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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS Anna Laura de Lima Jorge APS - PSICOFARMACOLOGIA São Paulo 2019 ANSIEDADE A ansiedade é uma doença comum na sociedade nos tempos atuais. Estes podem estar relacionados a eventos do cotidiano, que desencadeiam respostas de ansiedade, consideradas normais. Porém também podem manifestar-se de por um desequilíbrio psíquico, o que leva muitas vezes um paciente a usar psicofármacos que o ajude a conviver com esse transtorno. Sintomas de ansiedade se manifestam com frequência em outros transtornos psiquiátricos. Isso se dá pela ansiedade ser um transtorno primário, onde está se desencadeando outro transtorno. Este fenômeno acontece, por exemplo, no início da esquizofrenia, onde há uma ansiedade do início do surto, ou no medo da separação dos pais em uma criança com depressão. No tratamento desses quadros, é muito comum o uso de Benzodiazepínicos (BZD) e Barbitúricos. Ultimamente, esses medicamentos vêm sendo substituídos por antidepressivos, anticonvulsionantes, antipsicóticos e a buspirona. AÇÃO NO ORGANISMO Estes medicamentos atuam no sistema nervoso central, potencializando a ação do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico). Eles se ligam a esse neurotransmissor, aumentando a entrada de Cloreto no neurônio, reduzindo assim, a atividade neuronal. Como resultado. há uma diminuição da ansiedade, redução do estado de alerta, relaxamento muscular e indução ao sono. EFEITOS COLATERAIS Como principais efeitos colaterais, o paciente pode perceber certo nível de sonolência, tonturas, enjoo, dores de cabeça, dificuldade de concentração, suor excessivo e dependendo da quantidade e tempo de uso dependência à medicação. DEPRESSÃO Sentimentos de tristeza, falta de ânimo em situações onde houve perdas, frustações ou em algum tipo de atribulação são normais e não devem ser caracterizados como algo patológico. Porém se observado fatores anormais desencadeados pelo ocorrido, pode-se caracterizar como depressão. De acordo com Cordioli (2011, p. 13) Quando tais sintomas não desaparecem espontaneamente, são desproporcionais à situação ou ao evento que os desencadeou ou este inexiste, quando o sofrimento é acentuado, comprometendo as rotinas diárias ou as relações interpessoais, provavelmente o paciente é portador de um dos diferentes transtornos depressivos. A psicoterapia na maioria dos casos é a mais recomendada para o tratamento de depressões. Porém há casos em que o uso da medicação se faz necessário. Para tratamento da depressão, são indicados os antidepressivos. AÇÃO NO ORGANISMO Os antidepressivos agem no sistema nervoso central, agindo diretamente nos neurotransmissores como serotonina e noradrenalina. Este medicamento inibe e receptação desses transmissores e consequentemente aumentam sua duração, ocasionando sensações de bem-estar e tranquilidade. EFEITOS COLATERAIS Os efeitos dos antidepressivos variam de acordo com o neurotransmissor em que atua. Entre eles estão os seguintes: Bloqueio na receptação de NE: taquicardia, tremores, insônia, sudorese, problemas de ereção e ejaculação; Bloqueio da receptação de 5HT: Náuseas, nervosismo, dor de cabeça, anorexia, interfere na vida sexual; Bloqueio da receptação de DA: ativação psicomotora, paciente pode sofrer agravamento de psicoses; Bloqueio H1: hipotensão, ganho de peso, sedação, náusea, fadiga e tontura. TRANSTORNO BIPOLAR E ESQUIZOFRENIA A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico que, por conta de alterações cerebrais, dificulta o julgamento sobre a realidade do indivíduo. Também dificulta a elaboração de pensamentos abstratos e simbólicos, além da produção de respostas emocionais complexas. Diferente do que muitos pensam a esquizofrenia não é um transtorno de multipersonalidades. Já o transtorno bipolar, caracteriza-se por oscilações entre episódios de depressão e euforia, que podem variar sua frequência, intensidade e duração. Essa alternância de humor, é negativa para o comportamento do indivíduo que a possui e suas reações frente a situação que desencadeou a crise são desproporcionais ao que realmente aconteceu. Para os dois transtornos é recomendado o uso de antipsicóticos ou neurolépticos. AÇÃO NO ORGANISMO Assim como outros psicofármacos que atuam em doenças psiquiátricas, esses medicamentos atuam no sistema nervoso central. O excesso do neurotransmissor da dopamina nesses pacientes, provoca alterações de comportamento. Estes medicamentos então, atuam no bloqueio da dopamina, fazendo com que o indivíduo se estabilize. EFEITOS COLATERAIS Dentre os efeitos colaterais, o paciente pode apresentar inquietude, incapacidade para relaxar, contrações musculares, dificuldade de ficar imóvel, movimentos repetitivos, rigidez, movimentos lentos e em alguns casos mais raros, pode-se desenvolver também a diabetes. PAPEL DA PSICOTERAPIA Quando a psicofarmacologia entrou no campo de saúde como uma alternativa para o tratamento de doenças psíquicas, houve uma grande resistência por parte dos psicanalistas. Porém, ao longo dos anos, foi possível perceber a clara necessidade desses psicofármacos em pacientes mais graves. Ainda é de extrema importância que o paciente com um quadro de transtorno psiquiátrico faça psicoterapia, pois somente o uso de medicamentos, causará uma dependência ao paciente, pois o mesmo não saberá lidar com as situações sem estar sobre efeito desses fármacos. Há casos que infelizmente o uso deverá ser feito pelo restante da vida da pessoa, como por exemplo, a esquizofrenia. Já casos de depressão e ansiedade podem ser revertidos e a medicação suspensa de acordo com a evolução do caso clínico do paciente. O uso medicamentoso, orientado por um profissional de confiança, pode auxiliar a escuta, percepção e orientação do sujeito, possibilitando a análise, em casos em que os sintomas do paciente apresentam-se exacerbados, impedindo-o da realização do trabalho analítico (KIMURA, 2005, p. 69). BIBLIOGRAFIA KAWAMOTO, Elisa M. Fármacos Ansiolíticos. Disponível em: <https://www.farmacologiaicbusp.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Farmacos-ansiol%C3%ADticos-e-hipn%C3%B3ticos-15-05-15.pdf > Acesso em: 04/05/2018 PHARMA HOJE. Hipolabor explica: como funcionam os medicamentos ansiolíticos. Disponível em: <https://www.hipolabor.com.br/blog/2017/09/09/hipolabor-explica-como-funcionam-os-medicamentos-ansioliticos/> Acesso em: 04/05/2018 CATHARINE. O que são, como agem e quais os riscos dos ansiolíticos? Entenda. Disponível em: <https://exametoxicologico.labet.com.br/o-que-sao-como-agem-e-quais-os-riscos-dos-ansioliticos-entenda/> Acesso em: 04/05/2018 SKINNER, B.F. Ciência e comportamento humano. (4 ed.), São Paulo: Martins Fontes, 1978. http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/Caballo%206_8.pdf (artigo) http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/220.pdf (TCC) http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5850/antidepressivos.htm (artigo) http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500005 (artigo)
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