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MODELO DE IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DE XXXX – COMARCA DE ENTRÂNCIA ESPECIAL.
PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Requerente: xxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxx S/A, já qualificado, nos autos do CUMPRIMENTO DE SENTENÇA à epígrafe, apresentado por mmmmmmmmmmmmmm LTDA E OUTROS, por sua patrona in fine firmada, vem, respeitosamente, perante V. Exa., apresentar sua
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE FLS. 531/533 e CÁLCULOS/documentos DE FLS. 534/554
apresentado por XXXXXXXXx LTDA E OUTROS, amparado nas razões e fundamentos que a seguir passa a expor.
1. DO PEDIDO DE CUMPRIMENTO DE SENTENÇA DE FLS. 531/533 e CALCULOS/EXTRATOS DE FLS. 534/554
Os requerentes ingressaram com pedido de cumprimento de sentença de fls. 531/533 e cálculos de fls. 534/554, requerendo que o Banco ora impugnante efetue o pagamento da quantia de R$ 32.515,05 a título de principal e R$ 4.877,26 a título de honorários advocatícios no percentual de 15% sobre o débito, totalizando a importância de R$ 37.392,31 (trinta e sete mil, trezentos e noventa e dois reais, trinta e um centavos) posicionado para o dia 21/09/2018.
Todavia, os cálculos apresentados pelos Requerentes apresentam graves incorreções que superestimaram consideravelmente o resultado apurado, conforme a seguir explicitado.
DA VIOLAÇÃO A COISA JULGADA
DA INEXISTÊNCIA DE VALORES A SEREM RESTITUÍDOS AOS AUTORES
a) Do Crédito Apurado Indevidamente nos Valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07 e Demais Encargos de Juros Debitados em sua Conta Corrente
Os Requerentes consideraram ao realizarem os cálculos de liquidação da sentença de fls. 426/430, transitada em julgado no dia 07/05/2018, informaram os valores debitados em sua conta nos montantes de R$ 1.598,61, datado de 05/04/2004 e R$ 255,07, datado de 07/04/2004, bem como todos os encargos de juros debitados de sua conta corrente, aplicando sobre as referidas importâncias a correção monetária e juros de mora à taxa de 1% contada da citação até a data da apresentação do cumprimento de sentença e supostos valores pagos pelos requerentes.
Porém, o procedimento de cálculo utilizado pelos Requerentes se mostra totalmente distanciado dos limites da coisa julgada.
A r. Sentença não determina a devolução pura e simples dos referidos valores, mas, tão somente, que os montantes de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, e respectivos encargos, sejam excluídos/estornados da conta corrente, eis que declaradas inexistentes tais parcelas/dívidas. Vejamos:
“III – DISPOSITIVO
Ante o exposto, julgo parcialmente procedentes os pedidos autorais para declarar inexistente a dívida decorrente da majoração do saldo devedor da primeira requerente com o lançamento indevido de débitos nos dias 05 e 07 de abril de 2004 (R$ 1.598,61 e R$ 255,07, respectivamente), bem como a relacionada aos encargos contratuais incidentes sobre tais valores.
Caso a primeira requerente tenha efetuado o pagamento do saldo devedor ou de quaisquer encargos contratuais, ainda que através de descontos das quantias que eram creditados em sua conta, o importe deverá ser devolvido, corrigido monetariamente da data do pagamento (ou do desconto) e acrescido de juros desde a citação.
Face a sucumbência recíproca, condeno o requerente a suportar metade das custas processuais e o requerido a outra metade dessa verba, nos termos do artigo 21, caput, do CPC.
Também condeno as partes a pagarem honorários advocatícios ao patrono do adversário, fixados, na forma do artigo 20, § 3º, do CPC, em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação, pois, apesar da pouca complexidade da causa, deve ser levado em consideração o zelo despendido pelos advogados e o lapso temporal até a resolução da demanda, os quais serão divididos naquela mesma proporção, igualmente compensados na forma do artigo 21 do CPC.”
(grifamos)
E, mais, nota-se da r. Sentença que tais valores (R$ 1.598,61 e R$ 255,07, e respectivos encargos incidentes sobre estes), somente serão objeto de devolução, caso o Requerente tenha efetuado o pagamento dos mesmos.
