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Aula 01 Noções de Administração de Recursos Materiais p/ DPU - Agente Administrativo (Com Videoaulas) Professor: Felipe Petrachini Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 157 AULA 01 ± 2. Gestão de Estoques SUMÁRIO PÁGINA Sumário 3. Gestão de Estoques .................................................................................... 2 3.1 Políticas de Estoque .............................................................................. 5 3.2 Métodos de Previsão da Demanda ........................................................ 6 3.3 Determinação dos Níveis de Estoque .................................................. 11 3.4 Reposição de Estoques E Níveis de Estoque ...................................... 17 3.4.1 Estoque Mínimo (Estoque de Segurança) ..................................... 17 3.4.2 Tempo de Ressuprimento ou Tempo de Reposição. .................... 24 3.4.3 Ponto de Pedido ............................................................................ 25 3.5 Rotatividade ou giro dos estoques ....................................................... 26 3.6 Nível de Serviço (nível de atendimento) .............................................. 29 3.7 Economicidade na Função Suprimento - Lote Econômico de Compra 33 3.7.1 Custos ........................................................................................... 33 3.7.2 Lote Econômico de Compra .......................................................... 37 3.8 Controle de Estoques .......................................................................... 38 3.9 Métodos de avaliação de estoques ...................................................... 53 3.10 Sistemas de Estocagem .................................................................... 58 3.11 Tipos de Estoque ............................................................................... 60 4. Classificação ABC ..................................................................................... 62 4.1 Metodologia de cálculo da curva ABC ................................................. 63 Dúvidas comuns sobre os pontos desta Aula ................................................ 71 Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 157 Questões Comentadas .................................................................................. 80 Questões Propostas .................................................................................... 140 Bem vindo ao resto do curso . É com grande prazer que descubro que você resolveu confiar em mim para alcançar sua aprovação. Neste caso, farei por merecer tamanha honra :D. Está na hora da dor de cabeça . A aula 00 era apenas uma demonstração da mecânica da aula. Não se assuste se alguns temas aparecerem novamente aqui. Se acontecer, é simplesmente para manter o encadeamento do raciocínio. Pode até pular aquela parte se quiser (embora eu não recomende). 3. Gestão de Estoques Para que servem os estoques? E como se administra um estoque? Os estoques servem para armazenar os materiais enquanto estes não são necessários ao processo produtivo. A gestão do estoque poderá assumir várias formas de acordo com o tipo de produção da empresa. $R�IDODU�VREUH�D�JHVWmR�GH�HVWRTXHV��&KLDYHQDWR�DILUPD�TXH��³1R�VLVWHPD�GH gestão por encomenda, é quase sempre o produto que permanece imóvel, enquanto WXGR�R�PDLV�JLUD�HP�DR�UHGRU�GHOH�´�(VWD�SURGXomR�SRU�HQFRPHQGD�H�EDVHDGD�HP� uma solicitação dos clientes, ou seja, o produto somente é produzido após o cliente ter solicitado. Seria simples para a administração de estoques se tudo se resumisse a produção por encomenda, não é mesmo? MAS A REALIDADE NÃO É ASSIM. Lembra o que eu falei sobre o setor financeiro da empresa? Se dependesse deles, a empresa esperaria um pedido de 100 unidades para comprar matéria prima para somente 100 unidades, fabricar estes produtos e entregá-los, sempre com o estoque zerado. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 157 Mas nem sempre é possível fazer desse jeito, pois existe também a produção em lotes (onde se produz quantidades limitadas de determinado produto por YH]�� SRU� LVWR� R� QRPH� ³HP� ORWHV´�� H� D� produção contínua (onde o produto e produzido sem paralisações e por um período longo de tempo). Nestes dois modos de produção, a atenção se volta para o sistema produtivo (que foi apresentado na aula passada), porque nestes casos, diferentemente do que ocorre na produção por encomenda, a produção não para nunca, não podendo, deste modo, faltar materiais indispensáveis a ela. É neste momento é que a figura dos estoques será importante. Os estoques irão garantir a continuidade da produção. O estoque garante o abastecimento de materiais à empresa, de forma que atrasos no fornecimento ou sazonalidades (eventos que alteram a demanda de materiais sensivelmente de tempos em tempos) no suprimento não prejudicarão a produção. O estudo de estoques visa,basicamente,impedir que haja desabastecimentotanto de matérias-primas e semiacabados dentro da fábrica, bem como de produtos acabados no momento em que os clientes fazem o pedido. Imagine uma fábrica grande como a Nestlé. Se o Carrefour pedir 100 caixas de pudim de chocolate para daqui 10 dias, certamente a fábrica, se iniciar a produção hoje, conseguirá entregar o pedido. Mas imagine que a Nestlé tenha no seu portfólio mais de 300 produtos diferentes e que haja 2000 pedidos por semana, para serem entregues em poucos dias, como é que a empresa irá honrar esses pedidos se começar a produzir hoje? Provavelmente irá falhar miseravelmente. E como podemos conceituar o estoque? Quem melhor para definir isso do que uma banca de concursos né: Informação CESPE (2005/TRT 16ª Região): ³Estoque é toda porção armazenada de mercadoria, ou seja, aquilo que é reservado para ser utilizado em tempo oportuno.´ Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 157 O estoque total de uma empresa é a soma, a composição, de todos os elementos apresentados na aula passada. Relembrando: matérias-primas, materiais em processamento, materiais semiacabados, matérias acabados, produtos acabados. Relembrar é viver: Estes materiais estão armazenados para serem utilizados em momento oportuno. Seguindo definição, agora da doutrina: ³2�HVWRTXH�FRQVWLWXL� WRGR�R�VRUWLPHQWR�GH�PDWHULDLV�TXH�D�HPSUHVD�SRVVXL�H� XWLOL]D�QR�SURFHVVR�GH�SURGXomR�GH�VHXV�SURGXWRV�H�VHUYLoRV�´1 Gestão do estoque é o gerenciamento, a própria administração, voltada aos materiais estocados. Antes de passarmos para o próximo ponto, vamos lembrar o que a Administração de Recursos Materiais busca 1Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 67. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. FelipeCepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 157 controlar: Agora começa a brincadeira . 3.1 Políticas de Estoque Você acabou de ler que os estoques existem para garantir a continuidade da produção. Entretanto, organizar o estoque não envolve apenas a análise de quanto material a empresa precisará para determinado período, mas também o contexto em que ela está inserida. Por exemplo: uma empresa que opera em um mercado acometido por uma forte inflação terá de levar em consideração não só a sua própria produção, mas a constante revisão de preços dos produtos e matérias primas no mercado, bem como a retração do consumo de seus próprios produtos. E, no final das contas, pode ser que o lucro sobre as vendas realizadas termine por não superar o custo de reposição do estoque, resultando em desastre! Pois bem, para isto existem as políticas de estoque. No entender de DIAS: ³$� DGPLQLVWUDomR� GHYHUi� GHWHUPLQDU� DR� GHSDUWDPHQWR� GH� PDWHULDLV� o programa de objetivos a serem atingidos, isto é, estabelecer certos padrões que Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 157 sirvam de guia aos programadores e controladores, e também de critérios para PHGLU�R�GHVHPSHQKR�SDUD�PHGLU�GHVHPSHQKR�GR�GHSDUWDPHQWR�´� Veja que, no meio de sua frase, DIAS já explica o que é política de estoque: o programa de objetivos a serem atingidos. Políticas de estoque são metas, ideais, propósitos, que a administração fixae que o departamento de materiais deve atingir. Veja algumas metas importantes a serem fixadas e atingidas: Todos os exemplos acima tem a mesma razão de ser: o que a Administração espera dos setores envolvidos com os materiais e como deseja que o fluxo de materiais opere. Desta forma, qualquer alternativa que trate de objetivos a serem atingidos tem enorme potencial para enquadrar-se na definição. 