Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE STARTUPS AULA 6 Profª Elaine Cristina Hobmeir 2 CONVERSA INICIAL Chegamos a um ponto decisivo para as empresas startups. Ele trata de aspectos financeiros que definem diversas questões importantes que necessitam de uma definição clara para que o empreendedor não tome decisões incorretas, as quais podem prejudicar o andamento da empresa. Se escolher um tipo incorreto de empresa a ser criada, ele está praticamente decretando o final da startup, já que uma mudança nesse aspecto pode alterar de forma significativa fatores financeiros que levaram os investidores a escolher e apoiar o negócio. Quando é desenvolvida a procura de investimentos, o tipo de empresa já deve estar suficientemente definido. Os temas de estudo apontam para uma grande série de siglas, regras, normas e legislação envolvidas. Isso confirma o acerto do conselho de que, ainda que crie uma empresa de uma pessoa só, o empreendedor não pode prescindir de um apoio advocatício. Ele se mostra imprescindível frente o elevado número de possibilidades existentes. Falhas em aspectos legais podem ocasionar, em diversos pontos do ciclo de vida da startup, gastos financeiros que podem se mostrar irrecuperáveis. O exemplo mais comumente apresentado são as questões trabalhistas, que normalmente são decididas em favor do colaborador, ainda que muitas de suas reinvindicações possam ser despropositadas. CONTEXTUALIZANDO Ainda que possa parecer que se está exagerando, o contexto no qual os temas de estudo relativos às questões que envolvem aspectos legais devem ser tratadas na esfera jurídica. Esse fato traz a recomendação que tudo seja feito à luz de contratos (que devem ser feitos em todas as atividades da startup, por menores que possam parecer para justificar gastos advocatícios), como uma forma de prevenção de problemas futuros. 3 TEMA 1 – FUNDAMENTOS SOCIETÁRIOS PARA STARTUPS 1.1 Conceitos e fundamentos societários Empresas startups são diferenciadas das empresas tradicionais. Elas desenvolvem seus trabalhos baseados em uma ideia e apoiadas em um perfil de incerteza e inovação. Existem diversos patamares a atingir de forma que os seus produtos e serviços atinjam uma condição de Product market-fit, como tivemos oportunidade de analisar quando foram estudadas as métricas. Isso é o que basta, em uma primeira visão, para compreender como elas podem ser criadas. Vamos expandir uma visão jurídica sobre as startups, considerando que suas atividades são objeto de estudo de diferentes áreas do direito, a saber: direito empresarial que rege o início das atividades da startup; direito civil que dá orientações para formação de contratos por meio dos quais será desenvolvida a atividade-fim da empresa criada; direito do consumidor não poderia faltar nessa lista e rege o respeito que a empresa deve dar aos seus clientes; colaboradores são objeto de estudo do direito trabalhista; finaliza a lista o direito tributário que dispõe sobre os tributos que incidem sobre as atividades que a empresa irá desenvolver. O que importa no momento é saber, em termos societários, quais as formas de constituição possíveis que estão colocadas na lista seguinte: Microempreendedor Individual (MEI); Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI); Sociedade de Responsabilidade Limitada (Ltda.); Sociedade anônima (S/A); Sociedade em conta de participação (SPC). Saiba mais No link <https://filipesrose.jusbrasil.com.br/artigos/475146517/4-tipos- societarios-possiveis-para-constituir-uma-startup>, você vai obter a definição e as características de cada um dos tipos de empresas que podem ser criados como empresas startups em postagem sobre o tema, colocada na revista JusBrasil, por Filipe Senhorinha (2017). 4 1.2 Distribuição de equity Brian Begnoche (Begnoche, S.d.) define equity como significado de posse e direito aos lucros, caracterizando esta figura como o tratamento de sua participação societária que pode ser representada por valores mobiliários como quotas, ações ou outros títulos, oferecidos como troca na compra de participação na empresa startup, passando a ser considerado como um dos seus donos. É uma aplicação de potencial retorno financeiro e uma das fontes de obtenção de recursos. 