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MICROBIOLOGIA História A microbiologia já era motivo de curiosidade entre os homens desde a era primitiva, ainda que eles não soubessem do que se tratava. Desde aquela época, eles buscavam o entendimento sobre as doenças que surgiam e sua forma de transmissão. Com o passar do tempo, eles descobriram que alguns alimentos se modificavam quando guardados em solo úmido ou frio, porém sem entender como se dava aquele processo. Sabe-se, por exemplo, que a produção de vinho e laticínios data da antiguidade, quando os primitivos se utilizavam dos seres vivos microscópios, mesmo sem ter consciência daquele fato. Anos depois, especificamente em 1546, o monge e médico italiano Girolamo Fracastoro (1483-1553) divulgou o livro “De contagione et contagionis” com seus estudos sobre doenças contagiosas. De acordo com ele, a existência de germes vivos seria responsável pelas doenças contagiosas. Suas teorias não tiveram muita importância naquele momento, pois as doenças eram consideradas “castigos divinos” e, por isso, a origem das doenças contagiosas ficou apenas no campo das especulações. Com o surgimento do microscópio, o inglês Robert Hooke, em 1665, descreveu as estruturas celulares de plantas e fungos por meio desse aparelho, na época ainda bastante rudimentar. Porém, considera-se que a microbiologia deu seus primeiros passos, de fato, entre 1673 e 1723, com o comerciante de tecidos holandês Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), que também por meio do microscópio, observou protozoários, algas, bactérias e leveduras. O químico francês Louis Pasteus (1822-1895) foi o primeiro a estudar todas essas formas de vida de maneira mais sistemática, criando os primeiros métodos preventivos de doenças, como a vacinação, a soroterapia, entre outros. Considerado o pai da microbiologia, ele ajudou a esclarecer muitas questões relacionadas ao surgimento e cura das doenças. A partir daí, a ciência continuou evoluindo, os microscópios se desenvolveram, surgiram, por exemplo, as técnicas de esterilização, de citologia e o cultivo de microrganismos. O que é a Microbiologia de fato! O termo microbiologia vem do grego mikros, que significa pequeno e bio e logos, “estudo da vida”. É o ramo da ciência que estuda os microrganismos, ou seja, os seres vivos minúsculos que só podem ser vistos pelos humanos por meio do microscópio. Os micro-organismos compreendem um imenso grupo com membros que podem ser encontrados em células únicas ou em agrupamentos celulares e que podem existir em praticamente todos os tipos de ambientes. Os membros deste grupo de estudo são todos seres microscópicos que podem ser encontrados nos Reinos Monera (bactérias) e Protista (protozoários), alguns no Reino Fungi (leveduras e bolores). Os micro-organismos podem ser diferenciados dos organismos multicelulares por serem autônomos realizando todos os seus processos vitais e se multiplicar, mesmo consistindo em uma única célula. Célula A célula é a unidade básica do ser vivo, separa-se de outras pela membrana celular, que consiste em uma barreira física que separa o interior da célula do exterior e atua também como selecionador do que deve ou não entrar na célula, através de vários mecanismos de permeabilidade. Dentro da célula encontra-se o material genético, o DNA, que fica no núcleo ou nucleoide, e possui todas as informações para a formação e manutenção celular. Ocupando o interior da célula está o citoplasma, onde ficam todas as organelas que compõem a maquinaria celular. Essa é a composição básica de qualquer célula. Estruturas Procariontes Dependendo do tipo de ser vivo, serão encontradas estruturas e composições diferentes. Existem basicamente dois tipos de organizações celulares: eucariotos e procariotos. A diferença entre eles é o modo como o material genético se encontra. No caso dos seres eucariotos o DNA está organizado em um núcleo. Já nos procariontes o núcleo encontra-se desorganizado, na realidade nem existe um núcleo propriamente dito, mas apenas o DNA ‘solto’ no citoplasma, são os seres vivos mais primitivos. O nosso foco serão as células procariotas, já que as bactérias, grupo dominante na microbiologia clínica, são procariontes. Membrana Plasmática Fina e flexível é a barreira que separa a parte interna da célula do meio exterior. A espessura gira em torno de 8nm, e se rompida à célula morre. As membranas biológicas são feitas de duas camadas de fosfolipídios, intercaladas por proteínas. O fosfolipídio é considerado um lipídio complexo porque tem associado ao lipídio uma molécula de fósforo, isso o torna anfipático, ou seja, tem uma parte hidrofóbica (lipídio) e uma hidrofílica (fósforo). Parede Celular A parede celular é a parte externa da célula procarionte. Sua estrutura é mais resistente do que a membrana, oferece proteção e é quem dá a forma bacteriana. Quanto à forma, as bactérias podem ser: cocos, bacilos, cocobacilos, vibrião, espirilo ou espiroqueta. Podem ser encontradas sozinhas ou em arranjos, quando em grupos. Veja a seguir algumas formas e arranjos comuns de bactérias. Cílios e Flagelos Essas são as estruturas responsáveis pela locomoção de grande parte dos micro-organismos. São muito finos, parecendo um fio de cabelo. Podem ser compridos e únicos (ou em pequeno número), no caso dos flagelos, ou curtos e numerosos, como os cílios. Um micro-organismo pode possuir apenas um ou os dois tipos de estrutura e ao baterem milhares de vezes por minuto e em alta velocidade causam o deslocamento da bactéria. Material Genético Compreender o que é nucleoide pode ajudar você a entender a disposição do material genético nas células procariontes, um tipo de célula que