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Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – DERMATOLOGIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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MED RESUMOS 2011
ARLINDO UGULINO NETTO 
LUIZ GUSTAVO C. BARROS € YURI LEITE ELOY
MEDICINA – P8 – 2011.1
DERMATOLOGIA
REFERÊNCIAS
1. Material baseado nas aulas ministradas pelas Professoras Danielle Medeiros e Renata Rodrigues na FAMENE 
durante o período letivo de 2011.1.
2. ROOK,A et alli. Textbook of Dermatology, 6 th ed., 1998, 4 vols.
3. FITZPATRICK,T.B. et alli. Dermatology in General Medicine, 5th ed., 1999, 2 vols..
4. AZULAY,R.D. Dermatologia, 2ª ed. rev., 1997.
5. SAMPAIO,S.A.P. et al. Dermatologia b‚sica, 2ª ed.,2000.
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MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
DERMATOLOGIA
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE
(Professora Danielle Medeiros)
A pele, considerada como o maior órgão do corpo humano, encerra funções sem 
as quais seria impossível ao ser humano manter a sua homeostase ou, em termos gerais, a 
sua sobrevivência. Podemos pensá-la como a principal barreira entre o meio homeostático e 
o ambiente externo, sendo este repleto de agentes agressores tais como bactérias, fungos, 
radiações ultravioletas (UV), agentes traumáticos, etc. 
Mais do que isso, a pele é o meio de interface entre o organismo e o meio ambiente, 
sendo ela a responsável por transduzir um enorme número de sensações e estímulos, além, 
é claro, de possuir papel importante na esfera social no que diz respeito à interação com 
outros humanos e na impressão que temos dos nossos próprios corpos.
CARACTERSTICAS DA PELE
As principais características da pele são:
 Representa 15% do peso corporal
 Apresenta alta elasticidade
 Apresenta sulcos, orifícios e saliências
 Possui diferenças de cor
 Variação de espessura de acordo com o local estudado
FUN‚ƒES DA PELE
São listadas as principais funções da pele:
 Proteção: a rigidez da pele é devida à sua espessura, à coesão de estrutural entre os queratinócitos e à adesão 
da pele à derme. A melanina, assim como antioxidantes, protege a pele das radiações.
 Termorregulação: o sistema de glândulas sudoríparas e a propriedade de vasodilatação cutânea promovem a 
eliminação de suor e refrigeração do organismo, cruciais para a nossa sobrevivência como espécie.
 Resposta imunológica: a resposta imune inata e adquirida atua principalmente na pele, pois ela representa a 
primeira linha de defesa do sistema imunológico contra substâncias tóxicas, bactérias e células neoplásicas 
recém-formadas.
 Barreira à perda de água e substâncias: sem a integridade da epiderme e, principalmente, da camada córnea, 
a perda de água corporal para o meio ambiente resultará em desidratação, distúrbios hidreletrolíticos, perda de 
proteínas, resultando em morte. Essa situação pode ser observada em muitas doenças dermatológicas e no 
paciente com queimaduras graves.
 Sensibilidade: a pele e as mucosas são órgãos sensoriais orientando-nos em nosso contato com o ambiente, 
além de poderem produzir sensações percebidas como agradáveis ou incômodas, que possam trazer risco à 
vida.
 Excreção: através das glândulas écrinas, a pele excreta água, eletrólitos, HCO3, uréia, metais pesados, etc.
 Endocrinometabólica: a pele é o sítio de conversão periférica e síntese de muitas substâncias. Entre elas, 
estão os hormônios sexuais como estronas, testosterona, diidrotestosterona e a vitamina D.
EMBRIOLOGIA
A pele humana consiste em um epitélio estratificado de origem ectodérmica em contato com uma derme de 
tecido conjuntivo de origem mesenquimal. A interface entre essas duas estruturas de origem embrionária tão distinta é a 
junção dermoepidérmica, tão irregular que é repleta de projeções da epiderme para dentro da derme, os chamados 
cones interpapilares. Abaixo da derme, existe o panículo adiposo, também chamado de hipoderme, ou tecido celular 
subcutâneo, rico em gorduras.
Em resumo, temos:
 Folheto ectodérmico: 
o Estruturas epiteliais: epiderme, folículo pilossebáceo, glândulas apócrinas e ecrínicas, unhas.
o Estruturas neurais: nervos e os melanócitos.
 Folheto mesodérmico:
o Derme e hipoderme: substância fundamental, fibras, vasos, músculos, tecido adiposo, células, etc.
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Do ponto de vista temporal, a forma€o da pele j‚ se inicia nas primeiras semanas de vida embrion‚ria. A
forma€o das estruturas da pele segue o seguinte esquema:
 3 semanas de gesta€o: epiderme (apenas a 1ƒ camada);
 9 semanas de gesta€o: fol„culo pilosseb‚ceo por invagina€o da epiderme;
 10 semanas de gesta€o: unhas;
 11 semanas de gesta€o: melan…citos;
 14 semanas de gesta€o: gl†ndulas ‡crinas;
 2 – 4 meses de gesta€o: fibras que comp‰em a pele.
Desta forma, uma fetoscopia realizada entre 18 – 21 semanas de gesta€o j‚ ‡ capaz de detectar algumas 
doen€as cut†neas, como a ausŠncia de melanossomos (albinismo), queratiniza€o prococe (feto arlequim), altera€‰es 
da jun€o dermo-epidermicas. 
HISTOLOGIA DA PELE
Do ponto de vista histol…gico, como vimos anteriormente, a pele humana consiste em um epit‡lio estratificado 
que repousa sobre uma derme constitu„da por tecido conjuntivo e por sobre um pan„culo adiposo (hipoderme). Desta 
forma, afirmamos que a pele ‡ constitu„da por trŠs camadas, basicamente: epiderme, derme e hipoderme; al‡m dos 
seus anexos.
 Epiderme: constitu„da por mais cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa, l‹cida e c…rnea.
 Derme
 Hipoderme
 Anexos
EPIDERME
A epiderme, a camada superficial da pele, origina-se do ectoderma e ‡ constitu„da por tecido epitelial 
estratificado pavimentoso queratinizado. Ela pode ser considerada como a camada mais importante uma vez que ela 
constitui a superf„cie corp…rea, isolando o meio interno do meio externo. 
O epit‡lio pavimentoso da pele ‡ constitu„do por quatro popula€‰es de c‡lulas: queratin…citos, melan…citos,
c‡lulas de Langerhans e c‡lulas de Merkel, distribu„das em cinco camadas: Basal, Espinhosa, Granulosa, L‹cida e 
C…rnea. No que diz respeito as c‡lulas da epiderme, temos:
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 Queratinócitos: são as células mais numerosas da pele 
(80% da população celular), representando as próprias 
células pavimentosas, dispostas nas cinco camadas da 
epiderme. Tem como função o revestimento, sendo elas 
continuamente renovadas (a camada mais superficial é 
composta de células mortas e queratina presente dentro 
dessas células). Originam-se da intensiva atividade mitótica 
na camada basal da epiderme, passando por um processo 
de diferenciação estrutural e metabólica à medida que vão 
emergindo para camadas superiores da epiderme e 
sofrendo influências de alguns fatores (genéticos, 
sistêmicos e ambientais, como mostra a OBS1). Desta 
forma, temos:
 Células adjacentes à membrana basal: cúbicas ou 
prismáticas;
 Células das camadas médias: células poliédricas;
 Células da camada superficial: células 
pavimentosas (azulejos).
Mais externamente à epiderme, existe uma camada de queratina, uma proteína fibrosa com capacidade elástica 
e impermeabilidade à água, apresentando importante função protetora. É válido lembrar que as mucosas não 
apresentam queratina (cavidades úmidas como a boca, esôfago, vagina, lábio, etc.). 
A adesão entre os queratinócitos é feita por pontes moleculares chamadas desmossosmos (ver OBS8). Na 
camada espinhosa da epiderme, como veremos mais adiante, estes desmossomos se mostram 
semelhantemente a espinhos (daí a denominação desta camada).
Bem próximo à superfície da epiderme, os queratinócitos adquirem um aspecto ultra-especializado: eles perdem 
seus núcleos e se achatam, liberam substâncias formando um cimento intercelulare adquirem maior resistência 
pela formação de ligações entre os filamentos de queratina através da ativação da profilagrina em filagrina. Com 
a senescência e o contínuo fluxo de células da camada basal para a superfície, esses queratinócitos descamam 
para o meio ambiente.
Os queratinócitos também são responsáveis pela produção de algumas substâncias, tais como:
 Filamentos intermediários: citoqueratinas (CQ), responsáveis por manter o citoesqueleto e, com isso, a 
arquitetura celular dos queratinócitos. As CQ são numeradas e apresentam características ácidas (CQ 9 
a 23) ou básicas (CQ 1 a 8). O estudo destas substâncias é importante pois cada camada da epiderme 
produz determinadas CQ que auxiliam na identificação de algumas doenças e tumores.
 Basal: 5 a 14 (presentes também no carcinoma basocelular, além das CQ 17 e 19).
 Suprabasal: 1 e 10.
 CQ 6, 16 e 17: folículo piloso, psoríase e alguns tumores.
 Alterações no cromossomo 17: K10, K14 e K16.
 Alterações no cromossomo 12: K1, K5 e K6.
 Filamentos de actina: responsáveis pela motilidade.
 Microtúbulos: responsáveis pelo transporte intracelular.
 Melanócitos: são células de origem ectodérmica, que migram da crista 
neural até a camada basal da epiderme. Sua principal função é a 
produção de grânulos de melanina (os melanossomos), ricos em uma 
macromolécula chamada melanina, cuja função é absorver a radiação 
ultravioleta (muito embora, as células responsáveis por armazenar a 
melanina são os queratinócitos). Embora estejam presentes apenas 
nas duas camadas mais internas (basal e espinhosa), os melanócitos 
possuem pseudópodes que envolvem os queratinócitos e lhes 
permitem depositar a melanina dentro destas células (esse conjunto 
melanócito-queratinócito é denominado unidade epidermomelânica). 
A melanina, quando chega aos queratinócitos por difusão, é 
armazenada por sobre o núcleo, no intuito de protegê-lo das radiações 
ultra-violeta (UV).
O número de melanócitos varia segundo o sítio anatômico. O número 
total de malanócitos não varia de uma raça para outra: o que determina 
os diferentes tons de pele é a morfologia, tamanho e distribuição dos 
melanossomos. Para maiores informações, leia a OBS3.
Os melanócitos não formam desmossomos, mas se prendem à membrana basal por hemidesmossomos. Eles 
podem ser encontrados nos seguintes locais: pele, retina, úvea, ouvido (stria vascularis), leptomeninges 
(aracnóide e pia-máter), pêlos, mucosas.
