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ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD Esportes Não Convencionais – Prof.ª Ms. Tiemi Okimura Kerr e Prof. Ms. Luiz Sanches Neto Meu nome é Tiemi Okimura Kerr. Sou graduada, licenciada e mestre em Educação Física pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP). Sou professora na Educação Básica da rede estadual de São Paulo e no curso de Educação Física na UniSant'Anna. Gosto muito de lecionar e acredito ser fundamental pesquisar a minha prática profissional e compartilhar minhas experiências com o Grupo de Estudo "Professores-Pesquisadores". Fico à disposição para aprofundarmos as discussões sobre os temas da disciplina pelo meu e-mail. E-mail: tiemiok@yahoo.com Meu nome é Luiz Sanches Neto. Sou bacharel e licenciado em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP), bem como mestre e doutorando em Educação Física Escolar pela Universidade Estadual Paulista (Unesp, campus Rio Claro). Trabalhei como professor na rede municipal de Educação Básica em São Paulo e como coautor da Proposta Pedagógica Curricular de Educação Física na rede estadual paulista. Atualmente, trabalho como professor assistente da Universidade Guarulhos (UnG, campus Centro) e sou membro do Núcleo de Pesquisa em "Estudos sobre Formação Profissional no Campo da Educação Física", do Grupo de Pesquisa em "Estudos Socioculturais, Históricos e Pedagógicos da Educação Física" (Unesp, campus Bauru) e do Grupo Autônomo "Professores-Pesquisadores" (disponível em: <http://br.groups.yahoo.com/ group/professorespesquisadores>. Acesso em: 25 ago. 2011). Fico à disposição para compartilharmos experiências sobre a temática abordada nas discussões do curso EaD pelo meu e-mail. E-mail: luizitosanches@yahoo.com Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS Caderno de Referência de Conteúdo Tiemi Okimura Kerr Luiz Sanches Neto Batatais Claretiano 2013 Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação © Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP) Versão: dez./2013 796 S19e Sanches Neto, Luiz Esportes não-convencionais / Luiz Sanches Neto, Tiemi Okimura Kerr – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 102 p. ISBN: 978-85-67425-29-0 1. Conceito de Esportes não-convencionais. 2. Os Esportes não-convencionais enquanto conteúdo da Educação Física escolar. 3. Exemplos de Esportes não- convencionais. 4. Processo histórico, organização e sistematização dos Esportes não-convencionais. 5. Viabilização de Esportes não-convencionais na Educação Básica. I. Kerr, Tiemi Okimura. II. Esportes não-convencionais. CDD 796 Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves Preparação Aline de Fátima Guedes Camila Maria Nardi Matos Carolina de Andrade Baviera Cátia Aparecida Ribeiro Dandara Louise Vieira Matavelli Elaine Aparecida de Lima Moraes Josiane Marchiori Martins Lidiane Maria Magalini Luciana A. Mani Adami Luciana dos Santos Sançana de Melo Luis Henrique de Souza Patrícia Alves Veronez Montera Rita Cristina Bartolomeu Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Simone Rodrigues de Oliveira Bibliotecária Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Revisão Cecília Beatriz Alves Teixeira Felipe Aleixo Filipi Andrade de Deus Silveira Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz Rodrigo Ferreira Daverni Sônia Galindo Melo Talita Cristina Bartolomeu Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação e capa Eduardo de Oliveira Azevedo Joice Cristina Micai Lúcia Maria de Sousa Ferrão Luis Antônio Guimarães Toloi Raphael Fantacini de Oliveira Tamires Botta Murakami de Souza Wagner Segato dos Santos Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Claretiano - Centro Universitário Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 cead@claretiano.edu.br Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 www.claretianobt.com.br SUMÁRIO CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 8 3 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 20 4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 21 UNIdAdE 1 – ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 23 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 23 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 24 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 25 5 O QUE SÃO OS ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS? ....................................... 25 6 POR QUE ABORDAR OS ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS NA ESCOLA? .... 32 7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 33 8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 34 9 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 36 UNIdAdE 2 – APLICAÇÃO DOS ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS 1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 37 2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 37 3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 38 4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 40 5 COMO ENSINAR ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS NA ESCOLA .................. 41 6 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 98 7 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 99 8 E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 99 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 101 Claretiano - Centro Universitário CRC Caderno de Referência de Conteúdo Ementa ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Conceito de esportes não convencionais. Os esportes não convencionais como conteúdos da Educação Física escolar. Exemplos de esportes não convencio- nais. Processo histórico, organização e sistematização dos esportes não conven- cionais. Viabilização de esportes não convencionais na Educação Básica. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 1. INTRODUÇÃO Iniciaremos este caderno refletindo sobre o que são os es- portes não convencionais. Procuraremos discutir a definição desse conteúdo e a sua importância no contexto da Educação Física es- colarna Unidade 1. De acordo com essa conceitualização, na Unidade 2, serão propostos alguns exemplos de esportes não convencionais, resga- tando-se o contexto e o processo histórico desde sua origem e a organização de suas principais regras. A partir disso, serão propos- tas atividades didáticas que poderão ser viabilizadas nas aulas de Educação Física dos diferentes níveis de escolarização. Após esta introdução aos conceitos principais, apresenta- mos, a seguir, no Tópico Orientações para estudo, algumas orienta- ções de caráter motivacional, dicas e estratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. © Esportes Não Convencionais8 2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO Abordagem Geral Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse modo, esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento básico necessário a partir do qual você possa construir um refe- rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Faremos, aqui, uma apresentação geral do que será estuda- do, mas fique à vontade, também, para assistir à videoaula de Es- portes Não Convencionais na SAV quantas vezes desejar. Essa é ou- tra possibilidade para entrar em contato com este conteúdo inicial. Trataremos dos esportes não convencionais e da sua perti- nência na Educação Física escolar. Nessa síntese, serão vistos os seguintes temas: 1) o conceito de esportes não convencionais; 2) os esportes não convencionais, a cultura corporal de movimento e o conceito do Se-movimentar; 3) os esportes não convencionais como conteúdo da Edu- cação Física escolar; 4) o processo histórico, a organização e a sistematização dos esportes não convencionais; 5) as sugestões de viabilização dos esportes não conven- cionais na Educação Básica; 6) os esportes que não são vivenciados pelos alunos; 7) os esportes que não são veiculados pelas mídias; 8) os esportes que são populares em outros países; 9) os esportes radicais e de aventura na natureza. Veremos, também, sugestões para complementar seu en- tendimento sobre os esportes não convencionais, como fontes para pesquisa e leitura. Então, vamos aos temas. 