não possui núcleo definido. O nucleoide, também conhecido por DNA bacteriano, consiste na região onde está localizado o material genético dos organismos procariontes. O nucleoide compõe-se do genoma condensado, que forma, em bactérias, o chamado cromossomo bacteriano. O genoma apresenta, geralmente, uma única molécula de DNA em fita dupla, circular e capaz de autoduplicação. Componentes Citoplasmáticos O citoplasma é uma solução aquosa que preenche o interior da célula bacteriana. Nele está o DNA, ribossomos e demais organelas. Os ribossomos são partículas de RNA e proteína e atuam na síntese proteica (mecanismo de produção de proteínas). Existem também grânulos ou inclusões, que podem variar de bactéria para bactéria quanto à composição, mas basicamente são reservas de energia ou de constituintes estruturais. Grupos de microrganismos São considerados grupos de microrganismos os vírus, protozoários, bactérias e fungos. Os vírus são seres que só podem ser visualizados pelos olhos humanos através do microscópio. Considerados parasitas obrigatórios, eles se instalam no interior das células a fim de se reproduzirem. São responsáveis por causar diversas doenças graves no homem, como HIV, febre amarela, caxumba, varíola, entre outras. Podem ser classificados em adenovírus (compostos de DNA), arbovírus (transmitidos aos seres humanos por meio de insetos) e retrovírus (composto de RNA). Os vírus são responsáveis por diversas doenças nos seres humanos, como HIV, febre amarela, gripe, entre outras. (Foto: Pixabay) Os protozoários fazem parte do Reino Protista (grupo formado por seres vivos), são eucariontes (possuem apenas um núcleo celular e vários organelos (pequenos órgãos no interior da célula)), unicelulares (possuem apenas uma célula) e heterotróficos (se alimentam de outros seres, pois não produzem o próprio alimento).Também causam algumas doenças como a amebíase, doença de chagas e malária e são classificados de acordo com a sua forma de locomoção: ciliados (se movimentam na água doce ou salgada por meio de diversos cílios), flagelados (se locomovem através de um longo flagelo), rizópodos (possuem falsos pés chamados pseudópodos) e esporozoários (não possuem organelas locomotoras, são parasitas obrigatórios). Já os fungos podem ser microscópicos ou macroscópicos, podendo ser vistos ou não pelos olhos humanos, a depender do seu tipo. Além disso, podem ser unicelulares ou pluricelulares, eucariontes (possuem um núcleo) e heterótrofos (se alimentam de outros seres vivos). Alguns tipos de fungos são encontrados em diversos ambientes, como água, vegetais, solo, detritos, e utilizados para diversos fins, como culinária, medicina e produtos. Outros são considerados parasitas e transmitem patogêneses como candidíase, micose, histoplasmose (infecção causada pela inalação de esporos de um fungo que é encontrado frequentemente em fezes de pássaros e de morcegos), entre outros. Os cogumelos são tipos de fungos utilizados na culinária. (Foto: Pixabay) Por fim, as bactérias são seres unicelulares e procariontes (não possuem núcleo celular) encontradas na água, no solo, no ar, dentro de outros seres vivos e nas condições mais inóspitas (lugares onde não há condições de ser habitado). Podem apresentar formas diversas, como esferas (cocos), bastões (bacilos), espirais (espirilo), entre outras. Apesar de também causar doenças, as bactérias possuem funções diversas sendo utilizadas, por exemplo, na fabricação de antibióticos e vitaminas, além de alimentos que se utilizam de lactobacilos (iogurtes, queijos), na produção de proteínas humanas (hormônio do crescimento, insulina), além de ajudar nas etapas do Ciclo do Nitrogênio. As bactérias possuem diversas formas e funções. (Foto: Pixabay) Áreas de estudo da microbiologia A microbiologia possui diversas áreas de estudo. Algumas delas são: Microbiologia farmacêutica: estuda os microrganismos relacionados à produção de medicamentos. Microbiologia médica: pesquisa os organismos vivos minúsculos e sua relação com a imunologia no controle e prevenção de doenças. Microbiologia de alimentos: estuda os microrganismos que habitam e contaminam os alimentos. Microbiologia ambiental: analisa de que forma os fungos e bactérias agem na decomposição, tanto de matéria orgânica quanto de elementos químicos da natureza. Microbiologia microbiana: engloba pesquisas relacionadas à manipulação genética e molecular dos organismos. Importância da microbiologia O estudo dos microrganismos contribuiu positivamente para o desenvolvimento da humanidade. A partir da descoberta das causas e formas de transmissão das doenças, além dos métodos preventivos como vacinas, medicamentos e soros, por exemplo, foi possível aumentar a qualidade e a expectativa de vida dos seres humanos. Outro benefício importante tem relação com a tecnologia de alimentos, por meio dos processos de conservação e fermentação dos produtos alimentícios. Além disso, a possibilidade de evitar patologias nos animais, bem como a microbiologia do solo, que permite a conservação dos fatores biológicos e uma degradação menor do solo, também foram importantes para a evolução de todos os seres vivos que compõem o planeta. Bactérias e suas Patologias As bactérias são seres procariontes e unicelulares encontrados tanto vivendo de forma isolada quanto formando colônias. Esses seres do Reino Monera são usados na fabricação de alimentos, participam ativamente do processo de decomposição e são bastante aplicados na Biotecnologia. Entretanto, apesar de tantos benefícios, algumas bactérias são causadoras de doenças graves. As doenças causadas por bactérias, também chamadas de doenças bacterianas ou bacterioses, possuem os mais variados