Análise do documentário Revolução de 1932

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DOCUMENTÁRIO: 35 - O Assalto ao poder
O documentário aborda o movimento conhecido como “Intentona Comunista” que foram levantes militares ocorridos no final de novembro de 1935, liderados por membros do Partido Comunista Brasileiro para tentar derrubar o governo de Getúlio Vargas. Com figuras muito conhecidas como Luis Carlos Prestes, os levantes ocorreram em Natal, Recife e Rio de Janeiro.
O contexto da época envolveu de um lado, um movimento comunista no Brasil muito confuso. Adjunto a esse movimento, nasceu nesse período a Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização política de âmbito nacional fundada com objetivo de combater o fascismo e o imperialismo.Embora liderada pelos comunistas, conseguiu congregar os mais diversos setores da sociedade e rapidamente tornou-se um movimento de massas. De outro lado um novo movimento político, a Ação Integralista Brasileira (AIB), caracterizada pelo ultranacionalismo, conservador e corporativista.
José Murillo de Carbalho teceu algumas considerações sobre o movimento de 35: sobre a lenda de que os militares da infantaria tivessem sido atacados enquanto dormiam durante os levantes, não passou de uma tentativa espalhada pelos vencedores, ou seja, o governo, para difundir a ideia de traição e também de veicular os perigos que o comunismo poderia levar caso houvesse tido logro.
Paulo Sérgio Pinheiro também dá sua opinião sobre o aspecto preconceituoso que a Intentona Comunista teve. Sendo “satanizada” na cultura político brasileira pelo seu aspecto ameaçador de ruptura, isto é, um processo inovador na história brasileira qualificada como conservadora e de apenas concessões e conciliações, não de lutas e conquistas.
Além desse aspecto, o sociólogo fala sobre o momento que a “revolução” comunista no Brasil ocorreu. Sendo mais um acidente e de trocas de informações erradas, o movimento esteve fora do ‘timing’ da política da III Internacional comunista, esta que não priorizava o compartilhamento de propostas de intevenção na política a não seja na própria Russia.
O movimento de inspiração fascista fundado em 1932 por Plínio Salgado era em suas bases caracterizado por ideias como a defesa da ordem, disciplina e tradições patrióticas. Como uma ideologia, se lançava combativo a ordem vigente, se tornando adversário do socialismo, liberalismo e capitalismo internacional, além de contar com sua maioria de integrantes anti-semitas. Contavam até com uma certa empatia do governo varguista.
A organização política fundada no início de 1935, a ANL contava com frentes de diversos setores da sociedade, socialistas, profissionais liberais, militares, comunistas, intelectuais, dentre outros que se envolviam com uma proposta que visava uma luta contra o fascismo, a oligarquia e tinha projetos para o mundo rural.
 Carvalho citou a participação de tenentes da Revolução de 1930 na ANL, influenciados por Prestes, escolheram o radicalismo e esquerda. É esse mesmo grupo de tenentes que para a historiadora, autora do livro “Revolucionários de 35: sonho e realidade”, Marly Vianna, teve o maior destaque na formação do partido ANL. Participantes de levantes como de 22 e principalmente de 1930 quando Getúlio Vargas foi posto no poder, de acordo com a autora, eles se sentiram traidos com a Revolução de 30. Para Vianna, a criação da ANL não teve nenhuma influência do Partido Comunista Brasileiro. Com relação as orientações da ANL, não havia alguma indicação de tomada de poder. 
Marly Vianna