9 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Conceito de esportes não convencionais Veremos que o conceito de esporte foi definido por diversos autores da área da Educação Física, como Tani (1996), Betti (1998), Barbanti (2006) e González e Fensterseifer (2005). É consenso nes- sas definições que o esporte é caracterizado por uma prática cor- poral que visa à competição. Entretanto, Tani (1996) aponta que o esporte pode ser en- tendido como o conteúdo da Educação Física em que a meta é a aquisição de habilidades, conhecimentos e valores. Segundo o Art. 3º da Lei n. 9.615/1998 (Lei Pelé), o desporto pode ter a finalidade de alcançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua for- mação para o exercício da cidadania e a prática do lazer quando se manifesta na forma educacional, ao se evitar a seletividade e a hipercompetitividade de seus praticantes. Agora, você deve estar se perguntando: "qual o significado de 'esporte não convencional'?". Não há autores na área que o definem; portanto, vamos nos pautar no significado de "conven- cional" apresentado pelo Moderno Dicionário de Língua Portugue- sa, definindo-o como aquilo que não é admitido e praticado nas relações sociais; o que não é habitual ou não está presente na so- ciedade. Em outras palavras, o esporte não convencional abrange modalidades não conhecidas no Brasil por falta de divulgação pela mídia ou que não foram vivenciadas pela maioria da população, incluindo esportes radicais e de outros países. Esportes não convencionais, cultura corporal de movimento e Se- movimentar Os esportes não convencionais fazem parte da cultura cor- poral de movimento e podem ser compreendidos à luz do conceito do Se-movimentar. Por cultura de movimento entende-se o conjunto de significados/ sentidos, símbolos e códigos que se produzem e reproduzem di- namicamente nos jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lu- tas, ginásticas etc., os quais influenciam, delimitam, dinamizam e/ou constrangem o Se Movimentar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros (SÃO PAULO, 2008, p. 43). © Esportes Não Convencionais10 Já o Se-movimentar é a: Expressão individual e/ou grupal no âmbito de uma cultura de mo- vimento; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura a partir de seu repertório (informações/conhecimentos, movimen- tos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações so- cioculturais e de seus desejos (SÃO PAULO, 2008, p. 43). Esportes não convencionais como conteúdo da Educação Física escolar Por ser o esporte um patrimônio cultural da humanidade e, ainda, constituir-se em conteúdo a ser transmitido pelo processo educacional, as crianças têm o direito de conhecer todo o patrimô- nio criado, aperfeiçoado, transformado e transmitido no decorrer das gerações. Abordar os esportes não convencionais na escola, além de ampliar o conhecimento sobre a cultura corporal da humanidade, possibilitará a ampliação do repertório motor das crianças e dos adolescentes em todo o ciclo da escolarização. O tema pode ser desenvolvido na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio de acordo com seu nível de desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo e moral. Convém utilizar diferentes estratégias para cada faixa etária, enfatizando jogos simbólicos ou jogos de regras, vivenciando as habilidades motoras ou refletindo sobre a construção de seu processo histórico. Você acompanhará, agora, outros temas: sugestões de via- bilização dos esportes não convencionais na Educação Básica; o tratamento dado aos esportes que não são vivenciados pelos alu- nos, que não são veiculados pelas mídias e que são populares em outros países; e os esportes radicais e de aventura na natureza. Além disso, trataremos de sugestões para complementar seu en- tendimento acerca dos esportes não convencionais, como fontes para pesquisa e leitura. Sugestões de viabilização dos esportes não convencionais na Educação Básica Várias propostas curriculares trazem o esporte como conteú- do da Educação Física; entretanto, poucas contemplam os esportes 11 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo não convencionais. Dentre elas, a Proposta Pedagógica Curricular do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2008) aborda temas como flagbol, esportes radicais e tchoukball. Podemos partir de uma classificação, considerando que os esportes não convencionais são aqueles desconhecidos no Brasil por falta de divulgação pelas mídias ou por não terem sido viven- ciados pela maioria da população, incluindo esportes radicais e po- pulares em outros países. Assim, alguns exemplos de esportes não convencionais sur- gem como possibilidades de ensino na Educação Física, podendo substituir outros mais divulgados. Desse modo, selecionamos um esporte que não é vivenciado pela maioria dos alunos (tênis), dois que não são veiculados pela mídia (corfebol e showbol), quatro que são tradicionais em outros países (rúgbi, futebol americano, flagbol e beisebol) e, por fim, competições caracterizadas como esportes radicais (X-games, B3 e parkour). Esportes que não são vivenciados pelos alunos Os esportes que não são vivenciados pelos alunos são mo- dalidades que a maioria da população não teve oportunidade de praticar, como tênis, golfe e hóquei. O esporte escolhido para exemplificar a viabilidade desses esportes na escola é o tênis, quetem grande associação com ou- tras modalidades, como o tênis de mesa, o badminton, o squash, o frescobol e o tamboréu. Além de uma breve explicação do seu processo histórico e da organização das principais regras, há su- gestões de adaptações de espaço, materiais e atividades. Dentre as atividades propostas, há a exploração da manipula- ção dos implementos (raquete e bola), combinação de movimentos, jogos com habilidades específicas do tênis, exercícios de rebatidas e jogos com diferentes dimensões de quadra. Há, também, exemplos de atividades propostas pela PPC-EF, como debates sobre o tênis, vivência de movimentos, jogos com mini-quadras, construção de ra- quetes e apreciação de uma partida. Veja, no Caderno de Referência © Esportes Não Convencionais12 de Conteúdo, os detalhes sobre a proposta para sistematizar o tra- balho com essa modalidade esportiva nas aulas. Esportes que não são veiculados pelas mídias Os esportes que não são veiculados pelas mídia são aque- les que dificilmente são divulgados na TV, em jornais ou revistas, como, por exemplo, tchoukbol, corfebol e showbol. Um dos esportes escolhidos para exemplificarmos é o corfe- bol. Como será aprofundado no Caderno de Referência de Conteú- do, o corfebol tem características semelhantes ao basquete, como o objetivo de acertar uma cesta, mas seu grande diferencial é a participação de ambos os sexos no mesmo time. Serão apresen- tadas propostas didáticas estimulando habilidades e capacidades neuromotoras presentes nesse esporte, como agilidade, desvio, passe, lançamento e rebote. Outra modalidade escolhida para abordarmos os esportes não veiculados pela mídia é o showbol. Ele é um esporte derivado do futebol de campo, mas é jogado em uma quadra cujo entor- no possui uma tabela que impede que a bola vá para a lateral, a não ser que passe por cima da tabela. É proposto que o professor apresente as regras do jogo, propicie uma vivência, discuta com os alunos a participação de ex-jogadores de futebol nos campeonatos e a influência da mídia na apreciação dessa modalidade. Esportes que são populares em outros países Os esportes que são populares em outros países são, como o próprio nome diz, tradicionais ou frequentemente praticados em outros países, como o futebol americano, praticado nos Estados Unidos, ou o beisebol, praticado no Japão. Incluem-se, aqui, as modalidades dos Jogos Olímpicos de Inverno (curling) ou os Jogos Asiáticos (sepaktakrau). Algumas das modalidades que exemplificam os esportes po- pulares em outros países são o rúgbi, o futebol americano e o flag- bol. Resgatando suas origens históricas e situando as modalidades 13 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo no século 19, elas surgiram na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas pode-se verificar sua disseminação pelo mundo por intermé- dio da criação de federações e campeonatos esportivos. Veja, no Caderno de Referência de Conteúdo, uma síntese da organização histórica de cada uma dessas modalidades, con- forme material apresentado em um dos cadernos do professor de Educação Física, vinculado à Proposta Curricular do estado de São Paulo desde 2008. Observe, também, outras fontes, como o site da Associação Paulista de Futebol Americano. Em uma das situações de aprendizagem da Proposta Curri- cular citada, o objetivo é proporcionar a compreensão de carac- terísticas importantes do rúgbi e do futebol americano. Para tal, a sugestão é que os alunos vivenciem um jogo semelhante ao flag football, que apresenta características comuns ao rúgbi e ao fute- bol americano, a princípio evitando-se o contato entre os jogado- res e analisando as suas regras. Depois, os alunos elaborarão estra- tégias para colocá-las em prática na dinâmica do jogo, discutindo implicações táticas e alternativas para os sistemas de jogadas. Há, também, propostas de federações de outros países, como a portuguesa e a espanhola, que propõem jogos como bito- que-rugby (toque com as mãos), jogo azeitona (pode agarrar) e o rugby-tag (com fitas similares às do flagbol). O beisebol é a outra modalidade que exemplifica os esportes populares em outros países. São apresentadas situações de apren- dizagem da PPC-EF (SÃO PAULO, 2008), como a familiarização com as regras e o processo histórico do beisebol, a vivência