmica. Podem permanecer detectáveis 
indefinidamente, podendo significar uma infecção 
tratada anteriormente; neste caso, o teste não 
treponêmico pode confirmar uma re-infecção. 
As técnicas para pesquisa de anticorpos contra 
o treponema podem ser: quimioluminescência 
(CMIA), imunofluorescência indireta (FTA-Abs), 
ensaio imunoenzimático (Elisa ou EIE), aglutinação 
passiva TPHA ou (MHA-TP), western blot e 
imunocromatografia.
 Além destes testes séricos, o teste rápido para sífilis 
é treponêmico e detecta anticorpos específicos por imunocro-
matografia.
•	 Teste	não-treponêmicos:	Utilizados	para	triagem	e	
monitoramento da infecção (quantitativo), tendem 
a negativação após o tratamento e, por isso, são 
utilizados no seguimento após tratamento. As 
técnicas são: VDRL e RPR. Estes testes podem 
ser falso negativo e falso positivo, devendo ser 
confirmados com um teste treponêmico (BRASILb, 
2012)
*** IMPORTANTE:
EM GESTANTE COM HISTÓRIA PRÉVIA DE SíFILIS, TRA-
TADA OU NÃO, NÃO É RECOMENDADA OU NECESSÁRIA 
A REALIzAÇÃO DO TESTE RÁPIDO PARA DETECÇÃO DE 
SíFILIS, POIS O MESMO CERTAMENTE SERÁ POSITIVO.
 NESTE CASO, RECOMENDA-SE REALIzAR VDRL QUAN-
TITATIVO PARA AVALIAR A NECESSIDADE OU NÃO DE 
TRATAMENTO.
QUADRO	4	–	Tratamento	da	Sífilis	Adquirida
Sífilis Primária (cancro duro)
Penicilina G. Benzatina 
2.400.000 UI, via 
intramuscular, em dose 
única (1,2 milhão UI, em 
cada glúteo). Dose total 
2.400.000 UI.
Sífilis Recente ou menos 
de um ano (secundária e 
latente)
Penicilina G. Benzatina 
2.400.000 UI, via 
intramuscular, (1,2 milhão 
UI, em cada glúteo). Repetir 
após 01 semana. Dose total 
4.800.000 UI.
Sífilis Tardia (latente e 
terciária) ou com duração 
ignorada
Penicilina G. Benzatina 
2.400.000 UI, via 
intramuscular (1.2 milhão 
UI, em cada glúteo). 
Repetir semanalmente, até 
completar 03 semanas. 
Dose total 7.200.000 UI.
Gestante com HIV, em 
qualquer fase clínica da 
sífilis
Fonte: (BRASILb, 2006)
17
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
Ações a serem desenvolvidas na APS para prevenção da 
Sífilis na população feminina
•	 Informar	a	população	sobre	as	DST´s,	incluindo	a	
infecção por HIV/AIDS.
•	 Aconselhar	e	testar	para	sífilis	(VDRL),	as	mulheres	
em idade reprodutiva e seus parceiros.
•	 Aconselhar	e	testar	para	sífilis,	e	para	o	HIV	(com	o	
seu consentimento), as mulheres que manifestem 
intenção de engravidar (o planejamento reprodutivo 
é o momento oportuno para essa ação).
•	 Realizar	tratamento	adequado	e	imediato	dos	casos	
diagnosticados em mulheres e seus parceiros.
•	 Notificar	a	Vigilância	Epidemiológica	do	município,	
todas as gestantes ou parturientes com evidência 
clínica de sífilis e/ou com sorologia não treponêmica 
reagente, com qualquer titulagem, mesmo na 
ausência de resultado de teste treponêmico 
confirmatório, realizada no pré-natal ou no momento 
do parto ou curetagem.
•	 Orientar	as	mulheres	sobre	a	transmissão	da	sífilis	
tanto por contato com lesões ulceradas genitais 
quanto com lesões ulceradas orais.
Orientações para o seguimento da Sífilis Adquirida 
antes da gestação (BRASILb, 2006):
•	 Reforçar	a	orientação	sobre	os	riscos	relacionados	
à infecção pelo T. pallidum, adquirido por meio 
da transmissão sexual, para que mulheres com 
sífilis e seu(s) parceiro(s) tenham práticas sexuais 
seguras, sendo que se recomenda o uso regular do 
preservativo (masculino e feminino), durante e após 
o tratamento.
