Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABORTAMENTOS Abortamento: É o ato de expelir um feto morto ou natimorto. Causa: Carências de nutrientes, metabolismo, hormonais, toxicam e infecciosas. Caso o animal tenha um abortamento por infecção: 1. Anamnese: Se é único ou todo rebanho. 2. Fase de prenhez: Cada agente infeccioso causa abortamento em fases diferentes. 3. Sintomas: Investigar se há outros sintomas além da perda do feto, como infecções respiratórias, genital, diarreia, mastite, etc. 4. Histórico clinico: Se o animal teve outros abortamentos; Se é a primeira vez; Se afetou todo o rebanho 5. Informações zootécnicas: Se é feita IA ou monta; Número de abortos e a fase de prenhez; Se foi incidência estacional (certas épocas do ano); Se o animal há abortamentos repetitivos; Vacinação; Se houve chegada de outros animais; Doença nos últimos 3 meses; Alimentação – pode conter fungo; Se houve retenção de placenta; Se há rebanho vizinho doente. 6. Exame histopatológico: Fazer exame anátomo patológico do feto abortado e da placenta. Pegar amostra do órgão lesado, fluidos, soros e secreções. Manter congelado ou fixado em formol 10%, após isso, enviar para laboratório para análise. ABORTAMENTOS POR FUNGOS e VÍRUS I. Micoses abortivas bovinas: Acomete os bovinos pelo trato alimentar, por ingestão de alimentos contaminados (mofados); Pelo trato reprodutivo, via vaginal durante o estro; E também pelo trato respiratório, por dispersão de esporos fúngicos pelo ar. Animais que estão sempre em contato com o fungo, ficam sensibilizados e predispostos à infecção na mucosa irritada ou lesada. É estacional: Meses de inverno ou países muito frios, devido ao confinamento de diversos animais em local fecham sem cuidados. Pipetas de inseminação mofadas e mal esterilizadas podem transmitir o fungo. Agentes: Absidia, Rhizopus, Aspergillus flavus, Mucor, Candida albicans, Mortierella wolfii. Sintomas: O pelo fica opaco; Diarreia; Pulmonite; Placentite necrótica; Fetos natimortos ou nascidos doentes; 30% dos fetos abortados nascem com dermatite micótica; Abortos no 3 trimestre de prenhêz. Prevenção: Estocamento corretos dos alimentos; Ventilação dos estábulos; Usar material estéril na IA. II. RIB – Rinotraqueite infecciosa bovinas / IPV – Vulvovaginite pustular infecciosa: Ambos são causados pelo herpesvírus tipo I bovino, pode infeccionar o sistema respiratório ou genital. Ficam latentes nos nervos e atacam quando há queda de imunidade (oportunistas). Uma vez alojado sempre portador, mesmo que os sintomas desapareçam. É uma das maiores causas de aborto viral, se verifica geralmente na 2º metade da prenhêz. Associado a sintomas respiratórios, queda na produção leiteira e placentite. Doença aguda; Contagiosa; Febril e Coriza intensa; Incubação de 2 a 6 dias; Baixa mortalidade; Atingindo animais jovens; Transmite até pelo sêmen congelado. O feto apresenta autólise e focos necróticos no fígado e rim. Pode entrar em latência e ser reativado por corticoesteróides e dexametasona. Prevenção: Vacinas de subunidades e evitar imunossupressão do animal. III. BVD – Diarreia viral bovina: É causado pelo vírus RNA, gênero Pestevírus, que está relacionado ao vírus da peste suína. Causa: Introdução de animal doente; Ingestão de pasto com fezes contamina; Contato com mucosas; Monta natural; Disseminação sistêmica. Os bezerros são os mais acometidos. Sintomas: Hemorragia; Trombocitopenia; Febre; Diarreia intensa; Equimoses; O abortamento acontece na 1ª metade da gestação. DST – monta natural: Sêmen de touros que estão apresentando a forma aguda da doença pode estar transitoriamente infectado. Além disso, o sêmen pode estar com baixa motilidade espermática e alto número de patologias. Prevenção: Possui vacinação; Isolamento de animal doente; Para amostra recolher pedaço do tubo digestivo fetal (biopsia). IV. Herpesvírus 1 equino: O vírus ataca sistematicamente; Se dissemina pelo ar. O herpesvírus I equino atinge o fígado, acarretando necrose e degeneração hepática, com icterícia das mucosas fetais. O vírus se mantém latente e age em imunossupressão. Sintomas: Na fêmea causa corrimento nasal; Rinite; Hipertermia; Abortamento ocorre no terço gestacional. Exames: Amostra do fígado fetal precisa ser enviada para um laboratório e ser analisado. Prevenção: Vacinação obrigatória durante a gestação no 5º, 7º, e 9º mês. V. Herpesvírus Suínos – Doença de Aujesky (pseudoraiva): Causado por Herpesvírus porcino