sintomas e formas de transmissão. As bactérias são causadoras de doenças bastante simples até doenças bastante perigosas, que pode causar a morte do paciente. Sendo assim, são um grupo que merece bastante atenção. BOTULISMO Causado pela bactéria: Clostridium botulinum. O QUE É? É uma infecção bacteriana que provoca um quadro de intoxicação grave, causado pelas toxinas da Clostridium botulinun dos tipos A, B, E e, em raras ocasiões, pelo tipo F. FORMA DE AQUISIÇÃO A principal forma de adquirir a doença é através da ingestão de seus esporos. Estes são encontrados no solo, em produtos agrícolas, como mel e defumados; e em peixes e outros organismos marinhos. Além disso, alimentos enlatados, em vidros ou embalados a vácuo, conservas e embutidos, também são locais em que podem ser encontrados esses esporos, principalmente se preparados em condições de higiene precárias. Isso porque tais ambientes costumam ser pobres em oxigênio, sendo um bom local para a incidência deste bacilo anaeróbico. PRINCIPAIS SINTOMAS Os sintomas podem variar de algumas horas para pouco mais de uma semana após a ingestão dos esporos. Tontura, visão dupla, boca seca, aversão à luz, queda da pálpebra e dificuldade para urinar e evacuar são os principais. Dependendo da quantidade de esporos ingeridos, dificuldades de falar, engolir e se locomover podem se manifestar; assim como paralisia dos músculos respiratórios, o que muitas vezes é fatal. Além disso, há o risco do paciente desenvolver pneumonia, o que também pode levar a óbito. DIAGNÓSTICO É feito pela análise dos sintomas e do histórico alimentar dos dias anteriores. Exames específicos que acusam a presença da toxina no organismo – e/ou nos alimentos ingeridos suspeitos TRATAMENTO É feito geralmente com a aplicação de soro antibotulínico e, não raras as vezes, é necessário que a pessoa acometida seja internada, para que fique em observação. Antibióticos não são eficazes para esse caso. Considerando os problemas e riscos relacionados à infecção pelos esporos da Clostridium botulinun, é importante adotar algumas medidas com a finalidade de prevenção: - Não adquirir nem ingerir alimentos cuja lata ou tampa se apresentem estufadas ou enferrujadas; - Não adquirir nem ingerir alimentos cujo conteúdo líquido se apresente turvo; - Não adquirir nem ingerir alimentos cujo vidro se apresente turvo; - Só consumir mel de procedência conhecida; - Ferver alimentos enlatados antes do consumo, principalmente o palmito, já que este é um dos alimentos mais relacionados aos casos de botulismo (a toxina é destruída à temperatura de 65 a 80º C por 30 minutos; ou à 100 º C por 5 minutos). CÓLERA Causado pela bactéria Vibrio cholerae. O QUE É? É uma doença com grande facilidade de dissipação. O período de incubação é de aproximadamente cinco dias. Vencendo a acidez estomacal, multiplica-se no intestino delgado de forma bastante rápida e, em razão de seus sintomas, pode causar desidratação, perda de sais minerais e diminuição acentuada da pressão sanguínea em curto espaço de tempo, com possibilidades de causar a morte das pessoas afetadas. FORMA DE AQUISIÇÃO É transmitida pela ingestão da água, alimentos, peixes, frutos do mar e animais de água-doce contaminados por fezes ou vômito de indivíduo portador da doença, sem o devido tratamento. Mãos que tiveram contato com a bactéria ou mesmo moscas e baratas podem provocar a infecção por este patógeno. Esses últimos podem funcionar como vetores mecânicos, transportando o vibrião para a água e para os alimentos. PRINCIPAIS SINTOMAS Na maioria dos casos,manifesta-se de forma assintomática e este é um dos principais motivos que facilitam sua propagação, já que este portador é capaz de transmitir a doença sem ao menos ter conhecimento deste fato. Apenas 10% das pessoas afetadas desenvolvem o quadro sintomático. Os pacientes liberam os vibriões em suas fezes por cerca de vinte dias. DIAGNÓSTICO O diagnóstico consiste no isolamento e identificação do vibrião nas fezes do paciente. TRATAMENTO Para tratamento, a reidratação é essencial e é, na maioria dos casos, o único método necessário. Entretanto, a visita ao médico é indispensável, já que só ele será capaz de analisar o caso e, caso seja necessário, prescrever antibióticos. Medicamentos antidiarreicos não são indicados, já que facilitam a multiplicação da bactéria por diminuírem o peristaltismo intestinal. A cólera afeta, principalmente, locais onde o saneamento básico é precário. A bactéria sobrevive por até cinco dias em temperatura ambiente e é resistente ao congelamento. No ambiente marinho, vive bem em temperaturas entre 10 e 30°C. Entretanto, não resiste a temperaturas acima de 80°C e tampouco à exposição ao cloro. Assim, a fervura ou cloração de água e alimentos antes de sua ingestão e evitar o uso de gelo em bebidas, salvo quando este tiver sido feito com água tratada, são algumas das principais medidas para impedir a manifestação da doença. FEBRE MACULOSA Causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. O QUE É? É uma doença grave que pode levar à morte. Ela é causada por uma bactéria que é transmitida por meio da picada de um carrapato contaminado. FORMA DE AQUISIÇÃO As bactérias causadoras da febre maculosa circulam na natureza por meio de carrapatos, portanto estes são vetores da doença. Um carrapato contaminado pode transmitir febre maculosa e também passar a bactéria para seus descendentes, funcionando como um reservatório para a bactéria. No Brasil, os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente o carrapato conhecido como carrapato estrela (Amblyomma cajennense), são os principais vetores da doença. Eles são encontrados em diferentes espécies de animais domésticos e