1.3 Acordo de sócios Cruz (S.d.) pontua a razão da existência dessa condição está relacionada com a definição da participação societária tido como um instrumento contratual que contém cláusulas que tratam dos aspectos: exercício do direito de voto e quórum; dos diferentes mecanismos de venda de quotas (tag along – direito e drag along – dever); participação em aumento de capital; transferência de quotas; distribuição de dividendos; existência de conselhos de administração, fiscal, diretor; determinação do método de avaliação da sociedade. Os sócios podem (e devem) acordar na forma de pagamento dos dividendos. Saiba mais Leia mais sobre estes e outros pontos em publicação do autor que pode ser encontrada em: <http://www.andersenballao.com.br/artigos- publicacoes/acordo-de-socios-para-investimentos-em-start-ups/>. 1.4 Termos de investidores e fundos Segundo o dicionário criado pela Syhus (S.d.) é o documento também conhecido por seu nome original Term Sheet, que descreve termos por meios dos quais o investidor vai realizar um investimento financeiro. No mesmo documento, os fundos são definidos como o dinheiro que os credores e detentores de capital fornecem para uma startup em troca de títulos ou ativos. 5 Saiba mais Acesse o endereço: <https://syhus.com.br/2016/09/14/glossario- financeiro-para-startups/> no qual o escritório Syhus coloca para seus clientes um glossário com diversos termos utilizados como aspectos financeiros que envolvem a criação de empresas startups. Apesar de ser um material extenso, que se recomenda assistir em pílulas, é interessante saber mais sobre as estruturas societárias nas startups no vídeo que você pode acessar em: <https://www.youtube.com/watch?v=9uexdH7MxFM>. Acesse a dissertação de mestrado que você pode acessar em: <http://www.faccamp.br/new/arq/pdf/mestrado/Documentos/producao_discente/ EdmilsonEstevaoSilva.pdf>. O autor trata do ciclo de vida das empresas startups em uma visão do mundo do trabalho e que interessa neste momento particular do curso. Considere desenvolver uma atividade de pesquisa que o leve a criar um glossário para as startups, com citação de fontes de obtenção dos dados. Escolha alguma forma no estilo magazine para apresentação e apresente um pequeno protótipo, sem necessidade de desenvolvimento da solução sugerida. TEMA 2 – BOOTSTRAPING 2.1 O que é Estamos frente a uma das situações nas quais não encontramos uma tradução que possa fugir de um termo jocoso, como não é incomum com termos de métodos inovadores criados nos laboratórios de pesquisa das universidades americanas. O termo bootstrapping, traduzido como “alças de botas”, tem como principal intenção ressaltar alguma coisa que seria impossível, como puxar as alças de sua bota para cima, para ser levantado. Dessa forma, será utilizado o termo original, mas compreendida a notação metafórica utilizada e que identifica processos que se tornam autossustentáveis sem que o empreendedor busque, para tanto, ajuda externa e aja com “suas próprias pernas ou ande com suas próprias botas”. Para as startups o termo é utilizado para identificar o fato de que a startup será iniciada sem investimento externo, com recursos próprios e mais apropriadamente com pouco dinheiro e muita economia.6 Pode dar certo? Há exemplos que confirmam isso, muitos deles ainda provenientes do tempo em que as startups estavam envolvidas em uma aura diferente da objetividade exigida de coisas sérias como se estas empresas assim não o fossem. 