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ENTEROTOMIA E ENTERECTOMIA – Lilian Ferrari - tomia = incidir/abrir – ectomia = remover parte do órgão. CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS •Intestino Delgado: Duodeno (intimamente ligado ao pâncreas), Jejuno (irrigação em arvore – maior segmento intestinal) e Íleo ( pequeno vaso na borda antimesentérica). •Intestino Grosso: Ceco (transição do intestino grosso e delgado), Cólon (ascendente, transverso, descendente). • ID: ➢ gatos tem 1–1,5 m ➢ cão tem 2–5 m •Camadas: mucosa, submucosa (da ancoragem a sutura), muscular e serosa. •Mucosa tem vilosidades que aumentam a área de contato em 8x no cão e 15x no gato. - Dentro das vilosidades tem a presença de capilares que ajuda na absorção e secreção. - O intestino é o maior órgão que mantem o sistema imunológico, pois ele tem uma função linfóide, e é ele que mantém uma barreira imunológica. CONSIDERAÇOES PRÉ-OPERATÓRIAS •Cuidado com desequilíbrios hidroeletrolíticos – estabelecer hidratação e suplementar eletrólitos previamente a cirurgia. •Importante a administração de antibióticos profiláticos – quando o animal tem uma doença intestinal grave pode haver translocação de bactérias, podendo causar uma sepse. ➢ Lembrar que no intestino há a presença de muitas bactérias anaeróbias – atb = metronidazol e clindamicina. •Ponderar a possibilidade de sonda esofágica – os enterócitos se nutrem dos nutrientes que passam na luz intestinal. Fatores que aumentam a chance de deiscência: •Albumina < 2,5g/dl •Peritonite pré-operatória – prognostico no mínimo reservado – a infecção inibe a cicatrização. A infecção no intestino libera várias proteases que vão consumir a região que tem que ser cicatrizada ocorrendo alto índice de deiscência. •Corpos estranhos – lesiona a parede do intestino. •Debilitação geral •Desnutrição - Melhorar o estado nutricional anteriormente a cirurgia. PONTOS CHAVE DA OBSTRUÇÃO INTESTINAL •Os sinais variam de acordo com a: ➢ Localização (exemplo obstrução no duodeno – sinais intensos e rápidos), grau de obstrução (parcial e total) e tipo do corpo estranho. •Os exames de imagem identificam a maioria dos corpos estranhos. •A exploração do abdômen deve ser minuciosa. •Incisão distal (aboral – tecido preservado) ao corpo estranho. •A avaliação da vitalidade das alças intestinais deve ser cuidadosa: ➢ Coloração, movimentos peristalticos, vascularização •Na dúvida faça a enterectomia e enteroanastomose •Omentalizar •Detectar sinais de peritonite •Lavar cavidade copiosamente – caso haja suspeita de peritonite. Lavar com soro fisiológico ou ringer – remove bactéria mecanicamente e não agride o organismo do animal responsável por combater a peritonite. Fazer em volume grande – ideal 1 litro por kg – porém muitas vezes fica inviável. **Não usar clorexidine e nem iodo = dificulta resposta leucocitária. ERROS MAIS COMUNS •Diagnóstico tardio •Falha em evitar contaminação na cirurgia •Falha em evitar extravasamento de conteúdo intestinal – contaminação o prognóstico piora muito. •Falha em manter hidratação e nutrição (ter consenso). 1. ENTEROTOMIA INDICAÇÕES: •Corpo Estranho – Obstrução •Neoplasias •Biópsias TÉCNICA CIRURGICA: - Incisão sempre na borda anti mesentérica. - Pode fazer arrimos ou glampear com o dedo, incisão da borda antimesenterica, há eversão da mucosa e a sutura pode ser feita em dois sentidos. Ponto simples separado, fio monofilamentar (multifilamentar tem capilaridade) – nylon ou PDS, poliglecaprone (caproflyl) ou polipropileno. - Agulha deve ser a menos traumática possível (agulha do nylon é muito traumática e deve ser evitada, ela foi desenvolvida para ultrapassar pele). - Fazer pontos simples separado. - No final omentalizar. - Dificil haver complicações. 