Porém, conforme se vê dos extratos juntados ao processo, fls. 140/148 juntado aos autos com a CONTESTAÇÃO e não impugnados, os Requerentes não pagaram referidos os indigitados valores.
Inclusive, para demonstrar, o Banco apresenta em anexo a evolução financeira da conta corrente com o estorno dos valores R$ 1.598,61 e R$ 255,07, bem como os encargos a eles correspondentes.
Importante destacar que a conta corrente já se apresentava com saldo negativo no valor de R$ 1.534,25 na data de 05/04/2004 (imediatamente anterior ao débito de R$ 1.598,61).
Portanto, os encargos de juros debitados na conta posteriormente, não se referem exclusivamente aos referidos débitos de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, mas, também, do saldo devedor/negativo já existente em conta.
Consequentemente, o procedimento de cálculo a adotar consiste em estornar os valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, recalcular os juros da conta em face do novo saldo devedor, para, então, em função de outros débitos e créditos movimentados na conta, verificar, ao final, se os valores em questão foram pagos ou não pelo Requerente.
Porém, conforme demonstrado nas planilhas de cálculo em anexo, mesmo com o estorno dos valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, bem como o estorno dos encargos de juros a eles correspondentes, ao final, no mês de novembro/2004, o saldo final apurado é negativo em – R$ 233,82.
Isso comprova que os valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07 e respectivos encargos de juros incidentes sobre os mesmos, não foram pagos pelo Requerente, eis que mesmo estornados, o Requerente continuou com o saldo negativo.
Considerando que já havia saldo negativo em conta, os créditos movimentados na conta devem ser imputados primeiro no saldo negativo que já existia, respeitan1do a cronologia do débito.
Neste caso, os valores creditados na conta corrente não foram suficientes para cobrir o saldo negativo, anteriormente existentes aos valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, pois, mesmo com o estorno destes últimos, o saldo final continuou negativo.
Portanto, totalmente incorreto o cálculo autoral ao considerar para fins de seu crédito, os valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, bem como os encargos de juros debitados em sua conta corrente.
Tendo em vista que o Requerente não efetuou qualquer pagamento das quantias de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, e encargos a eles correspondentes, não há valores a serem devolvidos, devendo, por conseguinte, serem rechaçados os valores apresentados pelo Requerente no cumprimento de sentença.
b) Dos Encargos de Juros e IOF Lançados no Cálculo para Fins de Devolução
O Requerente lançou todos os encargos de juros debitados em sua conta corrente para fins de devolução e apuração de seu crédito.
Contudo, tal procedimento se mostra totalmente incorreto, pois, tal qual explicitado no tópico anterior, a conta corrente já apresentava saldo negativo de R$ 1.534,25 na data de 05/04/2004 (imediatamente anterior ao débito de R$ 1.598,61).
Consequentemente, os valores debitados na conta corrente a título de juros (sobre os saldos negativos/descobertos) não são decorrentes exclusivamente dos valores debitados nos montantes de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, mas, também, do saldo em descoberto que já existia na conta corrente.
Desse modo, jamais poderia simplesmente lançar, como fez o Requerente, todos os valores debitados a título de juros e IOF para fins de devolução, porque, além de não terem sido pagos (explicitado no tópico anterior), não correspondem exclusivamente aos débitos em questão, mas, também se referem ao saldo negativo que já existia em conta e que perdurou.
O procedimento de cálculo consiste em reconstituir o saldo da conta, com os estornos dos valores de R$ 1.598,61 e R$ 255,07, para, então, aferir os juros devidos em função dos saldos negativos recompostos e aferir eventuais excessos de juros.
E, mais, em um absurdocompleto, o Requerente lançou para fins de devolução encargos de juros que sequer foram debitados de sua conta.
Conforme se vê dos extratos de fls. 140/148, especificamente aqueles de fls. 144/148, relativos aos meses de junho/2004 a outubro/2004, não houveram mais QUALQUER débito na conta corrente do Requerente a título de juros decorrentes dos saldos negativos.
