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APOSTILA JORNALISMO

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1 
 
Seja Bem Vindo! 
 
Curso 
Fundamentos do Jornalismo 
Carga horária: 50hs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Dicas importantes 
 
• Nunca se esqueça de que o objetivo central é aprender o 
conteúdo, e não apenas terminar o curso. Qualquer um termina, 
só os determinados aprendem! 
 
• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada, não se 
deixando dominar pela pressa. 
 
• Explore profundamente as ilustrações explicativas disponíveis, 
pois saiba que elas têm uma função bem mais importante que 
embelezar o texto, são fundamentais para exemplificar e melhorar 
o entendimento sobre o conteúdo. 
 
• Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos 
mais se diferenciará dos demais alunos dos cursos. 
 
 Todos têm acesso aos mesmos cursos, mas o 
aproveitamento que cada aluno faz do seu momento de 
aprendizagem diferencia os “alunos certificados” dos “alunos 
capacitados”. 
 
• Busque complementar sua formação fora do ambiente virtual 
onde faz o curso, buscando novas informações e leituras extras, 
e quando necessário procurando executar atividades práticas que 
não são possíveis de serem feitas durante o curso. 
 
• Entenda que a aprendizagem não se faz apenas no momento 
em que está realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. 
Ficar atento às coisas que estão à sua volta permite encontrar 
elementos para reforçar aquilo que foi aprendido. 
 
• Critique o que está aprendendo, verificando sempre a aplicação 
do conteúdo no dia-a-dia. O aprendizado só tem sentido 
quando pode efetivamente ser colocado em prática. 
 
3 
 
Conteúdo 
 
Assessoria de Imprensa 
Comunicação Interna 
Comunicação Organizacional 
Comunicação Pública 
Ética Jornalística 
Conceitos diversos 
Jornalismo Digital 
Radiojornalismo 
Relações Públicas 
Telejornalismo 
Teoria da Comunicação 
Teorias do Jornalismo 
Bibliografia/Links Recomendados 
 
 
 
 
 
4 
 
Assessoria de Imprensa 
A assessoria de imprensa é um dos instrumentos de 
Comunicação desenvolvido para as organizações, e insere-se 
nas atividades da área de comunicação. Ao contrário do que 
alguns equivocadamente pensam, a tradução do 
inglêsPublicity não tem a ver com Publicidade, mas com 
assessoria de imprensa. Sua principal tarefa é tratar da gestão do 
relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou 
órgão público e a imprensa. 
No Brasil, os profissionais que desempenham a função de 
Assessoria de Imprensa costumam ter formação em Relações 
Públicas ou em Jornalismo. Em alguns países, a função não é 
exatamente de um jornalista, mas pode ser feita também por 
relações públicas e pessoas com formação em comunicação. 
Já em Portugal, não existe um acesso restrito à profissão e só 
muito recentemente algumas instituições universitárias lhe 
dedicam algumas matérias inseridas em cursos de comunicação 
e jornalismo. 
Segundo a explicação contida no website de uma empresa de 
assessoria de imprensa brasileira e que ressalta bem as 
peculiaridades dessa atividade, ainda há muita confusão entre 
assessoria de imprensa e publicidade. Entretanto, são formas de 
comunicação distintas. A publicidade utiliza-se de espaços pagos 
(anúncios) em mídia eletrônica ou impressa, de um produto, 
serviço ou empresa. Assessoria de imprensa é uma forma de se 
conquistar cobertura editorial (reportagens, notas em colunas 
etc.) nestas mesmas mídias, com apelo noticioso e não 
comercial. 
Uma Assessoria de Imprensa trabalha para um assessorado, que 
pode ser um cliente particular ou uma instituição. Empresas, 
pessoas físicas como "personalidades públicas", médicos, 
advogados, músicos e instituições e organizações como 
empresas estatais, autarquias, governos, partidos, sindicatos, 
clubes, ONGs, ou indivíduos, entre outros costumam utilizar 
serviços de assessoria de imprensa. O interesse pela assessoria, 
em geral, é determinado pela geração de informações de 
interesse público. 
5 
 
 
Objetivos gerais 
Estabelecer relações sólidas e confiáveis com os meios de 
comunicação e seus agentes, com o objetivo de se tornar fonte 
de informação respeitada e requisitada. 
Criar situações para a cobertura sobre as atividades do 
assessorado, para alcançar e manter – e, em alguns casos, 
recuperar – uma boa imagem junto à opinião pública. 
Apresentar, firmar e consolidar as informações pertinentes aos 
interesses do assessorado no contexto midiático local, nacional e 
internacional. 
Implementar a cultura de comunicação de massa nos aspectos 
interno e externo relativamente ao assessorado por meio de 
condutas pró-ativas junto à estrutura midiática. 
Capacitar o assessorado e outras fontes de informação 
institucionais a entender e lidar com a imprensa. 
Finalmente, mensurar o trabalho, mostrando relatórios 
consistentes (de preferência usando indicadores ou KPI) aos 
assessorados com os resultados conquistados. 
Uma das principais funções do assessor de imprensa é aproximar 
dos meios de comunicação a realidade das empresas, suas 
notícias e principalmente informações de interesse público. É 
impossível para os meios de comunicação ficarem sabendo de 
tudo o que ocorre em entidades privadas e organismos 
governamentais sem a ajuda de um assessor de imprensa. 
Contudo, os assessorados também precisam entender que não 
são todas as notícias internas da empresa que realmente 
interessam à imprensa. 
 
Press release 
Press releases ou Comunicados de imprensa, ou apenas 
releases são documentos divulgados por assessorias de 
imprensa para informar, anunciar, contestar, esclarecer ou 
responder à mídia sobre algum fato que envolva o assessorado, 
6 
 
positivamente ou não. É, na prática, uma declaração pública 
oficial e documentada do assessorado. 
Geralmente, releases são usados para anúncios e lançamentos 
de novidades, que a Assessoria tem interesse em que virem 
notícia. Um release bem estruturado pode ser o mote para uma 
pauta. 
O release deve conter informação jornalística com objetivo 
promocional para o assessorado — ou seja, ser ao mesmo tempo 
de interesse jornalístico e institucional. Pode ser definido como o 
material informativo distribuído aos jornalistas para servir de 
pauta ou ser veiculado completa ou parcialmente, de maneira 
gratuita. É uma proposta de assunto, um roteiro, uma sugestão 
de pauta, mas do ângulo de quem o emite. 
Os Press releases sobre eventos devem antecipar todos os 
dados relativos, além de facilitar o acesso dos profissionais de 
imprensa (caso exija credenciamento prévio, por exemplo). Sobre 
produtos, devem conter informações específicas, factuais e 
objetivas. Em todos os casos, uma boa contextualização do fato 
anunciado ajuda a inserir melhor o conteúdo do comunicado na 
pauta do veículo (em jargão jornalístico, dar "gancho" a uma 
matéria). 
O termo "press release" em inglês significa, literalmente, "soltura 
à imprensa", e deriva do título comum que abria os comunicados 
nos Estados Unidos: "for immediate release", ou "para divulgação 
imediata". 
Existe ainda o Press release direcionado, que é enviado com 
exclusividade para um único veículo quando se pretende 
negociar uma relação mais próxima entre a Assessoria e um 
órgão específico de imprensa. 
A popularização da internet facilitou o envio de comunicados por 
correio eletrônico (e-mail) , fazendo aumentar o uso deste 
recurso. Um aspecto disto é que, como conseqüência, houve 
também um aumento da prática por jornalistas de publicar 
releases integralmente ou quase inalterado. Para críticos, isto 
tem gerado um esvaziamento da apuração no Jornalismo e um 
crescimento indevido do poder das assessorias. 
7 
 
Outro motivo que dá a diminuição da pesquisa decampo do 
jornalista de redação é o enxugamento excessivo de jornalistas 
dos veículos de comunicação que sobrecarregados utilizam 
melhor o trabalho das assessorias e as solicitam mais. Também o 
excesso de jornalistas formados e o pouco trabalho em redações 
leva-os as assessorias. 
O release, contudo, ainda é bastante mal visto por muitos 
jornalistas das redações. Justamente por ter muitas assessorias 
de imprensa, alguns jornalistas recebem centenas de releases 
por dia. 
 
Press-kit 
Um Press-kit ou Pacote de imprensa é um pacote de Press 
release com brindes promocionais, uma amostra/réplica do 
produto ou o próprio produto, fotos de divulgação, credenciais de 
imprensa e outros itens que facilitem a cobertura jornalística 
sobre o que se quer divulgar e estimulem os jornalistas a publicar 
a intenção do assessorado. 
No formato de distribuição de noticiário denominado 
"Regionalização da Notícia", informações oriundas das regiões ou 
cidades em que será distribuido o release são insertadas neste 
release, como entrevistas de personalidades locais, informações 
sobre serviços disponíveis para os leitores da região ou cidade, 
oferta de respostas a dúvidas dos leitores locais e outras formas 
de interatividade. 
 
Mailing list 
A Mailing List (literalmente, "lista de correio") ou Mala Direta é 
uma lista de endereços de destinatários aos quais a Assessoria 
de Imprensa envia comunicados, notas, credenciais ou brindes 
com o propósito de incentivar a publicação de determinada 
informação. 
 