3.2 Métodos de Previsão da Demanda As empresas, embora não possam adivinhar como funcionará a demanda de materiais no futuro, ainda assim, tentarão. E do mesmo modo que é impossível descobrir com exatidão o número de materiais que serão demandados, também não se trata de exercício de premonição. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 157 Existem algumas variantes que podem ser levadas em consideração, a fim de tentar se aproximar do valor realde materiais a ser consumidos no futuro. Estas variantes podem ser divididas em dois grupos principais: Variáveis Quantitativas: São chamadas assim pois levam em consideração fatores que podem ser numericamente quantificados. Exemplos: -Evolução das vendas em períodos anteriores; - Variáveis ligadas diretamente às vendas; - Variáveis de fácil previsão ligadas às vendas, entre as quais, a renda do mercado consumidor, crescimento da população, e outras que sua imaginação se permitir pensar. - Variáveis Qualitativas: Estas levam em conta experiência dos profissionais envolvidos na produção, baseando-se em opiniões. Como estes profissionais estão envolvidos com alguma IDVH� GD� SURGXomR�� QmR� VH� WUDWD� GH� PHUR� SDOSLWH� RX� ³FKXWH´� GHVSURYLGR� GH� compromisso com a realidade. Temos como exemplos: - Opinião de gerentes; - Opinião de vendedores; - Opinião de compradores; - Pesquisas de mercado(que normalmente sintetizam as opiniões dos compradores). Dito isto, as técnicas mais comuns de previsão de consumo são as seguintes: - Explicação: Faz uso de regras estatísticas, explicando porque se acredita que o consumo será daquela determinada forma. Como fará uso de dados Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 157 quantitativos para fazer esta análise, diz-se que este tipo de técnica tem natureza quantitativa. - Projeção: Através das vendas anteriores, busca-se tentar prever o consumo de épocas posteriores, acreditando-se que o futuro buscará imitar o passado, dele não se afastando. Também é uma técnica quantitativa. - Predileção: Aqui se busca, através da experiência dos envolvidos na produção, dimensionar o consumo dos novos períodos. É um método baseado principalmente na opinião dos envolvidos na produção, e assim sendo, é uma técnica qualitativa. As técnicas quantitativas são também chamadas matemáticas (não se importam com opiniões, apenas com números), ao passo que as técnicas qualitativas são chamadas de não-matemáticas. Mas não fiquemos por aí. Também devemos estudar os modelos de evolução do consumo. Aqui já adianto a vocês que são modelos muito melhor estudados em disciplinas de exatas, mas você tem de sair daqui pelo menos conhecendo os três principais modelos de evolução: O modelo acima é o mais fácil de ser identificado. É o modelo de evolução horizontal de consumo. Note que, embora o consumo oscile ao longo do tempo, Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 157 não há tendência de crescimento no mesmo, sempre oscilando em torno de uma quantidade fixa de materiais consumidos. A linha pontilhada representa tendência constante, ou invariável. Segundo participante . Agora estamos diante do Modelo de Evolução de Consumo Sujeito a Tendência. O nome é grande, mas não justifica pânico algum. Antes de qualquer coisa, definamos tendência, segundo os grandes sábios ancestrais: tendência é força pela qual um corpo é levado a mover-se em direção a alguma coisa. Nos nossos gráficos, a tal força é o consumo, ou ascendente, ou descendente, o que provocará oscilação no gráfico. Observem o exemplo acima: por mais que o consumo se reduza, ele não chega a ficar tão baixo quanto a queda do período anterior, o que é uma excelente pista para identificarmos o gráfico. Mas lembre-se: isto é só uma pista! O que define este modelo é a existência de uma força que impulsione a linha do gráfico, para baixo, ou para cima, de maneira constante e gradual. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 157 Agora conheça o monstrengo. Nosso terceiro modelo é o que talvez te traga mais dificuldades. Mas o tio ta aqui pra isso. Nome do monstro: Modelo de Evolução Sazonal de Consumo. Primeiro: até agora eu estava usando 50 unidades como exemplo, sempre. Agora, inventei de utilizar um tal de 50+25%. Porque fiz isso!!?? Porque este é o primeiro indicativo deste modelo. A sazonalidade se apresenta com desvios de ao menos 25% em torno do consumo médio. Mas este nem é o ponto mais importante. A sazonalidade é caracterizada pela oscilação regular e condicionada a determinadas causas. Para que não fique tão nebuloso, tome este exemplo: é normal,e perfeitamente justificável que as vendas de cobertores elétricos aumentem vertigionsamente nos meses de inverno, em relação aos meses de verão. Alias, quase ninguém estava comprando cobertores elétricos durante o verão, de maneira que, quando o inverno vem, as compras sobem para muito além dos tais 25%. Mas este frenesi de vendas não vai durar muito, e assim que o inverno acabar, haverá novo decréscimo no consumo. E isto tende a ocorrer ciclicamente, afinal, todo ano tem inverno . Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 157 3.3 Determinação dos Níveis de Estoque É fundamental que uma empresa possa dimensionar seus estoques e assim estabelecer níveis de estoque adequados (entenda-se, nem ter itens em excesso nem em número insuficiente). Daqui para frente, vamos trabalhar com esta hipotética tabela de unidades consumidas: 2014 Mês Unidades Janeiro 300 Fevereiro 370 Março 420 Abril 460 Maio 480 Junho 490 Julho 510 Agosto 560 Setembro 580 Outubro 580 Novembro 570 Dezembro 560 Pois bem: a empresa tem de chegar a uma conclusão de qual seria o nível adequado de estoque. Entretanto, como ela pode fazê-lo? Imagino que um dos motivos de você estar lendo o curso agora é porque gostaria de poder ir ao mercado todos os meses e abastecer a geladeira, sem ter usar cheques voadores na praça, em razão de deliberação de seu patrão, o qual, as cinco da tarde de uma sexta feira, decidiu que seus serviços não são mais necessários. To certo? Entretanto, você ainda vai ao mercado. Como é que você sabe quantos quilos de arroz, feijão, carne, tomate, banana e uma infinidade de outros itens você terá que comprar? Aposto que você planeja! Vê quanto arroz foi consumido no mês passado (consumo do último período), se estamos no mês de dezembro (que Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 157 devido ao incremento sazonal de consumo, vai precisar de uma geladeira mais cheia) e por aí vai. Mas essas coisas que você faz já foram estudas e documentadas! E seu examinador já leu os livros que documentaram e estudaram esse planejamento. Nós vamos trabalhar com os métodos mais comuns de previsão, analisando suas vantagens e desvantagens. Comecemos. Consumo do último período: Este método é bastante simples, consiste em se analisar a demanda (ou consumo) do período imediatamente anterior e, baseando nisto, prever-se o consumo do próximo período. Veja que esta previsão é bastante simples, mas estará sujeita às mais diversas sazonalidades, além de haver grandes possibilidades da demanda prevista, tendo por base o período anterior, não se refletir na demanda efetiva. No exemplo da nossa tabela (página 11), se fosse solicitada a previsão de consumo para julho de 2007utilizando o método do consumo do último período, a previsão seria de 490 unidades (o que corresponde ao consumo do último período, no caso junho de 2007). E o sujeito estaria errado! Este método é o responsável por você errar a compra de mercado em dezembro baseando-se no consumo de novembro. Dezembro é Natal, e você não compra chester todo o mês, nem castanhas, nem pernil, e, aliás, nem presentes. Média Móvel: Este método não tem como base um único período, mas sim a média de consumo de mais de um período anterior. Parece mais razoável? De fato! Mas tudo tem seu preço Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 157 ³$V� desvantagens residem no fato de que as médias móveis são influenciadas por valores extremos e de que os períodos mais antigos têm o mesmo peso dos atuais.