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Os melanossomos tamb‡m sofrem est„mulo da radia€o UV e de hormŒnios (MSH e hormŒnios sexuais), 
mediadores inflamat…rios e vitamina D3 produzida na epiderme. O bronzeamento produzido pelo sol deve-se a 
uma excita€o da tirosinase (enzima produtora da melanina, como mostra a OBS4) pela radia€o UV, levando  
forma€o de melanossomos.
 Células de Langerhans: so macr…fagos modificados presentes na pele com fun€o de fagocitar 
microorganismos. Localizam-se em toda a epiderme entre os queratin…citos, sendo mais encontradas no estrato 
espinhoso. Elas derivam da medula …ssea e possuem receptores na superf„cie para as respostas imunol…gicas 
semelhantes aos que caracterizam a superf„cie dos macr…fagos.
Na epiderme, so respons‚veis pelo reconhecimento e apresenta€o de ant„genos aos linf…citos (fazendo o 
papel de células apresentadoras de antígenos) e, assim, iniciar uma resposta imunol…gica. As c‡lulas de 
Langerhans tamb‡m so encontradas nas mucosas, ba€o, timo, linfonodos e mesmo da derme.
 Células de Merkel: so c‡lulas de n‹cleo lobulado e citoplasma claro, nas quais so encontrados os gr†nulos 
osmof„licos, contendo neurotransmissores. Esses neurotransmissores so liberados mediante presso sobre a 
pele, dando a estas c‡lulas fun€o como receptores mec†nicos. So c‡lulas localizadas na camada mais 
profunda da epiderme da pele glabra (mais em ponta dos dedos).
 Células indeterminadas: so c‡lulas dentr„dicas indeterminadas cuja fun€o ainda no ‡ conhecida.
OBS1: Os principais fatores que determinam a diferencia€o dos queratin…citos so:
 Neuropept„deos
 Citocinas
 Fator de crescimento epitelial (EGF)
 Fator transformador de crescimento alfa
 Fator de crescimento de queratin…citos (KGF)
 Fator transformador de crescimento beta (TGF-
beta)
 IL-1 alfa, IL-6, IL-8, vitamina A, retin…ides.
OBS2: A depender da regio estudada em uma bi…psia, por exemplo, a epiderme pode se mostrar mais ou menos 
espessa. Desta forma, temos:
 A pele espessa cobre as palmas das mos e planta dos p‡s. A epiderme da pele espessa caracteriza-se pela presen€a de 
todas as cinco camadas, al‡m de uma camada volumosa de queratina. Esta altera€o ‡ importante para providenciar  pele 
desta regio uma maior resistŠncia mec†nica. A pele espessa no possui fol„culos pilosos, m‹sculos eretores de pŠlo ou
gl†ndulas seb‚ceas, mas possui gl†ndulas sudor„paras.
 A pele fina cobre a maior parte do restante do corpo. Esse tipo de pele possui um estrato c…rneo delgado e no possui a 
camada l‹cida (onde morrem os queratin…citos da pele espessa). A pele fina tem fol„culos pilosos, m‹sculos eretores, 
gl†ndulas seb‚cias e gl†ndulas sudor„paras. As c‡lulas passam a morrer na camada granulosa.
OBS3: A melanina ‡ um pigmento de colora€o marrom-escuro que protege a pele contra a radia€o UV. Ela ‡ 
produzida pelos melan…citos e armazenada nos queratin…ticos. Desta forma, a cor da pele pode ser influenciada por 
v‚rios fatores, tais como: quantidade de melanina e caroteno, quantidade de capilares e cor do sangue que os percorre. 
Comparando um mesmo indiv„duo, a cor de sua pele varia de acordo com a parte do corpo.
O n‹mero de melan…citos, por‡m, no influencia na cor da pele, uma vez que a quantidade destas c‡lulas ‡ igual em 
uma pessoa de pele clara ou morena – o que determina esta diferen€a na cor da pele relaciona-se a quantidade de 
melanina produzida e sua distribui€o na epiderme (associados, obviamente, a outros fatores citados anteriormente). 
Aqui, o fator gen‡tico ‡ imperativo, mas pode-se estimular a produ€o de melanina pela pele atrav‡s dos raios solares.
OBS4: Processo da melanogênse. A produ€o da melanina se d‚ nos 
melan…citos, quando a tirosina, amino‚cido garantido pela dieta (ou pela 
transforma€o da fenilalanina em tirosina pela fenilalanina hidroxilase), ‡ 
convertida em melanina pela enzima tirosinase (produzida pelo RER e 
empacotada em ves„culas pelo Complexo de Golgi) atrav‡s de uma s‡rie de 
rea€‰es passando pela 3,4-diidroxi-fenilalanina (DOPA). A ves„cula com 
tirosinase e tirosina sendo convertida em melanina ‡ chamada de 
melanossomo. Ao final, quando toda tirosina ‡ convertida em melanina, 
forma-se ento o grânulo de melanina. Ž nesse momento que a melanina 
est‚ pronta para ser passada e armazenada nos queratin…citos. Em resumo, 
tem-se:
Tirosina (produzida pelo RER)  3,4-diidroxifenilalanina (DOPA) 
dopa-quinona  melanina (armazenada em gr†nulos de melanina ou 
melanossomos)  injetados no citoplasma dos queratin…citos (na regio 
supra-nuclear).
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OBS5: A enzima tirosinase ‡ ativada pela luz ultravioleta. Acredita-se que esses raios promovam o aumento da atividade 
da tirosinase nos melanossomas. Os hormŒnios tamb‡m ainda no tŠm um mecanismo definido na participa€o da 
produ€o mel†nica; a hip…fise, por exemplo, secreta o ACTH e o HME (hormŒnio melan…cito-estimulante), que 
aumentam a s„ntese de melanina. J‚ os hormŒnios do c…rtex da supra-renal exercem um efeito de inibi€o, na hip…fise, 
do ACTH e do HME, o que consiste em um fator de equil„brio e modula€o da s„ntese mel†nica.
OBS6: Com as informa€‰es obtidas at‡ aqui sobre os melan…citos, podemos destacar os seguintes levantamentos no 
que diz respeito  fisiologia destasc‡lulas:
 O albinismo ‡ a incapacidade heredit‚ria de um indiv„duo em produzir melanina, podendo ser notada na pele, 
pŠlos e nos olhos. A melanina tende-se a formar-se em manchas – conhecidas como sardas.
 Na exposi€o repetida ao sol, h‚ escurecimento da melanina pr‡-formada e h‚ acelera€o da transferŠncia de 
melanina para os queratin…citos. O excesso leva ao câncer de pele, que envolve as c‡lulas basais e 
escamosas, onde podem ser removidas cirurgicamente.
 O pigmento caroteno ‡ encontrado no estrato c…rneo e nas ‚reas gordurosas da derme.
Camada basal da epiderme.
A camada basal (ou estrato germinativo) corresponde ao estrato mais profundo da epiderme, sendo ela a sede 
onde ocorrem as mitoses para forma€o das demais camadas. Ela forma entrela€amentos com a derme e est‚ separada 
desta por uma membrana basal. Suas c‡lulas so colunares ou cub…ides, bas…filas, localizadas sobre a membrana 
basal. Ela pode ainda ser sede de alguns c†nceres, como o carcinoma basocelular.
Ž uma camada rica em c‡lulas-tronco mitoticamente ativas. Nessa camada so encontrados tamb‡m os 
primeiros filamentos intermedi‚rios de queratina (que aumentam gradativamente  medida que se aproxima da 
superf„cie), c‡lulas de Merckel e melan…citos (‡ a camada que possui a maior quantidade de melan…citos para terem um 
contato mais r‚pido com os queratin…citos).
Podemos destacar, portanto, as seguintes caracter„sticas da camada basal da epiderme:
 Presen€a de, basicamente, dois tipos de c‡lulas: os melan…citos e as c‡lulas basais (queratin…citos prism‚ticos 
ou cub…ides, bas…filos, que respousam sobre a membrana basal).
 As c‡lulas da camada basal so unidas  l†mina basal por hemidesmossomos.
 Elas so unidas entre si e s c‡lulas da camada espinhosa por meio de desmossomos.
 Ž uma camada rica em c‡lulas-tronco.
 Ž sede de uma intensa atividade mit…tica.
 ContŠm filamentos de queratina.
OBS7: A maioria das bolhas vis„veis a olho nu em pacientes (inclusive bolhas traum‚ticas ou de queimaduras) so 
decorrentes do descolamento entre a derme e a epiderme, que ocorre na regio da membrana basal.
Camada espinhosa da epiderme.
A camada espinhosa ‡ o estrato mais espesso da epiderme. Os queratin…citos j‚ se apresentam mais cub…ides 
ou ligeiramente achatados, com n‹cleo central e unidos por feixes de queratina e grandes quantidades de 
desmossomos. Ainda h‚ a presen€a de c‡lulas-tronco (apenas nessas duas primeiras camadas), com menores 
processos de mitose. 
Essa camada ‡ assim chamada devido a presen€a de tonofilamentos de citoqueratina (que se conectam aos 
desmossomos) respons‚veis por unir estas c‡lulas entre si, apresentando aspecto de espinhos. Esta adeso entre as 
c‡lulas acontece de forma muito intensa e ‡ gra€as a esta camada que a pele no se desprende facilmente do corpo 
mesmo depois de atrit‚-la demasiadamente. Os seus gr†nulos so revestidos por membranas, e tamb‡m esto 
presentes as c‡lulas de Langerhans. Nesta camada, desaparecem as c‡lulas de Merkel.
As principais caracter„sticas da camada espinhosa so:
 Camada formada por c‡lulas cub…ides ou ligeiramente achatadas, de n‹cleo central, citoplasma com curtas 
expans‰es que cont‡m feixes de filamentos de queratina (tonofilamentos).
 Estas expans‰es se aproximam e se mant‡m unidas com as c‡lulas vizinhas por desmossomos
 A jun€o dos filamentos de queratina e os desmossomos garantem a coeso existente entre as c‡lulas desta 
camada e a resistŠncia ao atrito.
 As citoqueratinas mais comuns desta camada so a tb-K1 e K10.
OBS8: Os desmossomos (do grego desmos, liga€o, e somatos, corpo) so prote„nas em forma de placas circulares 
que promovem a jun€o celular. Cada c‡lula envolvida na jun€o contribui para a forma€o desta prote„na, composta por 
prote„nas especiais conhecidas como placoglobinas e desmoplaquinas. De ambas as placas partem filamentos 
constitu„dos por outras prote„nas (desmogle„nas e desmocolinas), que atravessam as membranas plasm‚ticas e atingem 
espa€o entre as c‡lulas onde se associam. Essa associa€o dos filamentos no espa€o intercelular mant‡m firmemente 
unidas as duas placas desmossŒmicas e, conseqentemente, as c‡lulas que as contŠm. As partes das placas 
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desmossômicas voltadas para o interior das células associam-se aos 
filamentos de queratina do citoesqueleto, promovendo o firme 
ancoramento do desmossomo em toda a estrutura celular.