•	 Realizar	controle	de	cura	trimestral,	por	meio	
do VDRL, durante o primeiro ano (seguimento 
sorológico quantitativo de 03 em 03 meses, para 
detectar falhas terapêuticas e reinfecções). Testes 
treponêmicos não são indicados para seguimento.
•	 Orientar	os	indivíduos	com	sífilis	e	seu(s)	parceiro(s)	
sobre a importância de não se candidatar à doação 
de sangue e órgãos.
3.3.1 Sífilis na Gestação
A sífilis é um agravo de notificação compulsória, con-
siderado como indicador da qualidade de assistência à saúde 
materno-fetal. (BRASILa, 2012) A medida de controle da sífilis 
congênita, mais efetiva, consiste em oferecer a toda gestante 
uma atenção pré-natal adequada, por se tratar de uma das do-
enças de mais fácil prevenção, basta que a gestante infectada 
seja detectada e, prontamente, tratada, assim como seu (s) 
parceiro (s) sexual (is). (BRASILb, 2006)
Destaca-se que a transmissão vertical da sífilis pode 
ocorrer em 70% a 100% dos casos, nas fases primária e se-
cundária da doença, em mulheres não tratadas. As manifes-
tações clínicas variam desde o abortamento espontâneo à 
morte perinatal, apresentando elevada mortalidade, podendo 
chegar a 40% das crianças infectadas. (BRASIL, 2014)
Etiopatogenia da Transmissão Vertical da Sífilis
O treponema pallidum, quando presente na corrente 
sanguínea da gestante, atravessa a barreira placentária atin-
gindo o feto. A infecção do feto pode ocorrer em qualquer fase 
da gestação. O risco de transmissão ao feto varia de acordo 
com o estágio da doença na gestante. Assim, a taxa de trans-
missão vertical da sífilis é de (BRASILb, 2006):
•	 70	a	100%,	na	fase	primária	e	secundária	da	
doença (elevada carga treponêmica circulante), em 
mulheres não tratadas.
•	 30%,	na	fase	latente	(recente	e	tardia)	ou	terciária	
(reduzida carga treponêmica circulante, devido à 
resposta imunológica).
O desfecho da infecção treponêmica na gestação 
pode ser a prematuridade, abortamento espontâneo, óbito 
fetal (em até 40% dos casos de sífilis congênita); recém-nasci-
dos sintomáticos (com as manifestações clássicas) e recém-
nascidos assintomáticos. A ausência de sinais clínicos em re-
cém-nascidos é freqüente, mas se essas crianças não forem 
tratadas, apresentarão as manifestações tardias da doença, 
muitas vezes irreversíveis. (BRASILb, 2006)
Quadro Clínico, Diagnóstico e Tratamento na Ges-
tação
O quadro clínico, o diagnóstico e o tratamento da sífi-
lis na gestação não diferem do período não gestacional.
Ressalta-se que, em caso de interrupção do trata-
mento, este deve ser reiniciado, com 7.200.000UI. (CURITIBA, 
2004)
Os Quadros 5, 6 e 7, resumem a abordagem clíni-
ca (diagnóstico e tratamento), a partir do teste de diagnóstico 
eleito pelo gestor, preferencialmente teste treponêmico (teste 
rápido ou teste treponêmico sérico) ou, na impossibilidade 
deste, teste não treponêmico (VDRL).
18
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
QUADRO	5	–	Interpretação	de	Resultados	de	Triagens	realiza-
das a partir do TesteRápido ou de Teste Treponêmico Sérico, 
em gestante SEM histórico prévio de sífilis
IN
TE
R
P
R
E
TA
Ç
Ã
O
Teste Rápi-
do*
ou Teste 
Treponêmi-
co sérico*
Teste não 
Trepo-
nêmico 
(VDRL**)
Tratamento
Monitora-
mento
S
ífi
lis
Reagente Reagente
Tratar 
conforme 
Quadro 4 
exceto se 
tratamento 
anterior 
adequado 
e docu-
mentado.
VDRL 
Mensal
Reagente
Não rea-
gente***
VDRL 
Mensal
E
xa
m
e 
no
rm
al
Não rea-
gente
Desneces-
sário
Não tratar
VDRL 
Trimestral
 * A triagem a partir do teste rápido ou do teste tre-
ponêmico sérico deve ser realizada somente para 
gestantes SEM história anterior de sífilis.