de habilida- des de rebater, as táticas de jogos e o jogo de taco adaptado com quatro bases. Além disso, há outra proposta, que indica um jogo chamado bola corrida e outro chamado bola queimada. Esportes radicais ou de aventura na natureza Os X-games, o B3 e o parkour irão exemplificar os esportes da categoria "esportes radicais ou de aventura na natureza". O termo "X-games" é a abreviatura de "extreme-games", que são compos- © Esportes Não Convencionais14 tos por patins in-line, manobras de bicicleta ou skate. Da mesma forma, o significado de "B3" tem origem na língua inglesa: bikes, blades and boards. Após a explicação de seu processo histórico, há exemplos de viabilização desses esportes, com a flexibilização de materiais e espaços nas aulas de Educação Física. A última modalidade abordada será o parkour, que consiste em um percurso com obstáculos que devem ser ultrapassados. São exemplificados os fundamentos, como as técnicas básicas (aterris- sagem, rolamento, saltos) e os movimentos específicos e de equi- líbrio. Há uma sequência didática sugerida, com o ensino de con- ceitos (articulações envolvidas), procedimentais (exploração dos movimentos) e atitudinais (respeito às regras, diferenças individu- ais) por meio de conversas, vivências de habilidades e jogos. Considerações e sugestões para buscar mais informações É fundamental que você use a bibliografia básica em seus estudos, mas não se prenda somente a ela. Consulte, também, ou- tras fontes, como as referências apontadas no Caderno de Referên- cia de Conteúdo, e o Glossário de Conceitos. Você notará que, além de livros, há revistas, páginas na in- ternet e filmes que tratam da temática dos esportes não conven- cionais. Glossário de Conceitos O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá- pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de Conteúdo Esportes Não Convencionais. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos: 1) Cultura corporal de movimento: "por cultura de movi- mento entende-se o conjunto de significados/sentidos, símbolos e códigos que se produzem e re-produzem di- namicamente nos jogos, esportes, danças e atividades rítmicas, lutas, ginásticas etc., os quais influenciam, de- 15 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo limitam, dinamizam e/ou constrangem o Se Movimen- tar dos sujeitos, base de nosso diálogo expressivo com o mundo e com os outros" (SÃO PAULO, 2008, p. 43). Para a ampliação da compreensão dessa expressão, sugeri- mos a leitura do verbete "cultura corporal de movimen- to" no Dicionário Crítico de Educação Física (GONZÁLEZ; FENSTERSEIFER, 2005). 2) Esporte: no seu sentido estrito, é uma prática corporal orientada à comparação de desempenho entre indiví- duos ou grupos, organizada a partir de um conjunto de regras que visa oportunizar condições iguais para a dis- puta, mediante a institucionalização dessas regras por organizações internacionais (GONZÁLEZ; FENSTERSEI- FER, 2005). 3) Esportes não convencionais: modalidades não conheci- das no Brasil por falta de divulgação pela mídia ou por não terem sido vivenciadas pela maioria da população, incluindo esportes radicais e esportes de outros países. 4) Esportes não veiculados pela mídia: representados por aqueles esportes que dificilmente são divulgados na TV, nos jornaisou nas revistas, como, por exemplo, tchouk- bol, corfebol e showbol. 5) Esportes não vivenciados: modalidades que a maioria da população não teve oportunidade de praticar, como tênis, squash, golfe e hóquei. 6) Esportes radicais: envolvem todas as atividades esporti- vas de risco, buscando sentir a própria experiência pela intensidade das emoções e sensações vividas no enfren- tamento do risco (PEREIRA; ARMBRUST, 2010). 7) Esportes tradicionais em outros países: são esportes frequentemente praticados em outros países, como o futebol americano, praticado nos Estados Unidos, ou o beisebol, praticado no Japão. Incluem-se, aqui, as moda- lidades dos Jogos Olímpicos de Inverno (curling) ou nos Jogos Asiáticos (sepaktakraw). 8) Se-Movimentar: O Se-Movimentar é "a expressão indivi- dual e/ou grupal no âmbito de uma cultura de movimen- to; é a relação que o sujeito estabelece com essa cultura © Esportes Não Convencionais16 a partir de seu repertório (informações/conhecimentos, movimentos, condutas etc.), de sua história de vida, de suas vinculações socioculturais e de seus desejos" (SÃO PAULO, 2008, p. 43). Esquema dos Conceitos-chave Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im- portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es- quema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteú- do. O mais aconselhável é que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o seu conhecimento, ressignifican- do as informações a partir de suas próprias percepções. É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en- tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende- se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co- nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe- dagógicos significativos no seu processo de ensino e aprendiza- gem. Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es- colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es- tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. 17 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape- nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci- so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con- siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei- tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog- nitivas, outros serão também relembrados. Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você o principal agente da construção do próprio conhecimento, por meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor- nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe- cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele- cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon- ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). Como você poderá observar, esse Esquema dará a você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, os espor- tes não convencionais podem ser exemplificados didaticamente em: esportes populares em outros países, esportes radicais ou de aventura na natureza, esportes não veiculados pela mídia e es- portes não vivenciados pelos alunos. Entretanto, há intersecções entre eles indicando que um esporte que faz parte de uma das categorias não o exclui da outra. © Esportes Não Convencionais18 Cultura corporal de movimento Esporte não convencional Esporte O que não é veiculado pela mídia Popular em outros países Esportes radicais ou de aventura na natureza O que não é vivenciado pelos alunos Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Esportes Não Convencionais. O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien- te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza- das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co- nhecimento. 19 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo Questões Autoavaliativas No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. Responder, discutir e comentar essas questões, bem como relacioná-las com a prática do ensino de Educação Física pode ser uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, median- te a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional. As questões de múltipla escolha são as que têm como respos- ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res- posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, normalmente, não há nada relacionado a elas no Tópico Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus colegas de turma. Bibliografia Básica É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio- grafias complementares. Figuras (ilustrações, quadros...) Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte- grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra- tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con- teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con- ceitual faz parte de uma boa formação intelectual. © Esportes Não Convencionais20 Dicas (motivacionais) Você, como aluno do curso de Licenciatura em Educação Física na modalidade EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode- rão ser utilizadasna elaboração de sua monografia ou de produ- ções científicas. Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. No final de cada unidade, você encontrará algumas questões autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure- cimento intelectual. Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores. Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você. 3. E-REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 24 mar. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9615consol. htm#art3ii>. Acesso em: 4 jul. 2011. 