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Representação temática

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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: 
CLASSIFICAÇÃO
Olá! Meu nome é Raquel Prado Leite de Sousa. Sou Mestre em 
Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São 
Carlos (UFSCar). Tenho graduação em Biblioteconomia e Ciência 
da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), 
Licenciatura em Língua Portuguesa pelas Faculdades Integradas 
Maria Imaculada (FIMI) e Comunicação Social Jornalismo pela 
Universidade Estadual Paulista (Unesp). Tenho experiência como 
redatora, professora de Língua Portuguesa e Literatura e bibliotecária 
escolar, tendo atuado na rede pública e particular de ensino. Como 
professora, também lecionei disciplinas de representação temática, 
representação descritiva e mediação da informação em cursos de 
graduação e especialização em Biblioteconomia. Atualmente curso 
doutorado em Educação na Ufscar.
E-mail: quel.leite@gmail.com
 
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
 Raquel Juliana Prado Leite de Sousa
Batatais
Claretiano
2018
REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: 
CLASSIFICAÇÃO
© Ação Educacional Claretiana, 2015 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini 
• Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel 
Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo 
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa 
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 025.34 S698r 
 
 Sousa, Raquel Juliana Prado Leite de 
 Representação temática: classificação / Raquel Juliana Prado Leite de Sousa – Batatais, SP: 
 Claretiano, 2018. 
 143 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-565-2 
 1. Classificações filosóficas. 2. Classificações bibliográficas. 3. Teoria da classificação. 
 4. Tratamento temático da informação. 5. Arranjo sistemático do acervo. 
 I. Representação temática: classificação. 
 
 
 
 
 CDD 025.34 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Representação Temática: classificação 
Versão: ago./2018
Formato: 15x21 cm
Páginas: 143 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 13
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 16
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 17
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À 
BIBLIOTECONOMIA
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 21
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 23
2.1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CLASSIFICAÇÃO ................................... 23
2.2. TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................ 34
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 42
3.1. CLASSIFICAÇÃO NA FILOSOFIA .............................................................. 42
3.2. CLASSIFICAÇÃO NA BIBLIOTECONOMIA ............................................... 43
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 44
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 46
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 47
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 48
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 51
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 52
2.1. RANGANATHAN E A TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACETADA ............... 52
2.2. TABELAS DE NOTAÇÃO DE AUTOR: CUTTER, CUTTER-SANBORN E PHA .. 64
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 73
3.1. RANGANATHAN E A CLASSIFICAÇÃO FACETADA .................................. 73
3.2. NÚMERO DE CHAMADA ......................................................................... 75
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 76
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 78
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 80
UNIDADE 3 – CLASSIFICAÇÃO DECIMAL DE DEWEY (CDD)
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 83
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 84
2.1. A CLASSIFICAÇÃO DECIMAL DE MELVIL DEWEY ................................... 84
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 108
3.1. CLASSIFICAÇÃO DECIMAL DE DEWEY (CDD) ......................................... 108
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 109
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 111
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 112
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 112
UNIDADE 4 – UNIDADE 4 – CLASSIFICAÇÃO DECIMAL UNIVERSAL 
(CDU)
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 117
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 119
2.1. A CLASSIFICAÇÃO DECIMAL UNIVERSAL ............................................... 119
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 138
3.1. CLASSIFICAÇÃO DECIMAL UNIVERSAL (CDU) .......................................138
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 139
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 142
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 143
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 143
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo 
A obra Representação Temática: classificação tem como 
objetivo, no contexto do curso, ser espaço teórico-prático que 
contribui na formação do bibliotecário, no que diz respeito à 
compreensão e complexidade do cotidiano profissional, bem 
como nos aspectos conceituais e estruturais dos sistemas 
de classificação bibliográfica. Contempla os estudos da 
representação temática no contexto documentário, da Teoria 
da Classificação e das Classificações Filosóficas. Apresenta 
os sistemas de classificação bibliográfica generalistas e as 
classificações especializadas: Classificação Decimal de Dewey; 
Classificação Decimal Universal; classificações facetadas; 
número de chamada; notação de autor pelos sistemas Cutter, 
Cutter Sanborn e PHA. Princípios da classificação aplicados a 
diferentes contextos informacionais: bibliotecas, redes temáticas 
de informação, organização de sites, taxonomias corporativas.
Bibliografia Básica
CINTRA, A. M. M. et al. Para entender as linguagens documentárias. 2. ed. São Paulo: 
Pólis, 2002.
LANGRIDGE, D. Classificação: abordagem para estudantes de biblioteconomia. Rio de 
Janeiro: Interciência, 1977.
SOUZA, S. de. CDU: como entender e utilizar a 2a edição-padrão internacional em 
língua portuguesa. 2. ed. Brasília: Thesaurus, 2010.
8 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Bibliografia Complementar
FOSKETT, A. C. Abordagem temática da informação. São Paulo: Polígono, 1973.
GUARIDO, M. D. M. Como usar e aplicar a CDD. 22. ed. Marília: Fundepe, 2008.
LENTINO, N. Guia teórico, prático e comparado dos principais sistemas de classificação 
bibliográfica. São Paulo: Polígono, 1971.
MCGARRY, K. O contexto dinâmico da informação. Tradução de Helena Vilar de Lemos. 
Brasília: Briquet de Lemos, 1999.
NAVES, M. M. L.; KURAMOTO, H. (Org.). Organização da informação: princípios e 
tendências. Brasília: Briquet de Lemos, 2006.
É importante saber: ––––––––––––––––––––––––––––––––
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que 
deverá ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes 
necessárias à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os 
principais conceitos, os princípios, os postulados, as teses, as regras, os 
procedimentos e o fundamento ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua 
origem?) referentes a um campo de saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente 
selecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou 
disponibilizados em sites acadêmicos confiáveis. São chamados “Conteúdos 
Digitais Integradores” porque são imprescindíveis para o aprofundamento do 
Conteúdo Básico de Referência. Juntos, não apenas privilegiam a convergência 
de mídias (vídeos complementares) e a leitura de “navegação” (hipertexto), 
como também garantem a abrangência, a densidade e a profundidade dos 
temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigatórios, para efeito 
de avaliação. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
9© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Estimado aluno, seja bem-vindo!
Nesta obra, começaremos a estudar a organização dos 
registros do conhecimento por seus aspectos de conteúdo, ou 
seja, o modo de representar os assuntos dos documentos para 
que possam ser recuperados nos catálogos e também no acervo.
Há muito tempo já se sabe que os usuários, em geral, 
preferem procurar os documentos por seus assuntos. Imagine 
a seguinte situação: você tem que fazer uma pesquisa sobre 
biblioteca escolar, mas não sabe quais autores escreveram sobre 
essa temática. Como proceder?
A representação do assunto, que inclui a descrição do 
tema por meio de palavras, códigos (notação) e resumos, provê 
dados sobre o conteúdo dos recursos bibliográficos, ampliando as 
possibilidades de busca.
Na obra Representação Descritiva: catalogação você pode 
conhecer os fundamentos e as normas para descrever pontos de 
acesso e também criá-los, e estes permitirão ao usuário encontrar, 
identificar selecionar e obter um recurso. A catalogação de um 
item visa, também, à descrição de conteúdo, que chamamos 
de Representação Temática. Antigamente essa atividade era 
conhecida como catalogação de assunto, expressão que caiu em 
desuso.
Na hora de estudar, essas duas subáreas da Organização e 
Representação do Conhecimento (ORC) são vistas separadamente, 
mas é importante lembrar que o ato de descrever os dados 
extrínsecos (externos) e intrínsecos (conteúdo) dos documentos, 
para torná-los disponíveis no acervo e pesquisáveis nos catálogos é 
realizado em uma mesma atividade e por um mesmo bibliotecário.
10 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
A tarefa de preparar os itens para serem acessados é 
conhecida como processamento técnico, procedimento que 
necessita do uso de diversas ferramentas, como códigos de 
catalogação, linguagens de indexação, sistemas de classificação 
bibliográfica, tabelas de notação de autor etc. Nesta obra, 
veremos as duas últimas ferramentas, utilizadas em conjunto 
com as regras para elaboração do número de chamada.
A representação é uma atividade fundamental do Ciclo 
informacional:
1) Produção.
2) Tratamento ou organização.
3) Recuperação.
4) Disseminação.
5) Uso.
6) Nova produção.
Dizemos que a organização da informação é atividade 
intermediária, ou seja, faz a mediação entre os registros do 
conhecimento e o usuário, pelo uso de técnicas de análise 
e descrição que permitem a comunicação documental. O 
tratamento tem impacto direto na recuperação da informação; 
porém, quando malfeito, traz prejuízos enormes para o usuário. 
Atividade muito importante, não?
Classificação: problema ou solução?
