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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PEDAGOGIA LUANA MARIA BONFIM DOS REIS RAUDZIUS ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL SÃO JOSÉ 2019 LUANA MARIA BONFIM DOS REIS RAUDZIUS ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Projeto apresentado como exigência da disciplina PPE – Projeto- Rotina na educação infantil Orientador(a) : MONICA SILVA FERREIRA SÃO JOSÉ 2019 LINHA DE PESQUISA TEMA: Rotina, Pra que Rotina? TÍTULO: Rotina na Educação infantil INTRODUÇÃO Este trabalho apresenta uma investigação teórico empírico no campo bibliográfico sobre: A rotina na educação infantil, um tema que confronta dois pontos distantes na educação; contenção e autonomia, além de estar ligado a outros temas que perpassam pela teoria e prática da pedagogia na educação infantil. Essa inquietação surge a partir dos estágios e práticas docentes vivenciadas em minha trajetória acadêmica, sugiram assim várias indagações de como o professor deve agir e como seria o funcionamento e a prática pedagógica sem uma rotina pré- estabelecida pela instituição de educação infantil. 1.1. APRESENTAÇÃO DA JUSTIFICATIVA DA PESQUISA A rotina exerce um papel fundamental para conviver com a realidade social em todos os âmbitos; familiar, comunidade, escolar etc, contribuindo também para o crescimento e fortalecimento da autonomia. A rotina proposta com regras, estabelecem limites importantes para o desenvolvimento da criança, pois além de ajuda-lo a agir em determinadas situações em que limites são impostos desde cedo ela consiga conviver com o sentimento de frustação. A criança se sente norteada e segura com rotinas estabelecidas previamente, aprendendo a lidar com mudanças no ambiente, contudo é necessário valorizar e respeitar a diversidade de cada indivíduo e a cultura onde ele é inserido. OBJETIVOS OBJETIVO GERAL: • Pesquisar como acontece a rotina na educação infantil Objetivos específicos: • Identificar como a rotina é usada na aprendizagem na educação infantil; • Analisar o desenvolvimento da autonomia das crianças que seguem a rotina no dia a dia na escola de educação infantil; • Verificar como acontece a rotina da educação infantil, sem afetar a liberdade e a subjetividade das crianças; 1.2. APRESENTAÇÃO DA METODOLOGIA UTILIZADA ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO Empírico , descritivo, teórico metodológicos O projeto conta com várias contribuições empíricas e bibliográficas de autores e do RCNEI que dialogam sobre o tema escolhido. Também com pesquisas de campo onde é observado no cotidiano como é o funcionamento da rotina na educação infantil. Contribuições essas de Henry Wallon que explicita que o ambiente da educação infantil busca valorizar o eu, as emoções e a interação com seus pares, sendo assim a criança deve aprender a conviver e respeitar o outro, de modo a ter regras e limites dentro da sociedade. O RCNEI orienta e dá diretrizes para o aproveitamento do tempo e espaço de forma que a aprendizagem e os direitos das crianças sejam respeitados, indica também todo o aprendizado que a rotina proporciona. Maria Montessori fundamenta que o educador é o mediador das aprendizagens, portanto deve ele ter o controle de seus próprios limites e nortear as crianças para o desenvolvimento da sua autonomia. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA É possível educar na educação infantil sem rotina? APRESENTAÇÃO DOS OBJETIVOS DESSA PESQUISA Questões norteadoras ou hipóteses Hipóteses A rotina pensada e planejada para as crianças na educação infantil, amplia a maturidade para seguir um cronograma rígido e estático; A rotina auxilia no desenvolvimento da autonomia; Seguir uma rotina é, o tempo e o espaço onde o docente tem que cumprir as tarefas pré-estabelecidas sem deixar de lado as diferenças e individualidades das crianças; 2. LEVANTAMENTO DO REFERENCIAL OU EMBASAMENTO TEÓRICO DA PESQUISA 1.1. APRESENTAÇÃO DO TEMA A rotina na educação infantil, é um tema muito abrangente, pois analisará