21 Claretiano - Centro Universitário © Caderno de Referência de Conteúdo SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Proposta curricular: educação física. São Paulo: SEE, 2008. Disponível em: <http:http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/ Portals/18/arquivos/Prop_EDF_COMP_red_md_20_03.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2011. WEISZFLOG, W. Moderno dicionário da língua portuguesa Michaelis. São Paulo: Melhoramentos. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/ index.php>. Acesso em: 4 jul. 2011. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBANTI, V. J. O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, São Paulo, v. 11, n. 1, p. 54-58, 2006. BETTI, M. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas: Papirus, 1998. GALLAHUE, D.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adultos e idosos. São Paulo: Phorte, 2001. GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, P. E. (Org.). Dicionário crítico de educação física. Ijuí: Unijuí, 2005. , G. Cinesiologia, educação física e esporte: ordem emanante do caos na estrutura acadêmica. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 9-50, 1996. Claretiano - Centro Universitário EA D 1 Esportes Não Convencionais 1. OBJETIVOS • Entender o conceito de esportes não convencionais. • Compreender os esportes não convencionais no contexto da cultura corporal de movimento. • Valorizar os esportes não convencionais como conteúdos da Educação Física escolar. 2. CONTEÚDOS • Conceito de esportes não convencionais. • Esportes não convencionais, cultura corporal de movi- mento e o Se-movimentar. • Os esportes não convencionais como conteúdos da Edu- cação Física escolar. © Esportes Não Convencionais24 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli- citados no Glossário e suas ligações pelo Esquema de Conceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendizagem e seu desempenho. 2) Lembre-se de que várias modalidades esportivas es- tão presentes na cultura brasileira. Preste atenção nas práticas esportivas não convencionais ao seu redor, nas mídias, pois elas servirão de conteúdo para suas futuras reflexões e planejamentos de aulas. 3) Leia os livros da bibliografia indicada para que você am- plie seus horizontes teóricos. Confronte-os com o mate- rial didático e discuta a unidade com seus colegas e com o tutor. Até o momento, nosso percurso foi marcado pela ausência do ensino de esportes não convencionais na escola. Você fará parte dos profissionais que amplia- rão o conceito de esportes na cultura corporal de seus alunos. 4) Para enriquecer seus conhecimentos, leia as obras e ar- tigos indicados a seguir: • Sobre desenvolvimento motor da criança: a obra Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adultos e idosos, de D. Gallahue e J. C. Oz- mun (2001); a obra Dicionário crítico de Educação Fí- sica, de F. J. González e P. E. Fensterseifer (2005); e a obra Educação Física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista, de G. Tani (1988). • Sobre cultura corporal de movimento: a obra Meto- dologia do ensino de Educação Física, de C. L. Soares et al. (1992). • Sobre Se-movimentar: o artigo Por uma didática da possibilidade: implicações da fenomenologia de Mer- 25 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais leau-Ponty para a Educação Física, de M. Betti et al., publicado na Revista Brasileira de Ciências do Esporte no ano de 2007. Disponível em: <http://www.rbce- online.org.br/revista/index.php?journal=RBCE&page =article&op=viewFile&path%5B%5D=54&path%5B% 5D=62>. Acesso em: 8 abr. 2011. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Iniciaremos este caderno refletindo sobre os conteúdos que você vivenciou em sua Educação Física escolar. Provavelmente, você se recordará de alguns jogos, brincadeiras e esportes que praticou durante suas aulas. Ao buscar mais detalhes relaciona- dos às modalidades vivenciadas, possivelmente, você se lembrará de esportes convencionais, como o futebol, o vôlei, o basquete e, talvez, o handebol. Agora, você deve estar se perguntando: "o que seriam os esportes não convencionais?". Procuraremos discutir o conceito desse conteúdo e a sua importância no contexto da Educação Físi- ca escolar neste primeiro momento. 5. O QUE SÃO OS ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS? A fim de entendermos a expressão "esporte não convencio- nal", façamos uma pesquisa. De acordo com o Moderno dicionário da língua portuguesa Michaelis, a palavra "esporte" é assim defi- nida: 1 Passatempo, divertimento. [...]. 2 Prática metódica de exercícios físicos, que consistem geralmente em jogos competitivos entre pessoas, ou grupos de pessoas, organizados em partidos; despor- to. [...] Ainda com base no Moderno dicionário da língua portugue- sa Michaelis, verificamos que o termo "convenção" traz esta ideia: 1 Acordo, ajuste [...]. 4 O que está geralmente admitido e praticado, ou taci- tamente convencionado nas relações sociais. [...]. 6 [...] Padrão de compor- tamento observado por hábito e não porque se acredite no significado que tradicionalmente lhe é atribuído. [...] (WEISZFLOG, 2011). Portanto, "não convencional" refere-se ao que não é admitido e praticado nas relações sociais, ao que não é habitual ou não está presen- te na sociedade. Como, na literatura da área da Educação Física, a expressão "espor- te não convencional" não está estabelecida, iremos defini-la como aque- les esportes que não são conhecidos no Brasil por falta de divulgação pela mídia ou que não foram vivenciados pela maioria da população, incluindo os esportes radicais e os esportes populares em outros países. As mídias, sobretudo a TV, têm assumido cada vez mais o papel de divulgadoras da cultura corporal de movimento. É por meio delas que muitas modalidades esportivas são conhecidas pela maioria da popula- ção. Dentre os esportes em que as competições não são veiculadas nas redes televisivas, temos o tchoukbol (Figura 1) e o corfebol (Figura 2). Uma modalidade interessante pela proximidade com o futebol, tão tra- dicional no Brasil, é o showbol, que será abordado na próxima unidade. Figura 1 O tchoukbol O tchoukbol tem como objetivo a marcação de pontos após o arre- messo da bola em um dos quadros de remissão, que ficam nos extremos da quadra, e, consequentemente, o toque no chão. A equipe de ataque possui trêspasses para o arremesso, e a bola não pode ser interceptada pelos adversários. 27 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais Figura 2 No corfebol, No corfebol, tem-se o objetivo de acertar o maior número de cestas; é caracterizado por time misto em relação ao gênero e pe- las funções determinadas de defesa e ataque, que são revezadas entre os jogadores após duas cestas; além disso, não é permitido correr com a bola, driblar, bloquear e agarrar o adversário. Em virtude de algum expoente brasileiro que se destaca em determinado esporte, este se torna mais conhecido, como é o caso do Guga, que divulgou o tênis no Brasil. Contudo, apenas uma pequena parcela da população teve a oportunidade de viven- ciar/praticar o tênis. Um dos fatores dificultadores para a prática dessa modalidade é o uso de equipamentos não acessíveis, como a raquete. Isso também acontece com outras modalidades que uti- lizam implementos, como o squash (Figura 3), o golfe (Figura 4) e o hóquei (Figura 5). Figura 3 Projeto squash na escola. © Esportes Não Convencionais28 Figura 4 Torneio de principiantes de golfe (2009/2010) em Lisboa. Figura 5 Hóquei nas escolas. Outro elemento que influencia a prática de esportes é a questão geográfica. Ambientes montanhosos, litorâneos ou com neve podem ser outro fator determinante para determinada prá- tica esportiva, como o montanhismo, o surfe ou o snowboard (Fi- gura 6). Figura 6 Esportes radicais: surfe, montanhismo e snowboard. 