Buscar

Mediação e arbitragem - 2ª unidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
ARBITRABILIDADE:
Nem todo tipo de conflito pode ser submetido à arbitragem. A Arbitrabilidade é um capítulo que estuda as disputas passíveis de submissão à arbitragem. 
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
ARBITRABILIDADE OBJETIVA: Disputas sobre direitos patrimoniais disponíveis. 
Patrimoniais são direitos de conteúdo econômico. Ex. cobrar um crédito, pleitear uma indenização, declaração de nulidade de um contrato, invalidar a deliberação de uma assembleia. Ainda que não seja o conteúdo direto patrimonial (pecúnia direta), mas indireto, poderá ser objeto da arbitragem. 
Direito disponível é aquele que é passível de negociação. Pode ser alienado? Se sim, é disponível. Ex. disputas acerca da paternidade não são disponíveis. Pode ser renunciado? Se sim, é disponível. Ex. Direitos personalíssimos não se submetem à arbitragem. Pode ser transigível? Se sim, é disponível. Na transação, há uma prevenção de um litígio por meio de mútuas concessões. Se responder positivamente a qualquer uma dessas perguntas, significa que o direito é disponível. 
As fontes de direitos patrimoniais disponíveis são, na maioria das vezes, os negócios jurídicos, mas também podem ser atos jurídicos não negociais referentes a direitos patrimoniais disponíveis, como os atos jurídicos stricto sensu (ex. pagamento), atos ilícitos, eventos da natureza (ex. houve uma inundação e discute-se quem deverá sofrer os efeitos dela) ou fatos materiais (ex. vizinhança). 
- Disputas excluídas da arbitragem:
1) Disputas sobre atos de jus imperii: estão excluídos da arbitragem os atos que a administração pública pratica no exercício da sua soberania, seu poder constituído. Há um patamar de superioridade ao jurisdicionado. Ex. governo brasileiro negou o passaporte diplomático sobre determinada pessoa, e isso não poderá ser objeto de arbitragem. 
2) Disputas sobre estado pessoal: disputas sobre nome, etc. 
3) Disputas sobre direitos da personalidade: não é possível a arbitragem para direitos da personalidade, mas sobre os reflexos patrimoniais do direito patrimonial pode haver arbitragem. Ex. alguém sofre uma negativação indevida no cadastro de devedores, e isso causa violação à honra. A honra em si não pode ser submetida à arbitragem, mas os efeitos patrimoniais sobre isso, como indenização, pode ser submetida à arbitragem. 
- Situações polêmicas:
a) Disputas trabalhistas: 
Dissídios coletivos são aqueles em que figura, em uma das pontas, pelo menos um sindicato. Entende-se que há uma relação paritária, porque o poder de barganha seria equivalente, e por isso a própria constituição federal estabeleceu expressamente a possibilidade de arbitrar os dissídios coletivos (art. 114, §1º, CF). 
Em relação aos dissídios individuais, havia uma divergência doutrinária muito grande, alguns concordando e outros discordando. A primeira corrente entendia que o elemento legitimador da arbitragem seria o consenso, e em uma relação jurídica caracterizada precipuamente pela subordinação, não existiria uma possibilidade livre de consentir. A arbitragem se adequa melhor para disputas em contratos paritários, e não sobre contratos em que há a predominância jurídica clara de uma parte à outra. Outra corrente, por outro lado, entendia que, quando estamos no âmbito da justiça do trabalho, é possível transigir, logo, são direitos de cunho disponível, e como muitas vezes são direitos com relação a verbas, também seriam patrimoniais. Assim, caberiam as disputas laborais. Uma terceira corrente entende que a CF só previu a arbitragem para dissídios coletivos, e por isso não quis aplicar arbitragem para disputas entre empregado e empregador, o que é questionado por outros doutrinadores, que dizem que a CF foi silente, o que não significa que ela não permitiu. Havia, ainda, uma corrente intermediária, que dizia que, no geral, não deve-se admitir a arbitragem para dissídios individuais por força da ausência de paritariedade, no entanto, altos executivos cuja hipossuficiência econômica, social ou técnica seja mitigada, é possível haver arbitragem. 
A jurisprudência do TST se firmou absolutamente contrária à arbitragem nos dissídios individuais trabalhistas. 
Houve o veto parcial à Lei n. 13.129/2015, que trazia a tentativa de alteração da lei de arbitragem sendo reavivada pelo duplo consentimento, pela concordância expressa ou com a iniciativa pelo empregado de instituir a arbitragem: “Art. 4º. (...) § 4º. Desde que o empregado ocupe ou venha a ocupar cargo ou função de administrador ou de diretor estatutário, nos contratos individuais de trabalho poderá ser pactuada cláusula compromissória, que só terá eficácia se o empregado tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou se concordar expressamente com a sua instituição.”
Reforma trabalhista: A premissa da qual partiu a reforma trabalhista foi da mitigação da hipossuficiência, havendo uma consensualidade necessária para utilização da arbitragem. O critério, para Gabriel, é insuficiente. A arbitragem não deve ser utilizada para solucionar litígios em massa, o que acabaria acontecendo com esse baixo valor de salário (aprox. 11 mil reais). 
Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na  Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996.’” 
- Disputas consumeristas: 
O art. 51, VII, CDC contém um rol de cláusulas abusivas, e uma delas é a cláusula que estabelece a utilização compulsória da arbitragem. A jurisprudência tem entendido que a cláusula de arbitragem nos contratos de consumo não vale por si só, sendo necessário que se aplique o duplo consentimento, tendo que o consumidor consentir, expressamente ou começando a arbitragem, para que ela se possível. 
Veto parcial à Lei n. 13.129/2015: Foi vetado, mas a jurisprudência está aplicando o duplo consentimento. 
“Art. 4º. (...) § 2º. Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se for redigida em negrito ou em documento apartado. § 3º. Na relação de consumo estabelecida por meio de contrato de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar expressamente com a sua instituição.” 
- Disputas societárias: 
A arbitragem encontra um grande campo de aplicação nas disputas societárias. No geral, é possível, pois se trata de direitos patrimoniais disponíveis, mas existem algumas complicações:
Cláusula compromissória em estatutos e contratos sociais: inserção ab origine (desde o início) (LSA, art. 109, § 3º). 
Aplicação a litígios entre sócios ou entre sócios e sociedade; aplicação a disputas envolvendo sócios fundadores; aplicação a disputas envolvendo novos sócios. 
Cláusula compromissória em estatutos e contratos sociais: inserção a posteriori (LSA, art. 109, § 3º). 
Nas S.A.’s: Se houver sócios dissidentes, se estabeleceu uma discussão na doutrina, uma corrente sustentava que quando alguém se torna acionista, essa pessoa se submete voluntariamente aos mecanismos de deliberação da sociedade, nas quais a vontade da maioria vincula a minoria. Outra corrente dizia que a arbitragem exige consenso, e por isso a votação contra não poderia vincular o dissidente. 
O estatuto social pode ser modificado para incluir cláusula compromissória, e essa modificação vinculará todos os acionistas, inclusive os que votaram contra, mas esses que votaram contra terá direito de retirada da S.A. São poucas as situações em que há o direito de retirada nas S.A.’s, e essa é uma delas. 
O quórum para aprovação é maioria simples (LSA, art. 136), com vacatio de 30 dias (LSA, art. 136-A, §1º). 
Existem alguns casos em que o direitode retirada do acionista dissidente não se aplica (art. 136-A):
- Inaplicabilidade caso a inserção seja condição para que os valores mobiliários da companhia sejam negociados em segmento de listagem de bolsa de valores ou de mercado de balcão organizado que exija dispersão acionária mínima de 25% (vinte e cinco por cento) das ações de cada espécie ou classe. 
- Inaplicabilidade caso as ações da companhia tenham liquidez e dispersão no mercado, nos termos do art. 137, II, “a” e “b”. 
Acordo de acionista: é um contrato plurilateral, assinado por sócios de uma companhia, que estabelece as aplicações entre os sócios. Ex. estabelecimento de direito de preferência, acordo de voto. É dotado de eficácia executiva (título executivo), por isso poderá ter cláusula compromissória (ação de conhecimento), mas isso não impede o judiciário (ação de execução). 
- Disputas sobre insolvência: Cláusula compromissória em plano de recuperação judicial. O credor que votou contra está vinculado à vontade da maioria, por força de lei. Se o plano prevê a cláusula compromissória em plano de recuperação judicial não há consensualismo, e por isso, para Gabriel, não vincula o credor que votou contra. 
- Disputas de família: depende do objeto, se for direito patrimonial disponível, poderá haver. Mas se não, não poderá. Ex. partilha de divórcio.
- Disputas de sucessões: Partilha nas sucessões ab intestato (LA, art. 1º; CPC, art. 610, § 1º; CC, art. 2.015) – os bens são partilhados de acordo com a lei, não havendo testamento. Se todos os herdeiros são maiores, é possível. 
Partilha nas sucessões testamentárias? (CPC, art. 610) – há uma discussão, por conta do que dispõe o art. 610 do CPC. Para Gabriel, não é possível, pois deve ser respeitada a vontade do de cujus. 
- Disputas ambientais: cabe arbitragem nos reflexos econômicos. Ex. não cabe arbitragem para a discussão se o IBAMA atuou corretamente ao fechar uma fábrica, pois é um ato ius imperii. 
- Disputas desportivas: cabe arbitragem. 