Um sistema de classificação bibliográfica é um esquema 
hierárquico de assuntos que serve para representar o tema 
global de um recurso por meio de um código. Seu principal 
objetivo é promover uma ordenação do acervo (arranjo físico), 
possibilitando a localização do item na estante, a retirada rápida, 
11© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
a devolução para a coleção e a inserção de novos materiais sem 
perda da ordem lógica. Usado em conjunto com a notação de 
autor, permite individualizar os itens e ordenar as obras de cada 
assunto por autor, título e edição.
A classificação bibliográfica não pode ser confundida 
com esquemas classificatórios usados em outras áreas, como 
em Filosofia e Biologia. Nós, bibliotecários, estudamos as 
classificações como Sistema de Organização do Conhecimento 
(SOC), ou seja, um esquema de representação da informação 
que traduz o conteúdo integral e original dos documentos em 
novo conteúdo condensado.
A Biblioteconomia, ao longo dos séculos, tem se inspirado 
nas classificações filosóficas para elaborar seus sistemas 
classificatórios, em especial seu embasamento teórico, que 
diz respeito aos princípios que são utilizados para a divisão, 
estruturação e relacionamento entre os conceitos. Entretanto, 
a classificação na biblioteca necessita de um elemento muito 
importante: um símbolo que seja capaz de, ao mesmo tempo, 
sintetizar e representar o assunto do documento, que chamamos 
de notação de assunto.
A evolução dos sistemas de classificaçãobibliográfica, em 
sua teoria e prática, também ajudou a promover a atividade 
bibliotecária de função baseada no bom senso e talento, 
exercida no passado por profissionais diversos, para profissão 
reconhecida e cientificamente embasada.
Nesta obra, veremos a base teórica da classificação e os 
principais sistemas classificatórios.
1) Unidade 1: a teoria da classificação na Filosofia e suas 
influências na Biblioteconomia.
12 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2) Unidade 2: a teoria da classificação facetada de Ranga-
nathan, as tabelas de notação de autor e a elaboração 
do número de chamada.
3) Unidade 3: a Classificação Decimal de Dewey (CDD).
4) Unidade 4: a Classificação Decimal Universal (CDU).
Muitos pesquisadores criticam o uso das classificações na 
atualidade, pois a Era do motor de busca permite encontrar a 
informação por meio de metadados e do próprio conteúdo da 
obra. Mas é importante não esquecer o contexto em que a CDD 
e a CDU foram criadas e os problemas que elas se propuseram a 
resolver.
Também temos que nos atentar a duas questões: 
as bibliotecas físicas são uma realidade e demandam um 
tratamento para os objetos físicos, e a teoria classificatória 
pode servir de base para a organização na Web, como no caso 
das taxonomias. Já há um bom tempo alguns estudiosos têm se 
dedicado a investigar o uso das classificações bibliográficas para 
a organização da informação digital.
Em 1996, Diane Vizine-Goetz comparou as categorias do 
Yahoo! com as classificações de Dewey (CDD) e da Biblioteca 
do Congresso dos Estados Unidos (LCC), o que possibilitou 
recomendações de melhoria do sistema de organização 
hierárquica do site, bem como sua revisão e atualização (MOYANO 
GRIMALDO, 2014).
A Biblioteconomia evolui junto com o conhecimento 
humano!
13© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida 
e precisa das definições conceituais, possibilitando um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de 
conhecimento dos temas tratados.
1) Cabeçalho: utilizado na classificação, descrição verbal 
de cada uma das notações de assunto.
2) Categoria: refere-se às classes mais amplas, que 
agrupam os conceitos por suas características ou 
aspectos mais gerais. Abstração conceitual que permite 
fazer uma primeira divisão/agrupamento de conceitos 
mais gerais.
3) Classe: conjunto de objetos que possuem características 
parecidas, representados por uma notação.
4) Classe principal: as classes mais amplas de um sistema 
de classificação.
5) Classificação cruzada: erro ocorrido quando um 
mesmo conceito é colocado em duas classes diferentes.
6) Classificar: ato de descrever o assunto global dos 
documentos por meio da utilização de um símbolo 
(notação) retirado de um sistema de classificação 
bibliográfica.
7) Conceito: conjunto de enunciados verdadeiros sobre 
um objeto, sempre expresso por um signo verbal ou 
não verbal. Utiliza-se o conceito para separar, reunir e 
associar objetos.
8) Dígito: menor unidade da notação, pode ser numérico, 
alfabético ou um sinal gráfico.
14 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
9) Duplicata: exemplar idêntico a um item já existente na 
coleção. Para ser considerada uma duplicata, todas as 
características devem ser iguais: editora, paginação, 
edição, impressão, ano etc.
10) Edição: conjunto de exemplares produzidos a partir de 
uma única matriz, os quais mantêm o mesmo conteúdo 
e editoração, podendo ser publicados em uma ou mais 
tiragens ou impressões e em anos diferentes.
11) Entrada: na classificação, apresentação das notações 
com seu respectivo cabeçalho e notas (quando 
necessário).
12) Esquema: tabela principal da classificação, que contém 
as divisões fundamentais e a hierarquia de assuntos.
13) Exemplar: cada uma das cópias/duplicatas de uma 
mesma manifestação.
14) Extensão: na teoria da classificação, refere-se à 
amplitude dos termos de um sistema, ou seja, quanto 
mais amplo ou genérico for um assunto, maior sua 
extensão.
15) Faceta: as diversas categorias em que uma classe pode 
ser dividida, segundo características específicas de 
divisão.
16) Indexar: ato de descrever o conteúdo temático dos 
documentos com palavras e expressões (termos) 
retirados de linguagens de indexação (tesauros, listas 
de cabeçalhos de assunto etc.).
17) Intensão: na teoria da classificação, refere-se à 
especificidade dos conceitos de um sistema, ou seja, 
quanto mais específico for um assunto, maior sua 
15© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
intensão. Intensão vem de intensidade (grau, força), 
não de intencionalidade (não confundir com intenção).
18) Item: cada um dos recursos existentes na coleção.
19) Linguagem de indexação: linguagem controlada e 
artificial utilizada para descrever os assuntos dos 
documentos por meio de palavras e expressões. 
20) Notação de autor: símbolo geralmente numérico 
usado para identificar e individualizar autores dentro 
dos diversos assuntos.
21) Número de chamada: agrupamento dos códigos que 
identificam o tipo de acervo, a classificação, a notação 
de autor, a inicial do título da obra, a edição ou ano, o 
volume e o exemplar de cada um dos itens. O número 
de chamada aparece na etiqueta do item.
22) Objeto: na ciência, diz respeito a qualquer fenômeno 
que possa ser investigado. O objeto pode ser físico ou 
não.
23) Ordem de citação: sequência em que os elementos 
devem ser combinados durante a síntese para construir 
a notação.
24) Processamento técnico: ato de descrever os dados 
extrínsecos (externos) e intrínsecos (conteúdo) dos 
documentos pelo emprego de técnicas de leitura 
documental e utilização de códigos de catalogação, 
sistemas de classificação, tabela de notação de 
autor, linguagens de indexação, entre outros. O 
processamento técnico prepara os itens para deixá-
los disponíveis no acervo e torná-los pesquisáveis nos 
catálogos.
16 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
25) Síntese: ato de agregar duas ou mais notações para 
formar um assunto mais exato.
26) Volume: cada uma das partes físicas que compõem 
uma obra ou série. É importante não confundir volume 
com item. Por exemplo: uma biblioteca que contém 
1.000 livros no acervo contém 1.000 itens, e não 1.000 
volumes.
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir possibilita uma visão geral dos 
conceitos mais importantes deste estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 Esquema de Conceitos-chave de Representação temática: classificação. 
17© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOYANO GRIMALDO, Wilmer Arturo. La clasificación de Dewey en la organización 
y recuperación de información en la web. In: ______. Biografía de la Clasificación 
Decimal Dewey: de la organización bibliográfica moderna a la organización virtual de 
contenidos. Bogotá: Bubok, 2014. p. 145-168.
PIEDADE, Maria Antonietta Requião. Introdução à teoria da classificação. 2. ed. rev. 
ampl. Rio de Janeiro: Interciência, 1983. 221 p.
© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
19
UNIDADE 1
TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA 
FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Objetivos
• Conhecer as origens e os fundamentos da classificação.
• Compreender as diferenças entre classificação filosófica e classificação 
bibliográfica.
• Reconhecer a importância da classificação bibliográfica para o arranjo 
sistemático de bibliotecas.
Conteúdos 
• Princípios da classificação na Filosofia. 
• Predicados e categorias de Aristóteles e sua influência na Biblioteconomia.
• Fundamentos e características dos sistemas de classificação bibliográfica.
• Importância do usoda notação para a representação documental e o 
arranjo do acervo.