as práticas que estão ligadas a organização social e política, mostrando avanços na educação infantil, que na década de 1970, “ a educação de crianças de 0 a 6 anos, as propostas pedagógicas consideram a criança um ser singular, a elaboração da rotina precisa respeitar os desejos limites e inquietação de cada criança, observando com sensibilidade o comportamento das crianças para não reproduzir ações rotulantes. Abordará a flexibilidade das rotinas na educação infantil que é de extrema importância, partindo do pressuposto que cada criança tem seu tempo, é necessário que as propostas assegurem o bem estar e a especificidade da faixa etária. UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL No Brasil até a década de 80 a pré-escola era entendida como uma etapa anterior e preparatória para a escolarização, que só iniciava no ensino fundamental, não sendo considerada educação formal. Em 1996 promulgada pela LDB, a educação infantil passou a fazer parte da educação básica, o acesso ao ensino fundamental passa a ser aos seis anos de idade e a educação infantil de 0 a 5 anos, portanto a obrigatoriedade do ingresso à educação infantil passa a ser para crianças de 4 e 5 anos em instituições de educação infantil. Reconhecendo que a educação infantil é o início do processo educacional formal, a instituição infantil pode ser a primeira separação entre a criança e a família para uma socialização estruturada, sendo possível entender que esse processo de inserção deve ser articulado de modo que o cuidar e o educar estarão juntos, acolhendo conhecimentos e vivências construídos pelas crianças no ambiente familiar e na sua comunidade. Nessa etapa o objetivo é ampliar o campo de experiências, conhecimentos e habilidades complementando a educação familiar e aproximando-o do contexto escolar, desenvolvendo socialização, autonomia e comunicação. Assim a prática pedagógica tem a responsabilidade de desenvolver uma parceria entre família e escola, trabalhando com culturas plurais da família e da comunidade. As Diretrizes Curriculares Nacionais de educação infantil (DCNEI, resolução CNE/CEB nº 5/2009) em seu artigo 4º, definem a criança como: “ Sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivência, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e sociedade, produzindo cultura.(Brasil,2019)”. As DCNEIS, entende que os eixos estruturantes das práticas pedagógicas dessa etapa são as experiências nas quais as crianças constroem seus conhecimentos por meio de interações e brincadeiras com seus pares e adultos, sendo possível observar nesses momentos a expressão de afeto e a mediação das frustrações a resolução de conflitos e a regulação de emoções. O trabalho do educador fica no de planejar, mediar, monitorar e refletir sobre as práticas e interações, proporcionando situações para o pleno desenvolvimento da criança. Nesse contexto o cotidiano da educação infantil com a regularidade dos rituais e repetições das rotinas dão suporte para a criação de novas propostas, o desafio é repetir e ao mesmo tempo ser inovador. É importante perceber que a rotina não aprisiona ou enrigece o cotidiano, ela orienta o planejamento para que ele flua com organização e leveza, dando segurança à criança, na medida em que ela consegue antecipar as vivencias que estão por vir. APRENDER EM SITUAÇÕES ORIENTADAS A estruturação e desenvolvimento de situações orientadas pelo professor ajuda a criança a trabalhar diversos conhecimentos, as aprendizagens devem priorizar a subjetividade da criança, mas a intervenção do professor é necessária para que em situações de interação social ou sozinhas elas possam ampliar sua capacidade de aprimorar os conceitos.