2. ENTERECTOMIA •Obstrução – com necrose, ou suspeita de necrose. •Neoplasias – para remove-las. •Intussuscepção irredutível – que não deixa de ser uma necrose. - É a ressecção do segmento intestinal TÉCNICA CIRURGICA: - Jejuno exposto, fazer glampeamento com os dedos, colocar uma pinça, fazer ressecção. Ligar a vasculatura do local onde vai ser retirado. Sutura simples separados, primeiro fazer nos pontos cardiais. - Depois suturar o mesentério. - Outra técnica: - Quando faz uma ressecção do intestino delgado para o grosso, as vezes, tem diferença no diâmetro. - Uma maneira de adequar é fazer uma incisão obliqua no segmento mais fino para adequar um segmento no outro. MANEJO PÓS-OPERATÓRIO •Cuidados deve ser individualizado •Evitar emese •Analgesia •Antibioticoterapia •Escopolamida geralmente é contra indicada – inibe a motilidade intestinal. - Alimentação: •Pequena quantidade de água de 8 a 12 horas após o procedimento. - Se não houver vomito: •Pequenas quantidades de alimento líquido de 12 a 24 horas do pós operatório. •A alimentação aumenta o fluxo sanguíneo intestinal – quando alimenta o animal, vai mais sangue para o intestino. •Evita ulceração •Nutre os enterócitos •Aumenta o nível de IgA •Usar alimentos leves com baixo teor de gordura – fácil digestão: ➢ Ex.: I/D Hill’s ➢ Arroz, batata cozida e frango sem pele ➢ Queijo Cottage •Caminhadas são muito importantes*** •Monitorar paciente para detecção precoce de possíveis complicações: ➢ Depressão ➢ Febre ➢ Sensibilidade abdominal ➢ Líquido peritoneal – peritonite ** principal complicação. •Se possível faça U.S. no pós operatório •Se há suspeita de peritonite ... ➢ Exames laboratoriais •ABDOMINOCENTESE – puncionar abdome. ➢ Submeter líquidos a cultura e antibiograma. 3. Megacólon - É a dilatação persistente do cólon. •Aumento persistente do diâmetro intestinal associado à constipação crônica. •Estágio mais avançado da constipação. •Ocorre devido à inércia do cólon ou obstrução da saída. - Acumulo de fezes faz com que o cólon fique distendido, e esse cólon distendido por um tempo prolongado mata a inervação e as células da musculatura lisa do cólon, perdendo a capacidade de drenar as fezes pelo ânus. Causas: - Inércia crônica: •Distensão prolongada •Traumatismo neurológico (atropelamento) – lesão da coluna. •Congênito (atresia anal) •Endocrinopatia (hipotireoidismo) •Comportamental (cx de areia suja) •Idiopática – gatos idosos •Metabólico – hipocalcemia, desidratação grave •Drogas – vincristina, sulfato de bário, antiácidos, sucralfato, anticolinérgicos - Obstrução: •Fratura de pelve •Estenose – hérnia perineal, prostatomegalia •Neoplasias •Doenças anorretais – saculiteanal, fístula perineal •CE •Dieta - Gatos: comportamental também. SCs: •Anorexia •Depressão •Emagrecimento •Desidratação •Pelame feio Ex. físico: •Dor •Vômito – pode ser fecaloide •Diarreia (muco, sangue) •Constipação •Bacteremia •Palpação: massa abdominal firme, distensão do cólon. Diagnóstico por Imagem: •RX: •Cólon distendido e impactado •Má formações •Neoplasias Diâmetro do cólon é maior do que 1,5 vezes o comprimento de L7. Tratamento: - Clínico – sempre tentar primeiro •Paliativo •Dieta (pysillium) •Enema •Amolecedores fecais - lactulose •Retirada manual •ATB •Atividade física - Cirúrgico: •Colectomia subtotal – animal fica com diarréia crônica. •Colotomia – retirar as fezes endurecidas. - Pós Operatório: •Aumenta a frequência de defecação. •Diarreia inicial – mais intensa, mas as vezes persiste. •Normalização em 4 a 6 semanas. •Pode haver recidiva – comum (manejo clínico para sempre) 4. Prolapso Retal - O reto sai pelo orifício anal,geralmente, em decorrência de uma hipermotilidade. ETIOLOGIA: •Secundário ao tenesmo- dificuldade de defecar/urolitíase •Neoplasia intestinal •CE, Doença prostática – dificuldade pra urinar também causa prolapso retal. •Distocia •Hérnia Perineal •Diarréia (parasitas) - Mais comum é prolapso retal secundário a diarréia. TRATAMENTO: •Redução manual •Ressecção cirúrgica •Laparotomia e colopexia (recidivas) - Gelo caso haver edema. Imagem – redução manual e sutura em bolsa de tabaco. Imagem – ressecção do reto necrosado – técnica de cruz. Imagem – colopexia (incisão seromuscular e suturar no peritoneo da parede abdominal esquerda).
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