Há de salientar que os extratos apresentados pelo Requerente junto ao Cumprimento de Sentença, em que pese indicarem valores de juros, tais montantes, contudo, jamais foram debitados de sua conta. Correspondem, exclusivamente, a juros que poderiam ser cobrados, denominados de “lançamentos previstos”, mas que não foram debitados na conta.
Para comprovar basta analisar os extratos bancários já juntados aos autos onde não há qualquer comprovação, vide fls. 144/148 que acompanham a defesa do Banco.
Para demonstrar, basta observar o saldo indicado no extrato de fls. 547 dos autos, relativo ao mês de setembro/2004, no qual consta o saldo negativo de - R$ 3.277,63.
Por sua vez, no extrato de fls. 148 dos autos, relativo ao mês de outubro/2004, o saldo negativo indicado é exatamente de - R$ 3.277,63, sem quaisquer acréscimos de encargos de juros.
Consequentemente, todos os valores lançados pelo Requerente a título de devolução de juros a partir do mês de junho/2004 devem ser totalmente desconsiderados/excluídos de seus cálculos, e, por conseguinte, do cumprimento de sentença, eis que não foram debitados da conta corrente do Autor, tratando-se exclusivamente de lançamentos previstos, mas que não foram efetivamente debitados e tão pouco pagos pelos requerentes.
c) Da Cobrança Indevida dos Honorários Advocatícios – Compensados na forma do artigo 21 do CPC
Os requerentes ao apresentarem o cumprimento de sentença alegam que são devidos a quantia de R$ 32.515,05 a título de principal e R$ 4.877,26 a título de honorários advocatícios no percentual de 15% sobre o débito, totalizando a importância de R$ 37.392,31 (trinta e sete mil, trezentos e noventa e dois reais, trinta e um centavos) posicionado para o dia 21/09/2018.
Conforme se vê da r. Sentença, a condenação em honorários no percentual de 15% sobre o valor da condenação, os quais deverão ser divididos naquela mesma proporção igualmente compensados na forma do artigo 21 do CPC vigente a época da sentença. Vejamos:
“Também condeno as partes a pagarem honorários advocatícios ao patrono do adversário, fixados, na forma do artigo 20, § 3º, do CPC, em 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação, pois, apesar da pouca complexidade da causa, deve ser levado em consideração o zelo despendido pelos advogados e o lapso temporal até a resolução da demanda, os quais serão divididos naquela mesma proporção, igualmente compensados na forma do artigo 21 do CPC.”
Até mesmo a súmula 306 do Colendo Superior Tribunal de Justiça dispõe que:
 "os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte".
Prevê o artigo 21 do CPC/73:
Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas.
Desta forma, entendo que não há o que se falar em cumprimento de sentença em relação aos honorários sucumbenciais oriundos da fase de conhecimento, uma vez que a sentença dispõe que devem ser igualmente compensados.
Assim inexistindo valores a título de principal tampouco a que se falar em 15% de honorários advocatícios ante a compensação determinada na coisa julgada.
Deve ainda ser observado que a compensação das verbas patronais na hipótese de sucumbência reciproca, pelo CPC/73 vigente a época da sentença era perfeitamente possível:
AGRAVO DE INSTRUMENTO AG 0 PR 0036583-83.2010.404.0000 (TRF-4)
Jurisprudência•02/03/2011•Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. COMPENSAÇÃO; ART. 21 DO CPC E ART. 23 DA LEI Nº 8.906 /94. CABIMENTO. 1. Não vejo antinomia entre o comando inserto no artigo 21 do Código de Processo Civil, que autoriza a compensação de verbas patronais na hipótese de sucumbência recíproca ou proporcional, e a regra contida no artigo 23 da Lei n.º 8.906 /94, que preceitua pertencerem ao advogado os honorários de condenação, inclusive os de sucumbência, porque ambos os dispositivos devem ser interpretados de forma complementar. 2. Assim, no caso, como os dois pólos da relação processual foram, concomitantemente, vencedores e vencidos, não há de se falar em sucumbência propriamente dita, devendo os honorários ser compensados, mesmo que a agravada seja beneficiária da Justiça Gratuita. 3. Ademais, in casu, o próprio comando sentencial que fixou a condenação em honorários advocatícios, ao conter menção expressa ao art. 21 do CPC - o qual determina proceda-se à compensação dos honorários em caso de sucumbência recíproca evidencia a necessidade de proceder-se à compensação. 4. Agravo de instrumento provido.