silvestres, entre os quais podemos destacar as capivaras, gambás e equinos. Os carrapatos infectam os animais e podem infectar o homem quando entram em contato com ele. Alguns autores afirmam que a transmissão da febre maculosa ocorre quando o carrapato fica aderido à pele por um período de 4 a 6 horas, outros autores, no entanto, afirmam que, para a transmissão, é necessário que o carrapato fique aderido de 6 a 10 horas. PRINCIPAIS SINTOMAS A doença começa a se manifestar, em média, sete dias após a infecção. Seus sintomas são inespecíficos, o que dificulta muito o diagnóstico da doença e pode, consequentemente, levar a um diagnóstico tardio, aumentando, assim, as chances de morte. Vale salientar que sua gravidade é variável, existindo formas leves e graves da doença. Os sintomas que podem se destacar são: febre alta, dores musculares, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos e manchas vermelhas pelo corpo. Nos casos mais graves da doença, podem ocorrer alguns problemas, como aumento do tamanho do fígado e do baço, insuficiência renal, inchaço das pernas, tosse, edema pulmonar, problemas neurológicos, como meningite, confusão mental e convulsões, e hemorragias. Caso o paciente não seja tratado de maneira adequada, pode ocorrer evolução do quadro para o coma profundo. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da febre maculosa deve ser feito por meio de exames laboratoriais, uma vez que os sintomas da doença são inespecíficos. Entre os exames, podemos destacar as reações de imunofluorescência indireta, que é o método mais utilizado e caracteriza-se pela análise da presença de anticorpos específicos TRATAMENTO Assim que houver a suspeita, deve-se iniciar o tratamento, o qual se baseia no uso de antibióticos. O indicado pelo Ministério da Saúde é que não se espere confirmação laboratorial do caso para que o tratamento seja iniciado, uma vez que o sucesso do tratamento depende diretamente de seu início precoce. Em casos em que a doença não é tratada, sua letalidade chega a 80%. GONORRÉIA Doença sexualmente transmissível causada pela Neisseria gonorrhoeae. O QUE É? É também conhecida pelos nomes: blenorragia, uretrite gonocócica, esquentamento, corrimento, escorrimento e pingadeira. É uma doença que afeta, principalmente, a uretra, tanto de homens quanto de mulheres. FORMA DE AQUISIÇÃO Como é uma DST (doença sexualmente transmissível), a prática sexual desprevenida - inclusive anal e oral - é uma forma de transmissão. Assim, ânus e faringe podem, também, se comprometer. A probabilidade de contaminação após o relacionamento com um parceiro doente é de 90%. Bebês correm o risco de serem infectados por suas mães, no momento do parto, apresentando danos oculares. Algumas mulheres podem ter a doença sem, no entanto, apresentarem sintomas. PRINCIPAIS SINTOMAS Esses aparecem aproximadamente dez dias após o contato. Nas mulheres se apresenta como dores na região inferior do abdome, hemorragia e dor ao urinar. Nos homens, inflamação, incômodo ao urinar e secreção com pus – características semelhantes às que ocorrem quando há infecção anal. Ínguas na região da virilha podem aparecer também. Raramente, a bactéria se dissemina pela circulação sanguínea. Tal fato pode desencadear danos à epiderme, articulações, cérebro, faringe, olhos e válvulas cardíacas. DIAGNÓSTICO É feito pela análise do histórico do paciente e exame da secreção. TRATAMENTO O tratamento é feito com o uso de antibióticos, geralmente em dose única. A penicilina deixou de ser utilizada em razão da grande resistência que as bactérias adquiriram a ela. No caso da gonorreia ocular, chamada conjuntivite gonocócica, é acrescido o uso de colírios de nitrato de prata. Muitos postos de saúde distribuem as medicações gratuitamente. Relações sexuais e bebidas alcoólicas devem ser evitadas nesse período e por mais uma semana após o tratamento. Os parceiros de pessoas infectadas devem, também, se consultar, a fim de verificar se houve contágio. Não tratada de forma correta, pode causar infecção dos órgãos do sistema genital, com condições de originar esterilidade. O uso da camisinha (ou abstinência sexual) e o pré-natal são as únicas formas de evitar a gonorreia. HANSENÍASE Causada pelo Mycobacterium leprae. O QUE É? A hanseníase, conhecida oficialmente por este nome desde 1976, é uma das doenças mais antigas na história da medicina. FORMA DE AQUISIÇÃO É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Não é, portanto, hereditária. PRINCIPAIS SINTOMAS Com período de incubação que varia entre três e cinco anos sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaço, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas. Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedir determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões. DIAGNÓSTICO Consiste,principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários. TRATAMENTO O tratamento e distribuição de remédios são gratuitos e, ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, em face do estigma que esta doença tem, não é necessário o isolamento do paciente. Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Entretanto, segundo a Organização Mundial de Saúde, a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve. Aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, já sendo incapaz de transmiti-los a outras pessoas. Este dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários. Durante este tempo, o hanseniano pode desenvolver suas atividades normais, sem restrições. Entretanto, reações adversas ao medicamento podem ocorrer e, nestes casos, é necessário buscar auxílio médico. LEPTOSPIROSE Causada pela bactéria Leptospira interrogans. O QUE É? É o nome genérico de um grupo de doenças infecciosas causadas por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira. Para se ter uma ideia, referentes apenas à espécie Leptospira interrogans, existem mais de 195 sorotipos diferenciados, agrupados em 19 sorogrupos conforme as propriedades antigênicas. A mais frequente é provocada pelo sorogrupo icterohaemorrhagiae, importante em termos de saúde pública, em consequência da forma desordenada de ocupação urbana associada ao hábito do agente vetor, o hospedeiro Rattus norvegicus (rato de esgoto). FORMA DE AQUISIÇÃO A Leptospirose é transmitida durante as enchentes, a urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode propiciar a infecção. No meio rural recebem destaque os seguintes sorogrupos instalados no porco ou no gado e Infecta através do contato com a urina desses animais contaminados. PRINCIPAIS SINTOMAS Febre, calafrio, dor de cabeça, mal-estar, vômito, dor muscular, dilatação do fígado, hemorragias digestivas, lesões na pele, problemas respiratórios e conjuntivite que duram de alguns dias a três semanas. Podem ser confundidos com sintomas de gripe ou de dengue. Existem casos de doentes assintomáticos ou que desenvolvem uma forma grave com constante hemorragia e falência renal, podendo levar à morte. DIAGNÓSTICO O método laboratorial de escolha depende da fase evolutiva em que se encontra o paciente. Na fase precoce, as leptospiras podem ser visualizadas no sangue por meio de exame direto, de cultura em meios apropriados. Já na fase tardia, as leptospiras podem ser encontradas na urina, cultivadas ou inoculadas. Os mais utilizados no país são o teste ELISA-IgM e a microaglutinação (MAT). Esses exames devem ser realizados na Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública (Lacen). Exames iniciais e de seguimento –hemograma e bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+). Se necessário, também devem ser solicitados: radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG) e gasometria arterial. Nas fases iniciais da doença, as alterações laboratoriais podem ser inespecíficas TRATAMENTO Os casos leves de leptospirose são tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados. Os casos leves de leptospirose são tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam ser internados. SÍFILIS O agente etiológico da sífilis é a bactéria Treponema pallidum. O QUE É? É uma infecção sexualmente transmissível, de evolução lenta e Pode tornar-se bastante grave caso não haja o tratamento adequado, podendo atingir até mesmo o sistema nervoso. Vale destacar que não existe imunidade contra essa infecção, o que significa que uma pessoa pode pegar sífilis quantas vezes for exposta à bactéria. FORMA DE AQUISIÇÃO É uma doença transmitida, principalmente, por meio da relação sexual desprotegida com uma pessoa que está com a doença. Nesse caso, a transmissão ocorre com maior frequência em pessoas que apresentam a sífilis primária e secundária. Vale salientar que se a ferida da sífilis estiver presente na boca, essa doença pode também ser transmitida pelo beijo. Além disso, a sífilis pode também ser transmitida da mãe para a criança no momento do parto ou durante a gestação. A doença pode ainda ser transmitida por transfusão de sangue, sendo esse caso é mais raro, devido à série de testes realizados no sangue recebido na doação. PRINCIPAIS SINTOMAS Apresenta diferentes manifestações clínicas, as quais variam de acordo com a fase apresentada da infecção. Dentre os sintomas dessa doença, podemos citar: Presença de uma ferida única que não dói, não coça e não apresenta pus, a qual surge na região onde a bactéria penetrou no organismo. Essa ferida pode surgir, por exemplo, na vagina, no pênis, no ânus ou na boca. Manchas no corpo que não coçam Febre Mal-estar Dor de cabeça Ínguas no corpo Em fases avançadas, a doença pode causar lesões na pele e nos ossos e manifestações cardiovasculares e neurológicas. Estágios A sífilis é uma doença que tem uma evolução caracterizada por períodos de atividade, quando é possível observar uma série de manifestações clínicas, e períodos de latência, quando sinais e sintomas não podem ser observados. A seguir, descreveremos os estágios da sífilis: Sífilis primária A sífilis primária dá-se pelo surgimento de uma lesão única denominada cancro duro ou protossifiloma. Geralmente a ferida aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão surge no local onde a bactéria penetrou no organismo, como no pênis, vagina, ânus ou boca, e caracteriza-se por ter a base endurecida, apresentar uma secreção serosa e não causar dor. Essa ferida é rica em bactérias e rapidamente desaparece do organismo sem deixar cicatrizes, o que leva a uma sensação de falsa cura. De uma maneira geral, essa lesão precisa, em média, de duas semanas para desaparecer completamente. Sífilis secundária A sífilis secundária surge após a primária, quando essa última não é tratada. Nessa fase o que se tem é o surgimento de varias erupções na pele, as quais não causam coceira. Essas lesões podem aparecer em diferentes partes do corpo, incluindo as mãos e os pés. Além das erupções, a pessoa com sífilis pode ter dores de cabeça, mal-estar, febre e perceber a presença de ínguas pelo corpo. Sífilis latente A sífilis latente é um estágio assintomático da infecção, ou seja, que não apresenta manifestação clínica. A sífilis latente pode ser classificada em recente ou tardia. A primeira apresenta menos de um ano de evolução, enquanto a segunda apresenta mais de um ano de evolução. Sífilis terciária Essa fase da sífilis pode demorar até décadas para manifestar-se. É uma forma grave que atinge diferentes tecidos do corpo. Nela temos a sífilis