2.2 Como agir? Para empreendedores sonhadores e com muita vontade abrir mão de parte de sua startup não é algo que possa ser considerado agradável, razão pela qual muitas dos startups têm como sonho ou tenta iniciar seus trabalhos dessa forma. Além de tudo, a vontade de ser o seu próprio chefe é, para muitos, por demais atraente. Mas nem tudo são flores em mercados competitivos. Há situações e condições nas quais a presença de um investidor é algo imprescindível, para que ideias se transformem em produtos e/ou serviços. Conheça agora duas condições que podem facilitar a vida de sua startup. A primeira delas é conseguir captar recursos e fomentos para que sua ideia receba financiamento de aceleradoras, incubadoras, investidores e outras formas possíveis. As mais procuradas são os programas de investimento público para startups e que oferecem fomento à inovação. A segunda forma é uma pesquisa sobre formas de arranque e levantamento de capital para sua startup, alguns dos quais serão tratados na sequência e que envolvem conhecer a conceituação de: investidores-anjo; capital semente; venture capital; investimento coletivo (crowdfunding) e subvenções, editais e bolsas. Cada uma dessas formas deve ser estudada individualmente. Algumas delas, as mais comuns, serão analisadas separadamente na sequência deste material. Saiba mais Acesse um pequeno vídeo sobre a criação de startups com destaque para a abordagem bootstrapping que pode ser obtido em: <https://www.youtube.com/watch?v=GfdBMkqWiHM>. Acesse uma interessante visão sobre o jogo de mercado no caso de uma startup que você pode acessar em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 23112016000200543>. 7 Acesse uma visão interessante sobre questões de inovação para startups com apoio de ferramentas de inovação que você pode acessar em: <http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/mostraucsppga/xviimostrappga/p aper/viewFile/5542/1853>. Você teve referências sobre alguns termos financeiros que envolvem o lançamento de uma empresa startup: investidores-anjo; capital semente; venture capital; investimento coletivo (crowdfunding) e subvenções, editais e bolsas. Considere a possibilidade de desenvolver uma pesquisa sobre tais termos, como forma de aprofundar as bases de um conhecimento importante que foram colocadas no desenvolvimento deste material. TEMA 3 – CONCEITUAÇÕES FINANCEIRAS 3.1 O propósito Vamos ao detalhamento de algumas das principais ideias para obtenção de capital para empresas startups. Há diversos aspectos de interesse que podem ser tratados com maior detalhamento. Vamos detalhar os conceitos de investidor-anjo, seed capital, venture capital, private equity, roadmap de investimento, como as mais comumente utilizadas. 3.2 Investidor-anjo Segundo orientações colocadas na Fundace Know (2018) os investidores-anjo são pessoas investidoras que têm interesse de alocar seu capital próprio em empresas com alto potencial de crescimento e valorização, como se mostram muitas empresas enquadradas nessa categoria. Esses investidores podem ter capitais na faixa de 10 mil a um milhão de reais, aplicados em startups. Os valores investidos variam na razão do potencial do projeto e da capacidade de convencimento do empreendedor. Como contrapartida esse investidor passa a ter participação acionária nas companhias nas quais investe seu dinheiro. Os próximos tópicos tratam de outras formas relacionadas com o investidor-anjo ou dela derivada. 8 3.3 Investimento seed capital Segundo a orientação da Fundace Know para seus clientes, o capital semente segue imediatamente o investidor-anjo e normalmente investe valores de capital na faixa de 500 mil a 2 milhões muitas vezes criados como fundos para minimizar os riscos considerando que os valores são superiores. Os recursos podem ser distribuídos em diversas startups. 3.4 Venture capital Outra forma de investimento apresentado pela empresa referenciada é denominada venture capital. A empresa considera que esse tipo de investimento se aplica a todos os investimentos de risco e os valores envolvidos crescem bastante estando na faixa de 2 a 10 milhões de reais. Geralmente, é utilizado para alavancar a startup para um outro patamar, após superada a sua fase de estabilização e entrada na fase de crescimento. 