- Disputas administrativas? Se for disputa de ius imperii, não cabe. 
- Disputas tributárias? Em alguns países é possível, como em Portugal, mas não cabe no Brasil, ainda. Há vários grupos de estudo para que se produza uma lei para que torne esse direito disponível. 
ARBITRABILIDADE SUBJETIVA: 
1. Sujeitos da arbitragem: 
- Capacidade (art. 1º): tempus regit actum e locus regit actum (domicílio da pessoa). 
2. Situações polêmicas: Administração Pública:
- Cabe para entes da administração pública, direta e indireta. Mas nem sempre foi assim, pois havia na lei de arbitragem uma omissão, o que levou a alguns uma discussão na doutrina. O STF há muito tempo tinha um entendimento no caso Lage dizendo que era possível, mesmo que direta. O STJ se deparou sobre a matéria e entendeu que não teria qualquer razão que inviabilize o uso dos tribunais arbitrais por agentes do Estado, mas não seria qualquer direito público, somente os direitos disponíveis. No entanto, o TCU não acolhia, e somente em 2013 admitiu a possibilidade. 
Mas para evitar maiores discussões, a lei 13.129/2015 alterou a redação da LA: “Art. 1º (...) § 1º. A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. § 2º. A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações.”
Norma que define a arbitrabilidade subjetiva estabelece que qualquer pessoa capaz de contratar poderá participar da arbitragem, o que levaria a crer que somente se aplicaria a pessoas naturais e pessoas jurídicas. Mas existem alguns entes despersonalizados, ou seja, que não possuem personalidade jurídica, mas que tem capacidade processual. 
Pode acontecer com o espólio, que são entes que correspondem a massas de bens deixadas por alguém até que se realize a partilha. No espólio, a representação é pelo inventariante, que é um auxiliar, podendo ser um sucessor ou um inventariante dativo. O inventariante tem vários poderes de administração dos bens do espólio na forma do art. 991 e 992 do CPC, não podendo praticar certos atos sem a autorização judicial, tais quais: (i) disposição de bens do espólio; (ii) pagamento de dívidas; (iii) melhoramento dos bens do espólio; (iv) transigir, ou seja, não pode celebrar o contrato típico de transação dos art. 840 e ss. A ideia de arbitragem perpassa pela ideia de transação, por isso, como o inventariante precisa de uma autorização para transigir, entende-se que também seria necessária uma autorização judicial ou alvará judicial (autenticação) para poder arbitrar. 
Quando há a decretação da falência de uma pessoa jurídica temos a extinção dela, mas enquanto não ocorre a liquidação (encerramento do processo) existe uma massa falida objetiva, que não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade processual. Acontece o mesmo que o espólio, quem fará a representação é o administrador judicial, tendo seus poderes definidos em lei. Discutiu-se que a falência se caracteriza pelo princípio do juízo universal, ou seja, todas as ações que possam implicar em constrição sobre bens da massa falida ou qualquer dos processos que são regulados pela lei 11.101 (ex. ação de restituição) são de competência exclusiva do juízo que decretou a falência. Por isso, alguns objetaram que massa falida não poderia fazer parte da arbitragem, mas não é verdade. O juízo universal não é tão universal assim, ele é universal apenas para as ações que resultam em constrição de bens ou que são regulamentadas na lei específica. Na arbitragem, não há um risco de constrição de bens, por ser uma ação de conhecimento fora do judiciário. Assim, entende-se que a arbitragem também continua a tramitar normalmente, embora haja decretação da falência. 
Esse assunto foi objeto do enunciado nº 75 da II Jornada de Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal. “Havendo convenção de arbitragem, caso uma das partes tenha a falência decretada: (i) eventual procedimento arbitral já em curso não se suspende e novo procedimento arbitral pode ser iniciado, aplicando-se, em ambos os casos, a regra do art. 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/2005; e (ii) o administrador judicial não pode recusar a eficácia da cláusula compromissória, dada a autonomia desta em relação ao contrato.”
Na lei 11.101, é dito que, uma vez decretada a falência, o juiz nomeia um administrador judicial, que deve analisar todos os contratos bilaterais dos quais o falido era parte e fazendo um juízo do que é conveniente para os credores e para a massa, tem o poder de denunciar (extinguir unilateralmente) esse contrato. Isso não se aplica, no entanto, à cláusula arbitral, não se aplicando à arbitragem. Além disso, uma corrente doutrinária acredita que a cláusula arbitral não é um contrato bilateral, e sim plurilateral, e por isso não se aplicaria à arbitragem. 
Também se aplica ao condomínio, que é representado por seu síndico. É cada vez mais comum a arbitragem para as disputas entre condôminos e condomínio. 
Portanto, não é o objetivo da lei a não aplicação da arbitragem a esses entes despersonalizados, 
ÁRBITRO
I. PODERES DO ÁRBITRO:
1. Poderes do árbitro e tutela jurisdicional: 
- Tutela de conhecimento (arts. 18 e 31): A tutela jurisdicional pode ser de conhecimento (quando o julgador toma conhecimento dos fatos, aplica o direito e profere decisão dizendo quem tem razão), pode ser tutela declaratória, tutela condenatória, constitutiva ou de urgência.
- Tutela de urgência (art. 22-B): todas as tutelas de conhecimento o árbitro pode conceder. Na redação original da LA dizia que os árbitros poderão pleitear ao poder judiciário medidas cautelares, e parecia que o próprio árbitro teria que ir ao judiciário para fazer esse pedido, mas não era isso. A doutrina e o STJ entenderam que o árbitro pode conceder tutelas de urgência, porém a sua execução deve ser feita pelo poder judiciário. Hoje, a redação é simples,dito que, se há a necessidade de uma tutela de urgência após a instituição do tribunal arbitral, deve-se requerer aos árbitros. Mas se a tutela de urgência é anterior à instituição dos árbitros, vai-se ao judiciário. Não implica a renúncia à arbitragem. 
Existem, no entanto, algumas situações em que se vem mitigando a possibilidade do árbitro não poder executar, que envolvem meramente atos de comunicação. Ex. sentença arbitral que reconhece a propriedade de uma pessoa sobre o imóvel pode ser registrada diretamente ao cartório, por não ter violência, mas um mero ato de comunicação. 
Se o judiciário julga um pedido de tutela de urgência, quando o tribunal arbitral for constituído, ele poderá reexaminar o que o judiciário decidiu. Ex. juiz togado concedeu a imissão de posse do imóvel, mas o árbitro pode mandar desocupar. 
- Tutela de execução: não pode ser concedida pelo árbitro, porque teoricamente, dentro do sistema jurídico, salvo as hipóteses de legítima defesa, estado de necessidade e de esforço incontinente, que autorizam a autotutela, a violência é monopólio do estado. Por isso, quando se tem uma sentença arbitral, é preciso levar para que o estado a execute, e o árbitro não tem poder de execução. 
2. Competência-competência: 
Quem tem competência para julgar sua própria competência é o árbitro. Tem funcao fundamental para a segurança do processo arbitral, não sofrendo a intervenção do poder judiciário durante o procedimento. É como se colocasse o judiciário em “stand bye”, ficando como mero observador, só podendo atuar em certos erros depois que o processo terminou, por meio da ação anulatória. Não pode interferir o que os árbitros estão fazendo. 
O princípio da competência-competência é dito por alguns como regra, e não princípio, pois não é um mandado de otimização, podendo ser cumprido mais ou menos. Se trata de uma norma que será cumprida obrigatoriamente. 
Há, na verdade, um conjunto de regras: 
a) o árbitro tem o poder de julgar a priori a própria jurisdição. Se alguém sustenta que o árbitro foi nomeado indevidamente, ou que a questão não está dentro dos limites da cláusula compromissória, quem julga é o árbitro. A parte somente pode ir ao judiciário depois do processo arbitral terminado, mesmo que a situação esteja clara. Caso fosse dado ao judiciário o poder de intervir no processo arbitral durante a sua realização essa ação não teria fim, sendo paralisado a qualquer momento. Por uma questão prática se decidiu que a arbitragem continuará, aconteça o que acontecer, e depois o poder judiciário pode adotar medidas. 
Em alguns casos isso pode ser prejudicial, mas o número de ações anulatórios que são acolhidas são mínimos, então o benefício do instituto da arbitragem e considerando que a anulação é rara, a lei dá um voto de confiança ao árbitro. 
b) o árbitro tem o poder de julgar a priori os próprios impedimentos e suspeições (art. 15). 
c) o árbitro tem o poder de julgar a priori a existência, validade e eficácia da convenção arbitral (art. 8º, parágrafo único). 
d) o árbitro tem o poder de julgar a priori a arbitrabilidade (art. 20). Ex. parte alega que causa não diz respeito a direitos patrimoniais disponíveis, será julgado pelo árbitro. 
Assim, fala-se que há um controle judicial a posteriori (arts. 20, §2º, 32 e 33). Posteriormente à ocorrência da arbitragem pode-se utilizar o judiciário, dentro do prazo de 90 dias (decadencial), afim de obter a invalidação do processo arbitral ou da sentença. É obrigatória a espera até o encerramento do processo, pois no Brasil não são admitidas as medidas antiarbitragem, não podendo o judiciário intervir durante o processo arbitral para impedir o seu prosseguimento, nem pode conceder medidas que impeçam o início do processo arbitral. 