• Tratamento Temático da Informação (TTI) como forma de comunicação 
documental.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Nesta unidade, faremos uma introdução sobre a influência do pensamento 
filosófico na Biblioteconomia. Não se limite ao conteúdo deste Caderno de 
Referência de Conteúdo; busque outras informações em sites confiáveis e/
ou nas referências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade.
20 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
2) Busque identificar os principais conceitos apresentados; siga a linha 
gradativa dos assuntos até poder observar a evolução da teoria da 
classificação da Antiguidade aos dias atuais. 
3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no 
Conteúdo Digital Integrador. 
21© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
1. INTRODUÇÃO 
Para o escritor e bibliotecário francês Gabriel Naudé (1600-
1653), uma pilha de livros não forma uma biblioteca, assim como 
um monte de soldados não forma um exército (BURKE, 2003). É 
necessário sistematização, padronização e método. Entretanto, 
existem diversas formas de organizar um acervo, tudo depende 
da época, da missão e do desenvolvimento teórico e prático da 
Biblioteconomia.
Durante muitos séculos, o arranjo físico das bibliotecas 
teve como objetivo a preservação dos documentos: imagine que, 
na Idade Média, os livros eram acorrentados nas prateleiras para 
que não se perdessem! Era comum também o acervo de acesso 
restrito, ou seja, o leitor não podia chegar perto das estantes, 
devia pedir no balcão os itens que queria...
Muitas bibliotecas organizavam os livros pelo formato, cor, 
tamanho, língua, nome do autor, data de entrada no acervo etc. 
Esse tipo de ordenação é chamado artificial, pois as características 
escolhidas dizem respeito à forma física e não ao conteúdo das 
obras (BARBOSA, 1969). Outra característica era a localização 
fixa, ou seja, cada livro ficava guardado em um lugar definitivo; 
caso chegasse um segundo exemplar de um título já existente 
na coleção, não havia como colocar os dois exemplares juntos. 
Muitas vezes, livros de assuntos parecidos ficavam distantes 
uns dos outros, o que exigia que os leitores e os bibliotecários 
vasculhassem a coleção para encontrar o material desejado.
Com a invenção da prensa de Gutenberg (1450) e o 
crescimento da ciência na Idade Moderna (1453-1789), o 
aumento exponencial do número de publicações trouxe 
desafios às bibliotecas, o que exigiu a criação de novos recursos 
22 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
de organização e a gradativa profissionalização da função de 
bibliotecário, que passou a atuar não apenas como um guardião 
do acervo, mas como um facilitador de acesso à informação. O 
objetivo passou a ser organizar para disseminar os registros do 
conhecimento.
Como a maior parte das buscas por documentos é feita 
pelo assunto, começou-se a pensar em uma forma de ordenar 
logicamente o acervo. A organização de livros pelo conteúdo 
temático é chamada de organização natural (BARBOSA, 1969), 
pois leva em conta o teor intelectual da obra, ou seja, seus dados 
intrínsecos. Mas o arranjo por assuntos por si só não resolveu 
os problemas da localização fixa; foi necessário criar um sistema 
que admitisse incluir no meio do acervo os novos itens que 
iam chegando, de modo a deixá-los juntos a documentos com 
assuntos iguais ou semelhantes.
Foi a sistematização das classificações bibliográficas que 
permitiu a criação de um código que, ao mesmo tempo, indica o 
assunto do livro e identifica seu lugar no acervo, relacionando-o 
aos demais itens. Essa organização ficou conhecida como 
relativa: cada livro possui um lugar determinado no acervo, mas 
esse local não é fixo, pois admite a inserção de novos livros, com 
assuntos novos ou já existentes, sem a perda da ordem lógica 
das prateleiras.
Antes, se fosse preciso inserir um livro no meio do acervo, 
era necessário mudar a numeração de todos os outros que 
ficariam depois dele. Por exemplo, ao colocar um livro entre os 
números 133 e 134, o novo livro se tornaria o 134, o antigo 134 
viraria 135, o 135 viraria 136 e assim por diante! Imagine quanto 
retrabalho!
23© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Se você tivesse de dar aos livros códigos que não 
precisariam mudar nunca e que, ao mesmo tempo, permitissem 
inserir livros com o mesmo tema ou com temas diferentes, sem 
ter de mexer no restante do acervo, que estratégia você usaria? 
Reflita um pouco antes de continuar a leitura...
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma 
sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário aprofundar seus conhecimentos estudando 
o material indicado no Conteúdo Digital Integrador.
2.1. FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CLASSIFICAÇÃO
Dê uma olhada a sua volta e repare nos objetos que estão 
no cômodo em que você está estudando agora: como eles estão 
organizados? Se você estiver em uma sala, por exemplo, vai 
perceber que pode haver móveis, equipamentos eletrônicos, 
objetos decorativos, revistas etc. Quanto aos móveis, alguns são 
usados para sentar (sofá, cadeiras, poltronas ou pufes), outros 
para guardar e aparar objetos (estante, rack para televisor) e 
outros, como apoio (como mesas, por exemplo). As mesas podem 
ser de vários tipos, como mesa de jantar, de centro e lateral. Em 
cada gaveta se guarda um conjunto diferente de coisas: pode 
haver uma com papéis, boletos e correspondência e outra com 
chaves, canetas e carregador de celular. É comum termos uma 
gaveta da bagunça, onde guardamos os pequenos objetos que 
não sabemos ao certo onde colocar. O controle remoto da tevê 
nem costuma ser guardado, pois ele é muito usado!
24 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Ao dispor todos os elementos do nosso dia a dia, estamos 
classificando-os quanto ao tipo, função, partes, valor afetivo, 
gosto pessoal etc. Muitos dos nossos julgamentos pessoais 
acontecem porque classificamos, inclusive, as pessoas: tem as 
confiáveis e as não confiáveis, as inteligentes e as estúpidas, 
as feias e as bonitas... Classificar é uma atividade fundamental 
da vida humana que fazemos, muitas vezes, sem perceber: 
"[...] é dividir em grupos ou classes, segundo as diferenças e 
semelhanças" (PIEDADE, 1983, p. 16).
A classificação, dentro da Biblioteconomia, é uma 
distribuição sistematizada de conceitos, que deve se valer 
de regras preestabelecidas para separação e validação. Para 
nós pode parecer muito óbvio como dividir as coisas por suas 
semelhanças e diferenças. Mas foi preciso que, há mais de dois 
mil anos, alguns filósofos estudassem o modo como todos os 
elementos do Universo estão organizados para criar as teorias 
fundamentais para a categorização das coisas e dos fenômenos. 
É o que veremos a seguir.
Com as leituras propostas no Tópico 3. 1, você vai 
acompanhar as bases teóricas da classificação. Antes de 
prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, 
procurando assimilar o conteúdo estudado. 
Os filósofos e a divisão do conhecimento humano
Platão, filósofo grego que viveu aproximadamente entre os 
anos 427 a.C. e 348 a.C., separou o conhecimento em Física, Ética 
e Lógica no livro República (PIEDADE, 1983) e propôs em sua obra 
Político agrupar os objetos de acordo com suas semelhanças. Ele 
25© REPRESENTAÇÃOTEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
ensinava aos seus alunos que todo objeto do mundo físico possui 
um modelo perfeito que fica localizado no Mundo das Ideias, um 
mundo insensível, ou seja, que não pode ser percebido pelos nossos 
cinco sentidos. Por exemplo, há um modelo ideal de cadeira naquele 
mundo, que possui a essência do que é uma cadeira. Nós, seres 
humanos, já temos conhecimento de todo o Universo, mas não 
nos lembramos, e sim vamos recordando o que sabemos à medida 
que refletimos e aprendemos. Por isso, o ser humano consegue 
reconhecer uma cadeira quando a vê. Mas, para Platão, essa cadeira 
só pode ser entendida na sua essência por meio do intelecto e não 
pela observação dos objetos do mundo sensível, físico.
Aristóteles, que viveu entre os anos 384 a.C. e 322 a.C., 
foi aluno de Platão, mas, ao contrário de seu mestre, acreditava 
que os objetos do mundo físico possuem todas as características 
fundamentais que podem identificá-los e mostrar sua essência. 
Para fazer essa investigação, entretanto, seria necessário conhecer 
seus atributos essenciais, ou seja, as características fundamentais 
que fazem da cadeira uma cadeira, diferenciando-a de um banco, 
por exemplo. Para isso, Aristóteles começou a estudar grupos 
de coisas semelhantes, a fim de descobrir quais características 
compartilhadas ajudam a defini-las.
A lógica aristotélica divide os objetos entre gênero e espécie, 
ou seja, um conjunto de coisas que possuem traços em comum 
(gênero) e que pode ser dividido em subconjuntos (espécies) 
pela aplicação de características. Chamamos de característica a 
qualidade ou atributo que serve de base para a divisão, também 
conhecida como princípio de divisão (PIEDADE, 1983).