3.5 Private equity A empresa referenciada considera que esse tipo de investimento é um recurso proveniente de um fundo. Em nosso país, a atividade é regulada e acompanhada pela ABVCAP – Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital e seus objetivos são maiores e utilizados geralmente para fusão ou venda de grandes organizações que tenham faturamento anual na faixa de 100 milhões de reais. 3.6 Roadmap de investimento Toledo (2012) pontua essa forma de procedimento de investimento como a criação de um documento que explica de forma resumida, quais serão os valores que serão criados nos próximos meses de trabalho da startup. É apresentado como uma linha de tempo, sendo que os principais feitos desenvolvidos ou ainda esperados, marcados abaixo de cada marco assinalado. Saiba mais Assista uma reportagem do programa fantástico que referencia o que é um investidor-anjo em uma perspectiva que torna a ideia agradável para 9 qualquer empreendedor e que pode ser acessado em: <https://www.youtube.com/watch?v=sGKkq4EQ0Jo>. Acesse um artigo sobre roadmap de investimentos para sua startup e que você pode obter em: <https://acestartups.com.br/como-preparar-sua- startup-para-levantar-investimento/>. É uma visão antecedente ao processo de obtenção, o que lhe confere interesse particular. Acesse os vídeos que você pode encontrar nesta localidade, para aprofundar seu conhecimento sobre como obter investimentos para tirar a sua ideia do papel. Acesse o artigo que pode ser localizado em: <http://inovacao.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808- 23942007000300003&lng=es&nrm=iso>. Considere desenvolver uma pesquisa sobre investimentos públicos e incubadoras financiadas com recursos públicos para abertura de startups. Desenvolva o trabalho como se fosse montar um guia sobre como localizar, acessar e participar de programas de financiamento nessa categoria. TEMA 4 – CAP TABLE 4.1 Conceituação Bleier (S.d.) considera que uma cap table nada mais é que uma tabela na qual são descritos os acionistas de uma empresa. Ela precisa detalhar de modo preciso a participação real de cada um deles na sociedade. O objetivo de uma tabela como essa é manter todos os integrantes da sociedade na mesma página, para que não existam conflitos de interesse no momento em que os direitos e participações estejam sendo discutidos. Uma cap table nada mais é que uma tabela onde são descritos os acionistas de uma empresa. Ela precisa detalhar de modo preciso a participação real de cada um deles na sociedade. O objetivo de uma tabela como essa é manter todos os integrantes da sociedade na mesma página, para que não existam conflitos de interesse no momento em que os direitos e participações estejam sendo discutidos (Bleir, S.d.) 4.2 O que ela representa para a startup? A autora continua sua exposição detalhando os desafios que tal prática representa para as startups, no sentido estrito de como conseguir, a partir do documento referenciado, captar recursos financeiros.A autora considera que este 10 documento (que existe em duas versões: uma somente com os sócios fundadores e outra com todos os interessados no negócio) tem como finalidade dar aos acionistas uma visão mais ampla do negócio, de forma a permitir que, com algumas hipóteses torna facilitada a análise de potenciais resultados de um investimento. O documento deve ser mantido atualizado frequentemente. Essa prática é considerada saudável e necessária para a credibilidade entre as rodadas de investimento e o processo de “escalar” ou crescimento ao qual toda a startup almeja chegar. 