´�2 (grifos nossos) Influência de valores extremos no cálculo da média móvel: O valor muito alto de um determinado período influencia para mais o resultado final, superestimando a demanda. O valor muito baixo de um determinado período influencia para menos o resultado final, subestimando a demanda. Vamos tomar a tabela anterior como exemplo. Imagine que o examinador solicitasse o consumo do mês de janeiro de 2008, com base na média móvel para cinco períodos: =570 Neste exemplo não houve nenhuma influencia porque não há valores extremos. Todos os valores são muito próximos uns dos outros. Agora, imagine que no mês de setembro o consumo tenha sido de apenas 100 unidades: =474 2 Chiavenato, Idalberto. Administração de Materiais, ed. Campus, pág. 74. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 157 Nesta segunda situação, o mês de setembro, por apresentar um valor extremo, influenciou para menos o resultado final. Deste modo, a demanda pode estar subestimada. É inerente ao funcionamento da média que isso aconteça, sendo uma desvantagem do método. Média móvel ponderada: Neste método busca-se reduzir os problemas do método anterior (a presença de valores extremos e os períodos mais antigos de tempo), esta ponderação é feita atribuindo-se pesos diferentes para períodos de tempo diferentes, ficando os períodos mais recentes com maior peso. Vamos atribuir pesos maiores aos períodos mais recentes no nosso exemplo anterior: Cuidado aqui: se você atribuiu pesos aos fatores, deve cuidar para que o denominador da fração seja igual ao número de "pesos" totais. No nosso caso, foi 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15 Média móvel exponencialmente ponderada: É uma fórmula tão pouco cobrada, que mesmo quando é, não nos é solicitado que façamos o cálculo (começamos bem hein :P). Mas você está aqui, então, observe: Parece complicada? Um pouco, mas é justamente por isso que não se costuma exigir esta fórmula em prova, apenas o entendimento dela. Vamos aos parâmetros Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 157 ± Previsão de consumo para o próximo período ± Previsão de consumo para o período passado ± Consumo efetivo no período passado ± Coeficiente de ajustamento ou mais claro: Próxima Previsão = Previsão anterior + Constante de amortecimento * Erro de Previsão Só por curiosidade, alfa costuma apresentar valor entre 0,1 e 0,3. O que você precisa saber desta fórmula? O que Dias já disse em suas obras: Apenas três valores são necessários para gerar a previsão do próximo período: - Previsão do último período; - Consumo ocorrido no último período; - Constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes. A doutrina costuma apontar as seguintes vantagens: - As informações passadas recebem tratamento mais adequado: o coeficiente de ajustamento elimina parte da variação do consumo passado atribuível a eventos aleatórios, e que, portanto, provavelmentenão irão se repetir; Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 157 - Os dados mais recentes recebem destaque: A fórmula não trabalha com uma série de valores, mas apenas com o último período de consumo, o qual é a informação mais recente que possuímos; - Menor manipulação de dados: Como você já notou, só precisamos trabalhar com três variáveis nesta fórmula, ao invés de ter de lidar com uma série por vezes extensa de valores quando tentamos calcular a média ou média ponderada; - Minimiza a influência de valores aleatórios�� $� YDULiYHO� ³FRHILFLHQWH� GH� DMXVWDPHQWR´� EXVFD� H[SXUJDU� GR� YDORU� GR� FRQVXPR� SDVVDGR� XPD� SDUFHOD� GHVWH� consumo que se deveu a fatores aleatórios, de pouca probabilidade de repetição. Veja alguns episódios no qual esta fórmula foi cobrada: CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa Caso essa empresa tivesse empregado o método da média móvel com ponderação exponencial para previsão do seu consumo em janeiro de 2008, os dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse cálculo. Comentário��$�TXHVWmR�XWLOL]D�D� VHJXLQWH� VHQWHQoD�� ³os dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse cálculo´�� Dá para afirmar isto com certeza? Não! A fórmula teria dado certo apenas com aquelas três variantes que citamos. Por esta razão o item está errado. CESPE - 2013 - STF - Técnico Judiciário - Área Administrativa A média com suavização exponencial é uma técnica para previsão de demanda de curto prazo adaptável, ou seja, se autocorrige de acordo com as alterações no comportamento das vendas. Comentário: O grande Marco Aurélio P. Dias, certa vez afirmou em sua obra: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 157 ³Este método elimina muitas desvantagens dos métodos da média móvel e da média móvel ponderada. Além de dar mais valor aos dados mais recentes apresenta menor manuseio de informações passadas´� Veja que a fórmula traça sua previsão para o próximo período apenas em função do período passado. Ao contrário da média e da média ponderada, nós não trabalharemos com uma série de valores, mas uma única informação passada: o consumo do último período. Quando passarmos para o próximo período, a fórmula vai buscar o período imediatamente anterior (que agora é o período atual), e assim sucessivamente. Por isto se diz que a fórmula tem a característica de se "auto ajustar". Esta fórmula ainda tem a vantagem de utilizar o coeficiente de ajustamento, que busca eliminar o efeito de variações aleatórias no consumo. O coeficiente de ajustamento parte do pressuposto de que parte do consumo se deu em função de um fator aleatório e que, por tanto, não deve se repetir no período seguinte. Item Certo. 3.4 Reposição de Estoques E Níveis de Estoque 3.4.1 Estoque Mínimo (Estoque de Segurança) Seria muito bom se possível fazer previsões que informassem a demanda com precisão, no entanto, pelas mais diversas incertezas, na prática isto não é possível. Diante da imprevisibilidade é necessário se determinar um estoque adicional, um estoque de garantia, para que a empresa possa amortecer efeitos de acontecimentos não previstos quando estes ocorrerem. Você se recorda do diagrama da página 04. O item precisa estar na quantidade certa, na hora certa e no local certo. Uma forma de se permitir que isto aconteça e também de se proteger o sistema produtivo é tendo estoques de segurança. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 157 O estoque de segurança é o estoque mínimo que uma empresa deve dispor, estando intimamente ligado à demanda e velocidade de reposição de um determinado material. É natural que todo sistema de produção esteja sujeito a contingências (situações não previstas, eventualidades), mas por meio de estoques de segurança uma empresa pode se proteger, reduzindo, por consequência, este risco. Hora de apresentar a vocês o gráfico clássico da medição dos níveis de estoque: o Gráfico Dente de Serra: Olhando o gráfico, eu consigo concluir que não há estoque mínimo de material (pois o ressuprimento só ocorre quando o estoque chega a zero), e o estoque máximo é 140, já que a empresa adquire o material até este patamar, além de o ponto máximo do gráfico nunca ultrapassar este valor. Vivendo perigosamente! Contudo a empresa corre riscos decorrentes de atrasos nas entregas. O que pode ocorrer depois de um tempo é o gráfico ficar assim: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 157 Observe a linha pontilhada agora. É justamente a linha pontilhada que indica a ruptura do gráfico dente de serra. A área da figura pontilhada no gráfico debaixo mostra o quanto a empresa precisou do estoque naquele período, e por consequência, o quanto deixou de ganhar com sua produção. Este gráfico é o favorito das bancas pois mostra, a um só tempo a situação de fornecimento normal (linha contínua) e a ruptura do gráfico (no caso da linha pontilhada). Obviamente, essas duas situações não ocorrem ao mesmo tempo: ou a produção continuou sem problemas (linha contínua), ou a ruptura do gráfico ocorreu (o