Entrevistas coletivas 
Coletiva de imprensa (português brasileiro) ou conferência de 
imprensa (português europeu) ou entrevista coletiva é um evento 
midiático onde uma assessoria de imprensa convida jornalistas 
8 
 
para transmitir-lhes alguma informação, frequentemente abrindo 
espaço para que estes façam perguntas acerca do assunto. 
Existem dois motivos principais para o agendamento de uma 
coletiva de imprensa. Uma é que a assessoria está tendo que 
responder a muitos questionamentos de repórteres – por 
telefone, por exemplo – e assim pode responder a todos de uma 
vez só; outro motivo é tentar atrair a atenção da imprensa para 
algo que, a princípio, não atraiu a atenção dos jornalistas.Coletiva 
de imprensa (português brasileiro) ou conferência de imprensa 
(português europeu) ou entrevista coletiva é um evento midiático 
onde uma assessoria de imprensa convida jornalistas para 
transmitir-lhes alguma informação, frequentemente abrindo 
espaço para que estes façam perguntas acerca do assunto. 
Em casos que uma declaração, opinião ou anúncio do 
assessorado seja de interesse para um número significativo de 
veículos de imprensa ou para a mídia em geral, as assessorias 
de imprensa convocam entrevistas coletivas, que são eventos 
nos quais o assessorado (ou um representante institucional) é 
entrevistado ao mesmo tempo por vários órgãos de imprensa e 
veículos de mídia. 
Geralmente, o acesso de um jornalista a uma entrevista coletiva 
depende de credenciamento prévio junto à assessoria ou à 
instituição. As perguntas passíveis de serem dirigidas ao 
assessorado podem ou não ter sido antecipadamente acordadas 
e normalmente são limitadas a uma por veículo, ou pelo menos 
uma por vez. 
Entrevistas coletivas também são momentos propícios para 
registro fotográfico. 
 
Eventos e sociabilidade 
Em certas ocasiões, uma Assessoria de Imprensa atua como 
produção de eventos, atividade que não é sua, de origem. 
Festas, coquetéis, cerimônias, seminários, oficinas, palestras, 
entre outros, são eventos que podem ser úteis à Assessoria para 
divulgar novidades ou atividades do assessorado. O público 
destes eventos pode ser tanto externo quanto interno, e eles 
9 
 
devem contar com a presença de agentes da mídia (jornalistas, 
editores, fotógrafos, publicistas) para que sejam bem-sucedidos. 
Comunicação Interna 
Comunicação interna é a função responsável pela comunicação 
efetiva entre integrantes de uma organização. Setor relativamente 
jovem, a comunicação interna baseia-se nas teorias e práticas de 
profissões relacionadas, como jornalismo, relações públicas, 
marketing e recursos humanos, entre outras. 
 
Definição 
Entende-se por Comunicação Interna o esforço de comunicação 
desenvolvido por uma empresa, órgão ou entidade para 
estabelecer canais que possibilitem o relacionamento, ágil e 
transparente, da direção com o público interno (na verdade, sabe-
se que há vários públicos internos em uma organização) e entre 
os próprios elementos que integram este público. Deve ficar 
claro, portanto, que a Comunicação Interna não se restringe à 
chamada comunicação descendente, aquela que flui da direção 
para os empregados, mas inclui, obrigatoriamente, a 
comunicação horizontal (entre os segmentos deste público 
interno) e a comunicação ascendente, que estabelece o feed-
back e instaura uma efetiva comunicação. Nas organizações em 
que se pratica apenas a comunicação descendente, talvez nem 
seja apropriado mesmo falar-se em comunicação, porque, como 
um processo, ela precisa realizar-se nos dois sentidos. 
Tradicionalmente, a comunicação interna tem sido relegada a um 
segundo plano no planejamento de comunicação das empresas, 
órgãos ou entidades, certamente porque falta aos empresários e 
executivos a consciência de que a comunicação (na verdade, a 
boa comunicação - transparente, ágil, democrática e participativa) 
é vital para o desenvolvimento e a sobrevivência das 
organizações. É um equívoco imaginar que a comunicação 
interna se restringe à circulação periódica de um jornal para os 
funcionários, mesmo porque os jornais empresariais, com raras 
exceções, têm uma pauta acentuadamente burocrática e não 
incluem , necessariamente, os empregados como sujeitos ativos 
do seu processo de produção. Nos últimos anos, em função do 
esforço para aumento da produtividade e da qualidade, a 
comunicação interna tem sido mais valorizada nas empresas, 
10 
 
mas é preciso ainda derrubar uma série de tabus e, sobretudo, 
democratizar a estrutura formal das organizações, que se 
caracterizam (evidentemente, há poucas e boas exceções) por 
uma hierarquia rígida e autoritária. Há uma bibliografia disponível 
neste site sobre o tema (menor do que se deveria esperar, dada 
a importância desta modalidade de comunicação) e é possível, 
ainda, consultar alguns artigos, de autoria de profissionais 
atuantes no mercado. 
A Comunicação Interna engloba todas as práticas e processos 
comunicativos de uma determinada organização com o seu 
público interno (funcionários, colaboradores, acionistas). 
Sendo estabelecida de forma correta, além de resultados 
positivos nas áreas administrativa, mercadológica e econômica, 
consegue tornar o ambiente de trabalho mais harmonioso e 
agradável para todos que constituem a empresa. Criar um 
planejamento estratégico, padronizando seus veículos de 
Comunicação, a organização consegue passar informações 
importantes, de forma organizada, clara e objetiva para seu 
público interno, evitando o surgimento de suposições e 
comentários errôneos, deixando os funcionários seguros e 
motivados, estabelecendo uma imagem harmônica e clara que 
transmite confiabilidade e credibilidade. 
Neste processo de reestruturação, são vários os recursos que a 
organização pode utilizar para que esta Comunicação Interna 
comece a funcionar trazendo resultados positivos com o passar 
do tempo, como: a criação de uma intranet única, a utilização de 
jornal mural e jornal interno, realizando pesquisas de satisfação e 
clima interno para tomar conhecimento da imagem que a 
organização possui na cabeça de seus colaboradores. 
Os colaboradores de uma organização querem ter conhecimento 
dos negócios da empresa, das decisões que ela toma, da 
situação que ela se encontra. A falta de informação, de uma 
comunicaçãoentre empresários e funcionários acaba gerando 
desmotivação e falta de comprometimento. Torna-se fundamental 
comunicar a missão da empresa, seus valores, metas e objetivos 
ao público interno, pois quanto maior for seu envolvimento com a 
organização, maior será o seu comprometimento. 
11 
 
Portanto, a Comunicação Interna compreende os procedimentos 
comunicacionais que ocorrem na Organização. Apoiando-se em 
ideais administrativos, “visa proporcionar meios de promover 
maior integração dentro da organização mediante o diálogo, a 
troca de informações, experiências e a participação de todos os 
níveis”(SCROFERNEKER, 2006, p. 47). 
 
A ESTRUTURA DE UMA COMUNICAÇÃO INTERNA 
 
Identificar canais de comunicação interna adequados é uma 
tarefa cuidadosa e que exige um bom conhecimento da empresa, 
dos seus costumes, da sua cultura e do perfil dos empregados. 
Conhecer o público e saber como chegar a cada um é o ponto de 
saída e a garantia de sucesso de um programa de comunicação 
interna. O cuidado com a linguagem, com os meios é 
fundamental. Não se pode informar a todos da mesma maneira, 
com o mesmo linguajar e com os mesmo veículos, a não ser que 
a neste caso dê preferência para a linguagem simples e que 
todos tenham acesso ao veículo, que pode ser uma reunião 
coletiva ou um informativo impresso. 
Hoje, devido a custos, muitas empresas estão escolhendo 
trabalhar a comunicação interna via Internet, Intranet. Quando 
todos, ou grande parcela, têm acesso tudo bem, isso funciona. 
Caso contrário, alternativas devem ser identificadas, como murais 
em locais estratégicos (refeitório, entrada da empresa, local do 
cafezinho, ônibus) e sistema de som. 
Qualquer iniciativa de comunicação deve passar por 
planejamento, revisto e discutido por uma equipe que contemple 
várias áreas da empresa, desde que a área de comunicação e a 
de recursos humanos interajam e se comprometam com o 
processo. É muito comum apenas uma das áreas assumir, 
eximindo a outra da responsabilidade, mas chamando-a para o 
trabalho "braçal". Enquanto não houver integração nas próprias 
áreas, é ilusão acreditar que a comunicação interna vai fluir. 
 
Como Estruturar a Comunicação Interna de uma 
Organização 
12 
 
 
A Organização que almeja resultados positivos e se preocupa 
com o futuro, precisa se preocupar primeiramente com a 
construção de uma Comunicação Interna eficaz. Para isto um 
plano de ação deve ser programado e executado. Podemos 
destacar os seguintes passos neste processo: 
1) motivar os funcionários, mantendo-os sempre informados 
sobre as diretrizes e mudanças na estrutura organizacional da 
empresa. 
2) direcionar as ações, estimular o cumprimento atingir metas. 
3) estimular o desenvolvimento pessoal e a interação com outras 
áreas. 
4) Preocupar com a forma que as mensagens são transmitidas. A 
comunicação deve ser clara, objetiva e, sobretudo transparente, 
que não dê margens a conotações e dúbios sentidos. 
5) atuar sempre em parceria com a gestão da organização, bem 
como estimulando os funcionários a entendê-los e mostrar de 
como podem alavancá-los com seu trabalho. 
6) despertar o sentimento de vitória, reconhecer as qualidades 
dos funcionários. 
7) informar o cenário econômico e tecnológico em que a empresa 
está inserida. 
8) passar uma imagem de que todos são capazes de superar às 
dificuldades e reverter à situação problemática. 
 