Ora, se os honorários deverão ser igualmente compensados na forma do artigo 21 do CPC/73 vigente a época da sentença, não há que se falar em inclusão dos honorários advocatícios para fins de liquidação de sentença, devendo, portanto, ser extirpado do cálculo do Requerente o valor de R$ 4.877,26.
d) Do Critério de Aplicação de Correção Monetária de Juros de Mora – da Taxa SELIC
Infere-se do julgado não haver especificação dos critérios de cálculo quanto à correção monetária e juros de mora sobre as parcelas deferidas.
Nos cálculos do Requerente foram aplicados índices de correção monetária com base na tabela do TJ/ES e juros à taxa de 1% ao mês contados desde a data de 20/12/2004.
Todavia, o procedimento utilizado nos cálculos do Requerente se mostra totalmente incorreto, por não respeitar as taxas de juros dispostas no Código Civil.
Com relação aos juros deve ser considerado o disposto no Código Civil, de modo que os juros de mora são calculados à base de 0,5% ao mês até 10/01/2003, e a partir de 11/01/2003, em face do art. 406 do Novo Código Civil, devem ser equivalentes à taxa SELIC pura.
O art. 406 do Código Civil assim estabelece com relação aos juros moratórios:
“Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação de lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos a Fazenda Nacional.“
Citamos, a seguir, decisão da Primeira Câmera Cível do TJ/ES que reconhece a aplicação da SELIC a partir do Novo Código Civil, para fins de imputação dos juros de mora:
Processo: Agravo de Instrumento nº 0903635-82.2011.8.08.0000 (048.119.000.759)
Relator: Desembargador Helimar Pinto
Julgamento: 05/06/2012
Ementa
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR ARBITRAMENTO – LAUDO PERICIAL – ADSTRIÇÃO DO ÓRGÃO JULGADOR – INEXISTÊNCIA – JUROS LEGAIS – RECONHECIMENTO – POSSIBILIDADE – FORMA DE CÁLCULO – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – BIS IN IDEM – ILEGALIDADE – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – FIXAÇÃO – LITIGIOSIDADE – POSSIBILIDADE – CPC, ART. 20, § 4º - IMPOSTO DE RENDA - RETENÇÃO – EFETIVO LEVANTAMENTO – COMPENSAÇÃO DE VALORES – CERTEZA – INEXISTÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
1 – Em sede de liquidação de sentença por arbitramento, não se encontra, o órgão julgador, adstrito ao laudo pericial, vinculando-se, apenas, ao seu livre convencimento, desde que devidamente motivado, para que alcance o quantum debeatur que entende correto. Precedentes.
2 – É possível a inclusão, na decisão do incidente liquidatório, dos juros legais, ainda que omisso o título executivo. Enunciado n. 254 da súmula do e. Supremo Tribunal Federal. Precedentes do c. Superior Tribunal de Justiça.3 – Transitado, o título executivo em momento anterior à vigência do Código Civil de 2002, não ofende a coisa julgada o cálculo do quantum debeatur com base nos juros nele previstos, a partir de sua vigência, os quais, atualmente, são representados pela taxa SELIC. Precedente do c. Superior Tribunal de Justiça julgado sob o rito do art. 543-c, do Código de Processo Civil.
4 – É ilegal a incidência de dois índices de correção monetária distintos referentes ao mesmo período atualizado. Precedentes do c. Superior Tribunal de Justiça.
5 – É cabível a condenação em honorários advocatícios, no incidente liquidatório por arbitramento, quando presente a litigiosidade entre as partes, cuja fixação deverá observar os parâmetros do art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil. Precedentes do c. Superior Tribunal de Justiça.
6 – A retenção do imposto de renda somente é cabível a partir do efetivo levantamento do do crédito exequendo, sendo, portanto, extemporâneo sua discussão no curso incidente liquidatório. Precedentes deste e. Tribunal de Justiça.