 ** Realizar VDRL quantitativo para seguimento pós 
tratamento.
 *** Solicitar exame confirmatório com teste treponêmi-
co sérico, em laboratório de referência.
QUADRO	6	–	Interpretação	de	Resultados	em	gestante	COM	
histórico prévio de sífilis
IN
TE
R
P
R
E
TA
Ç
Ã
O
Teste Rá-
pido
ou Teste 
Treponêmi-
co sérico*
Teste não 
trepo-
nêmico 
(VDRL**)
Tratamento
Monitora-
mento
S
ífi
lis Desneces-
sário
Reagente
Tratar 
conforme 
Quadro 4
VDRL 
Mensal
S
em
 d
oe
nç
a 
at
iv
a
Desneces-
sário
Não rea-
gente
Não tratar.
VDRL 
Mensal
 * A triagem a partir do teste rápido ou do teste tre-
ponêmico sérico deve ser realizada somente para 
gestantes SEM história anterior de sífilis.
 ** Realizar VDRL quantitativo para seguimento pós 
tratamento.
QUADRO	7	–	Interpretação	de	Resultados	de	triagens	realiza-
das a partir do VDRL.
IN
TE
R
P
R
E
TA
Ç
Ã
O
VDRL
(teste não 
treponêmi-
co)
Teste Tre-
ponêmico
Tratamento
Monitora-
mento
S
ífi
lis
Reagente Reagente Tratar 
conforme 
Quadro 4 
exceto se 
tratamento 
anterior 
adequado 
e docu-
mentado.
VDRL 
Mensal
(ver segui-
mento)
Não rea-
gente*
Reagente
Fa
ls
o 
po
si
tiv
o 
(N
ão
 é
 s
ífi
lis
)
Reagente
Não rea-
gente
Não tratar
VDRL 
Trimestral
E
xa
m
e 
no
rm
al
Não rea-
gente
Não rea-
gente
 * VDRL não reagente pode significar falso negativo, 
portanto, para municípios que não dispõem do tes-
te rápido, o ideal é realizar como triagem outro teste 
treponêmico, mesmo para gestante com VDRL não 
reagente.
OBSERVAÇÕES
•	 Alergia	à	Pencilina	é	um	evento	muito	raro,	mas	
potencialmente grave. O diagnóstico de alergia 
deve ser avaliado pela história clínica, o que 
evitará a realização de testes de sensibilidade, que 
deverão ser realizados em unidades de referência. 
(BRASILb, 2006)
•	 No	caso	de	alergia	à	penicilina	confirmada	ou	
suspeita, pode-se optar por uso de medicamentos 
alternativos ou dessensibilização.
•	 Dessensibilização:	Não	há	garantia	de	que	
outras drogas consigam tratar adequadamente, 
assim pode-se optar por dessensibilização, com 
administração oral de doses progressivas de 
penicilina, sempre em ambiente hospitalar. (JAMES, 
2002) Esse procedimento não deve ser realizado 
na Unidade Básica de Saúde, pois podem ocorrer 
19
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
reações que necessitam de intervenções imediatas 
e de maior complexidade, não disponíveis nesse 
nível de atenção. A dessensibilização deve ser 
realizada em ambiente hospitalar. Havendo reação 
alérgica, o procedimento deve ser interrompido e 
deve ser instituído tratamento alternativo para sífilis. 
(BRASILb, 2006)
•	 Tratamento	Alternativo:	Nos	casos	onde	não	foi	
possível a dessensibilização, pode-se tratar com 
estearato de eritromicina, 500mg por via oral,a 
cada 06 horas, durante 15 dias (sífilis recente) ou 
por 30 dias (sífilis tardia). Exige estreita vigilância 
(seguimento a curto e longo prazo), pois a eficácia 
é menor e o feto não é considerado tratado e 
considera-se criança nascida com sífilis congênita. 
