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As informações que podem ser organizadas usando a CIF podem vir de fontes primárias ou secundárias de dados. A estrutura da CIF possibilita várias estratégias de mensuração. As categorias da CIF podem ser medidas por níveis usando qualificadores. A melhor fonte de informações a escolher depende das categorias específicas de funcionalidade e incapacidade que serão capturadas. Um profissional como um entrevistador treinado pode ter uma boa experiência no registro e classificação de uma área específica, mas pode não estar na melhor posição para entender toda a experiência de incapacidade à medida que ela afeta outros domínios da vida. Portanto, é importante considerar a questão de quem está mais bem qualificado e posicionado para registrar as informações de funcionalidade e incapacidade. Alguns aspectos da funcionalidade (p.ex. funções intelectuais) não podem ser observados diretamente, mas devem ser inferidos através de testes padronizados. Para outros aspectos, dados auto relatados podem ser os mais confiáveis e significativos (p.ex. recreação e lazer). Em algumas circunstâncias, pode ser adequado usar múltiplas fontes de dados para os fins de validação cruzada. A escolha da fonte de dados também pode depender da idade do indivíduo em questão, e do fim específico para o qual as informações serão usadas. Para fins de elegibilidade, pode haver uma necessidade de estabelecer níveis de gravidades comparáveis entre contextos independentes da experiência específica de incapacidade de um indivíduo, enquanto que um estudo sobre o bem-estar social pode estar mais interessado na experiência do indivíduo na situação específica da vida. Que métodos eu devo usar para obter informações relacionadas à CIF? Há muitas abordagens diferentes que podem ser usadas para obter informações relevantes para as categorias ou domínios da CIF. Para algumas categorias da CIF, há padrões e procedimentos profissionais específicos, p.ex. para medir as funções visuais. Para outras, instrumentos de avaliação podem estar disponíveis que podem ser diretamente vinculados com os conteúdos da CIF. A CIF pode ser usada para nortear a coleta de informações usando vários métodos. As informações também podem ser obtidas por meio de observação feita por um profissional experiente. Subsequentemente, as observações são organizadas no modelo da CIF. Julgamento clínico ou raciocínio profissional é usado para identificar a categoria alvo e definir o nível de gravidade. Observações dos representantes também podem ser obtidas; neste caso, o profissional pode fazer perguntas adicionais para conseguir estabelecer o nível de gravidade. As informações também podem ser coletadas através de entrevistas diretamente com a pessoa com uma incapacidade ou com um representante. Essa abordagem é útil principalmente em situações onde a funcionalidade não pode ser medida diretamente, ou onde a experiência de incapacidade é de maior interesse do que uma mensuração clínica. Outro método pode usar questionários padronizados ou não padronizados ou outro material impresso fornecido pela pessoa com incapacidade ou por um representante. O papel do indivíduo ou indivíduos envolvidos deve ser considerado em todas as ocasiões. Os qualificadores são uma parte integrante da descrição de funcionalidade? Um código está completo apenas quando um qualificador estiver presente, e no mínimo um qualificador deve ser indicado para cada código. O qualificador é colocado após o código CIF, separado por uma vírgula decimal ou um sinal de +, e isto efetivamente "fecha" o código. O qualificador ou qualificadores especificam informações sobre o status de funcionalidade: a magnitude, a localização e a natureza de qualquer problema. Os domínios da CIF indicam a área de funcionalidade; os qualificadores indicam a extensão da funcionalidade ou incapacidade. O primeiro qualificador comum especifica a extensão de um problema, seja a deficiência de uma função ou estrutura do corpo, uma limitação nas atividades, ou uma restrição de participação. O primeiro qualificador também pode ser usado para transmitir informações quando não há nenhum problema de funcionalidade (qualificador '0'), consistente com uma descrição neutra da funcionalidade humana como defendido pela CIF. Para fatores ambientais, o primeiro qualificador especifica a extensão de um efeito negativo (o 'tamanho' de uma barreira) ou de um efeito positivo (a intensidade desse fator como um facilitador); no último caso o ponto após o código é substituído pelo sinal +. Informações importantes sobre a codificação são fornecidas na própria CIF, ver Anexo 2. Quadro 6: O qualificador genérico e um exemplo de um código da CIF Os códigos da CIF requerem o uso de um ou mais qualificadores que denotam a magnitude ou gravidade do problema em questão. O problema se refere a uma deficiência, limitação, restrição ou barreira quando usado em combinação com os códigos b, s, d ou e, respectivamente. Os qualificadores são codificados como um ou mais números após um ponto decimal. xxx.0 NÃO há problema (nenhum, ausente, insignificante, ...) 0-4% xxx.1 Problema LEVE (leve, pequeno, ...) 5-24% xxx.2 Problema MODERADO (médio, regular, ...) 25-49% xxx.3 Problema GRAVE (grande, extremo, ...) 50-95% xxx.4 Problema COMPLETO (total, ...) 96-100% xxx.8 não especificado xxx.9 não aplicável As letras b, s, d, e e representam os diferentes componentes e são seguidas por um código numérico que começa com o número do capítulo (um dígito), seguido pelo segundo nível (dois dígitos), e o terceiro e quarto níveis (um dígito cada). Por exemplo, os seguintes códigos indicam um problema 'leve' em cada caso. b2.1 Funções sensoriais e dor (item de primeiro nível) b210.1 Funções da visão (item de segundo nível) b2102.1 Qualidade da visão (item de terceiro nível) b21022.1 Sensibilidade ao contraste (item de quarto nível) Qual é o significado e uso dos dígitos 8 e 9 como qualificadores? Quando os dígitos 8 e 9 são usados como qualificadores, eles têm significados diferentes do que quando eles são usados em códigos. O qualificador '8' significa 'não especificado', e é usado quando as informações fornecidas sobre a categoria são insuficientes para nortear a escolha de um qualificador apropriado; p.ex. Eu sei que há um problema de visão, mas não sei se esse problema é leve ou grave. O qualificador '9' significa 'não aplicável', e é usado quando nenhuma especificação puder ser fornecida sobre aquela categoria. O uso do qualificador 9 ocorre mais frequentemente quando o uso da categoria é inapropriado para aquele indivíduo, tal como na codificação d850 trabalho remunerado para uma pessoa aposentada, ou b650 funções da menstruação para um homem. Os dígitos 8 e 9 como qualificadores significam "não especificado" ou "não aplicável" (respectivamente). O uso dos qualificadores é discutido mais detalhadamente na Seção 3.3. 2.2 Qual é a estrutura de codificação da CIF? Como a CIF é organizada? A CIF é uma classificação hierárquica. Isso significa que as informações codificadas em um nível mais granular são preservadas também em um nível mais amplo. Após cada ramo da classificação é possível, de categorias bem gerais que englobam domínios inteiros de funcionalidade, obter descrições muito detalhadas de aspectos específicos da funcionalidade. A estrutura da CIF é ilustrada na Quadro 7. A CIF é uma classificação hierárquica, disposta em níveis crescentes de detalhe. Quadro 7: Estrutura da CIF Esta figura está apresentada em