7- Restando pendente de julgamento recurso contra decisão que condenou os patronos da agravada a devolver determinada quantia, não se mostra prudente o deferimento da compensação entre esta e a que se reconhece devida no presente julgamento.
8 – Recurso conhecido e parcialmente provido para homologar parcialmente o cálculo pericial realizado pela expert do juízo, retificando-o somente de modo a que, no período posterior à vigência do CC/02, sobre o quantum debeatur incidam juros no percentual estabelecido para a taxa SELIC, bem como reduzir a verba honorária arbitrada em favor dos patronos da agravada para o patamar de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), mantendo a decisão recorrida em seus demais termos.
A presente questão também está dirimida na decisão abaixo transcrita:
“Dados Gerais Processo: AgRg no REsp 970452 SP 2007/0158802-2
Relator(a): Ministro HUMBERTO MARTINS
Julgamento: 01/10/2009 
Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA
Publicação: DJe 14/10/2009
Ementa
ADMINISTRATIVO -RESPONSABILIDADE CIVIL -JUROS DE MORA -ART. 1º-F DA LEI N. 9.494/97 -INAPLICABILIDADE -APLICAÇÃO IMEDIATA DO ART. 406 DO NOVO CÓDIGO CIVIL -TAXA SELIC -APLICABILIDADE A PARTIR DO NOVO CÓDIGO CIVIL.
1. A questão discutida nos autos, qual seja, a indenização por danos morais, não se sujeita à regra do art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, de modo que o regime de juros moratórios aplicável é aquele previsto no art. 406 do Código Civil, verbis: "Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional." 2. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, à luz do princípio do tempus regit actum, devem os juros moratórios ser fixados à taxa de 0,5% ao mês (art. 1.062 do CC/1916) no período anterior à data de vigência do novo Código Civil ;(10.1.2003) e, em relação ao período posterior, aplica-se o disposto no art. 406 do Código Civil de 2002. 3. Todavia, cumpre ressaltar que a Corte Especial do STJ, por ocasião do julgamento dos embargos de divergência 727.842/SP, firmou posicionamento de que o art. 406 do CC/2002 trata, atualmente, da incidência da SELIC como índice de juros de mora quando não estiver estipulado outro valor. 4. Ressalte-se que "a contar da entrada em vigor do novo Código Civil, momento a partir do qual é aplicável a taxa Selic, não poderá ser computado qualquer outro índice a título de correção monetária." .(EDcl no REsp 694.116/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 17.3.2009, DJe 16.4.2009) Agravo regimental improvido.
Inclusive, em recente decisão, o Colendo STJ pacificou o entendimento quanto ao art. 406 do CC/2002, a taxa de juros de mora a ser aplicada é a SELIC. Vejamos:
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ART. 406 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC.
1. O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento submetido ao rito dos processos representativos da controvérsia (art. 543-C do CPC/1973 e art. 1.036 do CPC/2015) firmou o entendimento de que a taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 do CC/2002 é taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC. 2. Agravo interno não provido. (AgInt. no REsp. 1.628.809/SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, julgado em 18/05/2017, DJe 30/05/2017).
Verifica-se que o Requerente aplicou, incorretamente, os juros de mora à base de 1,0% ao mês desde a data de 20/12/2004 até a data final de atualização, com acréscimo da correção monetária pelos índices do TJ/ES.
Há de salientar, ainda, que no período de aplicação da taxa SELIC, não há que se falar em aplicação concomitante dos índices de atualização monetária divulgados pela Corregedoria do TJ/ES, haja vista que a taxa SELIC já é composta de correção monetária e juros, conforme decisão supratranscrita.
Portanto, caso houvesse valores a serem devolvidos, considerando que os juros são devidos desde a data da citação, o valor devido deve sofrer correção monetária com base nos índices da tabela do TJ/ES desde a data de apuração do crédito até a data da citação, e, a partir daí, exclusivamente o acréscimo da Taxa SELIC, na forma prevista no art. 406 do Novo Código Civil, eis que se trata de uma taxa composta de correção monetária e juros.