A COMUNICAÇÃO INTERNA E SUA IMPORTÂNCIA 
 
Para a maioria das empresas, a Comunicação Interna deixou de 
ser apenas uma forma alternativa de comunicar. Visto sua 
importância no ciclo de crescimento da empresa, agora é vista 
como área fundamental e suas atividades integradas ajudam a 
empresa em seu planejamento estratégico e êxito na conclusão 
de seus objetivos. 
Alguns gestores acreditam que não necessitam da criação da 
área de Comunicação Interna, entretanto, não imaginam que 
seus resultados poderiam ser maiores com a profissionalização 
desta área. 
Uma empresa com poucos colaboradores, independentemente 
de seu resultado e atividade, pode e deve estabelecer 
formalmente a Comunicação Interna. 
13 
 
Algumas organizações recém-criadas acreditam que os primeiros 
anos ainda são precoces para a implantação de um trabalho de 
Comunicação Interna. Essa é uma visão míope, pois nada melhor 
do que crescer cuidando de sua cultura organizacional desde a 
fundação da empresa. (CLEMEN, 2005, p. 45) Não podemos 
esquecer que as atividades de Comunicação Interna têm sempre 
que estar diretamente ligadas com o planejamento da empresa, 
tendo a visão clara do real interesse da empresa. 
Para a autora Maria Alzira Pimenta (1999, p. 100), existem alguns 
objetivos que se destacam mais: Construção da imagem 
institucional da empresa, Adequação dos trabalhadores ao 
aumento da competição no mercado, atender as exigências dos 
consumidores mais conscientes de seus direitos, defender 
interesses junto ao governo e aos políticos e encaminhar 
questões sindicais e relacionadas à preservação do meio 
ambiente, visto que hoje com a grande oferta de produtos o 
consumidor pode escolher entre as empresas que além de 
oferecem melhores preços, utilizam materiais biodegradáveis, 
prestam assistência técnica, demonstram respeito aos direitos 
trabalhistas. 
As empresas, em sua maioria, buscam na Comunicação Interna 
uma forma de suprir as necessidades dos cidadãos corporativos 
para poderem assim alcançar seus objetivos, que são: aumento 
dos lucros, melhor relacionamento entre os cidadãos 
corporativos, melhoria da imagem interna e externa da empresa 
entre outros objetivos que são fundamentais para o crescimento 
e desenvolvimento da empresa. As empresas que acham que 
seus resultados são gerados apenas pelos equipamentos de alta 
tecnologia estão completamente enganadas e direcionadas ao 
fracasso. Pois são as pessoas e sua interatividade, provocados 
pela Comunicação Interna, as principais responsáveis pelos 
resultados positivos de uma organização. Pode-se considerar que 
as pessoas, ou seja, os cidadãos corporativos são os principais 
responsáveis no êxito de quaisquer processos empresarial. 
A Comunicação Interna, não deve ser usada para fazer com que 
os empregados aceitem sem mais contestações às decisões 
tomadas pelos presidentes e diretores da instituição, pelo 
contrário, o departamento de comunicação interna deve ouvir as 
decisões, ou melhor, ideias dos presidentes e passar isso de 
14 
 
forma clara e objetiva para os demais funcionários, sendo 
totalmente imparcial em sua mensagem. Não podemos esquecer 
que em todas as empresas, sem nenhuma exceção, se não 
foram bem informadas pelas fontes certas, entram no chamado 
rádio peão, ou seja, comunicação informal. Este é o pior 
informante dos funcionários, uma simples decisão de conter 
gastos pode virar na imaginação dos funcionários e pelos 
burburinhos dos corredores, corte do quadro de funcionários, não 
pagamento de benefícios entre outras ideias mirabolantes 
causadas pela falta da comunicação clara e objetiva. 
Cabe ao departamento de Comunicação Interna produzir a 
integração entre todos os departamentos, sendo assim as ideias 
irão girar com maior rapidez, as pessoas se sentirão mais 
motivadas, por percebem que não são apenas extensões das 
máquinas. 
Como as publicações institucionais são voltadas apenas para o 
público interno, isso se torna um diferencial na empresa. As 
publicações organizacionais se propõem a combater o 
desconhecimento a respeito da empresa e promover a integração 
entre os públicos ligados a ela, ao mesmo tempo em que 
pretendem projetar a empresa para internamente assegurar a 
boa produtividade e externamente conseguir aumentar as 
vendas, e consequentemente, os lucros. Este é o objetivo 
finalista, pois as empresas conseguem atingir muitos outros 
objetivos intermediários com suaspublicações. (REGO, 1986, p. 
119). 
Para muitos, o departamento de Comunicação Interna pode estar 
ligado à qualquer outro departamento, quase sempre na área de 
Recursos Humanos, as pessoas não conseguem enxergar a 
Comunicação Interna como um departamento independente, com 
sua equipe de trabalho especializada exatamente em transmitir 
as mensagens com o pensamento em apenas um público, o 
interno, e ainda poucos gestores de empresas têm a consciência 
de que o público interno é tão importante quanto o público 
externo. 
Para CLEMEN (2005; 45), em vez de sistemas informais e 
amadores de Comunicação Interna, essas empresas poderiam 
realizar um trabalho direcionado e profissional de criação de valor 
15 
 
para a marca da Organização, considerando o público interno 
como principal multiplicador e disseminador de sua imagem. 
 
OS INSTRUMENTOS DA COMUNICAÇÃO INTERNA 
 
Jornal mural: este veículo, que deve se localizar em pontos 
estratégicos e de visibilidade dentro da organização pode ser 
descrito como um mural onde são dispostos os comunicados 
oficiais da instituição. Hoje, com o avanço da tecnologia, algumas 
empresas optam pelo mural eletrônico, que ao invés de se 
localizar no corredor, fica disponível na intranet. 
Veículos impressos: Uma de suas funções é a de registrar os 
principais acontecimentos e eventos da instituição num 
determinado período. Apresentam diversas vantagens, como a 
publicação de entrevistas com membros da equipe ou alunos e 
artigos de especialistas da entidade. Os impressos podem se 
aprofundar mais em determinados assuntos e trazer imagens. É 
importante que tais veículos mantenham uma linha editorial e 
periodicidade fixas. 
Exemplo: House organs, revistas e mala direta. 
Eventos: nesta categoria, destacam-se congressos, palestras, 
seminários, workshops, feiras e festas de confraternização. São 
muito eficazes por gerar visibilidade, trabalhar com a emoção e 
aproximar pessoas. 
Painel eletrônico: único equipamento que pode ser visualizado 
mesmo sob intensa luz solar. 
Telão e vídeos convencionais não possuem a mesma capacidade 
de visualização. 
Mídia eletrônica: aqui se destacam os portais, blogs, intranet, e-
mails, chats e fóruns. As vantagens estão na velocidade com a 
qual se transmite a informação e no grande número de 
receptores. No entanto, não se deve substituir todos os 
impressos pela mídia eletrônica, tendo em vista que em alguns 
casos não são todas as pessoas que têm acesso ao computador 
e à internet na empresa. 
16 
 
Minidoor: são cartazes confeccionados em folhas individuais de 
outdoor. Por terem tamanho reduzido, podem ser utilizados para 
divulgação de campanhas internas da organização, projetos e 
parcerias. 
Mobile marketing: torpedo SMS enviado via celular por meio de 
mailing preestabelecido. Além de auxiliar na comunicação 
interna, pode ser uma ferramenta de marketing direto. São 
funcionais em período de processos seletivos e outras 
divulgações especiais organização. 
Rádio e TVs internos: esses veículos, que podem ser produzidos 
pelos próprios colaboradores e gestores da organização, além de 
integrar recursos potenciais como som e imagem, podem divulgar 
diariamente os eventos e expor os profissionais da instituição. 
 
House organ 
House organ é a denominação dada ao veículo (jornal ou revista) 
de uma empresa ou entidade. Ele geralmente é concebido para 
divulgar os fatos e as realizações da empresa ou entidade e pode 
assumir diferentes configurações, dependendo do público a que 
se destina. 
 A maioria dos house organs tem o público interno como 
prioritário, mas há casos ( cada vez mais frequentes) em que a 
empresa ou entidade concebe dois ou mais house organs tendo 
em vista atingir, de maneira adequada (em termos de pauta e 
linguagem) públicos distintos. 
Na verdade, esta é a solução ideal, pois é difícil imaginar que um 
único veículo possa dar conta de promover a comunicação 
efetiva com públicos com background cultural e demandas 
informativas tão diversas, como os chamados trabalhadores do 
"chão de fábrica", os executivos, os acionistas, os clientes, os 
fornecedores e assim por diante. A época do house organ 
"bombril", isto é, aquele que tem mil e uma utilidades, já passou, 
ainda que as empresas ou entidades, por falta de percepção, 
continuem optando por esta alternativa. 
17 
 
As tecnologias modernas acrescentaram novas possibilidades 
aos house organs, com a inclusão dos boletins eletrônicos e 
interativos, disponíveis nas intranets. 
 Recentemente, tem crescido também a edição de newsletters, 
veículos informativos mais ágeis e que, sobretudo, circunscrevem 
conteúdos mais elitizados, destinados a públicos especiais, 
normalmente constituídos de leitores interessados em 
informações sobre negócios, mercado ou processos de gestão. 
 
 
Jornalismo Institucional 
 
Chama-se Jornalismo Institucional a especialização do jornalismo 
voltada para o público interno de uma instituição, seja qual for 
sua natureza (lucrativa, sem fins lucrativos, política, religiosa, 
militar, sindical etc.). 
 