 II. NATUREZA JURÍDICA DO ÁRBITRO:
1. Natureza jurídica do árbitro:
O árbitro é juiz de fato e de direito (art. 18), e a arbitragem tem natureza jurisdicional. Para fins penais, o árbitro é equiparado a funcionário público, então os crimes de peculato, concussão, prevaricação e corrupção passiva o árbitro pode ser sujeito. 
Essa equiparação significa que, verificando em um processo arbitral que ocorreu um crime, ou ter indícios dessa ocorrência, o árbitro tem o dever de comunicar às autoridades constituídas? É uma grande discussão, parte entende que deveria, e parte que não deveria, em razão da confidencialidade. 
2. Árbitro presidente (art. 13, §4º):
 No tribunal arbitral, costuma-se dividir as funções, tendo um árbitro presidente. O árbitro presidente conduzirá os trabalhos, emitirá as intimações, comandará a audiência, fará a interação entre os árbitros, redigirá a primeira minuta da sentença, ou seja, terá papel de destaque no processo. 
O método de escolha do árbitro presidente fica a cargo da autonomia privada, respeitados os princípios do devido processo legal, dentre eles a paridade de armas. É muito comum que seja escolhido da seguinte forma: cada parte nomeia um coárbitro e eles escolhem o presidente. Mas hoje em dia outra forma está muito presente, na qual os coárbitros fazem de comum acordo uma lista de 5 nomes, e cada parte pode vetar dois, ou de 3 nomes, e cada parte pode vetar 1. 
3. Secretário:
É uma pessoa que auxilia no tribunal arbitral com as funções administrativas. O método de escolha também é autonomia privada, respeitada a ordem pública, e pode ser pela escolha dos árbitros ou por um terceiro. 
Está sujeito aos mesmos impedimentos e suspeições do árbitro. 
Ex. quem vai acompanhar a elaboração das atas, quem envia os e-mails, etc.
III. NOMEAÇÃO DO ÁRBITRO:
1. Número de árbitros (art. 13):
 Pode ser qualquer número, desde que seja ímpar (art. 13, §1º). Na prática, são três ou um. Para Gabriel, não é bom ser árbitro único, pois há uma decisão que não é colegiada, em única e última instância, sujeito à ação de impugnação cujas causas de cabimento são inferiores às da ação rescisória.
Se houver número par, os próprios árbitros já nomeados tem o poder de escolher mais um, ou seja, se a cláusula prevê 4 árbitros, a cláusula não é nula, sendo adaptada pela própria lei. 
Se os árbitros não chegarem a um acordo, vai para o judiciário (art. 13, §2º). 
2. Métodos de indicação e substituição dos árbitros:
A indicação dos árbitros pelas partes está limitada às normas de ordem pública, como a paridade de armas. Pode-se definir um método específico de nomeação ou aderir ao regulamento de uma instituição arbitral (art. 13, §3º). 
Na indicação pela instituição arbitral, pode haver uma lista de indicação dos árbitros aberta ou fechada. A lista fechada pode trazer alguns prejuízos, por não poder escolher alguém de fora da lista, e por isso é combatida pela CONIMA (associação civil que congrega as instituições de mediação e arbitragem). 
Nas boas câmaras arbitrais existe um instrumento chamado de confirmação, ou seja, não é suficiente que a parte nomeie o árbitro, sendo necessário realizar um procedimento interno para verificar se esse árbitro é independente, imparcial e tem técnica para julgar aquela matéria. Então, somente depois de concluído esse procedimento incidental é que a câmara confirma a nomeação. Quando o árbitro é indicado, a câmara envia um questionário aos árbitros com uma série de perguntas para averiguar a imparcialidade, independência e sobre a habilidade técnica para a matéria (familiaridade com a matéria). Esse questionário é disponibilizado para as partes para que também possam formular suas perguntas. É prévio, inclusive, à competência-competência. 
Também é possível a indicação de apenas um árbitro ou de todos eles por um terceiro. Na arbitragem ad hoc, escolher do terceiro foge-se da necessidade de levar ao judiciário para a escolha dos árbitros. Entretanto, é preciso combinar com o terceiro, pois ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei, e ninguém está obrigado a contratar, por isso o terceiro não está obrigado a nomear o árbitro. Assim, o ideal é que seja uma câmara arbitralpara prestar o serviço. 
Há, ainda, o método de indicação pelo poder judiciário, que ocorre por meio do art. 7º, mas só cabe nas situações extremas, por demorar muito. 
3. Arbitragem multiparte (art. 13, §4º): 
É a arbitragem que envolve litisconsórcio. Imagine-se que há uma cláusula que prevê indicação pelas partes dos árbitros, e há várias partes no polo ativo reunidas, e elas não chegam a um acordo. 
- Caso Paranapanema: as partes tinham interesses distintos no mesmo polo, não havendo como chegar a um acordo. Tinham direito de regresso um contra o outro, e não conseguiram chegar a um consenso, pois se escolhe árbitros que se entende que se assemelham com sua pretensão, ainda que eles sejam independentes e imparciais.
O presidente, diante da situação, poderia nomear um árbitro em sue lugar e aceitar a indicação pela outra parte; ou nomear em seu lugar e nomear pela outra parte também, recusando o da outra. Ele escolheu por nomear um árbitro e aceitar a nomeação da outra parte, e a sentença arbitral foi anulada, fundamentando na ausência de isonomia/paridade de armas: ele deveria rejeitar a escolha da outra parte e escolher pelas duas. 
4. Resolução de impasses (art. 13, §4º): a resolução de impasses cabe à câmara arbitral, se previsto no regulamento, senão no limite vai para o judiciário. Se não estiver disposto no regulamento e a câmara se recusar a resolver o impasse, ou se for arbitragem ad hoc, vai ao judiciário. 
5. Direito de escusa (art. 16): o árbitro tem o direito de escusa, pois ninguém é obrigado a contratar. O árbitro celebra um contrato de prestação de serviços, com as partes e com a instituição arbitral. 
IV. QUALIFICAÇÃO DO ÁRBITRO:
Em primeiro lugar, o árbitro deve ser capaz, não podendo entregar a arbitragem a um menor ou interdito. 
O árbitro deve ter a confiança das partes. Se há um tribunal arbitral composto por árbitros escolhidos por cada uma das partes, porque tem que ter a confiança da outra parte que não o nomeou? Aqui, quando se fala em confiança, está falando do cumprimento dos seus deveres, dentro dos quais ressalta-se o dever de independência, imparcialidade e competência técnica para o caso.
É possível a previsão de qualificação adicional na cláusula arbitral, mas deve-se atentar às cláusulas compromissórias patológicas. 
V. DEVERES DO ÁRBITRO:
1.	Imparcialidade (art. 13, § 6º): o árbitro deve manter-se equidistante das partes, não devendo favorecer nenhuma delas, não tendo qualquer tipo de relação jurídica, econômica ou social que o torne minimamente dependente de uma das partes.
2.	Independência (art. 13, § 6º): o árbitro deve manter-se equidistante das partes, não devendo favorecer nenhuma delas, não tendo qualquer tipo de relação jurídica, econômica ou social que o torne minimamente dependente de uma das partes.
3.	Habilidade (competência) (art. 13, § 6º): é um dever de habilidade técnica, expertise, tendo conhecimento para julgar aquela matéria. 
Ex. não pode nomear um médico para julgar um contrato de compra e venda de empresas. 
4.	Diligência (art. 13, § 6º): o árbitro deve ser eficiente. 
5.	Discrição (art. 13, § 6º): mesmo que o processo arbitral não seja sigiloso, o árbitro não pode comentá-lo. 
6. 	Revelação (art. 14, § 1º): o árbitro tem que informar todos os fatos que, aos olhos das partes (teoricamente), possam comprometer a sua independência ou imparcialidade. 
VI. IMPARCIALIDADE DO ÁRBITRO: 
 
1. Imparcialidade na LA: 
- Imparcialidade legal mínima: a lei de arbitragem traz uma imparcialidade legal mínima, que são normas de ordem pública. Para Gabriel, as partes não podem afastar as normas legais mínimas de imparcialidade. 
A equiparação do árbitro ao juiz estatal (art. 14) é uma norma de imparcialidade legal mínima – aplicam-se aos árbitros conflitos e suspeições do juiz estatal previstos no CPC, e é uma das raras hipóteses da aplicação do CPC à arbitragem; o árbitro, no entanto, não possui as garantias constitucionais da magistratura, como inamovibilidade, irredutibilidade dos vencimentos, vitaliciedade. Essas garantias são atribuídas aos togados como uma forma de garantir sua independência e imparcialidade, mas isso não se aplica aos árbitros. Por isso, costuma-se ter no regulamento das instituições a previsão de normas que torna mais restrito o regime jurídico da independência e imparcialidade para o árbitro do que é para o juiz estatal. 
Ex. o CPC de 73, a amizade intima de advogado e juiz não era causa de impedimento/suspeição, o que hoje não ocorre, mas no regulamento da FIESP já existia. 
- Arguição de impedimento ou suspeição: normas procedimentais para arguição do impedimento e suspeição, previstas na lei. A parte deve arguir o conflito de interesses do árbitro na primeira oportunidade para falar nos autos (arts. 15 e 20). Se for acolhido pelo árbitro ele é substituído (arts. 15, p.u., 16 e 20, §1º), se não for acolhido segue o processo e depois pode ser visto pelo judiciário (arts. 20, §2º, 32, II, e 33). 