Em resumo, as principais proteínas envolvidas na composição dos 
desmossomos são:
 Desmogléia: substância amorfa, localizada entre as 
membranas plasmáticas. Dentro desta substância amorfa, 
existem glicoproteínas (conhecidas como desmogleínas) que 
são reconhecidas de forma auto-imune e destruídas, 
causando uma patologia conhecida como pênfigo.
 Placas densas: proteínas que se unem aos tonofilamentos 
(queratocalmina) através de um mecanismo envolvendo o 
cálcio. As placas densas também apresentam proteínas 
como desmoplaquinas I e II (reconhecidas por anticorpos no 
pênfigo paraneoplásico), placoglobina, envoplaquina e 
periplaquina, desmoioquina, desmocalmina e polipeptídeo de 
banda 6.
Camada granulosa da epiderme.
A camada granulosa é composta por 3 a 5 camadas de queratinócitos poligonais achatados, nas quais já é 
presente grânulos de querato hialina (histidina e cistina) e grânulos lamelares. Nesta camada, desaparecem as células 
de Langerhans.
Suas principais características são:
 Composta por 3 a 5 fileiras de células poligonais achatadas, com núcleo central e citoplasmas carregados de 
grânulos basófilos-queratohialina.
 Estes grânulos contém proteína rica em histidina-fosforilada (basofilia) e proteínas com cistina.
 Granulos lamelares com discos lamelares contendo dupla camada lipídica e envoltos por membrana 
impermeável à água. Portanto, a principal função desta camada está relacionada a formação de grânulos 
contendo histidina e cistina, proteínas que fazem com que a pele se torne impermeável à água.
 Fosforilação do K1 e K10 a K2 e K11.
Estrato lúcido.
O estrato lúcido está presente apenas na pele espessa . As suas células são delgadas e achatadas, eosinófilas 
e translúcidas. Acontece o desaparecimento do núcleo e organelas citoplasmáticas, surgindo numerosos filamentos de 
queratina que ainda são vistos como desmossomos. 
É nessa camada que acontecem as reações de destruição, sendo a última camada onde se é possível encontrar 
células vivas. Elas são destruídas por enzimas lisossomais, que atacam os núcleos e as organelas, restando apenas a 
queratina.
Suas principais características são:
 Estrato presente apenas na pele das palmas das mãos e plantas dos pés
 Está localizada entre a camada córnea e a camada granulosa.
 É uma delgada camada de células achatadas eosinófilas e translúcidas, cujos núcleos e organelas 
citoplasmáticas foram digeridos por enzimas dos lisossomos e desapareceram.
 Possui poucas funções especiais e apresenta uma região de transição para o aparecimento das características 
da camada córnea.
Camada córnea.
A camada córena é constituída por variadas camadas de células achatadas, mortas, anucleadas de citoplasma 
repleto de queratina e denominadas escamas. Os queratinócitos passam a ser placas sem vida.
As principais características desta camada são:
 Apresenta espessura variável.
 É composta por células achatadas, mortas e sem núcleo.
 Células apresentam citoplasma repleto de queratina.
O tempo que as células formadas na célula basal levam até chegarem mortas e anucleadas na camada córnea 
leva cerca de 21 a 28 dias, sendo este período conhecido como ciclo da pele . 
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Camada Função Biologia celular Histologia
Córnea Prote€o C‡lulas mortase anucleadas Queratina
Lúcida Prote€o
C‡lulas 
transl‹cidas e 
achatadas
Filamentos de 
queratina
Granulosa Impermeabiliza€o
C‡lulas 
poligonais 
achatadas
Gr†nulos de 
querato-hialina e 
lamelares
Espinhosa Coeso
C‡lulas 
cub…ides ou 
achatadas
Tonofilamentos 
conectados a 
desmossomos
Basal Gera€o das c‡lulas
C‡lulas 
prism‚ticas ou 
cub…ides
Cont‡m queratina
ZONA DA MEMBRANA BASAL
A membrana basal separa e prende o epit‡lio ao tecido conjuntivo adjacentes, permitindo, por‡m, a passagem 
de diversas mol‡culas. Ž formada pelos seguintes elementos: membrana basal das c‡lulas basais, hemidesmossomos, 
l†mina l‹cida, l†mina densa e zona da subl†mina densa.
A zona da membrana basal ‡ composta, principalmente, por col‚geno tipo IV, V BP180 glicoprote„nas laminina e 
entactina e proteoglicanas (ME). Altera€‰es nesta zona podem levar  forma€o de bolhas, uma vez que ela pode 
caracterizar a separa€o entre e epiderme e a derme (ver OBS7). 
DERME
A derme ‡ definida como a camada de tecido conjuntivo localizado entre a epiderme e a hipoderme. Ž composta 
por uma rede complexa de fibras, principalmente col‚geno e elastina, e preenchida com material amorfo composto por 
macromol‡culas retentoras de ‚gua (como o ‚cido hialurŒnico). 
A derme ‡ constitu„da por tecido conjuntivo (fibras col‚genas e el‚sticas envoltas por subst†ncia fundamental), 
vasos sangu„neos e linf‚ticos, nervos e termina€‰es nervosas (ver OBS9). Os fol„culos pilosseb‚ceos e gl†ndulas 
sudor„paras, originadas na epiderme, tamb‡m localizam-se na derme. Existem na derme c‡lulas residentes, 
respons‚veis pela s„ntese e destrui€o da matriz extracelular: fibroblastos, histi…citos, c‡lulas dendr„ticas e mast…citos. 
Podemos tamb‡m observar c‡lulas sangu„neas, tais como linf…citos, plasm…citos, eosin…filos, neutr…filos que transitam 
pela derme. Na derme, encontramos ainda: m‹sculo eretor do pŠlo, fibras el‚sticas (elasticidade), fibras col‚genas 
(resistŠncia), vasos sangu„neos e nervos.
A derme ‡ didaticamente dividida em trŠs partes:
 Derme papilar: mais superficial, em contato com a membrana basal, sendo formada por fibras col‚genas mais 
finas e dispostas mais verticalmente. Tem maior celularidade e ‡ formada por tecido conjuntivo frouxo. A derme 
papilar est‚ mais relacionada com a nutri€o da epiderme.
 Derme reticular: mais profunda, ‡ constitu„da por feixes mais grossos de col‚geno, ondulados e dispostos 
horizontalmente. Ž formada por tecido conjuntivo denso no-modelado.
 Derme adventícia: ‡ a derme que fica em torno da membrana basal de anexos e vasos, semelhante  derme 
papilar.
A junção dermoepidérmica corresponde  regio de interface entre a epiderme e a derme papilar, onde est‚ 
presente a membrana basal, estrutura de grande complexidade e respons‚vel pela coeso entre essas duas camadas. 
Isso tanto ‡ verdade que muitas doen€as bolhosas, como vimos na OBS7, em que a coeso da pele perde-se dando 
origem a bolhas, tŠm sua etiologia relacionada com a destrui€o de prote„nas espec„ficas da membrana basal.
A superf„cie de contato entre a derme a epiderme ‡ aumentada, pois essas camadas se interpenetram: as 
papilas dérmicas so proje€‰es da derme na epiderme que facilitam a nutri€o das c‡lulas epid‡rmicas pelos vasos 
sangu„neos da derme. Al‡m delas, existem os cones interpapilares, que so as proje€‰es da epiderme na derme.
As principais c‡lulas da derme so os fibroblastos, respons‚veis pela produ€o de fibras e de uma subst†ncia 
gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos d‡rmicos esto mergulhados. So tipos de fibras col‚genas:
 Tipo I: mais na derme reticular (80 – 90%)
 Tipo II: pr…ximo  camada basal.
 Tipo III: ao redor dos vasos.
 Tipo IV: na zona da membrana basal.
 Tipo V: junto ao IV e nas membranas dos vasos.
 Tipos VII: gŠnese das epiderm…lises bolhosas.
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319
OBS9: Receptores de superfície. Como se sabe, umas das principais fun€‰es da pele ‡ a percep€o de sensa€‰es 
t‚teis em geral, como dor, calor, toque, presso, vibra€o, etc. Esta sensibilidade ‡ garantida pela presen€a de 
exteroceptores, que se localizam na superf„cie externa do corpo (principalmente na jun€o entre a epiderme e a derme, 
na regio conhecida como derme papilar), onde so ativados por agentes externos e transduzem o sinal na forma de 
uma sinapse el‡trica por meio de neurŒnios at‡ o sistema nervoso central. Os principais tipos de receptores so:
 Extremidades nervosas livres: so 
os receptores mais frequentes na 
pele, estando mais localizados na 
epiderme, fol„culos pilosos e 
gl†ndulas. So sens„veis  dor e 
temperatura. 
 Corpúsculo de Meissner: mais 
abundantes nas sobrancelhas, l‚bios, 
mamilos, genit‚lia externa, ponta dos 
dedos, na pele espessa das mos e 
p‡s. So receptores de tato e pressão.
 Receptores de Krause: receptor 
ecapsulado localizado na derme papilar 
de mucosas e espirais de fibras 
nervosas. So respons‚veis pela 
percep€o do frio.
 Células de Merkel: presentes nas 
pontas dos dedos e correspondem a 
25% dos mecanoreceptores da mo. 
Esto relacionados com percep€o de 
tato e pressão.
 Corpúsculo de Vater-Pacini: receptores de adapta€o r‚pida. Presentes em c‚psulas de tecido conjuntivo e na mo. 
Durante muito tempo, acreditou-se que eram receptores relacionados  presso. Hoje, sabe-se que so relacionados com 
sensibilidade vibratória (est„mulos mec†nicos repetitivos) e pressão.
 Corpúsculo de Ruffini: de adapta€o lenta, esto localizados nas papilas d‡rmicas, ligamentos e tend‰es. Esto 
associados com a sensa€o de calor (embora estudos apontem que eles sejam receptores de tato e presso, sendo sens„veis a 
estiramentos, movimentos e distor€‰es da pele).
HIPODERME
A hipoderme, tamb‡m chamada de tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo, ‡ a camada mais 
profunda da pele, localizada abaixo da derme reticular. Ž formada por l…bulos de adip…citos (c‡lulas ricas em lip„dios), 
delimitados por septos de tecido conjuntivos, irrigados e inervados. Os vac‹olos lip„dicos contŠm triglicer„deos, 
colesterol, vitamina e ‚gua. 
O pan„culo adiposo ‡ quem d‚ a mobilidade da pele sobre a musculatura, agindo tamb‡m como isolante t‡rmico, 
dep…sito de calorias (reserva energ‡tica), amortecedor de traumas e recentemente, tem-se destacado sua fun€o 
end…crina (Ex: converso perif‡rica de hormŒnios sexuais). 