cardiovascular e a neurossífilis, em que observamos o acometimento, respectivamente, dos sistemas cardiovascular e nervoso. Esse estágio da doença é grave e pode até mesmo levar uma pessoa à morte. Sífilis Congênita É a sífilis transmitida para a criança durantea gravidez. Essa modalidade da doença pode gerar uma série de complicações graves, que envolvem aborto, prematuridade, morte ao nascer, má-formação fetal e sequelas, como deficiência mental, cegueira e surdez. Para evitar esse tipo de transmissão, é fundamental que a gestante faça exames durante o pré- natal e realize o tratamento caso o diagnóstico seja confirmado. DIAGNÓSTICO Pode ser identificada por meio de exames laboratoriais, os quais podem ser exames diretos ou testes imunológicos, sendo esses últimos classificados em dois tipos: os não treponêmicos e os treponêmicos. Os testes não treponêmicos, como o VDRL, detectam anticorpos que não são específicos para Treponema pallidum, enquanto os treponêmicos, como o FTA- Abs, detectam anticorpos específicos. Sozinhos os testes não treponêmicos não confirmam o diagnóstico de sífilis. Atualmente está disponível no SUS um teste rápido que fornece o resultado em cerca de 30 minutos. Caso esse teste forneça um resultado positivo, uma amostra de sangue será coletada a fim de fazer-se o exame laboratorial. TRATAMENTO A sífilis é uma doença que tem cura, sendo o tratamento realizado com uso de penicilina, um tipo de antibiótico. Sem o tratamento adequado pode levar o indivíduo a morte. Para prevenir-se da sífilis, é fundamental utilizar preservativo (camisinha feminina ou masculina) em todas as relações sexuais. O pré-natal adequado pode contribuir para evitar que a sífilis seja transmitida da mãe para o bebê. PNEUMONIA BACTERIANA Um dos agentes etiológicos da pneumonia bacteriana é a Streptococcus pneumoniae O QUE É? Pneumonia é uma inflamação que acomete o trato respiratório inferior. FORMA DE AQUISIÇÃO Ela pode ser causada por vários micro-organismos, principalmente vírus e bactérias, ocorrendo também em decorrência do uso de medicamentos que podem provocar reações adversas ou ainda pela inalação de substâncias tóxicas. Vale destacar que a gripe pode levar à pneumonia, sendo assim, é fundamental cuidar desse problema de maneira adequada. No inverno, os casos de pneumonia aumentam em virtude da mudança brusca de temperatura, que afeta diretamente o sistema respiratório. Nesses casos, percebe-se que os pelos do nariz têm seu funcionamento comprometido, o que dificulta a filtragem do ar e, consequentemente, expõe o corpo a uma maior quantidade de micro-organismos. PRINCIPAIS SINTOMAS Tosse com secreção Dor no tórax Falta de ar Febre alta que pode chegar aos 40ºC. Calafrios. Fadiga e mal-estar. Em idosos, é comum que os sintomas não sejam percebidos, uma vez que, com o envelhecimento, percebe-se uma diminuição da capacidade do corpo de reagir a esses problemas. Geralmente o idoso pode apresentar falta de apetite, sonolência e desorientação, ou seja, alterações mais comportamentais. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da pneumonia é feito pela análise dos sintomas do paciente e realização do raio X do tórax. Para saber qual foi a causa do problema, exames complementares podem ser pedidos, como é caso da cultura de escarro. TRATAMENTO O tratamento para pneumonia depende do agente etiológico. Nos casos de pneumonias bacterianas, o tratamento é feito com antibióticos. Quando a pneumonia é causada por vírus, o tratamento é apenas para garantir alívio dos sintomas, sendo usados antitérmicos e analgésicos. Vale frisar que o tratamento da pneumonia, algumas vezes, pode levar à internação. Se não tratada adequadamente, a pneumonia pode causar morte. Para prevenir-se da pneumonia, é fundamental seguir algumas recomendações simples, como ter hábitos de higiene adequados, lavando sempre as mãos, não fumar e receber a vacina. As vacinas previnem contra a pneumonia pneumocócica, causada pelo Streptococcus pneumoniae,que pode causar complicações graves. Vale frisar que as vacinas contra a gripe também podem ajudar na prevenção contra a pneumonia, uma vez que essas doenças estão relacionadas. TÉTANO O agente etiológico do tétano é Clostridium tetani. O QUE É? É uma grave doença bacteriana que afeta o sistema neurológico e que, entre outras complicações, pode levar inclusive à morte. FORMA DE AQUISIÇÃO O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, que pode ser encontrada no solo, poeira e nas fezes de animais. A infecção por tétano começa quando os esporos da bactéria transmissora entram no corpo por meio de uma ferida ou um ferimento, onde liberam bactérias que se espalham pela corrente sanguínea e produzem um veneno chamado tetanospasmina. Esse veneno bloqueia os sinais neurológicos da coluna vertebral para os músculos, causando espasmos musculares intensos. Os espasmos podem ser tão fortes que rompem os músculos ou causam fraturas na coluna. PRINCIPAIS SINTOMAS O tempo entre a infecção e os primeiros sinais dos sintomas é geralmente de uma a três semanas. O período de incubação da bactéria é de, em média, sete a oito dias. Os principais sintomas do tétano são: Espasmos e rigidez no maxilar Rigidez nos músculos do pescoço e da nuca Rigidez nos músculos do abdômen Espasmos corporais que provocam dor e duram por vários minutos, geralmente causados por sons altos, toque físico e sensibilidade à luz Febre Sudorese Hipertensão Batimentos cardíacos acelerados DIAGNÓSTICO O médico poderá confirmar o diagnóstico por meio de um exame físico, no qual procurará por sinais de espasmos e rigidez pelos músculos do corpo, e por meio também de um questionário a respeito do histórico médico do paciente