Os regulamentos costumam prever normas adicionais, e as instituições arbitrais tem editado código de ética para os árbitros, que também estabelece as situações. 
- Imparcialidade na soft law: 
A comunidade arbitral percebeu que conflito de interesse era um tema sensível, e que as legislações nacionais não tratavam de uma boa forma. Perceberam também que precisávamos de um parâmetro internacional, que não ficasse sujeita às peculiaridades locais de cada país. Além disso, a independência e imparcialidade são muito importantes, devendo ter normas rigorosas, claras e objetivas para definir se há conflito de interesse.
Por isso, a IBA criou as Diretrizes da IBA relativas a Conflitos de Interesses em Arbitragem Internacional. A IBA criou quatro listas, e listou situações que costumam ocorrer no dia a dia. 
Na lista verde, não há dever de revelação, e se uma das partes se sentir prejudicada, não pode recusar o árbitro.
Por exemplo, se é uma questão sobre uma matéria jurídica, fundada na extensão da boa-fé, e o árbitro já escreveu, em teoria (abstratamente), sobre a matéria jurídica discutida, isso é lista verde. Se o árbitro e o advogado da parte são membros da mesma instituição acadêmica. 
Na lista laranja, há o dever de revelação, se a parte que poderia se sentir prejudicada aceita, o árbitro é nomeado e a arbitragem segue. Se a parte que poderia sentir-se prejudicada recusar o árbitro, será feita uma investigação para ver se aquele fato realmente compromete a independência ou imparcialidade do árbitro.
Ex. o advogado da parte contrária nomeou um árbitro, e a outra parte sabe que esse advogado tinha trabalhado no mesmo escritório de advocacia que o árbitro. É um caso de lista laranja, então a parte prejudicada impugnou, e foi mandado um questionário a esse árbitro, e diante do resultado a CCI resolveu mantê-lo. 
Na lista vermelha renunciável, são situações mais graves, mas que ainda assim podem ser superados. Há o dever de revelação. Se a parte impugnar o árbitro, ele será imediatamente substituído, mas se aceitar, o árbitro continua. O silêncio implica aceitação.
Na lista vermelha irrenunciável, são situações extremas, e mesmo que a parte queira, o árbitro é afastado.
*Se a arbitragem for ad hoc, na lista vermelha irrenunciável, e houver a sentença arbitral mesmo assim, essa sentença será nula. 
A imparcialidade legal é mínima, equiparando o árbitro ao juiz de direito estatal, não podendo diminuir aquilo. A autonomia privada é limitada, podendo adicionar regras, mas não diminuir as regras do CPC. 
VII. RESPONSABILIDADE DO ÁRBITRO: 
O árbitro tem uma responsabilidade civil, mas não é uma responsabilidade civil objetiva, mas subjetiva. Ou seja, se causar danos ele deve indenizar, mas é preciso que seja demonstrada a culpa ou dolo do árbitro. 
A responsabilidade penal do árbitro é equiparada ao funcionário público (art. 17).
PROCEDIMENTO ARBITRAL:
I. ESTABELECIMENTO DAS NORMAS DO PROCEDIMENTO ARBITRAL:
1. Inexistência de procedimentoprevisto em lei:
Processo é o conjunto de atos coordenados interdependentes e procedimento é a forma que o processo toma, é o rito, o modo e a ordem como os atos são praticados. Não há um procedimento arbitral previsto em lei, e por isso o procedimento é livre. 
Seguindo as leis de arbitragem de países mais desenvolvidos, a lei de arbitragem não traz um passo a passo para exercer a tutela jurisdicional, é proposital. É uma das principais vantagens da arbitragem, a flexibilidade do procedimento. Mas é preciso de algum parâmetro.
2. Definição do procedimento pelas partes: 
Há uma autonomia privada, que sempre é limitada pela ordem pública. A ordem pública é traduzida pelas garantias constitucionais do processo. As partes não podem estabelecer, portanto, um procedimento que viole ampla defesa, contraditório, igualdade das partes, imparcialidade e livre convencimento. Encontra limites na própria lei quando estabelece os limites nas normas de ordem pública. 
Se não houver acordo entre as partes quanto a definição do procedimento, há uma solução na própria lei: cabe aos árbitros fixá-lo (art. 21, §1º). O fato de termos uma cláusula compromissória sem procedimento não implica o seu caráter vazio, e o árbitro terá o poder de preencher. 
3. Técnicas para a definição do procedimento:
a) Adesão a procedimento de instituição (art. 21): No dia a dia, as partes aderem aos regulamentos da instituição. Não são regulamentos minuciosos, como o CPC. Esses regulamentos costumam estabelecer uma “espinha dorsal” a ser seguida. Ex. normas sobre produção de provas normalmente são lacunas. 
Mas é difícil que as partes sigam no todo o procedimento da instituição, podendo preencher lacunas, dilatar prazos, etc. é extremamente comum que se façam modificações ao procedimento do regulamento. Mas há limites, tendo a instituição não aceitar o procedimento das partes. 
Precisa-se analisar qual o grau de modificabilidade dos regulamentos. Não há uma regra geral, mas deve-se poder modificar aspectos que não sejam essenciais. Ex. normas de controle de qualidade da arbitragem não devem ser alteradas, e se feitas, provavelmente a instituição não aceitará. 
A maioria dos regulamentos prevê a intervenção da câmara arbitral, como na confirmação dos árbitros, e por isso não é adequado fazer a arbitragem ad hoc com adoção de procedimento de instituição. Deve-se fazer a adoção do regulamento da UNCITRAL. 
b) Definição de procedimento específico para o caso: Outra forma de definição do procedimento é a definição de procedimento específico para o caso. Poderia ter na cláusula de arbitragem ou no termo de arbitragem um mini CPC, mas não é o ideal, por não ter revisões periódicas. 
c) Delegação da definição ao árbitro (art. 21): as partes podem delegar aos árbitros, mas gera uma insegurança jurídica, uma imprevisibilidade. 
II. FASES DO PROCEDIMENTO ARBITRAL:
1. Flexibilidade do procedimento arbitral: É difícil dizer, pois não há um parâmetro único. No processo civil, o parâmetro é o CPC, podendo dizer qual a ordem e as fases do procedimento. Mas na arbitragem, os procedimentos variam muito, inclusive pela diferença entre os diversos regulamentos das instituições, por haver uma flexibilidade grande. 
Nesse estudo das fases do procedimento, sempre está analisando a maior parte dos casos, mas não significa que cabem para todos. 
2. Fases do procedimento arbitral: 
- FASE DE INSTAURAÇÃO: 
Tem como objetivo iniciar a arbitragem, e não se dá simplesmente com o protocolo. Esse é o passo inicial que desencadeia uma série de atos que vão instaurar o procedimento. Até o momento que ocorrer a posse dos árbitros, ainda não há tecnicamente o processo arbitral, e sim aguardando a instauração do processo, tanto que ainda vai ao poder judiciário para medidas urgentes. 
Na lei, há um critério para o momento que se instaura o processo arbitral, que é a investidura dos árbitros (art. 19), mas essa investidura vai retroagir à data do requerimento (art. 19, 1º), principalmente com o objetivo de proteger a prescrição e decadência. 
Pode-se, ainda, ser instituída pela instituição arbitral, como, por exemplo, o regulamento da CCI, que diz “a data de recebimento do requerimento pela secretaria deverá ser considerada, para todos os efeitos, como a data de início da arbitragem”. 
Principais marcos: 
- Requerimento de instauração de arbitragem: o requerimento de instauração de arbitragem, no mais das vezes, não é uma petição inicial, e por isso não gera preclusão, podendo alterar completamente o caso, como causa de pedir ou pedido. Deve-se trazer apenas o mínimo, para que não diga para a outra parte quais as suas estratégias. 
O conteúdo: o regulamento da instituição especifique o que deve constar na instauração da arbitragem. 
- Resposta do requerido: não é uma contestação, na maioria das vezes. É possível que tenham pedidos contrapostos (reconvenção). E também é possível fazer cross claims (demandas cruzadas), ou seja, em uma arbitragem multipartes, é um pedido de uma parte contra outra que está no mesmo polo (requerido contra requerido). 
- Indicação dos árbitros.
- Verificação da imparcialidade e independência dos árbitros: envio do questionário para verificar se tem algum vínculo com alguma das partes, habilidade técnica, quanto tempo tem para disponibilizar aquele processo, etc. 
- Investidura dos árbitros: é a posse dos árbitros, e é quando pode-se fazer a afirmação de que há a instauração do processo arbitral. 
- Estratégias para a fase de instauração: não deve ser lacunoso, mas também não deve entregar todas as estratégias. 
- FASE DE ORGANIZAÇÃO:
Estabelece-se qual o perfil do processo, do procedimento e da ação. Fixam em definitivo qual é o pedido, as causas de pedir do requerido, e as defesas do requerido. Há uma estabilização da demanda, não podendo mais ser alterados. Além disso, os regulamentos podem ser lacunosos, e aqui vai se preencher essas lacunas. 
O objetivo é organizar o processo e estabelecer um perfil que será adotado na fase seguinte. 
Principais marcos: 
- Eventual adendo à convenção de arbitragem (art. 19, §2º): na prática ocorre pouco. 
- Ata de missão, termo de arbitragem ou termos de referência: a função precípua é estabilizar a demanda, não podendo, geralmente, mudar pedido e causa de pedir. O conteúdo muitas vezes é trazido pelo regulamento. Normalmente, ocorre uma audiência pessoal. 