ANEXOS CUT„NEOS
A epiderme d‚ origem aos anexos cutâneos: unhas, pŠlos, gl†ndulas sudor„paras e gl†ndulas seb‚ceas. A 
abertura dos fol„culos pilosseb‚ceos (pŠlo + gl†ndula seb‚cea) e das gl†ndulas sudor„paras na pele formam os orif„cios 
conhecidos como poros.
Em resumo, destacamos os seguintes anexos:
 Glândulas sudoríparas: so gl†ndulas simples tubulosas enoveladas. Podem ser mer…crinas ou ap…crinas.
 Glândulas sebáceas: so gl†ndulas simples acinosas. So exemplos de gl†ndulas hol…crinas.
 Pêlos: so estruturas delgadas e queratinizadas. Cada pŠlo se origina de uma invagina€o da epiderme – o 
fol„culo piloso – que no pŠlo em fase de crescimento se apresenta com uma dilata€o terminal – o bulbo piloso.
 Unhas: so placas de c‡lulas queratinizadas localizadas na superf„cie dorsal das falanges terminais dos dedos.
OBS10: O folículo ou complexo pilossebáceo ‡ o principal anexo cut†neo. Ele ‡ composto pelo fol„culo piloso, 
gl†ndula seb‚cea, gl†ndula sudor„para ap…crina e o m‹sculo piloeretor. O fol„culo pilosseb‚ceo deriva de uma 
invagina€o da epiderme e, por esta razo, diz-se que ele tem origem ectod‡rmica.
GLÂNDULA SUDORÍPARA
As gl†ndulas sudor„paras so responsaveis pela produ€o do suor (sudorese) e termorregula€o do corpo pela 
perda de calor promovida por este processo. Na pele, encontramos dois tipos de gl†ndula sudor„para:
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320
 Glândulas sudoríparas apócrinas: predominam na região das axilas, períneo (perianal) e púbis, periareolar, 
ouvidos e pálpebras (glândulas de Moll). Elas entram em atividade na puberdade por ação de hormônios 
androgênios. Também responde a estímulos nervosos (respondendo a ação da adrenalina, noradrenalina e 
metilcolina). É formada por ducto, que desemboca acima do ducto da glândula sebácea no folículo piloso
(diferentemente da glândula sudorípara écrina, cujo ducto se abre na superfície da pele), e porção acinar 
localizada próxima da hipoderme. Produz uma secreção oleosa e inodora (que contém proteínas, açúcar, 
amônia, ácidos graxos e cromógenos, como o indoxil, que é oxidado pelo ar), que é comumente metabolizada 
pela flora bacteriana na axila e região genital, derivando odor forte. A função de sua secreção ainda não é muito 
conhecida, mas acredita-se que seja uma função vestigial relacionada a estímulos sexuais.
 Glândulas sudoríparas écrinas (merócrinas): Tem distribuição universal (exceção à glande), encontrando-se
inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés. Sua secreção é estimulada pelo sistema nervoso autônomo 
parassimpático (intermediado pela acetilcolina, principalmente; mas também pela adrenalina). Sua estrutura é 
caracterizada por ser tubulosa simples enovelada. O ácino (porção secretora) fica na derme bem próximo à 
hipoderme, emitindo um ducto que vai desembocar diretamente na superfície da pele. As células secretoras são 
piramidais e entre elas e a membrana basal estão localizadas as células mioepiteliais.
As glândulas sudoríparas écrinas 
produzem e liberam o suor propriamente 
dito, composto de água, sais e um pouco de 
uréia. O suor é drenado pelo ducto das 
glândulas sudoríparas.
A transpiração ou sudorese tem por 
função refrescar o corpo quando há 
elevação da temperatura ambiental ou 
quando a temperatura interna do corpo 
sobe, devido, por exemplo, ao aumento da 
atividade física.
Embriologicamente, por volta da 20ª 
semana de gestação, tem início o 
desenvolvimento das glândulas 
sudoríparas. Sua porção terminal enrola-se 
e forma o corpo da glândula enquanto as 
células centrais degeneram e formam a luz 
da glândula. As células periféricas 
diferenciam-se em células secretoras e 
células mioepiteliais contráteis.
GLÂNDULAS SEBÁCEAS
As glândulas sebáceas são glândulas exócrinas 
que possuem um ducto e uma porção acinar. O ducto 
desemboca no folículo piloso, entre o infundíbulo e o 
istmo. Sua porção acinar é composta por células 
espumosas holócrinas (que descamam por inteiro, 
liberando uma secreção chamada sebo). Elas podem 
desembocar diretamente na superfície da epiderme, 
como ocorre no lábio, glande e pequenos lábios (na 
mucosa oral e lábios, são conhecidas como grânulos de 
Fordyce).
O sebo é constituído por esqualeno, colesterol, 
ésteres de colesterol e triglicerídeos. Sua atividade é 
máxima durante a puberdade, pois a sua regulação é 
feita inteiramente por hormônios androgênicos. A 
secreção sebácea produzida por estas glândulas está 
relacionada com a lubrificação da epiderme e os pêlos, 
garantindo a oleosidade da pele.
As glândulas sebáceas são ausentes em 
palmas e plantas dos pés, e mais concentradas em 
nariz e fronte. Acredita-se que nas regiões onde o 
folículo piloso é menor, as glândulas sebáceas são 
maiores (como no rosto).
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321
OBS11: A acne vulgar ou juvenil ‡ uma das doen€as da pele (dermatoses) mais frequentes, afetando cerca de 80% dos 
adolescentes. Ž uma afec€o que atinge o conjunto pilosseb‚ceo (pŠlo e gl†ndula seb‚cea). Embora as acnes s… se 
manifestem na puberdade devido ao est„mulo androgŠnico, ela pode ocorrer na sua forma neonatal, cuja fisiopatologia 
est‚ relacionada com a passagem de hormŒnios atrav‡s da placenta ou pelo leite da me.
As les‰es da acne so decorrentes da obstru€o dos fol„culos pilosseb‚ceos geralmente devido a um dos seguintes 
fatores:
 Aumento da produ€o e secre€o seb‚cea;
 Hiperqueratiniza€o com obstru€o do fol„culo pilosseb‚ceo;
 Prolifera€o e a€o das bact‡rias: rea€o inflamat…ria local.
UNHAS E APARELHO UNGUEAL
As unhas consistem em 
espessamentos ectod‡rmicos que 
aparecem nas extremidades dos dedos na 
forma de placas laminares de ceratina 
protegendo o dorso das falanges distais. 
Ž composta por l‹nula, epon„quio, l†mina 
ungueal, leito ungueal e hipon„quio.
Seu crescimento ‡ lento (0,1 
mm/dia ou 0,5 – 1mm por semana) e 
distal, surgindo a partir da matriz ungueal 
proximal. O prim…rdio da unha ‡ um 
espessamento da epiderme, o campo 
ungueal. Desenvolve-se a partir da„ a 
placa ungueal que cresce em dire€o a 
ponta do dedo. A unha alcan€a a 
extremidade do dedo antes do 
nascimento.
A forma€o da unha ocorre na regio conhecida como matriz, localizada pr…ximo  cut„cula. Traumatismos da 
regio da unha que atinjam a regio da cut„cula ou da matriz podem causar deformidades permanentes na unha. A 
l‹nula, como mostra a figura anterior, ‡ a por€o vis„vel da matriz localizada na regio mais proximal da unha.
OBS12: Em algumas afec€‰es das unhas, se faz necess‚rio intervir ou alterar a matriz da mesma. Em casos de unha 
encravada (cripton„quia), por exemplo, no s… a unha deve ser retirada (uma vez que a situa€o tende a recorrer), mas 
sim, retirar as partes mais laterais da matriz evitando o crescimento da borda lateral da unha.
FOLÍCULO PILOSO
Os pŠlos ou cabelos (que, histologicamente, so sinŒnimos, uma vez que se formam da mesma maneira) so 
estruturas delgadas formadas por c‡lulas queratinizadas que apresenta diferen€as na cor, tamanho e disposi€o (ra€a e 
regio). Tem um crescimento descont„nuo e se originam de invagina€o da epiderme – no chamado folículo piloso.
Existem cerca de 5 milh‰es de pŠlos no corpo, sendo 100 a 15000 s… no couro cabeludo. Podemos destacar as 
seguintes informa€‰es morfol…gicas e funcionais sobre o pŠlo:
 Crescimento capilar: 1 cm/mŠs (ou 0,4 mm/dia). Existem fatores que influenciam neste crescimento, tais como: 
carŠncia de ferro, doen€as da tire…ide, etc.
 Densidade: 430 – 625 
 Di†metro: 60 – 84 m
O fol„culo maduro ‡ composto de uma haste pilosa, duas bainhas (as bainhas foliculares interna e externa) e um 
bulbo germinativo. Ele comp‰e o folículo pilossebáceo quando em sua estrutura existe uma gl†ndula seb‚cea 
associada. O fol„culo piloso ‡ anatomicamente dividido nos seguintes segmentos:
 Infundíbulo: se estende desde a superf„cie at‡ a inser€o no ducto da gl†ndula seb‚cea.
 Istmo: compreende ao segmento entre a inser€o do ducto da gl†ndula seb‚cea at‡ a inser€o do m‹sculo 
piloeretor.
 Segmento inferior: esse segmento s… existe durante a fase de crescimento do pelo (an‚gena) e vai da inser€o 
do m‹sculo piloeretor at‡ a base do bulbo. Ž caracterizado pela dilata€o do bulbo piloso.
 Papila dérmica: regio da base do pŠlo onde existem vasos que fornecem a vasculariza€o do mesmo (embora 
a maioria dos nutrientes chega pelo leito vascular que circunda o fol„culo). As papilas podem induzir o 
crescimento regular e a diferencia€o na matriz germinativa. As c‡lulas epid‡rmicas no ‚pice da papila originam 
c‡lulas medulares, as laterais as c‡lulas corticais e as cuticulares. Nas papilas tamb‡m so produzidas as 
c‡lulas das bainhas.
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322
 Anatomia do pêlo: em um corte microscópico do pêlo, podemos delimitar as seguintes regiões:
o Acrotríquio: porção intra-epidérmica do folículo.
o Raiz do pêlo: as células centrais produzem células grandes, vacuolizadas e fracamente queratinizadas 
(medula do pêlo).
o Córtex: células (queratinizadas e compactadas) presentes ao redor da medula.Forma a maior parte do 
cilindro do pêlo. Formado por várias camadas de células achatadas e com queratina dura. Pode ser 
pigmentado e os espaços intercelulares podem conter ar. 
o Cutícula do pêlo: células (fortemente queratinizadas) mais externas e periféricas. 
o Medula: pode estar ausente; mas quando presente, é formada por células queratinizadas, cúbicas 
separadas por espaços de ar.
