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Parecer Psicológico
1. Identificação
Instituição: Escola Maria De Fátima Sampaio
Solicitante: Psicóloga Maria De Jesus Moura
Parecerista: Jennyfer Pereira Gonçalves de Assis
2. Descrição da demanda
A instituição procura esclarecimentos sobre crianças com alopecia, como lidar com elas para que haja um melhor aproveitamento, aprendizado e desenvolvimento dessas crianças no âmbito escolar, assim como a sua maior interação com o meio.
3. Análise
A alopecia possui diversas causas na área clínica. Além disso, a perda de cabelo pode ser a representação de uma doença clínica. 
Alopecia do grego alopekia, que significa sarna de raposa. Tradicionalmente as alopecias são divididas em cicatriciais e não cicatriciais. Alopecia cicatricial seria um grupo com mais diversas etiologias e patogêneses que tem como características a irreversibilidade no crescimento dos cabelos. O mecanismo básico principal na formação da alopecia cicatricial seria a destruição das células tronco. Na alopecia não cicatricial os folículos permaneceriam íntegros (PEREIRA, 2001, p. 161).
O cabelo é muito valorizado na sociedade, principalmente no que diz respeito as crianças que estão em fase de desenvolvimento onde apresenta um significado para o indivíduo. A alopecia que envolve a queda de cabelo, pode influenciar as relações interpessoais do sujeito assim como também prejudicar a sua interação com o meio em diferentes situações (VOGT et al., 2008). 						Segundo Pereira e Colaboradores (2008), o crescimento dos fios é complexo, envolvendo diversas etapas como a do folículo piloso e seu ciclo.	Na fase anágena o folículo piloso necessita de se manter em equilíbrio, para que os fios capilares cresçam de forma saudável. O estresse tem sido um dos grandes vilões da queda de cabelo, e desta forma, pode fazer com que uma grande quantidade de folículos passe da fase anágena para a telógena. No final da fase telógena, se o folículo não voltar para anágena, ou seja, se não forem produzidos fios capilares, dá-se o começo da alopecia. 				Atualmente a estética tem sido muito valorizada, onde as crianças estão cada vez mais cedo preocupadas com a parte estética existindo desta forma uma preocupação exacerbada, especialmente com o cabelo, por ambos os sexos. Esta preocupação com a beleza se torna ainda mais evidente, quando por conta da alopecia o cabelo começa a cair, mostrando os seus sintomas (WEIDER, 2008). Ao longo dos anos a alopecia vem sido estudada, pois ela acaba afetando a qualidade de vida do sujeito acometido por ela. As indústrias de cosméticos fundamentadas em farmacológicos e dermatológicos, estão investindo cada vez mais em pesquisas, para desta forma, tentar entender, retardar e atenuar o processo (PERES, 2012).									Esta doença afeta mais os homens do que as mulheres. O seu desenvolvimento pode acarretar transtornos psicológicos, fazendo com que as pessoas procurem dos mais variados meios para reverter essa situação. Nos dias de hoje, se observa um aumento desses casos, porém ainda com pouquíssimos recursos a serem utilizados como forma de tratamento (PERES, 2012).										A alopecia androgenética ou calvície, tem características como a redução de cabelo na parte frontal e coroa da cabeça. O seu desenvolvimento depende de andrógenos. Existe uma certa prevalência nesse tipo de alopecia em cerca de 50% de homens brancos na faixa etária dos cinquenta anos. Embora não acarrete consequências graves para a saúde, a perda de cabelos, pode gerar impactos na qualidade de vida do sujeito (MULINARI-BRENNER; SOARES, 2009).							A alopecia areata é uma afecção crônica, da estrutura capilar e das unhas, com sintomas multifatoriais, relacionados a imunidade e a genética. É a queda de cabelos ou pelos, pela interrupção da síntese sem a ocorrência da destruição dos folículos pilosos, e desta forma, podendo ser uma situação reversível (RIVITTI, 2005). Ela é uma doença comum, podendo ter início em qualquer idade, afetando desta forma, 2% da população, em 20% dos casos acomete crianças depois dos cinco anos de idade, e em 2/3 dos adultos se tem início antes dos vinte anos. Essa doença afeta aproximadamente cerca de 2% da população mundial (ALMEIDA et al, 2004).							Embora a alopecia possa causar problemas psíquicos, ela não compromete a saúde total do indivíduo, o que não justifica desta forma, os tratamentos que causam ou podem causar sérios riscos à saúde dos indivíduos (MACDONALD, 2003). Estudos identificaram através de observações clínicas e das avaliações psicológicas que esta doença possui relação com a ansiedade e depressão, Além do mais, a alopecia produz alterações no campo psíquico do indivíduo, acarretando prejuízos consideráveis nos fenômenos emocionais (RIVITTI, 2005).								Na alopecia areata, é observado impactos na área emocional e social do indivíduo, por conta da perda dos cabelos e/ou pelos (DELAMERE, 2008). Através de estudos foi descoberto que doenças da pele que afetam a imagem corporal podem acarretar nos pacientes pensamentos suicidas (GUPTA, 1998). Além disso, muitos autores fizeram a identificação de diversos distúrbios psiquiátricos em pessoas que possuíam algum sintoma de doenças dermatológicas crônicas (PICARDI, 2003).					O preconceito faz parte de um conjunto de crenças, atitudes e comportamentos, onde desta forma, se concede a um membro de um grupo, características negativas, essa característica definidora faz com que haja uma desagregação desse indivíduo na sociedade (MEZAN, 1998, p. 226). 	