Aristóteles também criou os cinco predicados (ARAÚJO, 
2006), os quais possuem as características classificatórias que 
possibilitam dividir os seres de acordo com semelhanças e 
diferenças:
26 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
1) Gênero (ou classe): conjunto formado por seres que 
possuem características iguais. Exemplo: alunos do 
Centro Universitário Claretiano.
2) Espécie: ser que possui uma diferença própria que 
a distingue dos outros seres, ou seja, ele tem todas 
as características do seu gênero, mas possui uma 
qualidade diferente dos demais seres do conjunto. 
Cada espécie pode gerar uma nova classe, sendo 
subdividida infinitamente. Por exemplo: alunos de 
graduação e alunos de pós-graduação.
3) Diferença: é a própria característica que distingue os 
seres, é a essência do princípio da divisão. Exemplo: 
no caso do Centro Universitário Claretiano, os alunos 
podem ser divididos em novos conjuntos de acordo 
com o grau, o curso, o ano de ingresso etc.
4) Propriedade: qualidade que pertence a todos os seres 
de um gênero, mas que não é exclusiva desse gênero. 
Exemplo: todos os alunos fazem leituras e atividades, 
mas pessoas que não são alunas de nenhum curso 
também podem fazer leituras e atividades.
5) Acidente: característica que pode ocorrer em alguns 
seres isolados, mas que não é essencial para a definição 
do gênero ou da espécie. Exemplo: alguns alunos de 
Biblioteconomia estão cursando a segunda graduação.
A cada acréscimo de diferença é gerada uma nova espécie 
(ou subgênero). Só pode ser inserida uma diferença por vez, por 
isso dizemos que as diferenças são mutuamente exclusivas. Caso 
aconteça a inclusão de mais de uma diferença ao mesmo tempo, 
ocorrerá um erro chamado de classificação cruzada.
27© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Outra contribuição importante de Aristóteles foi a criação 
das dez categorias (ARAÚJO, 2006; ARISTÓTELES, 2010): 
1) Substância ou matéria: homem, cachorro etc.
2) Quantidade ou extensão: dois metros, cinco quilos 
etc.
3) Relação: metade, menor etc.
4) Qualidade: azul, fraternal etc.
5) Quando (tempo ou duração): amanhã, antes etc.
6) Onde (lugar ou localização): na escola, em São Paulo 
etc.
7) Estar-em-uma-posição: deitado, acima etc.
8) Fazer (ação ou atividade): aprender, cortar etc.
9) Sofrer (paixão ou sofrimento da ação): ser cortado, 
ser ensinado etc.
10) Ter (ou maneira de ser): está vestido, está zangado etc.
Por exemplo:
os dois quantidade
gatos substância
pretos qualidade
mais novos relação
estão sonolentos maneira de ser
em cima posição
do sofá, localização
pois comeram muito ação
e foram acariciados sofrimento da ação
a tarde toda tempo
28 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
As categorias são as classes mais amplas, aquelas que 
agrupam os fenômenos por suas características mais gerais. Para 
Aristóteles, a substância é a categoria essencial, pois a criação 
das demais categorias depende da existência da substância. 
Como o gato pode ser preto se não existe o gato?
A sistematização classificatória de Aristóteles parte do 
método dedutivo, ou seja, dos fenômenos mais amplos, mais 
gerais, para os mais específicos, gerando as espécies e suas 
relações.
Porfírio de Tiro, filósofo que nasceu por volta do ano 234, 
estudou as categorias de Aristóteles e propôs uma estrutura 
classificatória, chamada de árvore, cujo princípio de divisão era 
dicotômico, ou seja, sempre dividido em duas subclasses, como 
vemos na Figura 1. 
Fonte: Piedade (1983, p. 62).
Figura 1 Árvore de Porfírio.
29© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
A representação visual da divisão em forma de árvore 
ganhou espaço em diversas áreas. Alguns estudiosos detalharam 
estruturas arbóreas de disciplinas do conhecimento com galhos, 
raízes e folhas. Peter Burke (2003) explica que a representação 
em formato de árvore dá a ideia de que essa estrutura é natural. 
Entretanto, como disse o bibliotecário Derek Langridge (2006), 
o ser humano elabora classificações, não as descobre. Por isso, 
temos de ter em mente que a criação de uma classificação 
sempre é uma escolha feita com base em objetivos, valores e 
decisões.
Em 1491, o humanista e poeta italiano Angelo Poliziano 
elaborou o Praelectio cui titulus Panepistemon, um sistema de 
classificação das ciências existentes na época, a fim de investigar 
as relações entre as diversas áreas do saber. Foi só a partir daí 
que os estudiosos começaram a usar os esquemas classificatórios 
para analisar o próprio conhecimento científico (DAHLBERG, 
1979). O Panepistemon cita Aristóteles diversas vezes, indicando 
a influência desse pensador grego mesmo depois de quinze 
séculos.
Foi Francis Bacon que propôs, em 1605, a mais influente 
classificação das ciências: a De dignitate et augmentis scientiarum 
(DAHLBERG, 1979). Bacon dividiu a ciência em Razão, Imaginação 
e Memória, de acordo com as faculdades humanas, relacionadas, 
respectivamente, à Filosofia, Poesia e História (PIEDADE, 1983; 
BARBOSA, 1969). 
Êsse sistema exerceu influência nas enciclopédias de Diderot 
e d'Alembert (Século XVIII), na classificação dos livros de 
Thomas Jefferson e, posteriormente, na classificação dos livros 
da Library of Congress. Mais tarde, Harris o usou em forma 
invertida daí surgindo o muito conhecido sistema decimal de 
Melvil Dewey (BARBOSA, 1969, p. 47)
30 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Bacon propôs o método indutivo, partindo da representação 
dos elementos/objetos e suas relações, para depois serem 
agrupados em classes mais amplas.
No século 19, Auguste Comte sugeriu a divisão das ciências 
em abstratas, que estudam as leis que regem os fenômenos, 
e concretas, que investigam os seresfísicos do universo. Comte 
também criou a noção de complexidade crescente, ou seja, 
cada divisão acrescenta mais complexidade, resultando em 
uma hierarquia organizada do elemento mais simples ao mais 
sofisticado (BARBOSA, 1969).
O objetivo dos filósofos que estudaram e propuseram as 
premissas para a classificação era investigar a relação entre os 
objetos do universo e a forma como foi construído o conhecimento 
humano, mas eles não tinham o desejo de criar um sistema 
para a organização de livros nas bibliotecas. Entretanto, seus 
estudos serviram de base para que os bibliotecários pudessem 
esquematizar a organização das estantes de acordo com o saber 
científico.
Os estudiosos que elaboravam as enciclopédias também 
precisavam sistematizar o conhecimento, ou seja, dividir o saber 
para poder apresentá-lo de forma ordenada. Podemos citar as 
enciclopédias do egípcio Amenope (1250 a.C.), de Caius Plinius 
Secundus (23-79 d.C.), e as grandes enciclopédias da Idade Média 
e da Renascença (como as de Isidro de Sevilla, Bartholomaeus 
Anglicus, Brunetto Latini, Rafael Maffei, Johann Heinrich Alsted, 
Wolfgang Ratke, entre outras) (DAHLBERG, 1979). Entretanto, 
foram os franceses Denis Diderot e Jean Le Rond d’Alembert que 
apresentaram a primeira enciclopédia esquematizada por ordem 
alfabética, publicada em trinta e cinco volumes entre os anos de 
1751-1780. As enciclopédias também influenciaram a construção 
de sistemas de classificação dentro das bibliotecas.
31© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
No final do século 18, Leibniz afirmou que uma biblioteca 
deve equivaler a uma enciclopédia e sugeriu a divisão do acervo 
em nove categorias: Teologia, Direito, Medicina, Filosofia, 
Matemática, Física, Filologia, História e assuntos diversos 
(BURKE, 2003).
A ordem dos livros nas bibliotecas das universidades da 
Idade Moderna seguia a ordem e a divisão das disciplinas dos 
cursos, o que poderia facilitar o acesso aos livros pelos alunos, 
mas criava alguns problemas (BURKE, 2003), por exemplo: onde 
colocar obras que eram estudadas em dois ou mais cursos? 
Um sistema de classificação que segue a ordem do uso, como 
no caso citado, é chamado de arbitrário, ou seja, possui base 
prática e não científica. A criação de classificações bibliográficas 
com base na divisão das disciplinas da ciência revolucionou a 
Biblioteconomia no século 19, com destaque para a criação da 
Classificação Decimal de Dewey (CDD).