Existem três tipos de pêlos: (1) os pêlos terminais, espessos e pigmentados, encontrados no couro cabeludo, 
barba, axilas, região genital e que sofrem influência dos hormônios androgênicos; (2) os pêlos lanugos, que são finos e 
encontrados no feto; (3) e os pêlos velus, finos e sem pigmento, encontrados no adulto e que cobrem a maior parte do 
corpo.
OBS13: Ciclo do pêlo. Os pêlos respondem a 
um ciclo descontínuo de crescimento (isto é: 
existem cabelos novos e cabelos velhos 
concomitantemente). Desta forma, o ciclo de um 
cabelo normal pode durar até 8 anos. As fases 
deste ciclo são, em resumo:
 Anágena: fase de crescimento do 
cabelo (85% deles se encontram nesta 
fase). Ocorre interrupção durante 
tratamento quimioterápico.
 Catágena: fase em que o cabelo 
começa a involuir para se desprender 
(cerca de 1% se encontram nesta fase).
 Telógena: fase de queda do cabelo 
(cerca de 15% dos cabelos se 
encontram nesta fase). Esta fase 
justifica a perda diária de cabelos (que 
pode ser em média de 100 cabelos por 
dia).
OBS14: A queratina que reveste o pêlo é formada por pelo menos 20 aminoácidos, sendo os mais importantes: arginina, 
cisteína e citrulina. Alguns tratamentos químicos utilizados por salões de beleza quebram as ligações entre estes 
aminoácidos e danificam a estrutura do cabelo.
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323
FATORES QUE ALTERAM A INTEGRIDADE DA PELE
Os principais fatores envolvidos com a integridade da estrutura da pele são:
 Radiação solar: promove um aparente envelhecimento, risco de câncer e queimaduras.
 Hidratação: quando diminuída, acarreta ressecamento e descamação.
 Sabões: alteram a flora e o pH da pele.
 Tabagismo: promove envelhecimento precoce do tecido.
 Presença de infecção: leva a erosões e outras lesões importantes.
 Idade: com o passar da idade, a pele torna-se cada vez mais fina, o que aumenta a vulnerabilidade; dificulta a 
cicatrização, produção de vitamina D, resposta inflamatória, síntese de colágeno, velocidade de epitelização e 
aumenta a fragilidade capilar.
 Uso de medicamentos: os seguintes medicamentos podem causar alterações cutâneas: corticosteróides, 
antibacterianos, hormônios, antiinflamatórios e anti-histamínicos.
 Estresse.
 Envelhecimento: durante o envelhecimento, ocorrem alterações importantes na pele. Caracteriza-se pelos 
seguintes acontecimentos: os pêlos vão ficando cada vez mais finos, a pele mais desidratada, diminuição do 
esqueleto facial e da dentição, diminuição das fibras colágenas e elásticas, frouxidão do envelope cutâneo, etc.
Alguns aspectos são facilmente observados, tais como: aspereza cutânea, hiperpigmentação ou 
hipopigmentação, enrugamento acentuado, rugas frontais, bolsas palpebrais, queda da ponta do nariz, alteração 
do contorno labial, etc. O envelhecimento da pele pode se dar de duas formas:
o Envelhecimento intrínseco (cronossenescência): é inerente de cada indivíduo e não depende da 
exposição solar. É definido pela distrofia cutânea involuta, evento caracterizado pelos seguintes 
fenômenos:
 Alterações dos pêlos: canície; calvície; rarefação dos pêlos pubianos e axilares; aumento em 
supercílio, fossas nasais e orelha externa; aparecimento de pêlos na face em mulheres.
 Glândulas sebáceas: diminuição da secreção pelo menor estímulo androgênico.
 Glândulas sudoríparas: diminuição da secreção pela menor microcirculação.
 Diminuição de água na derme: diminuição do ácido hialurônico, responsável, em parte, pela 
fixação.
 Alterações ungueais: diminuição do ritmo de crescimento (predispondo a micoses); alterações 
do brilho; estriações longitudinais; distrofias; melanoníquia.
o Envelhecimento extrínseco (actinossenescência): é o tipo de envelhecimento provocado por fatores 
físicos (como o sol), químicos, mecânicos e biológicos.
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324
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino; CORREIA, Luiz Gustavo; ELOY, Yuri Leite.
DERMATOLOGIA
SEMIOLOGIA DERMATOLÓGICA
(Professora Danielle Marques)
A semiologia dermatológica é etapa fundamental no processo de aprendizagem de, praticamente, todas as 
doenças que podem afetar a pele. Ainda por cima, várias condições patológicas, de outros sistemas, também podem 
manifestar sintomas cutâneos, tais como, doenças hepáticas, neurológicas, neoplásicas, etc. 
O diagnóstico preciso, assim como a terapêutica mais atualizada, é papel do médico-dermatologista, porém, a 
identificação de lesões dermatológicas, assim como o reconhecimento de sua graduação de gravidade é uma atividade 
que deve ser empregada por qualquer médico generalista, daí a importância desta temática na Graduação Médica. 
ANAMNESE
A anamnese corresponde ao primeiro contato entre o médico e o doente e, nesta etapa, a relação médico-
paciente será consolidada. É de fundamental importância para ambos, médico e paciente, o primeiro contanto, pois o 
estabelecimento de uma boa relação facilitará a futura conduta do profissional, bem como inspirará ao paciente a 
confiança necessária que, certamente, de maneira direta ou indireta, influirá na evolução do caso. 
A ortodoxia semiológica exigiria certa sequência: dados na identificação, história de doenças pregressas 
familiares e pessoais, anamnese da doença atual, exame objetivo do paciente, possíveis conexões com estados 
patológicos internos, exames laboratoriais adequados e, finalmente, o raciocínio que leva ao diagnóstico final, com a 
consequente indicação terapêutica. Na prática profissional, não é o que ocorre; a facilidade de acesso ao elemento 
eruptivo faz com que muitos doentes desejem mostrá-lo, de saída, para concomitantemente apresentarem suas queixas, 
o que leva o profissional a uma conduta realística não-ortodoxa, de inverter a sequência técnica já referida 
anteriormente. 
RAÇA
Algumas patologias são mais frequentes em determinadas raças. Em negros, a psoríase e o epitelioma é muito 
menos frequente quando comparado com os indivíduos brancos. As fotodermatoses e o vitiligo são mais comuns em 
brancos, já o quelóide, em negros. 
PROFISSÃO
As dermatoses profissionais representam um vasto campo. De acordo com a profissão do paciente, o 
examinador já pode pensar em algumas hipóteses diagnósticas.
 Lavrador: dermatozoonoses e micoses profundas.
 Pedreiro: eczema ao cimento.
 Profissionais da lubrificação: elaiconiose.
 Expostos ao fenol e hidroquinona: hipopigmentação. 
EXAME FSICO GERAL
Durante a realização do exame físico geral, etapa em que o examinador faz uma avaliação generalizada e 
inespecífica do paciente, se faz a análise minuciosa de algumas características da pele. Nesta etapa, algumas 
modificações da superfície cutânea já podem interferir no pensamento clínico do examinador e, portanto, remeter a 
prováveis hipóteses diagnósticas. 
O exame dermatológico (ou, simplesmente, da pele) deve ser realizado com uma iluminação adequada (de 
preferência, luz natural), com desnudamento das partes a serem examinadas. Serão investigados os seguintes 
elementos, que devem ser memorizados a partir do acrônimo CIUTETE MTSL:
 Coloração
 Integridade (ou continuidade)
 Umidade
 Textura
 Espessura
 Temperatura
 Elasticidade
 Mobilidade
 Turgor
 Sensibilidade
 Lesões elementares
Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – DERMATOLOGIA – MEDICINA P8 – 2011.1
325COLORAÇÃO
A colora€o da pele ‡ o pontap‡ inicial da descri€o do exame f„sico dermatol…gico, ainda que a sua avalia€o j‚ 
foi realizada no momento em que o examinador fez a sua men€o na identifica€o do paciente. Pode ser influenciada 
por condi€‰es fisiol…gicas - tal como se observa ao se expor ao frio, em emo€‰es, permanecer no sol, emo€‰es, e ainda 
por diversas condi€‰es patol…gicas, principalmente, as que levam ao colapso perif‡rico. 
Os indiv„duos de cor branca e pardos-claros apresentam, em condi€‰es normais, uma colora€o levemente 
roseada da pele. Esta colora€o, por sua vez, ‡ dada pelo sangue que circula na rede capilar cut†nea e pode sofrer 
varia€‰es fisiol…gicas e/ou patol…gicas, que sero descritas adiante. Os indiv„duos de cor escura representam uma maior 
dificuldade para a realiza€o do exame da colora€o da pele. 
Bronzeamento da Pele. 
Somente pode ser visualizado em indiv„duos de cor branca, que foram expostos ao sol, ou que apresentam 
alguma doen€a (doen€a de Addison e hemocromatose, que so dist‹rbios end…crinos que afetam a melanina). 
Palidez. 
A palidez ‡ conceituada como sendo uma atenua€o ou desaparecimento da cor r…sea da pele. Deve ser 
avaliada com a luz natural, pois, as ilumina€‰es artificiais podem influenciar na sua identifica€o. A semiot‡cnica ‡ 
bastante simplificada: o examinador deve pesquisar toda a extenso da superf„cie cut†nea, nunca esquecendo das 
regi‰es palmoplantares, por ser a regio de melhor identifica€o da palidez em negros. Uma das regras b‚sicas da 
avalia€o das formas de palidez ‡ a compara€o entre ‚reas sim‡tricas. Pode ser classificada em trŠs formas distintas: 
generalizada, localizada ou segmentar. 
• Palidez Generalizada traduz uma diminui€o das hem‚cias circulantes nas microcircula€‰es cut†nea e 
subcut†nea. Pode ocorrer por conta de dois mecanismos, o primeiro deles ‡ o que se relaciona a uma 
vasoconstric€o generalizada secund‚ria aos est„mulos neurogŠnicos ou hormonais (susto, grandes emo€‰es, 
crises de feocromocitoma). Outro mecanismo ‡ por redu€o real das hem‚cias circulantes, pois, a hemoglobina 
‡ a respons‚vel, em ‹ltima inst†ncia, pela colora€o r…sea da pele. 
• Palidez Localizada ou segmentar ‡ explicada, fisiologicamente, por 
uma isquemia no territ…rio afetado. Partindo deste principio, uma 
palidez restrita ao membro inferior direito, possivelmente, apresenta 
como principal causa uma obstru€o da art‡ria femoral. Uma 
manobra que pode ser utilizada para avaliar este tipo de palidez ‡ a 
avaliação clínica do fluxo sanguíneo através da pele. O examinador 
deve pressionar o polegar de encontro ao osso esterno durante 
alguns segundos, com a finalidade de expulsar o sangue que flui 
naquela ‚rea. Em seguida, retira-se o dedo abruptamente e observa 
o tempo necess‚rio para que a pele rec‡m-pressionada retorne  
sua colora€o r…sea. Em condi€‰es normais, o tempo ‡ inferior a 1 
segundo. 