4.3 Estruturação de planejamento financeiro para preparação de rodada de investimento Dourado (2015) preparou para o instituto Endeavor Brasil e para seus clientes um pequeno relatório no qual apresenta cuidados que devem ser tomados com o preparo da startup para receber investidores. A autora considera que há quatro aspectos de importância e que devem ser levados em consideração nesta etapa do ciclo de vida da startup e que serão observadas pelos possíveis investidores. A autora pontua como aspectos importantes: a estruturação societária da empresa; a questão de propriedade intelectual resolvida; não apresentar aspectos trabalhistas problemáticos envolvidos e; apresentar contratos que especifiquem claramente os negócios efetivados, parcerias e outras informações que se façam necessárias. Com relação à estrutura societária, a autora recomenda ter pelo menos uma pessoa jurídica, sendo a S/A – Sociedade Anônima a preferida pelos investidores. Acordos entre os fundadores devem estar formalizados. Com relação à propriedade intelectual é preciso apresentar direitos autorais registrados e transferidos para a S/A e ter suas informações confidenciais devidamente protegidas. Se houver produtos ou serviços que possam ser patenteados, as patentes devem ter sido registradas. Se estiver na rede, é bom ter o domínio registrado e legalizado como propriedade da startup. Com relação a aspectos trabalhistas é preciso comprovar respeito à legislação em todos os casos. Todas as condições de contratação devem estar formalizadas por escrito. Com relação aos contratos tudo o que estiver sendo feito deve, se possível, ser objeto de um contrato. A autora considera estas quatro condições como condições sem as quais nas negociações para obtenção de recursos terão continuidade. 11 Saiba mais Leia mais sobre o que pode ser patenteado e se isso faz sentido para uma empresa startup que você pode obter em: <https://www.fgmarcas.com.br/registro-de- patente-para-startups-faz-sentido/>. Leia o artigo que pode ser encontrado em <https://pris.com.br/blog/quando- uma-startup-deve-se-preocupar-com-propriedade-intelectual/>. Acesse a segunda parte que é seu complemento e saiba quando e como as startups devem se preocupar com propriedade intelectual. A segunda parte da postagem está em: <https://pris.com.br/blog/quando-uma-startup-deve-se-preocupar-com-propriedade- intelectual-parte-2/>. Assista um complemento ao link de interesse, acessando um vídeo que pode ser encontrado em: <https://www.youtube.com/watch?v=3ikZRYtlFgo>. Considere desenvolver uma pesquisa sobre uma taxonomia para empresas startups, considerando o ramo de negócio (tecnologia, saúde e assim por diante) para apresentar uma visão desta característica das startups brasileiras. TEMA 5 – OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO1 5.1 Conceito No site especializado em startups StartSe (2017) estão resumidas as principais operações de investimento, algumas que já vimos em tópicos anteriores. É importante retornar ao tema e confirmar que fontes de possíveis investimentos é o que não falta no mercado brasileiro. É possível relacionar: aceleradoras, ventures, incubadoras, bootstrapping, investimento anjo, capital semente (seed), incubadoras, aceleradoras, venture capital, venture building. Efetue uma leitura complementar sobre o tema. Os próximos tópicos tratam de quatro aspectos complementares importantes, ainda não tratados anteriormente. 5.2 Técnicas para NDA – Non Disclosure Agreemment (acordo de confidencialidade) Vieira et al. (2018) consideram que a necessidade desta atividade surge sempre que acontece a admissão de parceiros, sócios ou investidores. Esses acordos são eficientes quando minimizar o compartilhamento não autorizado de informações intangíveis (ideias e projetos) que representa uma prática oportunista e incorreta. Tais 1 Os termos colocados nos tópicos desse capítulo são provenientes de consultas efetuadas em Feigelson, Nybo e Fonseca (2018) indicado para leitura complementar. 12 contratos asseguram o compartilhamento de conhecimentos e riscos de forma segura e sigilosa. Eles apresentam cláusulas que abrangem sócios, acionistas, investidores, parceiros comerciais e colaboradores internos. Leia o artigo dos autores que pode ser baixado como PDF em seu equipamento, para poder aprender mais sobre questões sobre a efetivação de tais contratos. 