O jornalismo institucional opera por vários suportes, mas 
principalmente house organs (impressos de circulação interna) e 
websites de internet e intranet. Geralmente é produzido por um 
jornalista ou relações públicas ou ainda por empresas de 
assessoria de imprensa. 
A produção de jornais-mural, fôlderes, panfletos e de vídeos 
institucionais também fazem parte do jornalismo institucional. 
Esse material pode ter caráter informativo ou de divulgação e 
marketing. 
Comunicação Organizacional 
Comunicação Organizacional é o tipo ou processo de 
comunicação que ocorre no contexto de uma organização, seja 
esta pública ou privada. Fazem parte da Comunicação 
Organizacional o conhecimento e o estudo dos grupos de 
interesse de uma instituição (públicos), o planejamento de 
práticas de comunicação nos âmbitos interno (comunicação 
interna) e externo (comunicação externa), aí compreendidos a 
escolha e os usos de medidas empregadas, sua implementação 
e sua contínua avaliação. 
18 
 
Atualmente os estudos sobre a Comunicação Organizacional se 
ampliam e tendem a levar cada vez mais em conta aspectos 
político-econômicos das instituições, sua inserção em contextos 
micro e macro-sociais, a existência de novas tecnologias de 
comunicação e as novas configurações das relações com os 
públicos. Diversas disciplinas contribuem para tais estudos, como 
a Antropologia (cultura organizacional), a Sociologia (revisão dos 
conceitos de público, estudos das redes sociais e teorias das 
ações coletivas), a Filosofia (ética, estudo dos conceitos e das 
lógicas dos discursos e práticas institucionais) e a Administração 
(estudos das organizações, gestão estratégica). 
A Comunicação Organizacional normalmente é uma área de 
atuação do profissional ou amador de Relações Públicas, mas 
atualmente vem contando também com a presença de jornalistas 
(Jornalismo institucional ou corporativo) e publicitários. A 
Universidade de Brasília - UnB, a partir do ano de 2010, está em 
processo de formação da primeira turma de Comunicação 
Organizacional, no Brasil. Esta turma de Comunicação 
Organizacional é vinculada à sua Faculdade de Comunicação, 
sem nenhuma relação de subordinação com a especialização em 
Relações Públicas, sendo uma nova formação, independente 
daquela (Relações Públicas). 
Hunt e Grunig (1994 apud KUNSCH, 1997, p. 119) afirmam que 
stakeholders são "Qualquer indivíduo ou grupo que pode afetar 
uma organização ou é afetado por suas ações, decisões, 
políticas, práticas ou resultados.". Existem diversas 
denominações para os públicos estratégicos, dentre as quais se 
destaca a defendida por Donaldson e Lorsch (1983 apud HITT, 
2003, p. 28) que os classificam em três grandes grupos: 
"Stakeholders no mercadode capitais - acionistas e principais 
fontes de capital-, stakeholders no mercado do produto - clientes 
primários, fornecedores, comunidades anfitriãs e sindicatos - e 
stakeholders no setor organizacional - empregados, gerentes e 
não gerentes". 
Comunicação Pública 
A comunicação pública trata dos processos de comunicação 
(instrumental) realizados pela sociedade civil organizada, Estado, 
governo e terceiro setor, com foco no interesse público, na 
19 
 
formação de uma sociedade cidadã e democrática, em encurtar 
distâncias sociais reduzindo as diferenças e em ampliar a 
capacidade analítica individual em prol do coletivo. 
A Constituição Federal de 1988 instaurou no Brasil o Estado 
Democrático de Direito, que tem como princípio a co-
responsabilidade do cidadão e do governo na formação do 
Estado e na defesa do interesse público. Esse modelo cria uma 
atenuação das fronteiras entre o público e o privado, abre espaço 
para a atuação da sociedade e de suas organizações em áreas 
tidas até então como exclusivas do Estado e exige dos cidadãos 
uma postura atuante, crítica e responsável. A comunicação, 
processo básico da vida em sociedade, reflete esse novo 
ambiente e assume características próprias, diferentes das que 
foram estudadas e conceituadas até então. Surge, então, o 
conceito de Comunicação Pública. 
Comunicação Pública é diferente de comunicação governamental 
e de comunicação política. 
A comunicação governamental é a praticada por um determinado 
governo, visando a prestação de contas, o estímulo para o 
engajamento da população nas políticas adotadas e o 
reconhecimento das ações promovidas nos campos político, 
econômico e social. Enfim, é uma forma legítima do governo se 
fazer presente perante a população. 
Comunicação política, ou marketing político, é uma forma de 
divulgação de um político ou de um partido político, com foco no 
processo eleitoral, e carece, portanto, da indispensável 
legitimação da sociedade. 
Tanto a comunicação governamental como a política buscam 
atingir a opinião pública, frequentemente usando a propaganda, 
buscando respostas rápidas e efeitos imediatos que possam ser 
auferidos pelas pesquisas e transformados em estratégias de 
campanha. É comum o uso extensivo e intensivo da mídia na 
competição por resultados eleitorais e/ou político-partidários, e 
frequentemente servem como instrumento de gestão de um 
processo social complexo, imprevisível e de difícil planejamento. 
 
Já o conceito de Comunicação Pública relaciona-se diretamente 
20 
 
com a correta compreensão do termo "bem público". Esse termo, 
por muitos anos, foi entendido erroneamente como o "bem", ou 
"aquilo", que não pertence a ninguém. No atual contexto em que 
vivemos no Brasil, o "bem público" é, e deve ser amplamente 
compreendido e reconhecido, como "aquilo" que pertence a 
todos. Logo, deve ser tratado e defendido como próprio, por 
dever e direito. 
A Comunicação Pública implica numa prática comprometida com 
a democracia e a construção da cidadania e é, portanto, um 
conceito que supõe um posicionamento político (que não é o 
mesmo que partidário). A abrangência do conceito é ampla e este 
não pode ser reduzido, na medida em que precisa nortear uma 
legítima política de comunicação entre Estado e sociedade. 
Público é visto, na democracia como o que convém e interessa a 
todos. Portanto, a comunicação pública pode ser entendida como 
um processo de comunicação indispensável à democracia, como 
maneira de garantir a liberdade e a autonomia da sociedade, 
tendo como principais fundamentos a diversidade e a diferença. A 
Comunicação Pública é, portanto, a comunicação que acontece 
no espaço público e pretende ser um meio de negociação, debate 
e interesse público, envolvendo a Sociedade Civil, o Estado e o 
Governo. 
Ética Jornalística 
A Ética Jornalística é o conjunto de normas e procedimentos 
éticos que regem a atividade do jornalismo. Ela se refere à 
conduta desejável esperada do profissional. Portanto, não deve 
ser confundida com a deontologia jornalística ligada à dêontica, a 
deontologia se refere a uma série de obrigações e deveres que 
regem a profissão. Embora geralmente não institucionalizadas 
pelo Estado, estas normas são consolidadas em códigos de ética 
que variam de acordo com cada país. 
 
Atualmente, o jornalismo oscila entre a imagem romântica de 
árbitro social e porta-voz da opinião pública e a de empresa 
comercial sem escrúpulos que recorre a qualquer meio para 
chamar a atenção e multiplicar suas vendas, sobretudo com a 
intromissão em vidas privadas e a dimensão exagerada 
concedida a notícias escandalosas e policiais. 
 
21 
 
Jornalismo é também definido como "a técnica de transmissão de 
informações a um público cujos componentes não são 
antecipadamente conhecidos". Este particular diferencia o 
Jornalismo das demais formas de comunicação. Atualmente, 
termo Jornalismo faz referência a todas as formas de 
comunicação pública de notícias e seus comentários e 
interpretações. 
 
O tipo de jornalismo de ética duvidosa ou contestável é chamado 
de imprensa marrom. 
 
Objetividade 
 
Um princípio comum no jornalismo é o da objetividade, que prega 
que o texto deve ser orientado pelas informações objetivas, não 
subjetivas — ou seja, descrevendo características do objeto da 
notícia, e não impressões ou comentários do sujeito que o 
observa (no caso, quem redige a matéria). Por exemplo, o texto 
jornalístico pode conter grandezas (altura, largura, peso, volume, 
temperatura etc.), propriedades materiais (forma, cor, textura etc.) 
e descrição de ações, mas não adjetivos e advérbios opinativos 
("bom", "ruim", "melhor", "pior", "infelizmente" etc.). 
 
Mais recentemente, no entanto, diversos críticos e profissionais 
têm refutado este princípio, alegando que, na prática, "a 
objetividade não existe", pois toda construção de texto é um 
discurso e uma narrativa em que ocorrem seleções vocabulares 
influenciadas por ideologias, pela práxis e por outros valores 
subjetivos. 
 
Estes críticos costumam referir-se a este princípio, 
desdenhosamente, como o "Mito da Objetividade". 
 
Imparcialidade 
 
A questão da imparcialidade é também central nas discussões 
sobre ética jornalística. É difícil distinguir textos jornalísticos 
objetivos do chamado jornalismo opinativo. Jornalistas podem, 
intencionalmente ou não, cair como vítimas de propaganda ou 
desinformação. Mesmo sem cometer fraude deliberada, 
jornalistas podem dar um recorte embasado dos fatos sendo 
22 
 
seletivos na apuração e na redação, focando em determinados 
aspectos em detrimento de outros, ou dando explicações parciais 
— tanto no sentido de incompletas quanto de tendenciosas. Isto é 
especialmente efetivo no Jornalismo Internacional, já que as 
fontes da apuração estão mais distantes para serem checadas. 
 
 
Verdade e precisão 
 
Todos os Códigos de Ética do jornalismo incluem como valores e 
preceitos fundamentais do jornalismo a busca da verdade, a 
veracidade e a precisão das informações. 
 
No Brasil, o Código de Ética da FENAJ (Federação Nacional dos 
Jornalistas), estabelece, no art. 2º, I, que "a divulgação da 
informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação 
e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus 
proprietários" e no art. 2º, II, acrescenta que "a produção e a 
divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos 
fatos". Por fim, o artigo 4º afirma que "o compromisso 
fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, 
deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos 
acontecimentos e na sua correta divulgação" e o art. 7º, que: "O 
jornalista não pode (...) II - submeter-se a diretrizes contrárias à 
precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da 
informação”. 
 
Por sua vez, a Declaraçãode Princípios sobre a Conduta do 
Jornalista, da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ ou IFJ, 
na sigla em inglês), afirma que "jornalistas dignos do nome" (art. 
9) devem seguir fielmente o princípio estabelecido no artigo 1º: 
"O respeito à verdade e ao direito do público à verdade é a 
primeira obrigação do jornalista". 
 