Vermelhidão (ou eritrose).
Como a pr…pria nomenclatura j‚ sugere, significa um exagero da colora€o r…sea da pele, indicando, na maioria 
das vezes, um amento da quantidade de sangue na rede vascular cut†nea, quer seja por conta de uma vasodilata€o 
ou, aumento de sangue propriamente dito. 
• Vermelhidão Generalizada se observa em pacientes febris, indiv„duos demasiadamente expostos ao sol, 
estados policitŠmicos, afec€‰es cut†neas (escarlatina, eritrodermia, pŠnfigo foli‚ceo). 
• Vermelhidão Localizada pode ter um car‚ter fugaz (quando depende de um fenŒmeno vasomotor: ruboriza€o 
do rosto por emo€o, “fogacho” do climat‡rio”) ou ser duradoura (eritema palmar, fundo constitucional, 
hepatopatia crŒnicas, acrocianose). 
OBS1: A acrocianose ‡ uma afec€o caracterizada por frio persistente e cianose. Costuma ser confundida com o 
fenŒmeno de Raynaud, por‡m, a sua principal diferen€a ‡ a natureza constante. 
Fenômeno de Raynaud.
Ž uma altera€o cut†nea que depende das pequenas art‡rias e arter„olas 
das extremidades e que resulta em modifica€‰es da colora€o. Inicialmente, 
observam-se palidez e, a seguir, a extremidade torna-se cian…tica, e o episodio 
termina com uma vermelhido da ‚rea. Trata-se de um fenŒmeno vasomotor que 
pode ser deflagrado por v‚rias causas (costela cervical e compresso dos vasos 
subcl‚vios, tromboange„te obliterante, l‹pus eritematoso sistŠmico, esclerodermia). 
Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – DERMATOLOGIA – MEDICINA P8 – 2011.1
326
Cianose. 
Cianose ‡ o termo que significa uma colora€o azulada da pele e, ocorre quando a hemoglobina reduzida 
alcan€a no sangue valores superiores a 5g/100mL. Sua pesquisa deve ser intensificada nas seguintes regi‰es: rosto, ao 
redor dos l‚bios, ponta do nariz, lobos das orelhas, extremidades das mos e dos p‡s (leitos ungueais e polpas digitais). 
Pode ser classificada em generalizada e localizada, graduando-a em leve, moderada e intensa. 
Icterícia. 
Ž o termo que designa uma colora€o amarelada da pele, mucosas e escler…ticas resultantes do ac‹mulo de 
bilirrubina no sangue. A icter„cia deve ser distinguida de outras condi€‰es em que a pele, mas no as mucosas, podem 
tomar colora€o amarelada: uso de certas drogas que impregnam a pele (quinacrina), alimentos ricos em carotenos 
(cenoura, mamo, tomate). 
INTEGRIDADE
A integridade ou continuidade cut†nea ‡ o termo que refere a uma ausŠncia de leso de sua superf„cie. Portanto, 
qualquer altera€o da pele, seja por abaulamento, ‹lceras, manchas culmina em alterar a continuidade da pele. Ž um 
tema complexo, que ser‚ descrito adiante, no t…pico “Les‰es Elementares”. 
UMIDADE
A aprecia€o da umidade come€a na inspe€o, mas o m‡todo adequado ‡ a palpa€o com as polpas digitais e 
com a palma da mo. Atrav‡s da sensa€o t‚til, pode-se avaliar a umidade da pele com bastante preciso. 
 Umidade normal
 Pele seca d‚ ao tato uma sensa€o especial. Ž encontrada, com maior frequŠncia, em pessoas idosas, em 
algumas dermatopatias crŒnicas (esclerodermia, ictiose), no mixedema, avitaminose A, intoxica€o pela 
atropina, insuficiŠncia renal crŒnica, desidrata€o. 
 Umidade aumentada ou pele sudorenta
TEXTURA
Textura significa trama ou disposi€o dos elementos que constituem um tecido. A textura da pele ‡ avaliada 
deslizando-se as polpas digitais sobre a superf„cie cut†nea, sendo poss„vel constatar uma das seguintes alternativas:
 Textura normal desperta uma sensa€o pr…pria que a pr‚tica vai firmando, e ‡ encontrada em condi€‰es 
normais. 
 Pele lisa ou fina ‡ mais frequente em pessoas idosas, no hipotireoidismo e em edemaciados. 
 Pele áspera ‡ vista em indiv„duos expostos s intemp‡ries e que trabalham em atividade rude, tais como, 
lavradores, pescadores e ainda pode ser vista em algumas afec€‰es como mixedema e dermatopatias. 
 Pele enrugada ocorre em indiv„duos que emagrecem rapidamente, ou ainda, quando se elimina um edema. 
ESPESSURA
Para se avaliar a espessura, faz-se o pin€amento de uma dobra cut†nea usando o polegar e indicador, somente 
pin€ando a epiderme e o c…rion. Esta manobra deve ser feita em v‚rias e diferentes regi‰es, tais como, antebra€o, t…rax 
e abdome. Podem-se encontrar:
 Pele de espessura normal
 Pele atrófica acompanha-se de certa translucidez que permite ver a rede venosa superficial, comum em velhos, 
rec‡m-nascidos e algumas dermatoses. 
 Pele hipertrófica ou espessa ‡ vista em indiv„duos expostos ao vento e ao sol. A esclerodermia, doen€a do 
tecido conjuntivo, apresenta o espessamento cut†neo um sintoma cl„nico importante. 
TEMPERATURA
A temperatura da pele e a corporal no so equivalentes. Para avaliar a temperatura da pele, utiliza-se a face 
dorsal das mos ou dos dedos, comparando-se com o lado homologo de cada segmento examinado. A temperatura da 
pele ‡ vari‚vel, de acordo com a regio anatŒmica a ser pesquisada. Um aumento da temperatura em n„vel articular 
pode indicar umprocesso inflamat…rio subjacente. 
ELASTICIDADE
Elasticidade ‡ a propriedade cut†nea de se estender quando tracionada; mobilidade ‡ a sua capacidade de se 
movimento sobre planos profundos subjacentes. A semiot‡cnica ‡ simples, pin€a-se uma prega cut†nea com o polegar e 
o indicador, fazendo, em seguida, uma certa tra€o. 
Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – DERMATOLOGIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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 Elasticidade normal
 Elasticidade aumentada lembra uma borracha. Ocorre, por exemplo, em uma doen€a do tecido el‚stico 
cut†neo, que ‡ a s„ndrome de Ehlers-Danlos. 
 Elasticidade diminuída ocorre em pacientes idosos, mult„paras, desidrata€o. 
MOBILIDADE
Sua avalia€o ‡ procedida atrav‡s da palma da mo, que deve se posicionar sobre a superf„cie que se quer 
examinar. Movimentando-a, para todos os lados, o examinador deve observar a capacidade da pele em deslizar sobre 
as estruturas profundas (ossos, articula€‰es e m‹sculos).
 Mobilidade normal
 Mobilidade diminuída ou ausente ocorre na esclerodermia, elefant„ase, infiltra€‰es neopl‚sicas pr…ximas a 
pele. 
 Mobilidade aumentada se faz presente na s„ndrome de Ehlers-Danlos
TURGOR
O turgor ‡ facilmente avaliado atrav‡s do pin€amento com o polegar e o indicador, neste caso, tamb‡m 
englobando o tecido subcut†neo. Ž dito normal, quando o examinador aprecia uma sensa€o de pele “suculenta”, ou 
seja, que, ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente. Isto indica que o conte‹do de ‚gua est‚ normal e, portanto, a 
pele est‚ hidratada. J‚ a sua diminui€o ‡ traduzida por uma prega que se desfaz facilmente, podendo indicar 
desidrata€o ou desnutri€o. 
SENSIBILIDADE
A sensibilidade ‡ uma etapa comum no exame dermatol…gico e neurol…gico. Representa uma importante 
caracter„stica cl„nica, que pode indicar, quando associado a outros sinais cl„nicos, v‚rias doen€as importantes 
(hansen„ase, complica€‰es da diabetes). Ž avaliada em trŠs padr‰es: térmica, dolorosa e tátil. 
 Sensibilidade dolorosa ‡ avaliada atrav‡s de uma pequena agulha, em regi‰es do corpo que compreenda, no 
m„nimo, apŠndices corporais, tronco e face. A sua diminui€o (hipoalgesia) ou aumento (hiperalgesia) podem 
ocorrer em diversas condi€‰es patol…gicas.
 Sensibilidade tátil ‡ mais bem investigada com a ponta de um pincel, em ‚reas diversas do corpo. 
 Sensibilidade térmica ‡ avaliada com dois tubos de ensaios, um com ‚gua quente e, outro, com ‚gua fria. 
LESƒES ELEMENTARES
Denomina-se les‰es elementares qualquer modifica€o do tegumento cut†neo, determinadas por processos 
inflamat…rios, neopl‚sicos, degenerativas, dist‹rbios do metabolismo, etc. Para a sua caracteriza€o, so necess‚rias as 
seguintes etapas da semiologia: Inspe€o, Palpa€o, Digitopresso e Compresso.
Podemos dividir as principais les‰es elementares da pele nos seguintes grupos:
 Manchas (modifica€‰es da cor)
 Forma€‰es s…lidas
 Forma€‰es l„quidas
 Solu€‰es de continuidade
 Les‰es caducas
 Les‰es sequenciais 
As les‰es elementares podem ainda ser classificadas em prim‚rias, quando aparecem sem serem precedidas de 
outras altera€‰es e, secund‚rias, que resolvam da evolu€o de uma leso prim‚ria. 
MANCHAS (MODIFICAÇÕES DA COR)
Mancha ou m‚cula corresponde a uma altera€o da colora€o da pele, sendo ela circunscrita, sem modificar a 
textura ou o relevo da pele (‡ uma leso plana). A mancha pode se apresentar atrav‡s de um espectro variado de cores: 
vermelha, acastanhada, negra, branca, em caf‡-com-leite, etc.
A pr…pria defini€o mostra que o reconhecimento de uma m‚cula no se faz apenas pela inspe€o. Ž atrav‡s da 
palpa€o – deslizando-se as polpas digitais dos dedos indicador, m‡dio e anular sobre a ‚rea alterada e sua vizinhan€a 
– que melhor se pode constatar qualquer eleva€o da pele e eventuais altera€‰es em sua superf„cie. 
Histologicamente, as c‡lulas permanecem inalteradas (em n‹mero, forma, disposi€o) e no h‚ espessamento 
de nenhuma camada; o que ocorre, ‡ um ac‹mulo de pigmento (que pode ser ex…geno ou end…geno). 
Os principais tipos de manchas so: vasculo-sangu„neas e pigmentares (discromias).