5.3 Term sheet Pamplona (S.d.) define o term sheet como um contrato muito importante que caracteriza a negociação entre o empreendedor e o investidor de venture capital. Ele rege as relações entre o investidor e o empreendedor e contém todos os direitos e obrigações que farão parte integrante dessa operação. Ambas as partes vão exigir o máximo em benefícios. É preciso consultoria jurídica considerando que existem diversas formas de estipular cláusulas que podem se tornar muito rigorosas no futuro. O term sheet pode ser definido como “[...] um documento de contrato muito importante que caracteriza a negociação entre o investidor e o empreendedor da empresa. Ele contém todos os direitos e obrigações que farão parte integrante dessa operação” (Pamplona, 2018). Ambas as partes vão exigir o máximo em benefícios. É preciso consultoria jurídica considerando que existem diversas formas de estipular cláusulas que podem se tornar muito rigorosas no futuro. Quando tudo dá certo, o term sheet também dará certo e em caso contrário será ele que ditará o que acontece em casos de insucesso ou de não cumprimento de alguma das cláusulas. Em escritórios de advocacia online é possível baixar diferentes modelos, o que sugerimos como atividade de pesquisa neste tópico. 5.4 Due dilligence No portal Contábeis <http://www.planconsult.com.br/blog/afinal-o-que-e- a-due-diligence/> esse processo está definido como diligência prévia, atividade que se refere ao processo de estudo, análise e avaliação detalhada de informações de uma empresa alvo da negociação e que normalmente é definida como target (o alvo), com o propósito de identificação de eventuais distorções relevantes, decorrentes das práticas empresariais. O colunista <http://www.planconsult.com.br/blog/afinal-o-que-e-a-due- diligence/> considera ainda que este processo pode abarcar aspectos financeiros, contábeis, previdenciários, trabalhistas, imobiliários, tecnológicos, e 13 jurídicos da empresa-alvo. Na verdade, qualquer setor/departamento pode ser avaliado. É possível adotar como definição do termo o que está registrado no site da Contábeis (2018), onde é possível ler: O termo em inglês “Due Dilligence” pode ser traduzido para o português como diligência prévia e se refere ao processo de estudo, análise e avaliação detalhada de informações de uma empresa alvo da negociação e que normalmente é definida como Target (o alvo), com o propósito de identificação de eventuais distorções relevantes, decorrentes das práticas empresariais. 5.5 Formalização do investimento A formalizaçãodos investimentos em uma startup é um documento final que regulariza as condições estabelecidas entre as partes. Cada modelo de investimento e cada escritório de advocacia pode ter um modelo diferente para registro da atividade de formalização. De uma forma geral é importante registrar: A forma jurídica do investimento (participação societária, parceria, mútuo conversível e outras formas pactuadas); Cláusulas de proteção aos sócios, acionistas e investidores; Cláusulas de lock-up que obriga a permanência dos empreendedores na administração por determinado período; Cláusulas de drag-alone que obriga os sócios minoritários a vender sua parte se o sócio majoritário assim proceder; Cláusulas tag along por meio da qual o sócio minoritário obriga que suas ações sejam vendidas nas mesmas condições, em caso de alienação do controle da empresa pelos sócios majoritários. É uma cláusula que evita que os acionistas menores se mantenham na empresa com terceiros alheios ao negócio. Cláusula de não diluição que estabelece que o aumento de capital social da empresa somente ocorre com a concordância das partes e das condições determinadas por elas. Ela pode proibir o acréscimo. Ela impede também a perda da importância de um participante na gestão da startup; Cláusula de preferência, que garante que o acionista ou quotista tem preferência na hora de adquirir ações ou quotas. É uma cláusula que garante, principalmente, a estabilidade do negócio e impede que 14 terceiros entrem na startup sem a concordância dos sócios (Menezes Reblin Advogados Reunidos, 2017,). 