e de sua família. Testes laboratoriais geralmente não são necessários para realizar o diagnóstico de tétano. TRATAMENTO Não há cura para tétano, por isso o tratamento será focado na cicatrização da ferida por onde entraram os esporos da bactéria e no uso de medicamentos para tratar os sintomas. TUBERCULOSE A bactéria causadora da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis. O QUE É? É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Outras espécies de micobactérias, como as Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti também podem causar esta doença que afeta, principalmente, os pulmões. Rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc., também podem ser comprometidos. FORMA DE AQUISIÇÃO A transmissão é direta: ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. A resposta imunológica é capaz de impedir o desenvolvimento da doença e, por tal motivo, pessoas com sistema imune menos resistente ou comprometido estão mais propensas a adquirir esta doença, de evolução geralmente lenta. Após a transmissão do bacilo, ocorrerá uma destas situações: o sistema imunológico do indivíduo pode eliminá-lo; a bactéria pode se desenvolver, mas sem causar a doença; a tuberculose se desenvolve (tuberculose primária) ou pode haver a ativação da doença vários anos depois (tuberculose pós- primária). PRINCIPAIS SINTOMAS A resposta imunológica é capaz de impedir o desenvolvimento da doença e, por tal motivo, pessoas com sistema imune menos resistente ou comprometido estão mais propensas a adquirir esta doença, de evolução geralmente lenta. Após a transmissão do bacilo, ocorrerá uma destas situações: o sistema imunológico do indivíduo pode eliminá-lo; a bactéria pode se desenvolver, mas sem causar a doença; a tuberculose se desenvolve(tuberculose primária) ou pode haver a ativação da doença vários anos depois (tuberculose pós- primária). DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax. Exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do indivíduo são procedimentos confirmatórios. TRATAMENTO O tratamento é feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis meses. É imprescindível que este não seja interrompido. A vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em todos os recém-nascidos. MENINGITE BACTERIANA Pode ser causada por várias bactérias, como: Em todo o mundo, existem três tipos de bactérias que causam a maioria dos casos de meningite bacteriana aguda: Streptococcus pneumoniae (as bactérias que causam pneumonia ) Neisseria meningitidis Haemophilus influenzae tipo B (HIB) Outras formas de meningite bacteriana incluem: Meningite por Listeria monocytogenes Meningite por Escherichia coli Meningite por Mycobacterium tuberculosis Meningite por estreptococos do grupo B O QUE É? O cérebro e a medula espinhal são cobertos por camadas de tecido. Essas camadas são chamadas de meninges. Certas bactérias podem causar uma infecção nessas camadas. Isso é chamado de meningite bacteriana. É uma infecção grave que pode causar a morte em questão de horas. É essencial fazer um diagnóstico rápido e tratamento. FORMA DE AQUISIÇÃO Muitas vezes, as bactérias causam primeiro uma infecção do trato respiratório superior . Então, eles se movem pela corrente sanguínea até o cérebro. Algumas formas são transmitidas pelo contato direto com o líquido da boca ou da garganta de uma pessoa infectada. Isso pode acontecer durante um beijo ou quando compartilhar utensílios de cozinha. Em geral, a meningite não é transmitida por contato casual. PRINCIPAIS SINTOMAS Os sintomas clássicos podem se desenvolver em várias horas ou podem levar entre 1 e 2 dias: Febre alta Dor de cabeça Pescoço muito duro e dolorido Outros sintomas podem incluir: Erupção cutânea vermelha ou roxa Cianose (descoloração azulada da pele) Náusea Vômito Fotofobia (sensibilidade a luzes brilhantes) Sonolência Confusão mental Em recém-nascidos e lactentes, é difícil detectar sintomas. Portanto, crianças com menos de três meses de idade que têm febre são frequentemente rastreadas para meningite. Os sintomas em recém-nascidos e lactentes podem incluir: Inatividade Febre alta inexplicada ou qualquer forma de instabilidade da temperatura, incluindo baixa temperatura corporal Irritabilidade Vômito Icterícia (amarela na pele) Tensão ou saliências suaves entre os ossos do crânio Dificuldade para acordar Conforme a doença progride, convulsões ou perda auditiva podem ocorrer. Isso pode se manifestar em pacientes de todas as idades. DIAGNÓSTICO O médico perguntará sobre seus sintomas e histórico médico. Você terá um exame físico. Os testes podem incluir: Punção lombar : Remoção de uma pequena quantidade de líquido cefalorraquidiano para verificar se há bactérias Outras culturas: análise de amostras de sangue, urina, muco ou pus para infecções da pele Ressonância magnética (MRI) – um teste que utiliza ondas magnéticas para fazer imagens de estruturas no interior do corpo (para garantir que a inflamação não é causada por alguma outra causa, como um tumor) Tomografia computadorizada (TC) – um tipo de raio-x que usa um computador para fazer fotos de estruturas dentro do corpo TRATAMENTO Mais de 90% de todas as pessoas com esta infecção sobrevivem graças a cuidados imediatos que incluem: Antibióticos: são administrados por via intravenosa, diretamente em uma veia. Começa assim, logo que se suspeite da presença de uma infecção. corticosteróides: são administrados por via intravenosa no estágio inicial do tratamento. Eles controlam a pressão e a inflamação do cérebro. Além disso, eles reduzem a produção de substâncias inflamatórias no corpo. Restituição de líquidos Analgésicos e sedativos podem ser usados Anticonvulsivantes podem