29 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais Para ampliação cultural, seria interessante aos alunos co- nhecer esportes populares de outros países, como, por exemplo, o cricket (Figura 7), o beisebol (Figura 8) e o futebol americano (Figu- ra 9), bem como as modalidades de outras competições, nas quais o Brasil não participa com equipes representativas, tais como o se- paktakraw, presente nos Jogos Asiáticos (Figura 10), ou o curling, dos Jogos Olímpicos de Inverno (Figura 11). Apesar de essas modalidades não serem tradicionais no nos- so país, há equipes que as praticam Brasil afora. Figura 7 Cricket (similar ao jogo de taco). Figura 8 XII Torneio Início de Beisebol Interclubes Pré-Infantil. © Esportes Não Convencionais30 Figura 9 Futebol americano. Figura 10 Sepaktakraw O Sepaktakraw tem como objetivo passar a bola por cima da rede com qualquer parte do corpo, exceto as mãos e os braços. Figura 11 O curling 31 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais O curling tem o objetivo de colocar uma pedra de sua equipe o mais perto do centro do alvo. Convém ressaltarmos que, diferentemente dos esportes não convencionais, o termo "esporte" foi amplamente definido por uma série de autores na área da Educação Física, como Barbanti (2006, p. 57), que diz: Esporte é uma atividade competitiva institucionalizada que envolve esforço físico vigoroso ou o uso de habilidades motoras relativa- mente complexas, por indivíduos, cuja participação é motivada por uma combinação de fatores intrínsecos e extrínsecos. No Dicionário crítico de Educação Física (GONZÁLEZ, FENS- TERSEIFER, 2005), o termo "esporte" é explicado como uma prá- tica corporal orientada à comparação de desempenho entre indi- víduos ou grupos, organizada a partir de um conjunto de regras que visa oportunizar condições iguais para a disputa, mediante a institucionalização dessas regras por organizações internacionais. Já Tani (1996) diferencia o esporte de rendimento, próximo ao conceito apresentado por Barbanti (2006), do esporte como conteúdo da Educação Física, em que a finalidade é a aquisição de habilidades, conhecimentos e valores. Para Betti (1998), o esporte também pode assumir as características de um telespetáculo, pois várias modalidades passam a seguir as convenções e a lógica da TV e das mídias. No Art. 3º da Lei n. 9.615/1998 (Lei Pelé), referente à nature- za e às finalidades do desporto, está explícito que: Art. 3º O desporto pode ser reconhecido em qualquer das seguin- tes manifestações: I - desporto educacional, praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação, evitando-se a seletividade, a hipercompetitividade de seus praticantes, com a finalidade de al- cançar o desenvolvimento integral do indivíduo e a sua formação para o exercício da cidadania e a prática do lazer; II - desporto de participação, de modo voluntário, compreendendo as modalidades desportivas praticadas com a finalidade de contri- buir para a integração dos praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e educação e na preservação do meio am- biente; © Esportes Não Convencionais32 III - desporto de rendimento, praticado segundo normas gerais desta Lei e regras de prática desportiva, nacionais e internacionais, com a finalidade de obter resultados e integrar pessoas e comuni- dades do País e estas com as de outras nações (BRASIL, 2011). Percebe-se, portanto, uma clara diferenciação entre o espor- te de rendimento e aquele praticado nas aulas de Educação Físi- ca. Sabendo disso, veremos, a seguir, a importância de se abordar esse tema no processo de escolarização. 6. POR QUE ABORDAR OS ESPORTES NÃO CONVEN- CIONAIS NA ESCOLA? Para Tani (1996), o esporte é um patrimônio cultural da hu- manidade e, por isso, constitui-se em conteúdo a ser transmitido pelo processo educacional. Logo, as crianças têm direito de conhe- cer todo o patrimônio criado, aperfeiçoado, transformado e trans- mitido no decorrer das gerações. A vivência em um esporte desconhecido pode beneficiar o repertório motor, com a aquisição de diversas habilidades moto- ras; estimular o conhecimento de outras culturas, por meio de re- gras, gestos ou implementos utilizados; e favorecer a valorização e a estima de uma nova modalidade esportiva (conhecimento con- ceitual, procedimental e atitudinal). De acordo com as teorias predominantes sobre o compor- tamento motor, o aluno em processo de escolarização encontra- -se em importantes estágios do seu desenvolvimento. A criança da Educação Infantil estaria no estágio de movimentos fundamentais (até 6-7 anos); a criança do Ensino Fundamental, na fase de transi- ção e combinação dos movimentos (até, aproximadamente, 13-14 anos); e o adolescente do Ensino Médio, na fase de movimentos especializados (após 14 anos). A vivência nos esportes terá diferentes significados e estraté- gias durante os ciclos de escolarização. Para a criança na Educação Infantil, os esportes terão um caráter totalmente lúdico, no senti- do de se usar do jogo simbólico para gesticular os movimentos es- 33 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais portivos enquanto representação numa brincadeira. Já as crianças do Ensino Fundamental poderão iniciar a vivência das habilidades motoras dentro das regras do esporte, mas sem a exigência de um padrão de movimento. Inicia-se, aqui, a possibilidade de maior re- flexão e questionamento sobre as modalidades esportivas, bem como a compreensão do processo histórico desde a sua origem, a modificação de regras, as adaptações necessárias para a execução do esporte, as implicações culturais do esporte etc. Essa atribuição de significado pelos alunos por meio de ques- tionamentos e análise crítica corresponde ao aprendizado espera- do sobre os esportes não convencionais como um dos elementos da cultura corporal, porque as condições materiais concretas para a realização desses esportes na atualidade e o conhecimento das transformações ao longo de seu processo histórico são pressupos- tos do percurso que propomos para a aprendizagem. Além disso, a compreensão dos esportes não convencionais pode ser associada com o conceito do Se-movimentar (BETTIet al., 2007). A ideia central nesse conceito é a intencionalidade própria do sujeito do movimento. Em algumas modalidades dos esportes não convencionais, o foco recai justamente nas intenções dife- renciadas de seus praticantes, que podem desafiar as convenções mais tradicionais do esporte. 7. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta unidade, ou seja, do conceito e da importância dos esportes não convencionais na escola. A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda- dos para sanar as suas dúvidas. Esse é o momento ideal para que © Esportes Não Convencionais34 você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu- cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco- bertas com os seus colegas. Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Qual a importância da discussão proposta nesta unidade para a sua forma- ção? 2) Você concorda com a diferenciação de esporte educacional, de participação e de rendimento? Justifique. 3) Explique com suas palavras o que são os esportes não convencionais. 4) De acordo com a definição, quais esportes que você conhece poderiam ser elencados como não convencionais? 5) Dê exemplos de: modalidade não convencional que não é vivenciada pela maioria dos alunos; modalidade pouco divulgada pela mídia; modalidade popular em outro país, mas não no nosso; e modalidade de esporte radical ou de aventura na natureza. 6) Você vivenciou alguma dessas modalidades em suas aulas de Educação Físi- ca? Quais? Como elas eram ensinadas? 7) Você conhece os esportes não convencionais citados nesta unidade? Quais foram os meios de comunicação pelos quais você teve contato? 8) Esses conceitos são importantes para se pensar uma proposta de ensino na Educação Física? Por quê? 9) Qual a sua opinião sobre a inclusão desses esportes na Educação Física es- colar? 10) Quais são as relações dos esportes não convencionais com os conceitos de cultura corporal de movimento e do Se-movimentar? 8. CONSIDERAÇÕES Nesta unidade, você pôde compreender o significado de esporte na perspectiva da cultura corporal e sua importância no conceito de Se-movimentar, além de verificar que não há um con- 35 Claretiano - Centro Universitário © U1 – Esportes Não Convencionais senso na área de Educação Física sobre a expressão "esporte não convencional", mas esperamos que tenha percebido sua impor- tância como conteúdo da Educação Física escolar. Na próxima unidade, você conhecerá algumas propostas para o ensino de esportes não convencionais pouco divulgados pela mídia, populares em outros países, não vivenciados pela maioria dos alunos, bem como para o ensino de esportes radicais ou de aventura na natureza. 9. E-REFERÊNCIAS Listas de figuras Figura 1 Tchoukbol. Disponível em: <http://www.tchoukball.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 2 Corfebol. Disponível em: <http://www.ikf.org/home>. Acesso em: 27 ago. 2010. Figura 3 Projeto squash na escola. Disponível em: <http://www.squashrs.com.br/item. asp?xitem=118>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 4 Torneio de principiantes de golfe (2009/2010) em Lisboa. Disponível em <http:// adegolfe.blogspot.com>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 5 Hóquei nas escolas. Disponível em: <http://www.fphoquei. pt / i n d ex . p h p ? o pt i o n = co m _ co nte nt & v i ew = a r t i c l e & i d = 8 0 0 : h o q u e i - n a s - escolas&catid=96:noticias&Itemid=104>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 6 Esportes radicais: surfe, montanhismo e snowboard. Disponível em: <http:// www.Esportesradicais.org>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 7 Cricket (similar ao jogo de taco). Disponível em: <http://www.brasilcricket.org>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 8 XII Torneio Início de Beisebol Interclubes Pré-Infantil. Disponível em: <http:// www.cbbs.com.br/galerias.php?pagina=7>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 9 Futebol americano. Disponível em: <http://www.lbfa.com.br/>. Acesso em: 15 jun. 2011. Figura 10 Sepaktakraw. Disponível em: <http://www.takraw.com.br>. Acesso em: 21 jun. 2011. Figura 11 Curling. Disponível em: <http://www.cbdg.org.br>. Acesso em: 21 jun. 2011. © Esportes Não Convencionais36 Sites pesquisados BRASIL. Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998. Institui normas gerais sobre desporto e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 24 mar. 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9615consol. htm#art3ii>. Acesso em: 21 jun. 2011. BETTI, M. et al. Por uma didática da possibilidade: implicações da fenomenologia de Merleau-Ponty para a educação física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 2, p. 39-53, jan. 2007. Disponível em: <http://www.rbceonline.org. br/revista/index.php?journal=RBCE&page=article&op=viewFile&path%5B%5D=54&pat h%5B%5D=62>. Acesso em: 21 jun. 2011. WEISZFLOG, W (Ed.). Moderno dicionário da língua portuguesa Michaelis. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 21 jun. 2011. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBANTI, V. J. O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, Pelotas, v. 11, n. 1, p. 54-58, 2006. BETTI, M. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas: Papirus, 1998. GALLAHUE, D.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adultos e idosos. São Paulo: Phorte, 2001. GONZÁLEZ, F. J.; FENSTERSEIFER, P. E. (Org.). Dicionário crítico de educação física. Ijuí: Unijuí, 2005. SOARES, C. L. et al. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992. TANI, G. Cinesiologia, educação física e esporte: ordem emanante do caos na estrutura acadêmica. Motus Corporis, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 9-50, 1996. TANI, G. et al. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU/Edusp, 1988. EA D Aplicação dos Esportes Não Convencionais 2 1. OBJETIVOS • Conhecer alguns exemplos de esportes não convencio- nais. • Identificar e saber pesquisar a origem e as principais re- gras dos esportes não convencionais. • Perceber as possibilidades de viabilizar os esportes não convencionais nos ciclos da escolarização. 2. CONTEÚDOS • Contexto histórico, organização e sistematização dos es- portes não convencionais. • Sugestões de viabilização de atividades relacionadas aos esportes não convencionais na Educação Básica. © Esportes Não Convencionais38 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Sempre que você tiver alguma dúvida sobre os conceitos que utilizamos para a exemplificação dos esportes não convencionais, consulte o Glossário. 2) Tenha sempre à mão um caderno de anotações para co- locar dúvidas e ideias que forem surgindo conforme o desenvolvimento deste estudo. 3) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser inte- ressante você ampliar seu repertório de conhecimento sobre os esportes não convencionais. Para saber mais, acesse os sites indicados a seguir: • PORTAL SÃO FRANCISCO. Esportes. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/canal- esportes>. Acesso em: 31 ago. 2011. • Apresenta a história, as regras, os equipamentos e as curiosidades de diversas modalidades esportivas, in- cluindo os esportes radicais e os de inverno. • PARANÁ (Estado). Secretaria da Educação. Portal Dia a dia Educação. Educação física. Disponível em: <http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modu-les/conteudo/conteudo.php?conteudo=159>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A seção "Esportes" divulga textos sobre o surgimento histórico e as regras de vários esportes. Além disso, disponibiliza links para reportagens em áudio e víde- os da TV multimídia de diversas modalidades, inclusi- ve dos esportes de inverno. 4) Nesta unidade, também falaremos de alguns esportes radicais. Para saber mais sobre eles e, assim, ampliar ainda mais seus conhecimentos, consulte estes sites: • A página Ciência do skate, que contém referências de estudos sobre o elemento da cultura corporal. Dispo- 39 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais nível em: <http://www.cienciadoskate.com/referen- cias.htm>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A página do Centro de Referência em Educação Mário Covas, especialmente a seção "Reflexão" – esportes radicais −, que traz links de sites sobre esportes em terra (skate, montanhismo), esportes na água (surfe, rafting) e esportes no ar (asa delta, paraquedismo). Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ ref_l.php?t=003>. Acesso em: 31 ago. 2011. • A página da Associação Brasileira de Parkour, que con- ta brevemente a origem do parkour e divulga eventos relacionados a essa prática. Disponível em: <http:// www.abpk.org.br>. Acesso em: 31 ago. 2011. 5) No decorrer do estudo desta unidade, abordaremos as regras do tênis. O Departamento de Arbitragem da Con- federação Brasileira de Tênis traz todas as regras oficiais descritas (regras de 1 a 4: quadra, instalações perma- nentes da quadra, bola e raquete; e regras de 5 a 30: re- gras do jogo). Para consultá-las e, assim, enriquecer seu conhecimento, consulte o site disponível em: <http://cb- tenis.uol.com.br/Arquivos/Download/Upload/55.pdf>. Acesso em: 28 jun. 2011. 6) Finalmente, há algumas sugestões de filmes para as mo- dalidades destacadas nesta unidade: a) Sobre tênis: Wimbledom − o jogo do amor. b) Peter Colt é um tenista que ocupa uma posição mui- to baixa no ranking mundial de tenistas. Sem pos- suir ranking suficiente para participar do torneio de Wimbledon, ele recebe um convite dos organi- zadores para que possa disputar e tem sua última chance de vencer um torneio na tradicional quadra de Wimbledon. Porém, após se apaixonar por Lizzie Bradbury, a mais nova estrela do tênis feminino, Colt ganha novo fôlego para disputar o título da compe- tição. © Esportes Não Convencionais40 c) Sobre futebol americano: Golpe baixo. d) Paul Crewe é um ex-astro do futebol americano que, após ser flagrado dirigindo bêbado, vai para a pe- nitenciária Allenville, uma das prisões mais severas do país. Ao chegar, tem uma surpresa: o diretor do presídio, Arden Hazen, pede-lhe que monte um time de prisioneiros para disputar uma partida de futebol americano com os guardas da prisão. e) Sobre futebol americano: Um sonho possível. f) Um adolescente sobrevive sozinho, vivendo como um sem-teto, quando é encontrado na rua por Lei- gh Anne Tuohy. Vivendo no novo ambiente, o ado- lescente tem de encarar outros desafios. À medida que a família ajuda Michael a desenvolver todo o seu potencial, tanto no campo de futebol america- no quanto fora dele, a presença de Michael na vida da família Tuohy conduz todos por uma jornada de autodescoberta. g) Sobre rúgbi: Invictus. h) O filme Invictus acompanha o período em que Nel- son Mandela (Morgan Freeman) sai da prisão (em 1990) e se torna presidente (em 1994). Na tentativa de diminuir a segregação racial na África do Sul, o rúgbi é utilizado para tentar amenizar o fosso entre negros e brancos, fomentado por quase 40 anos. O jogador Francois Pienaar (Matt Damon) é o principal nome. 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Na unidade anterior, você conheceu nossa definição de es- portes não convencionais e percebeu sua importância na Educa- ção Física escolar. Agora, você deve estar se questionando: "será que é possível o ensino desses esportes na Educação Física escolar?", "como lidar com a falta de espaços adequados e a escassez de materiais que ocorrem na maioria das escolas brasileiras?". 41 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais Como você verá, há uma série de esportes não convencio- nais que pode ser abordada na Educação Física escolar. O desafio, agora, será pensar em como organizar e sistema- tizar tais conteúdos. Para isso, veremos exemplos de esportes não convencionais que podem ser abordados nas aulas de Educação Física. Abordaremos o contexto histórico de sua origem, suas prin- cipais regras e, finalmente, estratégias para aplicá-los nas aulas. 