que nos leva à linha pontilhada). Para evitar os problemas decorrentes da ruptura do gráfico dente de serra, a empresa pode estabelecer um Estoque Mínimo, tal como na figura abaixo: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 157 A existência do estoque mínimo desloca todo o gráfico para cima e para a esquerda, fazendo com que o ressuprimento ocorra sempre que a quantidade de materiais em estoque atinja a quantidade estipulada pelo estoque mínimo (não mais aguardando o estoque zerar). No gráfico anterior, podemos ver que a empresa está operando com um estoque mínimo de 20 unidades. Mas, como a empresa fixa o valor do estoque mínimo? Esse número sai magicamente da cabeça do gestor? Quem dera . As questões de bancas ainda não se preocupam muito com as fórmulas de estoque mínimo. Raramente surge uma questão sobre o assunto. O grande problema é que este "raramente" está começando a se tornar "de vez em quando", e daí para "cai com frequência" ou "sempre cai" basta um empurrãozinho. Melhor a gente se resguardar, né? Pois bem, as formas pelas quais o estoque mínimo pode ser fixado são as seguintes: Fórmula Simples: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 157 Para "C" sendo o Consumo Médio Mensal e "K" umaconstante arbitrária, conhecida por "fator de segurança". Dizemos que esta constante é arbitrária, pois será fixada única e exclusivamente em função do nível de segurança que a empresa pretende adotar. Se a empresa desejar manter um estoque de segurança capaz de suprir metade da sua produção em caso do estoque zerar, K = 50%, se ela achar que 75% é um número melhor, K = 75%. Se a empresa contentar com 10%, K= 10%. Simples desse jeito. Dado um consumo mensal de 100 unidades, e a empresa querendo adotar 50% para K, teremos: Método da Raiz Quadrada: "C" você já conhece, e, em breve, você será apresentado a "TR", mas já posso te dar uma dica: Item da Fórmula Definição Tempo de Reposição Tempo que se gasta desde a constatação da necessidade de se adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa. Pode ser chamado também de Lead Time. Aqui deve ser levado em consideração o tempo e processamento do pedido, providencias do fornecedor e o próprio recebimento pela empresa Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 157 Calma que tudo será esclarecido. Concorda comigo que a empresa deve segurar a produção durante o tempo necessário para que uma nova entrega pelo fornecedor seja realizada? Entre a empresa pedir 100 unidades de um determinado material e receber estes mesmos materiais, demora um certo tempo, certo? E durante este tempo, a empresa não parou, Continuou produzindo com o estoque de que dispunha. Assim, o tempo que ela deve aguentar produzindo será justamente a multiplicação entre o tempo que ela deverá esperar e o material que irá consumir enquanto espera. Assim, o tempo de espera pode ser expresso por O método da raiz quadrada aposta que este tempo de reposição não varia mais do que a raiz quadrada de seu próprio valor. Como este é um palpite bastante corajoso, o método só costuma ser indicado quando: - O consumo de materiais durante TR for pequeno, normalmente inferior a 20 unidades; - O consumo do material for irregular (poderíamos usar outra fórmula, bem mais precisa, caso o consumo fosse regular); - A quantidade de materiais requisitada ao almoxarifado for igual a 1. Usando o consumo de 100 unidades que mencionamos no outro exemplo, e adotando um Tempo de Reposição de 4 dias, estabeleceríamos o Estoque Mínimo da seguinte forma: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 157 O Estoque Mínimo por este método será de 20 unidades, justamente porque a fórmula parte do princípio que o Tempo de Reposição não será menor que 2 dias, tampouco maior que 6 dias, e 20 unidades cobre este cenário. Método da Porcentagem de Consumo: Nós identificaremos (normalmente coletando dados em uma tabela fornecida pelo enunciado), qual foi o consumo máximo de materiais dentro de um determinado período, e qual foi o consumo médio dentro desse mesmo período. Isto nos permitirá estabelecer um Estoque Mínimo capaz de suprir nossa produção na maior parte dos cenários de falha de suprimento, já que leva em conta tanto um período de pico no consumo, quanto o consumo normal de materiais na entidade. Mas calma que as coisas não são tão simples. Veja a tabela abaixo, emprestada do livro do Marco Aurélio P. Dias: Consumo Diário Nº de dias em que o consumo ocorreu Porcentagem Acumulada 90 4 2,12% 80 8 5,91% 70 12 10,87% 65 28 21,63% 60 49 39,00% 50 80 62,64% 40 110 88,85% 30 44 96,45% Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 157 20 30 100,00% A tabela nos mostra um dado interessante: o consumo diário de materiais daquela empresa hipotética é de 90 peças em apenas pouco mais de 2% dos dias do ano. É uma porcentagem demasiadamente pequena para utilizarmos como consumo máximo. Entretanto, quando observamos a terceira linha, vemos que em quase 11% dos dias do ano o consumo da empresa ultrapassa 70 unidades por dia. Já é um valor bem mais substancial para adotarmos como Consumo Máximo. Mas professor, como é que vou saber qual valor utilizar como consumo máximo? Fique tranquilo, pois é o enunciado quem tem de dar a dica. Do contrário, você não tem como responder a questão. Existem ainda outros dois métodos, os quais não serão detalhados aqui. Caso você queira uma explicação, fique a vontade para perguntar no fórum. Porém, dada sua complexidade, creio que dificilmente serão objeto de questões em prova. Só para constar: - Estoque Mínimo considerando alteração de consumo e tempo de reposição - Estoque Mínimo com grau de atendimento definido. Além do que, tomariam mais de dez páginas deste PDF, que creio não valerem o esforço. Se você tiver de errar estas questões, garanto que vai valer a pena em função do tempo que gastaria para resolvê-las! . Podemos ir em frente. 3.4.2 Tempo de Ressuprimento ou Tempo de Reposição. O tempo de reposição é o tempo que se gasta desde a constatação da necessidade de se adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 157 Para fins meramente didáticos, costuma-se dividir este tempo em três partes mais evidentes: a) emissão do pedido: tempo que leva desde a emissão do pedido de compra até ele chegar ao fornecedor; b) preparação do pedido: tempo que leva desde o fornecedor fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento até deixá-los em condições de serem transportados; c) transporte: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. 3.4.3 Ponto de Pedido É o momento que, quando atingido, provoca um novo pedido de compra, em função do consumo médio, do tempo de reposição e do estoque mínimo. É definido pela seguinte equação: Ponto do pedido (PP) = Consumo Médio X Tempo de Reposição + Estoque Mínimo. Segue o quadro dos itens da fórmula: Item da Fórmula Definição Ponto de Pedido (PP) Quantidade de um determinado produto em estoque que, sempre que atingida, deve gerar um novo pedido de compra. Com esta quantidade, a empresa deve ser capaz de continuar a produzir até que os novos produtos encomendados cheguem Tempo de Reposição Tempo que se gasta desde a constatação da necessidade de se adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa. Pode ser chamado também de Lead Time. Aqui deve ser levado em consideração o tempo e processamento do pedido, providencias do fornecedor e o próprio recebimento pela empresa Estoque Mínimo ou de Segurança (ES) Estoque adicional, a margem de segurança que a empresa tem para se proteger de atrasos na reposição, ou aumentos imprevistos no consumo Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. FelipeCepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 157 Consumo Médio Quantidade de produto consumido por unidade de tempo pela empresa. Por isso multiplicamos pelo tempo de reposição. Basta aplicar a fórmula, encaixando os dados dos enunciados com os conceitos acima. Tranquilo. -i� DOHUWR�� DV� H[SUHVV}HV� ³SRQWR�GH� SHGLGR´�H� ³SRQWR�GH� UHVVXSULPHQWR´� VmR� tratadas como sinônimas na maior parte dos livros sobre o assunto. Mas, em uma única questão, pude notar que a banca fez a seguinte diferenciação: PONTO DE PEDIDO ± Nível de controle frente ao saldo em estoque monitorado. Quando a quantidade em estoque diminui chegando ao limite ou abaixo dele, adota-se ação para reabastecimento do estoque. O ponto de pedido é determinado a partir do lead time de entrega do Fornecedor e estoque de segurança. PONTO DE RESSUPRIMENTO - Quantidade determinada para que ocorra o acionamento da solicitação do Pedido de Compra. Também determinado "Estoque Mínimo". Diferenças nestas duas definições? O ponto de ressuprimento trabalharia exclusivamente com a vDULiYHO� ³TXDQWLGDGH� HP� HVWRTXH´. Se o ponto de ressuprimento for dez unidades, e este for o nível do estoque, hora de comprar. 