O termo de arbitragem não se confunde com compromisso arbitral, sendo um documento interno. Houve um caso Inepar x Itiquira, em que a Inepar se recusou a participar, por não ter o duplo consentimento, e o STJ decidiu entendendo que “a ata de missão” ou “termo de arbitragem” não se confunde com a convenção arbitral. Trata-se de instrumento processual próprio, pelo qual se delimita a controvérsia própria e a missão dos árbitros. 
Algumas instituições vêm remodelando os seus regulamentos para criar um procedimento mais simples, que é chamda arbitragem expedita, e uma das medidas tomadas para tornar a arbitragem mais célere e barata é dispensar a assinatura da ata de missão, e cria para as partes a obrigação de já delimitar no requerimento de instauração de arbitragem e na resposta a esse requerimento quais são os pedidos. 
Todo o procedimento é feito através de uma ordem processual que costuma ser editada na fase de organização. Ordem processual é o nome dado na arbitragem a decisões interlocutórias.
Geralmente, essa ordem processual estabelece o procedimento e fixa o cronograma provisório. 
- FASE DE DESENVOLVIMENTO: 
É onde ocorre efetivamente o exercício da jurisdição propriamente dita. 
Etapas:
Fase postulatória: 
Na fase de instauração, o requerimento não esgota todas as alegações do requerente, e a resposta também não esgota todas as matérias de defesa. Isso ocorre na fase postulatória, é aqui que a postulação se exaure. Existem os limites fixados na ata de missão, mas aqui pode-se expandir. 
Ex. Na ata de missão coloca que pleitearáindenização, e na fase postulatória diz que será em relação à cláusula X e Y. 
A quantidade de rodadas dependerá do procedimento instituído pelas partes, podendo ter duas rodadas (alegações iniciais, respostas), mas também poderá ter réplicas e tréplicas. É uma liberalidade das partes. 
É possível, ainda, adotar um sistema de alegações simultâneas, no qual requerido e requerente apresentam, ao mesmo tempo, alegações iniciais, respostas, réplicas, tréplicas, etc. É uma preferencia dos árbitros europeus. 
Se o requerido tiver se recusado a participar da arbitragem, ou falhar em apresentar sua resposta é possível que os árbitros decretem a revelia e apliquem os seus efeitos. 
Com relação às estratégias para a fase postulatória, é preciso ter cuidado para apresentar todas as “cartas”. A proposta deve ser um jogo. 
Existe uma subfase de produção de documentos, que é muito comum nas arbitragens internacionais. É possível ter uma subfase intermediária de produção de documentos, uma parte diz a outra que quer que apresente os seguintes documentos, tendo acesso e analisando os documentos, para poder preparar a réplica ou tréplica. 
Ela costuma ser muito mais profunda, ampla, do que no processo judiciário. No CPC, as hipóteses em que uma parte é obrigada a apresentar documentos são extremamente restritas. Na commom law, esse poder é amplo. NA arbitragem internacional é um meio do caminho, mais amplo que o que acontece no CPC, mas menos do que ocorre no Discovery, nos EUA. 
É uma instrução intermediária dentro de uma fase postulatória, apesar de ter uma fase instrutória. 
Fase de saneamento? Não há fase de saneamento na arbitragem.
Fase instrutória: 
A produção de provas pode ser feita espontaneamente pela parte, a requerimento da outra, ou de ofício pelos árbitros. Em regra, os regulamentos não tem um detalhamento de produção de provas, assim como não há na lei de arbitragem. Há uma incompletude das normas legais e dos regulamentos de instituições arbitrais. 
Há, ainda, um conflito cultural entre os advogados de diversos países diferentes. Ex. testemunha dê o depoimento escrito, e na audiência somente poderá falar sobre o que está escrito. 
E por isso, muitas vezes é difícil estabelecer regras acerca da produção das partes, e cabe às partes regular, e se não houver acordo, aos árbitros. 
Quando os árbitros são chamados a estabelecer essas regras, normalmente eles se valem da soft law, e o mais comum é utilizar a IBA Rules on the Taking of Evidence in International Arbitration. Há duas limitações: (i) se alguma das regras da IBA forem incompatível com a lex arbitri; (ii) se as partes tiverem assim convencionado. O arbitro tem que respeitar o que foi fixado previamente pelas partes. 
Existem, ainda, as regras de Praga, que são recentes e foram criadas para ser mais semelhante à civil law. 
- Método de produção das principais espécies de prova: 
a) Documentos: 
Podem ser apresentados pelas partes como também pode ser requerida a exibição de documentos pela parte contrária e terceiros. 
Para isso, usa-se uma tabela chamada de Redfern Schedule, criada por Allan Redfer, usada para facilitar a postulação, a resposta e a decisão para produção de prova. Pode-se pedir um documento específico ou uma categoria de documentos (ex. todas as notas fiscais relativas ao contrato), devendo colocar a relevância do documento e a materialidade das provas. Na mesma tabela, haverá a resposta da outra parte (alegando que não há materialidade do documento ou que não há relevância), a réplica e a decisão. 
O Discovery e o E-Discovery são formas de requerimento de documentos pela parte contrária extremamente amplas, sem as restrições da regra da IBA e sem as restrições das regras do processo judicial pátrio. É muito comum nos Estados Unidos. É fornecido todos os documentos. Os clientes brasileiros, no entanto, não estão preparados para essa obrigatoriedade. O E-Discovery são os documentos eletrônicos. 
b) Depoimento pessoal:
No judiciário, a funcao é a obtenção de uma confissão. Só quem deve inquirir é o próprio juiz ou o advogado da parte contrário, e o advogado da parte não deve fazer perguntas. 
Na arbitragem é mais liberado, podendo ter a inquirição pelo advogado da própria parte. No CPC, temos a pena de confesso, ou seja, a ausência ao depoimento pessoal significa confissão. Na arbitragem, diz que a ausência da parte no depoimento sem justa causa será considerada pelos árbitros no momento de proferir a sentença, mas não necessariamente como uma confissão. 
O árbitro não tem poder de execução, então se uma testemunha não aparece, ele deve fazer uma carta arbitral e por meio dela solicitar a condução coercitiva (art. 22, §2º). O arbitro pode pleitear que a testemunha seja levada a sua presença. 
A inquirição das testemunhas pode ser feita pelos árbitros, diretamente pelos advogados ou com intermédio dos árbitros. É proibido procedimentos fustigatórios, ou seja, aquelas atitudes que o advogado intimide a testemunha, pressionando-a.
Existem várias técnicas de inquirição de testemunhas: (i) a inquirição aberta é aquela em que a testemunha é arrolada, comparece ao tribunal e é ouvida sobre tudo; (ii) a inquirição fechada é muito utilizada em arbitragem internacional. Antes da audiência, a testemunha prepara um depoimento escrito, apresentado com antecedência com relação à audiência. E deve ter auxilio do advogado, e se ela escreve de modo aberto, ela será perguntada de forma aberta. E na audiência há um procedimento que vai afinalando: primeiro, existe um interrogatório, dando a palavra ao advogado que levou a testemunha, geralmente é curto, e deve estar restrito ao que está no depoimento escrito; após, o interrogatório é feito pela parte contrária (cross examination), e o advogado fará perguntas somente sobre o que está no depoimento escrito, e se a testemunha falar mais do que está escrito, poderá o advogado também perguntar sobre coisas a mais; depois, devolve a palavra para o advogado que levou a testemunha, que falará apenas sobre o que foi respondido no cross examination; em seguida, o advogado da parte contrária vai fazer perguntas somente sobre o que foi respondido na fase anterior. 
c) Perícia:
Muitas arbitragens há o perito apontado pelo tribunal, mas há muitos casos nos quais o tribunal arbitral não indica o perito, e cada parte nomeia o seu. E esse perito tem o dever de fidúcia ao tribunal arbitral, tendo o dever de falar a verdade, sendo um auxiliar do tribunal arbitral. Portanto, a nomeação do perito pode ser pelos árbitros ou apenas pelas partes. 
A apresentação dos laudos pelos peritos apontados pelas partes e na audiência pode ser feita a inquirição do perito nomeado pelos árbitros e assistentes, e é muito comum que não só os peritos sejam ouvidos, mas também os pareceristas jurídicos, passando por cross examination na audiência. 
Tem sido cada vez mais comum o procedimento hot tubbing, ou seja, uma inquirição simultânea de todos os peritos. Pode assumir várias formas: todos os peritos são colocados na audiência, e cada um fala em frente ao tribunal arbitral, ou que os peritos se reúnam entre si previamente à audiência e que tentem responder unanimemente várias perguntas colocadas pelo tribunal arbitral, restringindo o objeto da controvérsia.
- Audiência:
Os árbitros marcam uma conferência telefônica para organizar a audiência, discutindo entre todas as partes o procedimento da audiência. 
Os árbitros são os destinatários da prova, e a audiência serve para trazer provas aos árbitros, para convencê-los. Os árbitros podem interferir na audiência, e os advogados devem ter a postura de colaboração com o tribunal arbitral. 
Muitas vezes as audiências têm as apresentações iniciais, na qual se faz uma apresentação do seu caso, e tem a possibilidade de resumir aquilo que acha-se razoável. É possível que haja as apresentações finais orais, ou por escrito. 
4) Fase decisória:
Objetiva a prolação da sentença arbitral. 