5. COMO ENSINAR ESPORTES NÃO CONVENCIONAIS NA ESCOLA Várias propostas curriculares trazem o esporte como conteú- do da Educação Física. Entretanto, poucas contemplam os esportes não convencionais. Dentre elas, está a Proposta Pedagógica Curri- cular do estado de São Paulo (2008), que aborda temas como o flagbol, os esportes radicais e o tchoukball. Como definimos ante- riormente, os esportes não convencionais são aqueles desconheci- dos no Brasil por falta de divulgação pelas mídias ou por não terem sido vivenciados pela maioria da população, incluindo os esportes radicais e os populares em outros países. Nesta unidade, veremos alguns exemplos de esportes não convencionais como possibilidades de ensino na Educação Física. Para tanto, selecionamos: 1) um esporte não vivenciado pela maioria dos alunos: tê- nis; 2) dois esportes não veiculados pela mídia: corfebol e sho- wbol; 3) quatro esportes tradicionais em outros países: rúgbi, fu- tebol americano, flagbol e beisebol; 4) três esportes radicais: X-games, B3 e parkour. Começaremos nossos estudos abordando o tênis, um espor- te que, apesar de ser conhecido, não é vivenciado pela maioria dos alunos. Acompanhe o tópico seguinte. © Esportes Não Convencionais42 Esporte não vivenciado pela maioria dos alunos: tênis A PPC-EF (SÃO PAULO, 2008) trata do tênis no Ensino Médio como uma das modalidades esportivas desconhecidas dos alunos ao considerar fatores importantes para a apreciação do espetáculo esportivo, como a compreensão do jogo, a proximidade com os implementos e espaços necessários, a importância de técnicas e táticas no desempenho esportivo e a sua inserção e aderência no cotidiano das aulas de Educação Física. Segundo os autores da PPC-EF, o tema permite a associação e a compreensão de outras modalidades individuais que apresen- tam algumas semelhanças, como o tênis de mesa, o badminton, o squash, o frescobol e o tamboréu. O tênis requer espaço físico e objetos específicos para ser praticado, e os autores apontam que a maioria dos espaços disponíveis é privada, e os acessórios, de alto custo, impossibilitando o acesso de parcela significativa da popula- ção. Entretanto, eles acrescentam que a inserção do tênis nas au- las de Educação Física poderá contribuir para o processo de tran- sição entre diferentes camadas socioeconômicas, como ocorreu com o futebol. O domínio de determinado gesto e a compreensão de algumas técnicas e táticas podem ser apreendidos à medida que forem oportunizadas diferentes situações dessa modalidade esportiva. Além disso, propiciar aos alunos do Ensino Médio o conhe- cimento de várias modalidades esportivas é fundamental, por ser uma etapa na qual os alunos fazem suas escolhas individuais e por permitir a eles apreciar, identificar, analisar, compreender e criti- car o espetáculo esportivo. De acordo com Pinto e Cunha (1998), alguns fatos históricos acabaram por rotular o tênis como um esporte de elite; em virtude disso, eles apresentam um trabalho que tenta minimizar tal situ- ação ao buscar viabilizar o tênis na escola, onde sua prática pode ser massificada e levada a todas as camadas sociais. Veja,a seguir, o processo histórico do tênis. 43 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais A origem do tênis a partir de jeu de paume ––––––––––––––– Há muitas teorias para o surgimento do tênis, mas há um consenso de que a França estabeleceu as bases reais do jogo com o surgimento do "jeu de paume" (jogo da palma), no final do século XII e início do XIII. No tênis primitivo as raquetes não eram empregadas. Os jogadores usavam as mãos nuas e depois optaram por usar luvas. No século XIV, já havia jogadores que usavam um utensílio de madeira em forma de pá, conhecido como "battoir" e que mais tarde recebeu um cabo e também as cordas trançadas. [...]. Com o tempo, o tênis deixou de ser jogado com a bola contra o muro, passando a ser praticado em um retângulo dividido ao meio por uma corda. Surgiu, assim, o "longue-paume", que permitia a participação de até seis jogadores de cada lado. Mais tarde apareceu o "court-paume", jogo similar, disputado em recinto fechado, mas de técnica mais complexa e exigindo uma superfície menor para sua prática. Muitos reis da França tinham no "jeu de paume" sua principal diversão, chegando a ponto de o rei Luís XI decretar "que a bola de tênis teria uma fabricação espe- cífica: com um couro especialmente escolhido, contendo chumaço de lã compri- mida, proibindo o enchimento com areia, giz, cal, cinza, terra ou qualquer espécie de musgo". Para se ter uma idéia do crescimento do esporte na França, o rei Luís XII (1498 a 1515) pediu a um francês de nome Guy Forbert para codificar as primeiras regras e regulamentos e fez construir em Órleans, cidade onde tinha o seu palácio, nada menos que 40 quadras. Em plena "Guerra dos Cem Anos", o rei Carlos V condenou o "jeu de paume", declarando que "todo jogo que não contribua para o ofício das armas será eli- minado". Com tal proibição, lembrando que o jogo era praticado até aos domin- gos, pode-se deduzir que o novo esporte alcançou uma grande popularidade na França. Com a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas, o esporte praticamente desapareceu junto com a destruição das quadras. No século XIX, um jogador J. Edmond Barre, que se sagrou campeão da França em 1829 e conservou o título por 33 anos, até 1862 (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TÊNIS, 2011). –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– Uma vez estudada a origem do tênis, no tópico seguinte, dando continuidade em nossos estudos, apresentaremos algumas orientações para trabalhar essa modalidade na Educação Física es- colar. Orientações para a Educação Física escolar Consoante Pinto e Cunha (1998), o tênis no âmbito escolar deve ter uma série de características diferenciadas do esporte, pois ele deve buscar o lúdico e o desenvolvimento geral da criança, além de prevalecerem os aspectos de cooperação e socialização, característicos do Ensino Fundamental (Figura 1). © Esportes Não Convencionais44 Figura 1 Tênis na escola. Os autores acrescentam a precariedade de recursos nas es- colas, principalmente as rurais, municipais e estaduais, que nem sempre são dotadas de grandes espaços para as aulas de Educa- ção Física; estes, quando existem, são diminutos e irregulares, não sendo específicos a todas as atividades. Para os autores, nesses ambientes, o improviso e a criatividade fazem parte do dia a dia das aulas de Educação Física; é com esse espírito que eles apresen- tam algumas alternativas para a iniciação ao tênis escolar, as quais apresentamos a seguir: 1) Sugestões de formato para as miniquadras: recomen- da-se não usar espaços muito reduzidos, pois isso pode atrapalhar a movimentação inerente ao esporte, des- caracterizando-o e afastando-o dos objetivos a curto e longo prazos. 2) Sugestões de materiais: outro estigma usado para ex- cluir muitas crianças da prática do tênis é o de que ele é um esporte muito caro por causa do custo das raquetes e das bolas oficiais, mas é sabido que, hoje em dia, o preço desses materiais já é do alcance de boa parcela da população, com raquetes chegando a custar a meta- 45 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais de do preço de calçados. Para desfazer qualquer tipo de dúvida ou barreira para a prática do tênis escolar, serão propostos diversos materiais alternativos: • raquete: pode ser fabricada em madeira (cedro, por ser resistente e leve), devendo ter o diâmetro de 12cm a 15cm e o comprimento da cabeça entre 15cm e 20cm (forma elíptica); o comprimento total da raquete (cabeça mais cabo) não deve ultrapassar 35cm; • bola: não precisa ser necessariamente a oficial, que tem um custo mais elevado; pode ser qualquer tipo de bola que pique e seja de circunferência semelhan- te à de uma bola oficial. Deve-se evitar bolas que pi- quem muito rápido e preferir bolas mais lentas que as oficiais. O mercado possui essas bolas a custos bem reduzidos; • rede (divisória da quadra): outro material que nem sempre é de fácil manejo e tem um preço relativa- mente caro. Ela pode ser facilmente substituída por cordas de náilon, elásticos, barbantes etc. amarrados em cadeiras ou mesas. A altura da rede não deve ul- trapassar 80cm do solo. Outra sugestão é aproveitar toda a extensão da área e, com o auxílio de dois mi- nipostes de madeira ou bambu fixos no chão ou piso, amarrar uma grande cordinha de náilon e criar tantas miniquadras quantas forem possíveis. Aliás, amarrar algumas fitinhas de plástico na cordinha facilita a vi- sualização. Pinto e Cunha (1998) apresentam sugestões de outros auto- res de atividades para a iniciação ao tênis na escola, as quais serão sintetizadas a seguir: 1) Explorar a manipulação dos implementos (raquete e bo- linha). Por exemplo: lançar a bolinha para o alto, quicá-la com a raquete e arremessá-la para um colega. © Esportes Não Convencionais46 2) Combinar os movimentos manipulativos com equilíbrio e locomoção. Por exemplo: equilibrar a bola na raquete e locomover-se, transferi-la para um colega (Figura 2). Também podem ser propostos jogos, como pega-pega equilibrando a bola na raquete ou uma gincana em que as crianças devem acertar a bola num alvo, arremessan- do-a ou rebatendo-a. 3) Exercícios em que o aluno deverá rebater a bola lançada por um colega ou pelo professor (Figura 2). 