2�3RQWR�GH�3HGLGR��SRU�VXD�YH]��OHYDULD�HP�FRQVLGHUDomR�³TXDQWR�WHPSR� R� IRUQHFHGRU� OHYD� SDUD� HQWUHJDU� R� PDWHULDO´, devendo a compra ser realizada quando a empresa constatar que precisará do material daqui a x dias, e que o fornecedor também leva estes mesmos x dias para entregar o material. Fique atento! 3.5 Rotatividade ou giro dos estoques Um ponto importante que é cobrado em concursos é a rotatividade de estoques, esta nada mais é do que uma avaliação que é feita comparando dois Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 157 números do processo produtivo: o do estoque e o do custo de vendas em período (valor consumido). Assim podemos ter: Rotatividade = Custo de Vendas / Estoque Médio. Exemplificando: Imagine uma empresa que teve um custo anual de vendas de R$100.000 e investimento em estoques de R$ 50.000. A rotatividade dos estoques é dada por ±-- R = Custo de Vendas / Estoque Médio Ou seja, o estoque da empresa gira 2 (duas) vezes no ano. ,03257$17(��³Quanto maior for o número da rotatividade, melhor será a administração logística da empresa, menores serão seus custos e maior será a sua competiWLYLGDGH�´ Lembre-se de que estocar implica imobilizar capital. Se a rotatividade é alta, significa que a empresa consegue operar com um estoque menor, e assim, terá mais dinheiro disponível para investir em outros locais. Professor: e se eu não tiver nem o valor do Custo de Vendas, nem do Estoque Médio? A banca me informou apenas o consumo do período e o estoque! Essa é a maravilha de dominar o conceito . Veja: desde que você respeite o raciocínio, dá para usar outras variáveis. A princípio, a melhor maneira de se calcular a rotatividade dos estoques seria trabalhar com o número de unidades de determinado material em estoque, e com o estoque máximo possível de ser estocado. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 157 Se só cabem 10 sacos de arroz em um almoxarifado, e nós vendemos 20, 20/10 = 2, e assim, o estoque de sacos de arroz girou duas vezes. Esta é a maneira mais simples de compreender o próprio conceito de rotatividade, afinal, vemos o saco de arroz sair do almoxarifado e outro entrar. Só que, quase sempre, não dá para trabalhar com esse conceito "físico" de rotatividade. Queremos uma avaliação geral da rotatividade, e mais importante do que o saco de arroz em si, é seu valor expresso em termos monetários. Ademais, se ao invés de sacos de arroz, tivéssemos também sacos de feijão, de soja, de farinha e o que quer que fosse, tudo junto, calcular a rotatividade trabalhando com o conceito de "unidade" tornar-se-ia inútil. Sabendo disso, resolveram converter "unidades" em "valor monetário". O estoque comporta "R$ 10,00" em mercadorias, e foi vendido "R$ 20,00" em mercadorias. Assim, 20/10 = 2, e novamente, o estoque girou 2 vezes. Todavia, o estoque máximo não é muito útil para o cálculo da rotatividade. Não importa muito "quantas mercadorias cabem no estoque", mas, muito melhor seria "quantas mercadorias ESTIVERAM no estoque" neste tempo. Entretanto, a posição do estoque não é fixa, e assim, oscila ao longo de determinado período. Convencionou-se, então, trabalhar com o conceito de "estoque médio", pois corresponderia ao número de unidades em estoque de determinado conjunto de materiais ao longo de terminado período, e isto expresso não em unidades, mas sim em "valores monetários", por conta do que expliquei anteriormente (farinha, feijão, arroz e soja ). Assim, se for para responder secamente, toda vez que a fórmula faz menção a "estoques" sem especificar do que está falando, presuma que a banca está tratando do "estoque médio" Na outra ponta da fórmula (falamos do estoque médio), qual seja, a do número de unidades efetivamente vendidas (que você já sabe que deve ser expresso em unidades monetárias), temos outro problema: as vezes, não sabemos quantas unidades foram consumidas pelo estoque em determinado momento. Se Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 157 soubéssemos, maravilha, pegamos o valor consumido, e dividimos pelo estoque médio e BOOM, resposta. Agora, se esta informação não te é dada, como é que você pode achar a resposta? Já que não conseguimos olhar a ponta do consumo de unidades de material expressada em valores monetários, podemos tentar olhar a ponta de saída, qual seja, a de venda. Afinal, a venda só existe porque o consumo ocorreu anteriormente. Seja flexível e a banca não vai conseguir puxar seu tapete Existe ainda outro conceito que seria recomendável que você tivesse na cabeça: antigiro oX�³taxa de cobertura´� Taxa de Cobertura, ou Antigiro, segundo DIAS, é o período de tempo em que um dado estoque é capaz de atender à demanda da empresa. Seu cálculo é feito da seguinte forma: Antigiro = Estoque Médio/Consumo. É simples: Fechamos a porta da empresa, não deixamos material algum entrar e esperamos para ver quanto tempo a empresa sobreviverá assim. Basicamente: queremos saber quanto tempo, em caso de um desastre, a empresa é capaz de sobreviver e manter sua produção, ou por quanto tempo está ³FREHUWD´�HP�XP�DPELHQWH�GH�FRPSOHWD�DXVrQFLD�GH�UHVVXSULPHQWR São conceitos complementares: a giro de estoques indica o número de renovações do estoque, ao passo que o antigiro demonstra por quanto tempo o estoque da empresa sobrevive se não houver mais nenhuma renovação. 3.6 Nível de Serviço (nível de atendimento) Determina se o estoque foi ou não eficaz para atender as requisições dos setores de produção. Relaciona deste modo o número de requisições atendidas com o número de requisições efetuadas: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe CepkauskasPetrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 157 Um nível de serviço perfeito será igual a 1. Mas, pode ser que sua prova queira uma abordagem mais profunda do Nível de Serviço. E neste caso, meu caro, vem teoria . Nos primórdios, as empresas estavam interessadas apenas em cumprir suas obrigações contratuais com seus clientes. Restaurantes somente estavam interessados em produzir comida e entregar a comida a você. O táxi se comprometia apenas a levar você de um lado a outro da cidade. Você encomendava 200 brigadeiros na padaria, e recebia 200 brigadeiros. Parece ser suficiente, não é mesmo? Você tem na mão aquilo que pagou. Mas suponha que o garçom do restaurante te trate mal, e seu prato seja colocado na sua mesa mais ou menos uma hora e meia depois de você ter entrado no restaurante. Suponha que o taxista, a fim de engordar o taxímetro, leve você do ponto A ao ponto B passando antes por absolutamente todas as letras do alfabeto, até que você chega no ponto final, 4 horas e meia depois, e de quebra, ele já avisa que está sem troco. Mais ainda: você, logo depois de fazer o pedido de 200 brigadeiros, liga para a padaria perguntando se pode acrescentar mais 50, e que não se incomoda em pagar a diferença. Imagine que você receba como resposta: Você pediu 200, então 200 serão, e nem mais um brigadeiro a mais! (fora o fato de ter se dirigido a você VHP�R�XVR�GR�SURQRPH�GH�WUDWDPHQWR�³6HQKRU´�� Notou a diferença? Você não quer somente o bem ou serviço, você quer o bem ou serviço de maneira ágil, sendo bem atendido, e notando o cuidado e desvelo da instituição para com você cliente! Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 157 Pois bem, a evolução do mercado gerou nas empresas uma nova preocupação: como propiciar um nível de serviço elevado a seus clientes? A partir daí, buscou-se identificar e quantificar fatores necessários para um nível de serviço compatível com as exigências de mercado. A doutrina aponta alguns exemplos, tais como: - Prazo de execução e respectivo nível de confiabilidade; - Tempo de processamento de tarefas; -Disponibilidade de pessoal e dos equipamentos solicitados; - Facilidade em sanar erros e falhas; - Agilidade e precisão em fornecer informações sobre os serviços em processamento; - Agilidade e precisão no rastreamento de cargas em processamento ou em trânsito; - Agilidade no atendimento de reclamações e no encaminhamento de soluções; estrutura tarifária fácil de entender e simples de aplicar. Costuma-se cobrar três aspectos do Nível de Serviço: - Atendimento: este aspecto diz respeito à capacidade que possui a empresa em atender às demandas de seus clientes. Consiste em dar ao cliente não só aquilo que ele contratou, mas a capacidade também de prestar informações rapidamente a respeito da posição ou andamento da entrega. - Pontualidade: Esse é fácil . Consiste em ser capaz de entregar o objeto contratado dentro do prazo combinado. - Flexibilidade: É a capacidade de corrigir falhas, atender reclamações e fazer pequenas correções nos parâmetros do produto ou serviço, sem comprometer a logística da empresa. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 157 Uma empresa que se preocupa com estes itens tem mais chances de cativar YRFr�� QmR� DFKD"� e� SRU� LVWR� TXH� R� WHPD� ³1tYHO� GH� 6HUYLoR´� VH� WRUQRX� WmR� FDUR� jV� instituições (e bancas de concurso também ). Pois bem, os fatores que compõem o nível de serviço costumam ser divididos em três categorias, conforme o momento em que as variáveis atuam em relação à transação desenvolvida entre cliente e empresa. Muito enrolado? Então acompanhe. O primeiro grupo de elementos compõe o que se convencionou chamar de elementos pré-transação. Obviamente, são fatores anteriores a qualquer relacionamento com o cliente. Por conta desta característica, os elementos pré-transação representam as políticas da empresa, ou em outras palavras, representam regras que a empresa buscará seguir em todas as contratações que fizer. Exemplos: fixação do prazo em que as mercadorias devem se entregues, procedimentos a serem adotados em caso de perda da mercadoria, política de devolução de produtos, regras para aceitação de determinada modalidade de pagamento, entre várias outras opções. O que tem de ficar claro é que os elementos pré-transação refletem a postura da empresa antes de qualquer cliente se relacionar com ela. Uma boa política de nível de serviço busca evitar a criação de falsas expectativasem seus clientes. Desta forma, todos sabem o que esperar da empresa. Passando adiante, temos os elementos de transação. Estes elementos representam quais resultados foram obtidos com a entrega do produto ao cliente. Conseguiu-se fazer a entrega no prazo? A mercadoria chegou sem avarias? A mercadoria que chegou ao cliente foi a solicitada? Aqui se costuma observar se as ordens de encomendas de mercadorias foram preenchidas corretamente, se o meio de transporte utilizado era adequado para a entrega, se aquele vaso Ming caríssimo não chegou dividido em três pedaços na mão do cliente. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 157 Por fim, temos os elementos pós-transação. Eles estão relacionados a devoluções, solicitações e reclamações que os clientes possam ter com relação ao objeto contratado. Embora sejam todas considerações posteriores à entrega, nem preciso dizer que o ideal é que a política da empresa já tenha todos os procedimentos previstos. Pois bem, todas estas variáveis compõem o nível de serviço. Simples deste jeito! 3.7 Economicidade na Função Suprimento - Lote Econômico de Compra 3.7.1 Custos Pois bem, se você já vai ver o tópico "Lote Econômico de Compra", e descobrirá que existe um volume ideal de determinado material que a organização pode adquirir. Só para apresentar o assunto, a fórmula que veremos a seguir é a seguinte: Sendo que: LEC = Lote Econômico de Compra D = demanda no período (em unidades) P = custo unitário do pedido C = custo unitário de armazenagem Esta fórmula, acredite você ou não, é uma equação de segundo grau. Como sei disso? Ela segue o modelo geral: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 157 Não que seja do meu interesse confundir você com noções de matemática, mas acredito que vai ficar bem mais fácil entender os custos depois dessa explicação. Se eu passar o Lote Econômico de Compra para "o outro lado" da equação, ela vai igualar a zero, e o nosso coeficiente vai assumir valor negativo. Passando para o plano cartesiano, essa equação de 2º grau forma uma parábola "invertida", com um único valor máximo (topo da parábola), razão pela qual o Lote Econômico de Compra assumeapenas um único valor "ótimo". O gráfico decorrente desta equação assume o seguinte formato: Como você pode observar, existe um valor máximo para a equação (o ponto mais alto alcançado pela linha vermelha). É justamente isto que o LEC se propõe a identificar. Mas ainda não vou falar sobre isso Pois bem, qual a razão disso tudo? É que existem alguns custos que não oscilam em função da quantidade demandada, produzida ou estocada pela organização. Outros, inclusive, diminuem à medida que o número de unidades produzidas ou demandadas aumenta. Entretanto, embora esse raciocínio dê a falsa ilusão de "quanto mais, melhor", lembre-se que estocar é custo, havendo limites para o aproveitamento de "pechinchas". É isso que veremos agora. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 157 Os custos, na disciplina de Administração de Recursos Materiais, são divididos em três categorias: - Custos fixos (ou independentes) - Custos de carregamento (diretamente proporcionais) - Custos inversamente proporcionais Falemos dos três. Os custos fixos são aqueles que não variam com a quantidade de itens estocados. Se a empresa estiver com o estoque zerado, ou se estiver abarrotada de itens armazenados, estes custos serão sempre os mesmos. Pense aqui no aluguel do prédio onde os produtos são estocados: o dono do imóvel não quer saber se o prédio está cheio de mercadorias ou de ar, ele quer receber o valor pactuado. Em uma aula de contabilidade de custos, eu diria que a apropriação destes custos nas mercadorias dependeria do volume de mercadorias em estoque, já que com mais mercadorias, eu posso ratear este custo fixo um pouquinho em cada produto, ao invés de apropriá-lo integralmente em único item, ou amargar o prejuízo nos casos em que não tenho mercadoria no estoque. Mas como não é aula de contabilidade, lembre-se: o custo fixo não varia com a quantidade de itens de estoque. O valor a ser pago por ele é sempre o mesmo. Os custos diretamente proporcionais (de carregamento) são aqueles que aumentam na medida em que aumentam os itens em estoque. Quanto mais itens eu tiver no estoque, maiores serão estes custos. Se eu tenho mais produtos, preciso de mais espaço para guardá-los, mais prateleiras no almoxarifado, mais gente para vigiar o local contra roubos. Os exemplos são infinitos, então, ao olhar a questão, veja se a variação de determinado fator provocaria um aumento no custo da empresa. E para acabar, os custos inversamente proporcionais são aqueles que diminuem à medida que o número de itens no estoque aumenta (sim, isso também é possível). Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 157 Quer um exemplo? Eu pago meus funcionários em dia, eu já tenho os computadores na empresa, mas eles consomem energia e já pago a conta de telefone. Quando o dono da empresa ordena a requisição de novos pedidos, esse funcionário vai usar o computador para pesquisar na internet e pegar o telefone para solicitar a quantidade de itens. Concorda comigo que não há diferença no dispêndio desses recursos se ele marcar 1 unidade ou 1000? Entretanto, como eu já gastei com conta de luz e telefone e salário, este gasto tem de ser direcionado para as mercadorias (o dono da empresa não quer prejuízo). Se ele comprou só um item, este custo de estoque vai todo para este item, mas se comprou 1000, é possível ratear a despesa, e assim, o custo de estoque diminuiu. E tem mais uma possibilidade. Comprar no atacado dá desconto. Se eu compro vários itens, é bem provável que eu vá pagar menos por cada item individualmente (experimentem fazer compras em um mercado atacadista, é sensacional ver isso funcionar ). Como os custos fixos são, por definição, invariáveis, uma produção com poucos itens fará com que cada produto sofra um rateio maior destes custos, ao passo que, com mais itens, cada produto tem de suportar uma parcela menor do custo. Qualquer dúvida, estou no fórum para isso. Professor: os custos inversamente proporcionais não seriam custos fixos por definição? Afinal, tanto a conta telefônica como o aluguel do prédio são pagos independentemente da produção, não havendo diferença prática entre os exemplos. Sim, meu caro aluno, é uma observação pertinente. Contudo, doutrinariamente, os custos inversamente proporcionais estão ligados diretamente à obtenção dos materiais. A linha telefônica foi utilizada diretamente para solicitar materiais para o estoque, ao passo que o aluguel do prédio não tem essa característica. Aliás, os "custos de obtenção de materiais" são os frequentemente citados como exemplos de custos inversamente proporcionais. Para fins de prova, sugiro que fique bastante atento a essa peculiaridade. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 157 E antes que eu me esqueça: uma forma bastante comum de calcular os custos de armazenagem é através da utilização da expressão: Para: Q = quantidade de material em estoque no tempo considerado, T = tempo considerado de armazenagem, P = preço unitário do material I = taxa de armazenamento, que é expressa geralmente em termos de porcentagem do custo unitário. 3.7.2 Lote Econômico de Compra O lote econômico de compra, como o próprio nome remete, consiste no cálculo do lote otimizado de compra para determinado produto (Ex: matéria-prima). Por otimizado, você deve entender: lote de compra com a melhor combinação entre o custo de armazenagem do produto e o custo do pedido, para certa demanda. Não entendeu coisa alguma? . Acompanhe, caro aluno: Lembra o que eu falei sobre custos fixos, diretamente proporcionais e inversamente proporcionais? Tenha-os em mente nos próximos passos. Por exemplo, na fabricação de camisetas do Atibaia Futebol Clube, uma das matérias-primas é o tecido do manto sagrado. Supondo que o fornecedor faça a entrega deum rolo de tecido e cobre R$200 de frete. No entanto, se a organização pedir cinco rolos, o fornecedor cobraria (neste exemplo) o mesmo frete. Então o que compensa mais, a organização solicitar: um rolo ou cinco rolos? Aparentemente, compensaria pedir os cinco rolos de uma vez, não? $�UHVSRVWD�p�³GHSHQGH´� Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 157 Não podemos nos esquecer da máxima da Administração de Materiais: ³estoque parado é dinheiro parado´��,VWR�TXHU�GL]HU�TXH�VH�a organização comprar muitos rolos, é possível que, com isso, deixe dinheiro parado, que poderia circular para propósitos mais importantes, sobretudo geração de mais dinheiro. Então, para que todas as variantes encontrem o seu equilíbrio, devemos inseri-las na fórmula que vou mostrar a vocês. Sendo que: LEC = Lote Econômico de Compra D = demanda no período (em unidades) P = custo unitário do pedido C = custo unitário de armazenagem Observação Importante: o custo unitário dopedido engloba todos os custos nos quais a organização incorrerá ao comprar o produto, excluído o custo do próprio material (que já se encontra representado na variante D). Pagou seguro? Custo unitário do pedido! Frete? Custo unitário do pedido! Escolta armada? Custo unitário do pedido 3.8 Controle de Estoques Ok, a empresa já planejou quanto de estoque de cada item pretende ter. Mas planejamento é só uma ideia. Precisamos verificar se aquilo que foi planejado está se realizando. Em outras palavras, a empresa precisa controlar seu estoque para ter certeza de que este se manter nos níveis pretendidos. A doutrina identifica quatro métodos principais de controle de estoques (o Just in Time não é propriamente um método de controle de estoques, como veremos mais à frente): Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 157 1 ± Sistema de duas gavetas 2 ± Sistema dos máximos-mínimos 3 ± Sistema das reposições periódicas 4 ± Planejamento das necessidades materiais (MRP e MRPII) 5 - Just in Time Comecemos: Sistema de duas gavetas: É o método mais simples de controle de estoques, e você já verá a razão. Imagine duas gavetas (é dessa ideia que vem o nome do método). Na gaveta A eu guardarei uma quantidade de itens suficiente para atender o consumo do período planejado. Toda vez que o almoxarifado precisa enviar itens ao processo produtivo, ele retirará os itens requisitados desta gaveta A, até que ela fique completamente vazia. Quando a gaveta A ficar completamente vazia, o almoxarifado enviará ao setor de compras um pedido com uma nova quantidade de itens, para satisfazer as necessidades do próximo período. Enquanto se aguarda a chegada dos novos materiais(para encher a gaveta A de novo), toda vez que o almoxarifado receber uma solicitação de materiais, ele enviará materiais que estavam acondicionados na gaveta B, de maneira que o abastecimento não fica prejudicado. A gaveta B contém uma quantidade de materiais suficiente para atender a demanda durante o tempo necessário à reposição do estoque, adicionado do estoque de segurança. Assim sendo, a gaveta B é o estoque de reserva, e mais, se você lembrar- se do gráfico dente de serra, o estoque de segurança. Quando o material solicitado do setor de compras for entregue no almoxarifado, se reporá o material da gaveta B de novo, e o resto do material irá para a gaveta A, recomeçando o ciclo. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 157 Se a separação entre as gavetas não for física (se eu não tiver, realmente, duas gavetas no almoxarifado), o sistema será chamado de estoque mínimo, havendo "separação" entre uma "gaveta" e outra apenas na ficha de estoque. O sistema de duas gavetas é ideal para controlar os itens da Classe C, devido a grande variedade de itens de pequeno valor que compôem esta classe (tais como porcas, arruelas, parafusos, e o que mais você achar que deve ir em uma gaveta ), sendo encontrado principalmente no comércio varejista de pequeno porte. Sistema dos máximos-mínimos: Também conhecido por sistema de quantidades fixas. A empresa pode se utilizar deste método em situações em que for muito difícil determinar o consumo de maneira precisa, ou ainda, em casos nos quais ocorreu variação no tempo de reposição. Só relembrando: tempo de reposição é o tempo gasto desde o momento em que se verificou a necessidade de repor o estoque até a chegada do material fornecido no almoxarifado da empresa. E no que consiste este sistema? A empresa estimará seus estoques máximos e mínimos para todos os itens que desejar manter em estoque, em função de sua expectativa de consumo para aquele determinado período. O estoque oscilará entre estes limites (máximo e mínimo). A partir daí, calculamos o Ponto de Pedido. Você já viu este tópico na parte de Níveis de Estoque, e é essencialmente a mesma coisa aqui: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 157 Ponto do pedido (PP) = Consumo médio do material X Tempode Reposição do material+ Estoque Mínimo do material. Segue o quadro dos itens da fórmula: Item da Fórmula Definição Ponto de Pedido (PP) Quantidade de um determinado produto em estoque que, sempre que atingida, deve gerar um novo pedido de compra. Com esta quantidade, a empresa deve ser capaz de continuar a produzir até que os novos produtos encomendados cheguem Tempo de Reposição Tempo que se gasta desde a constatação da necessidade de se adquirir um material e a sua efetiva chegada ao almoxarifado da empresa. Pode ser chamado também de Lead Time. Aqui deve ser levado em consideração o tempo e processamento do pedido, providencias do fornecedor e o próprio recebimento pela empresa Estoque Mínimo ou de Segurança (ES) Estoque adicional, a margem de segurança que a empresa tem para se proteger de atrasos na reposição, ou aumentos imprevistos no consumo Consumo Médio Quantidade de produto consumido por unidade de tempo pela empresa. Por isso multiplicamos pelo tempo de reposição. Lembre-se apenas de que as unidades utilizadas