(BRASILb, 2012)
Seguimento
O controle com VDRL mensal deve ser realizado até 
o final da gestação, sendo que o declínio dos títulos é con-
siderado resposta adequada ao tratamento. Novo tratamento 
é justificado se ocorrer elevação de títulos do VDRL de duas 
diluições em relação ao último exame de VDRL realizado, mes-
mo na ausência de sintomas. Neste caso, certificar-se do trata-
mento do parceiro. (CURITIBA, 2004)
Não é necessário a realização de sorologia para o(s) 
parceiro(s) sexual(is) de gestantes com sífilis. Recomenda-se 
a prescrição de Penicilina G Benzatina 7.200.000UI (03 séries 
de 2.400.000UI, com intervalo de 07 dias) para tratamento 
do(s) parceiro(s) sexual(is) de gestantes com sífilis. (CURITI-
BA, 2004)
Parceiro(s) não tratado(s) caracteriza(m) tratamento 
materno inadequado e o RN será considerado caso suspeito 
de sífilis congênita, com investigação, tratamento, e notifica-
ção da criança. (CURITIBA, 2004) A ausência da informação 
de tratamento do parceiro(s) sexual(is) deixa de ser um dos 
critérios de notificação de sífilis congênita. (BRASIL, 2014)
Assim sendo, considera-se tratamento inadequado 
(BRASIL, 2014):
•	 Tratamento	realizado	com	qualquer	medicamento	
que não seja a penicilina ou
•	 Tratamento	incompleto,	mesmo	tendo	sido	feito	
com penicilina ou
•	 Tratamento	inadequado	para	a	fase	clínica	da	
doença ou
•	 Tratamento	instituído	no	prazo	de	até	30	dias	antes	
do parto ou
•	 Parceiro(s)	sexual(is)	com	sífilis	não	tratado(s)	ou	
tratado(s) inadequadamente.
Na Rede de Atenção Materno-Infantil do Estado do 
Paraná, recomenda-se a realização de teste rápido para sífilis 
ou pesquisa laboratorial, no 1º, 2º e 3º trimestre de gestação. 
Preconiza-se, ainda, a realização do teste rápido para sífilis na 
maternidade/hospital por ocasião do parto.
O tratamento da gestante com diagnóstico de sífilis, e 
de seu(s) parceiro(s), deve ser iniciado prontamente, na aten-
ção primária, conforme recomendações do Ministério da Saú-
de, constantes do Quadro 4 incluindo o agendamento da(s) 
dose(s) subseqüente(s).
A penicilina deve ser administrada pela equipe de 
enfermagem (auxiliar, técnico ou enfermeiro), médico(a) ou 
farmacêutico(a), atendendo o disposto na Portaria nº 156/GM/
MS de 19 de janeiro de 2006.
A gestante com sífilis deve ser encaminhada e vin-
culada a Hospital de Referência para Gestação de Alto Risco, 
devendo permanecer o acompanhamento concomitante na 
Atenção Primária.
A equipe da APS deve estar preparada para aborda-
gem do(s) parceiro(s) sexual(is) da gestante, com a finalidade 
de verificar se foi realizado tratamento concomitante do parcei-
ro e se o mesmo foi adequado. (CURITIBA, 2004)
Tratar as intercorrências da terapêutica como a Re-
ação de Jarish-Herxheimer (reação febril e exarcebação das 
lesões cutâneas), que ocorrem habitualmente pós tratamento 
da fase primária ou recente da sífilis (período de grande circu-
lação de treponemas) e cujo quadro clínico involui, esponta-
neamente, em 12 a 48 horas e não justifica a interrupção do 
tratamento. (CURITIBA, 2004)
Cabe à equipe da APS, a notificação, à Vigilância Epi-
demiológica do município, de todas as gestantes ou parturien-
tes (BRASILb, 2006), durante o pré-natal ou no momento do 
parto ou curetagem, em caso de:
•	 evidência	clínica	de	sífilis	e/ou;
•	 testes	rápido	reagente	ou	outro	teste	treponêmico	
reagente e/ou*;
•	 teste	não	treponêmico	reagente	(com	qualquer	
titulagem, mesmo na ausência de resultado de teste 
treponêmico confirmatório)
*Não é necessário notificar gestante com teste trepo-
nêmico reagente, decorrente de sífilis tratada anteriormente, 
quando descartada reinfecção por exame de VDRL.
Os resultados dos exames, assim como o tratamentorealizado para a gestante e o(s) parceiro(s) deve(m) ser regis-
trados no prontuário e na Carteira da Gestante.
Ainda, orientar sexo seguro, por meio do uso de pre-
servativo, durante e após o tratamento, evitando reinfecção.
