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Urbanismo Desapropriação e Concessão de uso especial de morada Antônio Carlos Gonçalves Junior Erick de Almeida Ferreira Thiago Ferreira Thiago Nascimento de Araújo O ESTATUTO DAS CIDADES O Estatuto da Cidade é a lei federal brasileira que regulamenta os artigos 182 (política urbana é responsabilidade do Município) e 183 (aquisição da propriedade pelo ocupante de imóvel urbano que o utiliza para sua moradia ou de sua família) da Constituição Federal de 1988. Art. 4º Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros instrumentos: (...) V – institutos jurídicos e políticos: a) desapropriação; (...) h) concessão de uso especial para fins de moradia; INTRODUÇÃO Lei nº 10.257 de 10 de Julho de 2001 Capítulo I Dos Instrumentos da Política Urbana Seção IV - Da Desapropriação com Pagamento em Títulos Art. 8º - Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública. Seção VI - Da Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia Art. 15º (VETADO) APRESENTAÇÃO DA LEI Desapropriação é o processo administrativo por meio do qual o poder público retira compulsoriamente a propriedade alheia em razão de interesse público Concessão para moradia objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de áreas urbanas ocupadas irregularmente para fins de habitação OBJETIVO Falta política pública para auxiliar a lei de desapropriação. Já a concessão para moradia foi vetada através da mensagem nº 730, de 10 de julho de 2001, devido a imprecisões jurídicas. Ex: a expressão “edificação urbana” que visaria regularizar o uso coletivo de cortiços em imóveis público poderia gerar demanda individual de imóveis públicos. LIMITAÇÕES DE APLICAÇÃO Moradia aqueles que não possuem condições financeiras de conseguir. Punição ao proprietário que não dê ao imóvel a devida função. ASPECTOS POSITIVOS Quando está localizado em área de risco é obrigatório a sua saída e em prédios públicos o prefeito é quem decide se é de interesse público a permanência ou não. Não é dada a esse cidadão outra alternativa e esse passa novamente a não ter moradia. Fortalecimento do estado em razão a propriedade privada. ASPECTOS NEGATIVOS "(EMAGIS) José buscava um lugar para viver ao lado de sua esposa, Maria, com quem acabara de ter um filho. Não tendo condições de pagar aluguel, e depois de buscar por todos os cantos, encontrou, no dia 22/12/2011, um prédio público abandonado, em um bairro afastado na cidade de Belém/PA, onde diversas famílias se alojavam. Localizou, então, um espaço com dois cômodos de aproximadamente 30m2, no 4º andar, onde se acomodou com sua esposa e filho, distribuindo os poucos bens que possuíam. José, então, passou a exercer o seu ofício de carpinteiro, que lhe rendia pouco, mas o suficiente para sobreviverem. Assim viveram, felizes e em paz, desde então. EXEMPLO CONTINUAÇÃO Um dia, disseram-lhe que procurasse a Secretaria de Patrimônio da Prefeitura, proprietária do imóvel, para tentar regularizar a sua situação. No entanto, apesar de ter sido bem recebido pelos servidores daquela repartição pública, foi com tristeza que adveio a notícia, em 1º/04/2018 - 13 meses após o seu pedido ter sido por lá formalizado -, de que não havia nada que aquele órgão poderia fazer, pois, com um palavreado difícil, lhe disseram que “não existe usucapião de bens públicos”, ou algo assim, e que a ocupação de prédios públicos somente é regularizada se o Prefeito achar que é bom para o interesse público, e sempre mediante certa “remuneração”. Ademais, o prédio público onde José e sua família estavam recentemente foi identificado como local de risco de possível desabamento, pelo que, em breve, todos os ocupantes seriam despejados, “para o seu próprio bem”. Há de se aventar que essa concessão é específica para moradia, não sendo permitida sua utilização para fins comerciais, sob o rechaço de extinção desta concessão. Nessa seara, aquele que for contemplado com essa concessão, obrigatoriamente, tem de utilizar-se do bem para sua moradia e de seus familiares. A concessão de uso especial para moradia não se confunde com o instituto da usucapião, por possuir características e legislação própria. CONCLUSÃO
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