5.6 Cláusula de earn-out Outro modelo de contrato comum e que estabelece as faixas de investimentos para que ocorra o aporte de valores que incluem: metas, vendas, lucros e desenvolvimento. Em outras palavras, o investimento se condiciona ao atendimento de performances (Menezes Reblin Advogados Reunidos, 2017, on-line). 5.7 Cláusula de confidencialidade Contratos podem ter cláusulas relativas à confidencialidade ou ela, por si própria pode ser objeto de um contrato separado. A proposta é a defesa de ideias inovadoras que foram utilizadas na criação da startup. As condições estabelecidas exigem que todos os detalhes da transação e do objeto do negócio não sejam divulgados a terceiros sob pena de sanções e indenizações (Menezes Reblin Advogados Reunidos, 2017, on-line). 5.8 Cláusulas de declaração e garantias São cláusulas que buscam garantia que as partes se declarem legítimas para contratar e para assumir as obrigações previstas em ações diversas, havendo possibilidade de rescisão e multa, caso as declarações e garantias sejam comprovadas como falsas. Os autores da obra utilizada como base para este capítulo fazem uma recomendação para os empreendedores sobre o fato de que, para serem vazadas em termos legais válidos, todos os documentos, com algum teor legal, relativos à startup sejam desenvolvidos com apoio de um advogado particular ou de algum escritório que atenda diversas empresas com as mesmas características (Menezes Reblin Advogados Reunidos, 2017). Saiba mais Acesse o material da StartSe como uma proposta de revisão de conceitos obtidos em localidades que você já visitou sobre questões de investimentos para startups. A postagem pode ser localizada em: 15 <https://www.startse.com/noticia/investidores/11466/conheca-os-tipos-de- investimento-para-startups>. Os materiais referentes a este capítulo, incluídas outras especificações, além das definições utilizadas, podem ser encontradas no livro de Feigelson et al. (2018). Leia o artigo de Ribeiro et al. (2005) sobre as incubadoras de startups, um importante aspecto e conhecimento para os futuros empreendedores. Assista ao vídeo sobre term sheet que pode ser encontrado em: <https://www.youtube.com/watch?v=B9tPDSV3S94> para aprender um pouco mais sobre este importante tipo de contrato. Considera pesquisar modelos de contrato term sheet que você poderá encontrar em diversos escritórios jurídicos na grande rede e aprender um pouco mais sobre o desenvolvimento de cláusulas pertinentes. 5.9 Fórum da semana Questionar com os colegas de curso aspectos mal compreendidos sobre as questões de investimento das empresas startups. TROCANDO IDEIAS Você pode considerar capacitado com os conhecimentos necessários para colocar em prática alguma ideia criativa e que tenha capacidade de impressionar os clientes a ponto de fazê-los abandonar a concorrência e optar pela compra de seus produtos e negócios. Da ideia até a concretização da startup é um longo caminho a ser percorrido em tarefas iniciais de busca de financiamento, criação e registro de acordo com aspectos societários e legais para, então, dar início a uma competição em uma arena de elevada instabilidade e com muitas decisões tomadas com alto grau de incerteza e riscos possíveis. A atividade de marketing e de gestão do relacionamento com o cliente são imperativas e seu desenvolvimento deve estar baseado na inovação e criatividade. Tudo o que foi visto é válido para startups e que o empreendedor é o “faz tudo” até chegar a startups compostas por sócios e colaboradores, aptas e entrar em um processo growth (crescimento) e atingir a sustentabilidade em mercados altamente competitivos. 