I. Sintomas: Acomete sistema nervoso e sistema respiratório. Abortamento em qualquer momento da gestação; Caso os leitões nasçam pode apresentar pseudoraiva, com alterações neurológicas, ou seja, andam em círculos e cabeça pendular (head tilt). Prevenção: Vacinação das fêmeas; Testagem periódica e eliminação de animais reagentes; Realizar vazio sanitário por 6 meses; Desinfecção para repopulação com animais sadios; Abate de toda produção. ABORTAMENTOS BACTERIANOS I. Brucelose (zoonose): É uma bactéria que possui diversas cepas; Gram negativa; Penetra pela pele, mucosa conjuntival, gastrointestinal, genital, trato respiratório, é fagocitada, vai para linfonodos; Caso se aloje intracelular se tonar portador. Sintomas: Em macho causa orquite e epididimite; Na fêmea acomete trato reprodutivo e gl. Mamária, placentomas, fluidos fetais, e o abortamento acontecem no terço final da gestação. Causas: Contato pela pele; Secreção; Pastagem contaminada por feto morto; Monta natural; Pela placenta e leite. Prevenção: Vacinação obrigatória; Incineração do animal sacrificado; Em pequenos animais eutanásia ou castração, mas ainda continua portador. II. Campilobacteriose (DST): É uma bactéria gram negativa (espiralada), que coloniza o prepúcio do macho. Transmissão pelo coito, e o touro é assintomático. Sintomas: Vaca - infecção da cérvix, endométrio, oviduto; Falha na implantação, por conta da metrite, tornando o útero hostil (inflamado) ao embrião, ocasionando morte embrionária; Cios irregulares. * Se o embrião sobreviver há abortamento, cura espontânea em 6 a 9 meses. Touro - infecção na mucosa do prepúcio e do pênis sem reação inflamatória. Libido e qualidade do sêmen não são alteradas. Tratamento: Antibioticoterapia em machos e fêmeas; Fazer lavagem prepucial; Cultura; Antibiograma para confirmar. Prevenção: IA com sêmen de touros isentos. III. Clamídia (zoonose): A clamídia psittaci é originaria dos pássaros, afeta mais os pequenos ruminantes (ovinos e suínos). É intracelular Transmitido pelo sêmen ou contato com fezes contaminas de pássaros (podendo haver ingestão do pasto contaminado). A incubação leva 6 semanas Sintomas: Leva a vesiculite no macho (gl. anexas); Em fêmeas leva a placentite necrótica, logo ao um abortamento (terço final da gestação). Há vacinação pra prevenção, mas o animal cria anticorpos uma vez infectados. IV. Leptospirose (zoonose): Bactéria Leptospira interrongans hardjo/pomona (espiroqueta) transmitida por aves e roedores. Pode ser adquirida pela mucosa ocular, boca, nariz, pele lesada (transmissão venérea) ou por ingestão de animais infectados. É uma doença estacional. Leva de 4 a 6 dias de incubação. Sintomas: Leptospiúria, ocasiona necrose dos túbulos renais fetais e maternos; Abortamento no terço final da gestação; Baixa fertilidade. V. Tricomonose (DST): É um protozoário Tricomonas fetus (flagelado), que se aloja no prepúcio do macho, sendo assintomático para o mesmo. É transmitido pelo coito, touros infectados transmitem para 90% das fêmeas. O protozoáriosobrevive ao sêmen congelado. Quando os protozoários entram em contato com a vagina, invade o útero impedindo a implantação do embrião. Sintomas: Metrite na fêmea; Abortamento fetal entre 3 semanas até 7 meses ou Morte embrionária. Para identificar fazemos lavagem prepucial sedimentar, pega os sedimentos e analisa no microscópio. Estrógeno torna o útero desfavorável ao T. fetus. Tratamento: Dimetridazol. VI. Metrite contagiosa em equinos (DST): Bactéria Taylorella equigenitalis, que se aloja no prepúcio do macho, o contagio é pela cópula, sendo o macho assintomático. Sintomas: Metrite e cervicite, com descarga mucopurulenta; Cio repetido e irregular; Abortamento do feto até a 2ª metade da gestação ou Morte embrionária. Diagnóstico: Coleta de material por Swab do útero e cérvix, fossa clitoriana, cultura do agente. Tratamento: Antibióticos (é resistente a estreptomicina). VII. Neosporose: É um protozoário Neospora caninum (agente silencioso), que acomete os cães, mas pode transmitir para os ruminantes. Sintomas: Os cães (hospedeiro definitivo) causa encefalomielite; Vacas são assintomáticas. Transmissão: Transferência do parasita da mãe para o feto (transmissão vertical ou infecção congênita) e a ingestão de oocistos esporulados (transmissão horizontal ou infecção pós-natal) Diagnostico: Por sorologia, ou PCR. Prevenção: Vacinação para bovinos; Não deixar o cão acompanhar o tratador dos bovinos.
Compartilhar