As leituras indicadas no Tópico 3.2 tratam da teoria da 
classificação bibliográfica, com enfoque nos fundamentos 
para a divisão dos assuntos e para a construção do sistema 
de notação. Neste momento, você deve realizar essas leituras 
para aprofundar o tema abordado.
Breve explanação sobre tratamento temático da informação 
Bem, você deve estar se perguntando: por que os 
bibliotecários simplesmente não aplicaram as classificações 
filosóficas nas bibliotecas? Primeiramente temos que entender 
a diferença entre classificação de modo geral e classificação 
bibliográfica. As classificações e teorias criadas pelos filósofos 
tinham como objetivo o estudo da própria ciência, ou seja, 
32 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
compreender como as áreas e subáreas do conhecimento 
humano estavam organizadas. Eles não estavam preocupados 
com a ordenação de documentos nas bibliotecas. Já as 
classificações bibliográficas foram pensadas e criadas com o 
objetivo de organizar os livros no acervo de forma mais lógica 
e funcional, facilitando o acesso aos registros do conhecimento.
Deste momento em diante, usaremos a expressão 
classificação bibliográfica para nos referirmos a uma ferramenta 
utilizada pelos bibliotecários para dispor os livros no acervo de 
acordo com seu conteúdo intelectual, ou seja, seus assuntos e 
seus aspectos de abordagem.
A necessidade de organizar a biblioteca por temas exigiu 
esforços para a criação de modos rápidos e eficazes de promover 
o acesso ao documento, ou seja, um meio de comunicação 
que possibilite expor o conteúdo de forma sintetizada. Assim, 
surgiu uma subárea dentro da Biblioteconomia destinada a 
estudar teorias e métodos que dessem suporte à identificação 
e representação dos assuntos dos documentos: a Representação 
Temática.
Fala-se em representação toda vez que se toma um 
conjunto sintetizado de dados (autor, assunto, editora etc.) no 
lugar do próprio item para poder comunicar sua existência e suas 
características. Como você fica sabendo que determinado livro 
existe na biblioteca? Se você ficar frente a frente com esse livro 
ou se você acessar os dados que o representam!
Para que a representação temática aconteça, é necessário 
fazer o Tratamento Temático da Informação (TTI), o qual 
engloba processos, instrumentos e produtos (GUIMARÃES, 
2008). Os processos são as operações de análise do documento, 
condensação (resumos) e sua representação. Os instrumentos 
33© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
são as ferramentas que auxiliam nesses processos, como 
classificações bibliográficas, tesauros, ontologias etc. Os produtos 
são o resultado dos processos, como resumos e índices.
Os livros, revistas, jornais e filmes trazem consigo dados 
sobre os autores, ilustradores, editora, data e local de edição 
etc., mas não trazem dados sobre o assunto. Dessa forma, 
foi necessário criar meios para identificar e representar seus 
temas, os quais podem ser usados pelos leitores na busca pela 
informação desejada. As normas de catalogação permitem 
descrever autoria, publicação, paginação, como você aprende 
na disciplina de Representação Descritiva: Catalogação. Já o TTI 
possibilita identificar e representar os temas dos documentos 
por meio de resumos, classificação e indexação.
A Representação Temática e a Representação Descritiva 
integram o que chamamos de processamento técnico: um ciclo 
de operações documentais que tem como objetivo descrever 
e individualizar os itens, a fim de fazer a mediação entre 
os documentos e os usuários. Apesar de serem estudadas 
separadamente, as duas são feitas em conjunto.
Durante o processamento técnico, a ação de descrever o 
assunto central do item usando um código que representa seu 
assunto é chamada de “classificar”. Esse código aparece na ficha 
bibliográfica e também na etiqueta do item, junto com outros 
símbolos e dados que identificam autor, título, edição e exemplar, 
como visto na Figura 2. Juntos, esses códigos formam o número 
de chamada. Vamos tomar como exemplo o livro Raízes do Brasil, 
de Sérgio Buarque de Holanda: a etiqueta indica o código para o 
assunto do livro, o código para o autor, a inicial do título, a edição 
e o número do exemplar.
34 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Fonte: elaborado pela autora.
Figura 2 Etiqueta com número de chamada.
A preparação das etiquetas será vista na Unidade 2, 
quando estudaremos o número de chamada detalhadamente, 
mas acho que você já começou a compreender como a coleção 
ficará ordenada nas estantes.
Cada biblioteca deve escolher a classificação bibliográfica 
que melhor atenda sua política interna e os objetivos dos 
usuários. Por isso, é muito importante não apenas sabermos 
como utilizar essa ferramenta no dia a dia, mas também os 
postulados fundamentais para sua elaboração.
2.2. TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA
A classificação visa a reunir os documentos de assuntos 
semelhantes, permitindo ordenar os itens nas estantes e as 
fichas no catálogo dicionário. De acordo com Barbosa (1969), 
todo sistema de classificação bibliográfica deve permitir: 
35© REPRESENTAÇÃOTEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
1) localizar os itens na coleção;
2) retirá-los para consulta;
3) devolvê-los à coleção;
4) inserir novos itens sem perda da ordem lógica;
5) inserir itens com assuntos novos sem perda da ordem 
lógica.
Podemos diferenciar as classificações quanto ao conteúdo 
e quanto à estrutura.
Quanto ao conteúdo, as classificações podem ser:
• enciclopédicas (generalistas): abrangem todo o conhe-
cimento humano;
• especializadas: abarcam apenas uma área específica da 
Ciência.
Quanto à estrutura, podem ser:
• enumerativas: trazem os assuntos já prontos nas 
tabelas;
• facetadas: permitem a formação dos assuntos na hora 
de classificar, de acordo com os aspectos necessários;
• semifacetadas ou mistas: mesclam características 
enumerativas e facetadas.
Para a estruturação das classificações, não trabalhamos 
com a ordenação de coisas, mas com a ordenação de conceitos. 
Um conceito é um conjunto de enunciados verdadeiros sobre 
um objeto sempre expresso por um signo verbal ou não verbal 
(sinal gráfico, símbolo, gesto etc.) (DAHLBERG, 1978).
As duas relações básicas entre os conceitos e suas 
subdivisões são as relações genéricas e as relações partitivas.
36 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Nas relações genéricas, há a subdivisão de um gênero 
em suas espécies. Por exemplo: reino vegetal é um gênero que 
pode ser dividido de diversas formas. Tomando como princípio 
de divisão a estrutura das gametas, ele pode ser dividido em 
vegetais intermediários e vegetais superiores. Os vegetais 
superiores podem ser subdivididos de acordo com a produção 
de frutos: gimnospermas (sem frutos) e angiospermas (com 
frutos). Esse último pode ser dividido em mangueira, laranjeira, 
cajueiro, jabuticabeira etc.
Dessa forma, dizemos que reino vegetal é o gênero supremo 
e cajueiro é a espécie inferior. O cajueiro possui a soma de todas 
as características do reino vegetal, dos vegetais superiores, das 
angiospermas e pelo menos mais uma característica própria que 
o diferencia da mangueira, laranjeira e jabuticabeira.
Nas relações partitivas há a subdivisão do todo em suas 
partes constituintes. Por exemplo: uma árvore pode ser dividida 
em copa, raiz, tronco, galhos, folhas, flores, frutos etc. Por sua 
vez, as flores podem ser divididas em pétala, sépala, pedúnculo 
etc.
Não se pode dizer que a folha é um tipo de árvore; ela é 
parte da árvore. Assim a folha não possui as características da 
árvore, pois não é uma subespécie.
Quanto aos tipos de divisão, temos a divisão em cadeia e a 
divisão em fileira (PIEDADE, 1983).
A divisão em cadeia se dá quando decompomos 
hierarquicamente os conceitos do geral para o específico (ou 
do todo maior para as partes cada vez menores) pela aplicação 
sucessiva de vários princípios de divisão (ou várias características), 
37© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
um de cada vez. É o que vimos do exemplo das subdivisões do 
reino vegetal.
A divisão em fileira ocorre horizontalmente pela separação 
entre seres coordenados, ou seja, o conjunto de seres que 
aparecem como resultado da aplicação de um único princípio 
de divisão (uma única característica). No exemplo anterior, 
mangueira, laranjeira, cajueiro e jabuticabeira são conceitos 
coordenados, não se pode dizer que um seja mais amplo ou mais 
específico que outro.
A subdivisão gradativa dos conceitos, do mais abrangente 
ao mais específico, é chamada de modulação (PIEDADE, 1983). Ao 
fazer a modulação, nenhum nível deve ser esquecido; entretanto, 
deve-se levar em conta a especificidade que é necessária em 
cada biblioteca.
Ao dividir um conceito em fileira ou cadeia é importante 
aplicar uma única característica por vez, do contrário ocorrerá 
uma classificação cruzada. Dessa forma, as características devem 
ser exclusivas, ou seja, quando uma característica está sendo 
empregada, ela exclui as demais.