20
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
3.4 HIV
O HIV, vírus causador da AIDS, pode estar presente 
no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, podendo 
ser transmitido por: (BRASIL, 2013)
•	 Sexo	sem	camisinha:	vaginal,	anal	ou	oral.
•	 Transmissão	vertical:	de	mãe	infectada	para	o	filho
•	 Uso	da	mesma	seringa	ou	agulha,	contaminada,	
por mais de uma pessoa.
•	 Transfusão	de	sangue	contaminado	com	o	HIV.
•	 Instrumentos	pérfuro-cortantes,	não	esterilizados.
Com o planejamento e o acompanhamento adequa-
dos, é possível que a mulher tenha uma gestação com menor 
risco de transmissão vertical de quaisquer agravos. (BRASILa, 
2012)
O diagnóstico da infecção por HIV deveria ser reali-
zado antes da gestação, pois possibilitaria planejar a gravidez 
para um momento em que a infecção materna estivesse con-
trolada. Recomenda-se a adoção de medidas precoces para 
redução da carga viral em níveis indetectáveis antes que a mu-
lher engravide. (BRASILa, 2012)
Como nem sempre isso ocorre, o pré-natal é a opor-
tunidade de diagnóstico da infecção e a testagem é obriga-
tória, a fim de promover o tratamento materno e prevenção 
da transmissão vertical, através do uso de antirretrovirais para 
atingir carga viral indetectável.
3.4.1 HIV na Gestação
A transmissão vertical acontece por passagem do ví-
rus para a criança durante a gestação, o parto ou a amamenta-
ção, sendo que a maior parte dos casos (65%) ocorre durante 
o trabalho de parto e parto e os 35% restantes, habitualmente, 
ocorre intraútero, principalmente nas últimas semanas de ges-
tação ou, ainda, por meio do aleitamento materno. (BRASIL, 
2012)
Sem qualquer ação profilática o risco de transmis-
são vertical é de 25 a 30%. Se aplicadas todas as medidas 
preconizadas, a taxa de transmissão vertical é reduzida para 
níveis inferiores a 2%. (BRASIL, 2014) O aleitamento materno 
apresenta riscos adicionais de transmissão, que se renovam a 
cada exposição da criança ao peito, e este risco situa-se entre 
7% e 22%. (BRASILb, 2012)
A patogênese da transmissão vertical do HIV relacio-
na-se a múltiplos fatores, entre eles: (BRASILb, 2012)
•	 Fatores	virais:	carga	viral	e	genótipo	viral.
•	 Fatores	maternos:	incluindo	estado	clínico	
e imunológico, presença de DST e outras 
coinfecções, estado nutricional e tempo de uso de 
antirretrovirais na gestação.
•	 Fatores	comportamentais:	uso	de	drogas	e	prática	
sexual desprotegida.
•	 Fatores	obstétricos:	duração	da	rotura	das	
membranas amnióticas, a via de parto e a presença 
de hemorragia intraparto.
•	 Fatores	inerentes	ao	recém-nascido:	prematuridade	
e baixo peso ao nascer.
•	 Fatores	relacionados	ao	aleitamento	materno
Notificação
A notificação de gestantes e parturientes infecta-
das pelo HIV e crianças expostas ao vírus, tornou-se obriga-
tória no Brasil, a partir da publicação da Portaria nº 993, de 
04/09/2000, integrando-se ao Sistema Nacional de Vigilância. 
(BRASIL, 2014)
Diagnóstico
No pré-natal é recomendado testagem para HIV, que 
pode ser por meio de testes rápidos, e devem realizados no 
1º, 2º e 3º trimestres, a fim de detectar, em tempo, casos de 
infecção na concepção e durante o curso da gestação.
A realização do diagnóstico da infecção pelo HIV, no 
parto, com o uso de testes rápidos, possibilita a adoção de 
medidas de profilaxia da transmissão vertical do HIV durante 
o trabalho de parto e parto, uma vez que o resultado é obtido 
em menos de 30 minutos. O diagnóstico da infecção pelo HIV 
deve ser definido e informado à puérpera, antes da alta hospi-
talar (BRASILb, 2012).
•	 Diagnóstico	com	Testes	Rápidos
Este teste determina o estado sorológico de forma rá-
pida, pois fornece o resultado em tempo inferior a 30 minutos. 
