Buscar

141370418-O-Povo-Brasileiro-Capitulo-1-Darcy-Ribeiro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Disciplina: Formação Econômica e Social do Brasil Curso: Geografia
Turma: 1º período Data:
25/04/2013
Docente Wagner Redua
Discente: Sandro Alex de Souza
O antropólogo Darcy Ribeiro em seu documentário “O Povo Brasileiro” discute a formação dos brasileiros, sua origem mestiça e a peculiaridade cultural que dela resultou.
No início do documentário, Darcy Ribeiro faz questão de enfatizar a importância para os brasileiros de “inventar” o Brasil que nós queremos pois o mundo passa por uma reinvenção através do desenvolvimento e está em constante mudança.
Em sua obra lida no documentário, Darcy cita que apesar do povo brasileiro ter uma vasta mistura de povos que influenciaram em sua cultura, como os portugueses invasores, os índios silvícolas (que se ocupa das matas) e os negros africanos (tripé racial), o brasileiro é um povo novo, aberto para o futuro e, apesar da variedade de matrizes em sua formação, age como um só, uma só gente.
Alguns navegantes tinham conhecimento da Ilha Brasil, assim o nosso país era chamado na época. Em 1500, através de documento, os portugueses registraram em cartório o Brasil, mas essa terra já era habitada por uma humanidade diferente, por uma gente que agradecia a Deus a beleza do mundo e tinham por finalidade apenas “viver a vida”. Nesse período o Brasil era dividido por dialetos, eram vários Brasis.
Os portugueses encontraram no Brasil a matriz Tupi. Os tupis-guaranis provavelmente vieram do oeste ou noroeste da Amazônia, chegaram até o litoral e a partir desse ponto abrangeram alguns estados brasileiros. Como os tupis tinham em sua cultura o costume de guerrear, possivelmente eles expulsaram ou escravizaram os homens encontrados no caminho. No decorrer dessa dispersão dos tupis, eles retornaram
para a Amazônia e deixaram para seus antepassados, nos lugares onde fizeram sua jornada, uma variedade de nomes como os de rios e regiões, ou seja, deixaram os vestígios de sua cultura marcante e única, mais tarde encontrada pelos portugueses. Portanto, os colonizadores portugueses se depararam com um país cheio de referências culturais.
Darcy afirma ainda que os índios viveram no Brasil há pelo menos uns 10.000 anos em perfeita comunhão com a natureza, conhecendo-a em detalhes. Viviam em aldeias, como uma unidade social distinta e eram autossuficientes, sendo capazes de satisfazerem todas as necessidades exigidas para sua sobrevivência ao longo de toda a vida, seja para alimentação, moradia, remédios, guerras ou até mesmo para festas.
Os índios em sua cultura tinham a crença de que vários espíritos regiam tudo que os cercava, desde um parto a um simples voo de pássaros, para eles tudo estava sempre interligado. Acreditavam na vida após a morte e no paraíso, “o guaju piá”, um jardim de sapucaias feito de cantos e danças que eles visavam alcançar. Viviam em aldeias compostas por 4 a 8 malocas com 100 metros de comprimento que comportavam cerca de 600 pessoas, onde cada grupo de índios realizavam atividades distintas, porém em total harmonia uns com os outros. Os índios mais novos aprendiam o que era necessário para sua convivência e sobrevivência, tendo como modelo os índios mais velhos e o ato de fazer e desfazer. Na divisão de tarefas os homens se destinavam as atividades da caça, pesca e as guerras; as mulheres cuidavam da roça, da comida e da bebida. Os tupis buscavam sempre atingir a perfeição em tudo que confeccionavam, pois acreditavam que cada objeto feito por eles o representava, não havendo assim uma divisão entre trabalho e arte. Tinham uma grande liberdade sexual, sendo comum para eles a homossexualidade, não demonstrando nenhuma preocupação em escondê-la. Darcy Ribeiro ressaltou ainda que os índios possuíam uma convicção muito marcante em relação a sua identidade íntima, a sua cultura, isso fez com que sua “ETNIA” permanecesse tão forte a ponto de resistir as mudanças que ocorreram no mundo através dos tempos.
Os tupinambás tinham maior contato com os europeus, eram os Brasis que tinham em sua cultura a poesia, a música, a dança, o vinho, contudo, as guerras permeavam a vida social dos tupinambás. A convivência entre eles era amigável, mas eram implacáveis com seus inimigos, mas existia ética em suas guerras, os tupinambás faziam seus prisioneiros e estes não fugiam, pois fugir para eles seria uma covardia a qual não cogitariam aceitar. Além de toda a habilidade dos guerreiros tupinambás, antes
de iniciarem as lutas acontecia durante horas todo um ritual de insultos e exposição de seus inimigos, isso fez suas técnicas de guerra serem admiradas até nos dias de hoje. As guerras no mar eram compostas por aproximadamente 100 canoas, assim podiam se deslocar de Bertioga a Baia de Guanabara em poucos dias. Para os tupinambás, o momento máximo acontecia quando os prisioneiros eram sacrificados e devorados (antropofagia).
Darcy Ribeiro ao estudar os índios caiapós pode concluir que estes foram os índios que apresentaram maior semelhança com os índios tupinambás da costa brasileira, aqueles que herdamos nossas origens. Os caiapós, para Darcy, são os tupinambás tardios de quinhentos anos depois, mudados radicalmente no tempo.
Apesar de algumas diferenças nos grupos indígenas, como a língua e a origem, eles ainda percebem a terra como um bem comum entre todos da aldeia. Ninguém se apropria da terra e nem mesmo de informações, pois para os índios não há necessidade em um dominar o outro, o chefe da tribo tem apenas o papel de intermediador.
Dentre as diversas heranças deixadas para nós pelos índios, a mais nobre e profunda é de que é possível um povo viver totalmente integrado a natureza em uma convivência pacífica e harmoniosa.