As divisões também devem ser exaustivas, ou seja, deve-se 
decompor um assunto até o fim (BARBOSA, 1969). Por exemplo: 
ao apresentar as cores primárias, devem aparecer os três tons 
azul, amarelo e vermelho, e não apenas um ou dois.
Quanto mais dividimos um conceito genérico em espécies 
e subespécies, mais aumenta sua complexidade. Podemos dizer 
que o conceito de cajueiro é mais complexo do que os conceitos 
de angiosperma, de vegetais superiores e de reino vegetal, pois 
cajueiro possui todas as características desses três e mais uma 
característica que o diferencia. A essa soma de características 
38 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
damos o nome de intensão. Intensão vem de intensidade, grau; 
não confunda com intenção (intencionalidade).
Ao somar todas as características da classe, temos um 
conceito amplo, ou seja, grande extensão. Por exemplo, reino 
vegetal possui grande extensão. Ao subdividir esse conceito 
em vegetais intermediários e vegetais superiores, diminui-se a 
extensão e aumenta-se a intensão.
A soma de todos os membros de uma espécie é chamada 
de extensão. Quanto maior a intensão, menor a extensão, e vice-
versa (PIEDADE, 1983).
Notação
Além da divisão dos conceitos em termos mais específicos, 
uma classificação bibliográfica deve apresentar um sistema de 
notação que seja capaz de representar cada um dos assuntos 
por intermédio de um código. A esse código damos o nome de 
notação.
A notação provê a representação do assunto principal do 
documento, a fim de permitir a ordenação nas estantes e de 
remeter do catálogo diretamente ao item desejado. Esse código 
também mostra a hierarquia entre os assuntos dentro do sistema 
de classificação.
Pense no conceito de laranjeira, visto no tópico anterior. Ao 
elaborar uma etiqueta de um livro que fale sobre esse assunto, 
como você o representaria?
Uma notação pode ser constituída de números, letras, sinais 
gráficos etc. Cada elemento que forma a notação é chamado de 
caractere ou dígito. No exemplo 981 temos três dígitos.
39© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
A base da notação pode ser pura ou mista. A pura utiliza 
apenas um tipo de dígito: só letras, só números, só sinais gráficos 
etc. A mista é formada por dois ou mais tipos de caracteres: 
números e letras, letras e sinais gráficos etc. Exemplo: 622+669 
(mineração e metalurgia, na Classificação Decimal Universal 
- CDU).
Para ser eficiente e eficaz, a notação deve possuir as 
seguintes qualidades (PIEDADE, 1983): 
1) Ordenação: explicitar a ordem dos assuntos e suas 
relações.
2) Especificidade: representar os assuntos com exatidão.
3) Hospitalidade: permitir que todas as divisões 
necessárias em cadeia e fileira sejam feitas.
4) Flexibilidade: aceitar a inserção de novos assuntos 
quando for preciso atualizar a classificação.
5) Facilidade: apresentar códigos simples de serem 
entendidos.
6) Mnemônica: utilizar recursos que facilitem a 
memorização de assuntos.
Devido à crescente complexidade de assuntos que 
precisam ser representados, é impossível que uma classificação 
bibliográfica traga códigos prontos para todos os temas 
existentes. Há relações entre assuntos que não podem ser 
previstas, pois o universo do conhecimento é extremamente 
dinâmico. Além disso, aplicar subdivisões para certos aspectos 
em todos os assuntos deixaria a classificação muito extensa. 
Um recurso simples que permite ampliar as possibilidades de 
representar assuntos complexos ou aspectos é a síntese, ou 
seja, a combinação de duas ou mais notações. Por exemplo: na 
40 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA:CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Classificação Decimal de Dewey (CDD), podemos juntar o assunto 
150 (Psicologia) com a forma 05 (periódicos) e compor a notação 
150.5, o que resulta em periódicos de Psicologia.
A síntese também provê bastante economia de espaço 
no sistema de classificação, pois evita que sejam enumeradas 
muitas subdivisões. Por exemplo: a forma do documento 
(manual, dicionários, revistas etc.) pode aparecer em qualquer 
assunto. Para não ser repetida no esquema todo, podemos criar 
uma lista com todas as formas e juntá-las a qualquer notação 
quando necessário.
As classificações mais atuais costumam apresentar quatro 
partes: 
1) Esquema (ou tabela principal): onde constam as 
subdivisões dos assuntos. 
2) Tabelas auxiliares: trazem aspectos que podem ser 
acrescentados às notações do esquema para criar 
assuntos mais complexos. 
3) Índice: uma lista em ordem alfabética que ajuda a 
localizar os assuntos principais no esquema. 
4) Manual: com normas de uso do esquema e das tabelas 
auxiliares.
É importante ressaltar que uma classificação bibliográfica 
nunca está totalmente pronta e acabada, pois é necessário 
revisar e atualizar constantemente seu conteúdo e estrutura 
para tentar acompanhar a evolução do conhecimento.
Um procedimento importante durante o tratamento 
temático é a análise documental – conhecida também como 
leitura documentária e análise de assunto –, ou seja, a utilização 
41© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
de técnicas para a leitura profissional e a identificação correta 
dos assuntos dos documentos. 
Ao longo das últimas décadas, foram criados diversos 
sistemas de classificação bibliográfica, alguns em uso até o 
momento e outros já obsoletos, como a Classificação da Biblioteca 
do Congresso dos Estados Unidos (Library Congress Classification 
– LCC), Classificação de Dois Pontos (ou Colon Classification – 
CC), Classificação Internacional de Rider, Classificação Expansiva 
de Cutter etc.
Nas próximas unidades, estudaremos a teoria facetada e as 
duas principais classificações bibliográficas em uso na atualidade: 
a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a Classificação Decimal 
Universal (CDU).
Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas 
no Tópico 4, você deve fazer as leituras sugeridas no Tópico 3.3 
para aprofundar seus conhecimentos sobre teoria e história 
da classificação bibliográfica.
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar 1.
•	 Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique na aba Videoaula, 
localizado na barra superior. Em seguida, busque pelo nome da disciplina 
para abrir a lista de vídeos.
•	 Caso você adquira o material, por meio da loja virtual, receberá também um 
CD contendo os vídeos complementares, os quais fazem parte integrante 
do material. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
42 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmente 
os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. CLASSIFICAÇÃO NA FILOSOFIA
Ao longo dos séculos, os filósofos traçaram a base para o 
estudo e a elaboração de sistemas de classificação do universo e 
do conhecimento. Empenhados em descobrir as características 
e relações entre os seres e os saberes, criaram fundamentos 
teóricos para a sistematização de classificações bibliográficas 
dentro de bibliotecas. Esses fundamentos permitiram 
extrapolarmos a arrumação de livros e pensarmos em uma 
ordenação de assuntos que fosse capaz de facilitar e agilizar o 
acesso aos registros do conhecimento.
Os textos a seguir trazem detalhes sobre a influência dos 
estudos filosóficos para a criação de classificações bibliográficas.
• KAULA, P. N. Repensando os conceitos no estudo da 
classificação. Disponível em: <http://www.conexaorio.
com/biti/kaula/>. Acesso em: 27 abr. 2018. Publicado 
originalmente como Rethinking on the concepts in the 
study of classification. Herald of Library Science, v. 23, n. 
2, p. 30-44, Jan./Apr. 1984.
• POMBO, Olga. Da classificação dos seres à classificação dos 
saberes. Leituras: revista da Biblioteca Nacional de Lisboa, 
n. 2, p. 19-33, primavera, 1998. Disponível em: <http://
cfcul.fc.ul.pt/textos/OP%20-%20Da%20Classificacao%20
dos%20Seres%20a%20Classidicacao%20dos%20
Saberes.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018.
43© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
• SCHREINER, H. B. Considerações históricas acerca do 
valor das classificações bibliográficas. In: CONFERÊNCIA 
BRASILEIRA DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, 1976, 
Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro, IBICT; ABDF, 
1979. v. 1. p. 190-207. Disponível em: <http://www.
conexaorio.com/biti/schreiner/>. Acesso em: 27 abr. 
2018.
3.2. CLASSIFICAÇÃO NA BIBLIOTECONOMIA
O Tratamento Temático da Informação engloba processos, 
ferramentas e produtos e atua como complemento do 
tratamento descritivo, a fim de prover pistas sobre o conteúdo 
dos documentos de formas diversificadas. Ao longo dos anos, a 
representação temática tem se aprimorado, a fim de encontrar 
novos recursos frente ao desafio de promover a recuperação e a 
disseminação da informação.
A elaboração de classificações bibliográficas deve seguir 
princípios baseados no uso do acervo e, especialmente, na 
divisão das ciências, ou seja, buscar conciliar as necessidades 
dos leitores e garantir a representação fiel da literatura.