Confidencialidade 
 
As fontes jornalísticas são pessoas, entidades e documentos que 
fornecem informações aos jornalistas, seja emitindo comentários 
e opiniões, verificando o rigor de dados obtidos ou aferindo a 
veracidade dos juízos de valor que lhes foram confiados. Em 
23 
 
vários casos, as fontes concordam em prover estas informações 
desde que sua identidade seja preservada incógnita pelo 
jornalista com quem conversa. Nestas situações, o profissional 
(repórter, editor ou redator) tem o dever de mantê-la no 
anonimato e só pode revelá-la caso autorizado pela própria fonte. 
 
Quando a fonte concorda em aparecer, mas fornece uma 
informação pela qual não está disposto a responder ou sustentar, 
ou não autoriza sua publicação, diz-se que a informação é dada 
off the records (fora de registro), ou simplesmente "em off". 
 
Nos EUA, entre 2003 e 2005, houve um famoso caso de quebra 
de confidencialidade de fonte determinada pela Justiça, 
envolvendo a repórter Judith Miller, do New York Times, o 
colunista Robert Novak do Washington Post, e a agente da CIA 
Valerie Plame. 
 
Também em 2005, no mesmo país, foi revelada a identidade do 
informante Mark Felt, conhecido como Garganta Profunda, que 
entre 1972 e 1974 servira como principal fornecedor de 
informações confidenciais aos repórteres Bob Woodward e Carl 
Bernstein no caso Watergate. 
 
Jabá 
 
Algumas relações entre jornalistas e os assuntos de suas 
matérias chegam a ser promíscuas, principalmente quando as 
fontes e personagens oferecem benefícios materiais em troca de 
exposição na mídia, publicidade ou elogios. Na maior parte das 
vezes, porém, este tipo de "propina" ou "suborno" ocorre 
tacitamente, veladamente, para evitar que alguma das partes seja 
formalmente acusada. Uma maneira comum de oferecer esta 
troca é enviar presentes ao responsável pela matéria. No Brasil, 
esta prática de suborno implícito é chamada pelo jargão jabaculê 
ou simplesmente jabá. 
 
O jabá ocorre frequentemente com críticos e no Jornalismo 
Cultural. 
 
Matéria encomendada 
24 
 
 
Também é um problema ético quando determinadas assessorias 
de imprensa negociam com jornalistas dos veículos a inclusão na 
pauta de determinado assunto que seja de interesse da 
instituição ou do indivíduo que elas assessoram. Nos casos em 
que o assunto, por conta própria, não tenha valor noticioso 
suficiente para ser publicado, diz-se que a matéria foi "plantada" 
na redação — ou seja, nascida no ambiente externo à redação, e 
não naturalmente, pelo "faro" dos repórteres. 
 
Quando, por outro lado, a pauta é indicada por um superior na 
redação, por um dos diretores, executivos ou até pelo dono do 
veículo, diz-se que a matéria é "recomendada", termo que no 
jargão jornalístico é conhecido como reco, pauta rec ou pauta 
500. 
 
 
Quarto Poder 
 
Uma função do Jornalismo nos regimes democráticos é fiscalizar 
os poderes públicos e privados e assegurar a transparência das 
relações políticas, econômicas e sociais. Por isto, a imprensa e a 
mídia são às vezes cognominadas de Quarto Poder (em seguida 
aos poderes constitucionalmente estabelecidos: Executivo, 
Legislativo e Judiciário). 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DO JORNALISMO NO BRASIL 
 
O Código de Ética dos Jornalistas brasileiros está em vigor desde 
1987, depois de aprovado no Congresso Nacional dos 
Jornalistas. Segundo a Federação Nacional dos Jornalistas 
(FENAJ) o documento "fixa as normas a que deverá subordinar-
se a atuação do profissional, nas suas relações com a 
comunidade, com as fontes de informação, e entre jornalistas". 
As punições previstas incluem desde advertência até expulsão do 
sindicato respectivo. 
 
O que normalmente os jornais fazem atualmente é ter um 
responsável jurídico para adequar textos que possam difamar, 
caluniar e injuriar pessoas. Não só pela questão social 
25 
 
democrática do direito do indivíduo, mas porque os processos 
judiciais saem muito caros e danosos financeiramente para os 
veículos de comunicação e muito caros para a imagem. As 
matérias mais polêmicas, portanto são verificadas e colocadas 
em termos jurídicos não prejudiciais à sociedade e ao veículo de 
comunicação. 
 
Um caso notório de erro jornalístico no Brasil foi o da Escola 
Base, no qual vários órgãos de imprensa publicaram acusações 
de que um casal de pedagogos numa escola em São Paulo 
estaria praticando abuso sexual com seus alunos. Mais tarde, as 
acusações se provaram infundadas e a Justiça determinou que 
os caluniados fossem indenizados. 
 
Outros casos foram os programas polêmicos de televisão que 
duvidam da veracidade dos casos apresentados. E teve uma 
pressão comercial de que marcas e produtos não fizessem 
propostas de comerciais com as emissoras. 
 
Em janeiro de 2012, a Associação dos Cronistas Esportivos do 
Rio de Janeiro decidiu punir profissionais da mídia que 
comemorarem gols durante uma partida. A medida ocorreu após 
o repórter Eric Faria, da TV Globo, ser flagrado pelas câmeras do 
Premiere, da Globosat, comemorando o primeiro gol vascaíno 
durante uma partida entre Fluminense e Vasco. 
 
 
CÓDIGO DEONTOLÓGICO DO JORNALISMO 
 
Em Portugal, o Código de Ética se denomina Código 
Deontológico. 
O episódio das crianças de pré-escola situada no bairro do 
Cambuci, São Paulo, foi praticamente esgotado no livro "Caso 
Escola Base - Os abusos da imprensa", do então graduando em 
jornalismo, Alexander Augusto Ribeiro, conhecido por Alex 
Ribeiro. O então bacharelando pesquisou sobre o assunto - teve 
facilidades, porque era oficial de justiça do Fôro Criminal de São 
Paulo - para elaborar trabalho de conclusão de curso. O então 
diretor da Escola de Comunicações e Artes - ECA - da 
Universidade de São Paulo, Jair Borin, já falecido, afirmou que o 
aluno havia escrito um livro sobre ética da profissão, ao invés de 
26 
 
mero trabalho de conclusão de curso. Publicado, se tornou 
referência em Ética Jornalística, propicado ao autor o "Prêmio 
Jabuti". Hoje, a obra se encontra esgotada, e o autor é 
correspondente em Washington, de um grande jornal brasileiro 
de economia. 
Conceitos diversos 
ENTREVISTA 
 
Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o 
entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo 
entrevistador para obter informação do entrevistado. Os 
repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas 
declarações que validem as informações apuradas ou que 
relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a 
rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o 
ajudarão a construir a matéria. 
Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser 
trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da 
entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações 
disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que 
será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas 
que levem o entrevistado a fornecer informações novas e 
relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber 
se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, 
fato que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais 
do tema. Por exemplo, quando o repórter vai entrevistar o 
presidente de uma instituição pública sobre um problema que 
está a afetar o fornecimento de serviços à população, ele tende a 
evitar as perguntas e a querer reverter a resposta para o que 
considera positivo na instituição. É importante que o repórter seja 
insistente. O entrevistador deveconquistar a confiança do 
entrevistado, mas não tentar dominá-lo, nem ser por ele 
dominado. Caso contrário, acabará induzindo as respostas ou 
perdendo a objetividade. 
As entrevistas apresentam com frequência alguns sinais de 
pontuação como o ponto de interrogação, o travessão, aspas, 
reticências, parêntese e às vezes colchetes, que servem para dar 
ao leitor maior informações que ele supostamente desconhece. O 
título da entrevista é um enunciado curto que chama a atenção 
27 
 
do leitor e resume a ideia básica da entrevista. Pode estar todo 
em letra maiúscula e recebe maior destaque da página. Na 
maioria dos casos, apenas as preposições ficam com a letra 
minúscula. O subtítulo introduz o objetivo principal da entrevista e 
não vem seguido de ponto final. É um pequeno texto e vem em 
destaque também. A fotografia do entrevistado aparece 
normalmente na primeira página da entrevista e pode estar 
acompanhada por uma frase dita por ele. As frases importantes 
ditas pelo entrevistado e que aparecem em destaque nas outras 
páginas da entrevista são chamadas de "olho". 
 
Métodos de entrevista 
 
Os métodos de entrevista são uma aplicação dos processos 
fundamentais de comunicação que quando são corretamente 
utilizados permitem ao investigador retirar das suas entrevistas 
elementos de reflexão muito ricos. Nos métodos de entrevista, 
contrariamente ao inquérito por questionário, há um contato 
direto entre o investigador e os seus interlocutores. Esta troca 
permite o interlocutor do investigador exprimir as suas ideias, 
enquanto que o investigador, através das suas perguntas, facilita 
essa expressão e não deixá-la fugir dos objetivos de 
investigação, cabendo também ao investigador trazer elementos 
de análise tão fecundos quanto possível. 
No âmbito da análise de histórias de vida, o método de entrevista 
é extremamente aprofundado e detalhado com muitos poucos 
interlocutores, o que leva a que as entrevistas sejam divididas em 
várias sessões. O método de entrevista é especialmente 
adequado na análise que os autores dão às suas práticas, na 
análise de problemas específicos e na reconstituição de um 
processo de ação, de experiências ou acontecimentos do 
passado. Tem como principais vantagens o grau de profundidade 
dos elementos de análise recolhidos, a flexibilidade e a fraca 
diretividade do dispositivo que permite recolher testemunhos dos 
interlocutores. Quanto a desvantagens, a questão de flexibilidade 
também pode vir ao de cima. Isto porque o entrevistador tem que 
saber jogar com este fator, de forma a estar à vontade, mas 
também de forma a não intimidar o interlocutor, o que poderia 
ocorrer caso, por exemplo, a linguagem ou a postura do 
entrevistador fossem de tal forma flexíveis. Outra desvantagem 
28 
 
comparativamente ao método de inquérito por questionário é o 
fato de os elementos recolhidos não se apresentarem 
imediatamente sob uma forma de análise particular. 
O método das entrevistas está sempre relacionado com um 
método de análise de conteúdo. 
Quantos mais elementos de informação conseguirmos aproveitar 
da entrevista, mais credível será a nossa reflexão. 
 