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Manchas Vasculossanguíneas.
Podem ser divididas ainda nos seguintes grupos: manchas circulatórias (transitórias), neoformações vasculares 
(permanentes) e manchas hemorrágicas.
 Modificações circulatórias: são manchas transitórias do ponto de vista temporal. São representadas pelas 
seguintes lesões:
o Eritema: mancha de coloração avermelhada provocada por vasodilatações cutâneas, seja por um 
processo infeccioso ou inflamatório, causando um maior aporte de sangue na região e alterando a 
coloração da pele. O eritema pode ou não vir acompanhado de calor local. Alguns autores denominam o 
termo frio para designar o eritema que não é acompanhado de calor local (comum na urticária e 
processos alérgicos); nas infecções, em geral, o eritema é acompanhado de calor, por isto, a 
nomenclatura eritema quente também é utilizada. A saber, a manobra semiológica de dígito-pressão faz 
com que ocorra o desaparecimento do eritema, o que é importante para diferenciar outras lesões 
elementares que não desaparecem (que são as manchas hemorrágicas). O termo emantema diz 
respeito ao eritema localizado em mucosas.
o Cianose: coloração azulada da pele causada, geralmente, por diminuição da circulação sanguínea na 
localização (ocorre em decorrência da diminuição da circulação sanguínea local, com aumento da 
hemoglobina reduzida acima de 5 g%). O termo cianema diz respeito à cianose de mucosas.
Eritema é designado como sendo uma mancha de coloração vermelha por vasodilatação que 
desaparece com a dígito ou vitropressão. Pode assumir tonalidades e padrões variados, como: 
eritema cianótico, rubro ou exantemático. Na imagem, podemos evidenciar máculas 
eritematosas da sífilis secundária recente. 
A imagem ao lado representa eritema de região interna da coxa e genitália extena, por 
conta de uma dermatite amoniacal (das fraldas).
A mancha anêmica é uma mancha branca permanente por diminuição ou ausência 
de vasos sanguíneos (figura ao lado). Consiste de área clara na pele, geralmente 
bem delimitada, decorrente de hipogenesia vascular ou hiperreatividade local às 
aminas vasoconstritoras.
Mácula acastanhada de formato irregular.
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 Neoformação vascular: so manchas permanentes, representadas pelas telangiectasias e angiomas. Tais 
manchas so permanentes devido  instala€o de novas c‡lulas endoteliais dotadas de uma neovasculariza€o.
o Telangiectasias: so dilata€‰es permanentes do calibre de pequenos vasos. Pode ser manifesta€o de 
uma insuficiŠncia hep‚tica na forma adquirida. Quando acomete mucosa labial e as extremidades, 
poss„vel quadro de Telangiectasia hemorr‚gica heredit‚ria (Doen€a de Rendu-Osler-Weber) se complica 
com a hipertenso pulmonar e sangramento do trato gastrointestinal. Tamb‡m ‡ frequente a forma€o 
de telangiectasia por exposi€o excessiva ao sol. 
o Angiomas: caracterizada pelo aumento do n‹mero de capilares, com a forma€o de uma leso cut†nea 
de aspecto tumoral (devido ao ac‹mulo exagerado de c‡lulas endoteliais), formando, em alguns casos, 
uma pequena eleva€o da pele. O acometimento da regio de inerva€o do N. TrigŠmeo (mancha 
vermelha na regio face) geralmente ‡ congŠnita; mas pode acontecer o ac‹mulo de mais c‡lulas na 
regio e formar pequenas eleva€‰es da pele. Nesta situa€o, alguns autores intitularam esta leso com 
o termo “mancha do vinho do porto”. 
A mancha angiomatosa aparece em decorrŠncia de neoforma€o vascular na derme. 
Consiste de leso eritematosa que regride quase que totalmente  digito ou vitropresso. Na 
imagem, podemos evidenciar a manchaangiomatosa em face.
A telangiectasia ‡ uma dilata€o vascular capilar
(de art‡rias ou veias de pequeno calibre - menor 
que 2mm) permanente na derme superficial, 
constituindo leso linear, sinuosa, estelar ou 
puntiforme.
 Manchas hemorrágicas: so tamb‡m denominadas de “sufus‰es hemorr‚gicas” ou “p‹rpuras” (a nomenclatura 
p‹rpura somente deve ser empregada quando a causa da mancha hemorr‚gica for uma altera€o do capilar 
e/ou discrasia sangu„nea, no sendo aplicada em casos de traumatismos). Tais manchas não desaparecem
coma dígito-compressão (pois representam sangue extravasado no tecido), o que as diferencia do eritema. 
Suas representantes so:
o Pet‡quias: les‰es puntiformes que, quando ganham volume, podem caracterizar uma vasculite. 
o V„bices: Pet‡quias lineares. 
o Equimose: Quando apresentam formato de placa, mas sem eleva€o da pele. A colora€o das manchas 
hemorr‚gicas varia de vermelho-arroxeado ao amarelo. Nas grandes e m‡dias equimoses, as mudan€as 
de colora€o seguem um determinado per„odo de tempo, condi€o dada pela fagocitose. 
o At‡ 48h: avermelhadas.
o 48h – 96h: arroxeadas.
o 5“ - 6“ dia: azuladas.
o 6 – 8“ dia: amareladas.
o Ap…s 9“ dia: retorno a cor normal. 
o Hematoma: ‡ designado quando o extravasamento de sangue foi suficientemente grande para causar 
uma eleva€o da pele (o que o diferencia da equimose). 
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Na imagem, visualizamos uma leso hemorr‚gica formadas por v‚rios 
pontos min‹sculos, de at‡ 1 cm de di†metro (petéquias). 
V„bices (caracterizadas por manchas vasculares hemorr‚gicas lineares). 
P‹rpura ‡ uma mancha vermelho-viol‚cea que não desaparece à digito ou 
vitropressão, formada por sangue extravascular vis„vel ou seja, por 
extravasamento de hem‚cias na derme. Apresentam-se como equimoses e 
pet‡quias. Na imagem, podemos evidenciar uma ‚rea de extravasamento de 
sangue maior que 1 cm de di†metro, representando uma equimose.
Manchas pigmentares.
As manchas pigmentares ou discromias so altera€‰es da cor da pele resultantes da diminui€o ou aumento da 
melanina ou da deposi€o, na derme, de pigmentos ou subst†ncias de origem end…gena ou ex…gena. Desta forma, 
temos:
 Alterações na melanina
o Mancha hipocrŒmica: caracterizada por uma leso com diminui€o no to acentuada da colora€o da pele. 
Como por exemplo, ‡ a leso que pode ser observada no “pano branco”. 
o Mancha hipercrŒmica: colora€o acastanhada, tais como o melasma ou cloasma grav„dico. 
o Mancha acrŒmica: ‡ uma leso exageradamente branca, exemplificada pelo vitiligo e albinismo. 
 Pigmento endógeno
o Hemossiderina: dep…sito de ferro, causando um escurecimento da pele. 
o Bilirrubina: promove uma colora€o amarelada da pele e mucosas.
 Pigmento exógeno
o Caroteno: causam a carotinodermia, caracterizada pela pigmenta€o amarelada e alaranjada da pele por 
dep…sito de caroteno ou provitamina A. Ž decorrente da ingesto exagerada de caroteno, abundante em 
frutas ou vegetais como mamo, manga, cenoura, tomate, beterraba e outros.
o Metais: Caracterizam m‚culas escurecidas
o Medicamentos (amiodarona, sulfametoxazol, drogas utilizadas na hansen„ase)
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Manchas pigmentares hipocrŒmicas (pitir„ase versicolor ou “pano branco”).
Mancha hipocrŒmica que ocorreu em decorrŠncia de uma hipopigmenta€o 
(pitir„ase Alba). 
Leucodermia ‡ o termo que designa uma mancha branca por 
diminui€o (hipocromia) ou ausŠncia (acromia) de pigmento mel†nico 
(melanina) na epiderme. A imagem ao lado demonstra um paciente 
jovem, do sexo masculino, com les‰es acrŒmicas (mancha 
acrômica), t„pica do vitiligo.
A hiperpigmenta€o pode ser generalizada (s„ndrome de Cushing, 
Doen€a de Addison, porfiria, pelagra), localizada (cloasma, eritema 
pigmentar fixo) ou com espessamento ou hiperqueratose associados 
(acantose nigricante). Na imagem, observamos a hipercromia difusa 
da pele, em mulher com doen€a de Addison
OBS2: Algumas nomenclaturas ou termos utilizados na dermatologia para tipos especiais de manchas devem ser 
considerados:
 Exantema (eritema mobiliforme): diz respeito  altera€o caracterizada por um eritema disseminado no corpo. Mostra-se 
naqueles pacientes que se apresentam com boa parte da pele coberta por manchas vermelhas, mas que apresentam 
regi‰es de colora€o normal. Ž caracter„stico, por exemplo, do sarampo.
 Eritrodermia: diferentemente do exantema, constitui a colora€o vermelha praticamente total da pele, com ausŠncia ou 
presen€a de poucas ‚reas de colora€o normal. Ž, portanto, um exantema generalizado do corpo.
 Exantema escarlatiniforme: manchas caracter„sticas da escarlatina, uma doen€a causada por estreptococos que se 
manifesta na forma de vermelhido generalizada na pele acompanhada de altera€‰es na textura da mesma (a pele torna-se 
‚spera, com aspecto de lixa).
 Eritema figurado: so ‚reas vermelhas com bordas salientes e bem vis„veis.
 Mancha anêmica: ‡, na verdade, uma mancha branca causada por uma malforma€o vascular local. Diferencia-se do 
vitiligo pois, na mancha anŠmica, quando se comprime a regio da mancha, a ‚rea ao redor diminui a sua colora€o e passa 
a se apresentar, temporariamente, com a mesma cor anŠmica. Ž, portanto, uma situa€o congŠnita e que tamb‡m pode ser 
chamada de nevus anêmico (ou sinal branco da pele).
 Nevus hipocr…mico: mancha branca causada por diminui€o dos melan…citos.
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FORMAÇÕES SÓLIDAS
 Pápulas: so les‰es s…lidas da pele, de pequeno tamanho (at‡ 0,5cm – 1,0cm), bem delimitadas, com bordas 
facilmente percebidas quando se desliza uma polpa digital sobre a leso. Geralmente ‡ causada por ac‹mulo de 
material na epiderme. Podem ser puntiformes, pouco maiores ou lenticuladas, planas ou acuminadas, isoladas 
ou coalescentes, da cor da pele circundante, de cor r…sea, castanha ou arroxeada. In‹meras dermatoses podem 
causar p‚pulas: leishmaniose, blastomicose, verruga, erup€‰es medicamentosas, acne, hansen„ase. 
 Placa: leso em forma de disco, por extenso ou coalescŠncia de v‚rias p‚pulas ou n…dulos. 