“ Liberdade não é viver sem estruturas externas, sem planejamento ou cedendo às pressões sociais e adulterando seu caráter.” Maria Montessori. Montessori fundamenta com seus princípios que quando um educador deixa a criança “livre” ao seu controle este está fugindo de seus próprios limites, impedindo a criança de desenvolver a estruturação da sua personalidade. Obedecendo a uma rotina a criança é livre e responsável para executar suas atividades dentro de seu próprio ritmo, mas concentrados dentro e fora da sala de aula. O trabalho do professor de educação infantil vai além de conteúdo, abrange também cuidados físicos de higiene, emocional etc, esse profissional torna-se aprendiz refletindo constantemente em suas práticas. Henry Wallon aborda sobre as emoções e que “ É o primeiro recurso de interação da criança com o meio social. Uma rotina enriquece e dá segurança à criança, e quando os acontecimentos vão existindo sempre na mesma ordem, saberá o horário de cada coisa, assim sua ansiedade em relação ao tempo diminui e consequentemente aprende a controlar suas emoções. Toda a organização de espaços e atividades desenvolvidas na educação infantil explicitam intenções educativas, e para que haja aproveitamento dos mesmos é necessário um planejamento flexível da rotina. A rotina organiza o tempo didático, os cuidados, as brincadeiras e as situações de aprendizagem, para Maria Carmen Silveira Barbosa no livro (Por amor e por Força: Rotinas na educação infantil), o uso do tempo que precisa ser pensado e planejado pelos profissionais, pensando e ouvindo as crianças, para o uso do tempo nas atividades realizadas. As atividades de rotina são ressaltadas pela autora em duas interpretações: atividades de socialização: entrada, saída, refeição e sono; e atividades consideradas pedagógicas. Barbosa (2006) cita sobre a separação de atividades rotineiras entre cuidados e educação. Nesse sentido a autora propõe que o cuidar e o educar são totalmente indissociáveis, (...) “sob uma ação de cuidado, há um projeto educativo e que todas as propostas pedagógicas precisam avaliar a dimensão dos cuidados necessários para plena realização” (BARBOSA,2006,P.169). Agindo com empatia, a autora do livro educação infantil/ organizadora Josilda Maria Belther.-São Paulo: Pearson education do Brasil, 2007, afirma que todo o processo ensino-aprendizagem esta entrelaçado com a rotina da instituição de educação infantil, a preparação dos ambientes para cada momento deve contribuir para o desenvolvimento da criança. Os conteúdos apresentados na educação infantil requerem sempre diferentes estruturas didáticas, elas podem ser agrupadas em três modalidades: atividades permanentes, sequência de atividades e projetos de trabalhos. As atividades permanentes faz-se as necessidades básicas de cuidado, aprendizagem e prazer às crianças como; brincar no espaço externo e interno, roda de história, roda de conversas, ateliê de oficinas, atividades em ambientes organizados por temas ou materiais, cuidados com o corpo etc. A sequência das atividades são planejadas e orientadas com objetivo de promover uma aprendizagem especifica e definida, derivadas dos campos de saberes com roteiro de execução. Já os projetos de trabalhos são um conjunto de atividades de um determinado assunto, que pode variar e ser modificado conforme o interesse dos alunos, utilizados também nas atividades permanentes. Toda essa organização dá-se o nome de rotina, sendo ela facilitadora do processo aprendizagem, considerada como um instrumento de dinamização da aprendizagem, uma rotina clara e compreensível para as crianças é fator de segurança e de orientação para a pratica do professor. REFERÊNCIAS Aise dos Santos Silva; A rotina na educação infantil Jéssica Ferreira Bilória e Andreia Cristina Metzner: A importância da rotina na educação infantil. Josilda Maria Belther, São Paulo: Pearson Education 2007. Maria Carmen Silveira Barbosa; Por amor e por força, Rotinas na educação infantil Maria Cristina Tris Dorneles Rau; Educação infantil práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem. Paula Pouk Lillard: Método Montessori, Uma introdução para pais e professores. Secretaria municipal de Salvador, 2015 (Pranchas para profissionais de creches) Rossetti Ferreira, mc org, Os fazeres ma educação infantil,( Cortes, editora 2009)
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