Portanto, devem ser rechaçados os cálculos do Requerente também no que tange aos critérios de correção monetária e dos juros de mora.
Conclusão e requerimentos
Diante do exposto, resta claro o excesso de execução, razão pela qual requer seja julgada procedente a presente impugnação e declarado a INEXISTÊNCIA DE VALORES A SEREM RESTITUÍDOS AOS AUTORES (PRINCIPAL E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO PERCENTUAL DE 15%).
Reconhecido a inexistência do débito, e acolhido como correto o valor apontado pelo Banco impugnante, na impugnação ao cumprimento de sentença, requer seja resolvida a impugnação com a extinção do cumprimento de sentença.
Ante a inexistência de valores a serem restituídos ao autor e honorários advocatícios, requer a procedência da presente IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, para que sejam condenados, o autor, ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais da fase de cumprimento de sentença� no percentual de 10% sobre o valor pleiteado com juros e correção monetária.
Por todo o exposto, conclui-se que os valores objetos do cumprimento de sentença se mostram totalmente excessivos, tanto com relação ao principal, quanto em relação aos honorários advocatícios.
Conforme se demonstra nas planilhas de cálculos em anexo, o valor total apurado a ser pago ao Requerente perfaz a importância de R$ 539,73 (quinhentos e trinta e nove reais, setenta e três centavos), relativo à multa de 1% sobre o valor da causa e ressarcimento das custas pagas pelo autor pela metade.
Requer, por fim, seja condenada, a ora impugnada, ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais da fase de execução e multa de litigância de má fé por pleitear valores que não lhe são devidos, na forma da lei.
Por fim, informa que, caso houvesse valores a serem devolvidos, considerando que os juros são devidos desde a data da citação, o valor devido deve sofrer correção monetária com base nos índices da tabela do TJ/ES desde a data de apuração do crédito até a data da citação, e, a partir daí, exclusivamente o acréscimo da Taxa SELIC, na forma prevista no art. 406 do Novo Código Civil, eis que se trata de uma taxa composta de correção monetária e juros.
Em anexo segue os extratos bancários (já juntado aos autos as fls. 140/148 – fevereiro de 2004 a outubro de 2004) comprovando que antes dos débitos objeto da presente ação, a conta já era NEGATIVA em R$ 1534,25 em 02/04/2004), e que mesmo EXCLUINDO OS LANÇAMENTOS de débitos nos dias 05 e 07 de abril de 2004 (R$ 1.598,61 e R$ 255,07, respectivamente),bem como aos encargos contratuais incidentes sobre tais valores, permanecendo a conta negativa, e a partir de junho de 2004 não houveram mais quaisquer cobranças de encargos contratuais.
Nesses termos,
 pede e espera deferimento.
Vitória/ES, 18 de setembro de 2019.
� 88311845 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃO FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Inadmissibilidade. Verba devida no Cumprimento de Sentença. Inteligência do §1º do � HYPERLINK "https://www.magisteronlinee.com.br/mgstrnet/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=c%3A%5CViews44%5CMagister%5CMgstrnet%5CMagNet_Legis.nfo&d=NCPC,%20art.%2085&sid=4f5c5a53.60ccb939.0.0" \l "JD_NCPCart85" �artigo 85 do CPC�. Impugnação, contudo, parcialmente acolhida em Agravo julgado em conjunto com este. Sucumbência Mínima dos agravantes. Aplicação do parágrafo único do artigo 86. Agravada condenada ao pagamento da totalidade do pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% do valor da condenação, nos termos do � HYPERLINK "https://www.magisteronlinee.com.br/mgstrnet/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=c%3A%5CViews44%5CMagister%5CMgstrnet%5CMagNet_Legis.nfo&d=NCPC,%20art.%2085&sid=4f5c5a53.60ccb939.0.0" \l "JD_NCPCart85" �artigo 85, §2º, do CPC�. Agravo provido. (TJSP; AI 2101686-74.2018.8.26.0000; Ac. 11796148; Barueri; Quinta Câmara de Direito Privado; Rel. Des. A.C. Mathias Coltro; Julg. 05/09/2018; DJESP 19/09/2018; Pág. 2029)
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