na fórmula devem ser sempre as mesmas. Se o enunciado falar em dias em uma parte e anos em outra, você terá de converter essas unidades de medida para uma delas. Se falar em arrobas e quilos, mesma coisa e assim por diante. O Estoque Mínimo já foi conceituado na tabela, mas não falamos do Estoque Máximo. O estoque máximo é simplesmente a soma do Estoque Mínimo com o Lote de Compra. E o lote de compra, intuitivamente, é a quantidade de material adquirida pelo setor de compras, a mando do almoxarifado. É também a quantidade máxima de itens que a empresa pretende ter em estoque. E a fórmula é bem simples: Estoque Máximo = Estoque Mínimo + Lote de Compra Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 157 E não por acaso, o gráfico do consumo de materiais ao longo do tempo seguindo essa metodologia forma a nossa curva dente de serra: Só retomando rapidamente: olhando o gráfico, eu consigo concluir quenão há estoque mínimo de material(pois o ressuprimento só ocorre quando o estoque chega a zero), e o estoque máximo é 140, já que a empresa adquire o material até este patamar, além de o ponto máximo do gráfico nunca ultrapassar este valor. O Lote de compra é simplesmente um valor menos o outro: no nosso caso, 140 unidades. O ponto de pedido é calculado segundo a fórmula que já mostrei a vocês, deixando o gráfico muito próximo da figura abaixo: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 157 Fonte: Chiavenato, Idalberto Sistema das reposições periódicasA premissa deste método consiste em fazer pedidos de preposição dos materiais em um intervalo de tempo pré-estabelecido para cada item. Desta forma, cada item possui seu período de reposição, sempre em ciclos iguais, FKDPDGRV�GH�³SHUtRGRV�GH�UHSRVLomR´� A quantidade de material solicitada é igual à demanda do próximo período de tempo. Tal como o sistema dos Máximos-Mínimos, é também baseado em um estoque mínimo, que previne o consumo acima do normal, ou ainda, eventuais atrasos nas entregas. Não tem muito segredo: a empresa compra uma determinada quantia de materiais necessária para satisfazer suas necessidades a cada 15 dias, dois meses, seis meses, um ano, e assim por diante. O ciclo de tempo é sempre igual. Veja o gráfico: Só esclarecendo: PR neste gráfico é o Ponto de Reposição (o mesmo que Ponto de Pedido). Q equivale a quantidade de material em estoque e T é o decorrer do tempo. Veja que os intervalos em T são sempre iguais. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 157 Planejamento das necessidades materiais (MRP E MRP II): Este é o sistema mais complexo a ser estudado aqui. A sigla em inglês significa Material Requirements Plannings. Alias, se compararem este tópico da aula com os capítulos dedicados a este tema na literatura, vão ter certeza de que o que fiz aqui é uma simplificação do método. Para elaborar este método e aplica-lo sobre os estoques da empresa, deve- se partir da previsão de vendas. A princípio, queremos produzir o mesmo número de unidades que pretendemos vender. Quero vender 10, produzirei 10. Entretanto, a empresa já possui alguns materiais estocados, de maneira que devo subtraí-los da previsão e assim, obter o valor da previsão líquida de vendas. E faz sentido, a empresa não precisará produzir todos os produtos previstos para venda, vez que alguns deles já estão estocados no depósito, prontos para ser entregues. Se quero vender 10, mas já tenho 2 em estoque, então, em verdade, só precisarei produzir 8. É com base na previsão líquida de vendas que a empresa elabora o planejamento. E aqui a coisa começa a ficar interessante . A empresa elaborará um programa de produção, e a partir deste programa serão feitos os pedidos de compra e abastecimento do almoxarifado. Em linhas gerais, pegamos a programação de produção e se multiplica pela lista de materiais, resultando nas necessidades (brutas) de materiais. Veja o esquema abaixo: Fonte: Chiavenato, Idalberto Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 157 Muito bem, o que isto quer dizer? Primeiro: A Previsão de Vendas menos o Estoque de Produtos Acabados no Depósito corresponde à nossa Previsão Lìquida de Vendas. É a quantidade de Produtos Acabados que devemos produzir para atender à nossa demanda. Só que cada Produto Acabado é uma composição de materiais diferentes. Para cada produto produzido (e essa redundância é importante), temos outros tantos materiais envolvidos. Pense em um veículo. Precisamos de x undiades de vidro (para as janelas), tantas toneladas de aço (para o chassis), mais sei lá quantas toneladas de borracha (para os pneus). Então, para cada "w" unidades de carros a serem produzidas para atenderem à previsão líquida de vendas, preciso de "x" unidadades do material "A", "y" unidades do material "B" e "z" unidades do material "C". Veja que é uma conta de multiplicação (como sugere o quadro acima). Feito tudo isto, teremos finalmente uma lista de Necessidade de Materiais, que é o que devemos comprar para suprir a produção. Só que, para isto tudo funcionar, precisamos entender o produto final a ser fabricado de maneira a conhecermos qual a real necessidade de material da empresa. No exemplo utilizado anteriormente, o carro é composto de uma infinidade de peças que precisam ser todas adquiridas ou fabricadas, a fim de ao final, a empresa ter um veículo pronto. Neste momento surge o ³JUiILFR� GH� H[SORVmR� GR� SURGXWR´� ou ainda a ³iUYRUH�GH�HVWUXWXUD�GR�SURGXWR´. Estes gráficos discriminam todos os materiais constitutivos do produto, em suas quantidades e qualidades. Não se importe tanto com a aparência ou estrutura dele, o importante é que o gráfico possua todos os itens necessários à fabricação do produto final. Veja um exemplo: Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 157 Neste esquema em árvore, podemos entender como o Produto X é produzido. Precisamos de 1 unidade do material A e de 2 unidades do material B para sermos capazes de produzi-lo. Entretanto, para produzir o material A, precisaremos de duas unidades do material C e três undiades do Material D para fabricar esse componente. Espero que não tenha se esquecido do que estamos falando: Naquele nosso exemplo, C, D e E provavelmente são matérias primas dos componentes A e B, os quais servem para produzir o produto acabado X. E agora você está pronto para sorver o gráfico completo: Nível 0 Nível 1 Nível 2 Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 157 Este quadro abrange tudo que você precisa saber para dominar o tema de MRP para fins de prova (ou iniciar seus estudos em MRP para fins de doutorado ). As primeiras linhas você já conhece. Resta explicar a última delas. Precisar de 10 e comprar 10 é operar sem estoque de segurança. Talvez a empresa não goste disso . Por outro lado, pode ser que percamos parte do material, justamente em função de como funciona o processo produtivo. Em uma tecelagem, é comum que tenhamos retalhos que não possam ser aproveitados, decorrentes do corte dos tecidos. Ora, se eu preciso de 10, mas quero operar com um estoque de segurança de 2 e já sei que vou perder mais 1 em função da produção (refugo), preciso comprar, na verdade, 13 unidades daquele material. E, por fim, eu já tenho alguns produtos acabados no estoque. Não preciso de material para produzi-los pois eles próprios já estão em condições de serem vendidos. Administração de Recursos Materiais para a DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini Aula 01 Prof. Felipe Cepkauskas Petrachini www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 157 Por outro lado, as Ordens de Compra expedidas (OC expedidas) corresponderm a materiais que já foram comprados e estão a caminho da empresa. Obviamente, eles não estão no estoque ainda, mas não posso desconsiderar o fato de que estão a caminho, de tal forma que não é necessário fazer sua compra novamente. Por isso eles são subtraídos das "Necessidades Brutas", a fim de apurarmos justamente as necessidades líquidas (auqilo que realmente precisamos comprar). Tudo isso se aplica somente ao estoque. Quando estendemos o conceitonão só para o estoque, mas para a empresa como um todo, temos o MRPII. A estratégia
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