16 NA PRÁTICA Você pode considerar como atividade prática básica para esta aula a consulta a diversos materiais disponíveis em quantidade na grande rede e montar dois glossários: um primeiro de termos relativos a investimentos e um segundo referente a termos jurídicos. Diversos temas foram estudados neste material, mas existem outros termos para além dos que foram vistos como conteúdo necessário, particularizando um glossário de termos particular para cada situação em particular. FINALIZANDO Um objetivo subjacente se destaca neste material. Para além de alertar para dificuldades para transformação de uma ideia em um negócio, apresentar caminhos para registro, obtenção de investimentos e vivência de diversas fases que uma startup atravessa em seu ciclo de vida, a construção deste material de estudo procura despertar empreendedores não claramente revelados, mas que têm ideias importantes e que podem ser transformadas em empresas de sucesso. Neste afã, foram indicados materiais complementares que destacam, no ecossistema das startups, a dimensão afetiva e humana, que supera a alienação que pode causar a busca da produtividade a qualquer custo. Com esta proposição explicitada recomendamos que esta orientação seja seguida para que empreendedores criem empresas que “tenham uma alma”. 17 REFERÊNCIAS BEGNOCHEM, B. O que é equity? Eqseed. Disponível em: <http://blog.eqseed.com/o-que-e-equity/>. Acesso em: 13 mar. 2019. BLEIER, L. O que é uma cap table? Eqseed. Disponível em: <http://blog.eqseed.com/o-que-e-cap-table/>. Acesso em: 13 mar. 2019. COMO fazer contratos de investimentos para startups? Menezes Reblin Advogados Reunidos, 8 nov. 2017. Disponível em: <http://www.aradvogadosreunidos.com.br/contratos-de-investimentos- startups/>. Acesso em: 13 mar. 2019. CONHEÇA os tipos de investimentos para startups. StartSe, 1 jun. 2017. Disponível em: <https://www.startse.com/noticia/investidores/11466/conheca- os-tipos-de-investimento-para-startups>. Acesso em: 13 mar. 2019. CRUZ, R. A. F. Acordo de sócios para investimentos em startups. Andersen Ballão Advocacia. Disponível em: <http://www.andersenballao.com.br/artigos- publicacoes/acordo-de-socios-para-investimentos-em-start-ups/>. Acesso em: 13 mar. 2019. DOURADO, A. Startups: preparandoa casa para receber investidores. Endeavor Brasil, 9 dez. 2013. Disponível em: <https://endeavor.org.br/dinheiro/startups-preparando-a-casa-para-receber- investidores/>. Acesso em: 13 mar. 2019. FEIGELSON, B. NYBO, E. F. FONSECA, V. C. Direito das startups. São Paulo: Saraiva, 2018. FREITAS, C. Glossário: termos financeiros para startups. Syhus Contabilidade, 14 set. 2016. Disponível em: <https://syhus.com.br/2016/09/14/ glossario-financeiro-para-startups>. Acesso em: 13 mar. 2019. PAMPLONA, V. O que é um term sheet? Academia PME, 17 maio 2018. Disponível em: <https://www.academiapme.com.br/blog/o-que-e-um-term- sheet/>. Acesso em: 13 mar. 2019. RIBEIRO, S. A. ANDRADE, R. M. G. ZAMBALDE, L. Incubadora de empresas, inovação tecnológica e ação governamental: o caso de Santa 18 Rita do Sapucaí. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt ext&pid=S1679-39512005000500010>. Acesso em: 13 mar. 2019. SENHORINHA, F. 4 Tipos societários possíveis para constituir uma startup. Jus Brasil, 2017. Disponível em: <https://filipesrose.jusbrasil.com.br/artigos/47 5146517/4-tipos-societarios-possiveis-para-constituir-uma-startup>. Acesso em: 13 mar. 2019. SOUZA, S. Afinal, o que é due dilligence? Contábeis, 22 fev. 2018. Disponível em: <https://www.contabeis.com.br/artigos/4523/afinal-o-que-e-a-due- diligence/>. Acesso em: 13 mar. 2019. TOLEDO, M. Startups: você sabe o que é um roadmap? Administradores, 12 jun. 2018. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/ startups-voce-sabe-o-que-e-o-roadmap/64487/>. Acesso em: 13 mar. 2019. VIEIRA, L. P. MOURÃO, P. A. L. MANICA, A. C. Acordos de confidencialidade (NDA) em startups. Disponível em: <http://revistas.unisinos.br/index.php/rden/article/download/17625/60746503>. Acesso em: 13 mar. 2019. VOCÊ sabe a diferença entre investidor anjo, seed, venture capital e private equity? Fundace Know, 25, out. 2018. Disponível em: <https://blog.fundace.org.br/2018/10/25/investidor/>. Acesso em: 13 mar. 2019.
Compartilhar