Com as leituras dos textos a seguir, você irá aprofundar 
seus conhecimentos sobre a representação dos registros 
do conhecimento, a história das classificações dentro da 
Biblioteconomia e sobre a complexidade da seleção da notação 
classificatória durante o processamento técnico.
• BARBOSA, Alice Príncipe. Estrutura ou filosofia de um 
sistema da classificação. In: ______. Teoria e prática dos 
sistemas de classificação bibliográfica. Rio de Janeiro: 
IBBD, 1969. p. 21-38. (Obras Didáticas; v. 1). Disponível 
44 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
em: <http://livroaberto.ibict.br/handle/1/1001>. 
Acesso em: 2 maio 2018.
• BEZERRA, Midinai Gomes. et al. Trajetória histórica da 
classificação: mudança do status de arte para ciência. 
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, 
DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., 
2013, Florianópolis. Anais... Florianópolis: CBBD, 2013. 
Disponível em: <https://www.portal.febab.org.br/
anais/article/view/1644/1645>. Acesso em: 2 maio 
2018.
• SOUSA, Brisa Pozzi. Representação temática da 
informação documentária e sua contextualização em 
biblioteca. Rev. Bras. Bibl. Doc., São Paulo, v. 9, n. 2, p. 
132-146, jul./dez. 2013. Disponível em: <https://rbbd.
febab.org.br/rbbd/article/view/249/265>. Acesso em: 
2 maio 2018.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos 
estudados para sanar as suas dúvidas. 
1) Marque V para verdadeiro e F para falso. A classificação bibliográfica deve 
permitir:
( ) A localização dentro da coleção.
( ) A inserção de novos livros na coleção, sem perda de ordem lógica.
( ) A retirada rápida para consulta.
( ) A devolução para a coleção.
45© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
( ) O controle da quantidade de empréstimosdo livro.
( ) A inserção de livros com novos assuntos, sem perda de ordem lógica.
2) As características aplicadas como princípio de divisão devem ser 
mutuamente exclusivas, ou seja, deve ser aplicada cada uma de uma vez. 
Se esta regra não for seguida, ocorrerá um erro chamado de:
a) Divisão em fileira.
b) Divisão em cadeia.
c) Classificação cruzada.
d) Modulação.
3) A notação é um conjunto de símbolos que representa o assunto dos 
documentos. Relacione as colunas, indicando as características da notação:
a) Caractere (ou dígito). ( ) Símbolo formado por só um tipo de 
caractere.
b) Base mista. ( ) Junção de notações que permite formar 
assuntos mais complexos.
c) Base pura. ( ) Símbolo formado por dois ou mais tipos 
de caracteres.
d) Síntese. ( ) Cada um dos elementos que formam a 
notação.
4) Quais sistemas classificatórios não influenciaram a teoria da classificação 
dentro das bibliotecas?
a) As classificações filosóficas, como as de Aristóteles e Porfírio.
b) As classificações da ciência, como as de Bacon e Comte.
c) As classificações para as enciclopédias, como a de Diderot e d'Alembert.
d) As classificações da prensa, como a de Gutenberg.
5) Assinale a alternativa correta:
a) Para organizar o acervo, os bibliotecários simplesmente utilizaram as 
classificações filosóficas, criando notações para cada assunto.
b) Aristóteles criou os cinco predicados: gênero, espécie, diferença, pro-
priedade e acidente.
46 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
c) Porfírio criou a estrutura em árvore para contestar as categorias de 
Aristóteles.
d) Todas as classificações criadas ao longo da história possuíam um siste-
ma de notação.
Gabarito 
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões 
autoavaliativas propostas:
1) V-V-V-V-F-V.
2) c. 
3) c-d-b-a.
4) d. 
1) b.
5. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao final da primeira unidade, na qual você teve 
a oportunidade de compreender a importância da classificação 
para o arranjo sistemático do acervo e para a mediação da 
informação. Além disso, foram apresentados os fundamentos 
para a elaboração de sistemas de classificação bibliográfica, em 
especial as duas principais formas de divisão e relação entre o 
conhecimento em gênero/espécie e em todo/parte. Vimos, 
também, os fundamentos para a construção de notações, 
elemento de importância fundamental para a representação 
codificada dos assuntos e aspectos dos documentos, como 
forma, idioma, período, público a que se destina etc. 
47© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Falamos um pouco sobre o Tratamento Temático da 
Informação, elemento central da disciplina Representação 
Temática: Classificação, e sua importância para a comunicação 
documentária, sempre em conjunto com a Representação 
Descritiva.
Veja também o Conteúdo Digital Integrador, que ampliará 
e aprofundará seu conhecimento sobre o assunto. Na próxima 
unidade, vamos aprender sobre a teoria da classificação facetada 
de Ranganathan e a elaboração do número de chamada.
6. E-REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Fundamentos teóricos da classificação. Enc. Bibli: 
R. Eletr. Bibl. Ci. Inf., Florianópolis, n. 22, 2º sem. 2006. Disponível em: <https://
periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/viewFile/296/368>. Acesso em: 2 maio 
2018.
BARBOSA, Alice Príncipe. Teoria e prática dos sistemas de classificação bibliográfica. 
Rio de Janeiro: IBBD, 1969. 441 p. (Obras Didáticas; v. 1). Disponível em: <http://
livroaberto.ibict.br/handle/1/1001>. Acesso em: 2 maio 2018.
DAHLBERG, Ingetraut. Teoria da classificação, ontem e hoje. In: CONFERÊNCIA 
BRASILEIRA DE CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, Rio de Janeiro, 1972. Anais ... 
Brasília, IBICT; ABDF, 1979. v. 1. p. 352-370. Disponível em: <http://www.conexaorio.
com/biti/dahlbergteoria/dahlberg_teoria.htm>. Acesso em: 2 maio 2018. Tradução 
do inglês por Henry B. Cox. Palestra.
DAHLBERG, Ingetraut. Teoria do Conceito. Ciência da Informação, Rio de Janeiro, 
v. 7, n. 2, p. 101-107, 1978. Disponivel em: <http://revista.ibict.br/ciinf/article/
view/115%3E.>. Acesso em: 2 maio 2018.
GUIMARÃES, José Augusto Chaves. A dimensão teórica do tratamento temático da 
informação e suas interlocuções com o universo científico da International Society for 
Knowledge Organization (ISKO). Revista Ibero-americana de Ciência da Informação 
(RICI), v. 1, n. 1, p. 77-99, jan./jun. 2008. Disponível em: <http://periodicos.unb.br/
index.php/RICI/article/view/2761/2331>. Acesso em: 2 maio 2018.
48 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1 – TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO: DA FILOSOFIA À BIBLIOTECONOMIA
Sites pesquisados
CARVALHO, Jonathas. Livros nacionais fundamentais para entender a Biblioteconomia. 
Biblioo, 18 abr. 2017. Disponível em: <http://biblioo.cartacapital.com.br/livros-
nacionais-fundamentais/>. Acesso em: 2 maio 2018.
LINHA do Tempo da Biblioteconomia - Ciência da Informação. Minhateca. Disponível 
em: <http://docs12.minhateca.com.br/633275320,BR,0,0,Linha-do-Tempo-da-
Biblioteconomia---Ci%C3%AAncia-da-Informa%C3%A7%C3%A3o.doc>. Acesso em: 2 
maio 2018.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES. Categorias. Tradução José Veríssimo Teixeira da Mata. 2. ed. São Paulo: 
Martin Claret, 2010. (Coleção A obra-prima de cada autor)
BURKE, Peter. A classificação do conhecimento: currículo, bibliotecas e enciclopédias. 
In: ______. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de 
Janeiro: Zahar, 2003. p. 78-108.
LANGRIDGE, Derek. Classificação: abordagem para estudantes de Biblioteconomia. 
Rio de Janeiro: Interciência, 2006. 120 p.
PIEDADE, Maria Antonietta Requião. Introdução à teoria da classificação. 2. ed. rev. 
ampl. Rio de Janeiro: Interciência, 1983. 221 p.
49
CLASSIFICAÇÃO FACETADA
Objetivos
• Compreender as origens e os fundamentos da teoria da classificação 
facetada.
• Entender a elaboração do número de chamada.
• Conhecer as principais tabelas de notação de autor, bem como sua 
utilização.
Conteúdos
• Princípios da classificação facetada.
• A importância de Ranganathan para a teoria da classificação.
• Elaboração do número de chamada em diferentes situações.
• Uso das tabelas Cutter e Cutter-Sanborn manuais e automatizadas.
• Uso da Tabela PHA.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Alguns materiais indicados nesta unidade não precisam 
ser lidos por completo. Leia as instruções gerais das 
tabelas de notação de autor e explore o esquema dos 
sobrenomes para entender sua organização.