4) Jogos utilizando diversos formatos de miniquadras, como, por exemplo, dividir a quadra em quadrantes, em duas partes. Fonte: Pinto e Cunha (1998, p. 31). Figura 2 Sugestões de atividades para a iniciação do tênis na escola. Os autores ressaltam que as sugestões de exercícios e mini- jogos deverão servir de base para que os professores de Educação Física criem novas opções para um bom aproveitamento do tênis como atividade nas aulas, contribuindo para o maior enriqueci- mento do acervo motor da criança. Aos poucos, os jogos deverão aproximar-se da realidade, principalmente quanto às regras, o que contribuirá com o maior envolvimento na atividade. A seguir, a fim de que você se familiarize com as regras do tênis, apresentamos um quadro com a organização desse esporte. Acompanhe. Organização do tênis – regras –––––––––––––––––––––––––– O tênis é jogado numa quadra dividida por uma rede, e cada jogador ou dupla de jogadores fica de um dos lados da quadra. O objetivo do jogo é marcar pontos, que ocorrem: • quando o adversário sacar na rede ou fora da zona de saque do adversário (nas duas tentativas de saque); 47 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais • quando deixar a bola quicar por duas vezes seguidas na sua metade da qua- dra; • quando devolver a bola na rede; • quando devolver a bola fora dos limites determinados pelas linhas da quadra adversária; • quando a bola de saque ou golpe não for devolvida peloadversário. Para melhor compreensão do tênis, é importante você saber disto: 1) Set: é a divisão de uma partida de tênis, sendo composta por vários games. Em geral, um set é finalizado com seis games vencidos por um dos lados, com diferença mínima de dois games. Havendo empate em 5-5, o set conti- nuará até um desempate em 7-5. Empates com 6-6 serão decididos por tie- breaker, vencido por quem primeiro fizer sete pontos corridos. Uma partida é, normalmente, decidida pelo melhor de três sets. Os grandes torneios (Grand Slam) são decididos pelo melhor de cinco sets. 2) Game: etapa do set definida a favor de quem primeiro completar quatro pon- tos, mantendo-se o mesmo sacador até seu final, visto que seis games de um mesmo jogador definem o set. 3) Tiebreaker: game de desempate ao final do set (6-6), no qual cada saque bom vale um ponto. O primeiro jogador sacará no 1º, 4º e 5º pontos. O segun- do sacará no 2º, 3º, 6º e 7º pontos, e assim sucessivamente. Vence o game quem primeiro acumular sete pontos. 4) Contagem de pontos: um game é decidido em quatro pontos, na seguinte ordem: 1º ponto = 15, 2º ponto = 30, 3º ponto = 40, 4º ponto = game. Empates em 40/40 serão decididos quando um dos jogadores fizer dois pontos seguidos. 5) Saque (Figura 3): o sacador tem sempre duas chances para acertar seu ser- viço. O game inicia-se com um saque da metade direita da quadra em direção à metade oposta, no sentido diagonal. Na sequência do game, os saques irão alternar-se nos lados esquerdo e direito, na mesma metade da quadra. Não é permitido pisar na linha ao sacar; caso isso ocorra, é considerado falta (foot fault). Fonte: Siqueira (1991, p. 55). Figura 3 Saque do tênis. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– © Esportes Não Convencionais48 Na PPC-EF (SÃO PAULO, 2008), uma das atividades sugeridas pretende verificar o que os alunos já conhecem em relação ao tênis, de acordo com as informações advindas, principalmente, da mídia, além de apresentar aspectos históricos da modalidade e elaborar diferentes situações do jogo, com noções de regras e construção de materiais adaptados. Para tal, as estratégias propostas são: 1) Debates sobre o tênis, nos quais os alunos serão ques- tionados a respeito da sua criação. Pode-se solicitar que eles criem e encenem, em grupos, uma história para o surgimento do tênis, com base apenas na imaginação. 2) Vivência de movimentos relacionados ao tênis, como rebater uma bola, com implementos trazidos de casa (tampa de panela, chinelo, taco etc.). 3) Montagem de uma miniquadra com cordas e proposição de um jogo cujo objetivo é rebater a bola em direção ao colega do outro lado da corda, trocando o maior número de passes sem errar (rally). A rebatida poderá ser reali- zada com as próprias mãos, como nos antigos "jogos de palma" (jeu de paume), ou com materiais trazidos pelos próprios alunos. Outra possibilidade é que os alunos jo- guem contra si mesmos, ou seja, rebatam a bola contra uma parede, e, quando ela voltar, permitam que ela qui- que uma vez no chão, a fim de validar a jogada para um novo rebote. 4) Construção de uma raquete com canudos com folhas de jornal agrupadas para moldar uma raquete ou com ara- me de cabide e meia-calça de náilon (Figura 4). Figura 4 Raquete construída de arame e meia-calça de náilon. 49 Claretiano - Centro Universitário © U2 – Aplicação dos Esportes Não Convencionais 5) Realização de minijogos com regras criadas pelos alu- nos. Por exemplo: a bola pode quicar quantas vezes no campo do adversário? Os pontos serão corridos como no voleibol ou retomam a vantagem em cada bola recu- perada? A outra atividade presente na PPC-EF tem como foco a apre- ciação de uma partida de tênis. Para tanto, é sugerida uma análise dos movimentos dos jogadores em um trecho ou uma sequência de golpes de uma partida de tênis gravada em DVD. Na proposta, também há a situação avaliadora, em que é solicitada aos alunos a elaboração de um jogo de perguntas e res- postas a partir de uma pesquisa sobre os seguintes temas: desen- volvimento do tênis no Brasil e no estado de São Paulo, principais tenistas brasileiros, principais torneios de tênis realizados no Brasil e no mundo, nomes dos golpes associados às diferentes técnicas e táticas e tipos de quadras para praticar o tênis. Como visto, há exemplos de atividades que abordam o tê- nis que podem ser desenvolvidas tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. O objetivo deste tópico não foi esgotar o tema, mas mostrar possibilidades que, com a sua criatividade, poderão ser ampliadas, aprofundadas e aperfeiçoadas. Reflita so- bre outras estratégias para o ensino do tênis e não se esqueça de anotá-las! A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos, falando dos esportes que não são veiculados pelas mídias. Esportes não veiculados pela mídia: corfebol O corfebol é um dos esportes não veiculados pela mídia que abordaremos. O Brasil é um dos 57 países integrantes da Interna- tional Korfball Federation, e seu representante desde 1998 é Mar- celo Soares, atual técnico da seleção brasileira. Segundo a Federação Portuguesa de Corfebol, a modalida- de, que surgiu na Holanda em 1902, foi inventada por Nico Bro- © Esportes Não Convencionais50 ekhuyesen, que se inspirou num jogo sueco denominado ringball. O corfebol teve uma boa aceitação e expansão logo após a sua apresentação, e, em 1903, constituiu-se a Associação Holandesa de Corfebol. Nos anos seguintes, a atividade desenvolveu-se es- sencialmente na Holanda, com o público mais jovem, vindo pro- gressivamente a aumentar a sua popularidade e o número de praticantes, que, atualmente, é de cerca de 100 mil na Holanda. Em 1920, foi apresentada como modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos. Oito anos mais tarde, em 1928, foi novamente modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos de Amsterdã. Em 1933, a modalidade sofreu um novo impulso com a criação da International Korfball Federation. Após a Segunda Guerra Mun- dial, iniciou-se o processo de divulgação para o mundo, começan- do pela Grã-Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Espanha, Estados Unidos e Austrália. O número de países praticantes tem aumenta- do progressivamente; atualmente, os países de língua portuguesa que praticam corfebol são Portugal e Brasil. As principais regras sintetizadas do documento da Federa- ção Portuguesa de Corfebol serão apresentadas a seguir: –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– As dimensões da área de jogo são de 40 × 20 m e está dividida em duas zonas iguais por uma linha paralela à linha de fundo (sentido da largura). O local deve ter, preferencialmente, 9 m de altura, mas poderá ter, no mínimo, 7 m. As marcas de penalidade devem ser indicadas à frente do poste no eixo longitudinal e no sentido do centro da quadra. A extremidade da marca mais afas- tada deve estar a 2,50 m do poste. Os postes são fixados perpendicularmente no chão da área do jogo e é circundada por uma área em que nenhum jogador pode estar durante a marcação de um livre. Os postes são colocados em cada uma das zonas, num ponto a igual distância das duas linhas laterais e a uma distância da linha final igual a 1/6 do comprimento total do campo. Um cesto é fixado a cada poste e está orientado no sentido do centro do campo e todo o seu bordo superior deve estar a uma altura de 3,50 m do solo. Corfebol é jogado com uma bola com circunferência de 68 a 70,5 cm e o peso entre 445 g e 475 g.Os jogos são disputados por duas equipes, cada uma consistindo de 4 jogadores do sexo feminino e 4 jogadores do sexo masculino, dos quais 2 jogadores de cada sexo são colocados em cada uma das zonas. A duração de um jogo deve ser dois tempos de 30 minutos, com um intervalo máximo de 10 minutos. Durante o jogo é proibido: • tocar a bola com a perna
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