Entrevista não-dirigida 
Uma entrevista para a televisão. 
A entrevista semi-diretiva é a mais utilizada em investigação 
social. É semi-diretiva, pois é encaminhada por uma série de 
perguntas guias, relativamente abertas e não muito precisas, que 
não obedecem necessariamente à ordem que está anotada no 
guião. O entrevistador desta forma, “deixará andar” dentro do 
possível o entrevistado, esforçando-se apenas para 
reencaminhar a entrevista para os seus objetivos quando esta se 
perder um pouco, colocando perguntas às quais o entrevistado 
não chega por si próprio, de forma natural e no tempo certo. 
 
Entrevista dirigida 
Já a entrevista dirigida, ou focused interview, tem como objectivo 
analisar uma experiência que o entrevistado tenha vivido ou 
assistido. O entrevistador não dispõe de nenhum guião com 
perguntas preestabelecidas, mas sim de uma lista de tópicos 
relativos ao tema estudado que serão necessariamente 
abordados ao longo da entrevista com o desenrolar da conversa. 
 
VALOR NOTÍCIA 
 
Valor-notícia é um valor subjetivo que determina a importância 
que um fato ou acontecimento tem para ser noticiado. Por este 
motivo é também designado de critério de noticiabilidade. Sua 
experiência profissional e intuição. Os fatores ou critérios que dão 
um fato valor-notícia coincidem na maior parte das redações dos 
meios de comunicação social. Em 1965, Johan Galtung e Mari 
29 
 
Holmboe Ruge enumeraram esses fatores. A sua análise 
mantém-se atual embora existam outras tipologias. 
 
De acordo com o impacto 
Amplitude: quanto maior o número de pessoas envolvidas maior 
a probabilidade de o acontecimento ser noticiado. Mas há que 
contar com o fator da proximidade ou o princípio do morto-
quilômetro: 300 mortos em Mogadíscio valem menos do que 10 
mortos nos arredores de Lisboa (exemplo adaptado à realidade 
portuguesa) 
Frequência: quanto menor for a duração da ocorrência menor 
probabilidade terá de ser relatada em notícia. Por exemplo, um 
terremoto terá mais relevância noticiosa do que as medidas 
tomadas após o mesmo. Acontecimentos de longa duração, 
como por exemplo, a viagem de satélites pelo espaço, têm fraca 
cobertura. Os acontecimentos rotineiros podem ser noticiados se 
tiverem interesse para muita gente como os jogos de futebol do 
fim-de-semana e as reuniões parlamentares, por exemplo. Já o 
fato rotineiro de os comboios chegarem sempre há horas não tem 
valor-notícia. 
Negatividade: as más notícias vendem mais do que boas 
notícias. Além disso, são mais fáceis de noticiar do que boas 
notícias. Entre as más notícias há uma certa hierarquia na 
preferência do leitor, telespectador, ouvinte ou internauta. O 
noticiário envolvendo morte tem grande impacto junto à 
audiência. As mortes por assassinato são as que mais comovem 
e, consequentemente, atraem o público. Depois vêm as notícias 
de mortes por atentados, guerras e conflitos diversos, acidentes 
aéreos, automobilísticos ou por qualquer meio de transporte e as 
tragédias naturais. A morte de celebridades, trágica ou não, 
também têm grande poder de atração da audiência por parte dos 
meios de comunicação. 
Caráter inesperado: Um evento totalmente inesperado terá mais 
impacto do que um evento agendado e previsto. Como o 
jornalista Charles Anderson Dana escreveu: "Se um cão mordeu 
um homem, isso não é notícia. Mas se um homem morder um 
cão, isso é notícia!!!" 
30 
 
Clareza: eventos cujas implicações sejam claras vendem mais 
jornais do que aquelas que estão abertas a mais do que uma 
interpretação, ou cujo entendimento exija conhecimentos acerca 
dos antecedentes ou contexto desse mesmo evento. 
 
De acordo com a empatia com a audiência 
Personalização: as ocorrências que possam ser retratadas como 
ações de indivíduos atraem um maior interesse humano pela 
história relatada pelo jornalista. 
Significado: este critério está relacionado com a proximidade 
geográfica e cultural que a ocorrência possa ou não ter para o 
leitor. Notícias sobre acontecimentos, pessoas e interesses mais 
próximos do leitor terão um maior significado para ele. 
Referência a países de elite: notícias relacionadas com países 
mais poderosos têm maior destaque do que notícias relativas a 
países de menor expressão política e econômica. 
Referência a pessoas que integram a elite: histórias acerca de 
pessoas ricas, poderosas, influentes e famosas recebem uma 
maior cobertura noticiosa. 
 
De acordo com o pragmatismo da cobertura mediática 
Consonância: segundo este critério os jornalistas têm esquemas 
mentais em que prevêem que determinado acontecimento pode 
vir a ocorrer. Esta previsão tem a ver com a experiência e rotina 
do jornalistaque escolhe o que é noticiável em consonância com 
aquilo que tinha antevisto. Assim se uma ocorrência corresponder 
às expectativas do jornalista terá maiores probabilidades de ser 
publicada. 
Continuidade: uma vez publicada, a notícia ganha uma certa 
inércia. Como a história já foi tornada pública existe uma maior 
clareza acerca da mesma. Isto cria um acompanhamento da 
notícia até que outras notícias mais importantes em agenda 
obriguem a deixar cair o assunto. 
Composição: o arranjo das notícias por rubricas, seções ou 
cadernos deve ser equilibrado. Se um acontecimento 
internacional for importante terá de competir com o valor de 
31 
 
outros acontecimentos internacionais para ocupar um 
determinado espaço na seção dedicada a este tipo de notícias. 
Assim a importância de uma história não depende apenas do seu 
valor-notícia, mas também do seu valor face a outras histórias. 
 
 
 
TÉCNICA DE REDAÇÃO 
 
Técnica de redação é o nome que se dá à disciplina que 
determina as técnicas de escrever para a imprensa e veículos 
jornalísticos. A redação jornalística é o estilo de prosa curta, 
utilizado em matérias jornalísticas e boletins noticiosos 
publicados em jornais, revistas, rádio e televisão. 
 
A técnica diz respeito não apenas à estrutura frasal e ao 
vocabulário utilizados, mas também a ordem em que as 
informações são apresentadas, o tom, o discurso e os interesses 
dos leitores. 
Esta estrutura é chamada de pirâmide invertida. Entre os maiores 
e mais respeitados jornais, franqueza e equilíbrio são fatores 
fundamentais na apresentação verbal da informação. As políticas 
editoriais determinam o não uso de adjetivo, eufemismos e 
jargões. Jornais com público leitor internacional, por exemplo, 
geralmente usam estilo de redação mais formal. 
 
Especificamente, a redação jornalística deve ser inteligível para a 
maior parte dos leitores em potencial, bem como ser instigante e 
concisa. Dentro destes limites, matérias também pretendem ser 
compreensíveis ou satisfazer a curiosidade dos leitores. Os 
jornalistas devem antecipar as dúvidas dos leitores e respondê-
las. 
 
A prosa jornalística deve ser explícita e precisa, além de tentar 
não se basear em jargões de profissões ou comunidades 
específicas. Via de regra, jornalistas não usam termos incomuns 
quando podem usar palavras coloquiais. A construção gramatical 
utilizada é sujeito-verbo-predicado. 
 
Em jornalismo mais popular ou literário, é comum incluir 
exemplos, metáforas e anedotas, e menos generalizações e 
32 
 
idéias abstratas. Redatores geralmente evitam repetir a mesma 
palavra em frases seguidas. O mais importante, no entanto, é 
utilizar termos "neutros", na medida do possível, que não 
traduzam julgamento de valor. O uso de elogios e pejorativos é 
visto como falta de objetividade. 
 
Estrutura da notícia e Pirâmide invertida 
Professores de redação costumam descrever a organização ou 
estrutura da notícia como uma "pirâmide invertida": o lado mais 
largo (a base) da pirâmide fica voltado para cima, pois as 
informações mais importantes devem vir no início do texto. 
Essencialmente, os jornalistas colocam na abertura da matéria os 
elementos mais relevantes e interessantes do fato. As demais 
informações seguem em ordem decrescente de importância. 
 
O elemento estrutural mais importante de uma matéria é o seu 
lide ou lead (ou, até lede, uma grafia usada em inglês para evitar 
confusão com leading, um conceito usado em tipografia). O lide é 
a primeira frase — ou, em casos especiais, as duas primeiras 
frases. O princípio de antecipar a informação se aplica 
especialmente ao lide, mas a ilegibilidade de frases longas 
contrai o tamanho do lide. Por isso, redigir um lide é, 
tecnicamente, um problema de otimização, no qual o objetivo é 
articular o dado mais inovador ou relevante em uma única frase, 
de acordo com o material da apuração. É comum afirmar que a 
imensa maioria dos leitores lê apenas o lide de cada matéria. 
 
 
TÉCNICA DE APURAÇÃO 
 
Apuração é a etapa do processo da produção jornalística no qual 
se busca informações que podem ou não ser empregadas no 
texto final. A apuração é normalmente associada a matérias, 
mas qualquer conteúdo jornalístico exige alguma apuração. 
 
Ir até o local dos acontecimentos, buscar documentos, entrevistar 
fontes, ou realizar pesquisas de qualquer tipo são os métodos de 
apuração. No caso das matérias jornalísticas, a pauta pode ser 
considerada o ponto de partida da apuração. No caso dos 
veículos impressos, o que sucede a apuração é a redação e, 
idealmente, a confirmação das informações apuradas. 
33 
 
 
A apuração pode estar associada a checagem dos fatos,e é o 
que difere os jornalistas de todos os outros profissionais 
envolvidos na elaboração de um jornal. Também é uma maneira 
de tentar aproximar a informação da verdade jornalística. 
 