Os testes rápidos devem ser realizados imediatamente após a 
coleta da amostra. Nestas situações, a gestante deve aguar-
dar o resultado, que será liberado prontamente. Atualmente, o 
diagnóstico da infecção pelo HIV é realizado mediante um a 
dois diferentes testes rápidos.
A amostra com resultado não reagente no teste rápi-
do 1 (TR1) será definida como: “Amostra Não Reagente para 
HIV”. Neste caso, o diagnóstico da infecção é excluído, não 
havendo a necessidade da realização de nenhum teste adi-
cional.
Destaca-se que o teste rápido (TR) tem a mesma sen-
sibilidade da sorologia convencional. (FERREIRA, 2005)
 Todavia, no caso de amostra com resultado não re-
agente, se existir a suspeita de infecção pelo HIV, nova testa-
gem deve ser realizada após 30 dias, pois a paciente pode es-
tar em fase de janela imunológica, fase em que os anticorpos 
não são detectados.
Amostras com resultado reagente no TR1 deverão 
ser submetidas ao teste rápido 2 (TR2). Quando disponível no 
serviço de saúde, o Imunoblot rápido também poderá ser utili-
21
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
zado como TR2. Amostras com resultados reagentes no TR1 e 
no TR2 terão seu resultado definido como: “Amostra Reagente 
para HIV”, sem a necessidade de nenhum teste adicional.
As amostras com resultados discordantes entre TR1 
e TR2, deverão ser submetidas a um terceiro teste rápido. Se 
o terceiro teste rápido apresentar resultado negativo, a amos-
tra será considerada “Negativa para HIV”. Nesse caso, reco-
menda-se proceder à coleta de uma segunda amostra, 30 dias 
após a emissão do resultado da primeira amostra e repetir o 
conjunto de procedimentos seqüenciados, para investigação 
de soroconversão.(BRASILb, 2006)
•	 Diagnóstico	com	Teste	convencional	(BRASILa,	
2012)
O diagnóstico reagente da infecção pelo HIV deve ser 
realizado mediante pelo menos duas etapas de testagem (eta-
pas 1 e 2), em conformidade com os testes elencados nestas, 
como de triagem e de confirmação.
Diante de resultados reagentes, nos testes das eta-
pas 1 e 2, o laboratório liberará o laudo como “Amostra Rea-
gente para HIV” e solicitará a coleta de uma segunda amostra 
para a comprovação do resultado da primeira. Após a coleta, 
a segunda amostra deverá ser encaminhada ao laboratório o 
mais rapidamente possível e submetida somente à etapa 1. 
Quando o resultado do teste com a segunda amostra for re-
agente, o resultado deverá ser liberado como “Amostra Rea-
gente para HIV”.
Testes específicos confirmatórios, como a detecção 
de múltiplos anticorpos específicos através da técnica de Wes-
tern Blot, não são mais utilizados de rotina pela baixa sensibi-
lidade. No caso de dois testes anti-HIV reagentes (tanto por 
teste rápido como por meio de sorologia convencional), a de-
tecção do genoma viral por reação da polimerase em cadeia 
(carga viral HIV) está indicada. A mesma também deve ser mo-
nitorada para avaliar efetividade da terapia específica.
Neste caso, o diagnóstico estará definido e a gestan-
te deverá ser encaminhada ao pré-natal de alto risco/Serviço 
de Atenção Especializada em DST/Aids (SAE), para realizar 
aconselhamento e ingressar no serviço.
QUADRO	8	–	 Interpretação	de	Resultados	de	Triagens	 reali-
zadas a partir do Teste Rápido ou de Teste Sorológico para 
diagnóstico de HIV, em gestantes sem diagnóstico prévio.]
