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TGP - Jurisdição (2)

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TGP - TEORIA GERAL DO PROCESSO 
JURISDIÇÃO – (Conceito, elementos, princípios, características e espécies)
Jurisdição - é a manifestação do poder estatal; é a capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. 
Função da jurisdição - expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo. 
Atividade - a jurisdição é entendida como o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete. Esses três atributos somente transparecem legitimamente através do processo devidamente estruturado (devido processo legal). 
( Características da Jurisdição
Caráter substitutivo da jurisdição: ao exercer a jurisdição, o Estado substitui, como uma atividade sua, as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à sua apreciação. Apenas o Estado pode, em surgindo o conflito, substituir-se às partes e dizer qual delas tem razão. 
Escopo jurídico de atuação do direito: a correta aplicação do direito e a justa composição da lide, ou seja, o estabelecimento da norma de direito material que disciplina o caso, dando a cada um o que é seu. 
Lide: A existência do conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida é característica constante na atividade jurisdicional, quando se trata de pretensões insatisfeitas que poderiam ter sido atendidas espontaneamente pelo obrigado;
Inércia: os órgãos jurisdicionais são, por sua própria índole, inertes; 
Definitividade: os atos jurisdicionais e só eles são suscetíveis de se tornarem imutáveis, não serem revistos ou modificados. A CF, como a da generalidade dos países, estabelece que "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada" (art. 5º, inc. XXXVI);
( Princípios da Jurisdição – (Princ. da investidura; Pric. da aderência ao território; Princ. da indelegabilidade; Princ. da inevitabilidade; Princ. da inafastabilidade ou indeclinabilidade; Princ. do juiz natural; Princ. da inércia.)
Princípio da investidura: a jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz;
Princípio da aderência ao território: limitação da própria soberania nacional ao território do país;
Princípio da indelegabilidade: resulta do princípio constitucional segundo o qual é vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições;
Princípio da inevitabilidade: a autoridade dos órgãos jurisdicionais, por emanarem da soberania estatal, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto de aceitarem os resultados do processo; a situação das partes perante o Estado-juiz é de sujeição, que independe de sua vontade e consiste na impossibilidade de evitar que sobre elas e sobre sua esfera de direitos se exerça a autoridade estatal;
Princípio da inafastabilidade da jurisdição: Não pode a lei "excluir da apreciação do Poder judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito", nem pode o juiz, a pretexto de lacuna ou obscuridade da lei, escusar-se de proferir decisão (CPC, art. 126);
Princípio do juiz natural: ninguém pode ser privado do julgamento por juiz independente e imparcial, indicado pelas normas constitucionais e legais, proibindo a CF os denominados tribunais de exceção;
Princípio da inércia: está relacionado com a justa composição da lide e a imparcialidade do juiz que estariam comprometidas se porventura fosse entregue ao julgador a incumbência de agir de ofício, sem a provocação do interessado na solução do litígio.
( Elementos da Jurisdição
Notio – a faculdade de conhecer certa causa, ou de ser regularmente investido na faculdade de decidir uma controvérsia, aí compreendidos a ordenar os atos respectivos. 
Vocatio – a faculdade de fazer comparecer em juízo todos aqueles cuja presença seja útil à justiça e ao conhecimento da verdade. 
Coercio – (ou coertitio) – o direito de fazer-se respeitar e de reprimir as ofensas feitas ao magistrado no exercício de suas funções: jurisdictio sine coertitio nula est. 
Iudicium – direito de julgar e de pronunciar a sentença.
Executio – direito de em nome do poder soberano, tornar obrigatória e coativa a obediência à próprias decisões.
( Poderes da Jurisdição
Poder de decisão – o Estado-juiz, através da provocação do interessado, afirma a existência ou não de uma vontade concreta da lei, por dois modos e com diferentes efeitos;
Poder de coerção (ou poder de polícia) – manifesta-se com maior intensidade no processo de execução, embora também presente no processo de cognição;
Poder de documentação – resulta da necessidade de documentar, de modo a fazer fé, de tudo que ocorre perante os órgãos judiciais ou sob sua ordem (termos de assentada, de constatação, de audiência, de provas, certidões de notificações, de citações etc.)
( Espécies de Jurisdição
Unidade da jurisdição – como expressão da soberania estatal, a jurisdição não comporta divisões. Falar em diversas jurisdições seria o mesmo que afirmar a existência de uma pluralidade de soberanias, o que não faria sentido. A jurisdição é, portanto, tão una e indivisível quanto o próprio poder soberano. A doutrina classifica a jurisdição nas seguintes espécies: 
pelo critério do seu objeto em jurisdição penal ou civil; 
pelo critério dos organismos judiciários que a exercem, em especial ou comum; 
pelo critério da posição hierárquica dos órgãos que a exercem, em inferior e superior; 
pelo critério da fonte do direito com base na qual é proferido o julgamento, em jurisdição de direito ou de equidade.
( Jurisdição COMUM e ESPECIAL (
	A distinção entre essas duas jurisdições se funda sobre o critério da exclusão, dessa forma, a jurisdição comum é a que tem caráter geral (diz respeito à generalidade dos interesses a serem tutelados), enquanto que a jurisdição especial só conhece determinadas matérias que são expressamente previstas em lei.
Jurisdição comum → é exercida pelos Judiciários dos Estados e do TJDFT;
Jurisdição especial → é atribuída às justiças da União: 1) Justiça do Trabalho; 2) Justiça Penal Militar; 3) Justiça Eleitoral; 4) Justiça Federal. OBS: alguns autores consideram a Justiça Federal como jurisdição comum.
( Jurisdição PENAL e CIVEL (
	Essa jurisdição tem por base a matéria sobre a qual versa o conflito.
Jurisdição penal → cuida dos conflitos disciplinados pelo direito penal comum e especial;
Jurisdição especial → se define por exclusão da jurisdição penal, ou seja, tudo que não couber na jurisdição penal, por exclusão, é jurisdição civil. 
Em sentido amplo, a jurisdição civil é constituída pelas jurisdições trabalhista, eleitoral e civil.
( Jurisdição INFERIOR e SUPERIOR (
	Baseia-se no que a doutrina chama de “posição vertical dos órgãos judiciários na estrutura organizacional do Poder Judiciário”.
Jurisdição inferior → são os órgãos de 1º grau, uma vez que se encontram no plano inferior;
Jurisdição superior → são os órgãos de 2º grau, que estão no plano superior.
OBS1: o fundamento jurídico dessa disposição está relacionada no princípio do duplo grau de jurisdição.
OBS2: as qualificações “inferior” e “superior” dada aos órgãos do primeiro e segundo graus da jurisdição não devem ter conotação hierárquica, por ser incompatível com o exercício da função jurisdicional; devem significar apenas distribuição de trabalho entre os órgãos...
( Jurisdição CONTENCIOSA e VOLUNTÁRIA (
	A jurisdição pode ser exercida em face de um conflito ou não; essa diversa natureza do objeto da jurisdição dá origem à sua distinção em jurisdição contenciosa e voluntária.
Jurisdição contenciosa → é pressuposto dessa jurisdição a violação ou ameaça de violação de um direito (conflito de interesses).
Jurisdição voluntária → ao contrário da contenciosa, essa jurisdição não tem como pressuposto a violação de um direito; pode ser exercida de ofício (sem provocação) pelo juiz; as decisões judiciaisnesse caso não são cobertas pelo atributo da coisa julgada, uma vez que não tem função de “concreção terminal do direito”.
PROF. MS. EURIPEDES RIBEIRO

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