REDAÇÃO 
 
Redação (AO 1945: redução) é o processo de redigir (escrever) 
um texto. É uma atividade presente na cultura civilizada desde a 
invenção da escrita, e atualmente considerada um campo 
profissional e artístico na literatura, na produção de roteiros, na 
elaboração de relatórios e documentos, na publicidade e no 
jornalismo — entre diversas outras áreas. Por extensão, redação 
também é o termo usado no jargão jornalístico brasileiro para o 
ambiente de trabalho dos jornalistas de um veículo (jornal, 
revista, rádio, TV ou website). 
 
O profissional que vive exclusivamente de escrever (textos não-
autorais) é chamado de redator. 
 
Máquinas de escrever como esta Olivetti eram as ferramentas 
mais usadas pelos jornalistas até o fim da década de 1980. 
Em Jornalismo, redação significava a etapa de construção da 
notícia na qual o texto final é escrito a partir dos dados obtidos na 
apuração ou reportagem. O profissional especializado neste 
processo é chamado de Redator e o produto de seu trabalho 
geralmente são matérias. 
 
A redação jornalística começa a partir do clímax, da informação 
mais relevante na narrativa. As primeiras palavras do texto de 
uma matéria (primeira frase e, às vezes, segunda frase) contêm 
os dados principais (o fato, os personagens, o local, o dia e o 
horário, as causas) e são chamadas de lide ou lead, termo em 
inglês que significa "guia", ou "o que vai na frente". O lide-
sumário é o primeiro parágrafo de uma reportagem e deve 
resumir a notícia. 
 
O conjunto de procedimentos técnicos utilizados para a redação 
jornalística é chamado de técnica de redação. 
34 
 
 
Concretamente, o que se chama de uma redação no jargão é um 
ambiente de trabalho, equivalente ao termo inglês newsroom. É o 
local onde trabalham jornalistas, repórteres, editores, produtores 
e outros profissionais relacionados à edição de notícias para 
publicações em jornais e revistas ou transmissão em televisão ou 
rádio. 
 
Em redações televisivas é comum encontrar uma ou mais 
bancadas de onde são apresentados os telejornais. Quando é o 
caso, quase sempre a redação é exibida ao fundo dos 
apresentadores, compondo o cenário do telejornal. Porém, isto 
não é uma regra. Entre os telejornais brasileiros que têm a 
redação ao fundo, podemos destacar o Jornal Nacional, SBT 
Brasil, Jornal da Band e o Jornal da Record, noticiários principais 
de quatro das maiores emissoras de televisão do Brasil. 
 
Redação publicitária 
Em Publicidade e Propaganda, redação significa, na sua 
definição mais restrita, a elaboração criativa de peças 
publicitárias, a partir de apelo textual persuasivo. É comum nas 
agências de propaganda o modelo de criação publicitária 
chamado duplas de criação (Redator e Diretor de Arte). A cargo 
do primeirdfo fica a criação de chamadas ou títulos e textos; 
complementos de peças impressas, imagens, roteiros para rádio, 
televisão ou cinema. A cargo do segundo, fica a melhor 
apresentação do roteirocriado, utilizando todos os mecanismos 
que nos fazem "sentir", "absorver", degustar a redação. A função 
do Redator e do Diretor de Arte, é mais ampla como profissionais 
criativos, elaboram peças publicitárias completas em suas 
diversas aplicações: anúncios, textos, spots de rádio e jingles, 
filmes, peças para internet, ações de marketing entre muitas 
outras. 
 
Redator profissional 
Os profissionais da escrita que trabalham com redação são 
denominados redatores, e podem exercer diversas funções, tais 
como redator de textos técnicos, científicos ou comerciais; 
escritor de ficção, contista, cronista, ensaísta, fabulista, folclorista, 
35 
 
poeta, trovador, letrista de música, libretista, novelista, 
romancista, prosador, memorialista, biógrafo, enciclopedista, 
glossarista; dramaturgo; roteirista/argumentista de produtos 
audiovisuais ou história em quadrinhos; adaptador de obras para 
rádio, teatro, cinema e televisão; crítico de música, teatro, 
cinema, dança, artes plásticas, televisão, crítico literário; e 
ombudsman. 
 
Segundo o Cadastro Brasileiro de Ocupações organizado pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, esta é a descrição 
sumária da atividade dos redatores profissionais: 
 
Escrevem textos literários para publicação, representação e 
outras formas de veiculação e para tanto criam projetos literários, 
pesquisando temas, elaborando esquemas preliminares. 
Podem buscar publicação ou encenação da obra literária bem 
como sua divulgação. 
Jornalismo Digital 
Jornalismo online ou ciberjornalismo é o jornalismo praticado no 
novo meio comunicacional da Internet. 
Em teoria, deverá recorrer a técnicas diferentes do jornalismo 
tradicional impresso. Há até discussões sobre a aplicação da 
tradicional técnica jornalística da pirâmide invertida na construção 
de notícias online, propondo o recurso a uma estrutura de blocos 
que permite que o leitor "construa" a sua leitura da notícia. 
No entanto, não é ainda muito frequente a utilização do 
hipertexto, "Uma das mais poderosas ferramentas de publicação 
na Internet" (Steve Outing) em notícias online. 
O webjornalismo, jornalismo online, ciberjornalismo, jornalismo 
electrónico ou jornalismo digital é o jornalismo dos meios digitais, 
como CD-ROM e internet. Tendo sido, inicialmente, apenas uma 
versão dos jornais impressos veiculada na internet, o 
webjornalismo acabou por seguir trajetória diferente. 
Definições 
Jornalismo online (JOL) pode ser definido como a coleta e 
distribuição de informações por redes de computadores como 
internet ou por meios digitais. Os holandeses Bardoel e Deuze 
36 
 
usam um nome específico e adequado para esta produção: 
network journalism, o jornalismo em rede. Já o professor de 
jornalismo californiano Doug Millison pensa em uma abrangência 
maior: 
Ainda há outras tecnologias que podem ser incluídas nesta lista: 
a edição de sistemas de ajuda (help) de computadores, como o 
Windows Help e o HTML Help, e apresentações de slides para 
palestras. 
 
CARACTERÍSTICAS DO JOL 
 
Independentemente de suas múltiplas definições, o jornalismo 
online apresenta algumas características específicas em relação 
a aspectos que quase sempre existiram nas mais diversas 
mídias, em diversos graus. 
Segundo uma pesquisa informal entre usuários de um site sobre 
JOL, cerca de 41% dos participantes apontaram que a 
instantaneidade é o que mais caracteriza o webjornalismo. A 
interatividade aparece em segundo lugar, com 28,11%. Já cerca 
de 19% apontaram que o fato das notícias ficarem arquivadas 
para pesquisa é o que mais chama a atenção (JORNALISTAS 
DA WEB, 2005). 
Outros autores (ROCHA, 2000; PALACIOS, 2001b; 
MIELNICZUK, 2001) ampliam essa lista. Para eles, as 
características mais interessantes do Jornalismo online são: 
Instantaneidade. 
Interatividade. 
Perenidade (memória, capacidade de armazenamento de 
informação) 
Multimediação, programação. 
Hipertextualidade. 
Personalização de conteúdo, customização. 
 
Instantaneidade 
O grau de instantaneidade – a capacidade de transmitir 
instantaneamente um fato – das publicações em rede aproxima-
se do atingido pelo rádio, o mais alto entre as três mídias 
tradicionais, seguido por TV e jornal. É muito rápido, fácil e barato 
37 
 
inserir ou modificar notícias em formato binário. Apesar disso, 
algumas falhas podem ser detectadas, principalmente por conta 
da rapidez, já que muitas vezes a informação deixa de ser 
apurada da maneira mais completa. Em alguns casos, a falta de 
uma conferência anterior a publicação online também provoca a 
existência de inúmeros erros de português. 
 
Perenidade 
Também conhecido como arquivamento ou memória. O material 
jornalístico produzido online pode ser guardado indefinidamente. 
O custo de armazenamento de informação binária é barato. É 
possível guardar-se grande quantidade de informação em pouco 
espaço, e essa informação pode ser recuperada rapidamente 
com busca rápida full text. 
 
Interatividade 
Alguns autores (LEMOS, 1997; BONILLA, 2002) entendem por 
interatividade quando há comunicação mediada por tecnologias e 
interação quando não há mediação tecnológica entre os seres 
humanos. Por exemplo: uma conversa entre alunos e professor 
numa sala de aula ou amigos num bar é interação, já a 
interatividade é quando se usa um telefone, um e-mail e até 
mesmo uma carta escrita por uma caneta, em todos estes casos 
há uma tecnologia envolvida no processo comunicativo o que 
justifica a interatividade. 
As mídias tradicionais sempre tiveram algum tipo de 
interatividade, como nas seções de cartas de jornais e TVs e nos 
telefonemas para programas de rádio (talk radio). Mas no JOL a 
interatividade atinge seu ponto máximo: 
A escolha de vários "caminhos" para ler notícias é mais 
automatizada do que em mídias de papel. Embora leitores de 
mídia papel escolham seus próprios caminhos, constantemente 
(como em chamadas de capa de jornais), os hiperlinques tornam 
a tarefa muito mais fácil. 
Na Web, o leitor pode enviar formulários com comentários sobre 
uma notícia e ver suas observações colocadas imediatamente à 
disposição de outros leitores. 
38 
 
O leitor pode participar de votações sobre temas polêmicos. 
Entretanto, estes conceitos tratam do tema de maneira geral, 
devendo ser problematizados, pois a interatividade vem se 
desdobrando em níveis cada vez mais complexos. 
 