É possívelque haja sentenças parciais na arbitragem, sendo expresso na reforma da lei de arbitragem. Existem questões que requerem maior instrução do que outras, e por isso pode-se julgar parcialmente. 
Ex. pedido de indenização, os árbitros estão convencidos de que há o direito à indenização, mas não do montante do ressarcimento, possivelmente precisando de perícia. 
Embargos arbitrais (art. 30, LA): não cabe recurso à arbitragem ao judiciário, podendo ser contratado o recurso dentro da própria arbitragem, mas é cabível que peça-se que os árbitros corrijam a sentença arbitral para questões de dúvida, omissão, contradições ou obscuridade da sentença arbitral. 
Situações polêmicas:
1.	Adição de partes: É possível adicionar novo autor ou réu? Depende do regulamento.
2.	Consolidação de processos arbitrais: reunião de arbitragem para julgamento em comum. Na arbitragem, isso não acontece. Só quem está sujeito à jurisdição do árbitro é aquele que faz parte do processo arbitral. No processo civil, a prevenção é muito comum, pois todos estão sujeitos á jurisdição arbitral. Essa é outra questão respondida pelo regulamento da instituição
3.	Demandas cruzadas (cross claims): Pedido do requerido contra outro co-requerido dentro da mesma arbitragem
4.	Arbitragem expedita: Custo é um problema na arbitragem. A fim de democratizar o acesso à arbitragem, algumas instituições estão preparando regulamentos de arbitragem expedita, para causas de pequeno valor. É um procedimento mais simples, mais rápido, menos custoso, dispensando elementos como o termo de arbitragem, para tornar mais econômico.
5.	Garantia às custas (security for costs): Se você tem receio que uma parte não honrará no futuro sua obrigação de pagar as despesas de arbitragem, você pode, se provar que o seu receio é legítimo, pode pedir que o tribunal arbitral ordene que a parte preste garantia é para assegurar que a obrigação será honrada.
Essa garantia é limitada aos custos da arbitragem + honorários dos árbitros, não garante que a parte, caso perca, vá pagar a obrigação condenada em sentença arbitral. Para garantir que a parte pague uma possível condenação, você precisa de uma medida cautelar ou de uma liminar – antecipação de tutela.
SENTENÇA ARBITRAL:
Antes da lei de arbitragem, o CC empregava a terminologia “laudo arbitral”, mas a lei traz “sentença arbitral”. Laudo traz a impressão de uma opinião, e não de um ato decisório, vinculante, e sentença traz o conceito de jurisdição. O mais adequado, portanto, é utilizar “sentença arbitral”, pois escolhido pela lei para reforçar a natureza jurisdicional da arbitragem.
São três os principais efeitos da sentença arbitral: 
(i) formação de coisa julgada formal – não se discute mais o assunto na arbitragem - e material – não pode discutir o assunto em nenhum processo (art. 31); 
(ii) formação de título executivo judicial (art. 31) – a sentença arbitral pode ser cobrada em juízo como se fosse uma sentença/acórdão do judiciário, e por isso tem argumentos restritos do devedor, não podendo rediscutir o mérito; 
(iii) encerramento da arbitragem e extinção dos poderes dos árbitros (art. 29) – ninguém é árbitro permanentemente, essa será temporária, somente ocorrendo dentro do processo.
Obs. Na execução da sentença arbitral, aplica-se o CPC, pois está sendo executado no judiciário. 
Espécies de sentença:
- Homologatória: as partes celebram uma transação;
- Terminativa e definitiva: quando põe fim ao processo sem mérito e quando é com mérito. 
- Final e parcial (art. 31 e 23, §1º): põe fim ao processo ou resolve uma questão, e o processo continua a correr. 
- Elementos e requisitos: São os mesmos do Código de Processo Civil, apesar da aplicação ser diferente do CPC. 
(i) Elementos materiais obrigatórios (art. 26 e 27): relatório, fundamentação e dispositivo. Não é possível que as partes acordem não haver a fundamentação e o relatório, pois são normas de ordem pública, e se não houver poderá ser anulado, porque é uma garantia que os árbitros leram o processo. Pode haver um relatório e fundamentação sucintos, por acordo das partes ou pelo regulamento. 
Não aplica-se o sistema do CPC para a fundamentação. O CPC é próprio do sistema judiciário, e não se aplica à arbitragem. Por exemplo, não haver precedente não é requisito de nulidade para a sentença arbitral, os precedentes não são parte do subsistema de arbitragem, por não haver uma hierarquia entre os árbitros. 
Também não cabe anular a sentença arbitral por aplicar erroneamente o direito, com exceção de normas de ordem pública (para Gabriel).
O dispositivo traz a decisão sobre todas as matérias sujeitas à arbitragem e decisão sobre despesas, honorários e litigância de má-fé (o CPC pode ser um parâmetro interpretativo, um auxilio, mas não é de observância obrigatória. Para Gabriel, não cabe honorários de sucumbência, somente se tiver contratado ou no regulamento.
(i) Elementos formais obrigatórios (art. 24 e 26) A sentença deve ter forma escrita, a data, o local e a assinatura dos árbitros. Somente haverá nulidade se houver prejuízo, então data e local não são, em regra, causas de nulidade. Se algum dos árbitros se recusar a assinar, os outros podem ratificar isso. 
- Quórum de deliberação: Quando do árbitro único, somente ele. Quando do tribunal arbitral (art. 24, §1º), utiliza-se o critério da maioria, e o voto divergente deve ser por escrito. Se não houver maioria, prevalece o voto do presidente. 
- Comunicação da sentença arbitral: deve ser feito por escrito (ex. e-mail e via física). Deve-se comprovar o recebimento. 
Correção e esclarecimentos da sentença arbitral:
- Hipóteses de cabimento: 
(i) Erro material – erro de digitação, de cálculo, número, etc.
(ii) Obscuridade – ponto na sentença que não é clara.
(iii) Dúvida – como é julgamento em única instância, deve-se ter a oportunidade de tirar a dúvida. 
(iv) Contradição – a fundamentação díspare na sentença
(v) Omissão;
- Prazo: o prazo é, em regra, aumentado pelo regulamento, e as partes podem alterar, mas na lei está 5 dias. 
- Efeitos modificativos: Não é um reexame do mérito, mas pode-se entender que a supressão da obscuridade, a correção da omissão podem implicar em uma decisão contrária da decisão que havia sido tomada, há o efeito modificativo da sentença. É uma situação excepcional. 
Decisão: 
A decisão é um aditamento à sentença arbitral, e o prazo da anulatória volta a correr normalmente. Embargos conhecidos, mas rejeitados conta o prazo. Embargos não conhecidos não conta o prazo novamente. 
Invalidação da sentença arbitral:
A doutrina vem chamando de ação anulatória, mas para Gabriel entende-se que deve ser chamada de ação de impugnação. Não necessariamente é uma invalidação da sentença arbitral, podendo ser a anulação do processo arbitral. A anulação pode-se dar por conta de violação do direito de produzir a prova, é antes da sentença, ou da imparcialidade do árbitro, pode-se anular o processo. 
Não se confunde com recurso, pois não cabe recurso ao judiciário. Pode haver um tribunal recursal na arbitragem, se contratado pelas partes. Não se confunde, ainda, com ação rescisória, pois essa profere um novo julgamento no lugar, anulando a sentença judiciária. Rescindir, de acordo com a tradição jurídica francesa, significa anular. 
A ação anulatória se refere a sentenças arbitrais, e a ação rescisória do judiciário. A ação rescisória tem cabimento por erro de lei, mas não cabe na ação anulatória (as hipóteses são menores do que na rescisória).O órgão competente para as ações anulatórias são os juízes de primeiro grau, e nas rescisórias de 2 grau. 
O juiz anula a ação anterior e profere outra no lugar, mas na anulatória não, ele apenas anula. 
Via processual da invalidação: ação anulatória está sujeita ao prazo de 90 dias, e pode ser por um processo autônomo, ou em uma hipótese peculiar, pode ser por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, dentro de 90 dias (art. 33, §3º). 
O prazo é de 90 dias(art. 33, §1º), e é um prazo decadencial. Para saber se é decadencial ou prescricional, deve-se verificar qual a natureza da pretensão, se condenatória, o prazo é prescricional. Se constitutiva (negativa ou positiva), é decadencial. Se declaratória, não há prazo. Prazo decadencial não se interrompe nem se suspende. 
Isso não significa que prazo decadencial não se prorroga, por exemplo, quando vence em dia de domingo, ou dia sem expediente forense, estende-se para o próximo dia útil. 
Legitimidade e interesse são os mesmos da arbitragem. 
A competência é do poder judiciário, dependendo do interessado (ex. poder federal para empresa pública, caixa, etc.). 
Hipóteses de cabimento (art. 32 e 33): A enumeração é taxativa, só cabendo ação anulatória por uma dessas hipóteses previstas em lei, somente com uma exceção, que são as normas de ordem pública (discussão doutrinária). 
Art. 32. É nula a sentença arbitral se: 
I - for nula a convenção de arbitragem; se a arbitragem se legitima e se valida pelo fato das partes terem convencionado a sua realização, se a convenção arbitral for nula, nula será a arbitragem. Não é somente a anulação da sentença arbitral, mas de todo o processo. Se os árbitros decidirem pela validade da convenção arbitral, prevalece temporalmente até o fim do processo arbitral e depois entrar com ação anulatória. 