IN
TE
R
P
R
E
TA
Ç
Ã
O
Teste Rá-
pido
ou So-
rologia 
anti-HIV
Carga viral 
HIV
Tratamento
Monitora-
mento
In
fe
cç
ão
 p
el
o 
H
IV Reagente 
em duas 
amostras, 
realizadas 
por meto-
dologias 
diferentes
Quantificar 
o número 
de cópias 
de HIV/
ml, comobjetivo de 
carga viral 
indetectá-
vel após 
o início 
de terapia 
antirretrovi-
ral*
Iniciar 
terapia an-
tirretorviral 
após a 12ª 
semana de 
gestação
Carga viral 
trimestral
E
xa
m
e 
no
rm
al
Não rea-
gente
Desneces-
sário de 
um modo 
geral**
Não tratar
Teste 
rápido ou 
Sorologia 
anti-HIV, 
trimestral
 * Gestantes têm indicação de realizar teste de genoti-
pagem, para detectar eventual vírus com mutações 
nos locais de ação dos medicamentos. Normalmen-
te este teste é solicitado pela equipe de referência 
no tratamento de HIV
 ** Nas gestantes com anti HIV não reagente, e forte 
suspeita de infecção recente, em que os testes 
podem ser falso-negativos devido ao período de 
janela imunológica, deve-se realizar carga viral do 
HIV. Exemplos de situações com esta indicação: 
parceiro HIV+ com carga viral detectável, gestante 
com sintomas de síndrome retroviral aguda (adeno-
megalia, febre, exantema, linfocitose atípica).
Terapia antirretroviral na gestação
A terapia deve ser realizada da mesma forma que 
em pacientes não-gestantes, com 3 antirretrovirais, em geral 
sendo dois inibidores da transcriptase reversa nucleosídicos 
(ITRN) e um inibidor de protease (IP).
O Quadro 9 sintetiza os esquemas de tratamento 
mais utilizados em gestantes e seus efeitos colaterais. A ade-
são ao esquema com a posologia correta é fundamental para 
atingir o objetivo de redução da carga viral. A APS tem papel 
importante na garantia da adesão.
Em gestantes com HIV resistente aos antirretrovirais 
habituais, geralmente pacientes com uso prévio de esquemas 
TARV, são necessários esquemas terapêuticos especiais que 
serão indicados na consulta especializada.
22
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
QUADRO	9–	Antirretrovirais	para	uso	na	Gestação
Medicamento Posologia
Eventos ad-
versos mais 
relevantes
In
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id
or
es
 d
e 
tr
an
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rip
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se
 r
ev
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uc
le
os
íd
eo
s
Lamivudina + 
zidovudina*
(co-formulados)
deve ser usado 
em combinação 
com um inibidor 
de protease
1 comprimido a 
cada 12 horas
comprimido 
contém 300mg 
zidovudina e 
150mg de lami-
vudina
zidovudina 
pode comu-
mente causar 
náuseas e, 
raramente, 
mielotoxicida-
de (anemia) e 
mialgias
Lamivudina + 
Tenofovir
(co-formulados)
deve ser usado 
em combinação 
com um inibidor 
de protease
1 comprimido 
ao dia
comprimido 
contém 300mg 
zidovudina e 
300mg de lami-
vudina
Tenofovir pode, 
raramente, cau-
sar nefropatia e 
osteopatia
In
ib
id
or
es
 d
e 
pr
ot
ea
se
Lopinavir/rito-
navir*
(co-formulados)
deve ser usado 
em combina-
ção com dois 
inibidores de 
transcriptase 
reversa
4 comprimidos 
ao dia ou 2 
comprimidos a 
cada 12 horas
comprimido 
contém 200mg 
lopinavir e 
50mg ritonavir
Pode, comu-
mente, causar 
náuseas e diar-
réia e, a longo 
prazo, hipertri-
gliceridemia
Atazanavir e 
ritonavir
(comprimidos 
separados)
deve ser usado 
em combina-
ção com dois 
inibidores de 
transcriptase 
reversa
atazanavir	–	1	
comprimido ao 
dia (300mg)
e
ritonavir	–	1	
comprimido ao 
dia (100mg)
Esta dose me-
nor de ritonavir 
pode, eventual-
mente, causar 
diarréia e o 
atazanavir pode 
causar icterícia 
por aumento 
de bilirrubina 
indireta
 * Esquema preconizado pelo protocolo nacional de 
terapia antirretroviral em gestantes de 2010.
Atribuições da Atenção Primária à Saúde na investigação e 
acompanhamento da Gestante com HIV/AIDS
Recomenda-se o teste anti-HIV, com aconselhamento pré e 
pós-teste e com consentimento, para todas as gestantes na 
primeira consulta pré-natal, e a repetição da sorologia para 
HIV no início do 3º trimestre, utilizando testes rápidos se ne-
cessário. (BRASILb, 2012).