 
MULTIMEDIAÇÃO, MULTIMEDIALIDADE OU 
CONVERGÊNCIA 
"A internet permite a utilização conjunta de várias linguagens, 
para além do texto e imagem estáticas presentes no Jornalismo 
tradicional”. O JOL usa vários tipos de mídia e de formatos de 
arquivos de computador. Se diz que é uma convergência de 
todas as mídias: 
Texto e hipertexto em computador. 
Áudio. 
Imagem estática (fotos) e em movimento (clipes de vídeo). 
Texto em papel (o conteúdo da internet frequentemente é 
impresso). 
 
Hipertextualidade 
"Uma hiperligação, ou simplesmente ligação, é uma referência 
em um documento hipertextual para outro documento ou recurso. 
Como tal, ele é similar às citações em literatura. 
Por exemplo, clicando no hiperlinque Instituto Poynter, você 
instruirá o seu browser a buscar e a apresentar em sua tela as 
informações que formam a página Web do instituto de ensino de 
Jornalismo. Este link azul sublinhado é representado assim no 
texto interno da página Web: <A 
href="http://poynter.org/">Instituto Poynter</A> 
A marca "<A ... >" significa âncora de hipertexto. 
"href" é a referência hipertexto, no caso, um endereço Web. 
"Instituto pointer" é o texto que vai responder ao clic do mouse 
"</A>" indica o fim do link. 
39 
 
Usar hiperlinques é chamado de "navegar", em português 
brasileiro, em função do programa Netscape Navigator. 
O uso de hiperlinques em conteúdo multimídia (áudio, vídeo,fotos, animações) é chamado de hipermídia. Tecnicamente, não 
há diferenças em fazer linques em texto ou em imagens. 
Palacios e Mielniczuk (2001) argumentam que o linque pode ser 
considerado um elemento paratextual. 
Mídias tradicionais também usam hiperlinques, como o sistema 
de sumário e número de páginas de livros, os sistema de 
organização da Bíblia, as chamadas de capa de jornais. 
 
Personalização de conteúdo 
Como toda a informação está sendo tratada por computadores, é 
rápido colher informações sobre usuários/leitores e oferecer a 
mídia que mais interessa a ele. Esta personalização de conteúdo 
pode se realizar de diversas maneiras: 
Muitos sites de informação e serviços (portais) permitem que o 
leitor escolha temas que lhe interessam e receba apenas notícias 
sobre eles, ao acessar a página. Um bom exemplo é o News Is 
Free, Netvibes ou Google News. Também é comum que se 
assine newsletters sobre assuntos específicos. O sistema RSS 
vem se tornando bastante popular como forma de filtrar apenas 
informações que o leitor acha relevante. 
Aliada à multimídia, a personalização de conteúdo permite a 
programação de servidores de mídia, que podem escolher qual 
informação enviar conforme as preferências do usuário que 
solicita. Por exemplo, um vídeo de qualidade mais alta é 
escolhido automaticamente pelo servidor Helix da Realmedia se o 
usuário tem banda larga. Se tiver conexão telefônica, a mídia 
enviada tem qualidade mais baixa. 
 
INFLUÊNCIA DA MÍDIA ELETRÔNICA SOBRE O JOL 
Mídia eletrônica são rádio e TV. Computadores não estão 
incluídos na categoria porque vão além do eletrônico, usando 
40 
 
lógica binária para formatação de informações. Computador é, 
portanto, mídia binária. 
 
Rádio 
O texto de rádio é o que mais se adapta para jornalismo em rede, 
pela concisão, estilo direto, informalidade. 
No entanto, o som pela internet ainda é de baixa qualidade e com 
constantes lapsos, mas é uma maneira pela qual estações de 
rádio tradicionais alcançam audiência mundial. Este panorama 
começa a se modificar com a popularização do acesso de banda 
larga à internet. 
As "estações de rádio internet" (sites que armazenam som 
binarizado) permitem que você crie programação e deixe 
gravações disponíveis para quem quiser ouvir. A desvantagem é 
que um número limitado de pessoas pode acessar ao mesmo 
tempo uma estação de rádio internet, ao contrário do rádio 
broadcast. 
Recentemente, se difundiu o termo podcast para gravações de 
áudio difundidas por meio do protocolo RSS. Estes "programas" 
de áudio podem ser descarregados diretamente para os 
tocadores de mídias, em geral no formato MP3. Como são 
experimentais e feitos por amadores, os podcasts em geral têm 
baixa qualidade de áudio, de edição e de estrutura. 
 
Televisão 
Os maiores sites jornalísticos já publicam pequenas matérias em 
vídeo. Existem programas, como o Real Video, que têm "canais" 
de vídeo [streaming]. 
Como no caso do áudio, os clips de vídeo são de baixa qualidade 
e podem ter o movimento ou o áudio interrompidos por alguns 
instantes, conforme o congestionamento da rede. No Brasil, o 
portal de notícias G1, da Rede Globo, dedica uma seção inteira 
aos vídeos exibidos nos telejornais da emissora, além de 
apresentar alguns vídeos de arquivo de décadas passadas e 
transmitir, ao vivo, a programação da Globo News. A BandNews 
41 
 
também consegue transmissões com razoável qualidade, em 
internet banda larga. 
Visualmente, animações em formato Flash, cada vez mais 
usadas em sites multimídia, são inspiradas em vinhetas de TV. 
A partir de 2005, sites que abrigam vídeos enviados por 
colaboradores se tornaram uma febre, como o YouTube e Google 
Video. 
 
 
INFLUÊNCIA DO JOL SOBRE A MÍDIA TRADICIONAL 
Está sendo bastante usado por jornais e revistas a ligação visual 
entre palavras do texto e elementos gráficos como fotos e textos 
explicativos (box), imitando a ligação lógica do hipertexto. 
 
Aumento de textos curtos 
O estilo de texto para a internet deve ser curto, na ordem direta, 
com palavras-chave destacadas, em blocos de cerca de cem 
palavras, no máximo. O estilo deve ser informal, porque internet é 
um meio de comunicação individual e pessoal. Esta economia de 
palavras (que as valoriza, pois as torna raras) encontra eco, em 
2000, em dois dos jornais de maior tiragem do Rio Grande do 
Sul, Correio do Povo e Diário Gaúcho. 
 
Aumento de gráficos e uso da cor 
O apelo visual nos websites também tem influenciado a mídia 
impressa, que usa mais cor, produz mais infográficos e aumenta 
a hierarquia de estilos de texto nos veículos, como a revista 
Época e o Diário Gaúcho. 
 
Ampliação da base de pesquisa e de fontes de notícias 
As rádios e os pequenos jornais regionais estão coletando muita 
informação na internet graças ao acesso a centenas de fontes 
que auxiliam a pesquisa noticiosa: 
• Sites de busca. 
• Programas de meta-busca, que pesquisam em diversos 
42 
 
engenhos de busca ao mesmo tempo e filtram os resultados. 
• Listas de discussão e fóruns. 
• FAQs, listas de perguntas freqüentemente feitas sobre um 
assunto, e que, em geral, tem bastante credibilidade porque são 
construídas coletivamente. 
• Sites pessoais, de empresas, de entidades e de órgãos de 
governos. É importante que qualquer empresa ou pessoa tenha, 
em seu site, o press kit, um conjunto de press releases e fotos 
em alta resolução para que sejam usados pelas publicações de 
papel. 
 
O TEXTO PARA WEB 
 
Muitos autores se entusiasmam com características como 
multimediação e interatividade, e consideram que o conteúdo 
online deve ser repleto de movimentos, hiperlinques e outros 
truques. No entanto, produção digital custa caro, em termos de 
recursos humanos. E o conteúdo publicado em redes não precisa 
conter obrigatoriamente todos os recursos tecnológicos 
disponíveis, só porque eles existem. 
Considera-se, então, que não há um "formato para a internet" ou 
"formato para a Web". 
Existem diversas maneiras de se usar textos e outros conteúdos 
na mídia em rede. Cada uma tem uma aplicação determinada, 
com vantagens e desvantagens. 
 
Transposição pura 
O texto da mídia papel (tipo livro ou artigo) é transposto sem 
modificação para a rede. 
Vantagem: maior disponibilidade do que impresso, distribuição 
instantânea, onipresença, rapidez e baixo custo de publicação, 
facilidade de visualização, facilidade de impressão. 
Desvantagens: não aproveita bem os recursos da mídia. Além 
disso, muita gente considera desconfortável a leitura de textos 
extensos na tela. 
Exemplo: Projeto Gutenberg, que publica livros clássicos em 
formato de "texto plano". 
43 
 
 
Transposição com uso de hyperlinks 
Texto tradicional para papel, mas vertido para o formato 
hipertexto, com links para notas de rodapé e para outros textos. 
Vantagens: links tornam a leitura mais rápida pela facilidade de 
consulta a outras fontes e a notas. Também é fácil de imprimir. 
Desvantagens: as mesmas da transposição pura. 
Exemplos: documentos acadêmicos do MS Word ou OpenOffice 
gravados em formato HTML. 
 
 
Adaptação ao hipertexto 
Texto reescrito ou produzido especialmente para ser lido em tela 
de computador. Informação em “cachos” (blocos de 100 palavras 
ou menos), uso extensivo de hyperlinks, listas com bolinhas, 
entretítulos. 
Vantagens: aproveita melhor a mídia mas torna mais difícil a 
impressão. 
Desvantagens: tem produção mais cara, é mais demorado 
reeditar o material textual. 
Exemplo: matéria de Carole Rich sobre o estilo Web traduzida 
aqui. 
 
Desenvolvimento de narrativa em hipermídia 
Texto e imagens de áudio e vídeo pensados e editados para 
serem distribuídos em hipermídia. 
Vantagens: aproveitamento máximo de recursos permitidos pela 
tecnologia. 
Desvantagens:

Outros materiais