 Tubérculo: Leso de consistŠncia dura, elevada com mais de 0,5cm – 1,0cm, que ocorre em decorrŠncia do 
ac‹mulo de c‡lulas inflamat…rias na pele. Pode ser manifesta€o de doen€a granulomatosa como a sarcoidose e 
hansen„ase. 
 Nódulo: les‰es acima de 1,0cm, podendo ser mais palp‚vel que vis„vel. Eventualmente, podemos ainda avaliar 
n…dulos subcut†neos, que no sejam vis„veis. Quanto a sua extenso histol…gica, podem at‡ invadir a 
hipoderme. 
 Tumoração: leso maior que 3,0cm. Pode estar relacionada com a doen€a de dep…sito como no tofo gotoso. 
 Goma: n…dulo que sofre evolu€o em quatro fases (endurecimento, amolecimento, esvaziamento, repara€o), 
em decorrŠncia de um processo inflamat…rio. Ž a que ocorre na tuberculose cut†nea. 
 Vegetação: crescimento exof„tico pela hipertrofia das papilas d‡rmicas. Podem ser de dois tipos: verrucosa e 
condilomatosa (esta quando presente).
 Liquenificação: trata-se de uma leso s…lida que ocorre em decorrŠncia do atrito gerado pelo prurido. Nela, 
ocorre o espessamento da pele com acentua€o das estrias. Ž encontrada nos eczemas liquenificados. 
 Infiltração: ‡ uma leso mais palp‚vel do que vis„vel. Traduz por aumento da consistŠncia e espessura da pele, 
que se mant‡m depress„vel e sem acentua€o das estrias. O exemplo mais sugestivo ‡ a hansen„ase 
virchowiana. 
 Esclerose: evidencia-se por aumento da consistŠncia da pele, que se torna mais firme, aderente aos planos 
profundos e dif„cil de ser pregueada, com altera€o evidente da textura. 
Leso s…lida e circunscrita, menor que 1cm de di†metro,elevada (que faz 
relevo em rela€o aos planos circunjacentes), com superf„cie plana ou 
encurvada. Pode ser epid‡rmica, d‡rmica ou mista. Na imagem, 
evidenciamos v‚rias pápulas da s„filis secund‚ria tardia. 
As verrugas podem ser descritas semiologicamente como pápulas 
verrucosas, pois apresenta uma superf„cie irregular. Contudo, o 
crescimento exof„tico da verruga pode classific‚-la tamb‡m como 
vegeta€o. A presen€a caracter„stica de pontos enegrecidos na superf„cie 
da verruga pode ser explicada pela trombose de vasos da regio causada 
pelo HPV. 
Quando a verruga localiza-se em mucosas, tornam-se ‹midas e podem ser 
designadas como condilomas.
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Placas, so les‰es elevadas, maiores que 1cm, geralmente de superf„cie plana. A superf„cie 
da placa pode ser tamb‡m descamativa, crostosa, queratinizada ou macerada. Pode ser 
constitu„da pela confluŠncia de v‚rias p‚pulas (placa papulosa). O termo “placa” tamb‡m ‡ 
empregado para a confluŠncia de m‚culas, sendo ento denominada a leso placa maculosa. 
Na imagem, evidenciamos placas extensas resultantes da confluŠncia de les‰es papulosas 
de urtic‚ria.
Leso tuberosa ou tub‡rculo. Ž uma leso elevada e que evolui com 
cicatriza€o, sendo caracter„stica da tuberculose cut†nea.
O n…dulo ‡ um infiltrado s…lido circunscrito, 
geralmente bem delimitado, persistente, de 
localiza€o d‡rmica ou hipod‡rmica, podendo 
ser elevado ou situado profundamente na 
derme, medindo 1 a 3 cm de di†metro. 
Costuma ser mais palp‚vel que vis„vel
(embora possa ser no-palp‚vel e 
subcut†neo).
Goma ‡ um n…dulo ou tumor que se liquefaz no centro, drenando, por ulcera€o 
ou fistuliza€o, subst†ncia que varia conforme o processo b‚sico. Ž comum na 
tuberculose ganglionar.
Vegeta€o ‡ uma p‚pula elevada, pediculada ou no, de superf„cie irregular, 
ocasionalmente sangrante. Pode ser recoberta por superf„cie querat…sica dura, 
inel‚stica e amarelada, recebendo o nome de verrucosidade ou leso
verrucosa. As verrugas vulgares tamb‡m podem ser classificadas como 
vegeta€‰es. Contudo, quando a vegeta€o se localiza em mucosas, ‡ chamada 
de leso condilomatosa ou condilomas (verrugas genitais).
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A infiltra€o ‡ uma leso mais palp‚vel do que vis„vel. Observando a figura ao 
lado, nota-se, durante a inspe€o, que ela se assemelha a uma mancha. 
Contudo, ao ser palpada, observa-se um certo relevo e altera€o da 
consistŠncia da pele, a qual se torna infiltrada e mais dura, caracterizando esta 
leso s…lida. Ex: hansen„ase.
O diagn…stico da esclerose tamb‡m deve ser feito atrav‡s da 
palpa€o. Ela ‡ caracterizada por ‚rea de pele atr…fica, mais fina do 
que o normal, embora seja mais dura, com perda da mobilidade da 
pele devido ao ac‹mulo de fibras col‚genas. Ex: esclerodermia.
LESÃO DE CONTEÚDO LÍQUIDO
 Vesícula: les‰es de conte‹do claro e l„quido, co di†metro entre 0,5- 1,0cm (dependendo da literatura que se 
estuda) e intra-epid‡rmica. Na sua descri€o semiol…gica, o examinador dever‚ descrever se as ves„culas esto 
agrupadas ou isoladas, pois, esta informa€o j‚ pode suscitar uma determinada hip…tese diagn…stica. Nas 
ocasi‰es em que se observam m‹ltiplas ves„culas agrupadas (semelhante ao “cacho de uva”) em base 
eritematosa (a pele ao redor torna-se vermelha), suspeitar de infec€o herp‡tica, pelo v„rus Herpes zoster. 
 Bolha: Em ab…bada e com mais de 0,5cm a 1,0cm. O seu conte‹do, assim com nas ves„culas, ‡ de l„quido 
citrino, o que ‡ visto como uma leso de conte‹do claro. No seu processo evolutivo, pode ocorrer um quadro 
infeccioso (o l„quido passa a se apresentar amarelado, tornando-se p‹stula) ou hemorr‚gico (conte‹do 
sanguinolento). 
 Cisto: semelhante  bolha, mas apresenta um conte‹do mais firme e denso do que ela.
 Pústula: Leso contendo conte‹do purulento de at‡ 1cm. Podem ser s‡pticas ou ass‡pticas (tal como ocorre na 
psor„ase pustulosa). 
 Abscesso: Cole€o purulenta, proeminente e circunscrita. Seu tamanho ‡ vari‚vel, com altera€‰es flutuantes 
podendo se localizar na derme, hipoderme e subcut†neo. Al‡m disto, podemos observar, eventualmente, sinais 
flogisticos de processo inflamat…rio (calor, dor, rubor, tumor). 
As vesículas so pequenas cavidades de localiza€o geralmente 
intraepid‡rmica (podendo ser subc…rnea, intraepitelial ou 
subepid‡rmica), de conte‹do claro, medindo menos de 1cm de 
di†metro. A leso ‡ elevada e circunscrita. A superf„cie pode ser 
esf‡rica, pontiaguda ou umbilicada. A figura ao lado mostra 
ves„culas agrupadas em cacho de uva sobre uma base 
eritematosa (Ex: herpes zoster).
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As bolhas correspondem à elevação circunscrita da pele, maior que 
1cm. Situa-se na epiderme ou entre a epiderme e a derme. Seu 
conteúdo é inicialmente seroso e claro - pode depois ser purulento ou 
hemorrágico. Dependendo do nível de formação, a bolha pode ser 
flácida e fugaz (como nos pênfigos) ou tensa e duradoura (como na 
dermatite herpetiforme de Dühring - Brocq). Quando a bolha é 
provocada por queimadura, denomina-se flictena.
A pústula é uma elevação circunscrita da epiderme, pequena 
cavidade similar à vesícula, de conteúdo purulento. A pústula pode 
ser séptica, como no impetigo ou na acne juvenil, ou asséptica, 
como na psoríase pustulosa.
Na primeira imagem, podemos evidenciar a presença de
pústulas assépticas: psoríase pustulosa. Já na segunda, 
visualizamos pústulas sépticas: acne juvenil
Abscesso é uma coleção de pús localizada e profunda, situada na derme ou 
tecido subcutâneo, geralmente acompanhado de sinais inflamatórios (edema, 
rubor, calor e dor) causada por infecção, inflamação ou degeneração 
tumoral. Pode situar-se em qualquer órgão. Na pele, 
pode desenvolver-se a partir de foliculite profunda, 
traumatismos ao redor de corpo estranho ou outras 
infecções mais profundas. Pode drenar na pele como 
coleção purulenta, mas geralmente apresenta-se 
como nódulo eritematoso. Na primeira imagem, 
visualizamos abscesso de paciente diabético 
(carbúnculo) e, na segunda, terçol ou hordéolo. 
Cisto é uma cavidade revestida por epitélio 
(dependendo de local do cisto, o epitélio poderá ser 
glandular ou queratinizado), cujo conteúdo varia de 
líquido a pastoso. São tumores benignos 
relativamente comuns, derivados de anexos 
cutâneos, encontrados especialmente no couro 
cabeludo e no tórax. 
São geralmente solitários ou aparecem em pequeno 
número. Cistos múltiplos aparecem na acne e em alguns distúrbios específicos (esteatocistoma múltiplo), bem como em 
locais específicos (cistos escrotais). A pele que recobre o cisto é móvel, exceto nas proximidades do pequeno orifício 
central. Esse orifício existe na maioria dos cistos epidermóides (conforme visualizamos abaixo) e por ele podem entrar 
bactérias e haver extravasamento do conteúdo gorduroso, com queratina.
Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – DERMATOLOGIA – MEDICINA P8 – 2011.1
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SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE DA PELE
 Escoriação: Leso superficial linear traum‚tica (frequente em quedas, prurido intenso), que somente acomete 
at‡ a epiderme. 
 Erosão: Quando acomete somente a epiderme. Assim como a anterior, no ocorre a cicatriza€o do tecido que 
sofreu a leso, mas no ‡, necessariamente, decorrente de trauma. 
 Exulceração: Quando compromete at‡ a derme papilar, com caracter„stica de ser mais ‹mida. 
 Ulceração ou úlcera: Acomete toda a derme e/ou hipoderme. Diferentemente das anteriores, por ser bastante 
profunda, pode evoluir com cicatriz. Suas bordas so elevadas (“bordas em moldura”), comum nas les‰es do 
calazar (leishmaniose). O conte‹do interno da

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