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Análise do Filme A pele que habito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA LICENCIATURA
GÊNEROS E SEXUALIDADAES NOS ESPAÇOS EDUCATIVOS
Análise das questões de gênero do filme “A pele que habito”
Juliana Reis Frigerio
A pele que habito é um filme de drama e suspense que conta a história de Robert, um brilhante cirurgião plástico interpretado por Antonio Banderas, que movido por tragédias do seu passado que sua esposa sofreu graves queimaduras em um acidente de carro, busca desenvolver um tipo de pele humana capaz de resistir a ferimentos e queimaduras.
Robert possui ótimas intenções para desenvolver um tratamento para vítimas de queimaduras, mas faz isso de forma criminosa e inescrupulosa sequestrando e torturando Vicente, um rapaz que supostamente estuprou sua filha. Após a morte da filha, que era enferma mental, Robert aprisiona o rapaz e faz dele sua cobaia. 
No filme, Vicente nasceu biologicamente homem, heterossexual e se identificava com o gênero masculino, mas por uma situação forçada têm suas características físicas trocadas para o corpo de uma mulher. Vicente passa a ser transexual. Apesar de possuir um corpo de mulher, ter sido batizado com o nome de Vera e obrigado a usar roupas produzidas pela sociedade como femininas, a essência e identidade de gênero de Vicente ainda eram masculinas.
Existem estereótipos de gêneros masculinos e femininos criados no filme, como por exemplo, a personagem Cristina que é lésbica, se identifica com o gênero feminino e não tem aparecia masculinizada, que julgava que Vicente era gay por não ter uma aparência de “machão”. Para Louro (2000) as identidades de gênero remetem-nos às várias formas de viver a masculinidade ou a feminilidade. (p. 64).
Almodóvar, diretor do filme, constrói e reconstrói as referências de gênero com extrema facilidade a fim de desconstruir certos conceitos enraizados na sociedade. Louro (2000) afirma que no campo teórico dos estudos feministas, gênero e sexualidade são, ambos, constructos sociais, culturais, históricos. (p. 64).
Existe uma analogia no filme quando o cirurgião manipula um bonsai, que são árvores contorcidas ao contrário de suas condições naturais através da manipulação de sua nutrição e condições de crescimento, com a experiência que ele realiza com Vicente/Vera.
No decorrer do filme Vicente se vê obrigado a assumir estrategicamente as características sexuais estereotipadas do gênero feminino para poder sair do ambiente opressivo em que estava como tentativa de sobreviver ao confinamento. No entanto, no final do filme, apesar de estar produzido socialmente como uma mulher, ao retornar para casa e se reencontrar com a mãe, Vicente se apresenta como homem.
Referências:
A PELE que habito. Direção: Pedro Almodóvar, Produção: Agustín Almodóvar. Warner Bros, 2011.
LOURO, Guacira Lopes. Corpo, escola e identidade. Educação e Realidade v. 25, n. 2, p. 59-79, 2000.

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