ser prescritos para prevenir convulsões Vírus e suas Patologias Os vírus são organismos que se caracterizam por se reproduzirem apenas no interior de células, sendo, por esse motivo, conhecidos como parasitas intracelulares obrigatórios. Ao parasitar as células, os vírus podem desencadear doenças, provocando diferentes sintomas. Os sintomas dessas doenças podem ser resultados de diferentes processos, como a liberação de enzimas dos lisossomos após a destruição de uma célula, ou ainda em decorrência de componentes tóxicos presentes no parasita. As doenças causadas por vírus, também conhecidas como viroses, acometem várias pessoas todos os anos, e são bastante conhecidas pela população. AIDS Causado pelo vírus HIV O QUE É? A síndrome da imunodeficiência adquirida, conhecida popularmente como AIDS, é uma doença viral, até o presente momento incurável. FORMA DE AQUISIÇÃO É transmitida pelo sangue, sêmen, leite materno, e fluidos vaginais de portadores da doença. Invadindo células responsáveis pelo sistema imunitário, o vírus expõe o indivíduo portador à ação de outras doenças, podendo ser fatal em estágios mais avançados desta. O tempo entre o contágio e a manifestação de sintomas, ou mesmo detecção do vírus em amostra sanguínea, é bem variável, podendo compreender períodos que variam aproximadamente entre três meses e dez anos: a chamada janela imunológica. Assim, caso os devidos cuidados não sejam tomados, neste período o indivíduo já é capaz de contaminar outras pessoas, mesmo sem ter consciência de seu contágio prévio. PRINCIPAIS SINTOMAS Febre persistente, calafrios, dores musculares e de cabeça, ínguas e manchas cutâneas são alguns sintomas que podem se manifestar inicialmente; estes comuns a várias outras doenças. DIAGNÓSTICO Para a detecção do vírus HIV, é necessário que se faça um teste específico, que pode ser feito gratuitamente, e sem prescrição médica, em serviços de saúde pública. Para tal, é necessário que se retire uma amostra de sangue, sem a necessidade de estar em jejum. TRATAMENTO Os medicamentos para o controle da AIDS são chamados antirretrovirais. Eles impedem a multiplicação do HIV, melhorando o sistema imunitário do indivíduo e reduzindo, portanto, os riscos de desenvolver doenças e melhorando sua qualidade de vida. Estes remédios podem causar efeitos colaterais, como enjoos, diarreia, insônia e mal estar; mas seu uso não deve ser suspendido, salvo quando o médico recomendar, já que este ato pode fazer com que o vírus se torne resistente ao medicamento. Uso correto da camisinha em todas as modalidades sexuais; Não utilizar objetos perfuro cortantes de uso comum (seringa, agulha, alicate, etc.) ou esterilizá-los previamente; Gestantes soropositivas devem fazer o pré-natal e utilizar o AZT, evitando o contágio do bebê. CATAPORA Causado pelo vírus Varicela-Zoster O QUE É? É uma doença infecciosa, altamente contagiosa, mas geralmente benigna, que se manifesta com maior frequência em crianças e com incidência no fim do inverno e início da primavera. A principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas (na pele) que se apresentam nas diversas formas evolutivas (máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas), acompanhadas de prurido (coceira). Em crianças, geralmente é benigna e autolimitada. Em adolescentes e adultos, em geral, o quadro clínico é mais exuberante.FORMA DE AQUISIÇÃO A transmissão da varicela ocorre por meio de gotículas de saliva presentes no ar ou, ainda, pelo contato de uma pessoa saudável com o líquido encontrado no interior das vesículas. Vale frisar que a transmissão também pode ocorrer pelo contato com objetos contaminados e durante a gestação, pela placenta. PRINCIPAIS SINTOMAS Os sintomas da varicela são bastante característicos: o surgimento de várias bolinhas vermelhas pelo corpo que, aos poucos, tornam-se bolhas, rompem-se e dão origem a feridas. Em um mesmo indivíduo, é possível observar várias lesões em diferentes estágios de desenvolvimento. Além das erupções da pele, a catapora é acompanhada de febre, desconforto e grande coceira. Apesar de bastante infrequentes, algumas complicações podem surgir, tais como pneumonia e problemas neurológicos. Além disso, as lesões podem sofrer contaminações bacterianas, ocasionando, assim, complicações graves. Diante disso, é importante salientar a importância de não coçar as feridas e sempre manter as mãos e unhas limpas. Na gravidez, a catapora pode ser extremamente prejudicial e desencadear o desenvolvimento anormal do embrião. As lesões no feto podem resultar em marcas na pele, baixo peso, catarata e até mesmo retardo mental. Quando a mãe contrai a doença próximo ao momento do parto, existe risco de morte para o bebê. DIAGNÓSTICO O diagnóstico da catapora (varicela) não é feito por meio de exames laboratoriais para confirmação ou descarte dos casos de varicela, exceto quando é necessário fazer o diagnóstico diferencial nas situações mais graves. TRATAMENTO No tratamento da catapora, em geral, são utilizados analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de cabeça e baixar a febre, e anti-histamínicos (antialérgicos) para aliviar a coceira. Os cuidados de higiene são muito importantes e devem ser feitos apenas com água e sabão. Para diminuir a coceira, o ideal é fazer compressa de água fria. As vesículas não devem ser coçadas e as crostas não devem ser retiradas. Para evitar que isso aconteça, as unhas devem ser bem cortadas. A medicação a ser ministrada deve ser orientada por profissionais de saúde, pois o uso de analgésicos e antitérmicos à base de ácido acetilsalecílico é contraindicado e pode provocar problemas graves.
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