2) Sempre que preciso, consulte as tabelas de autor para 
melhor compreender as explicações e os exemplos 
desta unidade.
UNIDADE 2
50 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
3) Busque identificar os principais conceitos apresentados; 
prossiga os estudos mesmo se tiver algumas dúvidas. 
Muitas vezes, uma dúvida que surge com a leitura de 
um trecho pode ser sanada em um parágrafo posterior.
51© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
1. INTRODUÇÃO
Para a Biblioteconomia, a teoria da classificação diz 
respeito a sistemas de postulados, convenções e métodos 
(MOREIRA, 2013) que visam a reger o estudo, a elaboração e 
o uso de classificações bibliográficas. Vimos, anteriormente, os 
fundamentos da teoria da classificação.
Com a crescente explosão da informação e a especialização 
do conhecimento, a criação e o uso de sistemas de classificação 
enciclopédica começaram a ser repensados, em especial dentro 
de bibliotecas com acervos especializados, o que exigiu uma nova 
visão sobre a teoria classificatória. No século 20 começaram a 
surgir classificaçõesespecializadas, ou seja, que cobrem apenas 
uma área específica do saber ou domínio. Como exemplo de 
classificações especializadas, temos a classificação da National 
Library of Medicine (NLM), feita com base na Library Congress 
Classification e a Classificação Decimal de Direito (CCDir), criada 
pela bibliotecária brasileira Dóris de Queiróz Carvalho a partir 
da expansão da classe 340 da Classificação Decimal de Dewey. 
A CDDir foi atualizada pela última vez em 2002 e já se encontra 
desatualizada.
Um dos bibliotecários que mais contribuíram para a 
elaboração dos princípios da classificação moderna foi o indiano 
Shiyali Ramamrita Ranganathan (1892-1972), que criou a teoria 
facetada.
Muitos estudos importantes sobre classificações 
especializadas foram feitos pelo Classification Research Group 
(CRG) de Londres, formado em 1952 por uma equipe de 
bibliotecários como Douglas Foskett e Brian Vickery, entre outros, 
que aprofundaram a teoria facetada de Ranganathan.
52 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
As ideias de Ranganathan também influenciaram a criação 
de linguagens de indexação modernas, como os tesauros, o que 
você irá ver no decorrer deste curso.
Vamos estudar, agora, as principais contribuições de 
Ranganathan para a moderna teoria classificatória. No final desta 
unidade, veremos as principais regras de elaboração do número 
de chamada e o funcionamento das tabelas de notação de autor.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta, de forma 
sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário aprofundar seus conhecimentos estudando 
o material indicado no Conteúdo Digital Integrador.
2.1. RANGANATHAN E A TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACETADA
No início do século 20, os bibliotecários começaram a 
perceber que um sistema de classificação deve ser criado tendo 
uma base teórica sólida, ou seja, os postulados, convenções 
e métodos devem ser muito bem pensados para embasar a 
estrutura dos conceitos, o funcionamento na prática e sua 
atualização. Isso é fundamental para diminuir ao máximo os 
problemas que podem surgir durante a criação da classificação e 
a comunicação com o usuário dentro da biblioteca.
Segundo Ranganathan, uma classificação bibliográfica 
deve possuir três planos:
• Plano das ideias: diz respeito aos conceitos que serão 
estruturados e representados.
53© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
• Plano verbal: esses conceitos devem ser expressos 
verbalmente.
• Plano notacional: cada conceito utilizado na classificação 
precisa ser apresentado por uma notação exclusiva, 
a fim de fornecer uma representação codificada do 
assunto.
Diferentemente das classificações feitas em outras áreas 
do saber, na Biblioteconomia o plano da notação é utilizado 
devido à necessidade de representar os assuntos e fornecer 
um arranjo físico do acervo de forma lógica. Na prática, os 
bibliotecários já utilizavam esquemas classificatórios de forma 
intuitiva, mas Ranganathan propôs um aprofundamento teórico 
e metodológico sobre esses três planos, os quais devem ser 
pensados antes mesmo da criação da classificação.
Esse matemático e bibliotecário indiano estava preocupado 
com a dinâmica da evolução do conhecimento. Pense bem: se o 
saber não é estático, se as diversas disciplinas podem interagir 
de formas infinitas e novas áreas podem surgir, como um sistema 
de classificação pode representar os assuntos mais complexos e 
novos?
Ranganathan dedicou-se a criar um sistema de classificação 
e uma teoria pensando na questão de representar os conceitos 
com base na evolução constante do saber. Dessa forma, publicou 
sua “Colon Classification” em 1933, conhecida no Brasil como 
“Classificação de Dois Pontos”, e o livro intitulado Prolegomena 
to Library Classification em 1937, onde descreve sua teoria 
facetada. É o que veremos a seguir!
54 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
Com as leituras propostas no Tópico 3.1, você vai 
conhecer os fundamentos da teoria facetada de Ranganathan 
e das classificações especializadas. Antes de prosseguir para 
o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando 
assimilar o conteúdo estudado.
Elementos fundamentais da teoria facetada
Em relação aos conceitos, Ranganathan trabalha com a 
ideia de isolado, foco e faceta.
Vamos imaginar alguns conceitos aleatórios: açúcar, arroz, 
assar, almoço, batata, batata frita, bolo, café, café da manhã, 
cozinhar, farinha, fritar, jantar, maisena, milho, pão, purê e ovo. 
Cada um desses conceitos, quando não reunidos, é chamado de 
isolado.
Antes de continuar a leitura, tente agrupar esses conceitos. 
Como você faria isso? Eles dizem respeito ao universo da 
culinária, certo? Alguns são utilizados como base para o preparo: 
açúcar, arroz, batata, café, farinha, maisena, milho e ovo. 
Agrupados dessa forma, esses conceitos deixam de ser isolados 
e se tornam focos, agrupados dentro da faceta “ingredientes”. 
Outros conceitos são o resultado do preparo: batata frita, bolo, 
pão e purê, que podem ser agrupados na faceta “pratos”. Outros 
dizem respeito ao próprio preparo: assar, cozinhar e fritar.
Dizendo de outra forma, a faceta é um conceito altamente 
abstrato que agrega aspectos que são comuns a outros conceitos 
mais específicos.
55© REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
Cada faceta pode ser subdividida aplicando-se uma 
diferença, o que criará uma subfaceta. Por exemplo, o açúcar 
na faceta “ingrediente” pode ser dividido segundo o tipo de 
refinamento: mascavo, demerara, cristal e refinado.
Ranganathan utiliza a ideia de divisão em cadeia (arrays), 
aplicação gradativa de características que criam a ordem 
vertical, e a divisão em fileira, que ele chamou de renques, ou 
seja, separação horizontal dada pela aplicação de uma única 
característica. A Figura 1 ilustra o agrupamento em facetas e 
subfacetas.
Fonte: elaborado pela autora.
Figura 1 Elementos constituintes da classificação por facetas.
O pão é um tipo de prato, mas ele também pode ser um 
ingrediente para o preparo de outros pratos, como o pudim 
de pão. O arroz é um ingrediente, mas também é o nome de 
um prato que costumamos preparar quase todos os dias. Em 
uma estrutura classificatória, onde eles devem ficar? É aí que 
a classificação facetada começa a ficar mais interessante e 
complexa.
56 © REPRESENTAÇÃO TEMÁTICA: CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 2 – CLASSIFICAÇÃO FACETADA
Para ajudar na estruturação dos focos dentro das facetas, 
Ranganathan criou suas próprias categorias fundamentais, que 
ficaram conhecidas como PMEST:
1) Personalidade (P): o objeto ou coisa em questão 
(quem).
2) Matéria (M): do que é feita a coisa (o quê).
3) Energia (E): de que forma essa coisa é feita, modifica-
da, evolui (como).
4) Espaço (S): localização da coisa (onde).
5) Tempo (T): período envolvido (quando).
Os focos são manifestações de uma das cinco categorias. 
No exemplo da culinária, podemos dizer que a Personalidade são 
os pratos (bolo, pão, purê), a Matéria são os ingredientes (arroz, 
farinha), a Energia são as técnicas de preparo (assar, cozinhar, 
fritar), o Espaço diz respeito à região típica do prato ou local 
de preparo (forno, fogão, churrasqueira) e o Tempo pode ser 
o período de servir a refeição ou o tempo de preparo (café da 
manhã, jantar).
Mas nem sempre é fácil saber a qual categoria um conceito 
pertence. Ranganathan dizia que Personalidade é a categoria 
mais difícil de se identificar, e muitas vezes devemos usar o 
método de resíduo: se não for Matéria, Energia, Espaço ou 
Tempo, é Personalidade.
Sobre a problemática de colocar o pão como Personalidade 
ou como Matéria, essa decisão pode ficar

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