II - emanou de quem não podia ser árbitro; impedimento, suspensão e incapacidade do árbitro. Outro elemento legitimador da arbitragem são a capacidade, a independência e a imparcialidade do árbitro. A lei determina que haverá a aplicação ao árbitro das hipóteses de impedimento e suspeição que são aplicadas aos juízes, conforme o CPC. Também servirá de base o código de ética da instituição, se houver, e as diretrizes da IBA, se for convencionado. 
Se, no curso do processo arbitral, o árbitro se tornou incapaz, não precisa de uma interdição judicial para que seja afastado do caso, porque muitas vezes a família opta por não proceder com a interdição. Nem todos tem legitimidade para pleitear a interdição, e a parte arbitral não tem. Também a parte tem o ônus probatório de provar a incapacidade, mesmo não tendo havido a interdição. Deve-se aproveitar os atos praticados pelo árbitro até o momento em que ele se tornou incapaz. 
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei; falta de relatório, fundamentação ou dispositivo. A falta de relatório não é igual a relatório conciso. 
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem; excesso aos limites da convenção arbitral. O árbitro tem o poder apenas na exata medida e somente dentro dos limites que as partes fixaram, e o que ele decidir excedendo esses limites, será nulo. Ex. extensão errônea a terceiros. 
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva; prevaricação é deixar de praticar um ato que está obrigado de ofício. Concussão é pedir vantagens indevidas para praticar um ato de sua obrigação. O árbitro, um particular, para fins penais, é equiparado ao funcionário público (art. 17). A prática do crime presume-se o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
Por lei, o prazo é contado do recebimento da sentença arbitral, e se tiver embargos arbitrais, do recebimento da nova decisão. Mas, se passados 180 dias, por exemplo, para Gabriel, e descobre-se uma corrupção, o prazo deve começar a ser contado novamente a partir dessa data. 
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, desta Lei; e Excesso de prazo. A sentença arbitral será proferida em 6 meses, a partir da investidura dos árbitros. Isso, na prática, não existe, e os regulamentos trazem o prazo maior. 
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta Lei. Violação aos princípios do contraditório, igualdade das partes, imparcialidade e independência do árbitro ou livre convencimento motivado. 
Além dessas hipóteses, também é possível a anulação da sentença arbitral em razão da violação à ordem pública. 
EXECUÇÃO DA SENTENÇA ARBITRAL:
1. Efeitos da sentença arbitral:
- Coisa julgada material
- Formação de executivo judicial
2. Competência para a execução da sentença arbitral:
- Monopólio do poder executivo pelo Estado: o árbitro tem poder para tutela provisória, de conhecimento, mas não tem poder para a tutela executiva. É necessário, portanto, do poder judiciário. 
Essa afirmação tem sido mitigada para entender-se que quando a execução se faz sem atos de violência é possível que ela se opere independentemente do poder judiciário. 
Ex. sentença arbitral que determina que se faça um registro em uma matrícula. Tem-se entendido no TJSP que é possível enviar um ofício pelo tribunal arbitral para que o registro seja efetuado. 
3. Regime jurídico da execução da sentença arbitral:
3.1. Sentença arbitral nacional/doméstica: 
Critério para definição da nacionalidade: Sede da arbitragem: não será o local da assinatura, e sim a sede do processo arbitral, porque ela foi escolhida pelas partes ou escolhida pelos árbitros com aceitação das partes. 
Se uma arbitragem tem sede no Brasil, essa sentença arbitral será brasileira. Ex. partes estrangeiras, árbitros estrangeiros, direito estrangeiro, contrato firmado no exterior, idioma estrangeiro, câmara de arbitragem estrangeira, se a sede da arbitragem for no Brasil, a sentença arbitral será brasileira.
Competência: a competência para execução da sentença arbitral é do juiz de primeiro grau, podendo ser da justiça federal – não se aplica a sociedade de economia mista ou estadual. É possível ainda que a competência seja da justiça do trabalho.
Procedimento: será o mesmo procedimento do cumprimento da sentença judiciária, apenas com uma diferença, pois no procedimento judicial é apenas uma fase do processo. Na execução da arbitragem, é um novo processo, então o executado deverá ser citado pessoalmente, e não apenas intimado. 
Impugnação do devedor: a impugnação do devedor terá restrição de conteúdo, pois já houve uma fase de conhecimento, tendo coisa julgada. Ex. excesso de execução – o valor é maior do que disposto na seentenca. Dentre as matérias do CPC, existem matérias tipicamente processuais, e por isso caberá ao juiz da execução, mas há matérias que cabem à impugnação que são tipicamente de conhecimento de mérito (ex. prescrição). No entanto, a cláusula compromissória poderá reger a prescrição, e por isso, para Gabriel, essa seria uma questão para nova arbitragem. Se for uma matéria processual, poderá ser no judiciário. 
A impugnação não tem efeito suspensivo, então a execução continuará. Se ele alegar o fumus bonis iuris e o periculum in mora, poderá ter efeito suspensivo. Poderá ter em curso uma ação anulatória.Suspende a execução? Depende, pois poderá pedir uma tutela de urgência.
Invalidação da sentença arbitral: o pedido de anulação deve se dar dentro de 90 dias. Se a impugnação for apresentada dentro desses 90 dias, não precisa da ação anulatória autônoma, podendo pedir a anulação dentro da impugnação, por uma questão de celeridade. 
3.2. Sentença arbitral estrangeira: 
3.2.1. Reconhecimento de sentença estrangeira: 
Função: integração ao ordenamento jurídico brasileiro. Para que a sentença ingresse na ordem jurídica brasileira é preciso do devido processo legal, o ato de autorização se faz por meio de um procedimento chamado de reconhecimento de sentença estrangeira ou homologação de sentença estrangeira (“exequatur”). 
O reconhecimento da sentença estrangeira se opera no plano da eficácia, pois autoriza que o ato proveniente de outro Estado produza efeitos no Brasil. 
Competência originária: STJ (CF, art. 105, I, “i”). 
Impossibilidade de revisão do mérito: o STJ não pode alterar o mérito, é apenas um juízo de autorização para a eficácia no Brasil. 
Legislação aplicável: aplica-se a Lei de arbitragem, alinhado à Convenção de Nova York, o CPC e o Regimento Interno do STJ. 
Isonomia das sentenças judiciais:a convenção de nova York estabelece uma isonomia entre as sentenças judiciais estrangeiras e as sentenças arbitrais estrangeiras, não podendo exigir para a execução da sentença arbitral mais do que exige para a sentença judicial estrangeira. Adota, ainda, a ideia da norma mais liberal, listando uma série de situações em que leve uma sentença arbitral a não ser reconhecida, e o ordenamento interno também lista, então deve-se usar a norma mais liberal para o reconhecimento da sentença. 
Hipóteses de denegação: instrução do pedido. 
a. Falta da sentença original ou cópia autenticada, com tradução juramentada (CNY, art. IV, 1, a; RISTJ, art. 216-C);
b. Falta da convenção de arbitragem original ou cópia autenticada, com tradução juramentada (CNY, art. IV, 1, b, RISTJ; art. 216-C). Como a arbitragem se legitima pelo consenso, precisa acostar a convenção de arbitragem. É uma pequena diferença da sentença judicial estrangeira. 
Hipótese de denegação: mérito da sentença.
a. Ofensa à soberania brasileira (SISTJ, art. 216-F);
b. Ofensa à ordem pública brasileira (CNY, art. V, 2, b; RISTJ, art. 216-F);
c. Ofensa à dignidade da pessoa humana (RISTJ, art. 216-F). 
Hipóteses de denegação: arbitralidade. Questões relativas à arbitragem em si. 
a. Falta de arbitrabilidade segundo a lei brasileira (CNY, art. V, 2, a; RISTJ, art. 216-C); ex. na Itália, basta que os direitos sejam patrimoniais, e não precisa ser disponível e não é possível homologar a arbitragem no Brasil. Se em um país permitir a investigação de paternidade pela arbitragem não pode ser homologado no Brasil.
b. Se as partes da convenção de arbitragem estavam, conforme a lei, de modo incapacitadas (CNY, art. V, 1, a). Geralmente, é se houve algum tipo de incapacidade no sentido jurídico. 
Hipóteses de denegação: convenção de arbitragem. 
a. Se a convenção de arbitragem não é válida segundo a lei escolhida pelas partes, ou, em sua falta, a do país onde a sentença foi proferida (CNY, art. V, 1, a; RISTJ, art. 216-D, III). As partes podem escolher a lei para reger a lei de arbitragem, se não tiverem escolhido, aplica-se a lei da sede da arbitragem. Os árbitros podem decidir que certa questão está sujeita a uma convenção de arbitragem válida, mas o STJ pode rever essa matéria, se houver alegação. Se concluir que é nula, ele denega a homologação no Brasil. Mas isso não invalida a sentença arbitral, apenas impede a produção dos efeitos no Brasil. 
b. Se a sentença se refere a uma divergência que não está prevista ou não se enquadra na convenção de arbitragem (CNY, art. V, 1, c). 
c. Se a sentença contém decisões sobre matérias que extrapolam a convenção de arbitragem, permitida a separação das matérias alcançadas pela convenção (CNY, art. V, 1, c). Só tira o excesso. 