4. Conclusão
Este tipo de problema pode afetar o desenvolvimento emocional do indivíduo, acarretando uma imaturidade de suas relações sociais, desta forma, se faz necessário o acompanhamento psicoterápico dessas crianças, para que possam superar os conflitos nesse processo, se utilizando de atividades lúdicas, como também é preciso que haja uma orientação para os pais sobre a doença e como eles podem ajudar seus filhos para uma melhor recuperação e elaboração da doença.							Além disso, se faz necessário fazer uma avaliação, investigação e diagnóstico médico, para se verificar o tratamento mais eficaz, com o objetivo de se evitar tratamentos incorretos e ineficazes, par que não haja prejuízos estéticos mais severos. 
5. Referências
ALMEIDA, Rui et al. Alopecia areata: descrição clínica de uma população pediátrica. Saúde-Infantil. 2004;26(2):33-40. Serviço de Dermatologia. Hospital Geral de Santo Antônio. Porto.
DELAMERE, F.M; Sladden, M.M. (2008). Interventions for alopecia areata. Cochrane Database Syst Ver, 16(2): CD004413.
GUPTA, M. A, Gupta A.K (1998). Depression and suicidal ideation in dermatology patients with acne, alopecia areata, atopic dermatitis and psoriasis. BR J Dermatol, 139(5): 846:850.
MACDONALD, Hull SP. WOOD ML, et al. Guidelines for the management of alopecia aerate. BR J Dermatol 2003.
MEZAN, R. Tempo de muda: ensaios de psicanálise. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
MULINARI-BRENNER, Fabiane, ROSAS, Fernanda Manfron, SATO, Maurício Shigueru, WERNER, Betina Anais Brasileiros De Dermatologia. Alopecia Frontal Fibrosante: Relato De Seis Casos. V.82 n. 5 Rio de Janeiro set. /out. 2007.
PEREIRA. Carlos Manoel; AGUIAR, Hamilton Azevedo; FRANÇA, Ana Julia vom Borell du Vernay; SILVA, Daniela da. Princípios ativos cosméticos utilizados no tratamento da alopecia. Univali, 2008.
PEREIRA, J. M. Propedêutica das doenças dos cabelos e do couro cabeludo. São Paulo: Atheneu, 2001.
PERES. Juliana Patrícia; FONSECA. Ana Paula Nascentes de Deus. Proposta para um modelo experimental de xampu à base de serenoa serrulata no combate a alopecia. Perquirere, 9(2):1-20, dez. 2012. UNIPAM. 2012.						
RIVITTI. Evandro A. Alopecia areata: revisão e atualização. An. Bras. Dermatol. Vol. 80 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2005.
A. PICARDI, Pasquini P., Cattaruzza M. S, Gaetano P., Baliva G, Melchi C. F, Papi M, Camaioni D., Tiago A, Gobello T, Biondi M. (2003). Psychosomatic factors in firsts-onset alopecia areata. 
VOGT, Annika et al. Biology of the Hair Follicle. In: PEYTAVI, Ulrike Blume etal. Hair Growth and Disorders. Berlin: Springer, 2008.
WEIDER, A. C. A utilização da Finasterida no Tratamento da Alopecia Androgenética. 2008.
Av. Bela Vista, n 17
Data da emissão: 01/09/2019
Jennyfer Pereira Gonçalves de Assis
CRP: 02/2222

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