Na Rede de Atenção Materno Infantil do Estado do 
Paraná, recomenda-se a triagem sorológica do vírus HIV, nos 
três trimestres de gestação e na internação para realização do 
parto, por meio do teste convencional (pesquisa de anticor-
pos anti-HIV-1 + anti-HIV-2 (ELISA) ou da realização do teste 
rápido.
A gestante HIV positiva ou com AIDS deve ser enca-
minhada ao ambulatório de gestação de alto risco e vinculada 
a hospital de referência para gestação de alto risco para rea-
lização do parto, devendo permanecer em acompanhamento 
concomitante na Atenção Primária.
Em caso de sorologia reagente para o marcador de 
HIV na gestante, constituem as
ações do médico da APS, antes do encaminhamento 
para o Serviço de Referência (Sbalqueiro, 2013):
•	 Avaliar	a	idade	gestacional:	a	partir	da	12ª	semana	
de gestação, iniciar terapêutica antiretroviral, 
ainda na APS, concomitante ao encaminhamento 
para Serviço de Referência, conforme tabela de 
antirretrovirais,. (Quadro 9)
•	 Avaliar	clínica	ginecológica.
•	 Solicitar	outros	exames	de	DST	que	não	tiverem	
sido solicitados: anti-HCV, HBsAg, anti-HBs, VDRL e 
teste treponêmico.
•	 Solicitar	carga	viral	e	CD4:	a	amostra	deve	ser	
encaminhada ao laboratório de referência, pactuado 
para o município; solicitação por APAC (anexos I e 
II).
•	 Realizar	a	aplicação	da	vacina	para	hepatite	B	
(em gestante HBsAg negativo), após resultado de 
HbsAg.
•	 Notificar	a	vigilância	epidemiológica	municipal	(HIV/
AIDS é obrigatório notificar).
•	 Vincular	a	gestante	para	parto	em	hospital	de	
referência para atendimento à
•	 gestante	de	alto	risco.
O aleitamento materno representa risco adicional de 
transmissão (de 7% a 22%), que se renova a cada exposição 
da criança ao seio materno (mamada) e, portanto, está contra
-indicado. (BRASILa, 2012) Cabe aos profissionais da atenção 
primária dar esta orientação à gestante com HIV ou AIDS, du-
rante o pré-natal, assim como para a puérpera.
A APS deve disponibilizar o teste rápido de HIV para as lac-
tantes (mulheres que amamentam), durante toda a fase de 
amamentação, sendo que os profissionais de saúde devem 
informá-las sobre este exame, nesta fase, o qual deve ser 
realizado com periodicidade variável, conforme identifica-
ção de fatores de risco e plano individual de atendimento. 
Recomendar, ainda, o uso de preservativo, a todas às mu-
lheres em período de amamentação.
O Ministério da Saúde fornece a fórmula infantil para 
alimentação de recém-nascidos de mães com HIV ou AIDS, 
distribuído por meio das Coordenações Municipais de DST/
AIDS ou Regionais de Saúde.
Os profissionais de saúde da APS devem enfatizar, 
a toda gestante com HIV ou AIDS, em todas as consultas: a 
necessidade do uso de preservativos (mesmo em casais soro-
positivos); o impedimento de amamentar; e, ainda, reforçar a 
importância de aderência ao tratamento.
23
 ATENÇÃO AO PRÉ NATAL RISCO HABITUAL
3.5 Hepatites Virais
As Hepatites Virais são doenças causadas por dife-
rentes tipos de vírus, sendo os mais comuns no Brasil o A, B, 
C e D. Existe, ainda, o vírus E, mais freqüente na África e na 
Ásia, que pode causar doença grave em 25% das gestantes 
infectadas. (BRASILb, 2012)
Entre as Hepatites Virais, serão tratadas neste Cader-
no, as Hepatites B e C, uma vez que há possibilidade de in-
tervenção positiva em relação à gestante e ao recém-nascido 
na Hepatite B (BRASILb, 2012) e há necessidade de monito-
ramento nos portadores da Hepatite C, pois um quarto a um 
terço destes podem evoluir para formas histológicas graves 
ou cirrose, no período de 20 anos, caso não haja intervenção 
terapêutica. (BRASILa, 2009)
3.5.1 Hepatite B
Doença viral, transmitida por via sexual ou parenteral, 
causada pelo vírus da hepatite B (VHB), pertencente à família 
Hepdnaviridae, que pode cursar de forma assintomática

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