Hipóteses denegação: processo e procedimento arbitrais. 
a. Se a parte vencida não recebeu notificação apropriada acerda da designação do árbitro ou do processo arbitral, ou lhe foi impossível, por outras razoes, apresentar seus argumentos (CNY, art. V, 1, b). Falta de citação (notificação inicial) ou não ter a condições financeiras de se defender. 
b. Se a composição da autoridade arbitral ou o procedimento arbitral não se deu conforme o cacordado pelas partes, ou, na falta de tal acordo, a lei do país em que a arbitragem ocorreu (CNY, art. V, 1, d). Se o tribunal arbitral não foi feito corretamente.
Hipóteses de denegação: validade e eficácia da sentença.
a. Se a sentença arbitral não transitou em jugado (RISTJ, art. 216-D, III). Se não transitou em julgado não pode ser executada. 
b. Se a sentença ainda não se tornou obrigatória para as partes (CNY, art. V, 1, e).
c. Se a sentença foi anulada ou suspensa por autoridade competente do país em que, ou conforme a lei do qual, foi proferida (CNY, art. V, 1, e). Se uma sentença foi anulada no judiciário mexicano, pode executar no Brasil? Se a lei do país onde for executada a sentença for mais benéfica do que a lei de nova York, aplica-se a mais liberal, e no Brasil não tem essa disposição. Então é possível. Mas, para Gabriel, essa não seria o entendimento do STJ. 
3.2.2. Execução de sentença estrangeira:
- Competência: sempre da Justiça Federal
- Procedimento: é o mesmo das execuções em geral, apenas com a necessidade de citação, pois a execução não é uma fase de um processo. 
MEDIAÇÃO
I. Noções introdutórias:
1. Definição:
a) Legal: art. 1º, p.u. da Lei de Mediação: “Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisória, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia”. 
b) Doutrinária: A mediação de conflitos pode ser definida como um processo em que um terceiro imparcial e independente coordena reuniões separadas ou conjuntas... VER SLIDE
A diferença entre a conciliação e a mediação é o papel do terceiro que está auxiliando as partes na conciliação. Na conciliação, o conciliar sugere solução e as partes aceitam ou não. Já na mediação, as partes conflitantes sugerem as soluções e o mediador facilita o diálogo e organiza as sugestões apresentadas. OUVIR 24 MIN
Um é um método autocompositivo e a arbitragem é um método heterocompositivo. 
A legislação em vigor no Brasil são: (i) Lei de Mediação; (ii) CPC; (iii) CC; (iv) United Nations Convention on Internacional Settlement Agreements Resulting form Mediation (Cerimônia de Assinatura: 07 de Agosto de 2019, Singapura – ainda não foi assinada). 
- Cláusula de Mediação: 
São elementos necessários: (i) sujeitos; (ii) objeto; e (iii) forma – não necessariamente a forma escrita. 
São elementos facultativos: (i) prazo mínimo e máximo da mediação; (ii) local da primeira reunião – marco inicial da mediação; (iii) critérios de escolha do mediador; (iv) penalidade em caso de não comparecimento à primeira reunião; (v) todos os outros da cláusula compromissória (EX. sede, honorários, idioma). 
São requisitos de validade: (i) sujeitos – não há limitação, podendo ser partes incapazes devidamente assistidas; (ii) objeto – direitos disponíveis ou indisponíveis que admitem transação: a lei se equivocou quando utilizou a expressão indisponíveis que admitem transação. Existem os direitos plenamente disponíveis e os parcialmente disponíveis, então o que a lei quis dizer são os direitos parcialmente disponíveis que permitem transação. Ex. direito de alimentos não é possível de cessão, e somente responde a afirmativamente uma das perguntas, mas não são indisponíveis, somente parcialmente disponíveis. 
Hipótese de supletividade em caso de omissão das partes: (i) Substituição dos elementos pela indicação de regulamento (§1º do art. 22), assim como tem regulamento de arbitragem, as boas câmaras tem regulamento de mediação; (ii) se a cláusula não trouxer o prazo mínimo e máximo, o prazo mínimo será de 10 dias e o máximo será de 3 meses (inciso I do §2º do art. 22). 
II. Princípios da Mediação:
1. Imparcialidade e independência do mediador: são os mesmos parâmetros da imparcialidade e independência do árbitro, e deve ser qualificado pela CNJ, com curso de extensão. Algumas câmaras disponibilizam listas de indicação de mediadores, e para isso tem outros cursos além do obrigatório. 
2. Isonomia entre as partes: as partes e o próprio mediador tem que estar em uma relação horizontal, não havendo hierarquia. É obrigatória a representação por advogados (art. 10, p.u.)No procedimento de mediação extrajudicial, se uma das partes esteja representada por advogado e outra não, é preciso esperar para que todas tenham advogado. O papel do advogado é muito mais para instruir o cliente sobre o acordo, procedimento, ajudar o mediador em continuar com a mediação e chegar a um consenso, etc. 
3. Oralidade: o procedimento, via de regra, ocorre oralmente. 
4. Informalidade: não tem rito especifico, não tendo necessidade de forma escrita. Será pela conveniência do mediador.
5. Autonomia privada;6. Busca do consenso;
7. Confidencialidade: algumas regras da lei de mediação são relativas à confidencialidade do procedimento. Nada que é falado na mediação não poderá ser utilizado como prova em eventual procedimento judicial/arbitral. 
Mas existem algumas exceções: (i) as partes podem derrogar a confidencialidade; (ii) divulgação exigida por lei ou para cumprimento do acordo (art. 30); (iii) ocorrência de crime de ação pública – se for confessado a ocorrência de crime de ação pública incondicionada, isso retira a confidencialidade, podendo a parte ou mediador comunicar; (iv) informações à administração tributária – ex. declaração do dinheiro do acordo. 
Mas se houver uma violação da ordem pública do direito civil, não se deve violar a confidencialidade. 
8. Boa-fé: presente em todo o ordenamento, deve também seguir a boa-fé. 
III. Procedimento de Mediação:
1. Mediação judicial x Mediação extrajudicial:
PEGAR TABELA
O mediador na extrajudicial não pode atuar como árbitro daquela causa, é uma forma de impedimento. 
2. Início da mediação:
O marco inicial é a primeira reunião, o primeiro momento que as partes se reúnem com o mediador, e marca a suspensão dos prazos prescricionais. Considera-se que a parte rejeitou o convite, se enviado o convite, passe 30 dias sem resposta da outra parte. Só suspendem-se os prazos se tiver a primeira reunião, então deve-se ter muita cautela com os prazos, já que se a parte recusar, não suspende. 
3. Suspensão de ações judiciais e arbitragem:
OUVIR 54 MIN
4. Estapas do Processo de Mediação:
a) Primeira etapa: explicação do mediador às partes como funciona a mediação. 
b) Segunda etapa: 
c) Terceira etapa:
5. Encerramento da Mediação (art. 20):
IV. Técnicas de Mediação:
1. Ferramentas procedimentais: cabe ao mediador mapear o conflito, ou seja, ver quem são os atores que tem poder decisório daquele conflito, o problema entre as partes e o que já foi feito por elas para ter um entendimento do conflito. Também pdoerá promover reuniões privadas entre o mediador e a parte, sem a presença da outra parte, podendo conferir o tempo necessário. Outra ferramenta procedimento é compartilhar os objetivos de cada processo, para que as partes tenham consciência do que está ocorrendo na mediação. 
2. Ferramentas de comunicação: escuta ativa, demonstrando interesse com o que está sendo falado. Deve-se analisar as diferenças culturais entre as partes e o mediador. Além disso, deve-se identificar e desconstruir impasses, mas não necessariamente o conflito, e sim o que está impedindo a comunicação entre as partes. Prestar atenção na natureza do discurso da parte (ex. briga, ataque) e a qualidade da escuta da outra aprte, prestando atenção na forma que está ouvindo a outra parte. Outra técnica é redefinir com conotação positiva, pegando aquilo que a parte falou de forma negativa e colocar de maneira mais branda, retirando a fala de ataque, construindo o procedimento de mediação. A técnica de resumo é anotar o que a parte falou, retirando a forma negativa. Além disso, há a paráfrase, colocando de outra forma ou outro contexto. 
3. Ferramentas de negociação: para a negociação ser efetiva é preciso identificar os terceiros envolvidos no conflito, separar as pessoas do problema, colocando de forma objetiva, construindo pautas objetivas e subjetivas separadas. Além disso, deve-se identificar interesses comuns e complementares. Ou ainda iniciar a negociação da pauta objetiva por temas de menor tensão, sendo importante também na negociação. Se a negociação for tomada por pura emoção, uma das partes provavelmente será prejudicada, focando o que deve ocorrer e fundamentar aquela forma. Deve-se ainda identificar a melhor alternativa negociada e a pior alternativa negociada, ou seja, seria papel do mediador mostrar para as partes quais seriam os caminhos a serem percorridos e os efeitos dessa decisão. O que se propõe é que o mediador traga para a parte quais seriam as melhores alternativas e quais os efeitos dela. A última ferramenta é trabalhar com um mínimo de três alternativas, mostrando o que ele identificou no processo de diálogo, e as partes vão moldar o que melhor atende os seus interesses. 
Existe uma técnica da arbitragem que está sendo utilizada: Quando termina a instrução, o requerente apresenta o que seria para ele a sentença mais correta e o requerido faz o mesmo, e o árbitro adota uma das duas. A parte não propõe uma sentença absolutamente favorável a si, reconhecendo alguns pontos em que a outra parte esteja correta, para que o árbitro acate a sua sentença, e isso leva a uma composição melhor.

Outros materiais